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1.

Estrutura do texto narrativo


Situação inicial – Hans é um jovem dinamarquês que vive em Vig, uma pequena ilha
dinamarquesa, e que sonha ser marinheiro.

Conflito/Complicação – Contra a vontade do pai, Hans foge de Vig para se tornar


marinheiro.

Peripécias – Vida de Hans desde que fugiu de Vig até se estabelecer no Porto,
protegido por Hoyle (viagens por todo o mundo; constituição da família).

Resolução – Hans, definitivamente estabelecido no Porto, é forçado a deixar as


viagens e percebe que não voltará a Vig.

Conclusão – Hans envelhece e morre com a frustração de não voltar a Vig e de não ser
reconhecido pelo pai.

2. Ação
a. Relevo/Importância da ação

Ação central – A vida de Hans.

Ações secundárias – Morte dos tios de Hans no naufrágio de um veleiro de Sören;


naufrágio do Elseneur.

b. Organização das sequências narrativas

Encadeamento – Vida de Hans (os episódios sucedem-se por ordem cronológica).

Encaixe – Morte dos tios de Hans (episódio anterior à vida de Hans).


A ação do conto é fechada, pois a morte de Hans encerra o ciclo de vida do
protagonista.

3. Narrador
O narrador é não participante, uma vez que narra a história da vida de Hans usando a
terceira pessoa, sem ter qualquer intervenção na ação.

4. Personagens
o
a. Caracterização direta e indireta das personagens
Conhecemos as personagens, física e psicologicamente, através do que nos dizem
sobre elas (caracterização direta) e através das suas atitudes (caracterização indireta).

Sören
Desde o primeiro momento, Sören surge como um homem apaixonado, sensível e frio,
mas também austero e firme, traços que nos permitem antever a forma como vai reagir
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à fuga de Hans. São indícios claros de que ele nunca perdoaria o seu filho e nunca
permitiria o seu regresso a Vig.

Hoyle
Hoyle foi um segundo pai para Hans. Este inglês, armador e mercador, nunca se
integrou plenamente em Portugal. Era um homem solitário, generoso e sensível que viu
em Hans a possibilidade de dar continuidade ao seu legado e de concretizar o que ele
não conseguira.

Hans
Hans é o protagonista do conto «Saga». Acompanhamo-lo desde os seus catorze anos,
em Vig, até aos últimos momentos da sua vida, no Porto.
Desde muito jovem, Hans sentia o apelo do mar. Contrariando o pai, decidiu fugir de Vig
e acabou por concretizar o seu sonho de ser marinheiro e capitão de um navio, graças à
ajuda de Hoyle. Tornou-se um pai de família e um homem de negócios considerado e
respeitado, mas não conseguiu o reconhecimento e o perdão do pai. Nunca regressou a
Vig.

5. Espaço
Espaço físico é o lugar onde a ação se desenrola.
Numa narrativa, a descrição é um momento de pausa na ação em que o narrador
apresenta o espaço onde a personagem se encontra. No conto «Saga» há um espaço
preponderante: o mar.

A ânsia pelo mar e pelo espaço aberto dominou sempre a vida de Hans.

Todavia, os momentos mais difíceis da sua vida ocorreram em espaços fechados:


a sua casa, em Vig, quando conversou com o pai antes de fugir;

a sua casa no Porto, da qual já não se ausentava por muito tempo e onde percebeu que
nunca regressaria a Vig.

6. Tempo
O tempo, numa narrativa, consiste na duração e na sucessão cronológica dos
acontecimentos da história.

No conto «Saga», o tempo abrange a vida do protagonista, desde que saiu de Vig até à
velhice e à morte, no Porto.

Os acontecimentos sucedem-se por ordem cronológica, conforme referências mais ou


menos concretas:

momentos bem localizados no tempo (nascimento do primeiro filho);

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períodos mais longos, resumidos em poucas palavras (a sua prosperidade e o

nascimento dos seus cinco filhos).

A partir do casamento de Hans, o tempo é medido conforme a vida das cameleiras.

7. Recursos expressivos
«Saga» é um conto rico em recursos expressivos, muito frequentes na escrita de Sophia
de Mello Breyner Andresen.

Adjetivação:
«(…) a água tornara-se espessa, pesada e brutal em seu cinzento metálico.»

Enumeração:
«Amava o rio, o granito das casas e calçadas, as enormes tílias (…), as cameleiras
de folhas polidas (…).»

Comparação:
«(…) as ondas sacudiam as crinas como cavalos felizes (…).»

Metáfora:
«As ondas varriam o convés (…).»

Personificação:
«Sob os seus passos ouviram-se gemer os degraus da escada.»

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