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A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DE ENERGIA EÓLICA NO

BRASIL: IMPLANTAÇÃO, AMPLIAÇÃO E INVESTIMENTO

Washington Luiz Vieira de Botelho e Souza – washington.admpub@gmail.com– UFF/ICHS

Resumo
Apesar de o Brasil produzir boa parte de sua energia através das hidrelétricas, a matriz
energética do país, pode ser mais diversificada e explorada. De acordo com ABEÉOLICA -
Associação Brasileira de Energia Eólica, a maior parte da produção elétrica vem dos rios. É
nesse contexto que a energia eólica se apresenta como uma fonte alternativa. Nesse sentido, o
objetivo dessa pesquisa foi descrever e analisar o histórico dessa fonte de energia no Brasil,
mais especificamente a partir do início de 1990 até os dias atuais, abordando a sua
implantação, fixação e os esforços da administração pública, principalmente a federal, para
incentivar e ampliar a exploração do potencial elétrico oriundo dos ventos. A importância do
estudo se encontra, portanto, na atualidade evidente do tema tanto no que diz respeito às
questões ambientais, quanto referente à economia e, inclusive, àqueles que vislumbram a
administração pública como uma ferramenta de transformação social. Foi realizado uma
pesquisa bibliográfica exploratória, com a intenção de conhecer e analisar as principais
contribuições teóricas concernentes ao assunto em diferentes artigos, documentos, pesquisas
científicas e livros. Os resultados evidenciam que o potencial de geração de energia eólica no
Brasil hoje é três vezes maior que o somatório total de energia produzida (hidrelétrica,
biomassa, gás natural etc.) e que o setor tem uma capacidade exponencial na geração de
empregos diretos e indiretos

Palavras-chave: Energia Eólica; Matriz energética; Investimento estatal; Desenvolvimento


Econômico.
1 INTRODUÇÃO

Com as crises do petróleo a partir de 1970, diversos países procuraram a adoção de


energias alternativas para reduzir a dependência e até mesmo a importação desse tipo de
combustível. A questão ambiental tornou-se uma preocupação presente e era necessário
produzir uma energia limpa e mais sustentável. Dentre as alternativas viáveis, a exploração da
energia eólica apresentou-se possível e promissora. A título de explicação, esta apresenta-se
como a energia cinética contida no vento, ou seja, nas massas de ar em movimento. O eixo do
aerogerador é acoplado a um gerador que transforma energia cinética de translação em
energia cinética de rotação produzindo energia elétrica (FERREIRA, 2008).
A produção da energia eólica não foi uma descoberta recente e que se apresentou de
forma inédita para suprir a crise petrolífera. Como sugere Tolmasquim (2005), há 5000 anos
a.C, a força dos ventos já era amplamente utilizada pelos egípcios para a navegação pelo Rio
Nilo. Ainda segundo o autor, em tempos remotos, a moagem dos grãos era feita por um
sistema que era movido pela suspensão de pás, que unidas e suspensas eram giradas pelos
ventos, e, no século XIV, os holandeses aprimoraram tal prática de esmiuçar os alimentos,
aperfeiçoando-a e nascendo, assim, os moinhos de vento.
Com o passar dos anos, o uso da tecnologia eólica entra em declínio mediante a
descoberta de petróleo, excetuando algumas regiões mais afastadas dos grandes centros e sem
infraestrutura para a recepção de energia elétrica (DUTRA, 2008). Contudo, em 1973, ocorre
a primeira alta no preço do petróleo e o mundo retoma seus esforços para o desenvolvimento
e a implantação de fontes alternativas de energia. O valor a partir do início da década de
setenta, aumentou consideravelmente e, em menos de três meses, o barril variou de US$3 para
US$12 dólares (MELO, 2008).
A partir de então, a energia eólica apresentou-se como uma alternativa para amenizar
as consequências do preço do petróleo. Essa valorização do petróleo desencadeou o
desenvolvimento do processo de capitação dessa fonte de energia que se apresentou viável e
competitiva. Em 1990, o preço do petróleo estabilizou-se, porém o investimento em novas
fontes de energia continuou de forma crescente. Além do interesse econômico, nos anos 90,
somou-se também a questão ambiental e passou-se a buscar, com as novas fontes de energia,
uma economia mais sustentável também (PACCA, 2013).
O investimento maciço nesse setor por parte do governo brasileiro é, em grande
parte, devido à composição de sua matriz elétrica. Em meados do século XX, mais de sessenta
por cento (60%) da produção de energia elétrica do país era oriunda das hidrelétricas. Essa
predominância comprometia, eventualmente, o fornecimento de energia para a população, já
que, em períodos de variações climáticas (poucas chuvas), ocorria a diminuição drástica dos
reservatórios. Visto isso, o governo brasileiro tomou decisões para garantir o abastecimento
de eletricidade no território nacional. Uma das soluções encontradas foi o acionamento de
usinas termelétricas, que, no entanto, acarretavam alto custo de geração de energia e eram
muito poluentes.
Nesse sentido, a pergunta que este projeto aponta é: quais políticas ou programas
foram desenvolvidos pelo governo federal para implantação, ampliação e fixação da energia
eólica no Brasil nos últimos anos do século XX?
Visando responder a esta pergunta, pretende-se, apresentar as ações da administração
pública federal diante desse cenário de crise energética e, principalmente, analisar os níveis de
investimento no setor eólico com a formulação do PROEÓLICA (Programa Emergencial de
Energia Eólica) e o PROINFA (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia
Elétrica), como possíveis soluções para o problema. E como a parceria com o setor
financeiro, principalmente com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social) no financiamento das fazendas eólicas culminou na criação de empregos diretos e
indiretos.
Inicialmente o artigo descreve a crise energética a partir de 1970 e como esse fato
refletiu nos outros países e inclusive no Brasil. E neste contexto, como ocorreu o
desenvolvimento econômico do setor eólico e o interesse da administração pública federal
brasileira em implantar programas que objetivavam a exploração e a ampliação da energia
elétrica oriunda dos ventos.
2 METODOLOGIA

