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1.

RESUMO
Barragens são barreiras artificiais construídas com a finalidade de reter líquidos, para
fins de controle ou armazenamento, disposição final ou temporária de rejeitos,
resíduos industriais ou de água. Podem variar no tamanho e material de construção,
desde enormes estruturas de concreto, enrocamento ou de terra a pequenos maciços
de terra. As barragens, principalmente as de rejeito, estão entre as maiores estruturas
de risco do mundo, e podem gerar desastres com consequências imensuráveis.
A partir dos devastadores danos ambientais e sociais causados pela ruptura de uma
barragem de rejeito, a análise de risco e métodos para prevenção do rompimento das
barragens são de fundamental importância para minimizar os desastres e seus
impactos.
A dissertação desenvolverá o assunto de barragens, com foco nas barragens de
rejeito, contemplando informações técnicas e históricas, citando o caso da ruptura da
barragem de Mariana. Também serão evidenciadas as alterações que a legislação e
fiscalização vem sofrendo, além dos equipamentos que podem e vem sendo mais
utilizados para monitorar e prevenir de forma mais efetiva tais desastres.

2. INTRODUÇÃO
No Brasil, o número de barragens rompidas ou prestes a romper é alarmante,
principalmente no Estado de Minas Gereis, onde recentemente ocorreram duas
grandes catástrofes que foram os rompimentos das barragens de Mariana e de
Brumadinho, trazendo inúmeros prejuízos ambientais, sociais e econômicos.
Os desastres ocorridos recentemente alertaram toda a sociedade, trazendo
informações a respeito de barragens de rejeito e seus riscos, até então pouco
conhecidos. Houve, então, um questionamento geral em relação à legislação,
fiscalização e monitoramento, gerando uma tendência na busca de novos métodos de
disposição dos rejeitos, que tragam menos riscos, além de haver uma gestão mais
rígida e eficiente de projeto, execução e manutenção das barragens.

3. OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho é estudar as rupturas de barragens, especificamente as de
rejeitos de minério; verificar o histórico de rupturas recentes e avaliar instrumentos de
gestão: legislação, fiscalização e auditorias, visando verificar a eficácia das práticas
atuais utilizadas; discutir instrumentos que podem ser utilizados no monitoramento
das estruturas;

4. METODOLOGIA
A elaboração do trabalho iniciou-se com a consulta à bibliografia disponível, com o
objetivo de compreender o tema de forma mais clara e abrangente. Em seguida,
realizaram-se atividades mais objetivas: consulta a uma bibliografia com maior
aprofundamento do tema; entrevistas com profissionais experientes no assunto;
participação de seminários e congressos online; consulta a órgãos oficiais que lidam
diretamente com o assunto;
A partir destas atividades, espera-se que seja possível a avaliação e discussão de
alguns fatores aplicados ao estudo de caso, relacionados, principalmente, a métodos,
instrumentos que possam ser mais utilizados e legislações que possam sofrer
alterações.

5. DESENVOLVIMENTO
Barragem é qualquer estrutura em um curso permanente ou temporário de água para
fins de contenção ou acumulação de substâncias líquidas ou de mistura de líquidos e
sólidos, compreendendo o barramento e as estruturas associadas. As barragens de
rejeito têm por objetivo armazenar e drenar, de forma economicamente viável, o
material estéril e o rejeito proveniente do beneficiamento do minério, diminuindo os
impactos negativos ao meio ambiente.
A construção de uma barragem de contenção de rejeitos inicia-se pela realização de
um dique de partida, seguido pelo lançamento do rejeito que, posteriormente, pode
servir de fundação e fornecer material para a etapa de alteamentos. A construção
pode ser classificada em três métodos diferentes segundo a direção da construção
dos alteamentos em relação ao primeiro dique: métodos de montante, jusante e da
linha de centro, possuindo cada um deles características e especificações próprias.
A ruptura de uma barragem pode ser ocasionada devida a diversos fatores, como a
falta de fiscalização durante a construção, comportamentos da fundação devido à
infiltração de água, falta de manutenção, uma enchente, um abalo sísmico, entre
outros. Existem quatro tipos de classificação de ruptura de barragens (de todos os
tipos, não só de rejeitos): ruptura estrutural, hidráulica, por transbordamento e devido
a acidentes de construção.
Após os acidentes nas barragens de rejeito, as legislações, o uso de equipamentos,
formas de monitoramentos e periodicidade de fiscalizações vêm se alterando e devem
continuar sofrendo novas alterações, evitando cada vez mais o rompimento dessas
estruturas.

6. RESULTADOS PRELIMINARES
Observa-se que, depois do acidente em Mariana, a legislação já mudou, como pode
ser visto a partir das duas portarias emitidas pela Agência Nacional de Mineração
(ANM), antigo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM): a portaria n° 416
de 2012 e a portaria n° 70.389 de 2017. Alguns pontos que foram adicionados na
portaria mais recente: o empreendedor é obrigado a elaborar mapa de inundação;
deve haver vídeo monitorando a estrutura 24 horas por dia, em barragens de
mineração com alto dano potencial associado (DPA); a periodicidade máxima de
revisão periódica de segurança de Barragens no caso de DPA alto de 5 anos para 3
anos; as fichas de inspeção regular mudaram de uma exigência de intervalo de 1 ano
para um intervalo de 15 dias. Recentemente, de acordo com a resolução No4 Art. 2o,
de 15 de fevereiro de 2019, fica proibida a utilização do método de construção ou
alteamento de barragens de mineração denominado “a montante” em todo território
nacional.
Alguns instrumentos são utilizados para um monitoramento mais eficaz nas barragens
ajudando a evitar desastres, são eles: acelerômetro, inclinômetro, piezômetros e
radares satélites. Estes instrumentos serão estudados mais detalhadamente e
descritos pelo grupo nesta dissertação.

7. FONTES CONSULTADAS
AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS – ANA – Relatório de Segurança de Barragens
2017. Brasília. 2018.
MACHADO, W. G. de F. Monitoramento de barragens de contenção de rejeitos
da mineração. São Paulo, SP. 2007.
ROBERTSON, A. Risco e resiliência de barragens de rejeito – controle por
projeto e gestão. In: SEMINÁRIO GESTÃO DE RISCOS E SEGURANÇA DE
BARRAGENS DE REJEITO. Belo Horizonte. 2017.
SOARES, L. Barragem de Rejeitos. Comunicação Técnica elaborada para o Livro
Tratamento de Minérios, 5a Edição - Capítulo 19 - p. 831–896. 2010.

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