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2015
2015.2
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UCM – Manual de Pediatria
Sinais de Alarme
Aparência • Hipotonia
• Hiporeactividade
• Inconsolabilidade
• Olhar vago, fixo
Circulação • Palidez
• Cianose
• Mottling (descoloração cutânea em forma de
mancha devido a vasoconstrição
Autores:
Dr.ª Annett Pfeiffer
Dr.ª Kajal Chhaganlal
Dr. Amir Seni
Dr. Konrad Steidel
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UCM – Manual de Pediatria
Copyright © 2015
Introdução.............................................................................................................................7
HISTÓRIA CLINICA...........................................................................................................8
2. ANAMNESE........................................................................................8
3. EXAME OBJECTIVO........................................................................10
Exame neurológico da criança menor de 2 anos.....................................14
Exame Neurológico > 2 Anos.................................................................17
Resumo do caso......................................................................................19
Seguimento diário na enfermaria........................................................................................20
Curva de percentil...............................................................................................................21
Crescimento normal / falência de crescimento da criança..................................................22
Exame dos sistemas (OSCE)...............................................................................................23
Antibióticos – Dosagem .....................................................................................................24
Savarese e al. (2015) Pediatric drug information, in Uptodate.com.......26
Antibióticos – Espectro microbiológico..............................................................................26
Doenças Infecciosas............................................................................................................34
HIV - SIDA.............................................................................................34
TARV 2a linha........................................................................................42
MALÁRIA..............................................................................................48
Meningite................................................................................................52
Pneumonia...............................................................................................54
Raiva.......................................................................................................56
Sepsis - SIRS...........................................................................................57
Têtano.....................................................................................................60
Tuberculose.............................................................................................61
Interpretação de Hemograma..............................................................................................67
Diagnóstico diferencial das anemias...................................................................................68
Anemia falciforme (tto adaptada para Beira)......................................................................69
Artrite / Dor articular..........................................................................................................70
Artrite Juvenil Idiopática (AIJ) ..........................................................................................72
http://www.uptodate.com/contents/systemic-juvenile-idiopathic-arthritis-treatment.........74
Asma - Tratamento de asma severa (crise asmatica)..........................................................75
Asma - Manejo da asma crónica.........................................................................................76
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UCM – Manual de Pediatria
Cardiologia DD cardiopatia adquirida...............................................................................78
Critérios de Jones para diagnostico da febre reumática..........................80
DD Cardiopatias congénitas...................................................................80
ECG - Interpretação básica em Pediatria................................................82
Bibliografia: Burns, E. and Cadogan. M. (2015). Paediatric ECG Interpretation
Recuperado a 20.1.15..........................................................................................................83
Gestão da Insuficiência Cardíaca........................................................................................84
Cetoacidose Diabética.........................................................................................................87
Coma...................................................................................................................................89
Convulsões - Epilepsia........................................................................................................91
Convulsões – Estado epiléptico .........................................................................................93
Doenças malignas - Quimioterapia.....................................................................................95
Dor - Tratamento da dor......................................................................................................96
DICAS Tratamento da dor:.....................................................................98
Estridor - Laringite............................................................................................................101
Hepatite / Hepatopatia.......................................................................................................103
Ictericia..............................................................................................................................105
Intoxicações exógenas agudas...........................................................................................106
Tratamento sintomático : SNG, AGALIA, PESO, HIDRATACAO, Avaliar a função renal
...........................................................................................................................................108
Toxíndrome ou Síndrome toxica.......................................................................................110
2.Velez, L. (2014)Approach to the child with occult toxic exposure. Uptodate. Com.
Recuperado a 31.1.15........................................................................................................111
3.Jansson, L. (2014). Infants of mothers with substance abuse. Uptodate. Com.
Recuperado a 31.1.15........................................................................................................111
Líquidos de manutenção...................................................................................................111
2.Somers, M. (2014) Maintenance fluid therapy in children, Uptodate. Com. Recuperado a
31.1.15...............................................................................................................................112
Tratamento de choque.......................................................................................................112
Dicas Drogas vaso - activas..................................................................114
1.Weiss, S. and Pomerantz, W. (2014) Septic shock: Rapid recognition and initial
resuscitation in children, Uptodate. Com. Recuperado a 31.1.15.....................................115
Tratamento da desidratação grave ....................................................................................115
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UCM – Manual de Pediatria
Desidratação Isotônica..........................................................................117
Desidratação Hipertônica......................................................................118
Desidratação Hipotônica (< 135 mmol/l).............................................119
Malnutrição severa - Tratamento da na fase inicial.........................................................120
Complicações na Malnutrição...............................................................124
Desidratação nos doentes com Kwashiorkor........................................126
Malnutrição - Malnutrição severa ......................................................127
Malnutrição - Anemia grave................................................................127
Malnutrição - Ílio paralítico..................................................................128
Peso para comprimento para Meninas dos 0 – 23 meses de idade.......132
Neonatologia - Historia clínica do Recém-nascido...........................................................138
O Exame Físico.....................................................................................138
Seguimento do RN / exame mínimo:....................................................140
Neonatologia - Antibioticos .................................................................141
Gestão da sepsis no recém nascido.......................................................142
Neonatologia - Asfixia perinatal...........................................................143
Asfixia - Manifestações / complicações...............................................145
Tratamento das convulsões neonatais...................................................145
Neonatologia – Ictericia........................................................................146
Neonatologia - Líquidos.......................................................................147
Idade gestacional dos prétermos...........................................................148
Prematuridade – Manejo.......................................................................151
Reanimação do RN...............................................................................152
Queimadura - Manejo.......................................................................................................154
Reanimação da criança - -ABC.........................................................................................157
S. nefrítico - Glomerulonefrite Aguda (GNA)..................................................................158
Vacinas - Calendário Nacional de Vacinação (2013).......................................................161
Interpretação da Radiografia do Tórax.............................................................................163
Valores normais................................................................................................................169
Valores normais - Bioquímica e Urina.................................................171
ICD 10...............................................................................................................................172
The WHO Child Growth Standards. Recuperado a 20.2.15.............................................176
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UCM – Manual de Pediatria
Introdução
Este manual foi elaborado para ajudar os estudantes da UCM durante o seu
estagio na pediatria. Por que apesar que existam muitos manuais e livros muito
bons de pediatria feito por peritos cujo nível é difícil ou mesmo impossível
alcançar vimos que estudantes tem dificuldade de adaptar as informações a nosso
situação especifica da Beira e com isto este manual quer ajudar. Ao longo dos
anos o pequeno livrinho foi enriquecido com a ajuda de muitas pessoas com muita
informação que esperemos seja útil para muitos que trabalham na área de
pediatria em Moçambique.
É importante lembrar que a anamnese e o exame tem que ser mais específico
quando se encontra uma patologia, p.e. o exame neurológico tem que ser muito
mais amplo numa criança com paralisia flácida.
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UCM – Manual de Pediatria
HISTÓRIA CLINICA
1. Identificação
Nome____________________________NID_____________________________
Sexo________idade ______ raça ___________ Naturalidade _______
Residência_________________________________Proveniente de_______
Historia fornecida pelo (a) ______em __/___/__ Data de internamento __ / __/ __
Serviço ____________________N° cama ________
2. ANAMNESE
B- Doença actual:
Data / tempo / época de inicio da doença ou do/s sintoma/s que determinou o
internamento ou a consulta; Sintomas e sinais associados, por ordem de
surgimento, circunstâncias que pareceram determinar o seu aparecimento ou
agravamento. Evolução ulterior dos sintomas e sinais; características actuais da
doença; Sintomas e sinais negativos que importa excluir para o diagnostico
diferencial; tratamentos feitos e resultados obtidos até à data.
3. EXAME OBJECTIVO
A- Exame Geral
Estado geral (impressão geral que se tem do doente)
Estado de consciência, (vigilância), atitude ou posição do doente (p.e. opistótono,
posição antalgica), dispneia (se tiver), Palidez, icterícia, cianose, hidratação,
edemas, linfadenopatias (descrever localização, tamanho...)
Malformações visíveis, dedos: unhas em vidro de relógio? Dedos em baqueta de
tambor?
Estado nutricional: descrever sinais de malnutrição (vestido largo....), peso, altura,
P/A
Sinais Vitais: Frequência respiratória, cardíaca, temperatura, pressão arterial.
Pele: Lesões primárias e secundárias, sinais de sangramento / petequias
B- Cabeça
Facies, couro cabeludo, forma e tamanho da cabeça (se for anormal ou numa
criança com ADPM medir o perimentro craniano)
Olhos: simetria, esclera, sinais de inflamação, conjuntivas, movimentos oculares
(quando possível)
pupilas (reacção pupilar e tamanho) outras patologias: catarata, estrabismo,
queratite.....
Nariz: secreções e alterações visíveis
Boca e orofaringe: (dentes, língua, avaliar se tem úlceras, aftas vesículas, lesões
de candidiase, tamanho das amígdalas e características da faringe),
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UCM – Manual de Pediatria
Ouvidos: forma de orelha e sua implantação, presença de secreções, palpação
dolorosa, otoscopia.
NB: lembrar que o exame da boca, nariz e ouvido são desagradáveis para criança
e devem ser feitos no final de exame!!!!
C- Pescoço
Mobilidade, massas, se for anormal forma e dimensões),
D- Tórax
Geral: configuração geral, forma de respiração, anormalidades
Sistema respiratório
Inspecção: dispneia, tiragem, tipo de respiração.
Palpação (movimentos torácicos, vibrações vocais, enfisema subcutâneo)
Percussão na criança pequena pode ser dificil (som claro pulmonar, hiper- ou
hiposonoridade, macicez)
Auscultação: Murmúrio vesicular, presença de ruídos adventícios. (roncos,
sibilos, fervores, sopro
tubario...), tempo expiratório (prolongado = obstrução bronquial)
Sistema cardiovascular
Inspecção: choque de ponta, ingurgitamento jugular, PVJ
Palpação: pulso: frequência, ritmo, característica do pulso (cheio, fraco,..),
presença em 4 extremidades, choque de ponta (hiperactivo), frémitos, tempo de
recapilarização,
Percussão (muitas vezes não útil em crianças....)
Auscultação (5 focos cardíacos anterior e posterior, sopros (tipo, intensidade,
irradiação, localização,.....), atrito pericardico
E- Abdómen e Perineo
E1- Abdómen
Inspecção: Forma (globoso, escavado...), distensão, hérnias, massas visíveis,
cicatriz umbilical, circulação colateral, cicatriz cirúrgica /curandeiro
Auscultação (peristaltismo em 4 quadrantes), pode usar usar “scratching method”
para determinar a bordem do fígado
Palpação superficial (mole, doloroso), profunda (massas: descrever as
características, fígado (medir na linha medioclavicular abaixo da ultima costela
em cm, na linha sagital), baço (medir a dimensão maxima , normalmente diagonal
abaixo da ultima costela,rins)
Percussão (macicez e percussão renal nas crianças maiores.) Sinal de onda liquida
/ macicez móvel
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UCM – Manual de Pediatria
E2- Genitais Externos
Inspecção dos órgãos genitais, Palpação dos testículos nos meninos (normal
prepubertal ca 2 cm)
Toque rectal: (em todas as crianças com possível obstrução intestinal ou massa na
região hipogastrico)
Inspecção (orifício anal, região perineal...), Palpação /toque rectal (tonus do
esfíncter anal, introdução fácil ou difícil do dedo, contúdo do canal anal e de
ampola rectal, massas...)
F- Musculo esquelético
Inspecção dos membros e da coluna vertebral: assimetria, deformidades
esqueléticas (geno valgo / varo, gibosidade), hipotrofia muscular
Palpação: crepitações nas articulações, massas anormais
Movimentos activos e passivos quando possível, limitações articulares?
G- Exame Neurológico
Estado mental (GCS ou BCS), relação com ambiente, sinais meníngeos,
fontanelas e suturas, nervos cranianos, força muscular, tonus muscular, reflexos
osteotendinosos, sensibilidade (se a criança colabore, ou nos pequenos se for
necessário, (se p.e. tiver uma paralisia) reacção ao estimulo doloroso),
coordenação motora, marcha;; paralisia ou espasticidade, clonus, história do
controle de esfíncteres, exame neurológico de acordo com a idade da criança
H- Exame de Desenvolvimento :
De acordo com a idade da criança
Controle da cabeça, transfere objectos de uma mão para outra, senta, fica de pé,
preensão em pinça, anda, corre, fica de pé com um pé por alguns segundos, fala
(coerente, dificuldade na articulação...), interacção com outras crianças....
4. Resumo da historia
Resumo da anamnese e dados importante e ou positivos do exame. Não repetir
dados como peso, altura, sinais vitais etc., a não ser que tenham relevância direita
para o diagnostico).
5. Diagnósticos provisórios principais (por ordem de importância) e associados
6. Exames complementares de diagnostico ( saber justificar o motivo do pedido
de cada exame por
ordem de prioridade).
7. Discussão do diagnostico (diagnósticos diferenciais)
8. Diagnostico definitivo
9. Proposta terapêutica
Bibliografia:
1. Nelson Textbook of Pediatrics, Oxford Handbook of Paediatrics,
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UCM – Manual de Pediatria
2. Drutz, J, (2013). The pediatric physical examination: General
principles and standard measurements in UpToDate.com Recoperado
a 28.1.15
http://www.uptodate.com/contents/the-pediatric-physical-examination-general-principles-
and-standard-measurements
3. Rowe PC (1990). Pediatric procedures. In: Principles and Practice
of Pediatrics, Oski FA, DeAngelis CD, Feigin RD, Warshaw JB
(Eds), Lippincott, Philadelphia. p. 2010
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Exame neurológico
Na abordagem do problema neurológico a historia ajuda determinar a natureza do
problema (AVC, infecção, lesão ocupante de espaço, encefalopatia...). A evolução
das queixas é especialmente importante. (inicio abrupto é mais provavelmente um
problema vascular ou hemorragia; problema estática pode ser uma malformação,
um problema que esta a piorar aos poucos pode ser um tumor ou uma
degeneração / encefalopatia), como sempre os sintomas associados como febre,
convulsões etc. são muito importante. O exame físico sobretudo vai ajudar
localizar a lesão (neurónio motor superior ou inferior, lado esquerdo ou direito...).
Inspecção geral:
- Apatia?
- Consegue manter contacto visual?
- Excitabilidade anormal?
- Hiper / hipocinesia?
- Movimentos simétricos?
- Mostra interesse ao seu redor?
Da actividade espontânea da criança:
- Movimentos da mão; maneira de pegar em coisas;
- Maneira de sentar;
- Maneira de ficar de pé;
- Marcha.
Determinar a circunferência craniana
- 3 medidas (calcular a média)
Sinais meníngios
- Rigidez da nuca
- Abaulamento da fontanela anterior
Reflexos fisiológicos / patológicos
-(nota que os reflexos neonatais desaparecem nos primeiros 6 meses de vida,
excepto o Babinski (até 18mêses), paraqueda aparece aos 10-11 meses.
Reflexos osteotendinosos
- Sempre de forma comparativa dos dois lados, também comparar membros
inferiores com membros superiores, ocorre extensão do membro oposto ou
aumento da zona de reflexo? (=hiperreflexia).
