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Petrobras: Energia & Desenvolvimento no RN

1. Breve Histórico Sobre O Setor Elétrico Brasileiro

A necessidade de tornar o país energeticamente sustentável e seguro é uma


preocupação contínua para o Ministério de Minas e Energia. A importância da confiabilidade
do setor energético é a garantia do desenvolvimento social, econômico e industrial. Diante
de um crescimento cada vez maior do consumo, seja residencial ou industrial, realça a
importância do desenvolvimento e da pesquisa deste setor estratégico.
Em meados pós-guerra estendendo-se até o ano de 1970, o país viveu um período
em que o setor elétrico era fortemente controlado pelo Estado, principalmente por meio da
criação de empresas estatais em todos os segmentos da indústria. Em um espaço de 30
anos, a potência instalada passou de 1300 MW para 30000 MW.
Durante a década de 1980, a economia brasileira sofre uma grave crise devido à
elevada dívida externa, resultando em altos cortes de gastos e investimentos
governamentais. As tarifas energéticas que seguiam equalizadas em todo o território
brasileiro foram mantidas baixas para conter inflação, tendo como consequência imediata o
desequilíbrio das empresas do setor. Nesse contexto, foi dado início ao período de
desenvolvimento tardio de nossa indústria elétrica, que perdura até os dias atuais. Em
meados do ano 1990, houve uma reestruturação do setor, o MME (Ministério de Minas e
Energia) que preparou as mudanças institucionais e operacionais considerando o estado
regulador, que deveria direcionar as politicas de desenvolvimento, bem como regular o
setor, sem postar-se como executor em ultima instância. Assim, muitas empresas, foram
privatizadas e autarquias de caráter publico e independentes foram criadas, como é o caso
da agência reguladora de energia elétrica, a ANEEL. Apesar desta reforma, o novo modelo
não garantiu a suficiente expansão de oferta, levando ao racionamento em 2001. Este
apagão, como ficou popularmente conhecido durante o governo neoliberal de FHC
(Fernando Henrique Cardoso), foi motivado entre outros fatores, à falta de planejamento
efetivo e também de monitoramento eficaz centralizado. Vale salientar que durante este
momento foi priorizado privatizações de empresas estatais no setor elétrico, como a Cosern
no Rio Grande do Norte, enfraquecimento da Eletrobrás e adoção do modelo neoliberal na
economia.
A partir de 2004, novos ajustes foram estabelecidos pelo governo com o objetivo de
reduzir os riscos de falta de energia e aperfeiçoar o monitoramento e controle do sistema.
Os princípios que fizeram parte deste pacote de melhoria fora: a segurança energética, a
modicidade da tarifa e a universalização do atendimento. De forma sintetizada, pode-se
dizer que o setor elétrico nacional é caracterizado atualmente por:
 Desverticalização do sistema, com segregação e independência das
atividades de geração, transmissão e distribuição antes monopolizadas;
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 Coexistência entre empresas públicas e privadas, planejamento e operação


centralizados;
 Livres negociações entre geradores, comercializadores e consumidores
livres;
 Leilões regulados para contratação de energia para distribuidores, que
fornecem energia para consumidores;
 Mecanismos de regulação contratuais para compartilhamento de ganhos de
produtividade nos setores de transmissão e distribuição promovendo maior
segurança e efetividade nos serviços.

2. Matriz Energética Nacional:

A matriz energética é o conjunto de todos os tipos de fontes de energia que um país


produz e consome. A matriz nacional em 2014, composta predominantemente pela fonte
hidráulica com uma participação de 65,2%. Essa predominância dar-se-á em virtude da
disponibilidade de água que o país apresenta, bem como o relevo. Entretanto, houve uma
redução em relação a matrizes anteriores, por exemplo, a de 2011. Esse avanço se dá
principalmente em virtude do desenvolvimento de políticas voltadas para melhor rendimento
e resultado, com a instalação de usinas térmicas a gás, carvão mineral e a álcool, vale
destacar também o avanço significativo com o uso de energias renováveis, destacando-se
solares e eólicas.

