Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BACCAN Quimica Analitica Quantitativa El OCR
BACCAN Quimica Analitica Quantitativa El OCR
BACCAN
JC. DE ANDRADE
O E.S. GODINHO
J. 3. BARONE
1º Edição publicada em co-edição com a
Universidade Estadual de Campinas
Conselho Diretor: Plínio Alves de Moraes (Presidente), Aécio Pereira
Chagas, Alcides Carvalho, André Tosello, Antonio
Cândido M. de Souza, Antonio Carlos Neder, Antonio
M. de Rezende, Carlos A. Arguello, Carlos Tontoli,
João A. Meyer, Jorge Lobo Migliolo, José Aristodemo
Pinotti, Júlio Seabra I. de Souza, Lourival C. Mônaco,
Márcia M. Campos, M. Aparecida M. dos Santos,
Maurício Prates de Campos Filho, Morency Arouca,
Nubor O. Facuri, Olavo Baptista Fº., Paulo Anna Bob-
bio, Paulo Gomes Romeo, Rogério C.C. Leite, Sérgio
P. da Silva Porto, Tioeturo Yagui, Ubiratan D'Ambro-
sio, Wallace A. de Oliveira, Walter A. Hadler, William
Reitor:
Vice-Reitor:
PlínioPaulo
AlvesJ.Gomes
de
daMoraes
Silva,
Romeo
Wilson Cano.
NIVALDO BACCAN
JOÃO CARLOS DE ANDRADE
OSWALDOE.S. GODINHO
JOSÉ SALVADOR BARONE
Professores do Instituto de Química
da Universidade Estadual de Campinas
QUÍMICA ANALÍTICA
QUANTITATIVA ELEMENTAR
EDITORAEDGARD BLÚCHERLTDA.
Obra publicadapela
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Em co-edição com a Editora Edgard Blúcher Ltda.
CIP-Brasil.Catalogação-na-Fonte
Camara Brasileira do Livro, SP
Q61
Quimicaanalíticaquantitativaelementar / Nivaldo
Baccan ... fet al.). -- São Paulo : Edgard
Bllcher ; Campinas : Universidade Estadual de
Campinas, 1979,
Bibliografia.
1. Química analítica quantitativa I. Baccan, Ni-
valdo, 1946-
79-0606
Campinas, 1979
Os autores
CONTEÚDO
Capítulo
ERROS E1 TRATAMENTO DOS DADOS ANALÍTICOS ..........
Algarismossignificativos .......
pe
REA
E
emErro de uma medida .........
Desvio........ccccsc
co.
Exatidão
Capítulo
NATUREZA II eFÍSICA
precisãoDOS
..........
PRECIPITADOS
.....
1...
........ana.a
ava...
Voe...
vu... ..........
....
..................
na .o.a...
e...
una.
......
...Uu....
..asao
on.
a...oa.
Dao.
Da...
aa.
a.o...
ars
asa
ma
a
. Tipos de erros..............
. Precisão de uma medida .......
Limite de confiança da média ...
. Propagaçãode erros..........
Rejeição de resultados ........
30
Coprecipitação.
............. 35
35
36
5. b) por adsorção
Pós-precipitação
Precipitação na
de uma superfície
.......
solução ... “uau...
ace.
homogênea
o......................
.,........
o... ... a...
iu...a.vw
oa
37
38
VOLUMETRIA
Capítulo
1. b)
Titulação
a) Construção
Fundamento
HI de ácidos
DE
das
do
NEUTRALIZAÇÃO
curvas
uso
fortes
dos
de
com
indicadores.
titulação...
basesfortes...
.....................
...............
...................
..............O
c)
2. d) A escolha
Titulação
Cálculode do indicador.
doácidos
erro de
fracos .....
titulação
com bases
.. o...
fortes...
..............
vv... .... a... aa
Capítulo IV
VOLUMETRIA
DE PRECIPITAÇÃO
..............cc.co.... 69
1. Construçãoda curvade titulação........cicccccccc
sc. 69
a) Vagt= 0 ml... css snsc 70
b) Vagt= 250ml.......l. lacre 70
c) Vagt= 50,0ml..... area iacrerr rara 0a n
d) Vagt= 75,0ml......c
clero 72
2. Fatores que afetam a curva de titulação .......ciccccccco.. 74
3. Detecção
dopontofinal.
.......ciccccccccsccccc
olo 7%
Capítulo V
VOLUMETRIADE ÓXIDO-REDUÇÃO
..................... 78
1. O processo de oxidação e redução ..........ccccicccccs. 78
2. As semi-reações.
......cccccccilcsc e 79
3. Pilhas ou celas galvânicas .....cccccccccccccsccc 80
a) Transferênciadireta de elétrons .. .......ccclcclcc 80
b) Transferênciaindireta de elétrons .......cccccccccc.. 80
4. Potencialda semi-reação
(ou potencial da meia-cela)........... 82
5. À equação de Nernst .......cccccccclll 84
6. Cálculo do potencial da meia-celausando os valores de Eº....... 86
7. Curvasdetitulação......ccccclclcl a 87
a) Considerações
gerais....ciccccccccccccci
cc 87
b) Construção das curvas de titulação...
......cccccccccc.. 89
8. Detecção do ponto final ........cccccccccccc 96
Capítulo VI
TITULAÇÕESCOMPLEXOMÉTRICAS
...............c..... 102
1. Variação das espéciesde EDTA em função do pH da solução
aquosa
.....ccccccrc canas 102
2. Curvas de titulação .....PPP 105
3. Efeitodetampõese agentes
mascarantes.
.......cccclcc. 109
4. Indicadores metalocrômicos .......ciccccccccsiicccs 112
5. Escolha do titulante. . .....cccclliccccl 115
6. Métodos de titulação envolvendo ligantes polidentados ......... 117
a) Determinação por titulação direta .......ccccccccc. 0 117
b) Determinaçãopor titulação indireta (titulação de retorno
ou retrotitulação)......cccccccccli
rr 117
c) Determinaçãopela titulação dos íons hidrogênio liberados..... 117
d) Determinaçãopor titulação de deslocamento.............. 117
Capítulo VII
TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO .................. 121
A. PESAGEME BALANÇA ANALÍTICA .................... 121
1. Históriada pesagem...
.....ccccccccccnc 121
2. Massae peso ......ccclcclccccccrerc
cceraerereo 122
3. Teoriadapesagem ........ccccccccccl
ccecr rare 123
4. Balança depratoúnico ......cccccccccllcs
cc 126
5. Propriedadesde uma balança..........ccccccccicc. 126
6. Erros na pesagem. .......cccccccclctrccrrcerere 127
7. Pesageme cuidados com uma balança de prato único ........ 130
B. USO DOS APARELHOS VOLUMÉTRICOS..........Ca 131
1. Provetasou cilindros graduados.........ccccccccccs. 132
2. Pipetas.......ccccccic
cc rcrcernccrerara 132
3. Buretas....... Eee
ear araerrera 134
4. Balõesvolumétricos..........ccciccccccccrc
rare 138
5. Influênciada temperatura...
.....cccccrccccc
cc 139
C. LIMPEZADOSMATERIAISVOLUMÉTRICOS............. 140
1. Soluções
delimpeza.
........cccceccrcerccc
cerca 141
2. Técnicas de limpeza ......cccccccccicc cicero 141
D. TÉCNICAS USADAS EM GRAVIMETRIA ................. 144
1. Preparodasolução.......cccccccclccciccse
ces 145
a) aberturacomágua...
.....cccciccecercerer
era 145
b) abertura com ácido clorídrico .. ......ccccccccccco. 145
c) abertura com ácido nítrico ........ccccccciccccco 145
d) aberturacomágua-régia
.......ccccccc
cticiss 145
e) abertura com ácido fluorídrico ......ccccccccccco 145
f) abertura por fusão com carbonato de sódio anidro ........ 145
g) abertura por fusão com peróxido de sódio e hidróxido de sódio. 145
h) abertura por fusão com pirossulfato de potássio.......... 145
2. Precipitação .......ccccccscccs cerca rea 146
a) solubilidade ........ e 146
b) características físicas ...........per err 146
c) pureza ....ccccclclcl screen rr 146
3. Digestão.....ccclcicilci sessenta 147
4. Filtração ...... eee aeee 147
5. Lavagem
..cclccllcs
crer errar 150
6. Secagemou calcinação .......cclccccscscsctttraras 151
7. Pesagem
.....clllccc scene eeer ares 153
Capítulo VIII
PRÁTICAS DE LABORATÓRIO ..............ci.c.cc... 154
A. DETERMINAÇÃO
DE ÁGUAEM SÓLIDOS............... 154
B.CALIBRAÇÃO
DEUMAPIPETA
...........cc
cce 159
C. GRAVIMETRIA.........cclclclcccs
rr 160
1. Análise gravimétrica convencional ......cccccccccccc. 161
1.1Determinação
de ferro...
........cccccccccsc
cce. 161
1.2 Determinação de sulfato .......cccccccsccccco 165
1.3 Determinação de cloreto..........cccccccccc 167
2. Análise gravimétrica por precipitação a partir de uma solução
homogênea...........c....Ene 170
2.1 Determinação de chumbo ........ccccscccccc. 170
2.2 Determinaçãode níquel .......cccccliiccicicce 172
D. VOLUMETRIA..........cccc are 174
1. Volumetria ácido-baseou de neutralização ............... 177
1.1 Determinação de ácido clorídrico e ácido acético ........ 178
1.2 Determinação de uma base fraca com um ácido forte ..... 180
1.3 Determinação de ácidos polipróticos .. .........c..... 181
2. Volumetriade precipitação.
.......cccccsccccrc
cc 185
2.1 Determinação de cloreto —método de Mohr............ 189
2.2 Determinação de prata — método de Volhard........... 190
2.3 Determinação de cloreto —método de Fajans........... 191
3. Volumetriadeóxido-redução.
......cccccccccicccc 191
3.1 Determinações permanganométricas ........cccccc.. 192
—Análisede ferro em minério...
......cccscccc
cs. 193
3.2 Determinações iodométricas..........ccccccsccc. 196
— Análise de uma amostra de água oxigenada........... 201
—Análisede cobre...
.......cccccccsilscscr
cre 202
4. Complexometria
........lcccccccc
cc.Mera 203
4.1 Determinação da dureza da água ......ccccccccccco. 205
4.2 Separaçãopor troca iônica de níquel e cobalto e
determinaçãocomplexométrica destesmetais ........... 206
4.3 Determinação de cálcio e magnésio em calcário ......... 209
4.4 Determinação de cálcio em leite........ccccccccc.. 211
Sugestõespara leituras complementares.
...........ccccciccccoo. 213
Apêndices........ici cc crecresce
Índice .eccccc
rerenenenenamaner
raros 215
241
CAPÍTULO |
ERROS E TRATAMENTO
DOS DADOS ANALÍTICOS
1. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS
que
o algarismo
daprimeira
casa
decimal
jáéduvidoso.
Nesse
caso,
diz-se
queO
algarismo da segundacasadecimal não é significativo, isto é, não tem sentido
fíSICO.
A massadessecorpo determinada com a balança analítica deve ser re-
presentada
como11,1213
g,umavezque
a incerteza
damedida
éde+0,0001
g.
Não é correto expressar essa massa como 11 g, 11,1 g, 11,12g, ou 11,121 g,
pelasmesmasrazõesjá demonstradas.
22
0,1145 *
2,3145
Oresultado
a sertomado
deve
ser2,3g(%)
O número 2,2 é o que apresentaa maior incertezaabsoluta, a qual está
na primeira casa decimal. Por esta razão, a incerteza do resultado deve ser
localizada também na primeira casa decimal.
b) Um pedaço de polietileno pesou 6,8 g numa balançacuja incerteza é
*0,1 g. Um pedaçodestecorpo foi retirado e pesadoem uma balançaanalítica
cuja massamedida foi de 2,6367 g. Calcular a massado pedaço de polietileno
restante.
6,8
2,6367
4,1633
(+)Quandofor necessário
arredondarnúmeros,a seguinteregradeveserseguida:
Se o dígito que segue o último algarismo significativo é igual ou maior que 5,
então o último algarismo significativo é aumentado em uma unidade. Caso este
dígito seja menor que S,o último algarismo significativo é mantido
6 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
c) Na somade
1000,0
10,05 +
1,066
1011,116
Exemplos:
Calcular o número de moles existentes nos seguintesvolumes de solução
0,1000M de HCI.
a) 25,00 ml
nº de moles = 25,00 X 0,1000 X 10" = 2,500 X 107? moles
b) 25,0 ml |
nº demoles= 25,0X 0,1000X 10º = 2,50X 10"*moles
c) 25 ml
nº demoles
= 25X
0,1000X107?
= 2,5X 107?
moles
d) Na titulação de 24,98ml de uma solução de HCl foram gastos
25,11 ml de solução de NaOH 0,1041 M. Calcular a molaridade do HC].
M 25,11 X 0,1041
= 0,104642...
Hci 24,98
Mga = 0,1046.
Exemplo: .
Natitulação
de24,98
ml deHCIforamgastos
25,50
ml desolução
de
NaOH0,0990 M. Calculara molaridadeda soluçãode HCI.
25,50 X 0,0990
M = = 0,1010608...
24,98
M = O,1011M.
Exemplo:
24,95 X 0,1000
X = 25,05 = 0,0996007...
Oresultado
deveria
serapresentado,
segundo
a regra
prática,
por
X = 0,09960.
Mas,como
aincertezadeve
estarnaquarta
casa
X = 0,0996.
(+) A incerteza relativa é calculada dividindo-se a incerteza absoluta pelo valor da grandeza
e multiplicando-se este valor por cem ou por mil. Assim,
* 0,0001 “+ :
—0,0990
X1000
=£1 parte
pormil
8 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
E=X-Xy. | (1.1)
E = Erro absoluto.
X = Valor medido.
X, = Valor verdadeiro.
O erro de uma análise é geralmente escrito em termos relativos, sendo
calculado através da relação
E
E, =X, . (1.2)
Erroabsoluto= 32,90
- 33,30= -0,40%(absoluto).
Acrescenta-sea palavra absoluto neste caso para não seconfundir com O
erro relativo, que também é expresso em porcentagem.
0,40 -
Erro
relativo
= 33.30
X 100
= -1,2%
(relativo)
ou -12 partes por mil.
0,0005
Erro relativo = X 100 = +0,5%
0,1005
ou +5 partes por mil.
Erros e tratamento dos dados analíticos 9
3 DESVIO '
di=X-X. (1.4)
4. EXATIDÃO E PRECISÃO
Xv
( valor
verdadeiro
)
(a)
(b)
(cl)
I6G 17 18 19 20 2
Figura1.1—Diferentesconjuntosde medidas
queilustramos conceitosde exatidãoe
precisão
(a) —Medidas precisas e exatas
(b) —Medidas precisas mas inexatas
(c) —Medidas imprecisas e inexatas
5. TIPOS DE ERROS
Erros determinados
a) Erros de método
Quando se realiza uma análisecostuma-seseguir ou adaptar um procedi-
mento ou método retirado da literatura. Entretanto, a realizaçãode análises
segundoum determinadométodopodeinduzir a erros,inerentesao próprio
método,não importandoquão cuidadosamente se trabalhe.Por exemplo,
quando se faz uma análise volumétrica usando-seum indicador inadequado
comete-seum erro. Este erro só serácorrigido trocando-seo indicador usado.
Os erros inerentes a um método são provavelmente os mais sérios dos
erros determinados, pois são os mais difíceis de serem detectados.
Em gravimetria os erros de método mais comuns são aqueles devidos a
solubilidade dos precipitados, a coprecipitaçãoe pós-precipitaçãoe a decom-
posição ou higroscopicidade da forma de pesagem.Em volumetria, cita-se O
uso impróprio de indicadores e a aplicação do método a concentraçõesina-
dequadas,
b) Erros operacionais
Sãoerrosrelacionados
com asmanipulações
feitasdurantea realização
dasanálises.Elesnão dependemdaspropriedadesquímicase físicas do sistema,
nem dos instrumentos utilizados, mas somente da capacidade técnica do
analista. Alguns exemplos de erros operacionaisem análisesgravimétricase
volumétricas são: deixar o béquer destampado,permitindo a introdução de
poeira na solução; deixar um líquido contido em um frasco sob forte aque-
cimento, sem cobrilo com um vidro de relógio; quando da filtração em uma
análise gravimétrica, não remover o precipitado completamente; derramar
inadvertidamente líquidos ou sólidos dos frascos que os contém; usar
pipetas e buretas sujas, lavar em excesso ou insuficientemente um pre-
cipitado; calcinar precipitados durante un tempo insuficiente; pesar cadinhos
ou pesa-filtros antes de estarem completamente frios; deixar o cadinho ou
outro material esfriar fora do dessecador,antes de ser pesado, ... etc.
c) Erros pessoais
Estes erros provêm da inaptidão de algumas pessoasem fazerem certas
observações,corretamente. Por exemplo, alguns indivíduos têm dificuldades
emobservar
corretamente
a mudança
decordeindicadores
(ex:observam
a
viragem do indicador após o ponto final da titulação).
Outro erro, muito grave, classificado como erro pessoal, é o chamado
erro de pré-julgamento ou de preconceito. Este erro ocorre quando o analista,
após fazer uma determinação, força os resultados de determinaçõessubse-
quentes da mesma amostra, de modo a obter resultados totalmente con-
cordantes entre si,
12 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
Erros indeterminados
Mesmo na ausência de erros determinados, se uma mesma pessoa faz
uma mesma análise, haverá pequenas variações nos resultados. Isto é conse-
quência dos chamadoserros indeterminados,os quais não podem ser locali-
zados e corrigidos. .
