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Equipamentos de Protecção

Individual
versus Amianto

TRABALHO DO MODULO V
“EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL”
DO PROF. DOUTOR SANTIAGO ALFAGEME DIÉZ
4º PROGRAMA DE DOUTORAMENTO EM
HIGIENE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Trabalho dos doutorandos:


Maria José dos Santos Leitão de Lima Santos
Pedro Gustavo Duarte
Introdução

O trabalho proposto pelo professor tem como “key word”


EPI, algo que tentei fazer, cruzando-a com uma outra
“key word”, amianto. A abordagem que adoptamos para fazer
o trabalho, foi a de descrever os tipos de trabalho que
possam envolver amianto, e quais os EPIs que estarão
envolvidos nos mesmos.
Tentamos também enquadrar: as definições; a legislação; e
as normas que nos possibilitam fazer a escolha adequada.
Definições

 Os equipamentos de protecção individual são dispositivos ou meios destinados a


ser envergados ou manejados com vista a proteger o utilizador contra riscos
susceptíveis de constituir uma ameaça à sua saúde ou à sua segurança.
Para eficazmente preservarem a saúde e garantirem a segurança de pessoas e
bens, os equipamentos de protecção individual terão de satisfazer, na sua
concepção e fabrico, exigências essenciais de segurança e respeitarem os
procedimentos adequados à certificação e controlo da sua conformidade com as
exigências essenciais aplicáveis.
Tais exigências e procedimentos derivam da Directiva 89/686 CEE, de 21 de
Dezembro de 1989, relativa à aproximação das legislações dos Estados membros
respeitantes aos equipamentos de protecção individual, a que importa dar
cumprimento.
 O Decreto-Lei nº 128/93, de 22 de Abril
 Alterado pelo Decreto-Lei n.º 139/95, de 14 de Junho e pelo Decreto-Lei n.º 374/98, de 24
de Novembro.
 Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva 89/689 CEE, de 21 de Dezembro relativa
aos equipamentos de protecção individual
Selecção
 Para uma melhor percepção do risco associado ao manuseamento do amianto, temos que o enquadrar
mas sem nunca esquecer que a protecção colectiva é prioritária; os equipamentos de protecção
individual (EPI) quando são a última defesa contra os riscos, são obrigatórios !! !
 Os EPI são escolhidos de acordo com o tipo de riscos existentes :

Riscos físicos
• Mecânicos(quedas, choques, vibrações, etc.)
• Térmicos
• Eléctricos
• Radiações
• Ruído
Riscos químicos
• Aerossóis (poeiras, fumos)
• Líquidos (imersões, salpicos)
• Gases e vapores
Riscos biológicos
• Bactérias e vírus patogénicos
• Fungos
Selecção
Sempre que a eliminação dos riscos com recurso à protecção colectiva não seja total ou
parcialmente possível, torna-se necessário recorrer a medidas de protecção individual.

Neste sentido, os EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL devem ser:


 Conformes com as normas aplicáveis à sua concepção e fabrico em matéria de segurança e saúde
(garantidos pela marcação CE e declaração de Conformidade)
 Utilizados só quando os riscos existentes não puderem ser evitados ou suficientemente limitados por
meios técnicos de protecção colectiva ou por medidas, métodos ou processos de organização do
trabalho.
 Adequados ao seu utilizador e de uso pessoal.
 Adequados à prevenção dos riscos que visam evitar e às condições existentes no local de trabalho, sem
implicar por si próprios um aumento de risco.
 Cómodos, robustos e leves;
 Adaptáveis, sempre que possam ser usados por mais do que um trabalhador;
 Fiáveis, ao longo de toda a sua vida e de fácil manutenção;

Os EPI devem ter obrigatoriamente:


 Marcação CE
 Declaração de conformidade
 Manual de informações
 Exame CE de tipo (alguns)
Classificação (como agente cancerígeno)
“International Agency for Research on Câncer” (IARC), da
Enquadramento Organização Mundial de Saúde

para o amianto O amianto é um agente do grupo 1


Grupo 1 - O agente ou mistura é carcinogênico para o
Para se falar de EPIs em homem. Para a inclusão neste grupo, deve haver evidência
relação ao amianto temos que suficiente do agente ser cancerígeno em seres humanos.
enquadra-lo de varias formas
Excepcionalmente, um agente ou mistura é classificado
. quando a evidência em seres humanos não é suficiente,
Em termos legislativos tem
mas existe evidência experimental suficiente em animais e
uma directiva própria forte evidência em seres humanos expostos, de que o
(Directiva nº 2003/18/CE) agente actua através de relevantes mecanismos de
transportada para o direito
interno pelo Decreto-Lei nº
carcinogênese. A evidência aqui referida é aceite quando
266/2007 de 24 de Julho. comprovada através de estudos epidemiológicos.