Tonos muscular
(recordar usar movimento devagar inicialmente e depois um movimento rapido
para detectar espasticidades ligeiras)
Pontuação
Resposta Motora Localiza estímulos dolorosos 2
Retira o membro da dor 1
Resposta inespecífica ou ausente 0
5. Sistema Motor
1. Marcha/Postura: marcha livre, calcanhar, dedos, paralelo e flexão profunda dos
joelhos
2. Atrofia, Fasciculação
3. Tremores/ movimentos involuntários
4. Dystaxia/Diadococinesia
5. Força muscular: Deltoide, preensão, dorsiflexão: mãos e pês, e flexores do
quadril
6. Tono muscular/Espasmo
7. Reflexos osteotendinosos: Sempre de forma comparativa dos dois lados,
também comparar membros inferiores com membros superiores, ocorre extensão
do membro oposto ou aumento da zona de reflexo? (=hiperreflexia).
6. Sistema Sensorial
1. Audição: voz, fricção dos dedos
2. Descriminação da temperatura e toque sobre a face, mãos, e pés.
3. Prova de arranhadura, posição, Vibração e reconhecimento da moeda
4. Alteração da sensibilidade isolado sem anormalidade motor é muito raro nas
crianças
Alem disso deve se prestar atenção a pele (fibromas, manchas de café...) e
procurar características dismorficas (como baixa implantação das orelhas...) Ë util
registar a graduação da força, o tono, os reflexos e sensibilidade num desenho.
Nervos periféricos:
reflexo Nível de Raiz
biceps C5,6
braquioradial C5,6
triceps C6,7
patelar L3,4
aquileo S1
Bibiografia:
1. Suresh Kotagal, (2014). Detailed Neurologic assessment of infants and
children, in Uptodate.com, Recuperado a 29.1.15,
http://www.uptodate.com/contents/detailed-neurologic-assessment-of-infa
nts-and-children
2. Oxford Handbook of Paediatric Neurology
3. Manson
Resumo do caso
Exemplo:
I.A. 5 meses, 4 kg, FMSP internado por tosse e dispneia com inicio gradual há 2
semanas, teve febres ligeira e não mamava bem. Ao exame físico, na entrada
apresentava-se um estado geral grave com dispneia e cianose acentuada. A
auscultação pulmonar não revelou achados anormais. Diagnosticou-se PCP. A
criança não havia recebido profilaxia com CTZ. A saturação de O2 era 76%, o
raio X tórax revelou um infiltrado intersticial difuso bilateral. O laboratório
mostrou VS 124 mm/h e LDH 870 U/l. Iniciou-se tratamento com CTZ em doses
elevadas e prednisolona. No 5 dia a criança já não tinha necessidade de oxigénio e
mamava bem. No 10 dia teve alta com CTZ oral 6/6h, com seguimento planeado
no HdDP para iniciar TARV.
Seguimento diário na enfermaria
Breve resumo: (p.e. 4º dia de internamento por Artrite séptica [menciona sintomas
quando ainda não tiver o diagnostico confirmado] em tratamento com
flucloxacilina e.v.)
História do dia (desde a ultima visita): Como está? Como passou a noite? Febre?
Tosse? Diarreia? Vómitos? Convulsões? Chupa / Come? Urina? Evolução das
queixas especificas dependente do diagnostico (p.e.: dor do joelho melhorou?)
EO:
Estado geral
Sinais vitais
Boca (lesões?)
Sistema respiratório (dispneia, auscultação)
Sistema cardiovascular
Abdómen
Sistema nervoso: sinais meníngeos, consciência
Adicionar sinais dependentes do diagnóstico específico (p.e. inchaço do joelho
diminuiu, ainda sem movimentos activos...)
No fim sempre: diagnósticos
No fim seria bom pensar num plano de acção: que analise falta? O que devemos
fazer? Alta prevista...
Curva de percentil
Definição de curva de percentil
É a descrição da distribuição normal de um certo parametro antropometrico, numa
certa população.
Parametros de curva de percentils (exemplos)
- Peso / Idade (muito usada, por exemplo, no cartão da saúde da criança em
Moçambique), - Altura / Idade, - Idade / Circunferência craniana, - Peso / altura,
- Idade / Tensão arterial
A curva de percentil mostra a posição de um valor (por exemplo o peso) numa
distribuição (relacionado a 100). Um certo percentil indica quantas crianças (em
%) da mesma idade tem um valor (peso ou altura ou...) mais baixo ou igual. Se o
peso duma criança está no percentil 25, indica que 25% das crianças tem um peso
igual ou menor, e 75% das crianças tem um peso maior. Normalmente valores de
percentil entre 3 e 97 são considerados normais.
O cartão da saúde da criança em Moçambique actual mostra 4 curvas (o anterior
tinha 3 curvas: 60%peso esperado, percentis 3, 50):
Crescimento normal:
Idade ⇑peso /dia Crescimento Crescimento do Perímetro
em g cm/mês craniano cm/ mês
0 – 3 meses 30 3.5 2
3-6- meses 20 2 1
6-9 meses 15 1.5 0.5
9 -12 meses 12 1.2 0.5
1 – 3 anos 8 1 0.25
4 – 6 anos 6 3 cm / ano 1 cm / ano
Bibliografia:
Oxford Handbook of Paediatrics,
Boom, J. (2015);: Normal growth patterns in infants and prepubertal children, in
Uptodate.com Recuperado a 29.1.15
http://www.uptodate.com/contents/normal-growth-patterns-in-infants-and-prepub
ertal-children
Phillips, S. (2014). Measurement of growth in children in Uptodate.com,
Recuperado a 29.1.15
http://www.uptodate.com/contents/measurement-of-growth-in-children
Antibióticos – Dosagem
mg/kg/dia Dose max mg/ Doses composição
dose ou dia por
dia
Acido nalidixico 50 4 Comp 500mg, Susp
300mg/ 5ml
Amoxicilina 50-100 500/ dose 3 250mg/5 ml (ou
RN 25-50 125mg/5ml), caps
250 ou 500mg, comp
500mg
Amoxiclav 20-40amoxi 500/dose 3 250mg/5 ml ou
125mg/5ml, comp
250 ou 500mg (de
amoxi)
Ampicilina 100-200 400 / dose 4 500 mg / ampola
(400)
Azitromicina 10 500 / dose 1 Comp 500mg, Susp
200mg/5ml
CAF ev 50-100 4000 / dia 4 Inj 1g/ 10ml
CAF oral 50 3 Caps 250mg, Susp.
250 mg/ 5ml
Cefepime 100 2000 / dose 2
Cefixima 8 400 / dia 1-2 Comp 200 mg, Susp
100 mg/5ml
Cefotaxima (Cef3) 100-150 200/kg 3
Ceftriaxona (Cef3) 50-100 1000 / dose 1-2 Depende (1g/ 4ml)
Ciprofloxacina 20-30 1500 / dia 2 e.v. 2mg/ml, comp.
500 mg
CTZ profilaxia 5 (TMP) 160 mg TMP/ dia 1 Comp 400mg
Sulfametoxazol(SMX
)/ 80mg Trimetoprim
(TMP),
Susp
200SMX/40TMP
mg / 5ml,
Inj. 400/80 (TMP) /
5ml
mg/kg/dia Dose max mg/ Doses composição
dose ou dia por
dia
CTZ tto ITU etc 10 (TMP 2
CTZ tto PCP 20 (TMP) 4
Eritromicina 30-50 4000/dia 3-4 Comp 500mg, Susp
250mg/5ml
Fenoximetil-penicil 50 2000 / dia 4 Comp 500mg, Susp
ina profilaxia 250mg/5ml
Penicilina V <3 anos 2 profilaxia
250mg menos 3 anos 125 mg
>3 anos 12/12h
500mg > 3 anos 250 mg
12/12h
Flucloxacilina 50-100 500/dose 3 Susp 125mg/5ml,
Caps 250 mg
Gentamicina 5-7 RN 3 1 Inj 40mg/ml (ou
10mg/ml)
Kanamicina 15-20 2-3 Inj 1g/3ml
RN 25 1 DU para conjuntivite
im neonatal
Metronidazol 30-50 po 2250/dia 3 Comp 250mg, Inj.
ev 1500/dia 500mg/ 100ml, Susp.
200 mg / 5 ml
Nitrofurantoina 5-7 400/ dia Comp 50 mgSusp
25mg/ 5ml
Penicilina >30kg 1200000 UI 1 por Inj. 1.200.000 UI /
benzatinica <30kg 600000 Ui 21dias ampola
RN 50000 UI /kg
Penicilina cristal. 100mil-400 4 Inj 10.000.000 UI /
(G) mil ampola, ev / im
Penicilina procaina 50mil-100 1-2 Inj 3.000.000 UI/
mil Ampola im
Vancomicina 40 -80 500 (-2g) 4 Inj 500mg/
Bibliografia:
Formulário Nacional de Medicamentos (2007). 5ª Ed.
Savarese e al. (2015) Pediatric drug information, in Uptodate.com
Recuperado a 29.1.15
http://www.uptodate.com/contents/table-of-contents/drug-information/pedi
atric-drug-information
Penicilinas + - - - -
Amoxiclav + + + - - Poucos,
Hipersensibilidade,
Cefalosporinas Inibição irreversível Até choque
das transpeptidases
anafilactico, Steven P. crist. contem Na,
(mureinsintetase) =
1 geração + + - - - Johnson, Conv. em
PBP
doses altas, Bloqueio
2- geração +/- - HIB - - neuronal
3 geração + + + (+) -
4 geração + + + + -
Hipotensão arterial
cloranfenicol
CAF + metronidazol (+ CTZ ev) Min. 21 dias
drenagem cirúrgica!
ciprofloxacina*
Eritromicina
ETIOLOGIA TTO 1 LINHA
Gonococco MISAU: kanamicina 25mg/kg dose única e pomada de tetraciclina 6/6h por 10 dias
Acido borico
Eritromicina Penicilina benzatinica im dose Para prevenir FR tem que ser 10 dias!
unica
Abcesso cerebral bacteriano
14 dias se ID
CTZ 5 dias
> 1 ano
5-7 dias Amigdalite Strep GA Fenoximetilpenic.
Bibliografia: Endocardite Strep. Viridans, staf., enterococco Depnde da bacteria, sem cultura:
infants and
children: integrated (EI por staf quadro clinico agudo grave) Penicilina altas doses +genta (2s)
ETIOLOGIA TTO 1 LINHA TTO altern
klebs)E coli, proteus, (pseudomonas, Acido nalidixico (se não tiver febre), nitrofurantoina Cipro
drenar se pus
Artrite septica
osteomielite
Pielonefrite
DOENCAS
Impetigo
Doenças Infecciosas
HIV - SIDA
Testagem / Diagnostico de HIV/ SIDA na criança
Os testes rápidos detectam a presença de anticorpos IgG contra o HIV. Como IgG passa a
placenta, um teste rápido de HIV na criança pequena não confirma a infecção da criança.
Acreditamos que os anticorpos contra HIV que passaram a placenta (e assim são de
origem materna) desaparecem da corrente sanguínea do bebe até 9 meses de vida.
Sabemos que a produção de anticorpos de HIV pode demorar até 2 meses após a infecção.
Por isso um teste rápido de HIV positivo na criança ≤ 9 meses apenas confirma a
exposição ao HIV (e não necessariamente a infecção). Um teste rápido de HIV negativo
indica que a criança não esta infectada caso já não tenha aleitamento materno há 2 meses.
A PCR DNA HIV detecta material genético do vírus e assim indica uma infecção (e não
apenas exposição). Um resultado positivo confirma a infecção pelo HIV, repete-se o teste
apenas para excluir um resultado falso positivo.
Algoritmo de testagem:
Cada criança FMSP deve ser testada no primeiro contacto com o sistema de saúde
entre 1 e 9 meses de idade com PCR DNA HIV.
(Caso o estado serológico da mãe não esteja conhecido deve se fazer um teste
rápido de HIV para determinar a exposição)
<=> PCR DNA HIV positivo a criança esta infectada e deve iniciar TARV logo, porem
deve se fazer mais uma vez PCR para a confirmação final.
<=> PCR DNA HIV negativo + sintomas sugestivo de SIDA = repetir PCR DNA HIV
<=> PCR DNA HIV negativo, sem sintomas + sem aleitamento materno há > 2 meses =
criança não infectada alta da CCR
<=> PCR DNA HIV negativo sem sintomas em aleitamento materno = seguir na CCR e
testar de novo 2 meses após desmame / aos 18 meses, se for positivo iniciar TARV
Testar a criança aos 18 meses se não esta em aleitamento materno 2 meses antes de cumprir os 18 meses com
teste rápido de HIV
Diagnostico presuntivo por HIV em crianças com idade menor de 18 meses
(Que não tem acesso ao teste PCR-DNA HIV)
Teste rápido HIV positivo e apresenta 1 ou mais destes sintomas:
- Pneumonia grave
- Candidíase oro-esofagica
- Desnutrição Severa
- Sarcoma de Kaposi
- PCP
Outros indicativos que apoiam o diagnostico de infecção por HIV:
- Morte materna recente
- Mãe com infecção por HIV avançada
- CD4 da Criança < 20%
Nota : Sempre confirmar o sero-estado mais cedo possível (teste PCR DNA HIV
em crianças menores de 9 meses ou teste rápido HIV aos 9 e 18 meses)
Estádio clínico OMS revisado de HIV/SIDA para crianças e infantes
Estadio I
Asintomático ou Linfoadenopatia Generalizada persistente
Estadio 2
Hepatoesplenomegalia
Prurigo
Infeções fúngicas do leito ungeal, Quelite angular
Eritema gengival linear
Infeção viral verrucosa extensa da pele
Extensa infecção por molusco contagioso
Ulcerações orais recorrente (>=2 episódios em 6 mêses)
Aumento das parotidas sem outra causa aparente
Herpes Zoster
Infeções recorrentes das vias respiratórias superiores
Estadio 3
Malnutricão moderada sem outra causa aparente
Diarreia persistente sem outra causa aparente
Febre persistente sem outra causa apararente (> 1mês)
Candidiase oral (>6 meses de idade)
Leucoplasia oral pilosa
TB ganglionar ou TP pulmonar
Pneumonia bacteriana grave recorrente
Gengivite ou estomatite ulcerativa necrotizante aguda
Periodontite necrotizante aguda
Pneumonia Intersticial Linfocitária sintomática (LIP)
Doença pulmonar obstrutiva crônica associada ao HIV
Anemia sem outra causa aparente (<8g/dl), Neutropenia (<0.5x109/L), Trombocitopenia
(<50x109/L)
Estadio 4
Malnutrição aguda ou cronica grave, ou malnutrição grave que não responde a terapêutica habitual.
Pneumonia por Pneumocystii
Infecção bacteriana grave recorrente
Infecção crónica por Herpes Simplex(oral >1m, visceral em qualquer sitio)
Candidiase Esofágica
TB disseminada/Extrapulmonar.
Sarcoma de Kaposi
Retinite por CMV, ou infecção por CMV afectando outro órgão.
Toxoplasmose em SNC (idade >1mes)
Criptococose extrapulmonar incluindo meníngea.
Encefalopatia por HIV
Micose disseminada (coccidiomicose, histoplasmose, peniciliose)
Infecção por micobacteria não tuberculosa não disseminada
Criptosporidiose crónica (com diarreia)
Leptospirose crônica
Linfoma não Hodgkin cerebral ou células B
Leucoencefalopatia multifocal progressiva
Nefropatia sintomática associada ao HIV
Cardiomiopatia sintomática associada ao HIV
Testar a mãe no caso de não ser possível testar a criança com teste rápido para
HIV
Todas as crianças seropositivas e filhas de mãe SP, ainda sem o diagnostico
devem fazer a profilaxia até aos 5 anos de idade com CTZ independentemente do
valor de CD4.