O presente artigo, trata-se de um trabalho teórico, com a finalidade de descrever e


explorar um acontecimento em um período de tempo, qualitativamente e quantitativamente,
apoiando-se em gráficos, livros, teses e artigos, que delineiam a situação vigente e a evolução
do tema estudado. Quantos aos fins, a pesquisa é classificada como exploratória- descritiva,
quanto aos meios, a postura adotada é a pesquisa bibliográfica do tipo revisão crítica de
literatura (VERGARA,2016).
A revisão crítica da literatura caracteriza-se como uma avaliação mais condensada da
informação coletada, o que permite introduzir uma gama maior de resultados, não gerando
conclusões baseadas em materiais insuficientes e irrelevantes (SAMPAIO,2007). A pesquisa
bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente
por livros e artigos científicos. As vantagens da pesquisa bibliográfica é permitir que o
investigador tenha a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela
que poderia pesquisar diretamente. Essa vantagem torna-se particularmente importante
quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço (GIL,2002).
A análise de documentos vem se constituindo em relevante estratégia metodológica, a
partir da contribuição de várias ciências do social. Deste modo, a análise documental feita
neste trabalho contribuiu para a coleta e análise de dados e serviu de apoio aos demais passos
da pesquisa bibliográfica e descritiva.
Para analisar um setor energético complexo como o eólico, optou-se por informações
de fontes do governo e reportagens de instituições, além de livros de autores que conhecem
profundamente o tema, vários trabalhos de conclusão de curso, livros, dissertações e teses
através dos portais Scielo1 e Capes2.

1
Scielo https://www.scielo.br/?lng=pt
2
Capes https://www.periodicos.capes.gov.br/
Foi priorizado materiais relevantes e de publicações atuais. Ocorreu uma pesquisa
atenta de vários trabalhos, chegando a uma totalidade de 40 fontes entre artigos, dissertações,
livros, monografias, reportagens, relatórios e gráficos (ou imagens), que sustentaram e
aprofundaram a análise do tema, embasando de forma sólida a revisão teórica aplicada.
Vale ratificar que os dados numéricos e estatísticos que envolvem informações do
setor energético brasileiro (e principalmente o eólico) foram de fontes relevantes sobre essa
fonte renovável, destacando-se a ABEEÓLICA - Associação Brasileira de Energia Eólica,
ANEEL - Atlas de Energia Elétrica do Brasil, CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia
Elétrica -Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, MME- Ministério de Minas e Energia, entre
outros.

