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22/04/2024, 20:05 · Justiça Federal da 1ª Região

JUSTIÇA FEDERAL
Tribunal Regional Federal da 1ª Região

PROCESSO: 1000120-66.2017.4.01.4300 PROCESSO REFERÊNCIA: 1000120-66.2017.4.01.4300


CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
POLO ATIVO: SINDICATO DOS PROFESSORES DO ENSINO SUPERIOR PUBLICO FEDERAL
(UNIVERSIDADES FEDERAIS)
REPRESENTANTE(S) POLO ATIVO: RODRIGO GUEDES CASALI - SP248626-A
POLO PASSIVO:INSTITUTO FEDERAL DE EDUCACAO, CIENCIA E TECNOLOGIA DO TOCANTINS
RELATOR(A):JOAO LUIZ DE SOUSA

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Gab. 6 - DESEMBARGADOR FEDERAL JOÃO LUIZ DE SOUSA
Processo Judicial Eletrônico

APELAÇÃO CÍVEL (198) 1000120-66.2017.4.01.4300

RELATÓRIO

O EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR FEDERAL JOÃO LUIZ DE


SOUSA (RELATOR):

Trata-se de apelação interposta pelo SINDICATO DOS PROFESSORES


DO ENSINO SUPERIOR PUBLICO FEDERAL em face da sentença que julgou
improcedente pretensão autoral objetivando a anulação/revogação dos efeitos da
Instrução Normativa nº 1/2016/REITORIA/IFTO, que estabeleceu o controle de jornada
para todos os servidores da Instituição Federal de Ensino, entre eles os docentes da
carreira do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico - EBTT.

Em suas razões de apelação, a parte autora sustenta, em síntese, que os


cargos dos docentes do EBTT e do Magistério Superior seriam equiparáveis, tendo em
vista as peculiaridades da jornada pedagógica e didática, pesquisa e extensão realizadas
fora da sala de aula, assim, a dispensa de controle de ponto seria aplicável aos docentes
do EBTT. Aduz que existe incompatibilidade entre a função de professor com o controle

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de jornada e que os Decretos 1.590/95 e 1.867/96 devem ser interpretados de forma


extensiva, abrangendo a totalidade dos integrantes do magistério federal, composto pela
Lei nº 12.772/2012, sob pena de afronta ao princípio da isonomia.

Sem contrarrazões, os autos foram remetidos a este Tribunal.

É o relatório.

VOTO - VENCEDOR

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Gab. 6 - DESEMBARGADOR FEDERAL JOÃO LUIZ DE SOUSA
Processo Judicial Eletrônico

APELAÇÃO CÍVEL (198) 1000120-66.2017.4.01.4300

VOTO

O EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR FEDERAL JOÃO LUIZ DE


SOUSA (RELATOR):

Cinge-se a controvérsia em acerca de eventual direito de docentes do


Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTT) vinculados ao IFTO – INSTITUTO
FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE TOCANTINS à dispensa do
controle de frequência de jornada de trabalho, nos termos do art. 6º, §7º, alínea “e” do
Decreto 1.590/95, redação dada pelo Decreto 1.867/96, em virtude de alegada
equiparação da carreira de docente do EBTT à de docente de magistério superior do
plano único de classificação e retribuição de cargos e empregos.

O Decreto 1.590/1996, ao dispor acerca do art. 19 da Lei 8.112/1990,


dispensou do controle de frequência os professores da carreira de magistério superior
que fazem parte do Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e Empregos.
(art. 6°, s7°, alínea e). Portanto, a exceção estabelecida pelas normas alcançou apenas
os docentes da educação pública federal de nível superior, não se aplicando aos demais.
Em princípio, o regulamento não viola o princípio constitucional da igualdade. A educação

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de nível superior se caracteriza, ou pelo menos deveria, pela prevalência de atividades


acadêmicas ligadas à pesquisa/que é a vanguarda do setor. Portanto, é natural que,
nesses casos, o professor 1024-74.2015.4.01.3815S.F exerça2

Conforme art. 1º do Decreto n. 1.867, de 17/07/96, os servidores públicos


federais da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional devem se
submeter ao ponto eletrônico, com exceção dos que exercem atividades eminentemente
externas (parágrafo 4º do art. 6º do Decreto nº 1.590/95) e dos que se enquadram em
uma das hipóteses previstas no parágrafo 7º do art. 6º do Decreto n° 1.590/95, vejamos:

"Art. 1° O registro de assiduidade e pontualidade dos servidores públicos federais da


Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional será realizado
mediante controle eletrônico de ponto.

(...)

Art. 3° Ficam dispensados do controle de ponto os servidores referidos no § 4º do art.


