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FILOSOFIA DA

TECNOLOGIA

Bacharelado interdisciplinar em Ciência e Tecnologia Ciência, Tecnologia e Sociedade


Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de São Paulo Prof. dr. Walter Teixeira Lima Junior
ESSA AULA
APRESENTARÁ

• Conceitos da Filosofia da Tecnologia


• Diferenciação entre Ciência, Tecnologia e
Técnica

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Pitch de
Instituto Deck 2
Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de São Paulo Prof. dr. Walter Teixeira Lima Junior
PINTO, Álvaro Vieira. A Tecnologia. In: O conceito de Tecnologia.
São Paulo: Editora Contraponto, 2005

CUPANI, Alberto. Filosofia da Tecnologia: um convite.


Florianópolis: Editora UFSC, 2017.

LIMA, João Epifânio Regis. Considerações sobre Filosofia da


Tecnologia. I Conferência Brasileira de Comunicação e Tecnologias
Digitais da Universidade Metodista de São Paulo.

FEENBERG, Andrew. O que é Filosofia da Tecnologia?


http://www.sfu.ca/~andrewf/oquee.htm
REFERÊNCIA

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ENTRE O SABER E O CONTROLE

A ciência e a tecnologia partem do mesmo


tipo de pensamento racional baseado na
observação empírica e conhecimento de
causalidade natural, mas a tecnologia não
está relacionada com a verdade e, sim, com
a utilidade. Onde a ciência busca o saber, a
tecnologia busca o controle (FEENBERG).

https://pt.wikipedia.org/wiki/Instrumenta%C3%A7%C3%A3o_industrial
#/media/Ficheiro:Leitstand_2.jpg

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PARA ENTENDER, NECESSITA
DE UM CERTO AFASTAMENTO
Pensar a filosofia da tecnologia requer, antes de mais nada,
considerar como a tecnologia – e as noções correlatas de técnica,
utensílio, instrumento etc – pode constituir-se em problema
filosófico.

Em termos epistêmicos, devemos considerar a filosofia da


tecnologia como uma criteriologia de terceira ordem, sendo a
tecnologia, ela mesma, uma criteriologia de segunda ordem que se
relaciona com e se nutre da natureza, pertencente à primeira
ordem nesta hierarquia.

Assim, a filosofia da tecnologia necessita de um certo afastamento


das questões com as quais o tecnólogo lida diariamente em seu
ofício, apesar da necessidade de nunca perdê-las de vista.
(EPIFÂNIO)
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:The_Thinker,_Rodin.jpg

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ENTRE O SABER E O CONTROLE

A ciência e a tecnologia se tornaram a base para as novas crenças.


Eles reformam a cultura gradualmente para ser o que pensamos
como "racional." Conseqüentemente, a tecnologia torna-se
onipresente na vida cotidiana e os modos técnicos de pensamento
passam a predominar acima de todos os outros. Alguém poderia
dizer que a racionalidade tecnocientífica se tornou uma cultura
nova (EPIFÂNIO).

Na medida em que tal sociedade tem base tecnológica, os


problemas que surgem nesse questionamento referem-se ao
https://www.calmsage.com/are-you-a-rational-or-an-emotional-thinker/ campo da filosofia da tecnologia. Nós precisamos nos entender
hoje no meio da tecnologia e o conhecimento propriamente técnico
não pode nos ajudar. A filosofia da tecnologia pertence à
autoconsciência de uma sociedade como a nossa. Nos ensina a
refletir sobre o que tomamos como assegurado, especificamente
a modernidade racional (EPIFÂNIO)

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ARTEFATOS E ARTIFICIAIS

Aquilo que denominamos tecnologia se apresenta, pois, como uma


realidade polifacetada: não apenas em forma de objetos e
conjuntos de objetos, mais também com sistemas, como
processos, como modos de proceder, como certa mentalidade
(CUPANI)

O que parece, reunir formas antigas e modernas de técnica ou


tecnologia (por enquanto, vamos considerar como sinônimas essas
palavras) é a circunstância de que representam manifestações da
capacidade humana de fazer coisas. Também, o fato de que toda
produção, técnica ou tecnológica, é a manifestação de um saber. A
Imagem: biancoblue/Freepik
capacidade de fazer significa a capacidade de produzir à diferença
da capacidade de agir, isto é, de conduzir a própria vida ( em vez
de viver de maneira puramente instintiva). Ao fazer o homem
origina os artefatos, vale dizer, os processos artificiais. Ambas as
palavras: artefato e artificiais denotam o que foi produzido
conforme uma “arte”, um saber-fazer que implica regras de
procedimento.

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ARTEFATOS E ARTIFICIAIS
O Artefato (que pode ser tanto uma faca quanto uma locomotiva, uma
fogueira ou a transmissão de uma mensagem telegráfica) resulta da arte (a
palavra arte é o equivalente latino grego techne, que designa os seus
cognatos) ou techne, distinguido do natural.

Simetricamente, a utilização dos objetos e processos técnicos reque um


comportamento específico, conforme regras.

Tanto a produção quanto a utilização dos artefatos supõem a aquisição de


habilidades.