Todas crianças expostas ao HIV devem fazer o PCR ADN HIV entre 1o e o 9o
mês de vida.
Em crianças com teste rápido negativo aos 9 meses e que não estão em
aleitamento materno há mais de 2 meses e sem nenhum sintoma sugestivo de
infecção por HIV, exclui-se a infecção por HIV e recomenda-se:
Parar profilaxia com CTZ
É considerada não infectada e recebe alta da CCR (consulta criança em risco)
NB:
• Com os comprimidos disponíveis actualmente (TDF 300 mg) só é possível
administrar TDF a crianças ≥ 35 Kg de peso
• Insuficiência renal: Depuração de creatinina ˂60 ml/min (vide tabela para
cálculo de Depuração de Creatinina na unidade sobre Seguimento Clínico e
Laboratorial)
• HTA: PA ˃ 145/95 mmHg comprovada no mínimo em 3 medições
• DM: Glicémia em jejum ≥ 7.7 mmol/l ou ≥ 140 mg/dl
• Antecedentes psiquiátricos: Mudanças severas do humor, psicose, alucinações
Recordar que todas as crianças HIV + > 12 meses devem fazer TPI com
isoniazida (veja TPI)
Co- infecção por tuberculose: Nevirapina e Lopinavir não devem ser usadas
nestas crianças!
NB
• Para crianças recebendo o regime AZT/D4T+3TC+NVP, caso a
substituição de NVP não seja
possível, garantir que a NVP é administrada na dose máxima de
200mg/m2/dia 2 x dia. Para isso, deve ser aumentada em 30% a dose de
Nevirapina normal
• Com os comprimidos disponíveis actualmente (TDF300 mg) só é possível
administrar TDF a crianças ≥ 35 Kg de peso
Falência ao TARV
Falência Clínica ao TARV
Adultos: Recorrência ou aparecimento de condição que indica imunodepressão
severa (condições definidoras de estadio 4 da OMS) após 6 meses de tratamento
eficaz.
Crianças: Recorrência ou aparecimento de condição que indica imunodepressão
severa (condições definidoras de estadio 3 e 4 da OMS, com a excepção de TB)
após 6 meses de tratamento eficaz.
No entanto, na ausência de falha virológica, a ocorrência de doenças oportunistas
não indica falha do tratamento antiretroviral, mas sim reflecte, na maior parte dos
casos, reconstituição imune parcial e insuficiente. Deve-se também sempre
excluir a Síndrome de Imuno-reconstituição.
Falência Imunológica:
Adultos:
a) Queda na contagem de linfócitos T CD4+ a limites inferiores a sua contagem
pré-tratamento, ou
b) Queda em 50% em relação ao pico da contagem de linfócitos T CD4+ após
início do tratamento (nas crianças mudança de categoria imunológica para
categoria inferior; ou não resposta ao tratamento)
c) Contagem de linfócitos T CD4+ persistentemente abaixo de 100 células/mm3
após 12 meses de terapia anti-retroviral.
Crianças maiores de 5 anos: Contagem de CD4 persistente abaixo de 100
cels/mm3
Crianças menores de 5 anos: Contagem de CD4 persistente abaixo de 200 células/
mm3 (onde não estiver disponível CD4 percentual) ou CD4 < 10%.
Falência virológica.
uma carga viral detectável após 6 meses de início do tratamento antiretroviral, ou:
a)Aumento de 1 log de carga viral em relação a carga viral prévia, confirmado por
2 medidas repetidas (com intervalo de 60 dias) ou
b) Carga viral detectável >1000 cópias/ml1, confirmado por 2 medidas repetidas
(com intervalo de 60 dias), na presença de boa adesão, havendo sido indetectável
previamente, e sem vacinação ou infecção concomitante actual (ou nos últimos 30
dias).
A carga viral indetectável nem sempre é conseguida nas crianças a curto prazo. A
diminuição persistente de 1,5 a 2 log, associada a boa evolução clínica e boa
resposta imunológica é aceitável e não justifica mudanças.
TARV 2a linha
Para se chegar a uma suspeita de falência terapêutica, é necessário que:
•• O doente esteja em TARV há pelo menos 6 meses
•• A adesão ao TARV tenha sido cuidadosamente revista
•• Seja descartada a presença de infecções oportunistas em curso que justifiquem
a queda ou a não recuperação da contagem de CD4
•• A Síndrome de imuno-reconstituição (SIR) tenha sido excluída
Antes de mudar a linha recomenda-se a avaliação da carga viral e um período de
3-6 meses de tratamento coma antiga linha com óptima adesão e de novo uma
carga viral, neste caso só muda-se a linha se a carga viral continua .> 3000
copias/ml.
Nos adultos:
Se o esquema em falência é TDF + 3TC + EFV, muda para:
• 1a opção: AZT + 3TC+ LPVr
• 2a opcção: ABC + 3TC + LPVr para situações de intolerância a AZT
• 3a opção: AZT/ABC + 3TC + LPV/r hiperpotenciados (para doentes com TB
necessitando de 2a linha, durante o tempo que dure o tratamento específico)
Se o esquema em falência é AZT (ou d4T) + 3TC + NVP (ou EFV), muda para:
• 1a opção: TDF + 3TC + LPV/r
• 2a opção: ABC + 3TC + LPV/r: para situações de contra-indicação de TDF
• 3aopção: TDF/ABC + 3TC + LPV/r hiperpotenciados (para doentes com TB
necessitando de 2a linha, durante o tempo que dure o tratamento específico)
Medicação indicada
• Exposição < 72 horas: quimioprofilaxia para o HIV por um mês (se a
criança for HIV negativo).
• Exposição > 72 horas não se faz profilaxia para o HIV
Todos precisão fazer profilaxia para as ITS e Hepatite e se já tiver tido a menarca
contracepção de emergência.
Deve-se fazer teste rápido para HIV e Sifílis
NB: o numero dos comprimidos depende apenas do peso da criança e não dos
antiretrovirais que compõem o comprimido DFC
MALÁRIA
Malária não complicada: é a malária sintomática sem evidência de gravidade
clínica ou laboratorial de disfunção orgânica.
Tratamento da 1 linha
1a Escolha:
Artemeter (20mg) + Lumefantrina (120mg) = (Coartem é o nome comercial que
não deve-se usar nos processos ou receitas)
• Administracão de 12/12h vo, (o ideal seria 0h, depois uma dose depois de
8h e depois 12/12h)
• total 6 doses
• é importante perguntar se tomou Coartem nos últimos 4 semanas (neste
caso usar outra linha)
• Coartem é liposolúvel, então deve ser administrado com algum alimento
que contem gordura (p.e. Leite materno ou artificial ou de leite de coco ou
papa / pão com manteiga)
• Contra-indicações: peso< 5 kg, malária grave, alergia contra derivados de
artemesinina, gravidez primeiro trimestre
• efeitos colaterais geralmente raros, alem de vómitos, diarreia, tonturas etc,
também raramente ataxia, anemia, palpitações, nistagmo, redução da
acuidade auditiva, prurido e erupção cutânea
Peso (kg) Idade (anos) Dia1 Dia 2 Dia 3
<5 Não recomendado
5-14 3 1-1 1-1 1-1
15-24 3-8 2–2 2–2 2-2
25-34 8-14 3–3 3–3 3-3
>35 >14 4–4 4–4 4-4
2a Escolha:
Artesunato + Amodiaquina
Existe em diferentes composições:
• 25mg/67,5mg: crianças / 50mg/135mg: adolescentes / 100mg/270mg:
adultos
Artesunato + Amodiaquina - Administração uma vez por dia vo
Peso (kg) Idade (anos) Formulação Dose diária
<5 Não recomendado
5-14 3 25mg/67,5mg 1cp
15-24 3-8 50mg/135mg 1cp
25-34 8-14 100mg/270mg 1cp
>35 >14 100mg/270mg 2cps
As crianças com < 5 kg com malária não complicada são tratadas com Quinino
oral (10 mg/kg 8/8h)
Quinino de 300 mg/cp: <5kg ¼ cp, 10-15kg ½ cp, 16 – 25kg ¾ cp, 26 – 35kg
1cp, >35kg 2cp- É importante completar 21 doses!
Falência terapêutica:
Sintomas (incl. Febre) e parasitemia (excluindo gametocitos) após de 3 dias de inicio de
tto feito corretamente. Caso doente não grave tratar com Quinino oral durante 7 dias, se
estiver grave usar 2º linha (artesunato ou QNN ev). Caso o tratamento com AL não foi
feito corretamente deve-se repetir 6 doses de AL.
MALÁRIA COMPLICADA: se apresentar um ou mais dos seguintes achados:
• Prostração (fraqueza que impede o doente de andar)
• Alteração da consciência ou coma (NB coma = punção lombar é
obrigatória!)
• Incapacidade de se alimentar
• Dificuldade respiratória
• Convulsões ( > 2 episódios em 24h)
• Choque
• Edema pulmonar ( achados radiográficos )
• Hemorragias
• Icterícia
• Hemoglobinúria
• Anemia grave ( Hb < 5 g / dl )
• Temp > 39,5oC
• Insufciência renal ( creat > 265 umol/l )
• Hipoglicemia ( glucose < 2,2 mmol/l )
• Plasmódio > 4+
Complicações mais importantes na pediatria:
coma (malária cerebral), anemia, acidose láctica, hipoglicemia, febre das aguas
negras
2a Escolha: Quinino
Dose de ataque: 20 mg/kg diluído diluídos em 10ml/kg D5% (ou D10%),
a correr em 4h
Dose de manutenção: 10 mg/kg de 8/8h diluída com mesma quantidade de D10%
ou D5%, a correr em 4h. Se o tto com a QNN continuar por mais de 48h em
adultos e adolescentes diminuir a dose da para 5 – 7 mg/kg de 8/8h.
Dar QNN EV até que a criança tolere medicação oral (no mínimo 3 doses). Nesse
caso passa para das seguintes opções:
1. Artemeter/Lumefantrina (se não tomou correctamente no ultimo mês)
2. QNN VO até completar as 21 doses
Meningites virais:
HSV 1 e 2, Enterovírus, Caxumba, Sarampo, rubéola, Influenza a e b,
adenovírus, RSV, EBV, raiva, varicela-zoster, arbovírus, CMV: imunodeprimidos
Meningite tuberculosa
Sempre considerar esta possibilidade, sobretudo se houver contacto com TB e / ou
o inicio esta insidioso ou a crianca não melhora com antibioticos.
Meningite fungica
Considerar sobretudo nas crianças imunodeprimidas.
Fisiopatologia (resumo)
Invasao directa de germes devido a TCE ou malformacações.
Vias aéreas superiores e posterior disseminação hematogênica.
Multipliação das bacterias devido a deficiência imunológica local, levam a
aliberação de substâncias activas da parede capsular (endotoxinas, acido tetóico).
As substâncias levam as células cerebrais a liberarem mediadores inflamatórios,
as citocinas. Estas alteram a permeabilidade da BHE e com isso leva a edema
cerebral (vasogênico, citotóxico) e hipertensão intracraniana.
Manifestacações clínicas frequentes
Nos RN e < 3 meses: quadro inespecifico, sobrepondo-se a uma quadro de sepsis,
febre/ hipotermia, alteração da consciência (olhar estranho), irritabiliadade,
hipotonia, vómintos, sucção fraca, apnéia, ictericia, cianose, convulsões,
abaulamento da fontanela, fotofobia, etc.
Nos> 3 meses- Quadro clássico: febre, prostração, hipoactividade, letargia ou
alteração da consciência, cefaléia, náuseas e vómitos, sinais de irritação meningea
(Kerning, Brundziski e rigidez de nuca), mas pode estar ausente no inicio do
quadro nas crianças maiores e mesmo na meningite avançada nos lactentes
pequenos.
Na meningococcemia- febre, palidez, prostração, coma, sudorese, hipotonia,
taquicardia, pulsos finos. Rush purpúrico (exantema purpurico ou petequial ) sinal
de alerta
Meningite viral-. Os sintomas são os mesmos que a meningite bacteriana mas
mais leves. Cefaleia, prostração, letargia /irritabilidade, confusão mental, estupor,
coma, comvulsão, sinais focais.
Diagnóstico
Punção lombar e exame do LCR (veja tabela do LCR):
-1. Coloração de gram e cultura, 2. Bioquimica (glicose, proteinas), citologia e
citometria, 3. Pandy, 4. PCR se disponível.
Ecografia transfontanelar (se FA aberta)
TAC cerebral- principalmente para seguimento e se suspeita de complicações
Hemocultura
Outros exames complementares: hemograma, proteina Creactiva, funcao renal e
hepatica, ionograma, RX tórax, glicemia, Fundoscopia, etc.
Seguimento diario- Não esquecer
Peso diário principalmente nos RN e lactenes, Diurese, Medição do PC, Escala de
Glascow, Avaliação dos pares cranianos, Pesquisa de sinais de HIC
Complicações-
Agudos: convulsões, coma, abscesso cerebral. SIHAD, Hidrocefalia, Ventriculite,
HIC, edema cerebral, Vasculite, efusão subdural, empiema subdural, paralisia dos
NC etc.
Sequelas – paralesia cerebral, epilepsia, deficiencia mental, dificuldade de
aprendizagem, deficiencias focais como paralisias, surdez, afasia, ataxia, cegueira
etc.
Bibliografia:
Tratado de pediatria de Nelson- 18ᵃ edição.,
Blackbook pediatria. ,
Pocket Book of Hospital care for children-WHO,
Kaplan, S. (2014) Bacterial meningitis in children, uptodate.com, Recuperado
a 29.1.15
http://www.uptodate.com/contents/bacterial-meningitis-in-children-older-than-on
e-month-treatment-and-prognosis
Pneumonia
Definição / Conceito: Pneumonia é uma doença inflamatoria no pulmão
afectando especialmente alveolos, geralmente causada por uma infecção,
mas há uma série de outras causas como aspiração e reacção hiper sensitiva
(medicamentos, radiação…)
Classificação de acordo com: a idade, etiologia, meio (comunidade,
hospitalar), gravidade, imunidade.
Possíveis causas: bactérias (streptococcus pneumoniae, haemophylus
influenzae tipo B, staphylococcus aureus e S. Pyogenes), vírus (vírus
sincicial respiratório, influenza, parainfluenza e adenovirus)
microorganismos atípicos (mycoplasma, clamidia) fungos, parasitas,
aspiração, processos auto-imunes, hipersensibilidade, drogas, radiação.
(veja tabela tto das doenças infecciosas PN)
A infecção geralmente ocorre pelas vias aéreas superiores, a via
hematogênica é rara.
Os sintomas mais comuns incluem: febre, tosse, dispneia, achados
pulmonares e radiológicos.
Tratamento profilactico:
- Depois duma mordedura dum animal que possa ser infectado por raiva:
- Limpeza intensa da ferida
- Imunização passiva: Human Rabies Imunoglobulina (HRIG) 20 UI / kg injectar
no local da mordedura e o resto im (profunda) no m. gluteo (isso pode ser
feito ate 7 dias depois da mordedura caso IG não disponível no momento
após mordedura!)
- Imunização activa: Vacina contra raiva 1ml no m. deltoide (ou na coxa lateral
nos lactentes) nos dias : 0, 3, 7 , 14 (e 28 caso houver imuno-depressão);;
caso já foi vacinado dentro de 5 anos vacinar apenas dia 0 e 3
(NB existe apenas em todo mundo um caso em que uma criança sobreviveu: tto
feito: ribavirina, amantadine e coma artificial – medidas em Moçambique não
disponíveis...)
