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PRINCIPAIS

DOENÇAS DAS
AVES

Fonte: U.F. de Viçosa

Adaptação: Miquéias antunis

Matérial recolhido do site: http://www.acercsp.org/


Principais VIROSES:

Doença de Newcastle: Altamente contagiosa, afeta aves em qualquer idade. O


vírus pode pode afetar e causar lesões no sistema digestivo, respiratório e
nervoso, causando alta mortalidade.Aves com a doença de Newcastle na
forma respiratória reduzem o consumo de alimentos e apresentam espirros,
dificuldade em respirar, conjuntivite e, às vezes, inchaço da cabeça.Aves
em produção de ovos reduzem bruscamente a produção. Na forma digestiva
a doença pode provocar diarréia com presença de sangue e mortes
repentinas sem nenhum sinal e as lesões se concentram no sistema
digestivo caracterizando-se, principalmente, por úlceras e hemorragias.Na
forma nervosa, que pode ou não estar associada à forma respiratória,
observa-se a paralisia de pernas e asas, incoordenação, torcicolo e
opstótomo.As melhores maneiras de controle consistem na VACINAÇÃO,
isolamento dos casos e higiene impecável. Observação: o vírus da
Newcastle pode provocar conjuntivite no ser humano, portanto cuidado ao
manusear aves suspeitas, doentes ou vacinas.

Bronquite infecciosa: Doença que afeta somente galinhas e apresenta a


forma respiratória em aves jovens, apresentando mortalidade elevada e
sinais respiratórios semelhantes à Newcastle. Na galinha adulta em
produção a forma preocupante é a genital, pois afeta postura tanto em
qualidade como em quantidade dos ovos que se apresentam com casca
mole, sem casca, perda de cor da gema e a clara mostra-se liquefeita.
Também a vacinação é a melhor estratégia para prevenir.

Bouba aviária: Também conhecida por epitelioma contagioso, varíola das


aves, difteria, "caroço", "pipoca"e "bexiga", afeta todas as aves e em
qualquer idade, ocorrendo com maior freqüência no verão devido à
proliferação de mosquitos que disseminam o vírus de local para local,
picando e sugando as aves. Quando a bouba infecta a pele, aparecem os
nódulos nas regiões desprovidas de penas (crista, barbelas, em volta do
bico e dos olhos). Quando afeta a garganta (forma diftérica), há formação
de placas que podem se alastrar causando dificuldades para respirar, perda
de apetite, prostação e mortalidade elevada. Também o melhor controle se
faz com a VACINA, que pode ser aplicada logo ao nascer.

Doença de Marek: É uma neoplasia de origem viral que afeta aves jovens,
caracterizando-se pela presença de tumores que podem ser encontrados nas
vísceras das aves (Marek visceral), no sistema nervoso central e periférico
(Marek neural), na pele (Marek cutânea) e no globo ocular (Marek ocular).
Os sintomas de quase todas as formas levam a ave à prostação, paralisia e
morte elevada. A vacina também pode ser dada com 1dia de nascidos os
pintos.
Leucose linfóide: Assemelhada à doença de Marek, apresenta tumores
internos de tamanhos variados e cor esbranquiçada, afetando aves adultas e
com baixa mortalidade. É uma doença não contagiosa, de característica
genética, devendo o indivíduo portador ser eliminado como reprodutor.

Encefalomielite aviária: Afeta e infecta aves adultas e jovens, mas


somente as jovens, até 8 semanas de idade, desenvolvem a doença que é
caracterizada por tremores e paralisia do pescoço e cabeça. Nas aves em
produção há queda brusca de postura. Existe a vacina, principalmente para
indivíduos destinados à reprodução.

