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24‐08‐2010

ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Objectivos da acção de formação: Que significa ATEX ?


O acrónimo ATEX é dado a duas Directivas Europeias que regulamentam as
Esta acção de formação tem por objectivos, fornecer aos formandos os "Atmosferas Explosivas"
conhecimentos e competências que lhes permitam:
Substituiu a Directiva 76/117/EEC
• Identificar e interpretar a legislação e regulamentos aplicáveis;
DIRECTIVA 94/9/CE - Especifica as condições a que D.L. Nº 112/96
• Conhecer a marcação ATEX e marcação adicional dos devem obedecer os equipamentos eléctricos ou 5 de Agosto
equipamentos para atmosferas explosiva; mecânicos e sistemas de protecção, destinados a utilizar e
• Conhecer os procedimentos e permissões de trabalho; Identificar as em atmosferas potencialmente explosivas, pela presença Portaria N.º 341/97
áreas perigosas e conhecer a sua classificação; de gases, vapores, aerossóis, poeiras e fibras inflamáveis. 21 de Maio

• Conhecer e identificar os riscos;


• Conhecer os procedimentos e métodos para uma actuação segura;
• Identificar as fontes potenciais de ignição; DIRECTIVA 99/92/CE – Estabelece os requisitos mínimos
de protecção em matéria de protecção e segurança dos D.L. N.º 236/2003
• Mitigar os riscos de explosão; trabalhadores susceptíveis de serem expostos aos riscos 30 de Setembro
• Conhecer os modos de protecção e utilizar os equipamentos e das atmosferas explosivas.
instrumentação destinados a atmosferas explosivas.

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ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Visão geral O que está realmente


abrangido pela Directiva ?
Prevenir e proteger contra explosões através:
Avaliação
ç de riscos;; Aparelhos e sistemas de protecção destinados a atmosferas explosivas.

Classificação de zonas; Dispositivos de segurança, de controlo e de ajustamento que contribuem


para um funcionamento seguro dos aparelhos e sistemas de protecção
Medidas técnicas e organizativas;
(écrans de chama/faísca, sistemas de supressão, etc.).
Coordenação;
Todos os equipamentos eléctricos, mecânicos, hidráulicos e pneumáticos;
Avaliação residual.
A inclusão de atmosferas de poeiras/aerossóis;

Documento de protecção contra explosões


São documentados os dados anteriores;
São actualizadas as alterações.

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ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

O que significa a data de Quais são as obrigações dos


1 de Julho de 2003 ? utilizadores?

Nessa data
data, todos os industriais envolvidos na fabricação
fabricação, utilização ou N que respeita
No it à prevenção
ã ed
da protecção
t ã d de explosões,
l õ o utilizador
tili d
distribuição de materiais, passaram a estar conformes às exigências deve:
fundamentais de segurança e de saúde previstas pelas Directivas ATEX.
Adoptar as medidas técnicas ou organizacionais apropriadas ao tipo de
exploração;
A aplicação da ATEX não é retroactiva:
Avaliar globalmente os riscos de explosão;
Os materiais já instalados ou em uso deverão ser objecto de uma análise de
riscos. Em caso de anomalia (desgaste, …), serão substituídos por materiais Subdividir em zonas os locais onde podem ocorrer atmosferas
conformes à ATEX. explosivas;
Em compensação, os materiais novos concebidos para funcionar em zonas
Proceder à sinalização das zonas definidas.
com riscos de explosão apenas poderão ser comercializados se estiverem
totalmente conformes à ATEX.

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ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Grupos e Categorias de Equipamentos

Definição de acordo com a Directiva


Grupo I Grupo II
Minas Indústrias de superfície
Mistura de substâncias inflamáveis,, sob a forma de ggases,,
vapores, névoas ou poeiras com o ar, em condições
Categoria Categoria Categoria Categoria Categoria
atmosféricas, na qual, após a ignição, a combustão se M1 M2 1 2 3

propague a toda a mistura não queimada. G D G D G D

Na presença de poeiras, nem sempre toda a Categoria 1 : para Zona 0 ou 20


poeira existente é consumida pela combustão Categoria 2 : para Zona 1 ou 21
Categoria 3 : para Zona 2 ou 22

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ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Grupos e Categorias de Equipamentos


Grupos de Equipamentos Grupo I
Categoria M1
Grupo I Grupo II Os produtos desta categoria devem permanecer funcionais por razões de
segurança quando se verifica a presença de uma atmosfera explosiva e quando
esta se caracteriza por medidas de protecção de explosão integradas que
Aparelhos destinados a trabalhos funcionam de tal forma que:
Aparelhos a utilizar noutros
subterrâneos em minas e às
locais susceptíveis de serem • Caso se verifique um defeito de uma das medidas integradas, pelo menos um
respectivas instalações de segundo meio de protecção assegure um nível de segurança suficiente, ou;
postos em perigo por atmosferas
superfície sujeitas a grisu e/ou
explosivas. • Caso se verifique a ocorrência de dois defeitos, independentes um do outro, seja
poeiras combustíveis.
garantido um nível de segurança suficiente.

Grupo I
Categoria M2
Nestes produtos, a alimentação de energia deve poder ser interrompida na
ocorrência de uma atmosfera explosiva
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ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Grupos e Categorias de Equipamentos Grupos e Categorias de Equipamentos

Grupo II Grupo II
Categoria 1 Categoria 2
Inclui produtos dotados da capacidade de manter os parâmetros de funcionamento Inclui produtos dotados da capacidade de manter os parâmetros de funcionamento
declarados pelo fabricante e garantir um nível de segurança muito elevado, tendo declarados pelo fabricante e garantir um elevado nível de protecção, tendo em
em conta a utilização prevista em áreas nas quais, é muito provável que se conta a utilização prevista em áreas onde seja provável a ocorrência de
verifiquem e que estejam presentes, durante largos períodos ou frequentemente, atmosferas explosivas.
atmosferas explosivas.
Os aparelhos desta categoria caracterizam-se pela integração de medidas de A protecção contra explosão relativa a esta categoria, deve funcionar de tal forma,
protecção contra riscos de explosão que funcionam de tal forma que: que providencie um nível de segurança suficiente, mesmo no caso de aparelhos
• Caso se verifique o defeito de uma das medidas integradas, pelo menos um que registem defeitos de funcionamento ou face a condições de funcionamento
segundo meio independente de protecção
protecção, assegure um nível de segurança perigosas que normalmente devam ser consideradas
consideradas.
suficiente; ou,
• Caso se verifiquem dois defeitos independentes, seja garantido um nível de
segurança suficiente.

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ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Grupos e Categorias de Equipamentos


Síntese de Categorias
Grupo II
Categoria 1
Categoria 3 Equipamento
q p p
para áreas onde a atmosfera explosiva
p ép
permanente,,
Inclui produtos dotados da capacidade de manter os parâmetros de funcionamento subsiste por longos períodos ou surge com frequência.
declarados pelo fabricante e garantir um nível de protecção normal, tendo em
conta a utilização prevista em áreas onde seja menos provável a ocorrência de
atmosferas explosivas ou de forma menos frequente e durante um curto período.
Categoria 2
Equipamento para áreas onde a atmosfera explosiva pode ocorrer em
condições normais de operação devendo assegurar um elevado nível de
protecção

Categoria 3
Equipamento para áreas onde não é provável a ocorrência de uma
atmosfera explosiva em condições normais de operação devendo
assegurar um nível de protecção normal

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ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX A QUÍMICA DO FOGO - COMPOSIÇÃO DA ATMOSFERA

CLASSIF PRODUTOS ANÁLISE GRAU DE DISPOSITIVO DE


CATEG
ÁREA PERIGOSOS DE RISCO PROTECÇÃO PROTECÇÃO

Mistura de ar + 2 dispositivos de
Encontra‐se presente
0 gás, vapor, névoa protecção
em permanência ou
Nível muito independentes.
1 por longos períodos
elevado A protecção é garantida
Nuvem de poeira ou surge com
PRODUTOS DO GRUPO II

20 inflamável frequência
no caso de 2 falhas
independentes

Mistura de ar +
1 gás, vapor, névoa
1 dispositivo de
2 Presença provável Nível elevado
protecção
Nuvem de poeira
21 inflamável Em regra, o oxigénio é um elemento
essencial nas combustões.
Mistura de ar +
2 gás vapor
gás, vapor, névoa Assegura um nível de
Para que a combustão se verifique de
Nível normal protecção suficiente
3 Presença não provável
durante a operação forma contínua é necessário que a
Nuvem de poeira normal percentagem de oxigénio na atmosfera
22 inflamável
seja superior a 15 ‐16 %

15 16

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OXIDAÇÃO - COMBUSTÃO OXIDAÇÃO - COMBUSTÃO

A oxidação é uma reacção química entre o oxigénio e outra substância.