Entretanto esteserros podem ser submetidosa um tratamento estatístico
que permite saber qual o valor mais provávele tambéma precisãode uma
série de medidas. Admite-se que os erros indeterminados seguem a lei da
onde Y corresponde
a probabilidade
de ocorrêncial")deum dadovalorX; da
variável X, u é a média da população e o é o desviopadrão. O termo
(X; - 4) é o desviodeX; em relaçãoa média.
A representação gráfica da lei de distribuiçãonormal é mostradana
Fig.1.2.Nestafigura,a probabilidade
deocorrência
é tomadaem funçãodos
H |
grandeza da variável, X |
Figura 1.3 —Curva normai quando afetada por um erro determinado (linha tracejada)
2 = (Xi-ulo Probabilidade
deum
(+) desvio
maior quenumericamente
z
0,00 1,00
0,10 0,92
0,20 0,84
0,30 0,76
0,40 0,69
0,50 0,62
0,60 0,55
0,70 0,48
0,80 0,42
0,90 0,37
1,0 0,32
1,5 0,13
2,0 0,046
2,5 0,012
3,0 0,0027
4,0 0,00006
5,0 0,0000006
A
3
Cx)
(>
X> CX
XX (X>
XXX) XX) (X5
PASS
LS LESS SS
| O 4 -2 O +» -3 0 +3
desvio, X-H
9
Figura1.4—Fração
(aproximada)da
áreasoba curvadedistribuição
normal
entreoslimi-
tes tio, +20 e 139
16 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
valoyu=Xtlo,u= X+200uyu
= X+30,com
68%,
95%ou99,7%
de
probabilidade.
Considere-seo exemplo:
Sabe-seque o teor de cálcio num composto varia de 50 a 60%. Após ter
realizado um número muito grande de análises, um analista determinou que o
desvio-padrãorelativo da determinaçãoé de 3,0 partes por mil. Se o valor do
resultadode uma análiseisoladafoi de 55,30%em Ca?*,qual o intervalo que
deve estar o valor verdadeiro do teor de cálcio nessa amostra, com uma pro-
babilidade de 99,7%. Admite-se a ausência de erros determinados.
Pela Tab. 1.1 tem-se que, para uma probabilidade de 99,7%, o valor de
z é igual a 3. Então, o intervalo em que deve estar a média da população é
u=4+3.
Na ausência de erros determinados pode-se escreverque:
X, =X
+30.
É necessáriocalcular o valor de o, desvio padrão absoluto, a partir do desvio
padrão relativo.
4]
55,30
X1000
=3,0
“30X 55,30
9 = 1000 = 0,17%(absoluto).
“ TX-ul | |
6 = Eldicul, (1.6)
Erros e tratamento dos dados analíticos 17
0= [En (1.7)
ondeN éo número
demedidas.
A variança
éovalordodesvio
padrão
elevedo
ao quadrado,0”.
Na prática, em química analítica, o número de determinaçõesé geral-
mente pequeno e o que se calcula são as estimativas do desvio médio e do
desviopadrão,representadas
pelossímbolosdes, respectivamente.
A estimativa
dodesvio
médio
écalculada
pelaequação!
- LZlÃj- A
d = NO” (1.8)
e a estimativado desviopadrãoé calculadapelaequação:
s= [EG
N=1 (1.9)
ig == (1.10)
= | (1.11)
Sy = N º
As expressões
(dy/X)X 100e (sx/X)X 100correspondem
à estimativa
do
desviomédio da média e à estimativado desviopadrãoda média,em termos re-
lativos.
*) & e . ) a
(E)
X é a médiaaritmética
deumpequeno
númerodemedidas,
sendo
umaestimativa
de|4,
a média verdadeira. Quanto maior o número de medidas, melhor é a estimativa
18 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
Considere-seo exemplo:
Na análise de ferro em uma amostra, realizada segundo um dado mé-
todo, um analistaobteveas seguintesporcentagens do elemento:31,44; 31,42;
31,36e 31,40%.Calcularo desviomédioe o desvio-padrão
de umasimples
medida e da média, em termos absolutos e relativos.
X; 1X;-*] (X;-X)
d=did =0,030%
(absoluto).
em termos relativos,
0,030
31,40X 1000
= 1,0partepormil.
Desvió-padrão
de uma simplesdeterminação
s= /ares=0,043%
(absoluto)
e o desvio-padrãorelativo
0,043
3140* 1000
= 1,4partes
pormil.
Desvio médio da média
Desvio-padrãoda média
- SO 0,022%
. Sx.| Va | , 0,
em termos relativos
0,022 j .
+—— = 0,70partespor mil.
31,40X 1000=
(1.12)
emqueN é o número
dedeterminações
a partirdasquais
foi obtida
a
média X. O valor de z é tirado da Tab. 1.1. Mostra-se então que:
— O
o valorde 1 depende
do númerode observações.
Quando
N tendeparainfinito,os
valores de t coincidem com os de z. Este parâmetro é conhecido como t de Student
20 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
Número de
resultados 95% de 99% de
Probabilidade Probabilidade
(N)
2 12,71 63,66
3 4,30 9,93
4 3,18 5,84
5 2,78 4,60
6 2,57 4,03
7 2,45 3,71
8 2,37 3,50
9 2,31 3,36
10 2,26 3,25
1 2,23 3,17
12 2,20 3,11
13 2,18 3,06
14 2,16 3,01
15 2,15 2,98
16 2,13 2,95
17 2,12 2,92
18 2,1 2,90
19 2,10 2,88
20 2,09 2,86
oo 1,96 2,58
8
u=X+t
JT (1.15)
a qual foi desenvolvidapor W. S. Gosset em 1908 (que assinavaseustrabalhos
pelo pseudônimo
de Student)
paracompensar
a diferença
existente
entre
ge X além de levar em conta que s é simplesmenteuma aproximação de o.
Erros e tratamento dos dados analíticos 21
3
u=X+t
VN
E
= 31,40 + 3,18 Sel
I
Va
u = (31,40 + 0,17%.
8. PROPAGAÇÃODE ERROS
—Maga Molci”
GCIDamos
X Mol
AgóI
X 100.
No cálculo do teor de CI” estãoenvolvidasduasquantidadesmedidas,
quais sejam,a massade AgCl e a massada amostra. O problema é sabercomo
os erros envolvidosnas pesagens da amostrae do precipitadoAgCl, afetam o
resultado final, isto é, deseja-sesaber como os erros das grandezasenvolvidas
afetariam o resultado da análise.
R — Resultado calculado
A, B, C, —quantidadesa partir dasquaisR é obtido
En, EA EB Ec —Errosdeterminados
absolutos
emR,4, BeC.
ER= )z À Estimativa
dos
desvios-padrão
relativos
deR,A,BecC
R calculadocomo somaou R calculadocomo produto
diferença ou quociente
AB
R =A +B - C R = TC
Erros determinados Erros determinados
S Ss 8
R A B C R A B. C
Exemplos:
a) Na análise de ferro contido em uma solução, usou-senos cálculos
um valor do volume da pipeta afetado por um erro de +1%. Nesta análise o
elemento é determinado gravimetricamente na forma de Fe, O,. Entretanto,
antes de ser pesado,o precipitado foi calcinadoem uma temperatura na qual o
óxido retém 2% de umidade. Calcular o erro resultante na concentração de
ferro.
= MFe0s 2Mol Fe
Cre
(8!)= vtm)x103É Mol
Fe,0;'
onde V(ml) = Volume da pipeta em mililitros.
Os erros das quantidades medidas aqui são erros determinados e a
concentração de ferro é calculada a partir de um quociente.
Pela Tab. 1.3 tem-se que neste caso
FAX100
=+2%,
SEX100
=+1%
SRx100
=+2-(+1)
=+1%.
O erro relativo na concentração de Fe?* será de + 1% ou + 10 partes
por mil.
SR= +04sy + sp
sa = £ V (0,0001)?
+ (0,0001)?
sa = £ 0,00014 g.
sp = Vs ts»
sr = £ (0,01)? + (0,01)
sp = £ 0,014ml
MMGXVXIOS
(moles/1),
Erros e tratamento dos dados analíticos 25
onde:
m" = massa
debiftalatodepotássio;
Mp = pesomoleculardo biftalatodepotássio;
V' = volume da soluçãode NaOH gastona padronização,em mililitros.
Como trata-se de erros indeterminados
SR
R =+ (4)?
A / +B
E)
Onde, no caso:
R = molaridadeda soluçãode NaOH;
sp = desvio-padrãoabsoluto da concentraçãoda soluçãoNaOH;
A = massade biftalato de potássio;
sa = desvio-padrão
absoluto
damassa
debiftalato
depotássio;
B = volume da solução de NaOH;
sp = desvio-padrãoabsoluto do volume da solução de NaOH.
S4 & + 0,00014g
ss = £0,014ml.
Desta forma, para
A = 0,8000g
e B = 40,00
ml
R 40,8000 40,00
>
RR + -4,
Ê N
+4,0X10
R X1000
=+0,4
partes
por
mil.
Para
4 = 0,0800g e B = 4,00ml
S 0,00014) » 0,014 12
SR = + DR +l —
R 0,0800 4,00
26 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
SR
R =++3,9X107º,
-3
= X 1000
=+4partes
por
mil.
Este problema mostra que se na padronização do NaOH for tomado
0,0800
g e não 0,8000
g de biftalatode potássio,tem-seum desvio-padrão
relativo do resultado dez vezes maior.
Quando dispõe-sede pouco material para análise, torna-se necessário
calcular a massa mínima que deve ser tomada para que o desvio-padrão do
resultado não ultrapasseum certo valor. As equaçõesmatemáticasnecessárias
para que tais cálculos sejam efetuados podem ser derivadasa partir daquelas
contidas na Tab. 1.3.
9. REJEIÇÃO DE RESULTADOS
(e) Se Q > Quo (obtido através da Tab. 1.4), o menor valor é re-
- jeitado.
(f) Se o menor valor é rejeitado, determinar a faixa para os valores
restantes e testar o maior valor da série.
(g) Repetir o processoaté que o menor e o maior valoressejamaceitos.
(i) Se o menor valor é aceito, então o maior valor é testado e o processo
é repetido até que o maior e o menor valoressejamaceitos.
() Quando a série de medidas é constituída por três valores, apa-
rentemente um valor será duvidoso, de modo que somente um teste precisa
ser feito.
Número de resultados
(N) Q 90%
0,94
0,76
0,64
0,56
0,51
0,47
0,44
ad 0,41
% Cu: 15,42; 15,51; 15,52; 15,53; 15,68; 15,52; 15,56; 15,53; 15,54;
15,56.
% Cu: 15,42; 15,51; 15,52; 15,52; 15,53; 15,53; 15,54; 15,56; 15,56;
15,68.
Menor valor = 15,42 n = 10
Faixa = 15,68 - 15,42 Q9ou = 0,4
1542-1551] —0,09
O =so8-154) 096)
28 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
O-— 115,68
15,68 -- 15,42
15,56]0,26
0,12= 0,46.
Como O > Q9oy.»O valor 15,68 é rejeitado.
Com os valores restantes, o menor valor é testado novamente
Testa-se então o maior valor, que agora é 15,56%. Como o seu valor
mais próximo é 15,56, verifica-se que ele é aceito, porquanto Q = 0.
O menor valor da série (agora 15,51%) é então novamente testado.
O= 115,51
15,56 -- 15,51
15,52] 0,01. 0,2.
0,05
X:30,30;:30,30; 30,28.
A simples aplicação do teste Q levaria a rejeição do valor 30,28, que na
realidade deve ser retido na série.Às vezesé aconselhável(quando se tem de
3a 5 dadose há somenteum valor duvidoso)usara mediana? dosvaloresem
vez do valor médio, pois a mediana não é influenciada pelo valor discrepante.
(5)Para
adeterminação
dovalor
deuma
mediana
deve-se,
inicialmente,
ordenar
osvalores
numéricos do conjunto de medidas em ordem crescente (ou decrescente) e, em se-
guida, verificar se o número de medidas é par ou ímpar. Se for ímpar, a mediana é
tomada como sendo o valor central, de modo a se ter o mesmo número de valores
acima e abaixo deste valor
Ex: 4,78; 4,81; 4,89; 4,95; 4,99 — Mediana = 4,89.
Se o número de valores é par, então a mediana é tomada como sendo a média entre os
dois valores centrais da população
Ex: 35,44; 35,78; 35,81; 36,04; 36,10; 36,19; 36,38; 36,68;
Medi:
36,04 + 36,10 = 35,07
ediana = 3
30
CAPÍTULO II
NATUREZA FÍSICA
DOS PRECIPITADOS
exemplodeprecipitado
coagulado'
que,comono casodosprecipitados
gelati-
nosos, devem ser aglomeradosantes da filtração.
ÍONS EM SOLUÇÃO
SUPERSATURADA
Diâmetro: 0,0001/0,001 u
b
NÚCLEOS NÃO
FILTRAVEIS
y
PARTÍCULAS COLOIDAIS
NÃO FILTRÁVEIS PELOS COLÓIDE
FILTROS COMUNS à
ESTABILIZADO
Diametro: 0,001/014u
CRISTAIS PEQUENOS
Diômetro. GI/IOW
y
CRISTAIS GRANDES
FILTRÁVEIS
COMFILTROS AGREGADOS AGREGADOS
MÉDIOS OU GROSSOS
CRISTALINOS COLOIDAIS
Diâmetro: >IO
4
I Il II
Grau
dedispersão
=MO,
onde,
S = solubilidade do precipitado no estado de equilíbrio;
Q = concentração dos íons em solução no instante anterior ao da pre-
cipitação;
K = constante;
(Q-S) = grau de supersaturação.
Natureza física dos precipitados 33
—
Xo
concentração
4. CONTAMINAÇÃODOS PRECIPITADOS
Coprecipitação
À coprecipitação é o processo pelo qual substânciassolúveis se incor-
poram aos precipitados durante sua formação. Por exemplo, o precipitado de
BaSOs,proveniente da mistura de soluçõesde BaCl, e Na,SO4,pode estar con-
taminado com sulfato de sódio, ainda que este sal sejabastante solúvel em água.
A coprecipitação pode se dar de duas maneiras:
a) por formação de soluçõessólidas;
b) por adsorçãona superfície.
nãoé possível.
Ummododesecontornar
o problema
é colocara substância
contaminante sob outra forma química antes da precipitação. Por exemplo, a
coprecipitação
deBaCrO4
no BaSOs
podeserevitadaseo íonCrOZfor redu-
zido a Cr**, antesda precipitação.
Pós-precipitação
Algumas vezes, quando o precipitado principal é deixado em repouso
em contato com a água mãe, uma segunda substância pode precipitar lenta-
mente por reaçãocom o agenteprecipitante e depositar-sesobre a superfície
das partículas do precipitado de interesse. Este fenômeno é chamado de
pós-precipitação.
Um exemplo clássico deste processoocorre quando o oxalato de cálcio
é precipitado na presençade magnésio.O oxalato de magnésionão precipita de
imediato porque apresentauma tendênciaem formar soluçõessupersaturadas.
Assim, se o precipitado de cálcio for filtrado imediatamente, pouco ou
nenhum magnésioserá arrastado.Mas, sea soluçãofor deixada em repousopor
38 QUÍMICA
ANALÍTICA
QUANTITATIVA
ELEMENTAR
íonsCrOZ”
tornando-se
eletricamente
negativas.
Logo,algumas
daspartículas
tendem a arrastar cátions e outras ânions, de maneira que os dois tipos de im-
purezas estarão presentesno precipitado formado. Esta situação existe en-
quantoos íonsmigramum na direçãodo outroparaformarmaispartículas.
Como resultado, os precipitados formados pela mistura de'duas soluçõessão
impuros e consistemprincipalmentede partículaspequenas.
Na técnica de precipitação de uma soluçãohomogêneao reagentepreci-
pitante não é adicionadocomo tal, mas é geradopor meio de uma reaçãoqui-
mica cineticamente lenta e homogêneaem todo seio da solução,resultando na
formação de cristais maiores e mais puros.
Essetipo deprecipitação
podeseraplicadoparaqualquersistema
noqual
o reagentede interessepossaser gerado lenta e uniformemente. As mudanças
físicas do meio que podem ser usadasincluem a volatilização de um solvente
orgânico ou da amônia, causandoum decréscimona solubilidade do composto,
ou um abaixamentodo pH da solução.As reaçõesquímicasúteis são aquelas
que podem gerar o íon ou composto de interesseou que produzam íons H*
ou OH” a fim de aumentar ou abaixar o pH da solução. É claro que a reação
não deve ser muito lenta para não consumir muito tempo na análise, bem como
não deve ser tão rápida a ponto de causaruma concentração local excessiva.
É muito comum neste processo o uso da hidrólise da uréia em solução
quente produzindo amônia e dióxido de carbono,aumentandoo pH do meio:
CAPÍTULO III
VOLUMETRIADE NEUTRALIZAÇÃO
Kwy
= [H50*]
[0H"]
À primeira vista pode-sepensar que a reaçãoentre quantidadesequiva-
lentes de um ácido e de uma base resultaria sempre em uma solução neutra.
Entretanto isto não é sempre verdade, por causa dos fenômenos de hidrólise que
acompanham as reações entre ácidos fortes e basesfracas ou ácidos fracos e
bases fortes.
Além disso, a detecção do ponto final na volumetria ácido-basepode se
tornar difícil devido a efeitos tamponantesgeradosno meio reagente,que po-
dem prejudicar a açãodos indicadores.
Estas características dos sistemas ácido-base devem ser bem conhecidas e
estarsob controle durante a realizaçãode uma análisepor neutralização,razão
pela qual o comportamentode tais sistemasseráestudadomais detalhadamente
a seguir, através das curvas de titulação de alguns sistemasácido-basemais
comuns.
(Osimplificadamente,
H* + OH”> H,0
42 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
A. TITULAÇÃODE ÁCIDOSFORTESCOMBASESFORTES!)
Cyci = 0,100M.
Segue-seque
[H*'] = 0,100M,
e portanto
pH = 1,00.