PRINCIPAIS BACTERIOSES:

Colibacilose: Doença comum na avicultura, causando grandes prejuízos. A


bactéria encontra-se nos intestinos de aves e mamíferos, sendo eliminada
com as fezes. Portanto higiene é fundamental como sempre nos ambientes
de criação.Os pintinhos podem nascer contaminados devido à
contaminação das cascas dos ovos ou ainda, contaminar-se no pinteiro. Os
sintomas: onfalite, aerosaculite, pericardite, perihepatite e peritonite.Os
sintomas também podem estar localizados nas articulações, causando artrite
e ou no oviduto, causando salpingite.Pela gravidade e difusão de sintomas,
é doença que pode causar grande mortalidade. A higiene e desinfecção
periódica das instalações é a melhor maneira de prevenir esta doença.

Salmonelose: Esta doença é uma das mais preocupantes pois pode


representar problemas para o ser humano, pois as salmonelas infectam
tanto mamíferos quanto aves, apesar de haver salmonelas específicas para
cada caso, havendo entretanto, salmonelas consideradas não específicas. As
principais são a pulorose, que afeta aves jovens, e o tifo aviário, que afeta
principalmente aves adultas. As salmonelas não específicas causam o
paratifo aviário. As salmonelas são altamente patogênicas para mamíferos e
aves, causando alta mortalidade. Seus sintomas se confundem com com
outras bacterioses, como a colibacilose e a diferenciação é feita com o
isolamento e identificação da bactéria. O controle mais uma vez envolve
higiene rigorosa e eliminação dos focos (aves portadoras da bactéria).

Micoplasmose: Altamente contagiosa, afeta aves de todas as idades apesar


da baixa mortalidade. Seus sintomas podem ser: artrite e espirros.Como
sempre a higiene e eliminação dos portadores é o controle eficaz.

Coriza infecciosa: Doença altamente contagiosa afeta aves em todas as


idades, sendo a vacina a forma mais efetiva de controle.Ataca
principalmente as vias aéreas e seus sintomas são espirros, conjuntivite,
inchaço facial (sinusite). Evitar correntezas de ar e friagens pois costumam
agravar os sintomas.

Pausteurelose: Também conhecida como septicemia hemorrágica e cólera


aviária, infecta aves com mais de 6 semanas, provocando alta mortalidade.
As carcaças de aves que morreram da doença são são o principal meio de
infecção pois os roedores e outros animais levam a bactéria e a disseminam
entre as criações. A bactéria pode permanecer na carcaça e no solo por até
3 meses. Seus sintomas são: febre, sonolência, congestão ou cianose de
cristas e barbelas e morte repentina.O controle dessa doença baseia-se no
combate aos ratos e roedores silvestres pois são considerados seus vetores
além da higiene e desinfecção periódica das instalações. Também as
vacinas aplicadas entre 10 / 16 semanas de idade (duas aplicações com
intervalo de de 2 - 4 semanas) podem ajudar mas os resultados não são
100% garantidos, portanto mais uma vez a prevenção consiste em muita
higiene e controle de entrada de novos indivíduos no plantel ( quarentena).

Botulismo: Causado pela toxina produzida pela bactéria Clostridium


botulinum, é muito freqüente nas criações de fundo de quintal devido ao
hábito de fornecer sobras de comida caseira para as aves. As aves que
ingerem a toxina existente na matéria orgânica em decomposição
apresentam um quadro de paralisia flácida e morte repentina. No controle
da doença deve-se evitar exatamente fornecer alimentação passível de
desenvolver essas bactérias.

Estafilocose: A estafilocose aparece na forma difusa (septicemia) com


mortalidade elevada, ou , na forma localizada, caracterizada por artrite e
abscesso no coxim plantar, podendo afetar aves em qualquer idade. Higiene
e desinfecção são as formas de controle mais eficazes.

Borreliose: Doença transmitida por carrapatos comum em criações de aves


caipira.Sintomas: Palidez, anorexia, fezes esverdeadas e morte. O controle
consiste em eliminar os ectoparasitas, principalmente os carrapatos.