Fonte: https://ben.epe.gov.br/
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Fonte: https://brasilnosso.wordpress.com/matrizes-energeticas-do-brasil/

3. Matriz Energética do RN:

O estado do Rio Grande do Norte entre meados de 2009 e 2014 apresentou um


avanço significativo na produção de energia elétrica e na diversificação de sua matriz
energética, destacando principalmente a condição de autossuficiência e o desenvolvimento
das politicas energéticas renováveis. O estado conquistou o primeiro lugar nacional em
leilões federais envolvendo fontes renováveis de energia, alcançando o patamar de
provedor regional de energia. A independência energética no setor representa investimentos
e uma situação de tranquilidade energética, que facilita a atração de outras cadeias
produtivas na economia do estado. De acordo com o Centro de Estratégias em Recursos
Naturais e Energias Renováveis (CERNE) a estimativa é que o setor no Rio Grande do
Norte tenha recebido nos últimos 5 anos, investimento de R$ 3 a 4 bilhões. A expectativa,
até o ano de 2018, é que a capacidade produtiva do estado chegue a 5.006.063 KW ou até
mais. Embora, tenhamos esse destaque no cenário alternativo e renovável de energia, a
maior participação produtiva da matriz potiguar é oriunda de termoelétricas, cerca de 70%
do que é escoado para o sistema nacional. Com a escassez de chuvas, a cadeia produtiva
energética potiguar, enfrente altos custos com insumo (combustível) para a produção
térmica, ocasionando aumentos para os consumidores. O preço de venda e comercialização
por Megawatt produzido é determinado pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica) e atualizado semanalmente, dependendo da disponibilidade hidráulica, a este valor
denominamos PLD (preço líquido da diferença). Quanto menor a confiabilidade do setor
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hidráulico, maior o PLD, melhor o preço pago pelo Megawatt produzido por térmicas. Abaixo
um gráfico que demonstra a evolução do setor energético potiguar.

Gráfico-1: Fonte: economia-do-rn.blogspot.com

4. Geração Termoelétrica de Cogeração – UTE Jesus Soares Pereira:


4.1. Parque Produtivo Petrobras - RN

A Usina Termelétrica do Vale do Açu Jesus Soares Pereira (UTE - JSP), mais
conhecida como Termoaçu, localizado no município de Alto do Rodrigues, no estado do Rio
Grande do Norte. É um ativo de cogeração, ou seja, produz energia elétrica e energia
térmica (calor/vapor superaquecido do processo) simultaneamente. A Petrobras fornece o
gás natural, transportado e entregue pela Transpetro ao city gate (local de recebimento do
gás) na UTE, atualmente o consumo diário deste combustível, utilizado para as duas
turbinas é em torno de 2.100.000 m 3. Essa tecnologia denominada cogeração permite que
a energia contida no combustível (gás natural) usada para o acionamento do gerador
térmico, seja aproveitada com uma maior eficiência energética, em torno de 85%. Este
vapor gerado no processo é vendido para própria Petrobras, donde é injetado nos campos
de produção de óleo de Alto do Rodrigues e Estreito, ajudando na fluidez ao óleo de alta
viscosidade, característico da região.
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A usina foi inaugurada em 19 de setembro de 2008, numa cerimônia realizada na


UFERSA (Universidade Federal do Semiárido) da cidade de Mossoró – RN. Estavam
presentes na época, o presidente Luís Inácio Lula da Silva, Garibaldi Alves, Sérgio Gabrielli
(Presidente da Petrobras), Fernando Haddad (Ministro da Educação) e o ministro de Minas
e Energia Edison Lobão.

Foto: UTE Jesus Soares Pereira (Unidade de Cogeração)

