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UNIVERSIDADE FEEDERAL DA INTEGRACAO LATINOAMERICA – UNILA

INSTITUTO LATINO-AMERICANO DE ECONOMIA SOCIEDADE E POLÍTICA –


CIENCIA POLITICA E SOCIOLOGIA

JOSÉ LEONARDO BENÍTEZ

INTEGRACIÓN ENERGÉTICA Y RECURSOS NATURALES EN AMÉRICA LATINA

FOZ DO IGUAÇU

2022
RESUMO

Inicialmente este trabalho faz uma tentativa de caracterização do processo de


integração energética que existe atualmente na América Latina. Constata-se que a integração
na região não é um processo de verdadeira integração, mas que este processo é utilizado por
setores tradicionais da sociedade para maximizar os seus venefícios.

O artigo também discute sobre algumas variadas experiencias de integração energética


da região, depois fala sobre os ganhos tradicionais e não tradicionais em relação a integração
regional. Depois menciona-se algumas motivações existentes para estimular o processo de
integração energética focando um pouco nos casos da eletricidade e no gás natural.

No final se analisa criticamente a realidade e se faz uma pequena reflexão sobre o que
seria um verdadeiro processo de integração regional.

RESUMEN

Inicialmente, este trabajo hace un intento de caracterizar el proceso de integración


energética que se vive actualmente en América Latina. Se constata que la integración en la
región no es un verdadero proceso de integración, sino que este proceso es utilizado por
sectores tradicionales de la sociedad para maximizar sus beneficios.

El artículo también discute algunas experiencias variadas de integración energética en


la región, luego habla de ganancias tradicionales y no tradicionales en relación con la
integración regional. A continuación, se mencionan algunas motivaciones existentes para
estimular el proceso de integración energética, centrándose un poco en los casos de la
electricidad y el gas natural.

Al final se analiza críticamente la realidad y se hace una pequeña reflexión sobre lo


que sería un verdadero proceso de integración regional.
INTRODUÇÃO

A integração na América poderia ser muito diferente ao que ela é na realidade, tem
muitas potencialidades que podem ser desenvolvidas e uma história muito rica. Não entanto a
única integração existente ou a integração predominante se baseia no comercio de energia
que tem como objetivo maximizar as utilidades particulares.

A pesar de existirem quase somente acordos bilaterais ao longo dos anos, o processo
de integração energética, principalmente na América do Sul consegui evoluir gradualmente.
Existe a grande possibilidade de criar um mercado integrado, mas isto depende da superação
de diversas barreiras.

Este trabalho busca fazer um pequeno repasso das diferentes experiencia de


integração energética na região, também falar brevemente sobre os ganhos tradicionais e não
tradicionais em relação a integração regional vindo do processo de integração elétrica. Além
disso quer discutir um pouco sobre as motivações para o impulsionamento de um processo de
integração energética.

Finalmente o trabalho quer tornar mais complexa a discussão sobre o problema da


'integração energética' entre os países.

DESENVOLVIMENTO

Uma das melhores maneiras de estudar a integração da América Latina é estudar a o


assunto a partir do estudo da energia ou integração energética porque, a partindo dali, é que a
maioria dos processos de integração na região acontecem. Como indicam Queiroz e Vilela:

No entanto, há de se considerar que energia é um vetor propício para a integração


entre continentes e possui características que favorecem acordos para o
aproveitamento racional dos recursos naturais. Além disso, cria oportunidades de
redução de desigualdade dos países envolvidos; contribui para o desenvolvimento
econômico e social da região; e, sobretudo, permite uma maior segurança energética
porque favorece os países consumidores na busca pela diversificação de fontes
energéticas via importação. (QUEIROZ; VILELA, 2010)

Nestes processos de integração a dimensão econômica é preponderante e através do


tempo, a energia e os recursos naturais foram a chave para a integração econômica entre os
países.
Antes de se inserir inteiramente no tema deste trabalho é bom mencionar que existem
dimensões diferentes em que pode ocorrer o processo de integração tais como pelas histórias,
culturas y experiencias que vivem os povos. Tal como fala o Diego Mansilla:

La integración energética en América Latina tiene muchas potencialidades de


desarrollarse y cuenta con una larga historia. Sin embargo, los procesos de
integración existentes sólo se basan en el comercio de energía y recursos naturales
como medio para maximizar utilidades privadas. (MANSILLA, 2011)

Podemos entender com estas palavras, que o processo de integração na América


Latina é muito limitado neste sentido e, até agora, o processo de integração somente serviu
para satisfazer alguns interesses econômicos muito específicos.