6º do Decreto nº 1.590, de 1995,
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D1590.htm#art6%C2%A74) que terão o
seu desempenho avaliado pelas chefias imediatas.

Art. 4º O § 7º do art. 6º do Decreto n° 1.590, de 1995, passa a vigorar com a seguinte


redação:

"Art. 6º
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D1590.htm#art6%C2%A77) .............................

.....................................................................................

§ 7º São dispensados do controle de freqüência os ocupantes de cargos:

a) de Natureza Especial;

b) do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, iguais ou superiores ao


nível 4;

c) de Direção - CD, hierarquicamente iguais ou superiores a DAS 4 ou CD - 3;

d) de Pesquisador e Tecnologista do Plano de Carreira para a área de Ciência e


Tecnologia;

e) de Professor da Carreira de Magistério Superior do Plano Único de Classificação e


Retribuição de Cargos e Empregos."

Por sua vez, o § 4º do art. 6º do Decreto n. 1.590/95, estabelece que os


servidores cujas atividades sejam executadas ora da sede do órgão ou entidade em que
tenha exercício e em condições materiais que impeçam o registro diário de ponto,

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preencherão boletim semanal em que se comprove a respectiva assiduidade e efetiva


prestação de serviço:

Art. 6º O controle de assiduidade e pontualidade poderá ser exercido mediante:

I - controle mecânicos;

II - controle eletrônico;

III - folha de ponto.

§ 1º Nos casos em que o controle seja feito por intermédio de assinatura em folha de
ponto, esta deverá ser distribuída e recolhida diariamente pelo chefe imediato, após
confirmados os registros de presença, horários de entrada e saída, bem como as
ocorrências de que trata o art. 7º. (Vide Decreto nº 1.867, de 1996)

§ 2º Na folha de ponto de cada servidor, deverá constar a jornada de trabalho a que o


mesmo estiver sujeito. (Vide Decreto nº 1.867, de 1996)

§ 3º As chefias imediatas dos servidores beneficiados pelo art. 98 da Lei nº 8.112, de


11 de dezembro de 1990, deverão compatibilizar o disposto naquele artigo com as
normas relativas às jornadas de trabalho regulamentadas por este Decreto.

§ 4º Os servidores, cujas atividades sejam executadas fora da sede do órgão ou


entidade em que tenha exercício e em condições materiais que impeçam o registro
diário de ponto, preencherão boletim semanal em que se comprove a respectiva
assiduidade e efetiva prestação de serviço. (Vide Decreto nº 1.867, de 1996)

Portanto, da leitura de mencionados dispositivos depreende-se que, em


regra, os servidores públicos federais da Administração Pública Federal direta, autárquica
e fundacional devem se submeter ao ponto eletrônico, excepcionados aqueles que
exercem atividades eminentemente externas ou aqueles que se enquadrem em uma das
hipóteses previstas no § 7º do art. 6º do Decreto n° 1.590/95. Tais situações, por
constituírem exceções, devem receber interpretação restritiva.

Nesse contexto, os ocupantes do Cargo de Professor da Carreira de


Magistério Superior do Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e
Empregos foram, expressamente, dispensados do controle de frequência, não havendo
menção aos professores de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico – EBTT.

A Lei n. 12.772/1, que dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e


Cargos de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico e sobre o Plano de
Carreiras de Magistério do Ensino Básico Federal, de que trata a Lei 11.784/2008
preconiza, em seu artigo 20, as possibilidades de regime de trabalho que podem ser
exercidos pelo servidor ocupante de cargos do Plano de Carreiras e Cargos de
Magistério Federal nos seguintes termos:

Art. 20. O Professor das IFE, ocupante de cargo efetivo do Plano de Carreiras e
Cargos de Magistério Federal, será submetido a um dos seguintes regimes de
trabalho:

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I - 40 (quarenta) horas semanais de trabalho, em tempo integral, com dedicação


exclusiva às atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão institucional;

II - tempo parcial de 20 (vinte) horas semanais de trabalho.

§ 1º Excepcionalmente, a IFE poderá, mediante aprovação de órgão colegiado


superior competente, admitir a adoção do regime de 40 (quarenta) horas semanais de
trabalho, em tempo integral, observando 2 (dois) turnos diários completos, sem
dedicação exclusiva, para áreas com características específicas.

Da análise dos regimes de trabalho dos docentes das Instituições Federais


de Ensino, observe-se que a atividade de pesquisa não é parte essencial do magistério
de nível fundamental, médio ou técnico. Logo, não se justifica o tratamento distinto, razão
pela qual o legislador optou por não dispensar esses docentes do controle de frequência.