Bibliografia:
DeMaria, A. (2014) When to use rabies prophylaxis, uptodate.com Recuperado a 29.1.15
http://www.uptodate.com/contents/when-to-use-rabies-prophylaxis
Rupprecht, C. (2014) Clinical manifestations and diagnosis of rabies, uptodate.com
Recuperado a 29.1.15
http://www.uptodate.com/contents/clinical-manifestations-and-diagnosis-of-rabies?
Sepsis - SIRS
Definições
Sépsis é uma síndrome clínica que complica infecção grave e caracteriza-se por o
síndrome de resposta inflamatória sistémica (SIRS), desregulação imunitária,
distúrbios microcirculatórios, e disfunção de órgãos-alvo. Nesta síndrome, tecidos
diferentes do local da infecção inicial estão envolvidos. Sinais cardinais da
inflamação, incluindo a vasodilatação, aumento da permeabilidade microvascular,
e acumulação de leucócitos estão presentes.
SIRS
anomalia de temperatura (> 38,5 ° C ou <36 ° C) ou WBC ↑ou↓ para idade
mais: FC ↑ou↓ou insuficiência respiratória
Critérios de SIRS na Pediatria
Idade FC FR WBC (x103/mm3) TA sist.
RN dia 1 - 7 >180 ou <100 >50 >34 <59
RN dia 8 -28 >180 ou <100 >40 >19.5 ou <5 <79
1 mês – 1 ano >180 ou < 90 >34 >17.5 ou <5 <75
1 – 5 anos >140 >22 >15.5 ou <6 <74
5 – 12 anos >130 >18 >13.5 ou <4.5 <83
12 – 18 anos >110 >14 >11 ou <4.5 <90
Choque séptico refratário - Existem dois tipos de choque séptico refratário: existe
choque séptico refratário a fluidos quando a disfunção cardiovascular persiste
apesar de pelo menos 60 ml / kg de reposição volêmica; e existe choque séptico
resistente à catecolamina quando o choque persiste apesar do tratamento com
dopamina ≥10 mcg / kg per min e / ou catecolaminas de ação direta (adrenalina,
noradrenalina).
Falência múltipla dos órgãos -
Cardiovascular - hipotensão
SR - necessidade de> 50 por cento FiO2 para manter a saturação de oxigênio ≥92
por cento, ou necessidade de ventilação mecânica de urgência
Neurológica-ECG≤11 ou alteração aguda do estado mental
Hematológica - plaquetas <80.000 / microL ou um declínio de 50 por cento do
valor mais alto registrado nos últimos três dias, ou coagulação intravascular
disseminada (DIC),
Renal - creatinina sérica ≥2 vezes o limite superior do normal para a idade ou
aumento de duas vezes na creatinina basal
Hepática - Total bilirrubina ≥4 mg / dL (não aplicável a recém-nascido) ou ALT>
2 x o limite superior do normal para a idade
Bibliografia:
Weiss, S. (2014) Septic shock: Rapid recognition and initial resuscitation in children,
uptodate.com Recuperado a 29.1.15
http://www.uptodate.com/contents/septic-shock-rapid-recognition-and-initial-resuscitation
-in-children
Pocket book of hospital care for children: guidelines for the management ofcommon
childhood illnesses, WHO 2013;
Maitland K. et al (2011). Mortality after fluid bolus in African children with severe
infection. (FEAST Trial Group). N Engl J Med.;364(26):2483.;
Kiguli, S. et al. (2014) WHO guidelines on fluid resuscitation in children: missing the
FEAST data, BMJ
Têtano
Têtano é causado por uma toxina (tetanospasmina) que é produzido por clostridium tetani.
A toxina actua sobretudo presinaptica numa forma inibitoria, inibe GABA (assim inibindo
inibição e levar a espasmos)
Formas:
- Neonatal: a bactéria entra pelo umbigo, pode ser prevenida com VAT (vacinar a mãe)
- Geral: a bactéria entra via feridas
- Outras (raro): tétano local ou cefálico
Clínica:
- período de incubação de dias - semanas
- trismo (espasmo dos músculos masseteres), disfagia
- rigidez muscular e espasmos musculares(duma forma descendente) e depois
generalizada (as vezes localizado perto da ferida), espasmo podem ser espontâneos e/ou
estimulado por estímulos (p.e. barulho, luz...), aumento do tono muscular e contracções
- pode desenvolver risus sadornico e / ou opistotono
Complicações:
- aspiração (e hipoxia)
- problemas do SN autonomo: diarreia ou ileo paralítico, HTA e taquicardia ou hipotensão
e bradicardia
- ulcera de decúbito
Diagnostico: o diagnóstico é clínico
Tratamento:
- geral: ambiente calmo, escuro, hidratação, alimentação muitas vezes via sonda
nasogastrica
- antibiótico: metronidazol (mais recomendável do que penicilina, ceftriaxona também
pode ser usado), duração 7-10 dias
- tto local: limpeza cirurgica da ferida
- antiespasmatico: diazepam iniciar com 0.1-0.2 mg/kg 2/2h – 6/6h aumentar a dose se for
necessário, altas doses podem ser necessários, em adultos até 600mg / dia, como
alternativa lorazepam, fenobarbital, em casos severas propofol infusão; também usa-se
junto a diazepam magnésio 75 mg/kg depois infusão continua
- Imunoglobulina: 500 UI (de acordo com a OMS) im / ev. , outras literaturas
recomendam 3000 - 5000UI
e mais a volta da ferida
- vacina activa adequado para a idade no momento e depois de 1 mês e 6 meses (a doença
não induz imunidade!)
- Sintomático:
- para HTA : morfina
- hipotensão: posição com pernas elevadas, volume, dopamina;
- bradi-aritmias: atropina
Bibliografia: Sexton, D. (2014) Tetanus, uptodate.com Recuperado a 29.1.15
http://www.uptodate.com/contents/tetanus
Current recommendations for treatment of tetanus during humanitarian emergencies, WHO Technical Note,
January 2010
Tuberculose
É uma doença crónica infecto-contagiosa causado pelo agente etiológico
Mycobacterium tuberculosis. Pode afectar vários órgãos, Caracteriza-se
anátomo-patológicamente pela presença de granulomas e de necrose caseosa.
Observações importantes
No caso de Re-tratamento o regime recomendado é 2HRZ/4HR, enquanto se
espera pela cultura de BK. A criança deve ser seguida regularmente para avaliar a
evolução clínica e identificação precoce de suspeita de falência terapêutica.
Suplementação com Piridoxina: Piridoxina 5-10 mg/dia (comp: 50mg) em:
Crianças desnutridas, Crianças infectadas por HIV, Lactentes em aleitamento
materno, gravidas.
Todas as crianças co-infectadas com TB/HIV devem receber a profilaxia com
CTZ até completarem o tratamento para TB independentemente da sua faixa
etária, estádio OMS ou CD4. Após o término do tratamento para TB, estas
crianças devem seguir os critérios de elegibilidade e suspensão de CTZ de acordo
com as normas nacionais de seguimento de crianças infectadas pelo HIV.
Para crianças em TARV deve se mudar os medicamentos de TARV caso
contenha Nevirapina ou lopinavir. (Veja TARV)
A falência de tratamento em crianças é rara. No caso de recaída ou falência,
deve-se fazer uma investigação exaustiva de TB MDR, incluindo história de
contacto com caso fonte TB MDR e/ou cultura da área acometida com teste de
sensibilidade.
O regime recomendado no caso de re-tratamento deve ser 2HRZE/4HR, enquanto
se espera pela cultura do BK da criança. Esta criança deve ser seguida
regularmente para avaliar a evolução clínica e identificação precoce de suspeita de
falência.
Se for identificado o caso adulto fonte daTB resistente às drogas, a criança deve
ser tratada de acordo com o padrão de sensibilidade das estirpes da fonte.
A Estreptomicina não deve ser utilizada como parte do regime de·primeira linha.
Bibliografia:
1. Nelsons Textbook of Pediatrics;
2. Vichinsky , E. (2014) Overview of the clinical manifestations of sickle cell
disease. Uptodate.com Recuperado a 29.1.15
http://www.uptodate.com/contents/overview-of-the-clinical-manifestations-of-sic
kle-cell-disease
3. Gibbons, G. and Shurin, S. (2014) Evidence-Based Management of Sickle
Cell Disease: Expert Panel Report, Recuperado a 30.1.15
http://www.nhlbi.nih.gov/health-pro/guidelines/sickle-cell-disease-guidelines
Artrite / Dor articular
DD artrite
Bibliografia:
Kimura, Y. and Southwood, T. (2014) Evaluation of the child with joint pain or
swelling, uptodate.com Recuperado a 30.1.15
http://www.uptodate.com/contents/evaluation-of-the-child-with-joint-pain-or-swel
ling
Nelsons textbook of Pediatrics
Artrite Juvenil Idiopática (AIJ)
Classificação:
1. AIJ oligoarticular: < 5 articulações afectados nos 1° 6 meses, (AIJ oligoarticular
extendido (Extended oligoarthritis) se após 6 meses aumente o numero das
articulações afectadas)
2. AIJ poliarticular: 5 ou mais articulações afectados
3. AIJ sistemica: artrite, febre alta, exantema cutânea (rash), também linfadenopatia,
hepatoesplenomegalia, serosite, leucocitose, anemia
também existem (International League of Associations for Rheumatology (ILAR)):
4. Artrite com entesite (Enthesitis-related arthritis)
5. Artrite psoriatica
Informação geral sobre os medicamentos:
AINS
- Inibição COX 2 (promoção da inflamação) e também COX 1 (responsável para
efeitos colaterais na mucosa TGI e outros)
- Recomendado : ibuprofen 20-40 mg/kg/d (3-4 doses) > Naproxen 10-15mg/kg/d
(2 doses) > diclofenac 2-3 mg/kg/d (3 doses) .
- Não recomendado (COX 1): indometacina e aspirina (AAS também lesiona
direitamente a mucosa através de formação de cristais)
Metotrexato (MTX) – (Ddisease modifying drug)
- 0.5 mg/kg/semana ou 10 – 15 mg/m2/semana oral ou intramuscular
- Demora 6 semanas até ter efeito, use pelo menos 6 meses (nesta dosagem mais
anti- inflamatório e não citotoxico )
- Adicionar acido fólico 5mg cada semana (melhor um dia após do MTX) para
evitar supressão medular
- Controlar função hepática e hemograma depois 1 mês do inicio e em seguida 3/3
meses.
Corticoesteroides
Prednisolona intra-articular:
20 mg/ articulação, menos nas articulações pequenas;
(melhor seria: acetonido de triamcinolona=trigon depot 40mg)
não movimentar a articulação durante 24h, máximo 3 x / ano, máximo 3
articulações por doente
Efeito para 4-5 semanas
Efeito local, porem baixo risco de efeitos colaterais sistémicos
Prednisolona oral
(max. 1-2 mg/kg/d – melhor seria prednisona, max. 1mg/kg/peso)
Efeitos colaterais severas no uso sistémico prolongado (caso dose > 0.5 mg/kg/d),
controlar TA
Biológicos (não existem em Moçambique)
Anti-TNF alfa (etanercept, Adalimumab, Infliximap)
Anti IL1 (Anakinra) e Anti IL6 (Tocilizumab) entre outros
Como o tratamento vai diminuir a imunidade deve se descartar tuberculose
iniciando o tto!
Bibliografia:
1. Lehman, T. (2014) Classification of juvenile arthritis, uptodate.com Recuperado a 30.1.15
http://www.uptodate.com/contents/classification-of-juvenile-arthritis
2. Lehman, T. (2014) Polyarticular juvenile idiopathic arthritis: Management, uptodate.com
Recuperado a 30.1.15
http://www.uptodate.com/contents/polyarticular-juvenile-idiopathic-arthritis-management
3. Lehman, T. (2013) Oligoarticular juvenile idiopathic arthritis, uptodate.com Recuperado a 30.1.15
http://www.uptodate.com/contents/oligoarticular-juvenile-idiopathic-arthritis
4. Lehman, T. (2013) Systemic juvenile idiopathic arthritis: Treatment uptodate.com Recuperado a
30.1.15
http://www.uptodate.com/contents/systemic-juvenile-idiopathic-arthritis-treatment
Asma - Tratamento de asma severa (crise asmatica)
1. Beta 2-agonista: salbutamol (0.15mg/kg, maximo 5mg): <2 anos: 0.5ml;; >2
anos 1ml em 1-2ml de NaCl 0.9% no inicio 30/30 min, depois 2/2h – 4/4h, em
caso extremo pode-se fazer uma inalação continua, caso não tiver nebulizador
pode usar a bomba usando 4-8, no maximo 12 puffs
Brometo de ipratropio: pode se combinar com salbutamol (< 20kg: 250
microgram/dose ; >20 kg 500 microgram/dose),
2. Corticoides: hidrocortisona (2mg/kg/dose) ev 6/6h até melhorar (se não tiver
use prednisolona), depois prednisolona oral 1-2 mg/kg/dia durante 5 dias
(desmame só necessário depois de 10 dias de tto)
3. O2: mantêm a saturação de O2 > 92%
4. Hidratação: 60 – 80 ml/kg/dia, evitar hiperhidratação!!!
5. Adrenalina sc ou im: 1:1000 0.3 – 0.5 ml, no maximo 0.4mg (sobretudo em
situações onde não há salbutamol aerossol ou a crianca não colabora com a
nebulização), pode se repetir até 3x cada 20 minutos
6. Sulfato de Magnésio 25-75mg/kg, no maximo 2g, ev em 10-20 minutos e
monitorizar frequência cardíaca e respiratória (diluir a concentração de 60mg/ml)
Bibliografia:
1) Handbook of Paediatrics for developing countries 2006
2) Scarfone, R. (2014) Acute asthma exacerbations in children: Emergency department management,
uptodate.com Recuperado a 30.1.15
http://www.uptodate.com/contents/acute-asthma-exacerbations-in-children-emergency-department-m
anagement
3) AIDI
4) Østergaard, M et al (2012). Childhood asthma in low income countries: an invisible killer?
Prim Care Respir J 2012; 21(2): 214-219
Asma - Manejo da asma crónica
Tratamento em passos
Bibliografia:
1. Shurin , S et al. (2014) National Asthma Education and Prevention
Program (NAEPP) expert panel guidelines, Recuperado a 30.1.15
http://www.nhlbi.nih.gov/about/org/naepp
2. Kirk, A. The Harriet Lane Handbook, Pulmonology, pp 591-598
Cardiologia DD cardiopatia adquirida
Clínica cardíaca*: todos tem sinais de IC como edema, hepatomegalia, dispneia...