4.1.2 Produção elétrica e produção de vapor (cogeração qualificada)

A usina produz 320 MWh bruto de energia elétrica, cerca de 50% (632 MWh) do
consumo de energia elétrica do estado do Rio Grande do Norte, segundo dados da Cosern
(Tabela-1). Além desta participação significativa na matriz energética do RN, a produção de
vapor superaquecido a alta pressão para injeção nos poços petrolíferos do Estreito e Alto
do Rodrigues, segue firme incrementando com sucesso a produção de barris de petróleo. A
usina celebra contrato de produção de energia para com três empresas, a saber: Petrobras,
COSERN (Companhia Energética do Rio Grande do Norte) e COELBA (Companhia
Energética da Bahia). Devido a essa forma de produção combinada, calor e energia elétrica
disponibilizada por uma fonte primária de energia, como o gás natural respeitando os
requisitos mínimos de eficiência energética definidos pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL) a UTE foi classificada de cogeração qualificada. Essa condição isenta o
agente gerador de aplicar anualmente, o montante de, no mínimo, 1% de sua receita
operacional líquida em P&D do setor elétrico. Esta definição foi publicada em diário oficial da
união em 18 de novembro de 2014. Antes de tal enquadramento, a contribuição da usina foi
de R$ 4 milhões, sendo R$ 2,4 milhões deste montante repassados diretamente para o
Ministério de Minas e Energia (MME) e Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e
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Tecnológico (FNDCT) e R$ 1,6 milhões, direcionado para projetos internos no âmbito de


P&D do setor de energia elétrica da ANEEL.

Tabela-1: COMPORTAMENTO DE CONSUMO 2014 x 2013 (em GWh)

Fonte: Cosern

4.1.3 Produção integrada entre UTE – JSP e UO – RNCE

A parceria da UTE – Jesus Soares Pereira (UTE – JSP) com o ativo de produção
Alto do Rodrigues (ATP-ARG), da unidade de operações de exploração e produção do Rio
Grande do Norte (UO-RNCE), para geração de vapor e a injeção nos campos de produção
de óleo, vêm apresentando bons resultados para a companhia. Em virtude do fornecimento
deste vapor, em dezembro de 2014 os campos Altos do Rodrigues e Estreito, juntos,
bateram recorde de produção com 7.139 barris de petróleo por dia (bpd).
Afirma Gerente Setorial Jean Carlos Costa (ATP-ARG/OP-ET) (2015,
http://portalpetrobras.petrobras.com.br) “Estamos implantando o projeto
RC3205, que prevê até 2019 a perfuração de mais de 600 novos poços e outros
200 serão recompletados”.

O gerente setorial de operações da termoelétrica, Emerson Gomes da Costa,


ressalta a superação de limites nos resultados da usina no ano de 2014.
“em 2014 alcançamos recordes de produção ao ano tanto na geração de vapor
quanto na elétrica, com uma geração média anual de 420 t/h (toneladas/hora)
de vapor e 296 MWh de energia elétrica, o equivalente ao consumo de uma
cidade de 1 milhão de habitantes”(2015,
http://portalpetrobras.petrobras.com.br), declarou.

A parceria entre as unidades foi iniciada em 2010, com a implantação do vaporduto


que transporta o produto da UTE até os campos do E&P. No ano de implantação do projeto,
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a média de produção foi de 1.895 bpd no campo de Estreito. Em 2014, a média de produção
da área influenciada pelo vapor injetado de forma contínua, produzido pela termelétrica,
chegou a 4.530 bpd, um incremento significativo de 140%.

“O método consiste na injeção de vapor superaquecido no reservatório


formando um banco de vapor que se condensa e transfere calor para o óleo,
para a água e para a própria rocha, inclusive as das camadas adjacentes”.
Apresenta dois modos de operação: cíclico e contínuo. O modo cíclico alterna
fases de injeção e produção num mesmo poço, enquanto que no modo
contínuo a injeção permanece num mesmo poço injetor até os poços
produtores vizinhos serem atingidos pelo banco de alta temperatura.
“Normalmente, a fase cíclica precede a contínua, sendo considerada apenas
uma coadjuvante no processo de aumentar a recuperação de petróleo”,
(Lacerda, 2000).

4.1.4 Resultados da injeção de Vapor Superaquecido


4.1.5 Campos de Alto do Rodrigues e Estreito

Para complementar as informações que foram citadas anteriormente, fora


pesquisado alguns números da cadeia produtiva de óleo, condensado e gás liquefeito
natural no campo de Alto do Rodrigues e Estreito, sendo demonstrado abaixo em gráfico e
sua respectiva tabela acompanhando dados específicos ao respectivo período.