O cálculo do pH da solução após a adição de 25,0 ml da base (Vp =
= 25,0 ml) ilustra a maneirade se determinar o pH para os pontos que ocorrem
antes do ponto de equivalência. Nestes casostem-se uma solução contendo
excesso de ácido e o sal formado na reação. O problema então se resume
(*) Maisrigorosamente
serianecessário
considerar
a equação
[H'] = CHct* [0H”]. Entre-
tanto,comonestecaso[0H"] < CHcr a equação
acimapodeseraproximada
para
LH"] = Cher
Volumetria de neutralização 43
emquenão éonúmero
demoles
deHCIquerestou
sem
reagir
e Véovolume
total da solução.
Mas
nHCI= NHCI
- "NaOH, (3.3)
em que"Hc) corresponde ao número de moles do HCl presentesinicialmente, e
NNaoH correspondeao número de moles de NaOH adicionados.
Substituindo-sea Eq. (3.3) na Eq. (3.2).
. hgci —PNaoH
+ VaMa - VoMb
o citaram
[H J = Va + Vp (3.9)
Resolvendo-senumericamente a Eq. (3.9) pará o caso em questão,obtém-se
+
[HO =
—- (50,060,0
X 0,100 - 25,0X 0,100)X 107?
+ 25,0) X 10
[Na*] = [CIT] =
50,0X 0,100= 5,00 X 1072M,
100,0
Como todo íon H* e todo íon OH” destasoluçãoprovémda dissociação
da
água, tem-se que
[H*] = [0H]. (3.11)
Substituindo-sea expressãode [OH”] da Eq. (3.11) na expressãodo pro-
duto iônico da água
[H*] [0H"] = 1,00 X 101º, (3.12)
tem-se
HNaoH
x
CxaoH
z
= —7
—4 * .
(3.14)
onde ny,0H é O número de moles de NaOH que restou sem reagir e que pode
ser calculado através da equação
de .
nNaOH = NaOH - NHCI (3.15)
em que nNa0H € "Hci tem o mesmo significado que na Eq. (3.3). Substituin-
do-se a Eq. (3.15) na Eq. (3.14) chega-sea
AnaoH —PHcI
CNaoH
=4 . (3.16)
Volumetria de neutralização 45
Substituindo-se
o valordeCnaog da Eq. (3.17)na Eq. (3.13)
og]
[0H"] =
= (bb —Vo
Va + FaMa (3.18)
loH"] = (75,0X(75,0
0,100+-
50,0
50,0) XX1073
0,100)
X 10%
1 250 Q
[0H] = 550 = 2:00 X 102M
pOH = 1,70
pH = 14,00 - 1,70
pH = 12,30.
Na Tab. 3.1 são mostrados os valores de pH calculados para outros vo-
lumes de titulante.
Vnaontml) pH VwaoH
(ml) pH
Quando
osdados
daTab.3.1sãocolocados
em»umgráfico,
obtém-se
a
curva da titulação mostrada na Fig. 3.1.
149
120
I0,0
80
60
40
20
Vnaoon
tm)
Figura3.1—Curvade titulaçãode 50,0ml deumasolução
0,100
M deHClcomNaOH
equimolar
[HS
E” 10,
e, portanto,
pH =pK-1.
Por outro lado, quando a relaçãoentre asconcentraçõesda forma básica
e forma ácida for igual a 10 (ou maior que 10), observa-sea predominânciada
cor básica, como se todo o indicador estivessenesta forma. Assim, quando
[In]
10 (3.203)
[HIn]
fenolftaleina
vermelho
“alaranjado
de
metila
metila
de|
VNa
OHEmi)
Figura 3.2 — Curvas de titulação de um ácido forte com uma baseforte e intervalo de pH
de viragem de alguns indicadores
(a)Vitulaçãode 50,0 ml de HCi 0,100
M com NaOH0,100M
(b)Titulaçãode 50,0ml de HC10,0100 M com NaOH
0,0100 M
(*) Para se calcular o erro de titulação basta substituir os valores de Vpr e VPpEna Eq.
(3.15). Por exemplo, se o volume no ponto de equivalênciafor 50,0 ml, substituindo-se .
estes valores na Eq. (3.15) tem-se um erro de -1 x 102 ou -1%. Este tópico será
tratado mais detalhadamente em seguida
50 QUÍMICA
ANALÍTICA
QUANTITATIVA
ELEMENTAR
VaMa- VreMo
[H*Jpr= V; + Vpr
Fazendo-se a aproximação
e substituindo-se
osdemaisdados.dopróblemana-equação
acimatem-seque:
Vpe = 50,00- 1,0 X 107?
Vpr = 49,99 ml.
49,99 - 50,00
Erro de Titulação = X 100 = -0,02%.
50,00
Considere-seoutro problema:
50,0ml de uma solução0,0100Mde HCl sãotituladoscom NaOH
0,0100
M usando-se
fenolftaleínacomoindicador.Calcularo errodetitulação
tomando-seo pH no ponto final como sendoigual a 9,0.
Como no problema anterior, deve-seobter uma expressãopara o cálculo
do volume de titulante no ponto final da titulação. Neste casoparte-seda Eq.
(3.18), que é usadapara o cálculo da concentraçãode íons hidroxila após o
ponto de equivalência.
VeeM, - VaMa
OH” =
Se pH = 9,0
[0H"]pr = 1,0 X 1075.
Aproximando-se
Va t+ Vpr = 100,0 ml
e substituindo-seos demaisvaloresna equaçãode Vpr tem-se:
Vpr = 50,00 + 1,0 X 1071
Vpr = 50,10 ml
50,10 - 50,00
Erro de.Titulação =
50,00 X 100= +0,2%.
2. TITULAÇÃODEÁCIDOSFRACOS
COMBASESFORTES
Como no caso anterior aqui também é necessáriosaber como o pH da
solução varia em função do volume do titulante. A partir da curva de titulação
é possívelsabercomo o pH da soluçãovaria nasproximidades do ponto deequi-
52 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
valência
e consequentemente
decidirsea titulaçãoé possível
ou não.Elapermite
também a escolha do indicador mais adequadopara a titulação, isto é, aquele
que apresenta a viragem menos gradativa e que induz um menor erro de titu-
lação.
Cyac = 0,100M
[H*P = (1,8 X 10%) X 0,100
[H*] = 1,3 x 10º
pH = 2,89.
Volumetria de neutralização 53
VaMa- VoMp
CHAc = AESA (3.27)
A Eq.(3.30)
corresponde
aobalanceamento
dematerial
sobre
asespécies
acetato, e a Eq. (3.31) ao balanceamento de carga da solução.
b4 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
Cac-[H*] = KaCHAc
1H] = Kg Ca (3.34)
Kw
k, = 90X
1000 co vg
hº 48X 103
Espéciespresentes na solução: H*, Ac”, HAc, OH”, Na”.
O sistema de equaçõesnecessáriopara solução do problema é o seguinte:
Cac = [Na*]
e substituindo-se
Cac”daEq. (3.37)naequação
(3.38)tem-se
[H*] + [HAc] + ftAcT] = [Ac] + [0H"]
[H*] + [HAc] = [0H"]. (3.39)
A Eq. (3.39) pode ser aproximada para
[HAc] = [0H"] (3.39a)
e a Eq. (3.37) pode ser aproximada para
[Ac] = CAç. (3.37a)
56 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
Substituindo-se
ovalorde[HAc]
naEq.(3.35)chega-se
a: daEq.
(3.394)
eovalor
de[Ac]daEq.
(3.
37a)
Cac-Kn = [0H]
[0H] = (5,5 x 10!) X (5,0 X 1072)
[0H"P = 2,8 x 10!
[0H"] = 5,29 x 1076
pOH = 5,28
pH = 14,00 - 5,28 = 8,72,
que é o pH no ponto de equivalência.
O cálculo do pH da solução após a adição de 75,0 ml de base ilustra a
maneira de se calcular o pH para pontos da curva de titulação que ocorrem de-
pois do ponto de equivalência.Paraestescasostem-seem soluçãouma mistura
de NaAc (formado na reação)e NaOH em excesso.
VM, - VM,
AEq.
(3.40)
éidêntica
àEq. (3.17),
considerada
notópico
tulação de ácidos fortes com basesfortes referente
34
cNaOH=- (75,0X
0,100
+- 50,0)
(75,0 50,0X0,100)
X 107?X102 2,50
“125,00
CNaoH= 2,00 X 102M
LOH”] = Cxaom
[0H] = 2,00 x 107?
pOH = 1,70
pH = 14,00 - 1,70 = 12,30.
Na Tab. 3.2 são apresentados os valores de pH para os outros pontos da
titulação e, para efeito de comparação, os valores numéricos de pH obtidos na
titulação de 50,0 ml de um ácido genérico HA com uma constante de dissocia-
ção iguala 1,0 X 1077.
Quando os dados da Tab. 3.3 são colocados em um gráfico obtém-se a
curva de titulação mostrada na Fig. 3.3.
Embora não se tenha calculado o erro de titulação, é fácil perceber por
estesgráficos que indicadores cujos intervalos de viragemestão na região ácida
(como alaranjadode metila e vermelho de metila) não devem ser usadosna
titulação de ácidos fracos com bases fortes, enquanto que a fenolftaleína
mostra-se adequada para esta titulação.
Volumetria de neutralização 57
O 2,9 4,0
5 3;8 6,0
25 4,8 7,0
45 5,7 8,0
49,5 6,8 9,0
49,9 7,5 . 9,6
49,95 7,8 9,7
50,00 8,7 99
50,05 9,7 10,0
50,10 10,0 10,2
50,5 10,7 10,7
55 11,7 11,7
75 12,3 12,3
100 12,5 12,5
re e memme o ee mm
140
12,0
I0O0Elo...
Lo.
|fenolftaleina
Go vermelho de
metila
40 === [uerniido
=> 0000 0-4.
4
t
' ——
de metila
*
Al.
1 1 AA 1. l j À
0 200 400 600 BOO 1000
VNa oHtmi)
Figura3.3 —Curvade titulaçãode S0,0ml de ácido acético0,100
M com NaOHequi
mokir A curva tracejada mostri a titulação de HC! com NaOH
58 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
12,0
10,0
8O
6,0
Eme
40
20
Figura 3.4 —Curvasde titulação típicas para ácido forte e ácidos fracos (com K variando
de 10-2 a 10-10) com base forte
CnHj = [Ci]
pode-se
substituiro valor de Cnygjda Eq. (3.50) nã Eq. (3.49)
[H*] + [NH] = [NH5]+ [NH] - Cy, + [0H],
donde obtém-se
(NH;
] = Cng,. (3.512)
Substituindo-sea expressãode [NHs] da Eq. (3.51a) na Eq. (3.48), tem-seque
[NH]= CnHj
- (3.52)
Substituindo-se
osvalores
de[NH;
] daEq.(3.51a)
ede[NHg
| daEq.(3.52)
na
Eq. (346):
CnHj [0H] = K,Cny,
Esta equaçãoé usadapara calcular [OH”] nos pontos antesdo ponto de equiva-
lência, com exceção do ponto em que Va é igual a zero.
No caso particular do problema proposto:
Ao “sv 3,33 X 107?
[0H]=(1,8
X107)
X 333
X 107
[0H] = 1,8 X 10%
pOH = 4,75
pH = 14,00 - 4,75
pH = 9,25.
Atinge-se o ponto de equivalência da titulação após a adição de 50,0 ml
de ácido (V, = 50,0 ml). Neste ponto da titulação tem-se uma solução
5,00 X 1072 M de NHsCI, concentração esta calculada através da equação
VaMa VoMp
CnHj = [CI] = Va + Vp. Va + Vh
(50,0 X 0,100) X 107º
CnH:, 100,0 X 107º
Kn = 5,5 X 101º.
Espéciespresentes na solução: NHs, NH4, H*, OH”, CI”.
Sistema de equaçõesusadaspara solução do problema:
pH = 5,28.
O cálculo do pH após a adição de 75,0 ml de ácido ilustra a maneira de
se calcular os valores de pH após o ponto de equivalência. Nesta região da curva
de titulação a [H*] é calculada depois de se determinar a concentraçãodo HCl
da solução resultante. Pode-sededuzir, de modo análogo à Eq. (3.8), que:
Volumetria de neutralização 63
VaMa - VoM» à
ma +
Cyci
(75,0x 0,100
- 50,0
x 0,100)
x 107
(75,0 + 50,0) x 10%
Cuci = 2,00 X 102M
[H"] = Cya
[H*] = 2,00 x 102M
pH = 1,70.
uma
base
forte
comácido
/
forte.
Veciêmi) pH
0 11,1
5 10,2
25 9,3
45 8,3
49,5 73
49,9 6,6
49,95 6,3
50,00 5,3
50,05 4,3
50,1 4,0
50,5 3,3
55 2,3
75 1,7
100 1,5
DO
64 QUÍMICA
ANALÍTICA
QUANTITATIVA
ELEMENTAR
vermelho
de metila
alaranjado
de metila
Vuctml)
Figura3.5 —Curvasdetitulaçãode NH;
e NaOHcomHCI
14,0
12,0
10,0
80
L
a
60
40
2.0
Vuci (ml)
Figura 3.6 — Curvas de titulação típicas para base forte e basesfracas (Kp entre 102 e
10-10) com ácido forte
4. TITULAÇÃO DE ÁCIDOSPOLIPRÓTICOS
140
12,0
10,0
80
AL
a
609
40
2,0
12,0
10,0 t
80
6.0
Comentários
HCl + HO 2 H0*+ CI
ácido 1 base 2 ácido 2 base 1
HO + HO > HO! + 0H
ácido 1 base 2 acido 2 base 1
onde ácido l/base | e ácido 2/base 2 são os pares ácido-base (ácidos e bases
conjugados)do processo.
Outros solventes, além da água, são também considerados por esta
teoria. Ex.:
CAPÍTULO IV
VOLUMETRIADE PRECIPITAÇÃO
/
A
Nestepontotem-se
umasolução
0,100
M deNaCle portantoa concen-
tração de íons CI" é igual a 0,100M
[CIT] = 0,100M
pCl = -log [CI]
pCl = - log 0,100
pCl = 1,00.
b)Vas* = 25,0
ml
Este ponto ilustra a maneirade se calculara [Ag*] antesdo ponto de
equivalência da titulação. É conveniente calcular a concentração do íon em
excesso, que, neste caso, é o íon cloreto. Admite-se para fins de cálculo que a
reação é total, isto é, que todos os íons são consumidos para formar Opreci-
pitado, e, em seguida,raciocina-secomo se o precipitado estivessena presença
dos íons em excesso.Nesta situação a concentração total de CI" é igual a
concentração de cloreto que restou sem reagir mais o cloreto proveniente da
solubilidade do precipitado. Isto é descrito pela equação:
[Cllexc. = concentração
de cloretoem excesso
[CH
Iso. = concentração
decloreto
proveniente
da solubilidade do precipitado.
Como os íons Ag* B e Cl” reagem
B “mol a mol”(*), tem-se que:
Levando-se
emcontaque,noicasoemquestão,
[Cl lo É [CIJexc.>
à
Eq. (4.4) pode ser aproximadapara: |
[CH] =
VerX
VerXMer) --(VagtX
Mer) (VasX Mat
Maço (4.43)
(Var) + (Vag?)
[CH]
= 3,33x 1072M. ad
Pai |
Parase calcular[Ag*] substitui-seo valor da concentração
de CI" na
expressãodo produto de solubilidadedo cloreto de prata.
K9º = [Ag'] [CI]
Ko
ms
LAg ] o [CI] º
Como Kº AgCl = 1,56 x 107!º
+]3 — 1,56 x 10719 — -9
Ag") = 533 x 10477 468 x 10
c) Vag* = 50,0ml
[CI] = 1,25X10SM
pÃg = 4,90
ç
pCl = 4,90.
à)Vagt
=750
ml
Este ponto mostra a maneirade se calcularas concentrações
de Ag* e
Cl” nos pontosque ocorremapóso ponto de equivalência
datituláção.
É convenientecalcularinicialmentea concentração
deíonsAg”, pois sãoestes
íons que estão em excessoapós o ponto de equivalência. A concentração total
dos íons Ag” na soluçãoseráigual a concentraçãode íons Ag* em excesso,
maisa concentração
de íonsAg* proveniente
dasolubilidade
do precipitado
AgCl.
[Ag'] = [Ag'lexc.
+ [Ag'Tool (4.6)
em que
[Ag'Texc.
é à concentração
deíonsAg*emexcesso
e[Ag'
ol aconcentração
de íons Ag” provenientede solubilidadedo precipitado.Assim,
[Ag'lexc
=(Vag*
XMag*)
o(VerXMer) (4.7)
(Vag?)+(Vey)
Uma vez que paracadamol de Ag* dissolvidaocorrea dissoluçãode um mol
de Cl”, tem-se
[Ag')o.
= [CI] (4.8)
Substituindo-seas Eqgs.(4.7) e (4.8) na Eq. (4.6)
a VagtXMD-VaXMa-
Neste
caso,
sabe-se
que
[Ag'exe.
> [Ag'loL
Volumetria
deprecipitação 73
(Agt]
=(75,0
X0,100 - 50,0X0,100)
(75,0 + 50,0) x 10
x 10"?
[Ag*] = 2,00 X 107?
pAg = 1,70.
