Como evitar erros na aferição da PA

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 PARCERIAS
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Apah é modelo para novas entidades

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ioneira no Brasil, a Associação Paulista de As- A Apah tem inscritos dois mil associados, sendo
sistência ao Hipertenso (Apah) foi fundada em 26 que uma média de 200 freqüentam os encontros. Na pri-
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de abril de 1994, embora funcionasse informal- meira quarta-feira do mês, a reunião com a equipe mul-
mente desde 1992. A iniciativa de reunir um grupo de tidisciplinar, composta de médico, enfermeira e nutri-
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hipertensos para discutir questões vinculadas à doença cionista, é aberta ao público. A segunda quarta-feira é
fez tanto sucesso, que novas associações começaram a reservada aos hipertensos, que tiram dúvidas sobre a HA
ser criadas em outras cidades paulistas e brasileiras, sen- e suas conseqüências.
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do que a data da fundação da Apah transformou-se, por Fundamental como suporte ao tratamento, a
lei municipal, em Dia Municipal de Prevenção à orientação psicológica é repassada na terceira quarta-
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Hipertensão Arterial na cidade de São Paulo. feira do mês, quando uma psicóloga e uma assistente
Isso, sem dúvida, é motivo de orgulho para social conversam com os portadores. Já na última quar-
Gerson Cassiano, 65 anos, militar aposentado, presiden- ta-feira do mês, um profissional de saúde de outra área,
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te da associação e um de seus fundadores. Hipertenso, que não a Cardiologia, faz palestra.

soube que era portador de HA durante um exame de roti- A Apah também promove grupos de caminhadas e
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na e hoje controla a doença com medicação, caminha- mostra ao hipertenso que, sob orientação e cuidados
da e uma alimentação correta. básicos, tem condições de levar uma vida normal.
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No DF, Associação de Diabetes é atuante

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Ministério da Saúde dispõe de um parceiro de na e adoçante, além de toda informação necessária para
peso no Distrito Federal. A Associação de prevenção, fatores de risco e tratamento da doença.
Diabetes do DF, criada em 1987, oferece apoio A presidente da Associação de Diabetes do DF
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total aos portadores da doença na região. A entidade rea- acredita que, com o Plano de Reorganização da
liza desde a detecção do diabetes e o encaminhamento Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus,
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à assistência médica necessária até o acompanhamento a sociedade e os gestores estão mais conscientes da
por nutricionista e psicólogo. gravidade da doença. "O diabetes é um dos males que
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Outra preocupação da associação é o suporte à
família do diabético. "O esclarecimento da família é
fundamental para a adaptação do portador de diabetes
aos cuidados que a doença exige", destaca a presiden-
te da instituição, a enfermeira Maria Irene Monteiro
Guimarães.
Maria Irene lutou pela aprovação da Lei Distrital
640/94, que garante aos diabéticos do DF distribuição
de medicamentos (antidiabéticos orais), seringas, insuli-
mais consomem dinheiro do governo, por isso traba-
lhar com a prevenção e conhecimento é primordial",
enfatiza.
Para ela, a visão do Ministério da Saúde em dar prio-
ridade ao diabetes vai evitar que muitos doentes fiquem
internados meses nos hospitais. "Um diabético hospitali-
zado é menos uma pessoa no mercado de trabalho e um
peso para a União e para a família. É por isso que tenho
que tirar o chapéu para essa iniciativa", diz.