As oxidações possuem natureza exotérmica, podendo libertar calor de
Exemplos de reacções de combustão:
forma lenta ou rápida, ao ponto de levar o corpo à incandescência.
A velocidade a que a reacção se desenvolve pode ser muito lenta, como é o ½ O2 + H2  H2 O + 68.400 cal
caso da corrosão de um metal ou, praticamente instantânea como acontece
no oxi-corte ou nas explosões. C + O2  CO2 + 94.230 cal Energia térmica
libertada
CO + ½ O2  CO2 + 67.620 cal

A combustão é um caso particular de uma reacção de oxidação rápida de C2 H2 + 5/2 O2  2 CO2 + H2 O + 323.000 cal
uma substância combustível que se desenvolve com uma intensidade e
velocidade suficientes para irradiar quantidades sensíveis de calor e luz.

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CARACTERÍSTICAS DE INFLAMABILIDADE CARACTERÍSTICAS DE INFLAMABILIDADE

Para que se verifique um incêndio ou explosão, é necessário que se reúnam em Iniciada a combustão desenvolvem‐se partículas instáveis dotadas de
simultâneo as três seguintes condições: elevada energia que se deslocam a grande velocidade (radicais livres) e que
originam uma reacção em cadeia
Na grande maioria das
situações, como nos
encontramos,
permanentemente, em
Se eliminarmos qualquer dos presença, tanto do
lados do triângulo do fogo combustível, como do oxigénio,
combustível os principais esforços
garantimos que não existe o
perigo de explosão ou de consistem em tentar eliminar a
comburente fonte de ignição o que nem
TRIÂNGULO incêndio.
sempre é fáfácil dado que ela
DO FOGO reacção energia pode ter muitas origens
cadeia activação tornando-se quase impossível
o seu completo controlo.
Energia de activação

19 20

5
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CARACTERÍSTICAS DE INFLAMABILIDADE CARACTERÍSTICAS DE INFLAMABILIDADE

LIE LSE

TE SUPERIOR DE EXPLOSIIVIDADE
VIDADE
SÓLIDO PIRÓLISE GASOSO

100% 0%

LIMITE INFERIOR DE EXPLOSIV


OXIGÉNIO COMBUSTÍVEL

fogo
0% 100%

LÍQUIDO VAPORIZAÇÃO GASOSO MISTURA MISTURA


DEMASIADO POBRE
ZONA DE DEMASIADO RICA
(não há combustão) EXPLOSÃO (pode deflagrar ‐ não pode explodir)

LIMIT
GASOSO

LEL UEL

21 22

CARACTERÍSTICAS DE INFLAMABILIDADE CARACTERÍSTICAS DE INFLAMABILIDADE

LEL UEL DENSIDADE


LEL (% em volume) UEL GÁS (% Vol) (% Vol) (ar = 1)

METANO (CH4) 5.0 14.0 0.55


4 74 ETANO (C2H6) 3.0 12.5 1.04
(C3H8) 2.12 9.3 1.56
15 74 PROPANO
BUTANO (C4H10) 1.86 8.4 2.05
5 14 PENTANO (C5H12) 1.40 7.8 2.48
HEXANO (C6H14) 1.18 7.4 2.79
4 10
HEPTANO (C7H16) 1.10 6.7 3.46
3 9 OCTANO (C8H18) 1.00 ---- 3.90

0,7 5 A densidade representa um papel


determinante na segurança dos
produtos.
Uma densidade elevada dificulta a
dispersão dos gases e vapores
aumentando os riscos de explosão.

23 24

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CARACTERÍSTICAS DE INFLAMABILIDADE CARACTERÍSTICAS DE INFLAMABILIDADE

CONCENTRAÇÃO EM MISTURA COM O AR EFEITOS DA COMBUSTÃO


ACETILENO
ACETONA
Em espaço aberto Chamas + Calor + Fumos + Gases
ÁLCOOL ETÍLICO
ÁLCOOL METÍLICO Em espaço fechado Chamas + Calor + Fumos + Gases + Pressão
AMONÍACO
BENZENO
BENZINA
FACTORES CONDICIONANTES
BUTANO
GASOLINA Concentração da matéria inflamável
GÁS SULFÍDRICO
gases
e Teor de comburente poeiras
HIDROGÉNIO
vapores e
METANO
Quantidade de energia de ignição névoas
MONÓXIDO DE CARBONO
PROPANO Dimensão das partículas de matéria inflamável
VERNIZ CELULOSO
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 %

25 26

CARACTERÍSTICAS DE INFLAMABILIDADE CARACTERÍSTICAS DE INFLAMABILIDADE

Ponto de Inflamação Produto Flashpoint (ºC) Grupo


(FLASH POINT) JET FUEL (JP‐4) < ‐ 46
Temperatura mínima a que se forma uma quantidade ÉTER DE PETRÓLEO ‐ 45
suficiente de vapores para originar uma mistura GASOLINA ‐ 45 a 20 MUITO
inflamável ACETONA ‐ 12 PERIGOSOS
BENZENO ‐ 11
Temperatura de Combustão ÁLCOOL (80º) 10
(FIRE POINT) AGUARRAS 34
AGUARDENTE 36 a 54
Temperatura mínima a que se forma uma mistura PERIGOSOS
suficiente de vapores para que a combustão se faça JET FUEL (Jet A / JP‐8) > 38
de forma contínua PETRÓLEO 45 a 48
GASÓLEO 65 a 72
NÃO
ÓLEO DE TRAVÕES 82 a 118
Temperatura de Ignição ÓLEOS LUBRIFICANTES 175 a 220
PERIGOSOS

(IGNITION TEMPERATURE)
Temperatura mínima à qual os vapores se inflamam
espontaneamente
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TIPOS DE EXPLOSÕES TIPOS DE EXPLOSÕES

Uma explosão é uma transformação rápida (300 ms) de energia potencial,


física ou química, em energia mecânica (trabalho) envolvendo a expansão de
gases e aumento de pressão.

Rotura de recipientes
Projecção de materiais
Onda de pressão
Pressão até 10 bar Calor EXPLOSÃO
Duração máxima 300 ms
Chamas
mais importante
Explosões secundárias
em poeiras
Produtos tóxicos

Boiling Liquid Expanding Vapour Explosion

29 30

TIPOS DE EXPLOSÕES TIPOS DE EXPLOSÕES

Ocorrem, por exemplo, quando um reservatório é


pressurizado acima do seu limite de rotura. QUÍMICA
exotérmica
Um exemplo são as explosões que resultam da inflamação
de misturas vapor inflamável/ar.
Não implicam a presença de oxidante. São
Quando um líquido contido num reservatório é aquecido,
devidas a reacções entre produtos químicos.
acima do seu ponto de ebulição, pode ocorrer uma
explosão devido ao aumento de pressão que se verifica. Estas explosões são tanto mais fortes quanto
EXPLOSÃO EXPLOSÃO maior for a proximidade com a concentração
Se o líquido for inflamável os vapores libertados podem
estequiométrica.
explodir (BLEVE) originando:
Uma explosão química num tanque pode induzir
Onda Bola Projecção de Forte radiação uma explosão física se o aumento de pressão for
de choque
q de fogo
g fragmentos
g de calor suficiente para comprometer a resistência
mecânica do mesmo.