Diagnostico: sempre é util uma ecocardiogrfia e um raio X de tórax
DD Cardiopatias congénitas
Ritmo
rítmico? (intervalos R – R iguais),
tem onda P em frente de todos os R's ? (caso não, não é ritmo sinusal)
caso não tiver onda P <=> fibrilação atrial
Eixo
• procurar os dois maiores R em I, II, III, o eixo estará entre eles mais para
o lado do maior R
• usar Circulo de Cabrera
Hipertrofia
• dos átrios:
◦ normal altura < 2.5mm, duração: lactantes <0.07s (2mm),
adolescentes < 0.1s (2.5mm)
◦ P em pico (+elevado para idade) = ↑ AD,
◦ P bifasico em forma de M (+ prolongado para idade)= ↑ AE
• dos ventrículos (sinais mais típico se houver hipertrofia do músculo,
menos na dilatação ventricular devido a aumento do volume)
◦ normal:
▪ RV1: 6-12 meses3-17mm, 1-10 anos 2-16mm, >10 anos 1-12mm
▪ RV6: 6meses – 10 anos 5-25mm, > 10 anos 5-30 mm
▪ SV6: 0-6 meses 15mm, 6 – 12meses 0-10mm, 1 -10 anos 0-7mm,
>10 anos 0-5mm
◦ ventrículo esquerdo (HVE): R elevado em V5/6, SV1+RV5 > 40mm
(< 1 ano : >30mm)
◦ ventrículo direito (HVD): RV1 > normal RV1>SV1 (se >1 ano),
de-viação do eixo para direito
◦ biventricular: R+S >50 em V3-V4, HVE + R bifido em V1, HVD +
inversão T em V5 / V6
Onda T
• onda T elevada em pico pode ser hiperkalemia
• onda T invertida pode indicar stress ventricular (especialmente se R esta
elevada em V5/6 e T esta invertido)
Exemplos típicos:
FEM : P em pico ou fibrilação atrial + QRS pequenos
pericardite (diferentes estádios) : 1. ST elevado em varias derivações, 2.ST
normalização e T baixo, 3. T negativo, 4. normalização do T
FR: PR prolongado (não sempre), P em forma de M + HVE
CAV: desvio do eixo para extremo esquerdo, PR pode ser prolongado
PR Interval
The normal PR interval varies with age and heart rate:
Bibliografia: Burns, E. and Cadogan. M. (2015). Paediatric ECG Interpretation Recuperado a 20.1.15
http://lifeinthefastlane.com/ecg-library/paediatric-ecg-interpretation/
Gestão da Insuficiência Cardíaca
Na ICC descompensada lembrar dar altas doses de furosemida (até 5 mg/ dose)
quando existir dispneia, depois reduzir a dose
O2 e posição semi-sentada (onde for possível: ventilação artificial em casos
extremos)
Estudar a causa e tentar tratar a causa
*se o doente for estável, introdução muito lento;; demonstrou efeito positivo
acerca da mortalidade
NB: digoxina pode reduzir os sintomas, mas sem controle dos níveis sericos e do
K+ tem risco de efeitos colaterais, também muitas vezes não existe em suspensão
ou xarope que complica a dosagem nas criancas pequenas, tudo isso limita o seu
uso no nosso meio
Bibliografia:
1. The Pediatric Cardiology Handbook, Myung Park,
2. Singh, R. (2015). Management of heart failure in infants and children,
uptodate.com Recuperado a 28.1.15
http://www.uptodate.com/contents/management-of-heart-failure-in-infants-and-c
hildren
3. Rosenthal D et al. (2004) Practice guidelines for management of heart failure in
children. J Heart Lung Transplant 2004; 23:1313;
4. Nelsons Textbook of pediatrics,
5. EKG im Kindes- und Jugendalter, Herman Gutheil;
6. Imazio, M. (2014) Clinical presentation and diagnostic evaluation of acute
pericarditis. Uptodate.com. Recuperado a 30.1.15
http://www.uptodate.com/contents/clinical-presentation-and-diagnostic-evaluatio
n-of-acute-pericarditis
7. Cogswell, R. (2014) Endomyocardial fibrosis, Uptodate.com. Recuperado a
30.1.15
http://www.uptodate.com/contents/endomyocardial-fibrosis
Cetoacidose Diabética
Objectivos do tratamento
• Correção de défice hidroelectrolitico –
• Interrupção da produção de cetonas, cetoacidos e redução da
hiperglicemia via
• Insulinoterapia
• Correção da acidose metabólica através da hidratação e insulinoterapia
• Avaliação e tratamento do factor precipitante
• Monitorização rigorosa e tratamento das potenciais complicações
Tratamento
Assegurar o ABC
• Líquidos
• Determinar o grau da desidratação Se o paciente estiver em choque: Bolus
de NaCl 0,9% 20 ml/kg em 1-¬2h Calcular o deficit do fluido,
• Calcular o fluido de manutenção. (liquido total nos primeiros 24h
3000-¬3500ml/m2) Corrigir o deficit em 48 horas: Usar NaCl 0,9% como
fluido inicial, adicionar KCL 20-¬40mEq/L só se tiver débito urinário
adequado ou hipopotassemia.
• Tipo de liquido:
Se glicemia >= 250mg/dl→NaCl0.9%
Se glicemia < 250mg/dl→ D5% +NaCl0.9%
*considerar potássio
Bibliografia:
Nhamafuli, V. Et al. (2011) Protocolo diagnostico e terapêutico de cetoacidose diabetic do
Dpto de Pediatria do serviço de urgência Pediatrica de Maputo,
Nelsons Textbook of Pediatrics;
Protocolo de Assistência Medico-Hospital para cetoacidose
Coma
Definição: Coma é uma alteração de consciência em que uma pessoa parece estar
dormindo, não pode ser despertado, e não mostra a consciência do ambiente,
porem há alteração de “awareness and arousal” (conscientização e excitação)
Excitação depende da comunicação intacta entre o sistema reticular ativadora
ascendente (ARAS) e suas metas no hipotálamo, tálamo e córtex cerebral. O
ARAS é uma rede vagamente organizado de neurônios dentro do tronco cerebral.
Consciência é baseado em uma rede ainda mais ampla distribuição de conexões
entre as estruturas corticais e subcorticais.
Avaliação do doente:
• ABC
• Sinais vitais: temperatura, FC, FR, TA
• exame do estado geral e da pele: cianose, ictericia, palidez, petequias,
equimose, hematoma
• Exame neurológico focalizado:
o Estado mental: ECG (visual, motor, verbal) (veja Escala de
Coma de Glasgow)
o Sinais meningeos (infecção, também hemorragia subarachnoide),
pode ser ausente na criança < 2 anos!
o reflexos do tronco cerebral
o Nervos cranianos
o Para localização da lesão e avaliação da gravidade (mais caudal a
lesão mais grave)
o Reacção pupilar (NC II e III, anisocoria: provável herniação),
o Caso reacção pupilar negativo: reflexo corneal, (brain stem,
midbrain, NC V e VII)
o Reflexo vomito: (lesão medular oblongata, NC IX e X) –
importante também para avaliação do risco de aspiração
o Sistema motor
o Reflexos:
Patelar, bíceps, Babinski ajuda na localização, tem sinais
focais (diferença entre lado esquerdo e direito)
o Babinski positivo em crianças >2 anos: afeição grave
o Tonus os dois lados em comparação para localização / sinal focal
o Sensibilidade: (apenas resposta a dor)
o Sintomas de hipertensão intracraniana (HIC):
cefaleia, diminuição da consciência, vomitos
o Sinais de HIC: bradicardia, bradipneia, TA elevada (Cushing´s
triad)
Diagnostico diferencial (DD) Coma:
• Infecção: meningite bacteriana, malária cerebral, TBM, encefalite, sepsis,
(encefalite pos infecciosa)
• Intoxicação (veja Intoxicações, Toxidromes)
• Trauma (TEC, maus tratos)
• outros:
◦Lesão focal: abcesso, toxoplasmose
◦Pôs crise ou status epiléptico
◦Metabólico: Diabete, hiponatremia,
◦Hipertensão intracraniana secundaria ao tumor ou trauma (maus tratos)
◦Trombose da veia sinusal (sinusvenenthrombose) (desidratação severa,
otite grave crónico
◦Coma hepático (com icterícia)
◦Hemorragia
◦AVC grave, vasculite
◦Choque cardíaco
• Raro: psicogenico, enxaqueca, doenças hematológicos (por exemplo
leucemia)
Complicações : agudo: SIADH, convulsões; cronico: deficiência neurológico de
vários tipos, estado vegetativo persistente (EVP), morte
Tratamento:
• tratamento da causa!!!
• Oxigenio
• controlar a temperatura, tratar febre
• D10% 2.5ml/kg depois controlar e manter glicemia normal
• Posição neutral da cabeça, 30° elevada
• Manter TA normal! - Hipotensão leva á isquemia, (caso de encefalopatia
hipertensivo reduzir TA diastolica lentamente até 100mmHg )
• Tratar as convulsões (tratamento profiláctico controverso, risco de
hipotensão!)
• Manitol não indicado como rotina, não mais tempo do que 24h, (apenas
para aguardar intervenção neurocirúrgica), se HIC com edema papilar,
suturas manitol (0.25 to 1 g/kg IV) ou NaCl 3 % (3 to 5 ml/kg IV em 30
minutos)
Bibliografia:
Michelson, D. (2013). Evaluation of stupor and coma in children, uptodate.com. Recuperado a 30.1.15
http://www.uptodate.com/contents/evaluation-of-stupor-and-coma-in-children
Tompson, L., (2013) Treatment and prognosis of coma in children, uptodate.com. Recuperado a 30.1.15
http://www.uptodate.com/contents/treatment-and-prognosis-of-coma-in-children
Convulsões - Epilepsia
Definição
Uma convulsão representa a expressão clínica de excessivas descargas anormais,
síncronas, de neurónios que residem principalmente no córtex cerebral.
Epilepsia: Pelo menos duas convulsões não provocados que ocorrem mais de 24
horas de intervalo que não tenham sido causada por febre, drogas ou distúrbios
metabólicos.
Evitar combinar:
Carbamazepina e fenobarbital,
Acido valproico e fenitoina
Como terminar: ≥ 2 anos sem ataques epilépticos, deve-se fazer o desmame lento.
Bibliografia:
Wilfong, A. (2014) Overview of the classification, etiology, and clinical features
of pediatric seizures and epilepsy, uptodate.com Recuperado a 31.1.15
http://www.uptodate.com/contents/overview-of-the-classification-etiology-and-cli
nical-features-of-pediatric-seizures-and-epilepsy
Paediatric Neurology, Oxford Handbook, 2007,
The Harriet Lane Handbook, 2012;
Nelson Textbook of Pediatrics;
Handbook of Pediatrics for developing countries
Convulsões – Estado epiléptico
Tratamento do Estado Epiléptico de urgência:
Proteger a criança dos perigos do ambiente (parede, fogo, água, objectos
cortantes, etc...)
Monitorizar ABC, Prepara AMBU, aspirador e oxigênio
Administrar oxigênio
Obter acesso Vensoso, se possível
Diazepam 0,2 – 0,3 mg/Kg via endovenosa lento!! (se tiver cateter EV) ou
Diazepam 0,5 mg/Kg via rectal
Obter a história e efectuar o exame físico para determinar a causa (febre,
intoxicação, sintomas, duração, etc..)
Medir a Glicêmia, se não puder então administrar Dextrose 10% 5 ml/Kg
Repetir novamente Diazepam até máximo 3 doses
Fenobarbital 20 mg/Kg EV dose de ataque
Considerar Cálcio e Magnésio EV (se não puder medir)
Gluconato de Cálcio 10% 0,5 mg/Kg EV lento
Cloreto de Magnésio 10% 0,4ml/Kg EV lento
Repetir Fenobarbital a 10 mg/Kg (2 doses)
Fenitoína 15-20 mg/Kg EV lento. Se não tiver fenitoína continua com
fenobarbital, até 80 mg/kg. (Fenitoína é cardiotoxico, deve ser infundido em
20-30 min. So controle de monitor, também pode causar dano tecidual
irreversível: Sinais precoces: nistagmo, ataxia, disartria e necrose tecidual, por
isso recomendamos nas nossas circunstancias em primeiro lugar fenobarbital).
Fenitoina de ve se diluir com NaCl 0.9%, não deve ser misturado com dextrose!
Considerar acido valproico (sempre usar se a criança estiver em tto cronico com
acido valproico)
Midazolam infusão contínua: Assegurar as via aéreas (ajustar a dose cada 5
minutos se persistir ou recorrer): dose de ataque 0,15mg/kg, seguido por
0,06mg/kg/h
Deve-se aumentar a dose progressivamente cada 5 minutos até controlar a
convulsão: A taxa de infusão média é cerca de 0.14mg/kg/h com intervalo de 0,06
– 1,1 mg/kg/h
Se continuar deve efectuar a anestesia geral (chamar o anestesísta).
No RN e criança < 3anos também considerar Vitamina B6:
Dose diagnóstico de teste: 50-100 mg ev diluído em NaCl 0,9% infundir em 1 h
Zinco 10 - 14 dias para as crianças HIV positivos e/ou expostos a HIV (FMSP)
(comprimidos 10mg ou 20mg)
• < 6 meses: 10mg/dia; > 6 meses: 20mg/dia
Diarreia Sanguinolenta
Ciprofloxacina 15mg/kg para 3 dias para as crianças HIV positivos, expostos a HIV e HIV
negativos.
Diarreia Persistente
Micronutrientes diariamente,
Não dar antibióticos.
Formula sem lactose para crianças > 6m sem aleitamento materno.
Procurar outras causas: Pneumonia, Otite, Infecção do trato urinário
Bibliografia
Muhe, L. (2010). WHO recommendations on the management of diarrhoea and pneumonia in HIV-infected
infants and children: integrated management of childhood illness (IMCI). WHO Library
Cataloguing-in-Publication Data. ISBN 978 92 4 154808 3
Nelsons Textbook of Pediatrics
Doenças malignas - Quimioterapia
Sarkoma de Kaposi
VINCRISTINA => 1.5mg/m² (dose máxima 2 mg)
O frasco já vem diluído (1mg/ml ou 2mg/2ml) => retirar a quantidade calculada
voltar a diluir em 50 ml de soro fisiológico e fazer EV em 15 minutos
BLEOMICINA =>15 U / m² (não exceder dose máxima cumulativa de 250/m² EV
Diluir o frasco de 15 unidades em 5 ml de NaCl0.9% ou água destilada => retirar
e quantidade correspondente e voltar a diluir em 50 ml de dextrose a 5%e fazer
EV em 15 minutos
DOXORUBICINA =>40mg/² (não exceder dose total cumulativa de 300mg/m²)
Diluir o frasco de 50mg em 25 ml de soro fisiológico=> retirara quantidade que
corresponde ao cálculo e voltar a diluir em 75 ml de dextrose a 5%e fazer EV em
30 minutos
Escada da OMS
• Iniciar com AINS na dor leve – moderada, caso não responder adicionar
opioides fracos. Caso não responder usar opiodes fortes (com ou sem
AINS: recomendável combinar quando tiver processo inflamatório).
• Caso a dor for muito severa iniciar logo com opiodes.
1. AINS
• Ibuprofena (4-10 mg/kg / dose; 6/6 ou 8/8h; max. 40 mg / kg / dia)
analgésico e antipirético, anti- inflamatório
(alternativa diclofenac, indometacina)
usar a partir dos 3 meses de idade
2. Opiodes fracos
• Tramadol (1-2- mg/kg/dose; Max. 400mg / dia)
• Codeína (0.5 -1.0 mg/ kg / dose; 4/4 ou 6/6h; menos efectivo < 5 anos ,
ca. 10% de adultos não respondem)
3. Opiodes fortes
• Morfina (0.2 – 0.5 mg/ kg / dose oral; 3/3h ou 4/4 h, 0.1 mg/ kg /dose
endovenoso; 2/2h – 4/4h), para recém nascidos 0.02mg/kg/dose cada 10
minutos máximo 3 x, depois infusão continua 0.02 mg/kg/h
• Fentanil (0.5-1 μg/kg/dose; 1/1h, 2/2h), nasal 50 μg /ml=2.5 μg /gota≈ 1
gota por kg
DICAS Tratamento da dor:
• O tratamento da dor deve ser feito numa formaPocket book of hospital
care for children: guidelines for the management of common childhood
illnesses – 2nd ed., WHO, 2013 regular cada 4-8h (e não SOS) por que
precisa-se um nível medicamentoso no sangue
• Pode se dar doses adicionais quando for necessário, não ultrapassar dose
máximo
• Medicamentos adjuvantes como corticoides (p.ex. nos tumores) ou
carbamazepina na dor neuropática indicados em casos especiais
(consultar especialista)
• Os recém nascidos e pretermos também sofrem muito de dor e devem ser
tratados. Leite ou Sucrose 24% ou D10% oral antes duma intervenção
invasiva alivia a dor.