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 INTERNACIONAL
Plano desenvolve ações estimuladas pela Opas
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Projeto Carmen - Conjunto
de Ações Integradas para
Redução Multifatorial da
Enfermidades Não Transmissíveis -,
desenvolvido pela Organização Pan-
americana de Saúde (Opas), tem no
Plano de Reorganização da Atenção à
HAe DM sua expressão nacional mais
sólida, ainda em processo de oficiali-
zação. É o que afirma Luis Gerardo
Castellanos, coordenador da área de
prevenção e controle de doenças da
Opas, no Brasil, destacando que o
reconhecimento dessa identificação
entre os dois projetos já foi feito ofi-
cialmente pela Secretaria de Políticas
de Saúde do Ministério da Saúde.
Com o projeto Carmen em fase de
desenvolvimento e expansão no país, a
Organização Pan-americana de Saúde
já identifica no Plano o mesmo objetivo
geral: diminuir a morbidade, mortali-
dade e incapacidade causadas pelas
doenças não transmissíveis, por meio
de um conjunto de ações que associem
o enfoque populacional preventivo e
promocional ao individual - detecção e
tratamento. Tudo isso associado aos
esforços para o reordenamento dos ser-
viços de saúde, tendo como estratégias
a atenção à saúde da família e a partici-
pação popular em atividades preventi-
vas de longa duração e pouco custo.
Projeto Carmen
Em 1995, a Opas - instituição que
completa 100 anos em 2002 e que tem
como missão melhorar a saúde e os
padrões de vida dos povos das
Américas - iniciou pro-
gramas de preven-
ção e controle
de doenças não
transmissíveis na
América Latina e no
Luís Gerardo
Castellanos
Assessor da Opas
Caribe, tendo como modelo o North dade que representam doenças como
Karelia, trabalho desenvolvido na dengue, sarampo, aids, cólera e outras
Finlândia com o projeto Cindi. transmissíveis, e dar mais atenção e
Surgia o Projeto Carmen, uma recursos às doenças não transmissí-
estratégia de colaboração com países veis", diz Castellanos.
para diminuir danos que as doenças
não transmissíveis causam à popula-
ção. Hoje essa estratégia está em Carmen no Brasil
desenvolvimento na Argentina, Bra-
sil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Os primeiros
Cuba e Porto Rico. Ela se soma encontros de
a outros dois projetos regio- representan-
nais de prevenção desen- tes da Opas
volvidos pela Organi- com auto-
zação Mundial de Saúde ridades
(OMS): o Cindi, na brasilei-
Europa, e o Nandi, na
África.
"Quando lançamos
FOTO: GUSTAVO MAGALHÃES
uma idéia, ela se baseia
em informações, em
levantamentos. Desde
1995, nossa organização
iniciou a análise de países
que estavam preocupados
com o fato de doenças
não transmissíveis
vitimarem a popu-
lação. Tentamos,
então, um equi-
líbrio: não
descuidar
da priori-
 ras que aprovavam a necessidade de se trabalhar
com a prevenção ocorreram no final de 1998.
A Organização Pan-americana de Saúde
conhece bem as estatísticas brasileiras e sabe que
o combate aos fatores de risco é fundamental para
um país desta dimensão e contingente populacio-
“O governo nal. De acordo com os números de 2001 apura-
dos pela Opas, 34% das mortes no Brasil estão
deve dar relacionadas a problemas cardiovasculares, ou
seja, 1/3 de todas as mortes do país são causadas
respaldo por problemas dessa natureza. "Isso se torna mais
preocupante quando vemos que 15% das mortes
na população brasileira estão relacionadas ao
legal e câncer. Ou seja: 49% de todas as mortes têm rela-
ção com essas doenças não transmissíveis",
publicar o comenta Castellanos.
A obesidade no Brasil, nos últimos 10 anos,
documento duplicou na população adulta. "Chega a ser alar-
mante, num país que é conhecido pelo culto à
com a forma física". Castellanos ressalta, entretanto, que
começam a surgir importantes ações de combate
à obesidade e ao sedentarismo, como o projeto
descrição Agita Brasil e o Programa Nacional de Nutrição,
uma política nacional de nutrição saudável desen-
das normas volvida pelo Ministério da Saúde.