Boiling Liquid Expanding Vapour Explosion

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TIPOS DE EXPLOSÕES TIPOS DE EXPLOSÕES

A turbulência provocada por


obstáculos cria um processo de
“feed-back” positivo. À medida
que a frente de chama aumenta
de velocidade maior é a
turbulência criada, potenciando
o efeito
f it explosivo.
l i
Num reservatório fechado a
pressão máxima, devido à
detonação, pode atingir 18 a 30
EXPLOSÃO EXPLOSÃO
vezes a pressão inicial,
dependendo, entre outros
factores, das condições de
Combustão estequiometria da mistura
Combustão
A velocidade da frente de chama é combustível/oxidante.
Explosiva Explosiva
igual ou superior à velocidade do
A velocidade da reacção através da (deflagração) (deflagração)
som ( 2.000 m/s, P  100 bar).
substância combustível não queimada é
inferior à velocidade do som (em regra  A onda de choque resultante
300 m/s, P  10 bar) não se formando desloca-se em todas as direcções e,
onda de choque. se ocorrer num encanamento, não é
bloqueada ou constrangida pela
direcção do fluxo gasoso.
33 34

SEVERIDADE DE UMA EXPLOSÃO TIPOS DE EXPLOSÕES

DEFLAGRAÇÃO VS DETONAÇÃO

Parâmetros que influenciam a severidade


P [bar] 10 100
• Local da ignição;
• Potência (energia) da ignição; V [m/s] 300 2000
• Número de pontos de ignição;
• Tipo de combustível;
• Concentração;
• Grau de divisão do combustível. (granulometria no caso das poeiras); Frente de chama Frente de
• ... Onda de pressão chamas e pressão

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TIPOS DE EXPLOSÕES TIPOS DE EXPLOSÕES

DEFLAGRAÇÃO VS DETONAÇÃO DEFLAGRAÇÃO VS DETONAÇÃO

A onda de pressão liga-se à chama

Frente de
chamas
V [m/s]
P [bar]

V
2000 100 P0 = 1 bara P0 >1 barg até 11 barg

P PF >1
1 barg até 100 barg

A explosão secundária (detonação) é causada por uma primeira explosão.


Verifica-se o aumento da pressão e da temperatura no segundo recipiente
1
10 20 70 80 90 100 110

DEFLAGRAÇÃO DETONAÇÃO
37 38

CARACTERIZAÇÃO DO RISCO DE EXPLOSÃO CARACTERIZAÇÃO DO RISCO DE EXPLOSÃO


GASES, VAPORES E POEIRAS GASES, VAPORES E POEIRAS

A violência de uma explosão em espaço fechado (V 1 litro) está associado às


seguintes grandezas:
Pressão máxima Pmax [ bar ] O produto da velocidade máxima de aumento de pressão pela raíz cúbica do volume é
constante.
 dP 
Velocidade máxima de aumento de pressão   [ bar . s-1 ]
 dt  max  dP  3
P (bara)   V  KG (gases e vapores)
10 Pmax  dt  max [ bar . m . s-1 ]
8
K ST (poeiras)
6
dP
4 dt
2

0,4 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 tempo (ms)

39 40

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CARACTERIZAÇÃO DO RISCO DE EXPLOSÃO CARACTERIZAÇÃO DO RISCO DE EXPLOSÃO


GASES E VAPORES GASES E VAPORES

Pmáx KG A Pmáx e a Vmax de aumento de pressão dependem de:


Gas / Vapor [ bar ] [ bar . m . s-1 ] • Forma do recipiente;
• Turbulência;
Cloreto de metilo 5,0 5 • Pressão no momento da inflamação;
Amoníaco 54
5,4 10 • Af t t em relação
Afastamento l ã à concentração
t ã estequiométrica;
t i ét i
• Quantidade de pontos de inflamação.
Maior risco
Sulfureto de Hidrogénio 7,4 45
Metano 7,05 64
Álcool etílico 7,0 78 KG
Butano 8 92
Hidrogénio 550 bar.m.s-1
Propano 7,9 96
Pentano 7 65
7,65 104
75 bar.m.s-1 em situação de repouso ou fluxo
Etano 7,8 106 laminar num encanamento
Propano e solventes
Acetileno 10,6 109
200 bar.m.s-1 em situação de turbulência

41 42

CARACTERIZAÇÃO DO RISCO DE EXPLOSÃO FONTES DE IGNIÇÃO


POEIRAS
O coeficiente de explosão de uma poeira em particular pode ser determinado • Chamas;
experimentalmente por testes. • Superfícies e gases quentes;
Uma amostra padrão de poeira é injetada por ar comprimido num vaso esférico • Faíscas produzidas mecanicamente;
provocando-se a sua dispersão. Através de um dispositivo provoca-se a ignição no • Descargas eléctricas, incluindo atmosféricas;
centro do vaso, registando-se o valor máximo da pressão de explosão e a taxa de • Electricidade estática;
aumento da pressão
pressão. • Correntes transitórias, protecção catódica contra a corrosão;
Os resultados são classificados em três classes de explosão dependendo da taxa de • Iluminação;
aumento da pressão KST • Campos electromagnéticas;
• Ultrasons;
Classe de KST • Reacções químicas;
Explosão da Poeira [ bar / m  seg ] Características • Ondas de choque.

0 0 Não há risco de explosão


1 0 - 200 Explosão
E l ã fraca
f Principais poeiras susceptíveis de criar uma atmosfera explosiva
Fibra de papel, grão de café, milho, amido, lenhite, trigo, carvão, alumínio,
2 200 - 300 Explosão forte polietileno, açúcar, cacau, toner, etc.
3 > 300 Explosão muito forte

43 44

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FONTES DE IGNIÇÃO DE EXPLOSÃO DE POEIRAS FONTES DE IGNIÇÃO DE EXPLOSÃO DE GASES E VAPORES

Ignição em veículos
Electricidade estática

9,0% 8% Atrito
Atrito
Faíscas mecânicas Electricidade estática 22% 8%
9,0%
30,0%
Arcos eléctricos
Fogo 8%
8,0%

6,5% Superfícies quentes 10% Sulfureto de


Outras
2,5% Soldadura eléctrica e 22% ferro pirofórico
Equipamento eléctrico 3,5%
6,0% Auto‐ignição chamas abertas
10%
Desconhecida 11,5% 5,0% Soldadura
9,0%
Compressão adiabática
12%
Combustão lenta
Superfícies quentes

45 46

ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES

A substituição do oxigénio atmosférico, através de processos de inertização, apesar


CLASSIF PRODUTOS ANÁLISE GRAU DE DISPOSITIVO DE de constituir uma medida eficaz em muitas situações, não pode ser uma opção para
CATEG
ÁREA PERIGOSOS DE RISCO PROTECÇÃO PROTECÇÃO
espaços habitáveis.
Mistura de ar + 2 dispositivos de
0 Encontra‐se presente
protecção Por esse motivo, as medidas disponíveis para locais desse tipo limitam-se a:
g , vapor,
gás, p , névoa em permanência ou
Nível muito independentes.
1 por longos períodos
PRODUTOS DO GRUPO II

Nuvem de poeira ou surge com


elevado A protecção é garantida Evitar ou restringir a utilização de substâncias capazes de originar atmosferas
20 inflamável frequência
no caso de 2 falhas potencialmente explosivas.
independentes
Evitar ou restringir a libertação de substâncias inflamáveis e consequentemente a
Mistura de ar + formação de misturas explosivas, tanto dentro como em redor dos espaços e
1 gás, vapor, névoa
1 dispositivo de equipamentos, através da:
2 Presença provável Nível elevado
protecção
Nuvem de poeira
21 inflamável Limitação da sua concentração;
Utilização de equipamentos dotados de envolventes preenchidas com
2
Mistura de ar +
Assegura um nível de substâncias inertes;
gás, vapor, névoa
Nível normal protecção suficiente Usando ventilação natural ou forçada;
3 Presença não provável
durante a operação
Nuvem de poeira
22 normal Monitorização das concentrações através de equipamentos e sistemas de
inflamável
detecção que produzam alarme e/ou cortem o fornecimento de energia.