A integração que acontece com base nos recursos energéticos foi a que mais
prematuramente aconteceu, principalmente nos países do cone Sul. Ali se encontram
vantagens geográficas próprias da zona, estão localizados os países mais desenvolvidos e
com maior capacidade de consumo da região. Por ali passam os grandes rios que tem um
muito importante potencial hidroelétrico.

Em relação a blocos regionais podemos mencionar a Comunidade Andina de Nações


que foi criada pelo Acordo de Cartagena de 1969 e está composta por Bolívia, Colômbia,
Equador, Peru e Venezuela. O MERCOSUL, integrado por Argentina, Brasil, Paraguai e
Uruguai, foi criado pelo Tratado de Assunção de 1991. Chile e Bolívia possuem Acordos de
Complementação Econômica com o MERCOSUL, e desde fins de 2003 também o Peru.

Por conseguinte, quase a totalidade dos países sul-americanos estão de alguma


maneira imersos em processos de integração regional, seguindo a via que recebe o nome de a
“second best option”, que privilegia o multilateralismo como a melhor opção para o comércio
internacional.

Em relação aos projetos de integração energética, e possível distinguir duas fases na


história da região, tendo como elemento de analise o grau de intervenção dos Estados. Em
primeiro lugar, a fase que se estende desde a década de 1970 até o final da década de 1980,
que é caracterizada por uma, muito importante, participação dos Estados em projetos que
foram predominantemente no setor elétrico.

Seguidamente, tem uma segunda fase, que se inicia com um impulso muito grande na
década dos anos 1990 na trilha aberta pelas reformas estruturais realizadas no setor
energético na maior parte dos países da região. Nesta fase é notável o avanço dos projetos
que envolvem o gás natural.

Como projetos da primeira fase pode-se mencionar os exemplos a continuação: o


gasoduto entre Bolívia e Argentina; que operou para abastecer Argentina de gás natural
boliviano desde 1972 até 1999 e que está operando novamente com o mesmo fluxo desde o
ano 2004; a usina hidrelétrica binacional (Argentina/Uruguai) de Salto Grande, no rio
Uruguai; a usina hidrelétrica binacional (Brasil/Paraguai) de Itaipu; a usina hidrelétrica
binacional (Argentina/Paraguai) de Yacyretã; as interconexões por meio de linhas de
transmissão associadas às usinas hidrelétricas binacionais e outras menores que
interconectam Paraguai/Argentina, Brasil/Uruguai e Paraguai/Brasil.

Na segunda fase foram realizados projetos com diversos níveis de participação de


empresas privadas. Podem-se mencionar diversos exemplos tais como: 6 gasodutos entre
Chile e Argentina; 2 gasodutos entre Uruguai e Argentina; o gasoduto entre Bolívia e Brasil;
o gasoduto entre Bolívia e Argentina, e a interconexão elétrica entre Chile e Argentina.
Também pode ser citado o exemplo da central termoelétrica de Uruguaiana/Brasil.

Quando se pensa a integração via recursos energéticos, é importante ressaltar que a


realidade da América Latina apresenta diversas motivações para o avanço do processo. As
indústrias de eletricidade, assim como de gás natural possuem características de indústrias de
redes que favorecem o processo de integração entre as regiões.

No caso da integração via eletricidade, as interconexões elétricas podem ser


motivadas pela implantação de hidroelétricas binacionais, por intercâmbios que aproveitam
as diferenças de custos marginais entre dois sistemas interconectados e por comercialização
de energia firme entre países.

Seguidamente, considerando especificamente a indústria de gás natural, a cooperação


entre os países da América do Sul permite a complementaridade do recurso natural, a
capacitação tecnológica e investimentos nos diversos setores da cadeia de gás natural,
possibilitando, assim, ganhos reais aos países integrados.