Substituindo-seestevalor na expressãodo produto de solubilidadetem-se
ks”
[Cr]=
[Ag']
1,56 X 1071º
[Cr] ===
2,00 X 107*
Tabela
4.1—Titulação
de50,0mi deNaCl0,100McomAgNO3
0,100
M
8o
60
o
«
a
40
20
VAgNOs
mt)
Figura4.1 —Curva de titulação de uma solução0,100M de NaCl com uma solução
equimolar de AgNOs. |
(a)
(b)
PAg (b)
20 (a)
Figura4.2—Dependência
do perfilda curvade titulação
coma concentração
dos
reagentes
a) TitulaçãodeNaCl0,100
M comAgNO30,100M
b) Titulação de NaC! 1,00 X 107)M com AgNO3 1,00 X 10? M
Vagno,(Ml)
Figura4.3 —Dependência
da curva de titulaçãocom a solubilidadedo precipitado
formado
a) Titulação
deNal 0,100McomAgNO30,100
M
b) Titulação
deNaCl0,100M comAgNO30,100
M
c) Titulação
deNaBrOs0,100McomAgNO30,100M
76 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
3. DETECÇÃODO PONTOFINAL
[CrO2-]
= 1,0x 102M,
Então substituindo-seestevalor na expressãodo produto de solubilidade:
[Ag'] [CrO4 ]=Ks
Ko
Agtl=/—
As
[Ag
| tc077]
+]. 1,3
x10712
DAM.
Tr
[Ag]=/ 10x1073
[Ag*]= 3,6 X 105M
pÃg=4,44.
Observe na Fig. 4.4 que, embora o ponto final ocorra após o ponto de
equivalência,elesestãobastantepróximos.Levando-se
em conta a definição
de erro de titulação (Eq. 3.22), conclui-se que tal erro é muito pequeno,
Volumetriade precipitação 77
8,0
| Ponto de
60H Equivalência
PAg
=4,90Na
pAg
| Ponto Final
20
[- Metodode Mohr
| PAg e 4,44
0 Loo +
0 20,0 400 600 800
Figura 4.4 — Erro de titulação observado na determinação de CI” pelo método de Mohr
CAPÍTULO V
VOLUMETRIADE ÓXIDO-REDUÇÃO
1. O PROCESSO
DE OXIDAÇÃO E REDUÇÃO
a)Znº+ Cu?*
23 Zn?*+ Cu”
O número de oxidação do zinco variou de O para + 2.
O número de oxidação do íon cobre variou de +2 para 0.
Este é o caso onde íons “simples” estão envolvidos.
b) Cr,07 + 14Ht+ 6Fe?* > 2Cr**+ 6Fe3*+ 7H,0
c) € + O, — CO»
2. AS SEMI-REAÇÕES
Agentes redutores
— oxidam-se;
— fornecem elétrons às substâncias oxidantes;
— têm seus números de oxidação aumentados na reação.
Tem-se que:
MnO3:
substânciaoxidante;retira elétronsdos íons Fe?*. o númerode
oxidação do manganêsvaria de +7 no MnO4 para +2 no Mn?*,
Fe?*: substância redutora; fornece elétrons ao manganêsdo MnO3; o número
de oxidação do ferro varia de +2 para +3.
we
(+) “ é£ preciso
Para melhoresclarecimento “ citar
. « - são
- também
queassemi-reações 4 conhecidas
.
como reações de meia-cela ou simplesmente meia-cela, quando se considera o processo
indireto de transferência
de elétrons.No texto, os dois termosserãoconsiderados
indistintamente
82 QUÍMICA
ANALÍTICA
QUANTITATIVA
ELEMENTAR
piente para outro. A função da ponte salinaé efetuar o contato elétrico entre
as duascubas,de modo a manter a neutralidadede cargasdo sistema.A depo-
sição de Cu?* na cuba (B) deixa um excesso de duas cargas negativasna
solução
deCu?
* e a formação
dosíonsZn?*causa
umexcesso
deduas
cargas
positivas na soluçãode Zn?*. Estascargassãoneutralizadaspelo movimento de
íons através da ponte salina (vide Fig. 5.1).
DDD SD
Ponte
alina
Caos oPora
Eletrodo de
Pt recoberto
com Pt negra
A semi-reaçãoenvolvida é: |
Hg & 2H'+207 Eº=0,000Volts
Admite-se que este processoé dividido em 2 estágios
H»
(g) — H, (sol.sat.), (5.7)
Ho(sol.sat) + 2H" + 2e”, (5.8)
(º)International
Union
ofPure
andApplied
Chemistry
(++) Invertendo-se a semi-reação, inverte-se o sinal do seuPotencial Padrão de Eletrodo
84 QUÍMICA
ANALÍTICA
QUANTITATIVA
ELEMENTAR
Por outro lado, se a Eq. (5.10) fosseinvertida (ao invésda Eq. (5.11)) a
situação seria:
Cuº > Cu?*+2e7 E?!= -0,337 Volts, (5.13)
ondeEf = ES
+ ES.
Isto significa que a reaçãoentre cobre e íons zinco não é espontânea.
5. A EQUAÇÃODE NERNST
RT
=D a o.
a (aA)?
(ab)
AD) RT
EnFgn(20)
(GA) (ab)
(AB)?
onde: E = Potencial real da meia-cela.
Eº
= Constante
característica
dasemi-reação
emquestão
(Potencial
Padrão
de
Eletrodo)?
R = Constante universal dos gases = 8,314 V.C.K"!. mol"!.
T = Temperatura da experiência em graus absolutos (Kelvin).
n = número de elétrons que participa da reação,definido pela equaçãoque
descreve a meia-cela.
F = Faraday = 96493C. mol”!.
Qn= logaritmo natural = 2,303 logio.
(aA), (aB), (aC), (aD) = atividade dos reagentese produtos da reação.
Usando-selogaritmo na base10 e os valoresde R e F, pode-seescrever
que:
Volumetria
deóxido-redução 85
(c)
2H*+2e"
EHoçg E=Eº
-ns ogEn
(d)AgClte
2Ag+CI E=Eº- [log1
(e)Cr,05 + 14H'+6€ E 2Cr**+ 7H,0
0,059 [Cr'*]2.1
E=Eº - log 2- +94 *
6 [Cr,05"HH]
Peloexemplo
(e)verifica-se
quealguns
potenciais
dependemdopHdo
meio. De um modo geral, pode-sedescrevertais sistemascom a equação
química:
Ox + mH'+ ne” *& Red.
86 QUÍMICA
ANALÍTICA
QUANTITATIVA
ELEMENTAR
Aplicandoa equação
de Nernst:
2,303 RT R
Ep 208 Rg Red]
nE [Ox][H*J”
considerando-seas devidas aproximações,se permitidas.
º 1,51"5
Eynos/Mn?*= 0,060 (10)
og (101)
(107 3
0,060, (10!) (10-!)º
Egnoz/Mn?*=
1,51
ts Bos)
Emno
;/Mn?*=
1,51
+0,01210g
1075.
Emnoz/Mn?*=
1,51+ 0,012(-5)
EmnO;/Mn?*
= 1,51- 0,060
Emnoz/Mn?*= 1,45Volts,empH=1.
EmpH =3 o valordo Potencial
deRedução
seria:
(107!) (103
EMnOZ/Mn?*
= 1,51+ 0,012log qo
Emnoz/Mn?*
= 1,51+ 0,012
log107?!
Emnoz/Mn?*
= 1,26Volts.
O mesmo esquema de cálculo é válido para outras semi-reações,
considerando-seas devidas aproximações, quando válidas.
Volumetriade óxido-redução 87
7. CURVASDE TITULAÇÃO :
a) Consideraçõesgerais
O curso de uma reaçãoácido-basepode serseguidoatravésde uma curva
do pH versus
o volumedo titulante.Analogamente,
no casodeumareação
redox,faz-seo mesmoatravésdeumacurvado Potencial(E) versuso volume
do titulante (V).
Para ter-se uma idéia geral do problema, suponha-seinicialmente uma
reaçãoredoxhipotética,compostapelassemi-reações
abaixomencionadas:
Ox, + me & Red, (5.16)
Ox, + ne pra Red.. (5.17)
Para ter-se um sistema redox (total) com as cargas balanceadas,
considera-se
como uma possibilidade:
Red, * Ox, + ne (Xno), (5.18)
Ox, + ne. + Red, (Xn1), (5.19)
na Red;+n,0x, e n,0x: +n1Red,. (5.20)
Supondo-seque nestareaçãoRed, é a amostra,Ox, O titulante e que a
reaçãoé espontânea,pode-secalcular o valor de E (PotencialReal do sistema
total) para cada ponto da titulação de Red; com Ox, e, com estesvalores,
construir um gráfico Potencial versusVolume.
A curva de titulação, por conveniência,pode ser dividida em três seções
principais:
(a.1) A região antes do Ponto de Equivalência.
(a.2) A região no Ponto de Equivalência,
(a.3) A região após o Ponto de Equivalência.
(a.1)—Naregião
antesdoPontodeEquivalência
(PE),oPotencial
Eé
convenientementecalculado a partir da razão entre as concentrações(conhe-
cidas) dos componentesdo par redox da amostra,aplicando-sea equaçãode
Nernst:
qn(Red
|
“E
TOx]
Se
aamostra
está
| inicialmente
naforma
reduzida
(Red;)
ese
Xéa
porcentagem de oxidante (Ox,) adicionado, para O < X < 100 pode-se
escrever
po
E RT
nFgp
tn100-X
X |
88 QUÍMICA
ANALÍTICA
QUANTITATIVA
ELEMENTAR
[Red,] [0x+]
[0x,] eq [Red,|]eq
Multiplicando-se (A) por-n,, (B) por n, e somando-se as equações,
levando-seem consideraçãoa igualdade(C), tem-se que:
(n; + no)Eeg= nEY + n,ES
n1ET+ n,ES
Eeg=
(n + na)
Assim sendo, no Ponto de Equivalência do sistema,o Potencial é uma
média aritmética ponderada dos Potenciais Padrão dos dois pares redox
envolvidos na titulação.
Sen;=n,=hn, Eeq= (E9+E$)/n. Nestascondições
a curvadetitulação
é simétrica nas vizinhanças do Ponto de Equivalência, se os efeitos de diluição
forem desprezíveis.
(a.3) — Após o Ponto de Equivalência,para secalcular o Potencial Real
da solução resultante, aplica-sea equaçãode Nernst ao sistema(par) redox do
titulante (Eq. 5.17).
RT [Red,]
E =ES
- mf ên [0x2]
Admitindo-se reação total entre Red, e Ox>, pode-se escrever que
Volumetria de óxido-redução
[Red, [0x2] = 100/(X - 100), onde [Red,] = 100 (100%), porque todo Ox,
(titulante)transformou-se
em Red, durantea titulaçãode Red,, é [0x2] =
= X - 100,ondeX é a quantidade(emporcentagem) deOx»adicionada, a qual
indicaclaramente quantode Ox, tem-seem excesso nã solução.
Assim sendo, quando X = 200 (isto é, adicionou-se o dobro de
Ox, necessário
paratitular Red,), E = ES. Portanto,apóso Ponto de Equi-
valência,
o Potencial
estarásituadona regiãodeES.
Além destasconsiderações, é necessáriocitar que, aplicando-seconve-
nientementea equaçãode Nernst,é possívela determinação dasquantidades
de cada espéciequímica em equilíbrio, em qualquer instante da titulação.
Exemplo 1
Titulaçãode25,00ml deumasolução
deFeSOs0,1000
N comsolução
0,1000
N deCe?*
emmeio
sulfúrico.
Considere-se
atemperatura
datitulação
como sendo T = 30º C
Semi-reações:
Cettte” & Ce** Eº=+1,44 Volts, (5.21)
Ft+e & Fe? Eº=+0,77 Volts. (5.22)
Invertendo-se(5.22) e somando-secom (5.21) tem-se
Cett+e 2 Cet Eº=+1,44 Volts, (5.23)
Fe?*t > Fe'*+ e” Eº=-0,77 Volts (5.24)
Reação Total:
Ce?t+Fe?*t 2 Ce!t+ Fe? Eº=+0,67 Volts. (5.25)
ComoSEº = EF > 0, a titulaçãodeFe?*comCe**podeserefetuada,
desde
que as condiçõeso permitam.
Seja consideradaa região da curva antes do Ponto de Equivalência.
quantidade
detitulante,
sendo
esteo potencial
inicial(deReferência)
parao
processo.
n9demoles
deFe?*
quenãoreagiram
=n*Fe?*=
(nºFe?*
- nCe**)
=
= 2,000 mmoles.
Tem-se então que:
0,060, [Fe*]
log .
1 [Fe?*]
No presente caso, pode-seescreverque
+0,060 log(nFe
E=Ebotjpe?t Fe3*/V
"1Vora)
l (n*Fe?*/Vrotal)
0,060 (nFe**
E=Eftjpet + logERREI
.
Assim,
0,060 0,500
E=Efotypet
+ I lo
085000
=0:77
+0,060
log
0,250
E = 0,73 Volts.
nºFe?*
= 2,500mmoles'
nCe3*
= nFe3*= 12,50X 10?X 0,1000= 1,250mmoles
(nºFe?*- nCe**)= nº*Fe?*
= 1,250mmoles
1,250
E = 0,77 + 0,060 10g E = 0,77 Volts.
1,250
Deve-seobservar que após a adição da metade da quantidadede titu-
lante necessáriapara que o Ponto de Equivalênciasejaatingido, o Potencialdo
sistema é igual ao Potencial de Eletrodo do par redox da amostra, no caso,
Fe'*/Fe?*.
Usando-se a mesma sistemática de cálculo, obtém-se os valores E =
= 0,81 Volts e E = 0,91 Volts após a adição de 20,00 ml e 24,90 ml do titu-
lante, respectivamente.
E mm
EjtnaE3
eq nmtn
onde n, e n, indicam o número de elétrons transferidos em cada semi-reação.
Assim sendo, para a reação:
Ce*t
+ Fe?t2 Ce't+ Fe**,
tem-se que
E.
ic
=Etret1+1
+EletIce
+
Eq=ESOM
DO 11Volts
Depois do Ponto de Equivalência a equação de Nernst deve ser escrita em
termos do valor do Potencial Padrão do par redox do titulante. Tem-se
então,
0,060, . nCe*”
1 log nCe?* >
É =EG +Ice +
considerando-se que
—e—— TS cia
92 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
Para V = 25,10 ml
nCe?* = nQ moles de Ce?* formado = nº Fe?* = 2,500 mmoles
n9demolesdeCe**adicionando
= nºCe**= 25,10x 10"?x 0,1000=
= 2,510 mmoles
n9 demolesdeCe**quenãoreagiram= nCe**= 0,010mmoles
Assim sendo,
0,060, nCe** 0,010
E=Eb tIce*+ log 3x= 1,44+ 0,060 log
1 nCe 2,500
0,010
E = 1,44 + 0,060 log
2,500
E = 1,30 Volts.
E=Eq-
Efe3+ppe?+
+SEldos
/Mn2*0,059 [RMn"T]
6 6 — (H*FIMnOs
IF]
Mas, de acordo com a estequiometria no ponto de equivalência, tem-se que
[Fe?*] = 5[Mn?*]
[Fe**] = 5 [MnO4]
e, em consequência disto
[Fe?*] [Mn?*]
[Fe**] [MnOZ]
Desta forma,
o
E =Eeg=
eEetjpe?*
+SEMnO
3/Mn?*
=
0,059
log
1
6 6 [H*]º
pp .*0,77+5(+
E =Ee = 6 1,51)0,059
6 1
Eeq= t 1,39Volts.
Depois do Ponto de Equivalência, a semi-reaçãoutilizada para o cálculo
do Potencial é a do permanganato.A título de exemplo, considere-seo caso
ondeo volumedetitulanteadicionado
é Vynoz= 200,00ml.
0,059 [Mn?*]
” 5 log—
E=EMnO5/Mn?* —
[MnOz![H*]
ms
lembrando que:
[H*]= 1,00
M = constante,
[Mn?*]= [Fe?*],
[Mn”*]= nMn?*
Vrotai
nMnOs
[MnOZ] = , onde,
VTotal
nMn?* é o número total de íons Mn?* formados na reação e nMnOg é O
número de moles de MnO3 em excesso.
Sendo [H*] mantida constante durante a titulação
[Mn?*] nMn*?
[MnOg] o nMnO;
Pela estequiometria da reação, verifica-se que o número de moles de
Mn** formado é igual ao número de moles de MnOZ usado para oxidar o
96 QUÍMICA
ANALÍTICA
QUANTITATIVA
ELEMENTAR
Fe?*. O número de moles de MnOj usado para oxidar o Fe?* pode ser
calculado da seguinte maneira:
nMn?*= nMnOg que reagiram= 100,00 x 107? x 0,0200 = 2,00 mmoles.
O número de moles de MnO; em excesso é:
nMnO3 = 100,00 x 107? x 0,0200 = 2,00 mmoles.
E = EynOZ/Mn?*
= 1,51Volts.
Este é o resultadoesperado.Usando-seo mesmo raciocínio pode-secalcular
ospotenciais
dos outrospontosdacurva,resultando
nográficodescrito
pela
Fig. 5.4.
Elvolts)
150 co
0,7|
130 0,75
. 0,77
” LIO 9,79
5 083
ú 0,90 0,89
q,95
070 1,39
(PEÍ
1,47
0,50
000 3000600090002000 ão as
VunY Emi) 13000 1,50
Figura 5.4 —Curva de titulação de 100,00 ml de uma solução de Fe?* 0,1000 N com
uma solução 0,1000N de KMnO4
Indicadores específicos
São substânciasque reagemde um modo específicocom um dos parti-
cipantes(reagentesou produtos) da titulação, para produzir uma mudançade
cor.
Este é o caso do amido, usado em titulações redox envolvendo o par
[,/15. O amido forma um complexo azul escuro com os íons I; e servecomo
indicador do Ponto Final de titulações onde o iodo é produzido ou consumido.
Outro exemplo é o KSCN, empregadocomo indicador na titulação
de Fe (III) com soluçãode Ti (III). Considera-seque o Ponto Final destatitu-
lação foi atingido quando do desaparecimentoda coloração devido ao
complexo FeSCN?*.
Indicadores verdadeiros
E =E?