3 CRISE DO SETOR ENERGÉTICO E ASCENSÃO DA ENERGIA EÓLICA

Como o setor petrolífero apresentava mínimas variações no preço do barril, a


expansão da rede de energia elétrica gerada através de outras fontes, como as hidrelétricas e
as termoelétricas (projetos de exploração de energia alternativa e renovável), eram
desinteressantes e em muitas vezes descartada. Entretanto, essa situação não permaneceu por
muito tempo e a partir de 1970 esse cenário começa a se delinear outros contornos.
(SIMAS,2013).

Martin (1992) relata em seu livro “A economia Mundial de Energia” que, no início da
década de 70, o mundo foi abalado pela alta do preço do petróleo. Assim, em 1972, o valor do
barril era de US$1,77 passando para valores superiores a US$35,00 em 1979. Devido a essa
alta dos preços, a Agência Internacional de Energia (AIE) propõe à Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) medidas que visavam minimizar o
impacto causado pelo desajuste do preço do petróleo na economia. As possíveis medidas de
minimização do problema foram: racionalidade na utilização da energia, diversificação das
fontes de importação de petróleo e, por fim, substituição do petróleo por outras fontes de
energia.
A partir da segunda metade da década de setenta (por volta de 1975), países como
Estados Unidos, Alemanha e Suécia retornaram seus investimentos e suas pesquisas no setor
eólico de grande porte, o que possibilitou o crescimento da indústria eólica tanto para o
mercado onshore3 como para o promissor mercado offshore4. Percebe-se, então, uma grande
evolução em um curto espaço de tempo nesse setor. Em 1985, a capacidade de produção de
um aerogerador era de aproximadamente 50kW de energia e, em 2000, a produção passou
para 4500kW, representando um aumento de 9000 por cento na capacidade produtiva
(TOLMASQUIM, 2004).
Almejando todo o potencial financeiro do setor, em 1990 diversos países, entre eles,
Dinamarca, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos, empenharam-se em estudos para a
viabilidade de aplicação em grande escala de fazendas eólicas no mar (offshore). Segundo
Costa (2009), a Dinamarca, em 1995, se torna pioneira na comercialização de energia gerada
por usinas eólicas em alto-mar (a fazenda de Vindeby)5 aproveitando de forma inteligente os
fortes ventos marítimos. Desde então, vários países desenvolveram suas fazendas em modelo
similar.
Diante desses estudos e investimentos, a Agência Internacional de Energia (AIE) se
posicionou bem otimista quanto à utilização dessa vertente eólica. A título de comparação, em
1980 uma torre eólica possuía 15 metros de altura, passados 25 anos, as torres já se
apresentavam com 126 metros, e pesquisas revelam que, no ano corrente, as mesmas podem
chegar a 300 metros (COSTA, 2009).
Com a adoção de muitos incentivos para a energia eólica, sua participação aumentou
em vários países, ocorrendo um alto crescimento a partir de 1996, e, assim, solidificando-se.
Para se ter uma ideia, em 2011, a capacidade eólica em operação no mundo chegou a 238 GW
(GWEC, 2012).

3
Parques eólicos onshore encontram-se localizados em terra ao largo da costa marítima ou no interior
4
Parques eólicos offshore são parques onde os aerogeradores são instalados no mar .
5
A primeira usina eólica off-shore foi construída em Vindeby, na Dinamarca, em 1991. Posicionada
no Mar Báltico a aproximadamente 2 km da costa, era composta por 11 turbinas eólicas, cada qual com 450 kW
de capacidade
Um exemplo bastante assertivo, de acordo com NESLEN, foi o governo
Dinamarquês que, em 2014, investiu de forma significativa no setor eólico. Acarretando no
ano seguinte uma produção de cento e quarenta por cento de sua demanda por energia eólica,
levando o país a exportar esse excedente para Alemanha, Noruega e Suécia.