Entretanto, apesar de tais vantagens, a comercialização de gás natural ficou restrita,


entre as décadas de 60 e 90, à Bolívia e Argentina. Somente a partir de 1996, houve uma
expansão do comércio de gás na América do Sul, sendo construídos até 2002, diversos
gasodutos entre os quais: Argentina – Chile; Bolívia – Brasil; Argentina – Brasil; e Argentina
– Uruguai.

Quando o sistema energético argentino se desregulou e se privatizou em 1996, foram


inaugurados 10 gasodutos para exportar gás natural. Mas a argentina não tinha reservas
suficientes para semelhante operação e ao mesmo tempo garantir abastecimento interno. Isto
foi parte de uma estratégia de esgotamento predatório do recurso não renovável por parte de
empresas privadas. Os hidrocarburos eram pensados como comodities se valor estratégico.

Por conta desta estratégia a Argentina perdeu o seu autoabastecimento. Ao mesmo


tempo queda das reservas, a extração de gás natural chegou a o seu máximo no ano 2004.
Nesses casos o mercado, somente queria a integração para maximizar as suas riquezas sem
considerar o futuro do recurso.

Com o mencionado anteriormente, pode-se constatar que na região da América Latina


existe uma potencialidade tremenda para a integração via recursos naturais. Não entanto a
única integração existente ou a integração predominante se baseia no comercio de energia
que tem como objetivo maximizar as utilidades particulares.

CONCLUSÃO

Este trabalho presentou alguns dos principais projetos de integração energética latino-
americana, não em tanto como mencionamos anteriormente, muitos destes projetos,
principalmente os dos anos 90’ para cá, com a participação de empresas privadas, não se tem
em conta as características especifica dos recursos e se ignora a importância estratégica deste.
Nestes casos, as empresas utilizaram a ‘integração’ como ferramenta para maximizar suas
utilidades.

Na área energética, embora existam exemplos de grandes projetos de integração física


(Itaipu, Salto Grande, Yacyertã, o gasoduto boliviano-brasileiro, entre outros) realizados no
passado, o “bilateralismo” fechado a processos de integração regional foi a tônica
predominante no passado.

Existem tanto ganhos do tipo tradicional como não tradicional para a integração
regional na América Latina. Entre as motivações tradicionais cita-se a otimização na
exploração e uso dos grandes recursos energéticos (em particular o gás natural) que a região
possui. Entre os ganhos não tradicionais têm-se, por exemplo: a redução das incertezas e
riscos regulatórios da “inconsistência temporal” das políticas internas dos países membros de
acordos regionais.

Finalmente, afirmamos que existe uma grande necessidade de se pensar um modelo


novo de Integração energética que permita a criação de melhoras e condições de
desenvolvimento mais equitativas e justas para todas as partes. Precisamos um modelo de
integração energética que posa incluir a planificação e coordenação regional de acordo as
capacidades e necessidade dos povos, e tendo em conta o uso racional e eficiente dos recursos
naturais.

A verdadeira integração energética deve ser parte de um processo maior de integração


que esteja liderada pelos estados e suas empresas com a participação dos movimentos sociais,
movimentos políticos e culturais dos povos latino-americanos. Deve ser um proceso de
integração integral

BIBLIOGRAFIA

OXILIA DAVALOS, V. & FAGÁ, M. W. (2006). As motivações para a integração


energética na América do Sul com base no gás natural. Petro & Química, n° 289, Ano
XXX, p. 70-74.

MANSILLA, Diego (2011). Integración Energética y Recursos Naturales en América


Latina. La revista del CCC, Enero/Abril 2011, n° 11.
<http://www.centrocultural.coop/revista/articulo/212/>

QUEIROZ, Renato & VILELA, Thaís (2010). Integração energética na América do Sul:


motivações, percalços e realizações. Infopetro, 24/05/2010
<https://infopetro.wordpress.com/2010/05/24/integracao-energetica-na-america-do-sul-
motivacoes-percalcos-e-realizacoes/>

OXILIA DAVALOS, Victorio Enrique (2009). Raízes socioeconomicas da integração


energética na América do Sul: análise dos projetos Itaipu, Gasbol e Gasandes. Tese de
Doutorado, PPG-E, USP: São Paulo, SP.
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/86/86131/tde-16082010-184420/publico/
tese_doutorado_integracao_energ.pdf>

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