Em termos de escolha de EPIs,


Vias de exposição
temos que ter em conta a sua  Inalatória - Cav.nasais; pulmão; tracto
classificação como agente
cancerígeno e as principais
respiratório
vias de exposição pois são  Digestiva - Oral; tracto digestivo
essas que vamos proteger
 Dérmica
preferencialmente tendo em
conta o tipo risco envolvido.  Ocular
Dec-Lei 266/2007
transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva
2003/18/CE que altera a Directiva n.º 83/477/CEE relativa à
protecção sanitária dos trabalhadores contra os riscos de exposição
ao amianto durante o trabalho

Equipamentos de protecção individual. 


O empregador fornece aos trabalhadores equipamentos de protecção individual adequados
aos riscos existentes no local de trabalho e que obedeça à legislação aplicável.
Os equipamentos de protecção individual são:
a) Colocados em locais apropriados;
b) Verificados e limpos após cada utilização;
c) Reparados e substituídos antes de nova utilização caso se encontrem deteriorados ou com
defeitos.

Vestuário de trabalho ou protecção. 


O empregador fornece aos trabalhadores vestuário de trabalho ou de protecção adequados,
nomeadamente impermeáveis a poeiras de amianto.
O vestuário de trabalho ou de protecção utilizado pelos trabalhadores e que seja reutilizável
permanece na empresa e é lavado em instalação apropriada e equipada para essas operações.
Se o vestuário de trabalho ou de protecção referido no número anterior for lavado em
instalação exterior à empresa, é transportado em recipiente fechado e devidamente rotulado.
Informação específica dos trabalhadores. 
Sem prejuízo do disposto na legislação geral em matéria de informação e
consulta, o empregador assegura aos trabalhadores expostos, assim como
aos respectivos representantes para a segurança, higiene e saúde no
trabalho, informação adequada sobre:
As precauções a tomar no transporte e utilização de equipamentos e de
vestuário de trabalho ou de protecção;

O decreto-lei contém ainda uma lista de equipamentos adequados


ao exercício de trabalhos em edifícios, estruturas, aparelhos,
instalações, bem como em aeronaves, material circulante
ferroviário, navios ou veículos, que envolva demolição ou
remoção de amianto ou de materiais que o contenham.
Existem profissões que pela sua natureza podem acarretar o risco de entrar em contacto com o
amianto como, mecânicos, trabalhadores da construção civil ou da manutenção e/ou limpeza de
edifícios, mas se em qualquer outra actividade ocorrer esse risco o enquadramento legal é-nos
dado pelo Decreto-Lei nº 266/2007 , do qual retirei o Artigo 1º.

Objecto e Âmbito (art.1º)


Aplica-se a todos as actividades em que os trabalhadores estão ou podem estar expostos a poeiras do
amianto ou de matérias que contenham amianto como:
a) Demolição de construções em que existe amianto ou materiais que contenham amianto;
b) Desmontagem de máquinas ou ferramentas em que existe amianto ou materiais que contenham
amianto;
c) Remoção do amianto ou de materiais que contenham amianto de instalações, estruturas, edifícios
ou equipamentos, bem como aeronaves, material circulante ferroviário, navios ou veículos;
d) Manutenção e reparação de materiais que contenham amianto existentes em instalações,
estruturas, edifícios ou equipamentos, bem como em aeronaves, carruagens de comboios, navios ou
veículos;
e) Transporte, tratamento e eliminação de resíduos que contenham amianto;
f) Aterros autorizados para resíduos de amianto.
O presente Decreto-lei é aplicável aos sectores: privado; cooperativo e social; na administração
pública central; regional e local e trabalhadores independentes que desenvolvam actividades
relacionadas com o amianto.
Decreto-Lei n.º 284/89
de 24 de Agosto, Aprova o regime de protecção da
saúde dos trabalhadores contra os riscos de
exposição ao amianto nos locais de trabalho