Gráfico-2: PRODUÇÃO EM MÉDIA ANUAL (ALTO DO RODRIGUES)


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Fonte: http://painelportalep.petrobras.com.br/producaoanual
TABELA-2: PRODUÇÃO MÉDIA DO ALTO DO RODRIGUES
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Fonte: http://painelportalep.petrobras.com.br/producaoanual

Pode-se observar de acordo com as informações apresentadas que houve um


incremento significativo na produção, a partir da entrada da operação do vaporduto em
2010, no trecho referente aos campos de Alto do Rodrigues, confirmando a importância do
projeto de recuperação.
Referente ao campo de Estreito verificou que o efeito gerado pela injeção do vapor
superaquecido, é bem mais significativo que nos campos de Alto do Rodrigues. A média
anual de produção é apresentada no gráfico e na tabela seguinte, vale salientar que nos três
últimos anos o crescimento é salutar, mais uma vez demonstrando a relação de parceria
entre a usina de cogeração e os campos petrolíferos desta região e a importância
possivelmente da expansão deste projeto para áreas adjacentes.
Gráfico-3: PRODUÇÃO EM MEDIA ANUAL (ESTREITO)
Fonte:

http://painelportalep.petrobras.com.br/producaoanual

TABELA-3: PRODUÇÃO MÉDIA DO ESTREITO


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Fonte: http://painelportalep.petrobras.com.br/producaoanual

5. GERAÇÃO SOLAR NO ALTO DO RODRIGUES – RN:

O aproveitamento da energia gerada pelo Sol, inesgotável na escala terrestre


de tempo, tanto como fonte de calor quanto de luz, é hoje, uma das alternativas
energéticas mais promissoras para enfrentarmos os desafios do novo milênio. E
quando se fala em energia, deve-se ter em mente que o Sol é responsável pela
origem de praticamente todas as outras fontes de energia.
A crise energética de 1973 renovou e ampliou o interesse em aplicações
terrestres. A criação de incentivos econômicos em países como Alemanha e Japão
estimulou o crescimento mundial da tecnologia solar fotovoltaica, inicialmente com
foco em instalações de pequeno e médio porte. Desde 2007 observa-se também um
aumento nos investimentos em plantas de larga escala, impulsionado pela queda
nos custos da tecnologia e o aumento nos custos da geração convencional (RENI,
2011). Modificou-se, também, o perfil das empresas envolvidas no setor. Nos
Estados Unidos, as empresas de petróleo resolveram diversificar seus
investimentos, englobando a produção de energia a partir da radiação solar. Nesse
contexto, a Petróleo Brasileiro S/A – Petrobras apresenta ao Instituto de
Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Norte
(IDEMA) para efeito de apreciação o projeto sustentável e limpo de energia, a Usina
Fotovoltaica (UFV) Alto do Rodrigues com potência de 2,0 MW. A Petrobras
possui em seu planejamento estratégico a meta de investir seletivamente em
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geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis. A instalação da UFV Alto


do Rodrigues visa estudar a influência mútua entre o sistema de distribuição e uma
central de geração fotovoltaica, conhecer, na prática, todos os custos envolvidos na
implantação, operação e manutenção de uma usina deste tipo. Além disto, o projeto
tem por objetivo oferecer estímulo à nacionalização dos produtos e serviços, uma
vez que a cadeia de produção de módulos fotovoltaicos e equipamentos específicos
para esses sistemas não está ainda adequadamente desenvolvida no Brasil, e
estimular a formação de pessoal qualificado para atuar no setor.
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5.1. UFVAR – Usina Fotovoltaica do Alto do Rodrigues – PETROBRAS – RN