4 O SETOR EÓLICO BRASILEIRO

No início de 1990, a administração pública federal brasileira volta-se para o cenário


de produção de energia elétrica através da fonte eólica, sendo o pioneiro na América Latina.
De acordo com TOLMASQUIM (2004), a diminuição dos custos na implantação das
fazendas eólicas, o desenvolvimento do setor (tanto em pesquisas como em maquinário), os
incentivos fiscais e a adoção de políticas específicas para o incentivo ao crescimento do setor
por parte dos governantes têm elevado consideravelmente o crescimento da exploração dessa
fonte de energia pelos países. Com a saturação de grandes mercados mundiais, como Estados
Unidos e Europa, muitas empresas buscaram países emergentes para expansão de seus
investimentos, e o Brasil foi o pioneiro na América Latina. Com políticas de incentivo, o país
atraiu investidores e teve um crescimento significativo no volume do mercado eólico. Hoje,
possui uma posição de destaque não apenas na América do Sul, mas mundialmente.
Com o intuito de minimizar o impacto ambiental na construção de novas usinas
hidrelétricas, o Brasil tem desenvolvido uma política de incentivo à produção de energia
elétrica através dos ventos e de outras fontes energéticas, visando à diversificação de sua
matriz elétrica e a geração de novos empregos (SIMAS,2013).
Em 1992, é instalada (a primeira obra com a finalidade de gerar energia no país), em
Fernando de Noronha/PE. A primeira turbina eólica (75KW), chegando a gerar 10% da
energia elétrica consumida no arquipélago, com uma economia de 70 mil litros de diesel por
ano (SILVA, 2006). Esse projeto eólico foi uma parceria entre o Centro Brasileiro de Energia
Eólica e a Companhia Energética de Pernambuco (FILIPE, 2010). Outros projetos paralelos
foram instalados em outros Estados, como Ceará, Minas Gerais e Pernambuco. Nos anos
seguintes, ocorreu uma pausa no setor devido a um momento de ausência de políticas públicas
pelo alto custo envolvido.
Para Pacheco (2006), com o objetivo de fornecer informações para o
desenvolvimento de um melhor aproveitamento eólico-elétrico, em 2001, foi lançado o Atlas
do Potencial Eólico Brasileiro. De acordo com o estudo, as melhores regiões para se investir
no setor eólico seriam Nordeste, Sudeste e Sul, como mostra o mapa abaixo. O grande salto
em estudos e pesquisas fornecidos pelo atlas permitiu ao setor eólico desenvolver-se
rapidamente, e hoje a realidade das fazendas eólicas mudou. Atualmente, ainda de acordo
com Pacheco (2006), aponta-se uma necessidade de atualização do Atlas a fim de levantar
dados sobre o setor eólico offshore (no mar), já que o país possui uma costa de mais de 7 mil
km (MMA, 2013).

FIGURA 01- Mapa do Brasil por regiões e velocidade (m/s) média anual dos ventos a partir de 50
metros de altura. Fonte: Potencial Eólico Brasileiro [CEPEL,2001]

A geração de eletricidade através das hidrelétricas ocorre de forma sazonal, ou seja,


durante o ano há uma variação de energia armazenada nas hidrelétricas. Por outro lado, a
sazonalidade também se faz presente no setor eólico, porém, a maior produção de energia
elétrica nas fazendas eólicas, em alguns períodos, é inversamente proporcional à energia
produzida nas hidrelétricas (CBEE/UFPE, 2000).
Segundo Annel (2005), a alternância entre as hidrelétricas e a outras fontes
alternativas de energia, como a eólica , torna-se importante para evitar que, em momentos de
estiagens e níveis baixos dos reservatórios, o sistema elétrico não fique totalmente dependente
de geração de energia apenas por fontes de alto custo e com elevados índices de poluentes,
evitando também o risco de um racionamento de energia.
4.1 A Administração Pública Federal e o Setor Eólico

Tendo em vista a problemática (e as possíveis soluções) da crise energética desde os


anos de 1970, vários programas de Governo foram implantados pela administração pública
federal. Com o intuito de alavancar a geração de energia eólica, o governo brasileiro
desenvolveu programas que visavam, na época, incentivar a exploração da energia produzida
pelos ventos. A seguir apresentaremos uma breve elucidação a tais programas, sendo eles e
PROEÓLICA e PROINFA.