As entidades patronais devem pôr, gratuitamente, à disposição dos trabalhadores o


equipamento de protecção individual necessário e adequado às características e riscos dos
respectivos postos de trabalho.
No caso de equipamento de protecção das vias respiratórias, as entidades patronais só têm de
pôr o equipamento à disposição dos trabalhadores quando a avaliação demonstrar a existência
de níveis de concentração de amianto na atmosfera dos locais de trabalho iguais ou superiores
ao nível de acção.
Sempre que a aplicação das medidas de protecção colectiva se revele ineficaz para manter a
exposição às poeiras de amianto a nível inferior aos valores limite de concentração, torna-se
obrigatória a utilização de equipamentos de protecção individual das vias respiratórias nas
seguintes situações:
a) Enquanto as medidas correctivas aplicadas sobre as instalações e os métodos de trabalho não
reduzirem as exposições a níveis inferiores aos valores limite estabelecidos;
b) Quando se efectuem operações de limpeza, reparação ou conservação de que possa resultar
um elevado nível de contaminação e quando se proceda a trabalhos de demolição;
c) Quando se trate de situações excepcionais ou de emergência.
A utilização do equipamento de protecção individual das vias respiratórias deve
observar os seguintes critérios:
a) Não utilização, em qualquer caso, com carácter habitual e permanente;
b) Limitação ao mínimo necessário do tempo de utilização.

Os equipamentos de protecção individual devem, após cada utilização, ser


verificados, limpos e guardados em locais apropriados, devendo ainda as entidades
empregadoras assegurar a sua conservação em bom estado de utilização, bem como
elaborar normas de procedimento que, para cada tipo de equipamento utilizado,
indiquem, designadamente, a frequência das operações de revisão, conservação,
limpeza e substituição.

Os equipamentos de protecção individual devem obedecer às normas portuguesas


existentes nesta matéria.
Convenção n.º 162 Uma vez que as roupas pessoais dos trabalhadores estão
Organização sujeitas a contaminação por amianto, o empregador deverá,
segundo a legislação nacional e em consulta com os
Internacional representantes dos trabalhadores, fornecer roupas de
do Trabalho trabalho adequadas que não poderão ser levadas para fora do
local de trabalho.

A manipulação e a limpeza das roupas de trabalho e dos trajes


Esta Convenção de 1986
de protecção especiais após o uso, devem ser efectuadas em
foca, entre outro condições sujeitas a controlo, de acordo com as exigências da
autoridade competente, a fim de evitar a emissão de pó de
assuntos relacionados
amianto.
com o amianto, os
A legislação nacional deverá proibir o transporte das roupas
cuidados a ter na de trabalho, dos trajes de protecção especiais e do
protecção dos equipamento de protecção individual ao domicílio do
trabalhador.
trabalhadores expostos
ao amianto através da O empregador deve responsabilizar-se pela limpeza, pela
manutenção e pela boa ordem das roupas de trabalho, dos
boa utilização de trajes de protecção especial e do equipamento de protecção
equipamentos de individual.
protecção individuais.
Orientações

Se for empregador ou supervisionador de pessoas cujo trabalho implique a


possibilidade de encontrar materiais que contenham amianto, deve de se fazer o
seguinte:

 Ministrar formação adequada para que os trabalhadores possam reconhecer os materiais


susceptíveis de conter amianto e saibam como agir no caso de se depararem com esses
materiais;
 Reunir informação fiável e de qualidade sobre a presença ou ausência de materiais que
contenham amianto baseada, por exemplo, em planos de construção e/ou obtida por parte dos
arquitectos (alguns Estados-Membros exigem que a pessoa responsável elabore um inventário
dos materiais com amianto presentes num edifício);
 Garantir a elaboração de registos adequados dos materiais para os quais se confirmou a
presença ou ausência de amianto (p. ex. ao nível interno da empresa ou pelo dono da obra);
 Afixar no estaleiro informação escrita relativa à presença de materiais relativamente aos quais
há a certeza de que contêm amianto, inclusive um inventário do amianto e os sinais de aviso
necessários;
 Dar instruções escritas sobre os procedimentos a seguir no caso de serem encontrados
inesperadamente materiais que contenham amianto.
Informação

Relativamente a quaisquer actividades de trabalho em que os trabalhadores


sejam ou possam ser expostos a poeiras provenientes de materiais que contenham
amianto, a Directiva 83/477/CEE relativa à protecção dos trabalhadores contra o
amianto, com a última redacção que lhe foi dada pela Directiva 2003/18/CE,
exige que os trabalhadores e os seus representantes recebam informação adequada
sobre:

os riscos potenciais para a saúde devidos a uma exposição às poeiras provenientes do
amianto ou dos materiais que contenham amianto;
a existência de valores-limite regulamentares e a necessidade da vigilância do ar;
prescrições relativas às medidas de higiene, incluindo a necessidade de não fumar;
as precauções a tomar no uso dos equipamentos e do vestuário de protecção;
as precauções especiais destinadas a minimizar a exposição ao amianto.