O projeto da Usina Fotovoltaica do Alto do Rodrigues, de caráter


demonstrativo para geração de energia elétrica tem a finalidade de desenvolver o
conhecimento tecnológico do comportamento de usinas fotovoltaicas em sistemas
interligados visando suporte a futuros projetos de geração em caráter comercial.
Cabe ressaltar que o porte da planta deve permitir a observação dos impactos da
conexão ao sistema elétrico local, dos aspectos construtivos, de operação e
manutenção de uma unidade comercial. A produção da usina fotovoltaica será
disponibilizada no Sistema Interligado Nacional – SIN, sendo utilizada na própria
Petrobras em um dos seus empreendimentos no Rio de Janeiro e conectada a rede
da Companhia Energética do Rio Grande do Norte – COSERN. O empreendimento
faz parte do ativo da UTE Jesus Soares Pereira, contribuindo para o
desenvolvimento técnico e tecnológico do Rio Grande do Norte, mas, principalmente
para o município de Alto do Rodrigues, que contempla a área do projeto. Para a
escolha do local, consideram-se a irradiação local, a tecnologia desenvolvida e os
fatores de logística. O empreendimento teve um orçamento inicial de 21 milhões,
este projeto piloto faz parte do programa de pesquisa e desenvolvimento da ANEEL,
lançado em 2011, que tem por objetivo desenvolver instalações solares e otimizar
em sustentabilidade a matriz energética nacional.

5.1.2. Pontos positivos da implantação do projeto UFVAR:

Em todas as fases do projeto e, em especial na fase de implantação, foi


efetuada contratação direta de trabalhadores e trabalhadoras, aumentando a oferta
de empregos na região. Deve-se considerar ainda a criação indireta de empregos
dentro do município com o aumento dos serviços de comércio, por exemplo,
hospedagem, alimentação, transporte e entretenimento.
O empreendimento, proporcionou um aumento da renda local da população e
arrecadação tributária, contribuiu para o incremento tecnológico e divulgação do
conhecimento em novas áreas e principalmente o aumento da oferta de energia
limpa.

FIGURA-3: UFVAR – Petrobras RN


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Foto: Usina
Fotovoltaica do Alto do
Rodrigues - RN

6. GERAÇÃ EÓLICA NO RIO GRANDE DO NORTE:

A geração eólica ganha grande destaques no Rio Grande do Norte, isto se deve em
grande perto por estarmos localizados geograficamente na “esquina do continente”,
caracterizando o RN, como um dos melhores lugares para este tipo de atividade.
Basicamente uma formação regular de ventos que vêm do Atlântico Sul, rebatendo na costa
africana e chegando a ponta brasileira, especificamente no Rio Grande do Norte. O estado
do RN possui 67 parques eólicos, que produzem 1,80 GW de energia segundo o CERNE.
Os investimentos nesta área já passam dos R$ 400 milhões, podendo chegar a R$ 1,8 a 2
bilhões. A principal vantagem deste tipo de geração é a não geração de poluentes para o
meio ambiente quanto relacionado com outros métodos energéticos, por exemplo, a térmica
e a hidráulica que geram diversos problemas ambientais e sociais. A principal dificuldade
encontrada para a expansão deste setor tem sido a logística de transporte e mobilidade para
escoamento dos equipamentos de grande porte e a limitação de linhas de transmissão
podem ser os grandes desafios a serem superados pelo governo e suas políticas de
incentivo e infraestrutura. Outro importantíssimo ponto a ser citado é a geração de
empregos, aumento do PIB dos municípios ao redor, elevação do IDH e o aumento da
qualidade de vida dos habitantes da região.

6.1. Parque Eólico de Mangue Seco – Rio Grande do Norte – Petrobras:


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A Petrobras mediante sua política de pesquisa, tecnologia e desenvolvimento em


recursos energéticos investiu cerca de R$ 424 milhões para a implantação do seu primeiro
parque de geração eólica. Este campo conhecido como Mangue Seco é composto pelas
seguintes usinas: Cabugi, Juriti e Mangue Seco, já estão operacionais oito meses antes do
compromisso selado com ANEEL. Os contratos de venda de energia para as usinas foram
ofertados no primeiro leilão de energia eólica, realizado em dezembro de 2009 e tem
validade de 20 anos.
O acordo com a ANEEL previa que a energia gerada pelas usinas seria
disponibilizada para o SIN (Sistema Interligado Nacional) em 1º de julho de 2012, mas, a
Petrobras antecipou seu cronograma e todo o parque eólico está em operação desde 1º de
novembro de 2011, com a entrada em operação da última usina, a Juriti. A usina Potiguar
está em operação comercial desde 26 de agosto de 2011 e as usinas de Cabuji e Mangue
Seco, desde 24 de setembro de 2011 e 6 de outubro de 2011, respectivamente.
Localizadas no entorno da Refinaria Potiguar Clara Camarão, às margens da
Rodovia RN 221, no município de Guamaré. As usinas são compostas por 52 aerogeradores
de 2 megawatts cada. Com estas características o Parque Eólico de Mangue Seco possui a
maior capacidade instalada no país com este tipo de geração, 104 MW, suficientes para
suprir o consumo de energia elétrica a uma população de 350.000 habitantes.