Demais disso, a Lei n. 8.112/90, art. 116, X, estabelece o dever de


pontualidade e assiduidade dos servidores públicos federais, ficando a Administração
Pública responsável por este acompanhamento e controle.

Entendo, portanto, que, em que pese eventual semelhança nas atribuições


relativas às carreiras do Magistério Superior e das Instituições Federais de Ensino, não
há incompatibilidade entre as atividades dos autores e o controle de pontualidade e de
assiduidade.

Destaca-se que os professores ora autores não se enquadram nas


exceções referidas no § 4º do art. 6º do Decreto n. 1.590,/95. Incabível, portanto, ao
fundamento de isonomia, estender a eles a dispensa do controle de frequência
concedida aos docentes da carreira do magistério superior (Decreto nº 1590/95, art. 6º,
parágrafo 7º, "e").

Nesse sentido, os seguintes julgados, a seguir transcritos por suas


respectivas ementas:

“REMESSA NECESSÁRIA. DIREITO ADMINISTRATIVO. PROFESSORES. PONTO


ELETRÔNICO. IFRS. PRECEDENTES. . O controle eletrônico de assiduidade e
pontualidade dos servidores possui previsão no Decreto nº 1.590/95 (art. 6º-II); . Cabe
à administração pública regulamentar, nos termos do poder disciplinar e hierárquico de
que dispõe, o controle e a freqüência dos servidores no ambiente de trabalho, segundo
critérios de conveniência e oportunidade; . O uso do sistema de ponto eletrônico na
forma exigida pelo IFRS dos docentes do Ensino Básico Técnico e Tecnológico - EBTT
é, portanto, legítimo, razão pela qual não há o que se cogitar acerca de exercício ilegal
do controle da jornada de seus agentes públicos.” (TRF4 5005562-72.2014.4.04.7110,
QUARTA TURMA, Relator SÉRGIO RENATO TEJADA GARCIA, juntado aos autos em
27/01/2017)

“ADMINISTRATIVO. DOCENTES DO COLÉGIO MILITAR DO RECIFE. ENSINO


FUNDAMENTAL E MÉDIO. CONTROLE DE FREQUÊNCIA ATRAVÉS DE PONTO
ELETRÔNICO. LEGALIDADE. APELAÇÃO NÃO PROVIDA. 1. Apelação cível
interposta pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e
Profissional - Seção Sindical do Colégio Militar do Recife contra sentença que, em
Ação Ordinária movida contra a União Federal, julgou improcedente o pedido autoral,
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que buscava uma declaração de incompatibilidade entre as atividades exercidas pelos


docentes do Colégio Militar do Recife e o controle de assiduidade e pontualidade
através da via eletrônica e, em consequência, a imediata dispensa de tal controle, bem
como a adoção de outra espécie de controle, como, por exemplo, o diário de classe ou
o boletim semanal. 2. Em regra, os servidores públicos federais da Administração
Pública Federal direta, autárquica e fundacional devem se submeter ao ponto
eletrônico (art. 1º do Decreto nº 1.867, de 17/04/96), excepcionados aqueles que
exercem atividades eminentemente externas (parágrafo 4º do art. 6º do Decreto nº
1.590/95) ou, ainda, os que se enquadrem em uma das hipóteses previstas no
parágrafo 7º do art. 6º do Decreto n° 1.590/95. Tais situações, por constituírem
exceções, devem receber interpretação restritiva. 3. É incabível, portanto, ao
fundamento de isonomia, estender a dispensa do controle de frequência concedida
aos docentes da carreira do magistério superior (Decreto nº 1590/95, art. 6º, parágrafo
7º, "e") aos docentes de ensino fundamental e médio, que não foram expressamente
contemplados pelo Decreto n° 1.590/95. 4. Da análise das atribuições do docente de
ensino fundamental e médio é possível concluir que suas atividades são exercidas
principalmente dentro do estabelecimento de ensino, logo não têm caráter
eminentemente externo. Demais disso, de acordo com o Boletim Interno nº 195, de
18/10/11, cópia anexada aos autos, os docentes civis do Colégio Militar do Recife
podem requerer por escrito a dispensa do contra-turno para o exercício da carga
pedagógica ao Chefe da Divisão de Ensino. Ausência de incompatibilidade entre as
atividades dos substituídos-apelantes e o controle de pontualidade e de assiduidade
pela via eletrônica. 5. Apelação não provida.” (TRF 5, PROCESSO:
08011172620124058300, AC - Apelação Civel - , DESEMBARGADOR FEDERAL
ROGÉRIO FIALHO MOREIRA, Quarta Turma, Julgamento por unanimidade em
18/06/2013)

Vale lembrar, por fim, que a concessão do benefício pretendido, com base
no princípio da isonomia, sem qualquer autorização legal afronta diretamente o princípio
da legalidade, que deve embasar todos os atos praticados pela Administração Pública.