Embora todas estas questões estejam incluídas no conteúdo da formação atrás


recomendada, a informação sobre estas matérias deve estar imediatamente
disponível no local de trabalho, nos formatos adequados (p. ex., cartazes, fichas ou
folhetos).
Decisões
Uma vez sabido que contém amianto, existem perguntas obrigatórias
para se apurar se o material:

 Está em boas condições ou;


 Não pode ser reparado com facilidade;
 É de fácil acesso (potencialmente susceptível de sofrer estragos
acidentais ou deliberados, enquanto da remoção);
 Sofreu danos que não podem ser considerados menores ou
superficiais (tornando a reparação pouco fiável);
 Sofreu danos graves (ou seja, danos generalizados que inviabilizam
o confinar das partes danificadas);
 Não se presta à selagem nem ao isolamento (por quaisquer outras
razões).
Decisões
Para se poder tomar decisões tem de haver um processo coerente que
passa por, determinar se é mais sensato deixar ficar os materiais que
contêm amianto (em condições de segurança satisfatórias e sob
controlo e gestão adequados) ou prever a sua remoção, ou ainda
decidir se certos trabalhos de manutenção podem ser executados com
um risco suficientemente baixo de exposição ao amianto para que
caiam no âmbito das «tarefas de exposição esporádica e de fraca
intensidade» susceptíveis de ser empreendidas sem notificação
prévia da autoridade responsável.

Como é evidente, se o material não estiver em boas condições, não


puder ser reparado com facilidade, não for de fácil acesso (e, por isso,
vulnerável a mais danos e estragos), apresentar danos generalizados
e não for possível selá-lo nem confiná-lo, o material tem de ser
removido. Isto aplica-se a qualquer tipo de material que contenha
amianto.
Trabalhos de baixo risco

Em termos gerais, o trabalho situa-se no âmbito do presente capítulo se a


exposição do trabalhador for «esporádica e de fraca intensidade», e se os
Resultados da avaliação dos riscos indicarem que a exposição é inferior ao
limite de exposição profissional para o amianto (uma média ponderada no
tempo de 0,1 fibras/ml para um período de 8 horas [ou 1 hora ou 4 horas em
alguns Estados-Membros]). Entre os eventuais exemplos de trabalhos
susceptíveis de comportar um baixo risco (e que podem não ter de ser
notificados em função da legislação nacional) incluem-se os trabalhos com
materiais não friáveis e não danificados que contenham amianto, a remoção
por inteiro de materiais com amianto não danificados e ainda a
encapsulagem/selagem de alguns materiais que contenham amianto e se
Encontrem em boas condições. O manuseamento de materiais que
contenham amianto intactos e não friáveis é susceptível de dar origem a uma
exposição de fraca intensidade.
Equipamentos para
trabalhos de baixo risco

Para trabalhos de baixo risco envolvendo o amianto (trabalhos que não são notificáveis), o equipamento
necessário inclui:

materiais para vedar e delimitar a zona de trabalho (fitas, barreiras, rótulos, sinalização);
materiais de protecção contra a propagação da contaminação (polietileno resistente com uma espessura de
125 e 250 μm [também conhecido por polietileno de calibre 500 e 1000] sustentado por bastidores de
madeira, plástico ou metal);
ensaio de fumo para verificar a estanquidade das pequenas zonas confinadas;
Aspirador de tipo H, ou seja, um aspirador com filtros de partículas de alta eficiência (HEPA) fabricados
segundo as especificações internacionais relativas à utilização com amianto;
Equipamento de supressão de poeiras, por exemplo ventilação por aspiração local ligada ao aspirador de tipo
H para recolher poeiras de brocagem, etc.;
contentor adequado para resíduos de amianto (p. ex., sacos de plástico correctamente rotulados).
equipamento de limpeza e produtos descartáveis (panos de limpeza húmidos, panos de captação de poeiras,
micro pulverizador de água sem ar);
armazenagem segura para as quantidades de resíduos em causa;
instalações sanitárias para descontaminação pessoal (lavabos e, se possível, chuveiros) que devem incluir
armários para o vestuário de trabalho e o vestuário de protecção independentes dos da roupa de rua (ver
secção 8.1.2 no que se refere às instalações de descontaminação pessoal necessárias para os trabalhos com
amianto notificáveis);
artigos de descontaminação pessoal (gel de banho, escovas de unhas, toalhas);
equipamento de filtração de água.
Equipamentos para
trabalhos de baixo risco