Ornitose: A mesma doença é chamada de psitacose quando afeta


psitacídeos (papagais,etc), clamidiose quando afeta o homeme ou outros
mamíferos e de ornitose quando afeta aves não psitacídeas.A doença é
muito grave de diagnóstico e tratamento difícil. Sintomas: dificuldades
respiratórias, gastroenterite e morte. Exige o máximo de cuidados no
manuseio dos cadáveres e carcaças pois é altamente contagiosa. É útil
nesses casos o crematório.
Tuberculose: Causada pelo Mycobacterium avium, afetando
principalmente aves adultas, principalmente as de criação caipira e de
zoológico, sendo os suínos a fonte de contaminação para as aves. Os
sintomas são dificuldade respiratória, palidez e manqueira. Como os
bacilos são eliminados nas fezes e nos ovos, podem constituir um grave
problema de saúde pública. As aves positivas devem ser eliminadas e
incineradas.

Aspergilose: Doença infecciosa das aves jovens em geral, provocada por


fungos (môfo) e capaz de causar grande mortalidade.A contaminação pode
ocorrer durante a eclosão dos ovos, nos ninhos, nas criadeiras ou até nas
granjas (cama e alimentos). Deve ser controlada evitando-se qualquer
vestígio de fungos nas instalações e principalmente na sacaria de ração ou
cereais de alimentação. Procure sempre comprar ração dentro do prazo de
validade indicado na sacaria e armazene sempre em lugares isentos de
umidade. Em caso de suspeita de contaminação, não forneça a alimentação
às aves.

PRINCIPAIS PARASITOSES

Coccidiose: É uma doença causada por parasitas que provocam lesões nos
intestinos, podendo variar desde pequenas irritações até lesões mais graves,
com hemorragias e necrose, além de alta mortalidade. Sintomas: perda de
peso, despigmentação e diarréia com ou sem sangue. As aves se
contaminam ao ingerir ovos (oocistos) maduros através da cama, ração ou
água contaminados. Os oocistos são introduzidos na criação por
equipamentos, homem, animais e insetos. O controle consiste em higiene e
desinfecção e uso de drogas coccidiostáticas(normalmente já presentes em
rações de boa qualidade).

Entero-hepatite: A doença é também chamada de cabeça negra dos perus


ou histomoníase. Afeta principalmente perus jovens causando lesões
necróticas nos cecos e fígado, com mortalidade elevada. Apesar de ser
doença dos perus é importante estar alerta no caso de haver contato com
essas aves e o plantel de galinhas.

Verminoses e ectoparasitoses: As verminoses são provocadas por


diferentes formas de vida (parasitas) que usam os seus hospedeiros para
retirar deles o seu sustento, afetando o desenvolvimento e a produção e
levá-los até a morte.As ectoparasitoses mais frequentes são causadas por
dermanissos, ornitonissos, sarna, carrapatos, percevejos, moscas e
mosquitos. A Ectoparasitose pode debilitar as aves e predispô-las a outras
doenças, portanto um controle efetivo deve ser feito pulverizando-se as
instalações com inseticidas que tenham boa ação residual, evitando-se
também a superpopulação de aves. Um programa de vermifugação deve ser
instituído periodicamente e, no caso de dúvidas, encaminhar as fezes ou o
parasita para identificação.

DOENÇAS DE ORIGEM NUTRICIONAL OU METABÓLICA

Diátese exsudativa: As aves mostram-se com edemas e hemorragia de


tecido subcutâneo nas regiões baixas do corpo. A doença está relacionada
com com deficiência de vitamina E e selênio. Pode ser controlada
adicionando-se antioxidante às raçôes e a reposição desseselementos.

Encefalomalácia nutricional: As aves afetadas mostram-se com


incoordenação motora, prostração e morte.As lesões se encontram
principalmente no cerebelo, que pode estar aumentado de tamanho e com
hemorragia.A principal causa é a deficiência de vitamina E que deve ser
adicionada à água de beber e melhorar a qualidade de alimentação
fornecida.