47 48

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PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES

Quando se torna inevitável a utilização de equipamentos eléctricos em locais Evitar a formação de


onde possam ocorrer gases ou vapores em quantidades e concentrações que De forma a evitar as explosões e minimizar uma atmosfera
possam tornar a atmosfera inflamável ou explosiva, deve-se em primeiro as consequências a elas associadas, devem explosiva
lugar ponderar a possibilidade de: ser adoptadas precauções efectivas de
protecção contra explosões. 1
O princípio da protecção integrada contra
Eliminar a probabilidade de ocorrência da mistura inflamável explosões requer que as medidas sejam
consideradas pela seguinte ordem: Prevenir a ignição

Eliminar as possíveis fontes de ignição 2


Limitar os efeitos de
Quando isso não seja viável,
viável devem-se
devem se tomar medidas conducentes à
uma explosão a um
redução da probabilidade de ocorrência de um ou de ambos os factores, para
nível aceitável
que a essa probabilidade seja tão baixa quanto o necessário.
3

49 50

PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES

Evitar a formação de Evitar a formação de


uma atmosfera uma atmosfera
Protecção
ç p primária explosiva explosiva
Medidas destinadas a
prevenir a formação de
1 1
atmosferas explosivas
Prevenir a ignição Prevenir a ignição

2 2
Limitar os efeitos de Protecção secundária Limitar os efeitos de
uma explosão a um Medidas para restringir os uma explosão a um
nível aceitável efeitos de uma explosão a nível aceitável
um nível insignificante
3 3

51 52

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PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES


ESPAÇOS PERIGOSOS
Exemplos de actividades e processos industriais com poeiras explosivas
São classificados como espaços perigosos os seguintes locais:
Produção de electricidade
• Tanques de produto
As misturas explosivas poeiras/ar podem formar‐se no transporte,
• Espaços de armazenamento
trituração e secagem de pedaços de carvão não explosivo sem mistura
• Espaços adjacentes aos tanques de produto com o ar.
• Casas de bombas e compressores de movimentação de produtos
Transformação de madeira
• Espaços com encanamentos, recipientes e equipamentos relacionados com as
operações de movimentação, p.ex: casas de mangueiras contaminadas ou outros A fabricação de peças em madeira produz poeiras de madeiras
equipamentos e meios utilizados para movimentação dos produtos susceptíveis de formar misturas explosivas poeiras/ar por exemplo nos
filtros dos silos.
• Espaços confinados ou semi-confinados que possuam uma abertura directa para
qualquer zona ou espaço perigoso Transformação de metais
Na fabricação de peças metálicas, as poeiras de metal explosivas
podem formar‐se durante o tratamento de superfícies (polimento), em
particular nos metais ligeiros (alumínio). Estas poeiras de metal podem
criar riscos de explosões nos colectores.

53 54

PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES

Exemplos de actividades e processos industriais com poeiras explosivas Exemplos de actividades e processos industriais com poeiras explosivas

Indústria alimentar (humana e animal) Indústria automóvel


As poeiras explosivas podem formar‐se no transporte e Nas linhas de pintura as tintas podem ser inflamáveis
armazenamento de d cereais, açúcar,
ú etc. Se estes são aspirados
d e
filtrados, uma atmosfera explosiva pode formar‐se nos filtro Indústria gráfica
Os toner e as fibras de papel
Indústria farmacêutica e de cosmética
A produção farmacêutica e cosmética utilizam, frequentemente, alcoóis Indústria têxtil e de vestuário
e outros solventes. São também utilizadas matérias activas e aditivos Fibras
susceptíveis de formar poeiras explosivas, por exemplo a lactose
Materiais de construção
Empresas de reciclagem Cimento
A reciclagem de resíduos pode gerar riscos de explosões, por exemplo,
Transporte s (ferroviário, rodoviário e naval)
barris e outros recipientes contendo gases e/ou líquidos inflamáveis
juntamente com poeiras de papel ou plástico. Carga/descarga de poeiras em túneis e em tapetes
Tratamento de água

55 56

14
24‐08‐2010

PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES


FONTES DE LIBERTAÇÃO
Definições relativas à protecção contra explosões em poeiras
Termo Definição Anotações Grau de libertação Exemplos
Atmosfera de Mistura com o ar de substâncias É condição que o processo Grau contínuo
Superfície de um líquido
poeiras explosivas combustíveis na forma de poeiras ou termine apenas após um dos A libertação de gases ou vapores verifica-se de forma
inflamável num tanque
fibras, sob condições atmosféricas reagentes ter sido contínua ou, presumivelmente durante longos períodos
permanentemente aberto
que, após a ignição, provocam a inteiramente consumido ou ainda, por curtos períodos mas com elevada
para a atmosfera.
propagação da reacção à mistura não frequência.
inflamada
Condições Pressão da mistura entre 0,8 e 1,1 bar Grau primário
atmosféricas Temperatura da mistura entre ‐20ºC e Probabilidade da libertação se verificar de forma Bucins de bombas,
60º C periódica ou ocasionalmente durante as operações compressores ou válvulas;
normais. Pontos de drenagem de
Atmosfera Atmosfera explosiva em quantidade Uma camada de poeira inferior reservatórios de líquidos
explosiva perigosa perigosa. A presença de atmosfera a 1mm depositada num piso, é inflamáveis; Pontos de
explosiva
l i perigosa
i d
deve ser suficiente
fi i t para provocar uma Grau secundário recolha de amostras;
considerada se a ignição provocar uma atmosfera explosiva perigosa. Não se prevê a libertação de gases ou vapores Válvulas de alívio, de
reacção exotérmica que ponha em combustíveis, para a atmosfera durante as operações ventilação e outras
perigo pessoas, animais domésticos normais e, se a libertação se verificar, possui carácter aberturas.
ou a propriedade esporádico ou durante curtos períodos.

57 58

PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES


ANÁLISE DE RISCOS ANÁLISE DE RISCOS

Factores que provocam riscos


Por ordem cronológica Consequências
dos acidentes 1
Danos
pessoais sérios
1. Ascendência e ambiente social
10
2. Falha humana Danos pessoais menores
3. Acto inseguro • Utilização inadequada de equipamentos;
• Equipamentos em mau estado;
4. Acidente • Falta de EPI’s 30
• Protecções de máquinas inadequados ou inexistentes; Danos à propriedade
5. Dano • C
Congestionamento
ti t d
do llocall d
de ttrabalho;
b lh
• Ruído excessivo;
• Risco de incêndio ou explosão;
• Etc.
600
Incidentes sem danos visíveis

Insurance Company of North America ‐ 1 753 498 casos informados

59 60

15
24‐08‐2010

PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES


ANÁLISE DE RISCOS ANÁLISE DE RISCOS

Consequências Definições
dos acidentes 1 Mortal
Risco potencial - É o risco ao qual se encontra associado um determinado
Com mais que 3 dias de baixa g
conteúdo energético superior
p ao da resistência da zona do corpo
p eventualmente
714
atingida

150 Com 1 a 3 dias de baixa


Risco efectivo ou perigo - É o risco que resulta da interacção
Homem/Risco potencial no espaço e no tempo.
286 S/baixa com perda do dia do acidente
Perigo – (NP 4397 (2000) – É a fonte ou situação com um potencial para o
dano em termos de lesões ou ferimentos para o corpo humano, danos para a
5 571 Apenas com 1os socorros
saúde ou danos para o ambiente do local de trabalho ou uma combinação
d t
destes.
> 60 000 (estimado) Quase acidentes
Risco – (NP 4397 (2000) – É a combinação da probabilidade e das
Skiba (1979) Estudo de 6 grandes empresas da RFA consequências da ocorrência de um determinado acontecimento perigoso.

61 62

PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES


ANÁLISE DE RISCOS ANÁLISE DE RISCOS

Risco potencial Risco efectivo - Perigo

ZONA DE
PERIGO

homem objecto homem objecto

63 64

16
24‐08‐2010

PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES


ANÁLISE DE RISCOS ANÁLISE DE RISCOS

Métodos de análise Métodos de análise

A apreciação é efectuada aprioristicamente,


MÉTODOS DIRECTOS estabelecendo‐se factores de risco antes da MÉTODOS DIRECTOS casuísticos Análise de casos individuais
ocorrência de acidente

Os acidentes fornecem as indicações que


MÉTODOS INDIRECTOS MÉTODOS INDIRECTOS estatísticos Análise de amostras significativas
determinam os factores de risco

65 66

PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES


ANÁLISE DE RISCOS ANÁLISE DE RISCOS

Métodos de análise
A análise e gestão de riscos pressupõe a avaliação das condições de A análise e gestão de riscos constitui a primeira abordagem sobre
segurança da empresa ou de uma instalação em termos: a questão dos acidentes de trabalho de uma unidade de
produção.

QUALITATIVOS & QUANTITATIVOS O principal objectivo consiste no levantamento dos factores do


sistema de trabalho que podem causar o acidente.
A análise é inerente à actividade da empresa e, a sua gestão,
Ponderando, para cada área observada, a probabilidade de
deve ser realizada com a contribuição de todos os intervenientes,
ocorrência de incidente.
abrangendo as hierarquias da empresa, trabalhadores e
responsáveis pela segurança.