- 0,059
n
log[10x]
[IRed]
[H*F
(T = 25º0)
Considerando-se(de modo análogo ao caso dos indicadores ácido-base),
quepara[IRed]
/ [10x]> 10a cor daespécie
naformareduzida
(cor2)é
predominante, e que para [IRed] / [10x] > 1/10 a predominância é da cor da
espéciena forma oxidada (cor 1), pode-se escrever que:
yP [IRed] 10
a) Para =
[10x]
E = E9- 0,059
ST] 10
Ca Cm
- 0,059 0,059: l
E =E-— -— ] :
b) Para IRed | =—
l
[10x] 10
0,059 1
E, =E? «1
n “ola
0,059 00595 1
E, = E + -- lo
Í I n n : [H*]
l
Se-s
= n, E?!= Eº - 0,05910g
[HM
Se
a titulação
é feitaempHzeroentão
E)!=E?eo potencial
realdo
sistema indicador toma uma forma matemática idêntica âquela onde os íons
H* não participam da semi-reaçãode redução do indicador, isto é:
IOx + ne” * IRed
0,059 IRed]
E =E? a n
log[10x]
onde, considerando-se as condições para a viragem do indicador,
[IRed]/ [10x]= 10 e [IRed]/ [10x] = 1/10,tem-se:
0,059
n
Comentários
109
Volumetria de óxido-redução 101
Exemplos:
O par Ce**/Ce** (vide apêndiceXIII) apresentaapenasvaloresde Ef
Cet +e 2 Ce,
em soluçãoperclórica: Ef =1,70V (HClIO, 1M),
em soluçãonítrica: Ef=1,61V (HNO; 1M),
emsolução
sulfúrica: E = 1,44V (H,SO,1M),
em soluçãoclorídrica: E =1,28V (HC IM.
O par Fe'*/Fe?*, entretanto,apresentaum valor de Eº e váriosoutros
refezentesa E/ (não indicadosno apêndiceXIII), a saber:
Fe't+e 2 Fe?,
Eº'=0,7N V,
Ef = 0,732
V (HCIO,
1M),
Ef = 0,700V (HCI 1M),
Ef = 0,68V (H,S041M),
Ef =0,61V (H, SO,1M/HaPO40,5M).
Em soluçãoperclóricao efeito principal estárelacionadocom a diferença
existenteentreatividadee concentração
molar,poiso íon CIO4nãoé um bom
agentecomplexante.Entretanto, os íons Cl”, HSOg e HPOZ”, além destes
efeitos, formam complexos mais fortes com o Fe?* que com Fe?* alterando a
razão Fe?*/Fe?*, que por sua vez influi no valor de Eº.
102
CAPÍTULO VI
TITULAÇÕESCOMPLEXOMÉTRICAS
O EDTA é um ácido fraco para o qual pK, = 2,00; pk» = 2,66; pKs= 6,16
e pk, = 10,26. Estesvaloresmostram claramenteque os dois primeiros prótons
são mais facilmente ionizáveis do que os outros dois restantes. |
Nesta discussãoo EDTA será representadopelo símbolo HáY, onde o
«“Hy”refere-seaos quatro hidrogênios ionizáveis dos quatro grupos carboxílicos.
Os quatro valores de pK dados acima, correspondem às dissociações:
+ .
HY DDH'+HY o K=22X10?ABIVO
[H5Y7] (6.2)
- + - | - [H*] [Hy*]
HY” > H'+HYº K,= 69X 107 = (6.3)
ma
vá
Hy & Ht+y” K=5,5X10! = IDO
[EXT
(6.4)
Titulações complexométricas 103
Emsolução
aquosa
o EDTAdissocia-se
produzindo
quatroespécies
anió-
nicas;a fraçãode cadaespéciede EDTA em funçãodo pH é mostradana Fig.
6.1.
LO
0.8
0.6
O ES
0.2
O 2 4 6 8 IO 2 14
pH
20
s IS
a
o
T 10
Ls
0 2 4 € B o
ou [My (4-")]
Kabs4 = ——W-—=
[MP*C, K, (6.9)
pH Ga -log aa
ondeK'
é chamada
de constante
de estabilidade
condicional.
Ao contrário
da Kabs,K' varia com o pH, pois estána dependênciade aq que varia com pH.
A vantagemde setrabalhar com K' em vez de Kaps,está no fato de que K' mos-
tra a tendência real para ocorrer a formação do quelato metálico num determi-
nado valor de pH. Os valores de K' são facilmente obtidos a partir dos valores
de Kabs e de.as.
Note-se que à medida que o pH diminui o «4 também diminui, e conse-
quentemente o valor de K' diminui. Como a, é a fração de EDTA na forma de
Y*-, em pH acimade 12,ondeo EDTA estácompletamentedissociado,o valor
de «q aproxima-seda unidade (-log «4 tende a zero), e daí K' se aproxima de
Kabs-
2. CURVAS DE TITULAÇÃO
Paraefeito de ilustraçãoconsidere-se
a titulação de íons cálcio com
EDTA
Extraídode:G. Schwarzenbach,
Complexometric
Titrations
N.Y., Interscience
Publishers,
Inc., 1957, p.8; (T = 20ºCe força iônica 0.1)
Como exemplo,considere-se
a titulação de 50,0 mi de uma soluçãode
Ca?*0,0100M com EDTA 0,0100 M. A soluçãode Ca?*é inicialmente tampo-
nada em pH 10, Pede-secalcular os valores de pCa nos vários estágiosda titu-
laçãoe traçar a curvade titulação teórica.
a) Cálculo da constante de estabilidade condicional
A constante de estabilidade condicional para o complexo Ca-EDTA em
pH 10 pode ser calculada a partir da constante de estabilidade absoluta do
complexo (Tab. 6.2) e do valor as para o EDTA em pH 10 (Tab. 6.1).
K'cwy
=Kabscay
“4 = 5,0X 101º
x 0,35
K'cy = 1,8 X 10º.
Titulações complexométricas 107
b) No início da titulação
[Ca?*] = 0,0100M
-. pCa = Jog [Ca?*] = 2,00.
c) Após a adição de 20,0 ml do titulante
Como neste ponto da titulação existe ainda um excessoconsiderávelde
íonsCa?*e sendoo valordaconstantedeequilíbrioda ordemde 10!º, pode-se
considerarque a concentraçãode Ca?*, devido a dissociaçãodo complexo
Cay?-,é desprezível
emrelação
a concentração
deCa?*nãocomplexado,
ou
seja,
(0,50 - 0,20) mmoles = 43X 103M
[Ca?*] = 70 ml
pla = 2,37.
Por meio de cálculos análogos, pode-se obter os valores de pCa para
qualquer ponto da curva antes do ponto de equivalência.
d) No ponto de equivalência da titulação
Aqui a solução será 5,00 X 10-2M em CaY?” e qualquer íon Ca** livre
surgirá da dissociaçãodo complexo. É evidente que a concentração de íons
Ca?* é idêntica a soma dasconcentraçõesdasespéciesde EDTA não complexa-
das. Logo,
[Ca?*] = G,
0,500 mmoles- -3
[CaY?] =
100,0
ml —5,00
X 107“M
o [Cay?] —5,00 X 107?
K' = 1,8 x 101º
— [clc [Ca
[Ca?*] = 5,2 X 107?
pCa = 6,28.
e) Após a adição de 60,0 ml do titulante
Tem-seagora um excessode EDTA igual a 0,100 mmoles (despreza-se
Y-* proveniente
da dissociação
do CaY?).
C;=Oo
too
moles
- 9,09
X10-4M
[CaY?-]
=0,500mmoles
| 4,55X 103M
110ml
108 QUÍMICA
ANALÍTICA
QUANTITATIVA
ELEMENTAR
4,55 X 107º
Key? = = 1,8 X 101º
[Cat] x 9,09 X 107?
[Ca?*]= 2,8 x 10719
+ pCa = 9,55.
A Fig. 6.3 mostra as curvas de titulação de 50,0 ml de uma solução de
Ca?* 0,0100M com EDTA 0,0100M em pH 8, 10 e 12. Os dados utilizados
na construção da curva em pH 10 encontram-sena Tab. 6.3.
I2
pHIZ
Ió pHIO
8 pHB
q
o
a 6
O
O 20 30 40 50 60 70
28
26
24
18
pb
»
qo
.—
Figura 6.4 — Valor de pH mínimo necessário para a titulação de vários íons metálicos com
EDTA (extraído de C.N. Reilly e R.W. Schmid —Anal. Chem,, 30 (1958) 947).
Niy?- logKabs
= 18,62
Pby?- logKapbs
= 18,04.
Durante a titulação de certos íons metálicos com EDTA, pode ser ne-
cessárioadicionar, além de agentesmascarantese do tampão, um complexante
auxiliar para impedir a precipitação do metal na forma de seu hidróxido.
Geralmente este complexante auxiliar é um dos componentes do próprio
tampão colocado em excesso.Por exemplo, na titulação de íons Zn?* com
EDTA, a solução é fortemente tamponada com hidróxido de amônio e cloreto
de amônio que, além de tamponar o meio, evita a precipitação do Zn(OH),
através da formação de complexos amin-zinco.
Os íons Zn?* formam quatro complexos com a amônia:
Zn”* + NH, > Zo(NH;)? K= 18X 102, (6.10)
Zn(NH;)* + NH; &> Zo(NH5))” K=22X 102, (6.11)
Zo(NH;))*+ NH, > Zn(NH;);” K=2,5X 102, (6.12)
Zn(NH;);+ NH; + Zo(NH;)! K=1,1]X 102, (6.13)
ChamandodeC,, a concentração
analíticadetodasasespécies
contendo
o íon zinco, tem-se
Zn + Yo e Mmy-
[ZnY?"]
Kabs= [Zn]2+ -
[Yº]
substituindo-se
o valor de [Zn?*] da Eq. (6.16) e o valor de [Y*-] da Eq. (6.8),
tem-se
o [ZnY?]
Kabs= BCE (6.17)
À [Zny?]
- KpUba=
a K' =D"...
ConC; 6.18
(6.18)
K'zny2-
=Kabsds
Bs
Kzny2- = (32 X 10!) x (5,1 X 1072)X (8,3 X 107%)
Kgzny2- = 1,35X 101º,
14
I2
IQ
pZn
IO 20 30 40 50 60 70
Figura
6.5—Curvas
detitulação
de50,0mldeZn?*
0,0010
M comEDTA
0,0010
M em
pH 9.
a) 0,010 Mem NH, b) 0,100 M em NH;
4. INDICADORES METALOCRÔMICOS
Ério 7 Calcon
(Negro de Eriocromo 7) (Azul de Eriocromo A)
Titulações complexométricas 113
T MN,
>
>e
A verme,
lho ,
N-—CH, —-
CH, —N l
/ N CH,
HOOC
—H,C CH,—COOH NH—CH,—Ch,—NH,
EDTA Trien
Fig.6.7mostra
a estrutura
proposta
parao complexo
Ca-EDTA,
onde
o ligante
apresenta-sehexacoordenado. Muitos dos íons mefalicos não usam todas estas
posições coordenantes.
CAPÍTULO VII
1. HISTÓRIA DA PESAGEM
2. MASSA E PESO
3. TEORIA DA PESAGEM
PP...peso padrão
dos
controle
Botões
paro
pesos
,* gx
Amortecedor
124 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
tga = Mobp= a
Mpd
onde
Mo = carga que causaa deflexão do braço,
Lp = comprimentodo braço,
Mp = massado braço,
d = distânciado centro de gravidadedo sistema(G ") até o
ponto de apoio (0).
Fedg= Fopdbp
paraoqualFo;p = Pg e Ps=Pt Pp + Pe,
onde:
Fe cc. forçagravitacional
sobreo braçocomo pesofixo.
é
PE comprimento do braço com o peso fixo.
Php cerca forçagravitacional
sobreo braçocomo prato.
dhp ecc comprimentodo braçocomo prato.
Po. peso total do braço com o prato e P..
126 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
6. ERROS NA PESAGEM
Existemalgunserrosnaspesagens
que devemserevitadosou corrigidos
a fim de se obter pesoscorretos numa balançaanalítica.
Estes erros podem ser de origem instrumental, devido a estática elétrica
e efeitos atmosféricos ou ainda efeito de empuxo do ar.
Os erros instrumentais incluem qualquer erro devido à construção ou
manipulação da balança ou dos pesos usados.
Efeitos da estática elétrica são produzidos sobre o vidro quando é
atritado com um pano ou pedaço de papel. Quando estas peças de vidro
(tais como, béquer, erlenmeyer, pesa-filtro, vidro de relógio, etc.) eletrificadas
são colocadassobre o prato de uma balança, uma parte da cargaé lentamente
dissipadana atmosfera e a outra é conduzida pelas estruturas metálicasda
balança,criandoduasou maiszonasde cargasiguaissobreela.Comocargas
iguaisserepelem mutuamente, haverá
causando um erro no peso medido.
umaforça
atuando
sobre
ospratos,
128 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
Freal
doobj.noar” fobj.vac.
”Eobj.
Foesos
ar * Í pesos
vac.—Ep.
Prcal
obj.ar
Ӄpesosar
- Fobj.vac.
- Eobi.= Presos
vac.—Ep
Técnicas básicas de laboratório 129
dar
” Fobi.vac
. Fobj.vac. dz =Poesos
vac.
—sos
vac.
7>
j.vac.
dobi. pesos
vac.pesos
vac.
do
mas,
Presos
vac.=Paparente
doobj.noar:queé o pesolidonabalança.
Comoos
pesospadrõesda balançasãopesoscalibradose corrigidospara o vácuo,pode-se
escrever que:
d. d. o
Pobi Bob;
dodj. dp
Geralmentea diferençaentrePobj.vac.
€ Pobj.aré pequena,
e nestecasoo
valordePobj.vac.
podesersubstituídoporPopj.arNOtermoentreparênteses,de
tal modo que
d. d
Uma dedução mais precisapode ser feita resolvendo-sea Eq. (7.4) para
Fobj.vac.
:
d d = 7.7
E dasds 1 +dar ,
| do dobj.
deste modo,
Popivac 5 cel] - d.
E d.
+ Car
0,0012 |
vac
it
= 1000,0X[1,0
t
+0,012- 55
a = 1000,0X(1,0+ 0,0012- 0,00015)
ac = 1000,0X(1,0011)
Pyac = 100116.
2. PIPETAS
o-
— 3
e-
20º€
O
TO— sadirasl
cm
-o
Aõ
Pipetas de Pipetas
transfarência graduodas
Ss (
adeq
ta) (b)
Limpar ds paredes
Encher aq pipeto exteriores com
com
imediatamente,
impedir
mentoo bulbo
dedo
doo liquido,
escoa-
indicador
e
Ajustar o nivel
do menisco %
marca de ca- (f)
libração
(evitar TAN
errodeparalaxe
dt: | | Esperar
I0-I5 seg.
Escodr o e tocar q
livremente |) paredes
| dofrasco
3. BURETAS
mr
E
]TT
Inserir a torneira na
bureta e distribuir q
graxa , girando -a
(1)
Figura 7.8 —Lubrificação das buretas (extraído de C. T. Kenner, Analytical Determina-
tions and Separations: A Textbook in Quantitative Analysis” The MacMillan Co., 1971,
p.325)
Erros de Paralaxe
(c)-Leitura de um vo-
lume maior que o
correto.
(metade
damenor
divisão
daescala).
Quando em uso numa titulação, uma bureta deve ser bem manipulada,
para evitar maiores erros. A técnica usada numa titulação é descrita na
Fig. 7.10.
4. BALÕES VOLUMÉTRICOS
5. INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA
Vr'=Vrll + AT),
onde
=T 7
Volume na temperatura inicial,
V,! = Volumenatemperatura
final,
— HH
coeficiente de dilatação cúbica,
> =] variaçãodatemperatura= (T' - T).
T 20 “C(temperaturainicial)
T' 25 “C(temperaturafinal)
Y coeficientededilataçãocúbicado pyrex= 1X 10"Sgrau”!
Vr= 25,00ml (volumedofrascoa 20ºC).
140 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
Tem-se que:
Nota-se que esta variação de volume não é significativa, uma vez que a
incerteza no volume está na terceira casa decimal, e assim sendo não precisa
ser levada em conta.
Considerando-seagora a influência da temperatura sobre a dilatação da
águaou de uma soluçãoaquosadiluída (que tem o mesmocoeficientede dila-
tação cúbica da água), nas mesmas condições de temperatura do exemplo
citado acima, tem-se que:
Vp = 100,0mi (volumedeáguaa20'º€)
T = 20
T' = 25º€
Y = coeficientededilataçãocúbicadaágua= 2 X 10“ grau!
Vasec
= 100,0[1
+ 2X10-*X
(25-20)]
Vossc = 100,0 + 0,1.
Vasºc= 100,1
mi.
Com esta variação de volume, se o frasco volumétrico contém uma
solução aquosadiluída em lugar de águapura, a variação do título da solução
será de uma parte por mil (1%). Como a precisãonecessárianuma análisedeve
ser destaordem, não há necessidade
de se fazer correçõessobreos títulos
dassoluções,por causada variação de temperatura, dentro desteslimites.
1. SOLUÇÕESDE LIMPEZA 1
2. TÉCNICAS DE LIMPEZA
grampo
suporte
universal
tubo
de
borracha 4” com
garra
solução de
limpeza ?
Ea a e e aia ilid
'
Bureta com
solução de
limpeza
CLAM EAl MO
A mad
E]
papel de filtro
TT
—>» VÓCUO =—
frascos
segurança
Cia
immem e) EAR SAS DENSASSIRENEES
— Preparodasolução
— Precipitação
— Digestão
— Filtração
— Lavagem
— Secagemou calcinação
'— Pesagem.