Para trabalhos de baixo risco envolvendo o amianto (trabalhos que não


são notificáveis)

Equipamento de protecção individual :

 fatos-macacos descartáveis;
 botas laváveis;
 luvas descartáveis;
 equipamento de protecção respiratória (p.ex., protecções respiratórias
descartáveis recomendadas para o amianto EN 149 Tipo FFP3, ou meias-
máscaras EN405 com o ensaio de ajuste facial, tendo em vista a adaptação
individual, e substituição regular dos filtros sujos);

P.S.
Como este trabalho é sobre EPIs a descrição visual que se segue sobre os trabalhos não
notificáveis e notificáveis, é só para os equipamentos de protecção individual.
Fato-macaco
descartáveis

As mangas têm de ser


compridas e justas, se
não forem justas tem
se por fita isolante entre
as mangas e as luvas
Botas laváveis

As botas são
preferíveis ao uso
de capas
descartáveis,
devido ao risco de
escorregar.
Usar luvas descartáveis sem pó,
depois de usadas retira-las
como os como os cirurgiões, e
coloca-las no saco de luvas, que
Luvas
é tratado da mesma maneira do
descartáveis desperdício de amianto.

Luvas Esterilizadas
em Látex sem pó

EN 420:2003

Luvas esterilizadas em
látex, sem pó. Conforme
as normas AQL 1.5 CE
Class I Medical Grade
Standard
Equipamento de Usar EPR com factor de
protecção (FP) 20 ou +
protecção
respiratória
protecções
respiratórias
descartáveis
EN149:2001(tipo
FFP3)
Com o ensaio de ajuste
facial, tendo em vista a
Semi-máscaras e adaptação individual,
quartos de máscara e substituição regular
EN140:1998 c/ filtros
dos filtros sujos
P3;

Meias mascaras
filtrantes com válvula
de gases ou gases e
partículas EN405:2001
c0m filtros P3.
É recomendado que a
utilização de equipamento
de protecção respiratória
descartável (EN FFP3) seja
limitada a situações em que
as concentrações não sejam
10 vezes superiores ao
limite de exposição e o
período de exposição seja,
em princípio, relativamente
curto. Uma máscara
maleável é mais cómoda
mas pode deformar-se mais
facilmente, especialmente
quando o trabalho exige
grande esforço físico,
podendo isso pode dar
origem a fugas, ao passo
que a máscara deveria selar
à cara.
Uma semi-máscara
equipada com um filtro
P3 dá uma protecção
ligeiramente superior
que o equipamento de
protecção respiratória
descartável, por possuir
um vedante facial mais
fiável.
Equipamentos para
trabalhos de risco (notificáveis)
Equipamento suplementar para trabalhos notificáveis :

unidade de descontaminação inteiramente lavável, com chuveiro de água quente adaptável e áreas separadas
para o vestuário limpo e o vestuário de trabalho descartável contaminado. Tem de haver um certificado que
comprove que essa
unidade foi testada e considerada isenta de contaminação antes de chegar ao estaleiro. Deve existir no mínimo
um chuveiro (unidade de descontaminação) por cada quatro operários que trabalhem com amianto.
A filtração de águas residuais previne a propagação de amianto;
As boas práticas (utilizadas em alguns Estados-Membros) correspondem a uma unidade com cinco
compartimentos com dois compartimentos de duche (a secção 12.4 apresenta um diagrama que ilustra a
disposição e a correcta utilização das instalações de descontaminação). Este sistema de cinco compartimentos
destina-se a trabalhadores que usem fatos-macaco impermeáveis e selados que são lavados debaixo do
chuveiro. Após a remoção dos fatos-macaco lavados, que podem ser guardados no compartimento central, o
trabalhador utiliza o chuveiro do compartimento seguinte. Uma alternativa aceitável e muito utilizada é uma
unidade com três compartimentos com um chuveiro entre a «extremidade limpa» e a «extremidade suja»; este
sistema é adaptado a trabalhadores que usam fatos-macaco descartáveis.
Um sistema de ventilação por aspiração com um filtro de partículas de alta eficiência (HEPA) produz um fluxo
de ar (através de grelhas) da «extremidade limpa» para a «extremidade suja» da unidade de descontaminação.
As secções são separadas por portas automáticas. Em tempo de frio, a extremidade limpa deve ser aquecida
para que seja possível mudar de roupa e tomar duche em condições adequadas.
Equipamentos para
trabalhos de risco (notificáveis)
Equipamento suplementar para trabalhos notificáveis :