O homem produz e usa artefatos como manifestação de sua vida em


sociedade. Isso implica que a maneira de produzir e servir-se dos artefatos
depende, obviamente, do tipo de sociedade em qu9e tais atividades
ocorrem.

Segundo MITCHAM (1994 apud CUPANI), a palavra tecnologia denota


Uma colher do Período das Cruzadas de 1017 que foi encontrada na
“fabricação de artefatos”, “uma forma de conhecimento humano”
escavação arqueológica de Tursiannotko em Pirkkala, Finlândia. endereçada a “criar uma realidade conforme nossos propósitos”.
https://en.wikipedia.org/wiki/Artifact_%28archaeology%29

Para BUNGE (1985c apud CUPANI), é o campo do conhecimento relativo ao


projeto de artefatos e à planificação da sua realização, operação,
ajustamento, manutenção e monitoramento à luz do conhecimento humano.

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QUATRO ABORDAGENS
ANÁLISE SOBRE A TECNOLOGIA
Há quatro abordagens fundamentais das questões conceituais
relativas à natureza da tecnologia.

Podemos pensar em uma primeira abordagem, epistemológica,


na qual se examina o status epistêmico da tecnologia, que por
vezes é considerada modo de conhecimento autônomo.

A segunda abordagem, antropológica, estuda a tecnologia em


relação à natureza do homem.

A terceira, sociológica, aborda a tecnologia como característica


definidora do pensamento e da ação na sociedade moderna.
https://br.freepik.com/vetores-gratis/pessoas-do-trabalho-
em-equipe-com-pecas-de-quebra-cabeca_5686193.htm A quarta, de caráter metafísico e existencial, encontra em
Heiddeger seu principal expoente. (EPIFÂNIO)

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TECNOLOGIAS SÃO “TEORIAS”
CIENTIFICAS EM AÇÃO
Mario Bunge (1968) identifica tecnologia com ciência
aplicada. Em sua visão, teorias tecnológicas são “teorias
científicas de ação”. Propõe dois tipos de teorias
tecnológicas: as substantivas – aplicações diretas de
teorias científicas pré-existentes – e as operacionais –
norteadoras e regentes de sistemas complexos, como na
teoria do jogo, da decisão e da avaliação. Bunge
distingue técnica de tecnologia. A técnica, pré-científica,
é tida como convencional, mais dependente da tradição
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_jogos#/media/Fic cultural e resultado de tentativa e erro. Por outro lado, a
heiro:Ultmatum_game.png
tecnologia trabalha com regras racionais baseadas em
leis científicas. (EPIFÂNIO)

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AS DIVERSAS ACEPÇÕES DO
TERMO TECNOLOGIA
A “tecnologia tem de ser a teoria, a ciência, o estudo , a
discussão da técnica, abrangidas nesta última noção as
artes, as habilidades do fazer, as profissões e ,
generalizadamente, os modos de produzir alguma coisa.
A “tecnologia” aparece aqui com o valor fundamental e
exato de “logos da técnica”.

“Tecnologia” equivale pura e simplesmente a técnica.


Indiscutivelmente constitui este o sentido mais frequente e
https://en.wikipedia.org/wiki/Logos#/media/File:Logos.svg
popular da palavra, o usado na linguagem corrente,
quando não se exige precisão maior.

Como sinônimo, variante americana, Know How.

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AS DIVERSAS ACEPÇÕES DO
TERMO TECNOLOGIA

A técnica na qualidade de ato produtivo dá origem a considerações


teóricas que justificam a instituição de um setor do conhecimento.

Há sem dúvida uma ciência da técnica.

A falta de reunião num setor ou compartimento definido do saber, dos


estudos cujo objeto é a técnica traz como consequência a dispersão das
considerações a respeito dela nas obras de sociologia, filosofia e nos
tratados ou compêndios dedicados ao exame de técnicas ou artes
https://en.wikipedia.org/wiki/Logos#/media/File:Logos.svg
particulares.

Mostra a existência de um campo original, específico, de estudo, o que


torna a técnica em geral na condição de dado objetivo que deve ser
elucidado mediante as categorias do pensamento dialético crítico.

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A TECNOLOGIA COMO
EPISTEMOLOGIA DA TÉCNICA
“Tecnologia entendida como o conjunto de todas as técnicas de
que dispõe uma determinada sociedade, em qualquer fase
histórica de seu desenvolvimento.”

A importância desta acepção reside em ser a ela que se costuma


fazer menção quando se procura referir ou medir o grau de avanço
do processo das forças produtivas de uma sociedade.

“Tecnologia entendida como o conjunto de todas as técnicas de


que dispõe uma determinada sociedade, em qualquer fase
https://en.wikipedia.org/wiki/Logos#/media/File:Logos.svg
histórica de seu desenvolvimento.”

A importância desta acepção reside em ser a ela que se costuma


fazer menção quando se procura referir ou medir o grau de avanço
do processo das forças produtivas de uma sociedade.

Por fim, sobre o quarto sentido:


A palavra tecnologia menciona a ideologia da técnica.

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