4.1.1 PROEÓLICA: programa pioneiro, porém ineficaz

Impulsionado pelo racionamento de energia em 2001, que ficou nomeado


popularmente com a "crise do apagão"6, no dia 05 de Julho de 2001, através da resolução
nº24, foi criado o Programa Emergencial de Energia Elétrica (CASA CIVIL, 2001),
denominado PROEÓLICA. Esse programa tinha como objetivos:

Art. 1o Fica criado o Programa Emergencial de Energia Eólica - PROEÓLICA no


território nacional, com os seguintes objetivos:
I - viabilizar a implantação de 1.050 MW, até dezembro de 2003, de geração de
energia elétrica a partir de fonte eólica, integrada ao sistema elétrico interligado
nacional;
II - promover o aproveitamento da fonte eólica de energia, como alternativa de
desenvolvimento energético, econômico, social e ambiental;
III - promover a complementaridade sazonal com os fluxos hidrológicos nos
reservatórios do sistema interligado nacional.

Segundo Alves (2010), esse programa não foi capaz de gerir e proporcionar estrutura
para a entrada de todos os projetos eólicos apresentados ao governo brasileiro no prazo

6
Crise que ocorreu entre 2001 e 2002, sendo o resultado da falta de investimentos na geração e
transmissão de energia e uma grande estiagem, reduzindo os reservatórios de água em todo o país ,
principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste.
estabelecido. Além disso, favoreceu o acesso de muitas empresas estrangeiras, o que acarretou
a necessidade de uma legislação regulamentadora e específica de caráter duradouro. Devido à
demanda de projetos e interesses no setor, nasce, então, o Programa de Incentivo às Fontes de
Alternativas de Energia Elétrica – PROINFA, que será apresentado a seguir.

4.1.2 PROINFA: Programa de Incentivo às Fontes de Alternativas de Energia Elétrica

O projeto PROINFA teve como objetivo promover a diversidade da matriz


energética do país, foi decretado pelo governo brasileiro, em 2004. Esse decreto (Nº5.
025/2004 - Ministérios de Minas e Energia) trouxe importantes resultados para a
diversificação da matriz energética, pois promoveu o desenvolvimento de várias fontes
alternativas de energia. Além do incentivo à produção de energia elétrica através de fontes
renováveis (como biomassa, pequenas centrais hidrelétricas e fonte eólica), o governo visava
a criação de novos empregos, o crescimento da indústria nacional e a diminuição de emissão
de CO2 (MME, 2013). Segundo Azevedo (2008), em sua primeira fase, o objetivo do
programa era contratar 3300 MW de potência energética dividido em 1100 MW para cada
fonte energética até o término de 2006.

O programa visava beneficiar produtores independentes, ou seja, aqueles que não


estavam ligados a grandes corporações de geração, transmissão e distribuição de energia.
Vários incentivos foram proporcionados para o desenvolvimento dos projetos e redução do
risco do investimento. Entre eles, estava a Tarifa-prêmio7, o estabelecimento de cotas de
contratação, os contratos de longo prazo com a Eletrobrás e os financiamentos favoráveis com
o Banco Nacional de Desenvolvimento - BNDES (SIMAS, 2012). O governo objetivava o
desenvolvimento eólico que garantia ao investidor ou construtor de usinas a compra de toda
energia elétrica produzida, independentemente da variação de preço do mercado.

7
É uma tarifa diferenciada, ou seja, o produtor eólico tem sua produção elétrica mais valorizada que a
de uma produção da rede pública. A tarifa prêmio paga ao produtor visa proporcionar uma taxa interna de
retorno (TIR) bem mais atrativa para o investidor.
Além do BNDES, o programa teve parcerias com outras instituições, como Fundo
Constitucional do Nordeste (BNB/FNE) com financiamentos de 80% do empreendimento e a
Caixa Econômica Federal, sendo essa uma intermediária entre o projeto e o
BNDES(SALINO,2011). Devido a vários atrasos, a primeira fase do PROINFA teve algumas
prorrogações sendo que, em dezembro de 2011, o programa chegou ao seu fim.