Honorários recursais arbitrados em 20% (vinte por cento) sobre o valor


fixado pelo juízo a quo e sem prejuízo deste, a teor do disposto no art. 85, §§2º, 3º e 16º,
primeira parte, do CPC.

Diante do exposto, nego provimento à apelação.

É o voto.

DEMAIS VOTOS

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Gab. 6 - DESEMBARGADOR FEDERAL JOÃO LUIZ DE SOUSA
Processo Judicial Eletrônico

APELAÇÃO CÍVEL (198) 1000120-66.2017.4.01.4300


APELANTE: SINDICATO DOS PROFESSORES DO ENSINO SUPERIOR PUBLICO
FEDERAL (UNIVERSIDADES FEDERAIS)
Advogado do(a) APELANTE: RODRIGO GUEDES CASALI - SP248626-A
APELADO: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCACAO, CIENCIA E TECNOLOGIA DO
TOCANTINS

EMENTA
ADMINISTRATIVO. PROFESSORES DO ENSINO BÁSICO TÉCNICO E
TECNOLÓGICO. DISPENSA DE CONTROLE DE FREQUÊNCIA. EQUIPARAÇÃO A
PROFESSORES DO MAGISTÉRIO SUPERIOR. ART. 6º DO DECRETO Nº 1590/95 e Nº
1.867/96. APLICAÇÃO EXTENSIVA. IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.
1. Cinge-se a questão à possibilidade de dispensa de docentes do Ensino Básico Técnico
e Tecnológico (EBTT) do controle de frequência de jornada de trabalho, nos termos do
Decreto 1.590/95, por equiparação à carreira do professor de Magistério Superior.
2. Em regra, os servidores públicos federais da Administração Pública Federal direta,
autárquica e fundacional e submetem ao controle de frequência (art. 1º do Decreto nº
1.867/96), excepcionados aqueles que exercem atividades eminentemente externas (§ 4º
do art. 6º do Decreto nº 1.590/95) ou, ainda, os que se enquadrem em uma das hipóteses
previstas no § 7º do art. 6º do Decreto n° 1.590/95.
3. Os Professores da Carreira de Magistério Superior do Plano Único de Classificação e
Retribuição de Cargos e Empregos são dispensados do controle de frequência, por força
do decreto n° 1.590/95, com redação dada pelo Decreto nº 1.867/96, inexistindo previsão
em relação aos professores de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico – EBTT.
4. Na hipótese, da análise dos regimes de trabalho dos docentes das Instituições
Federais de Ensino, observe-se que a atividade de pesquisa não é parte essencial do
magistério de nível fundamental, médio ou técnico. Logo, se justifica o tratamento distinto,
razão pela qual o legislador optou por não dispensar esses docentes do controle de
frequência. Demais disso, a Lei n. 8.112/90, art. 116, X, estabelece o dever de
pontualidade e assiduidade dos servidores públicos federais, ficando a Administração
Pública responsável por este acompanhamento e controle. Assim, em que pese eventual
semelhança nas atribuições relativas às carreiras do Magistério Superior e das
Instituições Federais de Ensino, não há incompatibilidade entre as atividades dos autores
e o controle de pontualidade e de assiduidade, tampouco amparo legal para o benefício
pleiteado pelos autores, pois estes não se enquadram nas exceções referidas no § 4º do
art. 6º do Decreto n. 1.590,/95. Incabível, portanto, ao fundamento de isonomia, estender
a eles a dispensa do controle de frequência concedida aos docentes da carreira do
magistério superior (Decreto nº 1590/95, art. 6º, parágrafo 7º, "e").

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5. Vale ressaltar que a concessão da dispensa ao controle de frequência pleiteado pela


parte autora, com base no princípio da isonomia, sem qualquer autorização legal, afronta
diretamente o princípio da legalidade, que deve embasar todos os atos praticados pela
Administração Pública.
6. Honorários recursais arbitrados em 20% (vinte por cento) sobre o valor fixado pelo
juízo a quo e sem prejuízo deste, a teor do disposto no art. 85, §§2º, 3º e 16º, primeira
parte, do CPC.
7. Apelação desprovida.

ACÓRDÃO

Decide a Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, por


unanimidade, negar provimento à apelação, nos termos do voto do relator.
Brasília - DF.

ASSINADO DIGITALMENTE
Desembargador Federal João Luiz de Sousa
Relator
Assinado eletronicamente por: JOAO LUIZ DE SOUSA
29/07/2022 16:27:33
https://pje2g.trf1.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam
ID do documento: 249466516

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