• Lidocaina 2% como infiltração ou como gel antes de procedimentos
dolorosos.
• Lidocaina tambem pode ser aplicada nas ulceras dolorosas da mucosa oral
antes de comer.
Bibliogtrafia: Pocket book of hospital care for children: guidelines for the
management of common childhood illnesses – 2nd ed., WHO, 2013;Manual of
Neonatal Care, John Cloherty et al, Formulario Nacional de Medicamentos,
MISAU
Sedação e analgesia
Sedação pode ser importante para melhorar a qualidade de exames como TAC,
analgesia é importante para melhorar o sofrimento do doente durante
procedimentos dolorosos. Sempre devemos preparar um ambu, saber onde tem
oxigénio e aspirador e monitorizar a saturação de oxigénio durante a sedação!
Sedação sem analgesia (TAC…)
Midazolam (efeito dentro de 1 – 3 minutos, duração do efeito ate 1 h)
1 – 5 meses usar com muito cuidado
6meses – 5 anos: inicialmente 0.05 – 0.1 mg/kg e.v., (maximo por dose 2mg)
aumentar a dose aos poucos se for necessário ate -0.6mg/kg, dose máximo 6
mg
6 anos – 12 anos: inicialmente 0.025-0.05 mg/kg e.v. (maximo por dose 2mg);
aumentar a dose aos poucos se for necessário ate -0.4mg/kg, dose maximo
10 mg
Intranasal: 0.2-0.5 mg/kg (dose total maximal: 10 mg or 5 mg pelo nariz); pode
ser administrado 10-20 minutos antes da procedura Nota: Use 5 mg/mL
solução ev
Propofol (efeito dentro de 1 minuto, duração ate 15 minutos)
6 meses – 2 anos: 1 to 2 mg/kg IV bolus dose, pode se repetir depois 2-5 minutos
dependente do efeito ate 3mg/kg
≥ 2 anos: 0.5 to 1 mg/kg IV bolus dose, pode se repetir depois 3-5 minutos
dependente do efeito: 0.5 mg/kg ate 3 mg/kg
Reduzir a dose na criança debilitada e /ou com IC
Sedação com analgesia (procedimentos dolorosos)
Ketamina (efeito dentro de 3 minutos, duração ate 30 minutos)
usar com cuidado <12meses (risco elevado de laringospasmo)
Dosagem e.v. / im 1.0 – 1.5 mg/kg lento , pode adicionar 0.5 mg / kg se for
necessário
reduzir a dose se for aplicado com propofol (0.5mg/kg), pode repetir depois de 10
minutos com 0.5 -1mg/kg
Preparar : Ampola de 50mg de ketamina / ml
Para criança 5 - 12.5 kg:
• tirar 0.5 ml de ketamina adicionar 4.5 ml de D5% ou NaCl 0.9% = cada ml
contem 5 mg
• calcule 2 (mg de ketamina) x peso em kg divide por 5= isto é o volume em ml
que maximamente deve injectar
• injecte lentamente ¾ do volume calculado (isto corresponde 1.5 mg/kg)
• caso a criança ainda não estar sedada injecte o ultimo ¼ do volume
exemplo 10 kg de peso: 2 (mg/kg) x 10 (kg)/ 5 (mg/ml) = 2 x 2= 4 então deve-se
injectar 3 ml e talvez mais 1 ml
Para criança maior de 12.5 kg:
• tirar 1.0 ml de ketamina adicionar 4 ml de D5% ou NaCl 0.9% = cada ml
contem 10 mg
• calcule 2 (mg de ketamina) x peso em kg / 10 (mg/ml)= isto é o volume em ml
que maximamente deve injectar
• injecte lentamente ¾ do volume calculado(isto corresponde 1.5 mg/kg)
• caso a criança ainda não estar sedada injecte o ultimo ¼ do volume
Bibliografia:
1. Hsu, D. (2014). Selection of medications for pediatric procedural sedation
outside of the operating room, uptodate.com Recuperado a 31.1.15
http://www.uptodate.com/contents/selection-of-medications-for-pediatric-proced
ural-sedation-outside-of-the-operating-room
2. Benger, J. et al. (2010). CLINICAL EFFECTIVENESS COMMITTEE,
Guideline for ketamine sedation of children in Emergency Departments, The
College of Emergency Medicine, 2010. www.collemergencymed.ac.uk
Estridor - Laringite
Definição / Conceito: Estridor
Estridor é um som resultante do fluxo turbulento de ar na via aérea, que é
patológico.
Classificação
• Inspiratório: lesão extra-torácica
• Bifasico: lesão ao nível da traqueia ou em casos de obstrução fixo ou
severa
• Expiratório: lesão intra-torácica
Agudo ou Crónico
Causas de estridor (alguns exemplos)
Crónico Agudo
Inspiratório
(extratoracica)
Supralaringea Estenose Choanal Rinite do lactente
Micrognatia Abcesso (faríngea,
Macroglossia retrotonsillar)
picada do insecto
angioedema
Supraglótica Laringomalacia Trauma (Inalação,
Cisto da laringe Inspiração)
Tumor (higroma, )
Glótica/infraglótica Estenose subglótica Laringotraqueite(viral)
Papilomatose do Laringe Laringite espástico
TB laringe Croup diftérico
Asa do Laringe Laringoespasmo
Paresia dos cordões vocais epiglotite
Corpo estranho corpo estranho
Tumor (neuroblastoma, Edema da glottis (alergia)
hemangioma…)
Artrite do articulações do (NB exitem muitos sinónimos
laringe (AIJ) para laringotraqueite como:
Croup, Pseudocroup, laringite
Refluxo GE subglotica...)
Estridor bifásico
Traqueal Traqueomalacia Traqueite bacteriana
(proximal) Anomalias dos vasos
Ou grave em Asas traqueais
qualquer
localização!!!
NB: Doenças neurológicas como encefalocele, encefalopatia hipoxica isquemica e
malformações do SNC também podem causar estridor.
Bibliografia:
1. Zalvan, C. (2014) Hoarseness in children: evaluation,uptodate.com,
Recuperado a 31.1.15
http://www.uptodate.com/contents/hoarseness-in-children-evaluation
2. Woods, C. (2014) Croup: Pharmacologic and supportive interventions,
uptodate.com. Recuperado a 31.1.15
http://www.uptodate.com/contents/croup-pharmacologic-and-supportive-i
nterventions
Hepatite / Hepatopatia
Armazenamento:
lipido: malnutrição, Sindrome de Reye, doenças de armazenamento como
Gaucher...
glicogenio: doenca de glicogenose, nutrição parenteral completa, filho mãe
diabética...
outros: hipervitaminose A, doença de Wilson...
Infiltração:
tumores benignas e malignas, incl. leucemias...
hematopoese extramedular (anemias hemolíticas)...
NB: recordar que hepatite em crianças muitas vezes não leva a icterícia!!!
Tratamento:
• depende da causa
• para hepatite viral não há medicamento especifico (para HepB existe mas
não em Moçambique e não sempre resulta),
• hidratação endovenosa se for necessário, em caso de encefalopatia reduzir
os liquidos
• otima higiene
• em todo caso suspender medicamentos hepatotoxicos (ARVś e anti TB só
depois de consultar especialista!)
Bibliografia:
1. Michalk, D Differentialdiagnose Paediatrie, (Hepatomegalie);
2. Squires, R. (2014) Acute liver failure in children: Etiology and evaluation
uptodate.com. Recuperado a 31.1.15
http://www.uptodate.com/contents/acute-liver-failure-in-children-etiology
-and-evaluation
3. Squires, R. (2014) .Acute liver failure in children: Management,
uptodate.com. Recuperado a 31.1.15
http://www.uptodate.com/contents/acute-liver-failure-in-children-management
Ictericia
Definição
Coloração amarela da pele, das mucosas e secreções corporais devido a aumenta
da concentração de bilirubina, visível a partir de 2mg/dl na criança (5-7 mg/dl no
RN)
Classificação / fisiopatologia:
Pre-hepatico (Produção ↑)
Hemolise (Anticorpus [Rh, AB0, LES…], anemias hemolíticas heredetarias
[talasemia, anemia falciforme, esferocitose…], anemias hemolíticas adquiridas
[infecção, medicamento…])
Diseritropoese, policitemia, sangue extravascular (hematomas), circulação
hepatica ↑, sangue engolido, dieta 0
Hepatico (Metabolismo↓)
Hepatite (TORCH), Prematuridade, icterícia fisiológica, aleitamento materno,
Hipotireoidismo,
Galactosemia, S. de Crigler-Najjar, S. de Gilbert, Mãe diabetica
Pos-hepatico (Excreção↑)
Atresia das vias biliares, Obstrução das vias biliares, S. Dubin Johnson, S. Rotor
Formas mistas:
Sepsis, asfixia, (TORCH, hepatitis), S. dificuldade respiratório
Hiperbilirubinemia neonatal:
• Icterícia precoce:
Bilirubina total >120 µmol/l (7mg/dl) nos primeiros 24 horas (RN de
termo )
• Icterícia grave:
RN de termo > 270 µmol/l (15 mg/dl)
• Icterícia prolongada:
Hiperbilirubinemia depois do 10° dia da vida
Abordagem:
Historia: Procurar factores de risco, Sintomas associadas (febre, diarreia,
vómitos, dor abdominal, prurido…), cor das fezes e da urina, Transfusões no
passado (incl. outros membros da familia), medicamentos, possíveis intoxicações
Exame físico
Laboratório: bilirubina (directa, indirecta), AST, ALT, grupo sanguíneo,
coombs, hemoglobina / HKT, reticulocitos,
Ecografia
Bibliografia:
1. Roy-Chowdhury, N and Roy-Chowdhury, J. (2014). Classification and
causes of jaundice or asymptomatic hyperbilirubinemia, uptodate.com.
Recuperado a 31.1.15
http://www.uptodate.com/contents/classification-and-causes-of-jaundice-
or-asymptomatic-hyperbilirubinemia
2. Manual of neonatal care, Cloherty;
3. Nelsons Textbook of Pediatrics
Intoxicações exógenas agudas
Definição
Intoxicações exógenas agudas podem ser definidas como as consequências
clínicas e/ ou bioquímicas da exposição aguda a substancias químicas encontradas
no ambiente(ar, água, alimentos, plantas, animais venenosos , etc) ou isoladas
(pesticidas, medicamentos, produtos de uso domiciliar , etc.).
Conduta na intoxicação aguda
1. Avaliação clínica inicial
Condições respiratórias
Condições cardiocirculatórios
Condições neurológicas
2. Estabilização Suporte vital básico
Permeabilização das vias aéreas
Ventilação pulmonar
Massagem cardíaca externa (SOS)
Exames laboratoriais (hemograma, Rx, bioquimica, urina...)
3. Reconhecimento da toxíndrome e identificação do agente causal
Exame físico e anamnese(Tipo de tóxico, Quantidade, Tempo decorrido desde do
acidente até o atendimento, Sintomatologia inicial, Tipo de socorro domiciliar)
4. Descontaminação: diminuir a exposição do organismo ao tóxico
Via Digestiva
Medidas provocadoras de vômitos
- Indução do reflexo nauseoso por estimulação mecânica da faringe
- Xarope de Ipecac (Contra-indicado em caso de ingestão de petróleo, convulsões,
agitação psicomotor, em casos de produtos corrosivos (javel) e espumosos(sabão),
-Lavagem gástrica(máximo 1 hora depois do inicio do ingestão)
- Deve ser feita até que o volume drenado seja claro
- 5 ml/kg de SSF 0.9% (Contra-indicado nos pacientes com reflexos protetores
das vias aéreas comprometidos)
Carvão ativado
- 1g/kg, administrar por SNG misturar em agua (5ml/kg) a cada 2 a 4h (Não em
caso de petróleo)
Via respiratória
Retirada do paciente exposto ao tóxico por via aérea , do ambiente contaminado
Via cutânea
Remoção das vestes e lavagem corporal com água corrente
Via transcutânea:
Não realizar rotineiramente incisões cutâneas sucção ou garroteamento, porque a
relação risco-benefício é desfavorável
2. Síndrome anticolinesterásica
Sintomatologia : sudorese, lacrimejamento, salivação, aumento das secreções
brônquicas, miose, bradicardia, fibrilações e fasciculações musculares.
Principais agentes : insecticidas organofosforados, carbamatos
3. Síndrome narcótica
Sintomatologia : depressão neurológica (sonolência, torpor, coma), depressão
neurológica, miose, bradicardia, hipotermia, hipotensão, hiporreflexia
Principais agentes : opiáceos, loperamida
4. Síndrome depressiva
Sintomatologia : depressão neurológica, depressão respiratória, cianose,
hiporreflexia, hipotensão.
Principais agentes ; barbitúricos, benzodiazepínicos, etanol
5. Síndrome simpaticomimética
Sintomatologia : midríase, hiper-reflexia,distúrbios psíquicos,, hipertensão ,
taquicardia, pilo ereção, hipertermia, sudorese
Principais agentes : cocaína, cafeina, teofilina
6. Síndrome extrapiramidal
Sintomatologia : distúrbios de equilíbrio, distúrbios da movimentação , hipertonia,
distonia orofacial, miclonias, trismo, opistótono, parkinsonismo
Principais agentes : fenotiazínicos, butirofenonas, fenciclidina
7. Síndrome metemoglobinêmica
Sintomatologia : cianose da pele e mucosas, de tonalidade e localizacao peculiar,
palidez da pele e mucosas, confusão mental, depressão neurológica.
Principais agentes : azul de metileno, dapsona, sulfametoxazol ....
Bibliografia
1. José Roberto Fioretto-Manuel de Terapia Intensiva Pediátrica,2003
2. Velez, L. (2014)Approach to the child with occult toxic exposure. Uptodate.
Com. Recuperado a 31.1.15
http://www.uptodate.com/contents/approach-to-the-child-with-occult-toxic-expos
ure
3. Jansson, L. (2014). Infants of mothers with substance abuse. Uptodate. Com.
Recuperado a 31.1.15
http://www.uptodate.com/contents/infants-of-mothers-with-substance-abuse
Líquidos de manutenção
Quantidade de liquido diária
Usa-se a formula de Holliday-Segar
Ate 10 kg
= 100 ml/kg/dia
11 – 19 kg
= 1000ml + 50 ml/ (kg >de 10) /dia
> 20 kg
= 1000 ml + 500ml+ 20 ml/ (kg> de 20) /dia
Exemplos:
11 kg → 1050 ml/d
(100*10= 1000 ml para os primeiros 10 kg + 50 ml para o kg > 10kg ou para o
11ºkg)
18 kg → 1400 ml/d
(1000 + (8*50)= 1000+400= 1400)
Tipo de liquido:
D5 1⁄2 NS = 50% de dextrose a 10% + 50% de NaCl 0.9%
(se não tiver NaCl0.9% pode usar Lactato de Ringer, este já contem potássio)
Cálculo de gotejo:
Sistema de 20 gotas por ml: gotejo = volume em ml / (tempo em horas x 3)
Sistema de 60 gotas por ml: gotejo = volume em ml /tempo em horas
Sempre que for possível, introduzimos alimentação pela SNG no 2-3 dia, para
evitar estado catabólico.