Segundo Dutra (2008), de acordo com a Lei 10438/2002, em seu Art.3-II-a, na


segunda fase do PROINFA, a energia elétrica produzida pelas fontes alternativas (biomassa,
pequenas centrais hidrelétricas e eólica) deveria atender a 10% de consumo anual de energia
elétrica no país. Para essa etapa não haveria restrições quanto à produção de energia, não
havendo mais a concessão de tarifas-prêmio e os contratos da segunda fase deveriam atender
a, no mínimo, 15% de incremento anual de energia elétrica. No entanto, devido a atrasos na
primeira etapa, essa segunda fase nunca foi executada da forma planejada.

O PROINFA foi importante para consolidar a produção de energia elétrica através da


fonte eólica no Brasil. Além disso, permitiu o desenvolvimento da indústria de componentes,
de turbinas e de aerogeradores, peças que compõe uma fazenda eólica. Foram contratadas 54
usinas eólicas que, somadas, dão 1422,62 GW de potência contratada, gerando 3.719,799
MWh/ano de energia com um custo aproximado de 786 milhões de reais por ano. As três
regiões contempladas com os projetos foram a região Nordeste com 57 %, a região Sul, com
32% e a Sudeste, com 11%. A distribuição foi baseada em estudos que mostravam as maiores
incidências de ventos no país (ELETROSUL,2012).

O Plano Decenal de Energia, 2012-2021, publicado pela Empresa de Pesquisa


Energética (EPE), mostra que os empreendimentos contratados no PROINFA, em 2011,
corresponderam a 2.889 MW de potência distribuídos em 132 empreendimentos, sendo: 62
PCH (Pequena Central Hidrelétrica), 21 usinas de biomassa e 51 usinas eólicas. O plano de
expansão dessas fontes renováveis, no período de 2014 a 2020 (Figura 02), aponta uma
ampliação de mais de 11 mil GW de potência eólica.
FIGURA 02 -Plano Decenal de Energia - Ao final de 2020 serão 17,96 GW instalados em território
brasileiro.
Fonte [LEONARDO & ENERGY,2016]

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O programa supracitado proporcionou a consolidação da produção de fonte eólica no


Brasil. No final de 2011, a produção de eletricidade proveniente dessa fonte, oriunda do
PROINFA, já correspondia a 84% da capacidade eólica em operação (SIMAS, 2012). Pode-se
dizer, portanto, que ocorreu um crescimento significativo do setor. Não era de se espantar que
esse seguimento de fontes renováveis iria desenvolver-se amplamente. Vale ratificar que as
condições favoráveis ao investidor, como financiamentos atrativos com o BNDES e CEF
(Caixa Econômica Federal) que financiaram quase que 90% de todo o projeto, as sólidas
parcerias com a ELETROBRÁS, as garantias de compra da produção e os subsídios pagos
pelo consumidor foram essenciais para esse processo. Antes de 2005, a potência instalada da
fonte eólica eram míseros 29MW de capacidade. Segundo dados da ELETROSUL (2006),
com a implementação do PROINFA, esse número saltou para 1423 MW de potência em um
ano. Vale ressaltar que o programa proporcionou também, o desenvolvimento econômico do
setor, gerando diversos empregos diretos e indiretos
5.1 OS RESULTADOS DOS INVESTIMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
FEDERAL NO SETOR ENEGÉTICO COM A INSERÇÃO DA MATRIZ EÓLICA.

Privilegiadas pela posição geográfica, com correntes de ventos intensas e fortes, as


regiões Nordeste, Sul e parte da Sudeste receberam vários investimentos para a criação de
inúmeras fazendas eólicas. A seguir são apresentados alguns exemplos de parques eólicos que
receberam o apoio do PROINFA ((ELETROSUL,2012):

O Parque Eólico de Osório, forma o mais completo parque de energia elétrica através
da força dos ventos da América Latina. Possui três parques com 75 aerogeradores de 2 MW
cada um, com torres de mais de cem metros. Gera uma energia equivalente ao consumo
residencial de 650 mil pessoas, mais do que a metade da população de Porto Alegre,
localizado no Rio Grande do Sul.