Técnicas básicas de laboratório 145
1. PREPARODA SOLUÇÃO à
2. PRECIPITAÇÃO
3. DIGESTÃO
4. FILTRAÇÃO
(0) [b)
1
“e
U
'
frasco de frascoo de
segurança sucção
Nãosedeve
deixar
o precipitado
secar
nofiltrodurante
a filtração,
pois
se isto acontecer formar-se-á canaletas na massa de precipitado, o que, pos-
teriormente, provocará uma lavagem deficiente do mesmo. Deve-semanter,
durante toda a filtração, o nível de solução a 3/4 da altura do papel de
filtro no funil.
6. LAVAGEM
6. SECAGEMOU CALCINAÇÃO
Após
a filtração
ea lavagem
doprecipitado,
estedeve
serseco
oucalci-
nado antes de ser pesado. A secagem, feita a uma temperatura abaixo de
250ºC, é utilizada simplesmentepara a remoçãodaáguadelavagemresidual,e
o precipitado é pesadosob a forma obtida na precipitação. Esta secagemé
feita em estufa elétrica, na maioria dos casosreguladaa 110ºC, como por
exemplo, para o cloreto de prata, dimetilglioximato de níquel, cromato de
chumbo, sulfato de bário, etc. Os precipitados que devemsofrer secagemsão
filtrados em gooch de vidro com placa porosa. A calcinação, feita a tempera-
tura acima de 250ºC, é procedida quando for necessáriauma temperatura
elevadapara a eliminação da solução residual de lavagem,ou ainda quando se
requer alta temperaturapara se proceder a uma transformaçãodo precipitado
para uma forma bem definida, que será utilizada na pesagem. Assim sendo,
por exemplo, a uma temperatura ao redor de 1 000ºC o hidróxido de ferro
hidratado perde as moléculas de água de hidratação e se converte no óxido de
ferro, e o fosfato de amônio e magnésiohexahidratoseconverteno pirofosfato
152 QUÍMICA
ANALÍTICA
QUANTITATIVA
ELEMENTAR
( ) Durante
aqueima
dopapel
defiltro,aporta
damufla
deverá
permanecer
entreaberta
para melhorar as condições oxidantes no seu interior e para permitir a exaustão dos
gases liberados durante a combustão
Técnicas básicas de laboratório 153
7. PESAGEM
CAPÍTULO VIII
PRÁTICAS DE LABORATÓRIO
a) ÁguaNão-Essencial
A caracterizaçãoquímica do sólido independedestetipo de água.Devem.
ser consideradas sob este grupo os seguintes casos:
Água de adsorção
É a água retida sobre a superfície dos sólidos, quando estes estão em
contato com um ambiente úmido. A quântidade de água adsorvida dependerá
da temperatura e da superfície específica do sólido. Quanto mais finamente
divididoesteseapresentar,
maiorseráasuaáreaespecífica
exposta
aoambiente
e, consegiientemente,maior será a quantidade de águaadsotvida. Esta, por sua
vez, estará em equilíbrio com o ambiente,
A quantidade deste tipo de águano sólido aumenta com o aumento da
pressão de vapor da água no ambiente e diminui com o aumento da tempera-
tura.
Práticasdelaboratório 155
Água de absorção
Ocorre em várias substânciascoloidais, tais como amido, proteínas,
carvão
ativoesílica-gel.
Aocontrário
doqueocorre
comaágua
deadsorção,
a
quantidade de água absorvidaé muito grandenestessólidos, podendo atingir
20% ou mais do peso total do sólido.
Ela está retida como uma fase condensadanos interstícios ou capilares
do colóide,e por estarazãoos sólidosque a contém apresentam-se
como perfei-
tamente secos.
Água de oclusão
Apresenta-seretida nas cavidadesmicroscópicas distribuídas irregular-
mente nos sólidos cristalinos, e não está em equilíbrio com a atmosferaam-
biente. Por este motivo a sua quantidade é insensívelàsmudançasde umidade
no ambiente.
Quandoum sólidoquecontémáguade oclusãoé aquecido,ocorreuma
difusão lenta dasmoléculasde águaaté a sua superfície, onde se verifica o fe-
nômenoda evaporação.
Necessariamente
uma temperaturamaior que 100ºC
é requerida para que este processose dê com uma velocidade apreciável.
Durante o aquecimento,a volatilizaçãodaáguaocluída provoca a ruptura
dos cristais (decrepitação). Quando isto ocorre deve-seprécaver contra perdas
de material.
b) ÁguaEssencial
É a águaexistentecomo parte integral da composiçãomolecularou da
estrutura cristalina de um sólido.
Os subgrupos deste tipo de água são:
Água de constituição
Neste caso a água não está presente como H,O no sólido, mas é formada
quando este se decompõepela ação do calor. O importante a se notar é que a
relação estequiométricade 2:1 entre hidrogênio e oxigênio nestescompostos
não precisa ser necessariamenteobservada.
156 QUÍMICA
ANALÍTICA
QUANTITATIVA
ELEMENTAR
Algumasvezesnecessita-se
de temperaturas
relativamentealtas para
causara decomposiçãodos sólidos que contém este tipo de água.
Exemplos:
300º€
2NaHiCO; — Nato, + H,O + CO,,
Água de hidratação
Ocorre em vários sólidos, formando os hidratos cristalinos (compostos
que contém água de cristalização).
A águaestáligadaa estessólidosmedianteligaçõesde coordenação
cova-
lentes, que são normalmente mais fracas que as eletrostáticas. Por esta razão a
água de cristalização é facilmente eliminada destescompostos pela ação do
calor.
A quantidade de água de hidratação (ou de cristalização)num hidrato
cristalino é uma característica do sólido e sempre se apresentacom estequio-
metria definida. ,
Algunshidratoscristalinospodemperderáguade cristalizaçãoquando
mantidos em ambiente completamente seco (fenômeno de eflorescênciados
cristais), enquanto que outros podem retirar água de um ambiente úmido
(fenômeno de deliquescênciados cristais).
Como exemplos de cristais hidratados cita-se: BaCl, - 2H,0, CuSO, +
, 5H; O, Na,S04. 10H,0,CaSOs 2H,0, CaC,Os. 2H,0, etc.
25
Roo
H50
(mm
Hg)
P, an
BacCl,.2H20
(estavel)
BocCl,.H,0 (estável)
+
0 20 40 60 so 100
% MOLAR DE Ho0
100 Bo 60 40 eo 0
% MOLAR DE Bacia
Procedimento
% HO = Eantidadede águaperdida
pesoda amostra(g) x 100.
Calcular
tambémo númerodemolesdeáguaperdido,pormol deBaCl,,
durante o aquecimento a 105 - 110º€.
Práticas de laboratório 159
Comentários
Procedimento
Comentários
C. GRAVIMETRIA
(Ovide p. 38
Práticas de laboratório 161
Fe(H,0)*
+ 3NH,> Fe(H,0)
- (OH)s(9
+ 3NH;,
onde
2Fe(OH)s(s)
> Fe203()t 3H,0
ou
Procedimento
(*)0 crômio não é determinado convenientemente por este método porque durante a
calcinação do hidróxido na presença de ar, ocorre a formação de pequenas quantidades
de CrXCr04)3 tornando o resultado impreciso.
Na determinaçãogravimétricado manganêso fon Mn?* é oxidado com bromo
ou água oxigenada, e depois de precipitado e calcinado é pesado na forma de Mn304.
Este óxido entretanto possui composição indefinida, implicando erro na análise.
Práticas de laboratório 163
X x 1000
Cre,03
(8/1) 58500.
Comentários
(OAadição
deH,O,temafunção
deoxidar
osíonsFe?*
queporventura
existamna solução,garantindoque na precipitaçãoocorra somentea formação
de Fe(OH); e não de uma mistura de Fe(OH); e Fe(OH),. Paraestafinalidade
pode-se usar também HNO,; ou Br,.
(3)0 precipitadoformaumafasedispersa
(colóide),quecoagulaquando
aquecidaem presençade um eletrólito (NH,NO;), resultandoem uma massage-
latinosa marrom-avermelhadaque fica em suspensão(colóide floculado). O
precipitado gelatinoso tem a tendência de absorver os íons presentes na so-
lução. São absorvidosinicialmente ions OH” (o precipitado adquire cargane-
gativa) e, em seguida,cátions. Os íons divalentes são mais absorvidosque os
monovalentes,
porém,havendoexcessode íons NH$em solução,esteé absor-
vido preferencialmente
fazendocom que a absorção
de outrosíons(interfe-
rentes) seja mínima. O NH4NO; retido junto ao precipitado é volatilizado na
fase de calcinação.
Fe;0a
(9)+6NHsCI->
2FeCIó
+6NH;
+3H,0.
(8) Comoo óxido de ferroé reduzidoao óxidomagnético,
Fes04,pela
ação do carbono ou dos gasesredutores provenientes da queima do papel de
filtro, é necessário manter um livre acesso de ar durante a calcinação do
Fe(OH); (o Fes04, por ser mais estável, não pode ser transformado em
Fe,0,). Senão forem tomados os devidoscuidadoscom as condiçõesoxidantes
na queima do papel, pode-se ter outras reduções indesejáveis,tal como:
Fe,03(5)
+ 3C—>
2Feº+ 3C0.
(9)0 Fe;0;torna-se
completamente
anidropeloaquecimento
a 1000ºC,
mas o Al,03 requer temperaturas mais elevadas.
2Fe(H,0);
. (OH)s6)
—Fe,03
(5)+9H,0.,
Práticas de laboratório 165
Procedimento
- X x 1000
x 96,06
“sos
6) = 2500
x23340
*
onde 96,06= fórmula- gramade SO2-,
233,40 = fórmula - grama do BaSO,.
Comentários
(4)
A velocidadede adiçãodo reagenteafetaa filtrabilidadedo precipi-
tado de BaSO, e a extensão em que vários íons estranhos são coprecipitados.
Procedimento
Comentários
( Barradevidrorecoberta
porumtubodeborracha
emumadesuaextremidade
* - .
(6) O HNO; 0,01 M é usadopara retirar o excessode íons Ag* que ficam
absorvidos no precipitado e também para evitar a peptização do AgCl, que
ocorre se este sal for lavado com água pura. O HNO, é facilmente eliminado
durante a secagemdo precipitado.
2.SOLUÇÃO
ANÁLISE GRAVIME
TRICA
HOMOGÊNEA POR
PRECIPITAÇÃO
APARTIR
DEUMA
2.1 Determinação de chumbo
O método baseia-sena precipitação dos íons de chumbo (II) com íons
cromato
5CrOZ”
Práticas de laboratório 171
Procedimento
Xx 1000
Cri (E)=Caso x 207,19
x 32519 O
onde
Comentários
(1)Na precipitação
convencional
háa produção
deumprecipitado
ama-
relo que passapara alaranjado com a digestão. Forma-se uma suspensãocoloi-
dal que coagula e adere nas paredesdo recipiente de precipitação, sendo difícil
sua transferência. Por outro lado, atravésdo método da PSH tem-sea produção
de um precipitado laranja-escuroconstituído de cristais grandesem forma de
agulha, que é fácil de ser transferido.
Para fins comparativos, em paralelo ao procedimento da PSH, pode-se
fazer uma precipitação convencional em um tubo de ensaio. Adiciona-se à 1 ml
de solução de Pb(II) colocada no tubo, 1 ml de solução0,1 M de dicromato de
potássio. Aquece-sesuavementeaté que o precipitado formado assentee a so-
lução fique límpida e amarela, indicando excessode Cr(VT).
(2)0 cadinho de vidro de placa porosa utilizado pode ser lavado com
solução de HCl 6M e, em seguida, com água destilada.
172 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
O métodobaseia-se
na precipitação
dosíonsníquel(II) como composto
orgânico
dimetilglioxima,
-numintervalo
depH entre5 e 9.
Ni?*+ 2C,Hs(NOH),
=> Ni[C,Hs(NOH)
(NO),+ 2H.
O níquel deslocaum próton de um grupo oxima (NOH) em cadamoléculade
dimetilglioxima, mas é complexadoatravésdos paresde elétronsdos quatro ni-
trogênios e não com os elétrons do oxigênio..
Q OH
t |
H€-C= N N=C-CH
3 Sw 3
ON
| y
HO O
Procedimento
onde:
Comentários
D.VOLUMETRIA
PROCEDIMENTO
GERALA SERSEGUIDO
EMUMADETERMINAÇÃO
VOLUMÉTRICA
— Coleta
— Pesagem
— Dissolução
— Diluição
— Remoção de interferentes.
Para muitas das experiências descritas no decorrer deste texto, vários
dos itens acima citados serão desnecessários(em geral, bastarádiluir a amostra
recebida com água destilada até a marca do frasco volumétrico e retirar a
alíquota para a análise).No entanto é semprebom ter em mente os cuidados
que devem ser tomados no preparo de uma amostra.
Deve-se,em todas as experiências, preparar amostras individuais para cada
determinaçãoou padronizaçãoe fazer a análise em duplicata, no mínimo.
Práticas de laboratório 177
Comentários gerais
a) Em uma análisevolumétrica ou em uma padronizaçãodeve-seestimar
a grandezada amostra a ser titulada, de modo que seja gasto um volume de ti-
tulante de aproximadamente 3/5 do volume total da bureta. Utilizando-se este
procedimento os erros de leitura do volume tornam-segeralmentedesprezíveis.
b) Pode-sepreparar uma solução-padrãopor diluição de uma outra mais
concentrada. Entretanto muito cuidado deve ser tomado ao se adotar este pro-
cedimento, a fim de se evitar a introdução de erros na análise.
c) Pode-sepreparar uma única solução de amostra (ou de um padrão)
e titular alíquotas desta solução. Se, no entanto, erros acidentaisforem come-
tidos no preparo da solução inicial (ex: erros de pesagem),somente através
da titulação dasalíquotaselesnão serãodetectados.Seamostrasdistintas forem
usadaseste problema é eliminado.
d) A técnica volumétrica é de uso fácil e rápido e é comumenteaplicada
em escala macroscópica, apesar de ser útil em microanálises. Quando aplicada
para a análise de macroquantidades,a exatidão deste procedimento atinge ge-
ralmente o valor 0,1%.
1. VOLUMETRIAÁCIDO-BASEOU DE NEUTRALIZAÇÃO
Preparação
e padronizaçãode uma soluçãode Na0H 0,1MO
arara
PO.
130
11,0
90
& 70
50
30
HsPOs LO
o OS 10 0 2s0 sS00 750
fração molar V Na OH ml)
Figura 8.2 —Curva de titulação de uma solução de HaPO4 com “solução de NaOH
Determinação de H;PO,
A soluçãorecebidano balãovolumétrico!?de 100,0ml é diluída até a
marca com água destilada e homogeneizada.Por meio de uma pipeta limpa e
seca,transfere-seduas alíquotas de 25,00 mi para dois frascos erlenmeyer de
250 ml e titula-se as duas soluçõescom solução padronizada de NaOH 0,1 M
usando-se verde de bromocresol como indicador, até o aparecimento de uma
cor amarela — esverdeada.
Comentários
(2)
A água
usada
nasdiluições
contém
geralmente
umacertaquantidade
de CO, dissolvida, que é removida ao se proceder suafervura por algunsminu-
tos. Após o aquecimento, deve-seresfriá-la convenientementeantes do seu uso.
(3)Assoluções
fortemente
alcalinas,
notadamente
assoluções
dehidróxi-
dos de metais alcalinos, não podem ser estocadasem frascos de vidro, porque
atacam os silicatos lentamente.
184 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
(4)
A técnica
depesagem
pordiferença
consiste
empesar
inicialmente
o
pesafiltro contendo a substância de interesse, retirar o conjunto da balança
após a anotaçãodo seupeso,transferir cuidadosamente,semo uso de espátulas,
uma pequena quantidade do composto para um frasco adequado(geralmente
um erlenmeyer), pesar novamenteo conjunto pesafiltro/substânciae anotar a
diferença
depeso
observada.
Este
procedimento
éusado
repetitivamente,
até
que a quantidade desejadade amostra seja atingida.
(5)Paraumamelhorcompreensão
doprocedimento
seguido
napadroni-
zação da solução de HCl, considere-sea curva de titulação do Na,CO, frente a
um ácido forte, indicada na Fig. 8.3.
12,0 |
10,0
Figura 8.3 — Curva de titulação de uma solução de NazCO; com solução de HCI
|
[
co,
HCOs
2 4 6 8 10 12
pH
Figura
8.4—Variação
dasconcentrações
decos, HCO;e CO;como pHdomeio
(6)O carbonatode sódio usadona padronizaçãodo ácidoclorídrico deve
ser trátado termicamente para eliminar umidade e transformar todo o bicarbo-
nato existente em carbonato
2NaHCO;— NazCOs3
+ HO + CO,.
O sal anidro, após este tratamento, deve ser mantido dentro de um dessecador,
pois, se ficar exposto ao ar, absorverá água e formará o monohidrato,
Na;CO, « H,0. Se todos estescuidados não forem tomados, a padronizaçãoda
solução de HC] (e toda a análise que utilizar esta solução) resultará errada.
2. VOLUMETRIADE PRECIPITAÇÃO
Método de Mohr
quando
aconcentração
deAg”for menor
que1,25
X 10"5M,
ouseja,
antesdo ponto de equivalência:
— Se [CrO? ]< 0,8 X 102M, então o Ag;CrO, só começaráa préci-
pitar quandoa concentraçãode Ag” for maiorque 1,25X 10SM, ou
seja, além do ponto de equivalência.
Na prática, o ponto final ocorre um pouco além do ponto de equivalência,
devidoà necessidade
de se adicionarum excessode Ag” paraprecipitaro
Ag, CrO4 em quantidade suficiente para ser notado visualmente na solução
amarela;que já contém a suspensãode AgCl. Este método requer que uma titu-
laçãoem brancosejafeita, paraquesepossacorrigiro erro cometidona de-
tecção,do ponto final. O valor da prova em branco obtido deve ser subtraído
do valor da titulação propriamente dita.
A solução a ser titulada deve ser neutra ou levemente básica,pois o cro-
mato reage com íons hidrogênio em soluçõesácidas formando íons HCrO4,
reduzindoa concentração
do CrOZ.