Dos problemas cardiovasculares, prossegue o
que podem coordenador, 47% atingem a população maior
de 60 anos. Considerando que o Brasil está melho-
orientar rando sua qualidade de vida e, conseqüentemen-
te, a população idosa apresenta um significativo
crescimento, o custo torna-se muito alto se não
instituições, houver prevenção. "É muito mais dispendioso
cuidar de uma pessoa com diabetes e hipertensão
prefeituras, do que tentar prevenir essas doenças orientando
a população. E é justamente isso que estamos ten-
governos tando fazer com o Carmen em vários países", diz.
Na opinião de Luís Gerardo Castellanos, hoje
estaduais e o Brasil está desenvolvendo o Carmen - "embora
haja um longo caminho a percorrer" - e o Plano já
é modelo para outros países. "A prevenção no
quem mais se nível terciário basicamente não existe no resto do
mundo - ou, pelo menos, no nosso continente -
interessar porque é muito cara. O que a Opas pretende é
colaborar para completar um programa integrado
pela de ações de prevenção nos três níveis, destinando
cada vez mais orçamento para o nível primário,
prevenção com participação e responsabilidade da própria
comunidade. Esse é o grande desafio", explica.
de forma
Ações integradas
ordenada.”
A combinação das atividades que estão sen-
do desenvolvidas hoje pelo governo federal é
muito importante e, por isso, a Opas está suge-
rindo que essas ações sejam reunidas em um só
pacote. Em alguns Estados, por exemplo, é feita
campanha contra o tabagismo; noutros, contra o
sedentarismo. O ideal, segundo Castellanos, é
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que haja uma ação integrada visando alcançar
um melhor resultado.
Elogiando o trabalho desenvolvido pela
Secretaria de Políticas de Saúde (SPS) do
Ministério da Saúde na detecção de hipertensos e
diabéticos, no acompanhamento e na garantia do
acesso à medicação, o assessor da Opas afirma
que o Brasil agiu da maneira mais correta.
"Primeiro, tratou dos doentes. Depois, com a cam-
panha de detecção do diabetes, identificou três
milhões de suspeitos, dos quais um milhão de
pessoas devem ser portadoras da doença e tam-
bém de hipertensão, passando agora a ter acom-
panhamento. O mesmo irá ocorrer com os que
comprovadamente descobrirem ser hipertensos,
a partir da recente campanha de detecção de sus-
peitos de hipertensão arterial. Por falta de acom-
panhamento, de uma dieta adequada e de medi-
cação, esses portadores têm crises que os deixam
com sérios problemas", ressalta.
A Opas já colabora com a SPS no sentido de
atualizar um documento que o Brasil elaborou
integrando todas as atividades de prevenção pro-
postas pelo governo federal. Esse pacote poderá
ser adotado por quem se interessar. "O governo
deve dar respaldo legal e publicar o documento
com a descrição das normas que podem orientar
instituições, prefeituras, governos estaduais e
quem mais se interessar pela prevenção de forma
ordenada".
Parcerias
O assessor da Opas afirma que o apoio e a par-
ticipação das sociedades científicas no Plano é de
vital importância porque elas têm bastante capa-
cidade técnica e credibilidade. A inclusão dessas
entidades pode garantir a qualidade do atendi-
mento no serviço público, esclarece. O envolvi-
mento da população também é muito importan-
te. "O Agita Brasil, por exemplo, é um passo for-
mal que convida a comunidade a se envolver no
processo de mudança de hábitos de vida", diz.
A importância da prevenção
Castellanos adverte que, no caso de doenças
transmissíveis, o Brasil é capaz de cortar o ciclo
de muitas delas com vacinas e medicamentos; já
para as não transmissíveis, o caminho é a preven-
ção e a educação (promoção da saúde).
Ele destaca o esforço significativo que o Brasil
tem feito contra o tabagismo e cita a legislação
sobre propaganda de cigarros, as campanhas publi-
citárias apontando as conseqüências do fumo no
organismo e o trabalho desenvolvido pelo Instituto
Nacional do Câncer (Inca) como exemplos.