Raquitismo: É uma doença carencial causada por deficiência de cálcio,


fósforo ou vitamina D, podendo afetar o esqueleto como um todo,
apresentando deformidades e consistência de borracha.Suplementos
minerais além de boa alimentação evitam esses sintomas. O sol também
ajuda na recuperação e prevenção do raquitismo.

Micotoxicoses: São doenças causadaspor ingestão de alimentos


contaminados por micotoxinas. A principal fonte de micotoxina para a ave
é o milho e/ou a ração.As micotoxinas são produzidas por fungos, portanto
qualquer aparência de contaminação (porções azuladas ou mofadas) no
milho ou ração devem ser imediatamente descartadas. As aves apresentam
sintomas de palidez, pouco crescimento, diarréia, hemorragia, alteração nos
ovos e morte.

Ascite: A ascite caracteriza-se por acúmulo de líquido na cavidade


abdominal, relacionada com lesões hepáticas, cardíacas ou pulmonares.Os
quadros de ascite nas criações caipiras ou aves silvestres estão associados
com processos neoplásicos (doença de Marek ou leucose linfóide) ou com
lesões de fígado por micitoxina.

MÉTODOS DE CONTROLE DAS DOENÇAS AVIÁRIAS

Isolamento: O isolamento tem como finalidade impedir que os agentes


infecciosos penetrem no ambiente das aves.Esse isolamento deve ser uma
preocupação por ocasião da construção dos aviários, recomendando-se que
sejam isolados de ouros criatórios e que se controle o acesso de homens e
animais. Outras instalações que devem ser pensadas são os locais para a
quarentena, onde os novos indivíduos adquiridos ou de fora possam ser
alojados por um período máximo de 10 dias para observação e até
vacinação preventiva, antes de manterem contato com as aves já presentes
no plantel.

Higiene: A higiene tem como finalidade prevenir doenças e preservar a


saúde. Podemos observar que quase todas as doenças dependem de higiene
para não se desenvolverem. Por tudo o que foi escrito e lido achamos que
este é o ponto mais importante para quem quiser ter sucesso na sua criação.
A higiene não está restrita apenas aos ambientes mas a todos os utensílios,
comedouros, bebedouros, poleiros etc..e deve ser feita de 15 em 15 dias ou
menos com água e creolina a 2%. Também a caiação dá bons resultados: 20
litros de água + 1.5kgs. de cal extinta e 100ml de creolina. Pulverizações
com formol ou Lysoform bruto também são úteis.

Vacinação: Apresentamos a tabela logo no início deste tema por acharmos


de importância crucial na sobrevivência de nossas aves, tendo em vista o
tráfego que as aves de competição e exposição realizam. Além do que,as
aves vacinadas passam para os pintos os anti-corpos para os primeiros dias
de vida. Os métodos de vacinação e suas peculiaridades estão na tabela no
início desta matéria. Esperamos que todos dêem a máxima importância a
tudo que foi exposto e conduzam suas atividades dentro destes critérios que
só irão valorizar as criações e credenciar os criadores.

IDADE DOENÇA VIA


01 dia Marek subcutânea
07-10 dias Newcastle Ocular / nasal
07-10 dias Bronquite Ocular / nasal
20 dias* bouba Membrana da asa (punção)
35 dias** Newcastle Ocular / nasal / água
35 dias*** bronquite Ocular / nasal / água
70-80 dias coriza Intramuscular
90-100 dias Encefalomielite agua
110-114 dias Newcastle e bronquite Agua/Intramuscular
... Coriza e pasteurelose Intramuscular

* Vacinar 2 vezes ao ano com amostra suave

** Vacinar a intervalos de 90 dias

*** Vacinar em regiões com a doença ou com alta concentração avícola.

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