Localizado no município de Guamaré, no estado do Rio Grande do Norte, o parque


Eólico Alegria, com capacidade instalada total de 151,9MW é o maior parque eólico do País.
Ocupando uma área total de cerca de 1.900 hectares, na Praia do Minhoto, há 170 km de
Natal. Setenta mil residências são beneficiadas com a energia elétrica produzida. Composto
por duas unidades, Alegria I é composta por 31 aerogeradores com potência total de 51,15
MW e Alegria II no qual serão instalados 61 aerogeradores com potência total de 100,65 MW,
estando ainda em construção. Esse empreendimento evitará a emissão de 120.000 toneladas
de CO2 por ano. Duzentas mil residências serão atingidas, beneficiando cerca de 1 milhão de
pessoas.

Já o Parque Eólico de Rio do Fogo, produz a partir dos 62 aerogeradores instalados à


margem da BR 101 Norte, energia elétrica que é conduzida à subestação de Extremoz e
inserida no sistema elétrico brasileiro. Tem capacidade instalada para produzir 49,3 MW ou
800 kW para cada um dos 62 aerogeradores distribuídos em uma enorme área de dunas,
relativamente próximo à praia.

Com 135 km de extensão, a usina de Energia Eólica da Praia de Formosa, situada em


Camocim, litoral Cearense, tem capacidade para produzir 104,4MW. É o maior parque eólico
do Nordeste, com capacidade para abastecer 350 mil casas. Também no Ceará, temos a Usina
Eólica de Prainha, que foi instalada em 1999, com um total de 20 aerogeradores, tem a
capacidade de produzir de 10MW.
A Central Eólica Experimental do Morro do Carmelinho foi um projeto realizado
pela Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG). Instalada em 1994 no município de
Gouveia-MG, tem a capacidade de 1MW. É constituída por quatro turbinas de 250KW, com
rotor de 29 metros de diâmetro e torres de 30 metros de altura.

5.2 O SETOR EÓLICO, A PARCERIA COM BANCO NACIONAL DE


DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL E A GERAÇÃO DE EMPREGOS

O BNDES é o principal parceiro no financiamento de empreendimentos eólicos. Em


2008, as aprovações para projetos no setor foram de R$ 257 milhões, já em 2009, aumentaram
para R$ 1,2 bilhão, mantendo-se na mesma faixa em 2010. No ano de 2011, os projetos de
geração eólica aprovados pelo BNDES somaram R$ 3,4 bilhões (BNDES,06/2012).

Em maio de 2012, o BNDES destinou R$358 milhões para a construção de 4 parques


eólicos em Trairi, no Ceará. As centrais eólicas que constituem o Projeto Trairi são: Flexeiras,
com financiamento de R$ 97 milhões; Guajiru, R$ 93,6 milhões; Mundaú, R$ 87,4 milhões; e
Trairi, R$ 79,9 milhões. As três primeiras terão capacidade instalada de 30MW e a quarta de
25,4 MW (BNDES, 05/2012).

Em junho de 2012, foi aprovado um financiamento de R$378 milhões para a


construção de 5 parques eólicos no Nordeste, mais precisamente no Rio Grande do Norte e na
Bahia. Esse projeto tem capacidade total de 150MW. Os valores foram repassados pelo Banco
do Brasil. Segundo dados do BNDES (2012), esse empreendimento tem capacidade de gerar
até 1,8 mil empregos diretos e indiretos.