Cro” + H* > HCO,
Por outro lado, em pH muito alto a presençada alta concentração de íons 0H”
ocasiona a formação do hidróxido de prata.
2Ag* + 20H" O 2AgOH < AgO + HO.
Como consegiiência,o método de Mohr é um bom processopara se de-
terminar cloretos em soluçõesneutras ou não tamponadas,tal como em águapo-
tável.
Método de Volhard
AgCl:Ag* ::In”.
A cor do indicador adsorvido sobre o precipitado é diferente daquela do indi-
Práticas de laboratório 189
cador livre e é exatamente esta diferença que indicará o ponto final da titu-
lação. '
A Tab. 8.1 mostra alguns indicadores de adsorção,a titulação na qual é
usado, e o pH da solução a ser titulada.
“Análise
deumaamostra
desconhecida
A amostra (ex: soluçãode NaCl ou KCl) recebidanum balão volumétrico
de 100,0ml é diluídaatéa marca,comcuidado.Pipeta-se
umaalíquotade
25,00midestaamostra paraumerlenmeyer
de250mle titula-se
coma solução
de AgNO; de acordo com o procedimento anterior. A análise deve ser feita,
pelo menos,em duplicata.
Calcula-se a concentração da amostra em termos de molaridade e em gra-
mas de cloreto por litro.
Lembrar que no método de Mohr o pH da soluçãoa sertitulada devees-
tar entre 6,5 e 10,5. Nesta titulação não podem estar presentescátions como
cobre, níquel e cobalto que dariam soluçãocolorida e dificultariam a detecção
do ponto final. Também não devem existir metais como bário ou chumbo, que
reagiriam com o indicador. O método não pode ser diretamente usado para a de-
terminação de cloretos cujos cátions hidrolizam dando soluções ácidas, tais
como cloretos de alumínio, ferro, zinco, etc.
Notar que a titulação inversa,de prata com cloreto, usandocromato como
indicador não dará bons resultados, porque o cromato de prata floculado reage
lentamente com cloreto.
3. VOLUMETRIADE ÓXIDO-REDUÇÃO
EMnO;
/Mn?*
=+1,51V
(H,SO,,
IN).
Geralmente não é necessárioo uso de indicadoresem titulações perman-
ganométricas, pois um pequeno excesso de titulante confere à solução uma
coloração violeta clara (quaserósea), que indica o ponto final da titulação.
Emborasejamaiscomumtitular a espécie
redutoradiretamente
coma solução
de KMnO, padrão, em alguns casos,usa-setambém a técnica da titulação de
retorno(ou'retrotitulação)(D.
Umadasdesvantagens
destemétodoanalíticoé a denãosepoderprepa-
rar uma soluçãopadrão de permanganatode potássiopor simplespesagemdo
sal e posterior diluição adequada,visto que esta substâncianão é um padrão
primário. Geralmente ela se apresenta contaminada com MnO,, o qual, den-
tre outros inconvenientes, tem a propriedade de catalizar a reação entre os íons
MnO, e assubstâncias
redutoraspresentes
na águadestiladausadanaprepara-
ção da soluçãopadrão.Assimsendo,antesda padronização da soluçãode
KMnO, é necessário
que o dióxidode manganês sejaeliminadoporfiltração.
Preparaçãoe padronizaçãode uma solução de KMnO, 0,1 N
Dissolver 3,2 g de KMnO, em um litro de água destilada e deixar esta
soluçãoem repousopor quinzedias,apóso que procede-se a suafiltraçãoem
funil de placaporosaou comtiltro de lã de vidro.Parausoimediatopode-se,
alternativamente, ferver a soluçãopreparadapor algunsminutos (30 a 60 minu-
tos) e, apóso seu resfriamento,filtrá-la) atravésde lã de vidro, num funil de
haste longa. Paraa padronizaçãodestasoluçãopesa-seduasporçõesde cercade
0,25 g (anotando até + 0,1 mg) de oxalato de sódio (previamentesecoa 120ºC
por 2 horas em estufa) e coloca-secada porção em um erlenmeyerde 250 ml.
Para cada amostra procede-se da seguinte maneira: dissolve-se o sal com 60 ml
de água destilada, adiciona-se 15 ml de uma solução de H,SO41:8 v/v,
aquece-sea solução resultante até cerca de 90ºC e faz-sea titulação desta so-
luçãocompermanganato
depotássio)atéo aparecimento
deumacoloração
violeta clara (rósea)pelo menospor 30 segundos.No final da titulação a tem-
peratura da solução titulada deverá ser, no mínimo, de 60ºC.
Sabendo-seque a reaçãoenvolvida na padronizaçãoé
2MnO;+ 16H* + 5C,007E 10CO,+ 2Mn?*+ 8H,0,
calcula-sea normalidade (ou molaridade) exata da soluçãode permanganato.
Práticas de laboratório 193
Análise
deferroemminério! j
Procedimento
Comentários
(1)
A titulaçãode retornoé umatécnicaqueconsiste
naadiçãodeum
excesso de titulante ao frasco que contém a substância a ser titulada e, em se-
guida, na titulação deste excessocom uma outra soluçãopadrão.
(2)Pelousodeumdosdoisprocedimentos
descritos,
dá-se
oportunidade
para que as substâncias redutoras, que estejam presentes na água destilada
usadana diluição da soluçãode permanganato,reajamcom os íons MnO4pro-
duzindo MnO,, que é filtrado no final do processo. Se assim não fosse feito,
estassubstânciasredutoras reagiriamlentamentecom a espécieMnO,, e al-
terariam progressivamenteo título da solução.
(3)A reação
química
entreC)07 e MnO;é lenta,masé catalizada
por
íons Mn?*, Devido a este fato observa-seque, no início da titulação usadapara
a padronização da solução de KMnO,, as primeiras gotas da soluçãode perman-
ganato demoram a descorar mas, logo após a formação de íons Mn** (resul-
tante da redução das primeirasgotasde MnO, adicionadas)a reaçãotorna-se
rápida. Esta reação é facilitada pelo aquecimento e dá-se em meio ácido.
(6) Qualquerresíduopermanente
apóso ataquecom HCI concentrado
pode ser desprezado, pois constitui-se de sílica, carvão vegetal ou ambos, con-
tidos no minério. Em algunscasos,para solubilizar completamentea amostra
é necessárioque se faça uma fusão prévia da porção do minério sob análise,
com pirossulfato de potássio (K,S,0+), após o que ataca-seentão o bolo de
fusão com HCl.
e os,seusrespectivos
potenciais
deredução,
nota-se
queosíonsCI”,sepresen-
tes no meio, interferirão na reaçãoentre Fe”* e MnO,. A reaçãoentre CI” e
MnO,, além de ser teoricamentepossível,é indurida pela presençade Fe”.
Esta oxidação induzida pode ser eliminada introduzindo-se uma grande quan-
tidade de íons Mn?* ao sistema reacionante, de modo a diminuir o poder oxi-
dantedo MnÔ, e, consegiientemente,
diminuir a possibilidade
deoxidaçãodo
CI”. Este fato pode ser verificado observando-se
o comportamento da equação
de Nernstparao par MnO, /Mn?, nestascondições:
mite que muitos ânions que são oxidantes fracos possamser reduzidos quantita-
tivamente com íons iodeto.
Através de um controle apropriado do pH da solução é possível, às
vezes,titular a forma reduzida de uma substânciacom iodo e em seguidaa for-
ma oxidada com tiossulfato de sodio. Como exemplo, cita-se o sistema redox
arsenito-arseniato:
devido à sua natureza eflorescentei Quando anidro, este sal é estável a 120ºC
durante muito tempo, podendo então, sob estas condições,ser usado como
padrão primário.
Padronizaçãoda solução de tiossulfato 0,1 N
Para padronizar uma solução 0,1 N de tiossulfato de sódio, pesa-secerca
de 0,20 g e não mais que 0,23 g (anotando até + 0,1 mg) de dicromato de potás-
sio puro e secoem estufaa 120ºCpor 2 1/2 horas (padrãoprimário) e dissolve-
se esta amostra em 50 mi de água.Adiciona-seao meio 2 g de iodeto de potás-
sio e 8 ml de ácido clorídrico concentrado. Homogeneiza-see titula-se a solução
resultante com tiossulfato, sob agitação constante, até que a cor castanhamude
paraverdeamarelado.Nesteponto, adiciona-se3 mililitros de soluçãode amido
e continua-se a titulação até a brusca mudança da cor azul para verde.
Em lugar do dicromato de potássio, diversasoutras substânciaspodem ser
usadascomo padrão primário, dentre as quais, iodato e bromato de potássio.
Em meio ácido, os íons dicromato reagem com iodeto de acordo com a
reação:
- Mal — negk/Cr0O,
Eqs,03”= 1 Ns,03"o Vs,02-
(litro)
crita.
Caso
esta
ordem
deadição
sultará errada. dos
reagentes
nãoseja
obedecida
aanálise
re-
Calcular a concentraçãoda amostra de H,0, em moles/1 e em g/1.
Análise
decobre!?)
Em soluçõesneutras ou fracamente ácidas os íons Cu(II) reagemcom
íons iodeto formando iodeto cuproso, insolúvel, e iodo.
2Cu**+41 2 2Culç + h.
Sob condições adequadasa reação se processa quantitativamente e o
“cobre pode ser determinado iodometricamente titulando-se o iodo liberado com
solução padrão de tiossulfato. Este método para o cobre pode competir, em
precisão, com o método eletrolítico, é mais rápido e estásujeito a menosinter-
ferência de outros elementos. |
A reação acima mencionada é reversível e qualquer condição que leve a
umaumento
nasolubilidade
doCulouaumdecréscimo
naconcentração
dos
íons
Cu?*
(porexemplo:
formação
decomplexos)
pode
impedir
àredução
quantitativa do Cu?*.Deve-se adicionar um excessorazoável de iodeto de po-
tássio para assegurara redução completa dos íons Cu?*. A acidez da solução
também deve ser ajustada dentro de certos limites, pois se o pH do méio for
muito alto a reação não se processa quantitativamente e é muito lenta. Se a
análise for feita em pH muito baixo o seu resultado será acima do normal, de-
vido a oxidação de iodeto pelo ar (os íons cobre catalizamessareação).Em
soluções muito ácidas pode haver ainda a interferência de outros elementos,
tais como arsénio e antimônio. A interferência de Fe?* (o ferro está comu-
mente associado ao cobre na natureza) pode ser eliminada complexando-se
estesíonscom íonsfluoreto(o complexoFeF$”é formado).Esteprocedi-
mento é necessário para se evitar a reação:
2Fe*t +21 > 2Ft+L.
Comentários
4. COMPLEXOMETRIA
Procedimento
dicador, pois isto ocasionaria uma mudança de cor gradual no ponto final. O
tampãodeveseradicionadoantesdo Ério T, de tal modoquepequenas
quanti-
dades de ferro presentes na amostra precipite na forma de hidróxido de ferro,
impedindo sua reaçãocom o indicador. Se esteprocedimentonão for adotado
O indicador serábloqueado,já que o ferro forma um complexo muito estável
com O Ério T. Uma variação no ponto final de vermelho-vinho para violeta
indicaumaltoníveldeferronaágua.
Esta
interferência
podeserevitada
adi-
cionando:sealguns cristais de cianeto de potássio.MUITO CUIDADO DEVE
SER TOMADOSE ESTE REAGENTEFOR USADO.Adicioná-losomente
após a adição do tampão de pH 10, pois o HCN, volátil, é formado em meio
ácido e é muito tóxico.
Titula-se
aalíquota
comEDTA0,02
M atéamudança
decordevermelho-
vinho para azul.
A reação, e consegiientementea mudança de cor, é lenta próximo do
ponto final, e por esta razão o titulante deve ser adicionado gota a gota e com
agitação forte.
Se for usado água de torneira como amostra, é possível que haja cobre.
Adiciona-se então alguns cristais de cloridrato de hidroxilamina, para reduzir o
Cu(II)para
Cu(I),o qualnãointerfere
naanálise.
Antes de jogar fora a solução titulada contendo cianeto de potássio, colo-
ca-seaproximadamente 1 g de FeSOs*7H,O paraconverterCN” em Fe(CN)$”
e depoisdissolava-se
bemo erlenmeyer comágua,numapia.
Calculara durezada águae dar o resultadona formade CaCOs,para
cada alíquota analisada. |
D = Dureza em mg CaCOg/litro
D= (menrA(mmoles/ml)
xmlEDTA
xPMcacos
(mg/mmoles)
ml,mostra!
x
x 1000 mi/litro
D=[Mepra XmigpraX100,09)/100
mi] x 1000.
Preparação
dotampão
depH= 10(NH,OH/NH,Cl)
Dissolver 64 g de NH, CI em água, adicionar 570 ml de NH, OH concen-
trado, e diluir para um litro. Este tampão é melhor armazenado em frasco de
polietileno para evitar a passagemde íons metálicosdo vidro para a solução-
tampão.
tura destes íons metálicos deve ser eluída inicialmente com uma solução de
HCI 9 M e depois com HCl 4 M. Durante a eluição com HCl 9 M o níquel, que
não forma cloro-complexos aniônicos será eluído da coluna, enquanto que o
cobalto, que forma tais complexos, ficará retido. Ao se usar o eluente HCl 4 M
o cloro-complexo aniônico de cobalto dissocia-see o cátion cobalto liberado
seráentãoeluído.Asfrações
decadametalsãocoletadas
emerlenmeyers
sepa-
rados e tituladas pelo procedimento indireto, usando-seuma solução de EDTA
padrão.Adiciona-seum excessode EDTA e titula-se a fraçãonão complexada
comumasoluçãopadrão
dezincoemmeiolevemente
ácido,
usando
o alaranja-
dodexilenolcomoindicador
?),
Equações envolvidas:
Ni2* + CIT & Nicl”,
Co?* + 4CIT E CoClg”,
Co?*t+ H;Y?" 2 Coy” + 2H*,
Nº*+HY” NY? +2H',
HY2 + Zn?t 2 ZnY” + 2H,
Haln+ Zn?* => Znln?”
+ 4H*.
Preparação da coluna de troca iônica
Misturar em um béquer uma certa quantidade de resina Dowex
1-X80) (resina de troca aniônica fortemente básica,na forma de cloreto)
com uma solução 9 M de HCl'e transferir a mistura, com um funil, para uma
bureta de 25 ml (contendo lã de vidro na sua extremidade inferior para
evitar que a resinapassepelo orifício da torneira)até que se tenhauma
coluna de resina de 10 a 12 cm de altura. Escoar o líquido para a resina as-
sentar na coluna.
Ao se preparar uma coluna deve-seevitar a formação de bolhas de ar
no seu interior e compactar ao máximo a fase estacionária (resina). Isto é
feito provocando-sevibrações(laterais e longitudinais) no sistemacromato-
gráfico. Este procedimento chama-seempacotamentoda coluna.
Em nenhuma hipótese deve-setrabalhar com a resina seca. A fase esta-
cionária deverá ficar sempre submersaem um líquido apropriado, mesmo du-
rante a eluição da amostra.
Antes da aplicação da amostra deve-sepassarpela coluna duas porções
de 5 ml de HCl 9 M, mantendo um fluxo de saída de 2 a 3 ml por minuto.
Tanto o eluente como a amostra deverão ser aplicadascom cuidado para não
revolver a superfície superior da resina. Para se evitar isto pode-se colo-
car em cima da fase estacionária contida na coluna, uma outra porção de lã de
vidro e deve-seescorrer,tanto a amostracomo o eluente,pelasparedes
internas da coluna. a
208 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
modo:neutraliza-se
cadasoluçãocomNaOH3M, usando-se
fenolftaleína
como indicador, evitando-se um excesso desta base. Adiciona-se HCl 6 M,
gota a gota, até a cor do indicador voltar para incolor. Adiciona-se 25,00 ml
de EDTA padrão 0,04 M aos frascos usando-seuma pipeta calibrada e junta-se,
então,
cincogotas
deHCl6M, 1g dehexamina
(hexametilenotetramina)
e
quatro gotasda soluçãodo indicadoralaranjadode xilenolY), A quantidade
do EDTA adicionado deverá variar de acordo com a quantidade de níquel e
cobalto contidos na amostra. A hexamina tampona a solução em pH 5-6.
x . - 2
( )Antes
deseefetuar
atitulação
das
amostras
eluidas,
aconselha-se
praticar
este
tipode
titulação usandosoluçõesindividuaisde cobalto e níquel, preparadaspreviamente
Práticas de laboratório 209
Preparação da amostra
Transfere-se
umaalíquotade 5,00ml dasoluçãopreparada
paraum
erlenmeyer de 250 ml. A grandezada alíquota deve ser decidida com baseno
teor de cálcioe/oumagnésio!)na amostra,
determinado
previamente.
Adi-
ciona-seentão ao erlenmeyer 2 ml de uma solução de cloridrato de hidroxi-
lamina a 10%, que reduz todo Fe?* presente para Fe?* e Mnº* para Mn?* e
deixa-se o frasco em repouso por 5 minutos. Adiciona-se a seguir 2ml de
trietanolamina1:1, que age como complexantepara os íons AP*, Mn?* e
Fe?*,5ml deNaOH
20%paraelevar
o pHaté12e o indicador
(calcont)),
titulando-sea amostracom EDTA 0,02M.
No ponto final os últimos traços da cor vermelho-rosadodesaparecee
surgeuma cor azul, característica
do indicadorlivre. Esta cor devepersistir
pelo menos 20 segundos,com a solução sob agitação constante.
Calcular o conteúdo de cálcio da amostra e relatálo na forma de
J% CaO.