Bibiografia :
1. Pocket book of hospital care for children: guidelines for the management
of common childhood illnesses – 2nd ed., WHO, 2013
2. Somers, M. (2014) Maintenance fluid therapy in children, Uptodate. Com.
Recuperado a 31.1.15
http://www.uptodate.com/contents/maintenance-fluid-therapy-in-ch
ildren
Tratamento de choque
Calculo de dopamina:
• peso x dose x 1.44 = mg para ser infundido em 24h
NB: 1.44= (60 x 24) / 1000
• mg para 24h x volume de dopamina em ml / concentração de dopamina
em mg = volume da solução de dopamina para ser dado em 24h
• diluir o volume de dopamina até completar 24 ml para infundir com a
velocidade de 1 ml/h
Infusão de inotrópicos
mg (24 h) = ( Dose (mg/kg/min) X Peso(kg) X 60 (min) X 24 (h) ) / 1000
Exemplo
Criança 10 kg de peso, Dopamina 5 mcg/kg/min
( 5 (mg/kg/min) X 10(kg) X 60 (min) X 24 (h) ) / 1000 = 72 mg (5x10x1.44=72)
Dicas:
Cada extravasato vai causar uma necrose: vigiar o cateter endovenoso!
Na veia periférica não usar um concentração de dopamina > 3.2 mg/ ml (320 mg
em 100ml, 160mg em 50 ml)
Nao infundir junto na mesma infusão com bicarbonato.
Bibliografia:
1. Weiss, S. and Pomerantz, W. (2014) Septic shock: Rapid recognition and
initial resuscitation in children, Uptodate. Com. Recuperado a 31.1.15
http://www.uptodate.com/contents/septic-shock-rapid-recognition-and-ini
tial-resuscitation-in-children
2. BNF for children, 2013
Tipo de liquido:
- Bolos de tratamento de choque: NaCl 0.9%
- Para alem do tto de choque: D10% / NaCl 0.9% em quase todas as situações é
uma boa escolha, nas doenças graves muitas vezes as crianças tem tendência de
desenvolver hiponatremia
- Mesmo na desidratação hipernatremica a re–hidratação pode ser feito com
D10% / NaCl 0.9% apenas a velocidade deve se diminuir (a quantidade para 24h
seria dada em 48h), normalmente não precisa-se diminuir a concentração de sódio
no soro
- Controlamos os electrólitos dentro de 12h se for possível
- caso não haver NaCl 0.9% usamos Ringer
Uso de potássio:
- só depois da criança ter urinado, (risco de insuficiência renal aguda devido a
desidratação, pela mesma razão uso de NaCl 0.9% e não Ringer se for
disponível)
- caso não haver contra-indicações (insuficiência renal, hemólise): adicionamos
1-2 meq de KCl /kg (NB: numa criança com malaria severa assume-se que haja
hemolise e só adiciona-se KcC se tiver potássio baixo)
- (1 ml de KCl 10% contem 1.36 meq de KCl) de peso em 24 h
Complicações de re- hidratação:
distúrbios electrolíticos, edema cerebral, demielinização cerebral (sobretudo na
correcção de hiponatremia)
NB:
Sempre se for possível introduzimos líquidos pela SNG! É mais seguro e
podemos dar leite que é uma alimentação completa e fornece energia e micro--
nutrientes para a próprio mucosa intestinal que ajuda na recuperação.
Desidratação Isotônica
Este é a forma mais frequente da desidratação.
Calcule o deficit
Por exemplo
• Peso pré-doença: 10kg
• Peso actual: 9kg
• Percentagem da desidratação: 10%
• Manutenção: 1000ml (veja líquidos de manutenção)
• Deficit: 1000ml (1000ml/10kg = 100ml/kg)
• Reposição
◦ 1a fase (0 - 30min) 20ml/kg = 200ml NaCl 0.9% ou Ringer em 20--
30min
◦ 2a fase: 1/2 deficit + 1/3 Fluidos de manutenção (8 horas)
1/2 Deficit: 500ml
1/3 Manutenção: 333ml
Total: 833 ml em 8 horas (104ml/h)
• 3a fase: 1/2 deficit + 2/3 Fluidos de manutenção (16 horas)
1/2 Deficit: 500ml
2/3 Manutenção: 666ml
Total: 1166ml em 16 horas (72ml/hr)
Fluido de Escolha: D5% + 0.45% NaCl + 20 mEq/L KCl
Para prepara o fluido acima [1/2 Dextrose 10% + 1/2 NaCl 0.9% + KCl 10%
(1ml/kg)]•
NOTA: De modo a evitar velocidades de infusão rápidas seria prudente dividir o
fluidos pela metade e administrar cada 8 horas.
Desidratação Hipertônica
Tem varias causas, na criança com diarreia pode ser consequência de re-
hidratação com soluções hipertonicas (leite artificial ou SRO mal preparado).
Também observa-se frequentemente após tratamento tradicional (p.e. Santo
António). Clinicamente observa-se um grau de desidratação menor em
comparação com a perda devido a hiperosmoloridade, pele tipo borracha e
hiperreflexia.
Deve-se tirar a criança do choque (se tiver) com NaCl0.9% (melhor do que Ringer
, por que Ringer tem menor concentração de sódio e assim pode levar a
diminuição de sódio rápido demais.
A hidratação deve-se fazer muito lento em 48h! Fluido de Escolha: D5% + 0.45%
NaCl (KCl se urinar)
2a fase: 1/2 deficit nas primeiras 24h + manutenção
3a fase: 1/2 deficit nas seguintes 24h + manutenção
Desidratação Hipotônica (< 135 mmol/l)
Tem varias causas (como SIADH), na criança com diarreia pode ser consequência
de re- hidratação com agua sem electrólitos. Pode levar a alteração da
consciência, convulsões e choque hipovolemico.
A correcção rápida do Na+ pode resultar na mielinolise pontina cerebral e deve
ser reservada para pacientes sintomáticos.
A correcção é feita do mesmo modo que a desidratação isotônica.
(Com resultado laboratorial e com sinais neurológicas severas recomenda-se 3 – 5
ml de NaCl 3% em 20-30 minutos.)
Também dar SRO (5ml/kg/h) logo se a criança puder tomar liquido, normalmente
depois de 3-4h nos lactentes e 1-2h nas crianças, reavaliação é importante!
Bibliografia:
1. Somers, M. (2014) Treatment of hypovolemia (dehydration) in children,
Uptodate. Com. Recuperado a
31.1.15http://www.uptodate.com/contents/treatment-of-hypovolemia-dehy
dration-in-children
2. Somers, M. (2014) Hyponatremia in children, Uptodate. Com. Recuperado a
31.1.15http://www.uptodate.com/contents/hyponatremia-in-children
3. Somers, M. (2014) Hypernatremia in children; Uptodate. Com. Recuperado
a 31.1.15
http://www.uptodate.com/contents/hypernatremia-in-children
4. Nelsons Textbook of Pediatrics
5. Pocket book of hospital care for children: guidelines for the management
of common illnesses with limited resources, WHO 2013
Malnutrição severa - Tratamento da na fase inicial
Ingredientes F 75 F100
Leite em pó gordo (Nido ou Mildro) 35g 110g
Açúcar 100g 50g
Óleo vegetal 20ml 30ml
Agua 1000ml 1000ml
Ingredientes F 75 F100
Leite fresco 300ml 880ml
Açúcar 100g 75g
Óleo vegetal 20ml 20ml
Agua 1000ml 1000ml
Choque séptico
Pulso rápido e fraco, extremidades frias, alteração da consciência, ausência de
sinais de ICC
Tratamento
Todos os doentes com sinais de choque séptico incipiente ou estabelecido devem,
imediatamente:
1. Tratar com antibióticos de largo espectro.
2. Manter aquecidos para prevenir ou tratar a hipotermia.
3. Tratar a hipoglicemia.
Também é muito importante;
1. Não manipular ou incomodar as crianças sem necessidade (ex: não lavar, não
fazer exames em excesso, não fazer outras investigações).
2. Nunca transportar para um outro sector de tratamento – o estress do transporte
pode levar à deterioração do estado clínico do doente.
Bibliografia
Neonatologia - Historia clínica do Recém-nascido
O Exame Físico
Conselho geral para o exame do recém-nascido: O RN deve ser examinado nu!
Precisamos de um ambiente aquecido. No início muitas vezes o RN esta calmo e
não chora. Por isso é aconselhável fazer a auscultação do pulmão, coração e
abdómen e a contagem da frequência cardíaca e respiratória no início. Para não
esquecer partes importantes no exame físico do RN vale a pena examinar-lo de
cima (a partir da cabeça) para baixo, completando sistema por sistema. Comece
seu trabalho em decúbito dorsal e vire o RN no fim. Todas medições podem irritar
o RN e vão ser feitas no fim do exame. Em geral o estudante/médico tem de fazer
um exame físico muito semelhante ao exame duma criança maior. As
particularidades dum RN ficam para o segundo plano.
Nem sempre foi escrito de forma explícita quais os achados são patológicos e
quais são fisiológicos. Um estudante a partir do 4o ano deve ser capaz de
identificar isso sozinho.
Geral (estado geral e nutricional)
Transição da vida fetal a vida independente, alterações do RN por causa do parto,
gestação ou medicamentos,
Achados normais como: RN vigilante ou Movimentos
Achados anormais como: sinais da infecção ou doença metabólica, Malformações
visíveis, icterícia adequado para julgar: olhos), palidez, cianose; Malformações,
deformações
Sinais vitais:
temperatura, FC, FR, SO2, TA: Ta media = idade gestacional em semanas, a
partir do 3 dia >30mmHg
Pele
Lesões primarias ou secundarias, Região umbilical (Infecções, Seco etc.) e
achados não patológicos
(mancha mongólica, eritema tóxico etc.),
Cabeça e Pescoço
Forma e tamanho da cabeça (micro- ou macrocefalo), Fontanelas (Nível e
tamanho), suturas, Ouvidos (implantação, o RN ouve? etc) forma do nariz,
sucção, simetria da face se chore (N. facial)
Achados anormais como: alterações por causa do parto (p.e. marcas do fórceps),
Caput succedaneum, Cefalohematoma, boca (fenda palatina ou labial)
Olhos
Reflexo pupilar direito e indireito, segue um objecto (ve?), Reflexo vermelho (se
não Catarata ou queratite ),
Achados anormais como: Sinais da inflamação, Estrabismo, Nistagmo,
hemorragia da esclera.
Sistema Respiratório
Inspecção: Dispneia (retracções intercostais e subcostais, taquipneia, adejo nasal,
gemidos),Frequência
respiratória (normal 40-60/min)
Auscultação, (fazer no inicio do exame!),
Percussão normalmente inútil para RN
Sistema Cardiovascular
Inspecção: cianose central ou periférica, deformação torácica, edemas (nas
pálpebras)
Auscultação (5 focos anterior, sopro cardíaco), se tiver sopro: tipo do sopro
(sistólico ou diastiólico), Ponto máximo, Radiação, Intensidade em 2/6 – 6/6
Frequência cardíaca (normal 120-160 /min,)
Palpação: Icto cardíaco, Pulsos: regular, rítmico, característica, presentes nas 4
extremidades
Tempo de recapilarização (dever ser menor de 2 sec.)
Percussão normalmente inútil para RN
Abdómen e Órgãos Genitais
Inspecção: globoso , hérnias , intestino distendido visível, Alterações na região
umbilical Auscultação nos 4 quadrantes
Palpação: superficial começando no quadrante inferior, (mole ou doloroso)
profunda, fígado (ate 2,5 cm normal) e baço (palpável = patológico), massas, ou
rins (patológico)
Inspecção dos órgãos genitais (malformações)
Palpação dos testículos nos meninos
Inspecção do ano: imperfuração?
Sistema Musculo-esquelético
Inspecção: assimetria, atrofia muscular, malformação esquelética: polidactilia, Pés
(p.e. pé boto)
Tono muscular
Teste de Ortolani
coluna vertebral (vai ser examinado quando viramos o RN no exame
neurológico): meningocele?
Sistema Neurológico
A inspecção da uma grande parte das informações no exame neurológico do RN!
Inspecção: Vigilante ou esta a dormir mexe todos os membros Movimentos
simétricos (falta de movimento unilateral do ombro: paralisia de Erb ) Resposta
ao exame efectuada (chora, não reage ), choro (normal frequência alta ) Se chora
face simétrica (Par craniano VII) Outras assimetrias
Reflexos primitivos (desaparecem com ± 3-4 meses): Preensão plantar e palmar,
Glabela, Galant, procura, Reflexo Tónico cervical assimétrico Moro, Reflexo da
marcha, Reflexo da sucção Controle da cabeça
Medidas: Peso, altura , circunferência craniana (Media das 3 medidas!)
Ampicilina
200 mg /kg/ dia dividido em 2 doses
225 mg /kg/ dia dividido em 3 doses (se tiver > 2 kg ou >1 semana de vida)
300 mg /kg/ dia dividido em 2 doses (se tiver meningite)
300 mg /kg/ dia dividido em 2 doses (se tiver meningite e > 2 kg ou >1 semana de
vida)
Gentaminica
4 mg /kg/ dia dose unica
Cefotaxima
100 mg /kg/ dia dividido em 2 doses
150 mg /kg/ dia dividido em 3 doses (se tiver sepsis tardia e >1 semana de vida)
Ceftriaxona
50 – 75 mg /kg/ dia dose unica (usar 75 mg/kg na meningite)
Cefepime
100 mg /kg/ dia dividido em 2 doses
Vancomicina
15 mg /kg/ dia dose unica (se tiver < 1.5 kg)
30 mg /kg/ dia dividido em 2 doses (se tiver < 1 semana de vida)
30 mg /kg/ dia dividido em 3 doses (se tiver > 1 semana de vida)
45 mg /kg/ dia dividido em 3 doses (se tiver meningite nosocomial)
Administrar em 30 minutos
Meropenem
40 mg /kg/ dia dividido em 2 doses (se tiver < 1semana de vida)
40 mg /kg/ dia dividido em 3 doses (se tiver >1 semana de vida)
Administrar em 30 minutos
Fluconazol
12 mg /kg como dose de ataque, depois 6-12 mg /kg/ dia dose unicaAdministrar
em 60 minutos
Dose profilactico 3 mg/kg duas vezes por semana
Gestão da sepsis no recém nascido
SEPSIS TARDIA
RN na Comunidade com sintomas de sepsis
- Ampicilina + Gentamicina
- Punção lombar:
- Negativa: continuar antibióticos por 10-14 dias
- Positiva: continuar antibióticos por 21 dias
- Se não melhora entre 3-4 dias Cefotaxime + Gentamicina
RN no Berçário, ou numa outra enfermaria do Hospital com sintomas de sepsis
- Ampicilina + Gentamicina
- melhora entre 3-4 dias?
- Sim: continuar antibióticos por 10-14 dias
- Não, ou piora: Vancomicina + Cefotaxima ou Cefepime
Neonatologia - Asfixia perinatal
Definição: Insulto ao feto ou recem-nascido devido a hipoxia ou isquemia para
varios orgãos, suficiente para causar dano tecidual/mudanças bioquimicas nos
diversos orgãos, associados a acidose lactica.