67 68

17
24‐08‐2010

PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES


ACTOS INSEGUROS CONDIÇÕES INSEGURAS

• Operar sem autorização; • Dispositivos de protecção inadequados;


• Não chamar a atenção; • Falta de ordem e limpeza;
• Operar a uma velocidade inadequada; • Ferramentas,, equipamentos
q p e outros materiais defeituosos;;
• Colocar fora de serviço os dispositivos de segurança; • Sistemas de alarme e aviso inadequados;
• Usar equipamentos e ferramentas incorrectos ou defeituosos; • Perigo de incêndio e/ou explosão;
• Não usar EPI’s; • Condições ambientais perigosas (gases, poeiras, fumos, etc);
• Transportar objectos incorrectamente; • Ruído excessivo;
• Adoptar posições incorrectas; • Radiações;
• Efectuar rotinas de manutenção em equipamentos em • Iluminação e/ou ventilação inadequada.
movimento;
• Consumir drogas e/ou álcool.

69 70

PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES


CONDIÇÕES INSEGURAS
Os 4 meios principais de prevenção dos
riscos profissionais
Contribuição para a morte e invalidez permanente

ENTE
1 RISCO PESSOA Eliminação
ç do risco

EFIICÁCIA DECRESCE
• P
Procedimientos
di i t ou localização
l li ã perigosos
i 34 %
• Resguardos inadequados 25 %
• Máquinas e equipamentos defeituosos 15 % 2 RISCO PESSOA Eliminação da exposição
da pessoa ao risco
• Vestuário inseguro 15 %
• Iluminação ou ventilação inadequadas 6% 3 RISCO PESSOA Isolamento do risco
• Nenhuma condição insegura 19 %

4 RISCO PESSOA Protecção da pessoa

71 72

18
24‐08‐2010

PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES ANÁLISE DE RISCOS

Fases • Embora exista sempre a possibilidade de reduzir os riscos, estes


raramente podem ser reduzidos a um nível zero, excepto através da
• Identificação dos perigos - procedimento sistemático de
supressão das actividades.
detecção de todos os perigos. Após a identificação, o
projecto pode alterar o produto de modo a minimizar o
• As opções que considerem os eventos mais perigosos que
perigo.
representem um contributo maior para o risco total, apresentam
maior potencialidade em termos de redução dos riscos. A eficácia na
• Estimativa dos riscos – determinação da probabilidade de
redução dos riscos começa sempre pela alteração ao nível do conceito
ocorrência dos p
perigos
g identificados e dos níveis de
subjacente ao projecto, ou seja, um projecto que seja inerentemente
gravidade dos danos.
seguro.

73 74

ANÁLISE DE RISCOS ANÁLISE DE RISCOS

Devem ser avaliadas todas as instalações e equipamentos


• Avaliação dos riscos – comparação ou apreciação do risco em Devem ser avaliados todos os estados operativos
função de determinados critérios, por forma a decidir se o risco é
aceitável
i á l ou se o projecto
j do
d produto
d deve
d ser alterado
l d de
d modo
d a • Funcionamento
F i t normall incluindo:
i l i d manutenção,
t ã arranque e paragem;
reduzir o risco. • Avarias e defeitos previsíveis, ainda que raros;
• Procedimentos e falhas de manipulação previsíveis;
• Análise das opções de redução dos riscos – a fase final de avaliação • Características construtivas dos equipamentos e condições de trabalho;
dos riscos consiste no processo de identificação, selecção e • Materiais;
modificação das alterações introduzidas nos projectos com vista a • Possíveis interacções entre estes elementos e o ambiente onde estão
reduzir o risco geral
geral. inseridos;
• Aberturas de propagação.

75 76

19
24‐08‐2010

ANÁLISE DE RISCOS ANÁLISE DE RISCOS

Matriz de riscos
INÍCIO
Para o desenho da matriz de risco no caso de actividades que
OPERAÇÃO envolvam atmosferas explosivas é necessário conhecer:

IDENTIFICAÇÃO DE
• Os processos;
RISCOS
• As eventuais fontes de libertação;
ESTIMAÇÃO DOS ANÁLISE • As fontes de inflamação;
RISCOS
• As pressões e temperaturas dos processos;
AVALIAÇÃO DOS AVALIAÇÃO
RISCOS
• As quantidades prováveis de libertação;
• As características de inflamabilidade (fichas de segurança);
N
REDUÇÃO DE EQUIPAMENTO • A probabilidade de ocorrência de fugas ou derrames;
RISCOS SEGURO
• Os dispositivos de protecção;
S • Os dispositivos de ventilação;

FIM
• A localização e a envolvente.

77 78

ANÁLISE DE RISCOS ANÁLISE DE RISCOS

Matriz de riscos Matriz de riscos


Severidade vs Frequência Severidade vs Frequência
Severidade Pessoas / Equipamentos
Catastrófico Morte / Perda de equipamento
Probabilidade ou necessidade
Elevado Lesões graves / Avarias grossas
frequência de detecção
de ocorrência HIGH HIGH precoce Baixo Lesões ligeiras / Avarias menores
de acidente LOW HIGH Desprezável Danos desprezáveis

Frequência Definição
Frequente Verifica-se continuamente ( 1/ano)
LOW LOW Ocasional De vez em quando ( 1/10 anos)
LOW HIGH
Rara Raramente ( 1/100 anos)
Improvável Considera-se que não ocorre ( 1/1000 anos)
Severidade

79 80

20
24‐08‐2010

ANÁLISE DE RISCOS ANÁLISE DE RISCOS

Matriz de riscos Matriz de riscos


Severidade vs Frequência Severidade vs Frequência

Cada empresa deve definir a sua matriz de riscos


PROBABILIDADE
SEVERIDADE OCORRÊNCIA

Catastrófico Elevado Baixo Desprezável Frequente


1/ano
E ‐ Elevada E‐B E‐M E‐E E‐S
FREQUÊNCIA

Frequente A A A B Ocasional
1/10 anos
M ‐ Média M‐B M‐M M‐E M‐S
Ocasional A A B C
Rara
B ‐ Baixa B‐B B‐M B‐E B‐S
Rara A B C D 1/100 anos

Improvável
Improvável B C D D 1/1000 anos
I ‐ Improvável I‐B I‐M I‐E I‐S

B ‐ baixo M ‐ médio E ‐ elevado S ‐ muito elevado


IMPACTO
“incidente” “acidente” “acidente grave” “catástrofe”
A e B não são aceitáveis devendo ser tomadas
medidas para que as situações passem a C e/ou D

81 82

ANÁLISE DE RISCOS EQUIPAMENTOS ELÉCTRICOS PARA ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

ATMOSFERA EXPLOSIVA
Condições básicas para a instalação ou utilização de equipamentos
eléctricos em atmosferas potencialmente explosivas
Não ocorre

Não é provável a ocorrência durante operação normal;


Se ocorrer é apenas por curtos períodos
A instalação e/ou utilização de equipamentos eléctricos em locais sujeitos à
presença ded gases ou vapores iinflamáveis,
fl á i obedece
b d à d õ
às regras e recomendações
É provável a ocorrência durante operação normal para as instalações industriais, devendo verificar em simultâneo os seguintes
critérios:
Ocorre continuamente, por longos períodos ou frequentemente
Classificação das zonas
Zona 0 1 2 na
Classe de temperatura
Classe/Divisão I/1 I/2 na
Grupo de explosão do equipamento
FONTE DE IGNIÇÃO A B C D
Condições ambientais
Ocorre durante operação normal A

Não ocorre durante operações normais


B
mas apenas em avaria

Não ocorre durante operações normais


C
mas apenas como resultado de avaria rara

Não ocorre D

83 84

21
24‐08‐2010

EQUIPAMENTOS ELÉCTRICOS PARA ATMOSFERAS EXPLOSIVAS EQUIPAMENTOS ELÉCTRICOS PARA ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
CLASSE “T” – CLASSE DE TEMPERATURA CLASSE “T” – CLASSE DE TEMPERATURA

Temperatura de superfície máxima admissível para camadas de poeira entre 5 e 50 mm


IEC - BS Temperatura Máxima
CENELEC de Superfície (ºC)

ura de Superfície Máxima [ºC]


T1 450

T2 300 A Temperatura Máxima de Superfície é


a máxima temperatura atingida em
qualquer ponto do equipamento que Temperatura latente
T3 200 esteja em contacto directo com a para espessura da
atmosfera exterior camada de 5mm
T4 135

T5 100

Temperatu
T6 85

Espessura da camada [mm]

85 86

EQUIPAMENTOS ELÉCTRICOS PARA ATMOSFERAS EXPLOSIVAS EQUIPAMENTOS ELÉCTRICOS PARA ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
CLASSE “T” – CLASSE DE TEMPERATURA GRUPOS DE EXPLOSÃO
Campo de Aplicação