Em 2019, de acordo com a Secretaria de Planejamento (SEPLAN), a Bahia teve 182


projetos comercializados nos leilões de energia da ANEEL, gerando 1.330 GWh/mês,
abastecendo 11 milhões de residências, beneficiando 33 milhões de habitantes. O Estado está
com 102 projetos em operação, tornando-se o segundo maior estado brasileiro em produção
de energia eólica, atrás apenas do Rio grande do Norte, que possui 136 usinas e com geração
de emprego de 1,3 mil - diretos e indiretos (SEPLAN,2019).
Esses empreendimentos trazem diversos benefícios à população, tais como: redução
da utilização de insumos, como gás natural e outros derivados do petróleo, diminuindo a
dependência desses recursos e apontando, ainda, para a redução das emissões de CO2. A
estimativa da quantidade de CO2 evitada em 2016 com o uso da energia eólica na geração de
eletricidade foi de aproximadamente 17,81 milhões de toneladas, uma quantidade
significativa ao combate do aquecimento global, equivalendo a emissão anual de cerca de 7
milhões de automóveis ABEEÓLICA (2016).
O apoio do BNDES ao setor eólico é expressivo. Em janeiro de 2020 foi aprovado
R$1,3 bilhões para a implantação de parques eólicos na Paraíba, o que irá gerar 1,3 mil
empregos diretos e indiretos na fase de construção e operação das fazendas Eólicas
(BNDES,2020). Com uma expectativa positiva de crescimento do setor, verifica-se, no
gráfico 3, uma geração de quase 200 mil novos empregos (empregos diretos e indiretos) até
final 2020, sendo a maioria deles na construção de parques eólicos (representados pela cor
roxa do gráfico).

GRÁFICO 3 -Expectativa de geração de emprego no Setor Eólico. Fonte: SIMAS (2012)


7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo dessa pesquisa foi abordar a implantação, fixação e os esforços da


administração pública federal para incentivar e ampliar a exploração do potencial elétrico
oriundo dos ventos e como esse investimento acarretou na geração de empregos diretos e
indiretos.

Sem dúvida, a energia eólica é uma fonte renovável que oferece inúmeras vantagens
na geração de grandes blocos de energia. Em todo o mundo, o uso dessa energia na geração
complementar de energia elétrica tem sido amplamente difundido. Destacam-se como
atrativos no uso da energia eólica a diversidade de suprimento no parque gerador, o rápido
desenvolvimento e a inovação tecnológica presente em diferentes condições do projeto.

Devido aos incentivos do governo federal brasileiro através dos programas PROINFA
e PROEÓLICA, financiamentos favoráveis e investimentos no setor, foram concretizados
muitos projetos eólicos que vem ganhando espaço e desenvolvendo-se cada vez mais. Com
essa expansão, as vantagens contemplarão tanto a área econômica como, também, a proteção
do meio ambiente. Com o incentivo à exploração da fonte eólica, ocorreu uma diversificação
da matriz energética brasileira. Devido a crescentes investimentos, esse setor tem aumentado
bastante, e o Brasil tornou-se um atrativo rentável para os investidores, que o enxerga como
um futuro exportador de energia eólica para outros países da América Latina (COSTA,2017).

Os dados coletados demonstram como o governo federal, constatando o déficit


energético e percebendo as vantagens de se incentivar a criação de uma energia elétrica
através dos ventos, se esforçou na implantação e manutenção do promissor setor eólico, tanto
gerencialmente quanto financeiramente.

Em 2017 o Brasil foi o oitavo maior gerador de energia eólica, ficando atrás apenas de
China, EUA, Alemanha, Índia, Espanha, Reino Unido e França. Isso só foi possível com os
programas de incentivo feitos pela administração pública e os vários investimentos no setor,
tanto públicos quanto privados, no início dos anos 2000.
Foi delineada, ainda, a importância do desenvolvimento do setor eólico na criação de
empregos. Até 2020, têm-se a perspectiva da criação de quase 200 mil postos de trabalho.
Observou-se que o setor eólico tem o potencial de desenvolver a indústria brasileira e,
sobretudo, o desenvolvimento socioeconômico regional. A criação de uma fazenda eólica
pode movimentar vários setores da região, como o hoteleiro, a prestação de serviços e o
comércio local. A atuação da administração pública na concessão de financiamentos para os
empreendimentos eólicos foi importante para o desenvolvimento das fazendas eólicas. Só o
BNDES destinou mais de 4 bilhões para o setor e já estão aprovados novos projetos e novos
financiamentos para os próximos anos.

Por fim, a energia eólica, é uma fonte renovável e limpa, e pode se tornar uma
alternativa para a crise do setor de geração de energia elétrica no Brasil. Ressalto que esse
trabalho não tem o objetivo de esgotar o debate em relação a essa matriz energética e que
novos trabalhos, pesquisas de campo e estatísticas podem agregar e complementar a análise
do tema.

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