Comentário
Pipeta-se
umaalíquotade 5,00ml da soluçãoestoquetransferindo-a
para um erlenmeyer de 250 ml. Adiciona-se 2ml de cloridrato de hidroxi-
lamina10%e deixa-se
repousar
por 5 minutos.Adiciona-se
2 ml de trie-
tanolamina 1:1 e, em seguida, 20ml da solução-tampãode pH 10
(NH,0H/NH.CI). Titula-secom o EDTA 0,02M, usandoÉrio T como in-
dicador. O ponto final ocorre quando do desaparecimentoda cor púrpura e
Práticas de laboratório 211
Procedimento
para azul. Também, uma só gota de uma solução MgSO, 0,02M causará
uma mudança da cor de azul para vermelho.
Comentários
Ayres, G.H., “Analisis químico cuantitativo”, Harper & Row Publishers, Inc.,
(1970)
Beckerdike, E.L. e H.H. Willard, “Dimethylglyoxime for determination of nickel in
large amounts”, Anal. Chem., 24 (1952) 1026
Blaedel, W.J. e V.W. Meloche, “Elementary quantitative analysis — theory and
practice”,
22 ed.,Harper
& RowPublishers
Inc.,(1970)
Blaedel,W.J., V.W. Melochee J.A. Ramsay,“A comparisonof criteria for the
. rejection
Butler, J.N.,
of measurements”,
“Ionic equilibrium
J. Chem.
— aEd.,
mathematical
28 (1951) approach”,
643 Addison-Wesley
Inc., (1974)
Dick, 1.G., “Analytical chemistry”, McGraw-Hill Book Co., (1973)
Flaschka, H.A., “EDTA titrations- an introduction to theory and practice”, 22 ed.,
Pergamon Press (1967)
Flaschka,H.A., A.J. Barnarde P.E. Sturrock, “Quantitativeanalyticalchemistry”,
vol 1 e 2, Barnes and Noble, Inc., (1969)
25.
24.
23.
19.
22,
21.
20. Laitinen, H.A. e W.E., Harris, “Chemical analysis”, 22 ed., McGraw-Hill Book,
Inc., (1975)
1 —DENSIDADEABSOLUTADA ÁGUA(?
[TT E,
II —DENSIDADE
APROXIMADA
DEALGUMAS
SUBSTÂNCIAS
O SSrã,
a Densidade a Densidade
Substância (g/em?) Substância (p/em?)
HI —CONCENTRAÇÃODEALGUNSREAGENTES
COMERCIAIS
— VN
Densidade
Reagente (g/em?) %Peso Molaridade
HCI 1,19 37 12
HNO; 1,42 69 16
H, SO, 1,84 96 18
H, CCOOH 1,05 100 17,5
H,PO, 1,69 85 14,5
HCIO, 1,69 n 12
NH, 0H 0,90 28 15
HO, 1,11 30 10
DN
——""
IV —AGENTES
SECANTES
MAISCOMUNS
DN
V —IDENTIFICAÇÃO
E POROSIDADE
DECADINHOS
DE
PLACA POROSA!?
VI —ESPECIFICAÇÃO
PARAPAPÉISDE FILTROQUANTITATIVO
Cristais
Fabricante
Cristais
Finos Moderadamente
Cristais
Grossos Precipitado
Gelatinosos
Finos
507
Schleicher and 590 589 589 589
Schuellt? 589
Faixa Azul Faixa Branca Faixa Verde Faixa Preta
«Ss
OUIOIg
FOSSO
IPIVA
9p
Ne)
E
“s
| Apêndices
VIII —CONSTANTES
DE,DISSOCIAÇÃO
DEÁCIDOSFRACOS
221
IX —CONSTANTES
DEIONIZAÇÃODEBASES
FRACAS
IX —CONSTANTES
DE IONIZAÇÃODE BASESFRACAS(Cont.)
X —CONSTANTES
DEFORMAÇÃO
(ESTABILIDADE)
DE
ALGUNS COMPLEXOS
Substância Fórmula Kç
Hidróxido
deAlumínio AI(OH), 2X 10-32
Carbonato
deBário BaCO, 4,9X 107º
CromatodeBário BaCrO, 1,2X10710
lodato
deBário Ba(I0,), 1,57X
107º
Manganato
deBário BaMnO, 2,5X 10-10
Oxalato de Bário BaC, Oy 23x 10º
Sulfato
deBário BaSO, 1,0X10-10
Oxicloreto de Bismuto BiOC! 7X 107º
Carbonato
deCádmio CdCo; 2,5X 10714
Oxalato de Cádmio CdC, O, 9x 1078
Sulfeto de Cádmio Cds 1x 108
Carbonato
deCálcio Caco, 4,8X 107º
Fluoreto de Cálcio CaF, 4,9 x 1074!
Oxalato de Cálcio CaC,O, 2,3 X 107º
Sulfato de Cálcio CaSO, 6,1x 1075
Brometo
deCuproso CuBr 5,9X 107º
CloretoCuproso CuCl 3,2X 1077
IodetoCuproso Cul 11X 107'2
TiocianatoCuproso CuSCN 4X 10714
Hidróxido
Cúprico Cu(0H), 1,6X10719
Sulfeto Cúprico Cus 8,5 X 107%
HidróxidoFerroso Fe(0H), 8x 10718
HidróxidoFérrico Fe(0H), 1,5X 107%
CarbonatodeChumbo PbCO; 1,6X1078
CloretodeChumbo PbCL, 1X 1074
Cromato deChumbo PbCroO, 1,8x 10714
Hidróxido
deChumbo Pb(OH), 2,5X10716
IodetodeChumbo PbL, 7,1X 107º
Oxalato de Chumbo PbC, Oq 3,0X 107%
SulfatodeChumbo PbSOs 1,9X 1078
SulfetodeChumbo PbS 7x 10-28
Apêndices 225
-n3
soyuip
op
ecuneid
vIed
(SXI0M
SOIJNO
ejeId
“omo
-9UI
à
"5000
IEM
EWIO,
ULCO
OU
Seurteo
E
Apéndices
sagsny
sopesn
eIed
uroo
-ad eureyo
eoejd
eu
urou
us
SEJON 9p
“ode
((dioo
EXIEJ
SOdTU
op
“US
PU
“sopor
IDH
0999x9
oPOS*H
“Tp
“du00
2
fONH
-ou00
e
ajuanh
xa
ajusjoo
OLT-
SOT
+E
STI
janbiN
Oa,]
2
228 XIII —POTENCIAIS
QUÍMICA
PADRÃO
ANALÍTICA
DEQUANTITATIVA
ELETRODO
ELEMENTAR
MnO;
+ 8H*+ Se”2 Mn?”
+ 4H,0 1,51
Mn* + e & Mn? 1,51
HCO + H* + 2 É Cl” + HO 1,49
- CIO5 + 6H* + Se” € 1/2Cl, + 3H,0 1,455
1,47
PbO, + 4H* + 26 É Pb” + 2H,0
HIO
+ H*+ e 2.1/2 + H,0 1,45
CIO; + 6H* + 66 & CIT + 3H,0 1,45
Cet + e” € Ce*(solução
clorídrica
—1M) 1,23
1,28
MnO, + 4H* + 267 & Mn?! + 2H,0
O, + 4H* + 44 2 2H,0 1,23
IO5 + 6H* + Se É 1/25 + 3H,0 1,19
1,195
ae XIII —POTENCIAISPADRÃOe
Apêndices meme
DE ELETRODO(Cont.) 229
Semi-reação = Eº(VOLTS)
Bra(liq.) + 207 E 2Br” 1,065
HNO, + Ht + e NO + HO 1,00
HIO + H* +26 EI" + HO 0,99
NO; + 4H* + 36” É NO + 2H,0 0,96
NO;+ 3H*+ 27 2 HNO,+ H,0 0,94
2Hg”* + 20” E Hg? 0,920
Cio + HO + 287 € CIT + 20H" 0,89
NO; + 10H* + 8e” € NH; + 3H,0 0,87
Cut +r +e €Cil 0,86
He? + 207 € Hg? 0,854
NO; + 2H* + e É NO, + H,0 0,80
Ag! +e E Ag? 0,7991
He?*+ 2e” É 2Hgº 0,789
Fe” + e € Fe” 0,771
BrO" + H,O + 26” É Br” + 20H” 0,76
0, +2H* + 2 2 HO, 0,682
BrO; + 3H,0 + 66” € Br” + 60H” 0,61
MnO; + 2H,0 + 3º” 2 MnO, + 40H” 0,60
MnO; + e” & MnOZ” 0,564
+ 2 € 31 0,5355
b +27 & 21 0,535
Cut +e € Cu? 0,521
IO” + H,0+2e &TI + 20H 0,49
Fe(CN)” + e” € Fe(CN” 0,36
Cut + 267 € Cu? 0,337
IO; + 3H,0 + 6 € IT + 60H” 0,26
AgCl + e” € Ag” + CIT 0,2222
SO4+ 4H* + Ze” É H, SO; + H, O 0,20
230 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
XII —POTENCIAIS
PADRÃODEELETRODO
(Cont.)
Semi-reação Eº (VOLTS)
Cu” +e 2 Cut | 0,153
Snº*t + 26 2 Sn? 0,15
S+2H*+2- 2 HS 0,14
S40; + 287 É 28,02 0,08
AgBr + e 2 Agº + Br” 0,07
2H* +20 2 H, 0,000
2H,SQs + H* + 20" É HS,0; + 2H,0 -0,08
Pb?t+ 26 É Pb? -0,126
Sn? + 2 2 8nº -0,136
Semi-reação Eº (VOLTS)
E AMOH;
+30 2 Alº+40H 2,35
Co Mg! + 2 2 Mg 2,37
Nat+ e É Na? 2714
q Ca?* + 207 € Ca? -287
Ê St + Ze2 sr -2,89
F Ba + 2e- 2 Ba? -2,90
K*+e € Kº -2,925
LUt+e 2 1º -3,045
CT
————
232XIV—PESOS
ATÔMICOS
BASEADOS
QUÍMICA
ANALÍTICA
NOISÓTOPO
QUANTITATIVA
2C = ELEMENTAR
12(9 a
Actínio Ac 89 (227)
Alumínio Al 13 26,9815
Amerício Am 95 (243)
Antimônio Sb 51 121,75
Argônio Ar 18 39,948
Arsênio As 33 74,9216
Astatínio At 85 (210)
Bário Ba S6 137,34
Berílio Be 4 9,0122
Berquélio Bk 97 (247)
Bismuto Bi 83 208,980
Boro B 5 10,811
“romo Br 35 79,909
Cádmio Cd 48 112,40
Cálcio Ca 20 40,08
Califórnio Cf 98 (251)
Carbono C 6 12,01115
Cério Ce 58 140,12
Césio Cs 55 132,905
Chumbo Pb 82 207,19
Cloro cl 17 35,453
Cobalto Co 27 58,9332
Cobre Cu 29- 63,54
Criptônio Kr 36 83,80
Crômio Cr 24 51,996
Cúrio | Cm 96 (247)
Disprósio Dy 66 162,50
Einstéinio Es 99 (254)
Enxofre S 16 32,064
Érbio Er 68 167,26
Escândio Sc 21 44,956
Estanho Sn 50 118,69
Estrôncio Sr 38 87,62
Európio Eu 63 151,96
Férmio Fm 100 (257)
Ferro Fe 26 55,847
233
EXIV—PESOS
ATÔMICOS
BASEADOS
NOISÓTOPO
!2C= 12%(Cont)
Blomento Símbolo Número Atômico Peso Atômico
E Fido “2 F 9 | 18,9984
E Fósforo P 15 30,9738
Frâncio Fr 87 (223)
Gadolínio Gd 64 157,25
Gálio Ga 31 69,72
Germânio Ge 32 72,59
Háfnio Hf 72 178,49
Hélio He 2 4,0026
Hidrogênio H 1 1,00797
Holmio Ho 67 164,930
Índio In 49 114,82
lodo I 53 126,9044
Irídio Ir 77 192,2
Itérbio Yb 70 173,04
Ítrio Y 39 88,905
Lantânio La 57 138,91
Laurêncio Lr 103 (256)
Lítio Li 3 6,9417
Lutécio Lu 71 174,97
Magnésio Mg 12 24,312
Manganês Mn 25 54,9380
Mendelévio Md. 101 (258)
Mercúrio Hg 80 200,59
Molibdênio Mo 42 95,94
Neodímio Nd 60 144,24
Neônio Ne 10 20,183
Netúnio Np 93 (237)
Nióbio Nb 41 92,906
Níquel Ni 28 58,71
Nitrogênio N 7 14,0067
Nobélio No 102 (255)
Ósmio Os 76 190,2
Ouro Au 79 196,967
Oxigênio Ó 8 15,9994
Paládio Pd 46 106,4
Platina Pt 78 195,09
Plutônio Pu 94 (244)
234 QUÍMICA
ANALÍTICA
QUANTITATIVA
ELEMENTAR
XIV —PESOSATÔMICOSBASEADOS
NO ISÓTOPO2C = 121) (Cont)
O
Polônio Po 84 (209)
Potássio K 19 39,102
Praseodímio Pr 59 140,907
Prata Ag 47: 107,870
Promécio Pm 61 (145)
Protactínio Pa 91 (231)
Rádio Ra 88 (266)
Radônio Rn 86 (222)
Rênio Re 75 186,2
Ródio Rh 45 102,905
Rubídio Rb 37 85,47
Ruténio Ru 44 101,07
Samário Sm 62 - 150,35
Selênio | Se 34 78,96
Silício Si 14 28,086
Sódio Na 1 22,9898
Tálio Ti 81 204,37
Tântalo Ta 73 180,948
Tecnésio Tc 43 (97)
Telúrio Te 52 127,60
Térbio Tb 65 158,924
Titânio Ti 22 47,90
Tório . Th 90 232,038
Túlio Tm 69 167,934
Tungstênio W 74 183,85
Urânio U 92 238,03
Vanádio V 23 50,942
Xenônio Xe 54 131,30
Zinco Zn 30 65,37
Zircônio Zr 40 91,22
dr Te a epe
187,78
165,95
143,32
331,74
234,77
169.88
418,58
247,80
459,45
101,96
78,00
342,15
197,84
229,84
246,03
197,35.
208,24
336,24
253,34
175,34
153,34
171,36
601,97
233,40
514,16
6781
69,62
CaCOs 100,09
CaC, Os 128,10
CaF;, 78,08
CaO 56,08
Ca(0H),
236 QUÍMICA
ANALÍTICAQUANTITATIVA
ELEMENTAR
Fe,(S04)3
* (NH,)2SO4
-.24H,0 964,38
H;BOs 61,83
HBr 80,92
HCHO,(acidofórmico) 46,03
HC, H, 0, (ácido acético) 60,05
H,C,04 - 2H,0 (ácido oxálico) 126,07
H,CaH,Os (ácidotartárico) 150,09
H,CsH,04 (ácidoftálico) 166,14
HCl 36,46
HCIO, 100,46
HF 20,01
HNO, 47,01
HNO, 63,02
H,0, 34,02
HsPO4 97,99
HS 34,08
H, SOs 82,08
H, SO4 98,08
HgS | 232,65
He,CL 472,08
KBr 119,01
KBrO; 167,01
KCN 65,12
KCNS 97,18
K;COs 138,22
KCl 74,56
KCIO, 122,55
KCIO, 138,55
K, CrOs 194,20
K,Cr,0; 294,20
KaFe(CN)s 329,26
Kg Fe(CN)s 368,36
QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA ELEMENTAR
KHCO, 100,12
KHC, 04 128,13
KHCsH,04 (biftalato) 204,23
KH,PO, | 136,09
K, HPO, 174,19
KI 166,00
KIOs — 214,00
KIOs | 230,00
KMnO, 158,04
KNO, 85,11
KNO; 101,11
KOH 56,11
KsPOs 212,01
K,SOs 174,26
K>S, Os 270,32
Li, S04 109,94
Meco, 84,32
MgC,
Os 112,33
Mg(CsHsON), (quinolinato) | 312,62
MgCL, 95,22
MgíCIO
4)» 223,22
MgNH,PO, 137,33
MgO 40,31
Me(0H), 58,33
Mg, P20, 22256
MgSO4 120,37
MnO; 86,94
Mn; 04 22881
Mn(0H), 88,96
MnS 87,00
MoO; 143,94
Mo;Os 239,88
Apêndices 239
NaClO, 90,44
NaHiCOs 84,01
NaH, POs 119,99
Na, HPOs 141,98
Nal 149,89
NaNO; 69,00
NaNOs 85,00
Na; O, 77,98
NaoH 40,00
Nas PO4 163,95
Na;S 78,04
Na; SOs 126,04
Na, SOs4 142,04
Na,8,03 + 5H,0 248,18
NHs 17,03
(NH4), COs 96,09
(NH,4)2€,04 124,10
NH, Cl 53,49
NH, OH 33,03
NH, OH 35,05
(NH4)s
P(MO3
0,0)4 1.876,36
(NH,),SO4 132,13
NiCl, 129,62
P, Os 141,95
240 QUÍMICA
ANALÍTICA
QUANTITATIVA
ELEMENTAR
XV —PESOS
MOLECULARES
DEALGUNS
COMPOSTOS
(Cont.)
[1111
—
PbCOs 267,20
PbCrO4 323,19
Pbl, 461,00
PbO 223,19
PbO, 239,19
PbsO4 685,57
PHW(0H), 241,21
PbS 239,25
PbSOs 303,25
PdO, 138,40
Pd(NO3)» 230,40
Sb, Os 291,50
Sb; 04 307,50
Sb, Os 323,50
Sb;S3 339,69
SiF, 104,08
SiO» 60,09
SnCl, 189,60
SnO; 150,69
SnS 150,75
SO, 64,06
SO, 80,06
SrCOs 147,63
SrC,04 175,64
Srs(PO4)» 45281
SrSO, 183,68
Tio, 79,90
U,Os 842,09
V, Os “181,88
Zn, P, 0, 304,69
ZnS 97,43
ZnSO4 161,43
ÍNDICE 241