CLASSE “T”
TEMPERATURA DE T1 T2 T3 T4 T5 T6 Grupo I – Para minas sujeitas a grisu
IGNIÇÃO DO GÁS 450 ºC 300 ºC 200 ºC 135 ºC 100 ºC 85 ºC

85ºC  Tº  100ºC Grupo IIA – (grupo do propano)

100ºC  Tº  135ºC Grupo IIB – (grupo do etileno)

135ºC  Tº  200ºC Grupo IIC – (grupo do hidrogénio)

200ºC  Tº  300ºC
No caso dos dispositivos de protecção d, i ou q
300ºC  Tº  450ºC

450ºC  Tº

87 88

22
24‐08‐2010

EQUIPAMENTOS ELÉCTRICOS PARA ATMOSFERAS EXPLOSIVAS EQUIPAMENTOS ELÉCTRICOS PARA ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
GRUPOS DE EXPLOSÃO GRUPOS DE EXPLOSÃO
5A

2A CMI
Equipamentos de I Metano Equipamentos de Grupo m Joules
CMI (CH4)
segurança intrínseca segurança intrínseca

Ex
1A IIA Propano

x: para circuitos resistivos


IIB Etileno
I 1 280
mA IIA > 0,8 250
C orrente 500 Classificação de acordo com a
relação entre a Corrente Mínima IIB > 0,45 < 0,8 96
Hidrogénio IIC
M ínima de 200
de Ignição do gás e a do Metano
IIC < 0,45 20
I gnição
100
CMI
50

20

10
10 20 50 100 200 500 89
V 90

EQUIPAMENTOS ELÉCTRICOS PARA ATMOSFERAS EXPLOSIVAS EQUIPAMENTOS ELÉCTRICOS PARA ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
GRUPOS DE EXPLOSÃO CLASSE DE TEMPERATURA / GRUPO DE EXPLOSÃO

Invólucro anti-deflagrante T1 T2 T3 T4 T5 T6
I Metano
Grupo IEMS Gás de referência Acetona
Etano
I Metano
Acetato de etilo
Gasolina
IIA > 0.9 mm Propano Amoníaco
Álcool etílico Diesel
Benzeno
IIB > 0.65 e < 0.9 mm Etileno n-butano Gasolina de Acetaldeído
II A Ácido acético
n-álcool aviação Éter etílico
IIC < = 0.35 mm Hidrogénio CO
butílico Óleos térmicos
Metano
n-hexano
IEMS - Interstício Experimental Máximo de Metanol
e Interstício máximo Segurança de uma mistura explosiva Propano
I Comprimento da junta Tolueno
É o menor interstício de uma junta de 25 mm de
L Comprimento reduzido da junta, II B Gás de cidade Etileno
largura que impede toda a transmissão de uma
devido à interrupção da sua
explosão no decurso de 10 ensaios efectuados nas Bissulfureto de
superfície. II C Hidrogénio Acetileno
condições prescritas na IEC 79 carbono

91 92

23
24‐08‐2010

CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS

Factores relevantes para a classificação e definição da extensão das zonas


caudal da libertação;
velocidade de escape;
concentração dos gases e vapores;
ventilação;
Do conjunto de medidas de protecção que devem ser tomadas, com restrições à circulação do ar;
vista à minimização dos riscos de explosão ou inflamação, a
classificação de zonas perigosas constitui um instrumento essencial limite inferior de explosividade (LIE);
Em regra, os mais relevantes
para a definição dos tipos de equipamentos eléctricos e respectivos flashpoint;
modos de protecção que podem ser utilizados ou instalados neste tipo ponto de ebulição;
de locais.
temperatura de ignição;
pressão e densidade do vapor;
grupo de
d explosão;
l
classe de temperatura;
temperatura e pressão dos fluidos.
KG / KST

93 94

CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS

EXEMPLO DE APLICAÇÃO A UM TERMINAL PETROQUÍMICO


Gases, Vapores
e Névoas Poeiras Caracterização
Atmosfera explosiva continuamente presente ou
Zona 1 Zona 20 presente durante períodos prolongados
Categoria 1 G Categoria 1 D
(tipicamente superiores a 1000 horas/ano)

Atmosfera explosiva susceptível de se formar


Zona 1 Zona 21 em condições normais de operação
Categoria 2 G Categoria 2 D
(tipicamente entre 10 e 1000 horas/ano)

Região na qual é baixa a probabilidade de


Zona 2 Zona 22
Categoria 3 G Categoria 3 D
ocorrência de uma atmosfera gasosa explosiva
em operação normal ou, se ocorrer, será de
Zona 0
forma pouco frequente e por curtos períodos de
tempo. (tipicamente inferiores a 10 horas/ano)
Zona 1
As áreas explosivas são, normalmente, na sua maioria, classificadas como zonas
1 e 2 ou 21 e 22. As zonas 0 e 20, restringem‐se, em regra, a áreas pouco Zona 2
acessíveis nos locais de trabalho ou espaços dentro de equipamentos técnicos.

95 96

24
24‐08‐2010

CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS

EXEMPLO DE APLICAÇÃO A UM TERMINAL PETROQUÍMICO EXEMPLO DE APLICAÇÃO A UM TERMINAL PETROQUÍMICO

Nesta área situam-se diversos


equipamentos
q p q
que,, durante as Esta área circunda um tanque
q
Zona 0 Zona 0 operações de descarga do navio horizontal elevado que possui
A existência de uma fossa aberta para contenção existe uma elevada probabilidade válvulas de alívio de pressão
de derrames onde existem, em permanência ou Zona 1 de libertação de vapores inflamáveis
durante longos períodos, produtos inflamáveis Zonas 1
implica que o local seja classificado como Zona 0
Zona 2
Zona 0

Zona 1

Zona 2

97 98

CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS

EXEMPLO DE APLICAÇÃO A UM TERMINAL PETROQUÍMICO EXEMPLO DE APLICAÇÃO A UM TERMINAL PETROQUÍMICO

Zona 2

Área circundante das zonas de Bacias de retenção


implantação dos equipamentos e
esteira de tubagem onde a Zona 0
probabilidade de ocorrência de
libertação de vapores inflamáveis é
baixa. Zona 1

Zona 2

Zona 0

Zona 1

Zona 2

99 100

25
24‐08‐2010

CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS

EXEMPLO DE APLICAÇÃO A UM TERMINAL PETROQUÍMICO

Zona 0
Zona 0
Z
Zona 1
Bacias de retenção Zona 1
Zona 2
Zona 2

Fossa de contenção de derrames

101 102

CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS

Ventilação

R 1,5 m
3,0 m

Zona 0
Zona 0 TANQUE VERTICAL
Z
Zona 1
3,0 m Nível do líquido
3,0 m Zona 1
Zona 2
Zona 2

Nível do piso

Ventilação Fonte de libertação Produto


Fonte de Grau
Ventilação Produto Densidade
libertação Tipo Grau Disponibilidade Superfície Tanque de Flashpoint
Respirad. do vapor
Tipo Grau Disponibilidade Grau Flashpoint Densidade do vapor do líquido drenos
Inferior às Inferior às
Natural Médio Boa Secundário temperaturas de  ar Natural Médio Boa Contínuo Primário Contínuo temperaturas de  ar
processo e ambiente processo e ambiente

103 104

26
24‐08‐2010

CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS
Zona 0

Zona 1
R1m Zona 0
Zona 2
R1m
Zona 1

Zona 2

Fonte de
Ventilação Produto
libertação
Tipo Grau Disponibilidade Grau Flashpoint Densidade do vapor
Inferior às
Natural Médio Boa Secundário temperaturas de Superior à do ar
processo e ambiente

105 106

CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS

Zona 0
TANQUE VERTICAL
Zona 1

Zona 2
ZONA DE ENCHIMENTO

Zona 0

Zona 1

Zona 2

107 108

27
24‐08‐2010

MODOS DE PROTECÇÃO MODOS DE PROTECÇÃO

EN 50014 IEC 61241-1


Classificação dos modos de protecção
Anti-deflagrante d
Segurança aumentada e
Cada modo de protecção eléctrica pode ser classificado quanto ao
Sobrepressão interna p pD
p
princípio em que se baseia: Imersão em óleo o
Dieléctrico especial
Evita as causas de ignição;
Imersão em pó q
Todas as áreas ia iaD
Evita a transmissão da explosão; Segurança intrínseca
Atm.EX n/permanente ib ibD
Evita o contacto entre a atmosfera explosiva e o equipamento eléctrico;
Encapsulagem m mD
Baseados em condições especiais Respiração restringida n
Selagem hermética h
Protecção especial s
protecção por invólucro tD
Sem faiscamento nA

109 110

MODOS DE PROTECÇÃO MODOS DE PROTECÇÃO

Protecção anti-deflagrante ‘d’ Sobrepressão interna ‘p’

A envolvente do equipamento é capaz de suportar a explosão interna de uma Os componentes eléctricos são instalados numa caixa, compartimento ou sala
mistura inflamável que haja penetrado no seu interior, sem sofrer avaria na sua onde a entrada da atmosfera exterior fica impedida devido a uma pressão interna
estrutura e sem transmitir a inflamação interna através de juntas ou outras mais elevada. Essa atmosfera interna pode ser constituída por ar aspirado a partir
comunicações
i õ à atmosfera
t f explosiva
l i exterior
t i constituída
tit íd por quaisquer
i gases ou d um llocall seguro ou por um gás
de á iinerte.
t D Desta
t fforma existe
i t sempre uma entrada
t d
vapores para os quais foi projectada. para o ar ou gás inerte e outra para o escape contínuo desse ar ou gás.