zona confinada completamente estanque (cobertura de polietileno resistente, bastidores e


unidade de pressão negativa com equipamento de controlo da pressão;
a zona confinada deve ser dotada de janelas que permitam uma visualização clara ou de circuito
interno de televisão por forma a permitir a supervisão do trabalho e dos trabalhadores sem ser
necessário entrar na zona confinada;
 boa iluminação (lanternas móveis e laváveis, próprias para serem usadas na zona confinada);
 gerador de fumo para verificar a estanquidade de uma grande zona confinada;
· uma unidade de pressão negativa (exaustor com filtro de partículas de alta eficiência (HEPA)
para manter a ventilação no interior das zonas confinadas, com equipamento de controlo dos
níveis de pressão.
Relativamente aos trabalhos notificáveis ,nomeadamente os trabalhos de remoção de amianto
friável, alguns Estados-Membros recomendam um gerador de emergência de apoio ao
equipamento eléctrico fundamental (pressão negativa, ventilação, iluminação da zona
confinada, bem como reservatórios de água para garantir o abastecimento destinado à
descontaminação
equipamento de supressão de poeiras, para injectar água em isolamentos que contenham
amianto, antes da respectiva remoção, bem como para pulverização de materiais que
contenham amianto;
armazenagem segura dos resíduos de amianto, adaptada às quantidades em causa.
Também será necessário outro equipamento (a saber, extintores de incêndio e estojos de
primeiros socorros).
Equipamentos para
trabalhos risco (notificáveis)

Para trabalhos de baixo risco envolvendo o amianto (trabalhos que são


notificáveis)

Equipamento de protecção individual :

 fatos-macacos descartáveis;
 botas laváveis;
 luvas descartáveis;
 respiradores completos de alta eficiência (o pessoal deve ser sujeito a
ensaios de ajuste facial para este tipo de equipamento de protecção
respiratória) ou aparelhos respiratórios com edução de ar;

P.S.
São referenciados neste capitulo só os EPIs diferenciados
Fato-macaco
descartáveis

EN 1149-1 anti-estático
CE Tipo 5 & 6

Luvas Convêm que as luvas sejam mais


resistentes em trabalhos que
EN 388:2003
exijam mais horas de trabalho
Classe 3
continuo e operações que podem
perfurar as luvas descartáveis.
Equipamentos de
protecção respiratória (EPR)

Os aparelhos respiratórios de adução de ar


comprimido (ou aparelhos autónomos de
circuito fechado) devem ser utilizados se as
concentrações forem 40 vezes superiores
ao limite de exposição.
Selecção do equipamento de
protecção respiratória

O desempenho das peças faciais (como por exemplo peças faciais filtrantes, máscaras completas
e meias-máscaras) depende de uma selagem eficaz entre a pele do trabalhador e a máscara.
Porque a forma do rosto humano varia muito consoante os indivíduos, o mesmo tamanho ou
tipo de equipamento de protecção respiratória não serve decerto para todos. Por conseguinte,
é importante que:
o ensaio de ajuste facial esteja incluído no processo de selecção do equipamento de protecção
respiratória;
os utentes de equipamento de protecção respiratória sejam consultados na selecção, uma vez
que isso contribui para garantir que o equipamento escolhido lhes convém e irá ser aceite e
utilizado correctamente.
O ensaio de ajuste facial e a consulta dos utentes podem ser exigidos ao abrigo da legislação ou
das directrizes nacionais(Decreto-Lei nº 348/93, regulamentado pela Portaria nº 988/93, de 6
de Outubro.).
As patilhas e as barbas, mesmo incipientes, afectam a selagem das máscaras faciais. Para
trabalhadores com estas características, o tipo de equipamento de protecção respiratória
escolhido não pode assentar na selagem facial imediata (p. ex., capuzes ou batas com adução
de ar/com ventilação assistida).
Os óculos convencionais também impedem uma selagem facial satisfatória. Existem no
entanto máscaras completas que permitem a fixação de armações especiais dentro da máscara.
Uso adequado dos EPRs