FIGURA-4: Parque Eólico de Mangue Seco

Fonte: http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/2011/11/02/primeiro-parque-eolico-da-petrobras-
entra-em-operacao-comercial/

6.2. Parque Eólico de Macau – Petrobras:


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A experiência da planta pilota de Macau, foi um marco importante para a Petrobras


que procurava um local para aplicação de um projeto piloto, a região já vinha sendo
estudada desde 2001. O investimento no projeto foi de R$ 6,7 milhões, com data inicial de
operacionalização para dezembro de 2003, escoando a produção na rede elétrica interna da
Petrobras que passara a alimentar as plataformas Aratum I e II de produção offshore. São
três aerogeradores de 600 kW cada um.
A aplicação deste projeto demonstra a preocupação da empresa com a
responsabilidade social, econômica e no desenvolvimento da tecnologia para o estado do
RN, atuando destacadamente na diminuição das desigualdades econômicas regionais.

7. CONCLUSÃO

O presente trabalho traz como finalidade a apresentação de dados importantes para o


desenvolvimento socioeconômico do Rio Grande do Norte. Em especial aos municípios
citados, Alto do Rodrigues, Guamaré, Macau e os outros distritos que ficam ao redor da
região que são influenciados diretamente pela rotatividade econômica, marcada pelas
prestações de serviço indiretos e diretos. A atividade petrolífera do RN, não tem um objetivo
apenas financeiro, mas, principalmente no avanço social com a oferta de empregos, com a
perspectiva de vida aumentada em virtude das arrecadações tributárias e de royalties que a
atividade da Petrobras gera na região.
É inegável que uma saída imediata da empresa brasileira do estado ocasionaria uma carga
violenta de desemprego, afetando diretamente os municípios que oferecem serviços as
empresas do setor privado, a novos habitantes temporários ou nativos, impactando
diretamente no avanço social, econômico, tecnológico e cultural. O que se pode e deve
fazer é criar vias de alternativas, como por exemplo, a ampliação do projeto de recuperação
de poços petrolíferos através da injeção de vapor oriundo da termoelétrica, investir em
setores de energia renovável que possa contribuir de maneira positiva para o
desenvolvimento, para a sustentabilidade e o incremento da geração elétrica do nosso
estado.
Estima-se que com a retirada dos investimentos e a retração dos negócios geridos pela
Petrobras no RN possa trazer um desemprego de aproximadamente 8.000 trabalhadores,
impactando de maneira significativa a região e o Rio Grande do Norte.
8. FONTES BIBLIOGRÁFICAS

 http://www.inee.org.br/forum_co_geracao.asp
Petrobras: Energia & Desenvolvimento no RN

 http://jucern.rn.gov.br/Conteudo.asp?
TRAN=ITEM&TARG=54487&ACT=null&PAGE=null&PARM=null&LBL=NOT
%C3%8DCIA
 http://www.maisrn.org.br/perfil-rn/infraestrutura/energia/
 http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2015/07/brasil-bate-recorde-na-producao-de-
energia-eolica
 http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/termoacu-esclarecimento-ao-jornal-o-
globo.htm
 http://agorarn.com.br/politicaagorarn/george-soares-quer-que-petrobras-e-termoacu-
perfurem-pocos-no-baixo-acu/
 http://www.portalabeeolica.org.br/

 http://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/inicio

 http://www.aneel.gov.br/

 http://www.ons.org.br/home/

 http://www.mme.gov.br/

 Leite, Antônio Dias – 1920 – Eficiência e desperdício da energia no Brasil – Rio de


Janeiro, 2013

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