O invólucro, não impede o acesso das misturas inflamáveis exteriores ao interior.


O valor da sobrepressão interna não deve ser inferior a 50 Pa (0.5 mBar).
O equipamento eléctrico pode gerar dentro da envolvente um faísca, arco eléctrico
ou temperatura que pode inflamar a atmosfera interna, mas a envolvente é Esta pressurização deve ser controlada de forma permanente, devendo existir um
construída de tal modo que resiste aos esforços gerados pela explosão e é capaz sistema de alarme e/ou corte automático dos circuitos que actue no caso de se
de impedir a transmissão da explosão ao exterior. verificar uma falha no sistema de pressurização.
Nenhuma parte externa da envolvente atinge uma temperatura superior à Este tipo de protecção aplica-se normalmente a equipamentos de potência
temperatura necessária para a inflamação da atmosfera circundante. elevada, equipamentos eléctricos ou electrónicos convencionais de grande
dimensão e a salas de controlo.

111 112

28
24‐08‐2010

MODOS DE PROTECÇÃO MODOS DE PROTECÇÃO

Segurança aumentada ‘e’ Segurança aumentada ‘e’

Utiliza precauções especiais para evitar, aquecimentos inadmissíveis ou o surgimento de Factores considerados
arcos eléctricos ou faíscas em equipamentos que em serviço normal não as produzem.
Distância mínima entre as partes condutoras;
Por este motivo não é aplicável a materiais ou dispositivos que em serviço normal
produzam arcos ou faíscas como é o caso dos interruptores ou motores com escovas, Classe dos isolamentos;
nem em componentes semi-condutores em que não se possa garantir a limitação de
temperatura com margem de segurança adequada. Temperatura dos isolamentos e enrolamentos;

Protecção contra ingresso (mín. IP-54);


Este modo de protecção é limitado aos dispositivos com enrolamentos como é o caso de:
Rigidez dieléctrica;

transformadores; elementos de ligação; Envelhecimento dos materiais plásticos;


motores assíncronos; armaduras de iluminação; Terminais de ligação
ã (dimensão
ã e aperto);
Electroímans; sistemas de aquecimento.
Folga entre o rotor e o estator, linhas de corrente superficiais, selecção
dos isolamentos, sobreaquecimentos, faíscas, etc. nos motores de gaiola.

113 114

MODOS DE PROTECÇÃO MODOS DE PROTECÇÃO

Dieléctrico especial – Imersão em óleo ‘o’ Dieléctrico especial – Imersão em pó ‘q’

Pressupõe que a protecção do material eléctrico se realiza de forma a que os A protecção por imersão em pó ou isolamento pulverolento é aquela em que
á
gases ou vapores inflamáveis, í
que se encontram acima do nível ó
do óleo e no as partes sob tensão se encontram completamente submersas numa massa
exterior da envolvente, não possam inflamar-se. isolante em forma de pó, tal como areia de quartzo ou outro material de
características semelhantes do ponto de vista da rigidez dieléctrica.
Nestes equipamentos, todas as partes activas são inteiramente mergulhadas
num óleo isolante de forma a que a atmosfera explosiva exterior não possa Este modo de protecção aplica-se normalmente em condensadores.
entrar em contacto com essas partes activas.

115 116

29
24‐08‐2010

MODOS DE PROTECÇÃO MODOS DE PROTECÇÃO

Segurança Intrínseca ‘ i ’ Segurança Intrínseca ‘ i ’

Qualquer faísca ou arco eléctrico que se possa produzir, normal ou acidentalmente, é Recorre a diversos métodos para evitar que as descargas eléctricas entre
incapaz de provocar, nas condições de ensaio prescritas, a ignição da mistura explosiva contactos, resultantes do funcionamento normal da instalação, atinjam
para a qual o circuito ou parte do circuito foi projectado.
projectado valores de energia
g suficientes para
p provocar
p a ignição
g ç de uma atmosfera
explosiva envolvente.

Como em geral as energias de activação são muito A parte protegida de um circuito deve estar isolada de circuitos
baixas, este modo de protecção restringe-se a desprotegidos por forma a impossibilitar que possam vir a receber energia
dos mesmos.
circuitos eléctricos ou electrónicos de baixa potência,
A protecção intrínseca consegue-se, reduzindo os valores de carga
sejam eles resistivos, indutivos, capacitivos ou
através, por exemplo, da utilização de elementos semi-condutores.
mistos.

De uma forma geral, podemos dizer que um equipamento de segurança


intrínseca, deverá possuir uma tensão, corrente, indutância e capacidade
muito baixas.

117 118

MODOS DE PROTECÇÃO MODOS DE PROTECÇÃO

Segurança Intrínseca ‘ i ’ Segurança Intrínseca ‘ i ’

Zona segura Zona ATEX Zona segura Zona ATEX

OPTOACOPLADOR

BARREIRA GALVÂNICA BARREIRA ZENER

119 120

30
24‐08‐2010

MODOS DE PROTECÇÃO MODOS DE PROTECÇÃO

Segurança Intrínseca ‘ i ’ Segurança Intrínseca ‘ i ’


Classes de materiais Ex i
Categoria “ib”
Materiais eléctricos nos quais todos os circuitos são
Zona Segura Zona Perigosa permanente A protecção
Utilizada apenas em áreas onde a atmosfera explosiva não é permanente.
de segurança intrínseca como sejam os telefones de
mantém-se em caso de falha, com um coeficiente de segurança K=1.5
indução, analisadores de gases, etc.;

Materiais eléctricos associados, nos quais alguns Categoria “ia”


circuitos não são de segurança intrínseca. Possuindo Utilizada em todas as áreas perigosas. A protecção mantém-se com uma falha, com um
uma barreira de segurança situada fora da zona coeficiente de segurança K=1.5 e K=1 com duas falhas simultâneas.
perigosa; Nestes casos,, falha significa
g uma falta de qualquer
q q componente
p ou defeito de ligação
g ç
entre componentes. As resistências consideram-se infalíveis.

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MODOS DE PROTECÇÃO MODOS DE PROTECÇÃO

Segurança Intrínseca ‘ i ’ Encapsulagem ‘m’


Modo de
Símbolo Zona Standard Princípio de actuação Categoria Neste modo de protecção as partes sob tensão encontram-se situadas no seio de uma
protecção
resina suficientemente resistente às solicitações externas de tal forma que uma
Ex ia 0, 1, 2 Limitação da energia das 1
Segurança
EN50020 faíscas atmosfera explosiva não possa inflamar-se
inflamar se nem devido a faíscas nem por
Intrínseca
Ex ib 1, 2 Limitação da temperatura 2 sobreaquecimentos que se possam verificar no interior do encapsulado.

Símbolo Classificação Critério do zonamento Marcação ATEX É um modo de protecção em que existe uma barreira física entre os pontos passíveis de
gerar energias de activação e a atmosfera explosiva.
Zona 0 Atmosfera inflamável sempre presente ou por G CAT 1
Ex ia períodos longos (>1000 h/ano)
Zona 20 Equipamento D
Este modo de protecção caracteriza-se por não necessitar de manutenção já que os
Zona 1 Atmosfera inflamável presente em operação G CAT 2
equipamentos
i dotados
d d desta
d protecção
ã formam
f um conjunto
j monolítico
lí i e em gerall sem
Zona 21 normal (10 a 1000 h/ano) Equipamento D
Ex ib possibilidade de reparação.
Zona 2 Atmosfera inflamável presente apenas durante G CAT 3
Zona 22 curtos períodos (< 10 h/ano) Equipamento D

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MODOS DE PROTECÇÃO MODOS DE PROTECÇÃO

Respiração restringida ‘n’ Protecção especial ‘s’


Modo de protecção aplicado a um material eléctrico de modo que em funcionamento
normal não seja capaz de inflamar uma atmosfera explosiva circundante nem apresentar, O modo de protecção especial refere-se a um conceito, que pela sua natureza não
de modo provável, um defeito capaz de provocar a inflamação. cumpre com os requisitos especificados nas normas.