O equipamento de protecção respiratória deve ser adequada e


usado convenientemente de forma a proporcionar uma protecção
eficaz.
Relativamente aos respiradores descartáveis, ambas as tiras
elásticas devem ser ajustadas atrás da cabeça, devendo a semi-
junta nasal apoiar-se na ponte nasal.
No caso das máscaras completas, as tiras devem ser
suficientemente resistentes para que o equipamento não se
desloque e a correia da cabeça deve ficar sob o capuz dos fatos-
macacos.
A protecção respiratória nunca deve ser removida numa área
contaminada, a não ser em caso de emergência (p. ex., urgência
médica)
Tipos de EPRs para amianto

Factor de protecção (FP) 20 40 100 200 2000

EPR com adução de ar fresco Máscara completa


EN 138/269:1994
EPR ligeiro c/ adução de ar comprimido, LDM1 LDM3
dotado de mascara EN 14594:2005 LDM2
EPR ligeiro c/ adução de ar comprimido, LDH2 LDH3
dotado de viseira capacete e capuz EN
14593-1:2005
EPR c/ adução de ar comprimido a caudal Semi- Capuz e capacete Máscara fato
constante, dotado de capuz mascara para operações de completa
EN 14593-1:2005 projecção de
EN 14593-2:2005 abrasivos
EN 14594:2005
EPR c/ adução de ar comprimido a caudal Máscara completa Máscara completa
regulável, dotado de mascara de pressão negativa de pressão negativa
EN 14593-1:2005 e caudal regulável e caudal regulável
EN 14593-2:2005
EN 14594:2005
EPR autónomo EN 137:2007 Máscara completa Máscara completa
de pressão negativa de pressão negativa
e caudal regulável e caudal regulável
Sinalética dos EPIs
Sendo o amianto um produto perigoso e que pode provocar doenças
É objectivo da graves, a sua exposição está controlada e harmonizada. Os distintos níveis
de exposição vão-se adaptando à evolução dos conhecimentos científicos.
União Europeia
minimizar os riscos
A acção comunitária não se limita à legislação. As instituições europeias
para a saúde levam a efeito numerosas actividades de informação, orientação e
provocados por promoção de um ambiente de trabalho seguro e saudável, em colaboração
com a Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho e a
substâncias Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de
perigosas no local Trabalho.

de trabalho
As preocupações legislativas da União Europeia relativamente ao amianto
não se ficam pelos equipamentos de protecção individual dos
trabalhadores expostos a esta substância, pelo que interessa fazer uma
análise global da legislação, fazendo depois um enfoque nos textos que se
detêm especialmente da questão dos EPI´s.
É uma directiva específica da 89/391
Codifica três directivas, substituindo-as
90/394 97/42 99/38

DIRECTIVA Aplica-se aos trabalhadores expostos ao


amianto sempre que lhes for mais favorável
do que a directiva 2003/18
2004/37
Esta directiva estabelece disposições mínimas para a
protecção dos trabalhadores expostos a agentes
cancerígenos e mutágénicos. A fim de reduzir os risgos
para a saúde e a segurança dos trabalhadores, estabelece
valores limite de exposição e medidas preventivas.
Tribunal de Justiça das Comunidades
Europeias
Acórdão 9 Novembro 2006
Jurisprudência Este acórdão vem esclarecer da aplicação de
um subsídio dos trabalhadores expostos ao
amianto, dando razão ao pedido do
A jurisprudência trabalhador.
abordando questões Fabien Nemec
relacionadas com o contra
amianto praticamente
inexistente. Caisse régionale d'assurance maladie du
Nord-Est

É possível que alguma O litígio opõe F. Nemec à Caisse régionale


inércia e descrédito na d'assurance maladie du Nord-Est («CRAM»)
justiça estejam na devido à recusa de esta última ter em conta,
origem deste deserto para o cálculo do montante do subsídio
jurisprudencial, uma
vez que a importância previsto, em caso de cessação antecipada da
do assunto faz crer actividade, a favor dos trabalhadores
que não seja possível a expostos ao amianto («ACAATA»), os
quase inexistência de salários auferidos por F. Nemec quando da
casos.
sua actividade assalariada noutro Estado-
Membro que não França (Bélgica).
 A Lei do financiamento da segurança social previu um dispositivo específico de cessação antecipada de
actividade em proveito dos trabalhadores e dos antigos trabalhadores expostos ao amianto:

 «Os trabalhadores e antigos trabalhadores de fábricas de materiais que contêm amianto, de flocagem
e de isolamento térmico com amianto ou de estaleiros de construção e de reparação navais, têm direito
a um subsídio de cessação antecipada de actividade, na condição de cessarem toda e qualquer
actividade profissional, sempre que preencham as seguintes condições:

 1.° Trabalharem ou terem trabalhado numa das instalações acima referidas que conste da lista
estabelecida por decreto dos Ministros do Trabalho, da Segurança Social e do Orçamento, durante o
período em que nelas se fabricavam ou tratavam amianto ou materiais que contivessem amianto;

 Têm igualmente direito, a partir dos cinquenta anos, ao subsídio de cessação antecipada de actividade
os trabalhadores ou antigos trabalhadores em relação aos quais tenha sido diagnosticada e
reconhecida, nos termos do regime geral, uma doença profissional provocada pelo amianto que
conste da lista estabelecida por decreto dos Ministros do Trabalho e da Segurança Social.
 F. Nemec é um cidadão francês, nascido em 1954, que reside em França. Trabalhou durante vários anos numa
empresa com sede neste Estado-Membro. É pacífico que, durante esse trabalho, esteve exposto ao amianto.

 Após ter sido despedido, em 1994, devido à cessação total da actividade da sua entidade patronal em França,
encontrou, no mesmo ano, um emprego na Bélgica, numa empresa estabelecida a uma dezena de quilómetros do
seu local de residência. Durante toda a sua actividade laboral na Bélgica, F. Nemec continuou a residir e a pagar os
seus impostos em França.

 Em 1995, a autoridade francesa competente reconheceu que F. Nemec sofria de uma doença profissional devido à
sua exposição ao amianto.

 Na sequência do pedido apresentado por F. Nemec em Março de 2004, a CRAM notificou-lhe, no mês de Maio do
mesmo ano, uma decisão de atribuição do ACAATA. Em conformidade com a legislação nacional em vigor, o
montante deste subsídio foi calculado em função da média dos salários auferidos pelo requerente durante os doze
últimos meses da sua actividade assalariada em França.

 O interessado impugnou esta decisão perante a comissão de conciliação da CRAM, sustentando que esta última
não tinha tido em conta os salários que auferira nos últimos anos na Bélgica, mais elevados que os tidos em conta
para o cálculo do ACAATA.

 A referida comissão negou provimento a este recurso.

 Foi nestas condições que F. Nemec interpôs recurso


Jurisprudência Neste caso, decidiu o Tribunal, o montante do
salário deve ser actualizado e revalorizado de
forma a que corresponda ao que o interessado
teria razoavelmente podido auferir, tendo em
conta a evolução da sua carreira profissional, se
tivesse continuado a exercer a sua actividade no
Estado-Membro em causa.
Foi publicado pelo Comité de Altos Responsáveis da Inspecção do Trabalho (CARIT)
um Guia de Boas Práticas que alerta para:

A necessidade de contribuir para a identificação do amianto e dos produtos do amianto


durante a utilização, manutenção e conservação de instalações fabris, equipamentos e
edifícios;

O aumento da sensibilização relativamente à presença deste agente;

A descrição das boas práticas de remoção do amianto, por supressão de poeiras,


confinamento e utilização de equipamentos de protecção;

A difusão de práticas correctas relacionadas com processos de manuseamento de


produtos e resíduos de fibrocimento;

O incentivo das acções relativas ao equipamento e vestuário de protecção.


Conclusão

O amianto continua a ser o mais importante agente tóxico cancerígeno presente


nos locais de trabalho.

O problema acentua-se pelo facto de poderem decorrer várias dezenas de anos


entre a primeira exposição e a aparição de sintomas de doenças associadas.

Os equipamentos de protecção individual são subsidiários em relação aos de


protecção colectiva. No entanto, o estudo deste EPI reveste-se de uma importante
função, prévia à decisão de utilizá-los: se conhecermos a adequação do seu uso,
estaremos também mais atentos às medidas gerais de prevenção que, a serem
tomadas em primeiro lugar, reduzirão em muito a necessidade de passar ao nível
seguinte (o dos EPI).

Esta aparente ironia serve, na verdade, uma meta mais elevada: se não houver
necessidade de usar estes EPI, isso poderá ser um importante sinal de que a
exposição ao amianto está em vias de terminar.

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