Este modo de protecção é baseado no desenho dos equipamentos eléctricos similares de As características para utilização em atmosferas inflamáveis ou explosivas são, quando
segurança aumentada, sendo contudo menos exigente por forma a constituir uma necessário, reconhecidas através de testes de forma a garantir a sua aplicabilidade às
alternativa mais económica para instalações em Zona 2. zonas para as quais foi concebido.

Selagem hermética ‘h’


Modo de protecção aplicado às possíveis fontes de ignição, as quais se encontram
encerradas numa envolvente hermética e dispondo de resistência mecânica adequada.

Este modo de protecção não se encontra normalizado na actualidade.

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MARCAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS MARCAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS


Marcação actual segundo Normas Marcação futura segundo projectos Marcação adicional (exemplos)
EN50014 e EN 50281-1-1 IEC 61241-0 e IEC 61241-1
N°04/00000-01 0163 II 2 G D Ex tD A21 IP67 T85°C INERIS 04ATEX 0022X
Ex d IIA T3
Possui invólucro anti-deflagrante ‘d’, obedece aos requisitos do grupo de
explosão IIA para uma temperatura máxima de superfície de 200ºC
Nº série do Certificação de
produto exame CE de tipo
Marca Comunitária
O produto corresponde
estabelecido pela
INERIS
EExd IIB T3 ( Tamb= 50 ºC )
às Normas/Directivas Classe de temperatura Satisfaz as normas CENELEC relativas a equipamentos com invólucro anti-
comunitárias deflagrante (d), para uma temperatura máxima de 100ºC, num ambiente de
Protecção contra ingresso 50ºC. Grupo de explosão IIB
N° de identificação do
organismo notificado Zona de utilização

Utilização autorizada em Modo de protecção Exib (ia) IIC T4


atmosfera
t f explosiva.
l i Li Livre Produto para Atm. EX
circulação na União Europeia Dispõe de protecção intrínseca com uma temperatura máxima de 135ºC num
ambiente de 40ºC. A sigla (ia) indica que apesar do equipamento no seu todo ter
Grupo de aparelhos
sido considerado “ib”, próprio para utilização em Zona I, dispõe pelo menos de um
Categoria de aparelhos jogo de terminais que satisfazem os requisitos para a categoria “ia” sendo
Tipo de atmosfera (neste caso gases e poeiras) adequado para ser ligado a um circuito que penetre numa Zona 0.

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MARCAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS MARCAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS


Marcação adicional (exemplos) Marcação adicional (exemplos)

Equipamentos que combinam circuitos IS e não IS Equipamentos que combinam circuitos IS e não IS
Os parêntesis rectos indicam que o dispositivo eléctrico associado contém Os parêntesis rectos indicam que o dispositivo eléctrico associado contém
um circuito eléctrico de segurança intrínseca que pode penetrar na Zona 1. um circuito eléctrico de segurança intrínseca que pode penetrar na Zona 1.
(Grupos de gases IIA, IIB e IIC) (Grupos de gases IIA, IIB e IIC)

[ Exib ] IIC T6 Ex de [ ib ] IIC T6 [ Exib ] IIC T6 Ex de [ ib ] IIC T6

O dispositivo pode ser utilizado na Zona Zona Segura Zona Perigosa Zona Segura Zona Perigosa
O dispositivo deve ser instalado fora da
1 pelo facto de ser alojado numa
área p
potencialmente explosiva
p
envolvente
l t anti-deflagrante.
ti d fl t

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MARCAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS GRAU DE PROTECÇÃO MECÂNICA - INGRESS PROTECTION


Marcação específica

Complementarmente aos modos de protecção é definido o grau


I M2 Minas, Grupo I, Categoria M2 de protecção da envolvente.
O grau de protecção é a qualidade convencional atribuída a uma
q p
envolvente de equipamento eléctrico no q
que respeita
p a:
Excepto minas, Grupo II, Categoria 1
II 1 G
Atmosferas com gases, vapores ou névoas • Entrada de corpos estranhos
• Entrada de água
II 1 D Excepto minas, Grupo II, Categoria 1 - Poeiras • Resistência ao impacto

Dispositivo utilizável em áreas não perigosas com circuitos 1º DIGITO protecção contra a entrada de sólidos
II ((1)) GD intrinsecamente seguros
g de categoria
g Ex ia q
que p
podem ser
2º DIGITO protecção contra a entrada de água
2
ligados a aparelhos da Categoria 1
3º DIGITO resistência ao impacto
Material instalado no limite entre zonas diferentes, por exemplo,
II 1/2 G estando parcialmente em conformidade com a Categoria 1 e a
Categoria 2 IP

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GRAU DE PROTECÇÃO MECÂNICA - INGRESS PROTECTION QUADROS SÍNTESE (gases, vapores, névoas inflamáveis)

1 Protegido contra corpos sólidos superiores a 50 mm. DIRECTIVA


2 Protegido contra corpos sólidos superiores a 12 mm. ATEX 100
1º Dígito ZONA EN 60079-14 DIRECTIVA 76/117/CEE
Protecção contra 3 Protegido contra corpos sólidos superiores a 2,5 mm.
entrada de 4 Protegido contra corpos sólidos superiores a 1 mm. ‘ia’ segurança intrínseca
corpos sólidos 5
6
Protegido contra poeiras. Sem sedimentos prejudiciais
Totalmente pprotegido
g contra ppoeiras
0 II 1 G ‘s’ protecção especial (especialmente certificado para Zona 0)

2º Dígito
Qualquer tipo de protecção aprovada para Zona 0, mais:
Protecção contra 1 Protegido contra queda vertical de gotas de água
entrada de líquidos 2 Protegido contra queda de água até 15º da vertical II 1 G ‘d’ anti-deflagrante
3
4
Protegido contra água da chuva até 60º da vertical
Protegido contra projecções de água em todas as direcções
1 + ‘ib’ segurança intrínseca
‘p’ sobrepressão interna (incluindo salas com pressão positiva)
II 2 G
5 Protegido contra lançamento de água em todas as direcções ‘e’ segurança aumentada (*)
6 Protegido contra lançamento de água similar a golpes de mar ‘s’ protecção especial
7 Protegido contra a imersão.
8 Protegido
g contra os efeitos pprolongados
g de imersão sob ppressão. Qualquer tipo de protecção aprovada para as Zonas 0 e 1
1, mais:
3º Dígito: Resistência ao impacto II 1 G
‘o’ imersão em óleo
1 Energia de choque = 0,225 Joules + ‘m’ encapsulagem
2 Energia de choque = 0,375 Joules
3 Energia de choque = 0,500 Joules
2 II 2 G
+
‘q’ dieléctrico de areia
‘n’ respiração restringida
5 Energia de choque = 2,00 Joules II 3 G ‘h’ selagem hermética
7 Energia de choque = 6,00 Joules
9 Energia de choque = 20,00 Joules
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QUADROS SÍNTESE (poeiras combustíveis) NORMAS

DIRECTIVA
ATEX 100 EN 50 014 Requisitos gerais
ZONA EN 60079-14
EN 50 015 Imersão em óleo ‘o’

20 II 1 D IP 6 x EN 50 016
EN 50 017
Sobrepressão interna ‘p’
Imersão em pó ‘q’
q
EN 50 018 Construção e testes de verificação dos envólucros anti-deflagrantes

II 1 D EN 50 019 Segurança aumentada ‘e’


+ IP 6 x EN 50 020 Segurança intrínseca ‘i’
II 2 D EN 50 028 Encapsulagem ‘m’
EN 60 079-10 Classificação de áreas perigosas
EN 60 079-14 Instalações eléctricas em áreas perigosas
Poeiras condutoras
II 1 D + II 2 D IP 6 x EN 60 079-17 Inspecção e manutenção de instalações eléctricas em áreas perigosas

Poeiras isolantes
II 3 D IP 5 x

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