Indicadores: Apgar < 7 no 5o minuto, pH < 7.2 (capilar)
Classificação clínica de Encefalopatia Hipoxico isquemica de Sarnat
Exames Complementares
1. Glicemia
2. Figado: ↑ AST, ALT, PT, PTT, Albumina, Bilirubina, Ammonia
3. Cardiaca: enzimas cardiacas ↑ Troponin (CTN1) , creatinine kinase (CKMB ) >
5% MI
4. Electrolito ( Na , K , Ca , Mg, )
5. Renal: BUN, Creatinina ↑2-4 dias
6. Gasometria
7. Ecografia cerebral - menos util para avalição de edema, desvio da linha media e
water shed infarcts e
compressão ventricular, mas util para hemorragia intracraniana
Tratamento da asfixia :
1- Medidas gerais
Temperatura neutra (36-37 °C)
Ambiente calmo
Cabeceira elevada
Manter a cabeça na linha média
Evitar a manipulação
Alimentação gradual (não se dispneia grave ou choque)
2- Verificar os sinais vitais
Manter a oxigenação e ventilação
- Sat O2 Baixa (< 90-95% nos RN a termo e <90-92% nos prematuros)→
Oxigênio
- Dispneia→ Bubble CPAP 5-7cm H2O
Manter a perfusão adequada (Refill < 2 sec, Pulso ausente, Baixa T.A.)
- Solução salina normal 10 ml/kg em 5-10min (pode-se repetir 3-4x)
- Não melhora: vasopessores (Dopamina e Dobutamina)
3- Começar fluidos endovenosos
Glucose 10% 60 ml/kg/dia Fornecer 2 ml/kg/dia de 10% de gluconato de cálcio
4- Medir a glicémia
Glicémia entre 60 e 100 mg/dl
Se <40 mg/dl dar Glic 10% de bolus de 2 ml/kg e manutenção 80ml/kg/dia
Infusão contínua
5- Medir a Hb se palidez
Hb deve ser mantida > 10 g/dl
Se < 10 g/dL transfundir CGV 10-15 ml/Kg em 3-4 h
6- Controlar as convulções
(Depois de cada momento, reavaliar o bebê e se convulsões perssistirem passar
para a próxima)
1. Corrigir a hipoglicemia
2. Administrar Fenobarbital
3. Administrar Fenitoína
4. Administrar Midazolam
5. Considerar deficiência de piridoxina
Asfixia - Manifestações / complicações
SNC
1. Encefalopatia: alteração da consciência (inicialmente hiperreactivo, depois
diminuição da consciência)
2. Dano do tronco cerebral e/ou nervos cranianos (anormalidade dos reflexos
pupilares, corneal, vomito, e reflexo oculocefalico), nistagmo, olhar anormal,
divergente...
3. Afeição do sistema motor: (asfixia leve hiperreflexia, moderado e grave: hipo-
até areflexia)
4. Convulsões (normalmente inicio <12-24h pos partal)
5. Hipertensão intracraniana
Sistema urinário: possível necrose tubular (oligo / anuria)
SCV: disfunção ventricular (inicialmente VE, nos casos graves VD), hipertensão
pulmonar
SR: hipertensão pulmonar, edema pulmonar (devido á IC), hemorragia pulmonar
TGI: risco de isquemia, enterocolite necrotizante, disfunção hepática
Sistema hematológico: coagulação intravascular
CONVULSÕES VERDADEIRAS?
- NÃO→ Tremores, Movimentos oculares, Movimentos bucais, mioclonia do
sono.→ STOP
- SIM→ MEDIR GLICÉMIA
HIPOGLICÉMIA?
- SIM→ Dext 10% 2 mL/Kg ev seguido da 80 ml/Kg/d
NB: convulsões devem cessar em normoglicemia
- NÃO→ Fenobarbital 20 mg/Kg ev lentamente em 20 minutos
- SE MELHORA→ MANUTENÇÃO (começa 12 horas após a dose de ataque:
Fenobarbital: 3-4mg/Kg/dia e.v. o p.o.)
- SE PERSISTIR:
1. Fenobarbital ev (5-10 mg/Kg/dose) cada 30 minutos até um total de 40 mg/Kg
2. Fenitoina 20 mg/Kg ev, em 20 minutos, NÃO em bolus,(diluir 1 ml + 9 ml de
soro fisiologico)
3. Piridoxina 50-100 mg ev
Neonatologia – Ictericia
Regra geral de quantidade de líquidos (cada serviço pode ter as suas normas com
algumas diferenças)
Dia 1 60 ml/kg/d
Dia 2 90 ml/kg/d
Dia 3 120 ml/kg/d
Após, aumentar para 150 ml/kg/d
Quando o bebê está tolerando bem a alimentação por via oral, este volume pode
ser aumentado para 180 mL/kg/dia após alguns dias. No entanto, deve-se ter
cuidado com os líquidos parenterais, que podem rapidamente super-hidratar uma
criança. Ao administrar fluidos intravenosos, não exceda este volume, a não ser
que o bebê esteja desidratado, em fototerapia ou sob fonte de calor radiante. Esta
é a quantidade TOTAL de aporte hídrico que um bebê necessita. A ingestão oral
deve ser levada em conta ao calcular as taxas de infusão intravenosa.
Dê mais líquidos se a criança estiver sob fonte de calor radiante (1,2 a 1,5 vezes).
NÃO usar glicose intravenosa e água (sem sódio) após os três primeiros dias de
vida. Recém-nascidos com mais de três dias necessitam de alguma quantidade de
sódio (por exemplo, 0,18% de solução salina/5% de glicose).
Monitore a infusão intravenosa com muito cuidado.
Pese o bebê diariamente.
Observe se há edema facial: se isso ocorrer, reduza os líquidos intravenosos para
níveis mínimos ou suspenda a administração intravenosa. Introduza alimentação
com leite através de sonda nasogástrica ou aleitamento materno, assim que for
seguro fazê-lo.
Bibliografia:
McKee-Garrett, T. (2013) Overview of the routine management of the healthy newborn
infant. Uptodate.com. Recuperado a 2.2.15
http://www.uptodate.com/contents/overview-of-the-routine-management-of-the-healthy-n
ewborn-infant
Weisman, L. (2014).Treatment and prevention of bacterial sepsis in the preterm infant.
Uptodate.com. Recuperado a 2.2.15
http://www.uptodate.com/contents/treatment-and-prevention-of-bacterial-sepsis-in-the-pre
term-infant
Adcock, L. (2014) Systemic effects of perinatal asphyxia. Uptodate.com. Recuperado a
2.2.15
http://www.uptodate.com/contents/systemic-effects-of-perinatal-asphyxia
Mizrahi, E. (2014) Treatment of neonatal seizures. Uptodat.com. Recuperado a 2.2.15
http://www.uptodate.com/contents/treatment-of-neonatal-seizures
Wong, R. (2014). Evaluation of unconjugated hyperbilirubinemia in term and late preterm
infants. Uptodate.com. Recuperado a 2.2.15
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late preterm infants Uptodate.com. Recuperado a 2.2.15
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Profit, J. (2014) Fluid and electrolyte therapy in newborns. Uptodate.com.
Recuperado a 2.2.15
http://www.uptodate.com/contents/fluid-and-electrolyte-therapy-in-newborns
Cloherty,
Deutsche buch
Queimadura - Manejo
1- Estabilização aguda: ABCD
A - Verifica vias aéreas para sinais de danos de inalação, cinzas nas narinas,
escarro carbonacioso,
estridor. Estabelecer a via aérea definitiva: considerar intubar > 20% ASC
queimada
B - Assumir envenenamento por dioxido de carbono em queimaduras severas ou
em espaço fechado.
Administrar Oxigénio humedecido
C - Inicie a ressuscitação com a formula de Parkland com NaCl 0.9% para
queimaduras > 15% ASC ou com evidência de inalação da fumaça.
D - Remover vestuário para para o processo da queimadura. Agua pode ser usada
para arrefecer o doente (temperatura ambiente), porém envolver com
manta/lençóis para evitar hipotermia
2- GI: Colocar SNG para descomprimir o estômago, iniciar a profilaxia para
ulcera de stress de Curling com bloqueadores dos receptores histamina-2, inibidor
da bomba de protões, e/ou antacidos.
3- Olhos: Se ferimentos no olho usar antibióticos oftalmicos tópicos.
4- GU: Considerar algaliar a bexiga para monitorizar debito urinário
5- Manejo da Dor: Terapia com narcóticos EV para controle da dor (veja
tratamento da dor).
6- Outros: Profilaxia Tetânica, Queimaduras químicas: lavar ou neutralizar os
químicos com agua morna abundante
7- Sangue pode ser administrado para corrigir anemia ou, em queimaduras
profundas, para repor as perdas sangüíneas
Bibliografia:
1. Pocket book of hospital care for children
2. Joffe, M. (2013) Emergency care of moderate and severe thermal
burns in children. Uptodate.com. Recuperado a 2.2.15
http://www.uptodate.com/contents/emergency-care-of-moderate-and-seve
re-thermal-burns-in-children
Airway: limpar as vias aéreas, aspirar secreções – não perder tempo com este
passo! Se não tiver aspirador iniciar logo com os próximos passos
Breathing:
• ventilação – 1 x cada 3 - 5 segundos
• dar oxigénio (não adiar os próximos passos procurando O2!)
Circulação:
• se não tiver pulso (tentar encontrar o pulso no máximo durante 10 s)
ou FC < 60/min
• iniciar compressões mais rápido possível:
• uma pessoa – 30 compressões + 2 ventilações
• duas pessoas – 15 compressões = 2 ventilações
qualidade boa se
• frequência 100 / min
• profundidade da s compressões 1/3 do tórax (4cm em lactentes, 5 cm em
crianças)
• a parede toraxica volta na posição normal entre as compressões
• minimizar interrupções das compressões
• evitar hiper-ventilação
NB Defibrilação não foi incluído por que não existem condições para tal neste
momento no nosso meio.
Drogas:
• adrenalina 0.01mg/kg cada 3 - 5 minutos
◦ isso é 0.1 ml = 1 mg de adrenalina 1:10000 = 1ml de adrenalina + 9
ml NaCl0.9%
• considerar D10% 5 ml / kg
Bibliografia:
Bailey, P. (2014) Basic life support in infants and children, uptodate.com.
Recuperado a 2.2.15.
http://www.uptodate.com/contents/basic-life-support-in-infants-and-children
S. nefrítico - Glomerulonefrite Aguda (GNA)
Definição
hematuria (muitas vezes macroscopica, mas pode ser microscopica), HTA, edema,
(proteinuria e oliguria -diminuição da filtração glomerular- podem ser associados)
Causas
Em crianças a mais frequente é pós-estreptocócica (procurar sinais de piodermite
em cicatrização)
Outras causas infecciosas: endocardite, abcesso visceral, PN (pneumococco e
micoplasma), febre tifoide, infecção de shunt, malaria falciparum, toxoplasmose,
schistosoma mansoni, filaria e varios virus (EBV, CMV, parvo B 19, varicela,
hepatite B...)
Causas não infecciosas: Henoch- Schoenlein (IgA), GN primaria ...
Diagnostico:
- Fita de urina :hematuria, proteinuria + -++
- Urina (sedimento): hemacias deformados, cilindros, leucocitos
- bioquimica: ureia e creatinina normalmente normal
- cultura (faringe ou pele) positivo em 25%
- ASTO
- ecografia: pode ter rins aumentados e hiperecoicos, pode ser normal
TTO da GNA
- Limitar a ingestão de sódio
- Se tiver hipertensão arterial: furosemida muitas vezes resolve caso não
nifedipina ou captopril
- Diuréticos em caso de edema pulmonar (hiperventilição e Insuficiência cardíaca)
e/ou oligúria.
-Metilprednisolona (ou se não tiver prednisolona) pode ajudar na GN com
progressão rápida
GNA pós-estreptocócica
- Penicilina Benzatínica DU ou fenoximetilpenicilina ou amoxicilina durante 10
dias (assumindo a persistência de infecção)
Bibliografia:
Niaudet, P. Poststreptococcal glomerulonephritis. Uptodate.com. Recuperado a
2.2.15 http://www.uptodate.com/contents/poststreptococcal-glomerulonephritis
Pichichero, M. Treatment and prevention of streptococcal tonsillopharyngitis,
Uptodate.com. Recuperado a 2.2.15.
http://www.uptodate.com/contents/treatment-and-prevention-of-streptococcal-tons
illopharyngitis
Síndrome Nefrótico
Definição
Edema (generalizada), Proteinuria (>50mg/kg/d), Hipoalbuminemia (< 30g/l),
hiperlipidemia
Complicações:
• hipovolemia (choque)
• vulnerabilidade a infecções (peritonite, ITU, PN, celulite, sepsis, varicela)
• insuficiência renal
• hipercoagubilidade (perda AT3, proteina C e S)
• desnutrição (edema da mucosa intestinal leva a malabsorção)
• Anemia (perda de transferrina)
• distúrbios electrolíticos (também por causa do tto com diuréticos: Ca↓, Mg↓)
• Alteração da estrutura ossea -Hipovitaminose D (perda de vitamina D
binding protein) e uso de prednisolona prolongada
• ao longo prazo falência de crescimento
Diagnostico:
- Fita de urina : proteinuria +++, (hematuria)
- Urina (sedimento): cilindros, leucocitos
- bioquimica: albumina < 30 g/l, colestrol / trigliceridos elevados, ureia e
creatinina normalmente normal
- ecografia: tipicamente rins aumentados e hiperecoicos, muitas vezes ascite e
derrame pleural
TTO
Prednisolona 2 mg / kg /dia (corresponde a 60 mg/m2),
(deve-se excluir tuberculose antes!)
(normalmente melhora 7-10 depois do inicio)
duração 4-6 semanas, depois desmame durante 4-6 semanas (duração total 2 – 3
meses)
Ciclofosfamida (2-3 mg/kg/dia durante 8 – 12 semanas) para casos resistentes aos
esteroides (deve ser dado pelo especialista)
possíveis evoluções:
1. sensível aos esteroides (responde em < 28 dias)
2. resistente (não responde depois de 28 dias de tto)
3. dependente de esteroides (piora na fase de desmame, precisa esteroides numa
forma crónica)
4. recidivante (melhora completamente e depois tem recaída)
Prevenção de complicações:
- aspirina 100 -125 mg/dia independente do peso para evitar trombose
- penicilina dose profiláctica (para evitar peritonite)
- furosemida em caso de dispneia ou hidrocele (apenas edema não é uma
indicação <=>hipovolemia!!)
- plasma em caso de choque hipovolemico
- captopril em casos de hipertensão arterial (HTA persistente associado com
desenvolvimento de insuficiência renal cronica), alternativa nifedipina
- em caso se anasarca severa com dano tecidual ou dispneia severa devido a
derrame pleural / ascite pode se fazer uma tentativa de plasma junto com
furosemida (efeito normalmente transitório e risco de hipervolemia com
aumento da dispneia e HTA)
Bibliografia
1. Niaudet , P. (2015) Treatment of idiopathic nephrotic syndrome in
children. Uptodate.com. Recuperado a 2.2.15
http://www.uptodate.com/contents/treatment-of-idiopathic-nephrotic-synd
rome-in-children
2. Niaudet, P. (2014) Symptomatic management of nephrotic syndrome in
children, Uptodate.com. Recuperado a 2.2.15
http://www.uptodate.com/contents/symptomatic-management-of-nephrotic-syndr
ome-in-children
Vacinas - Calendário Nacional de Vacinação (2013)
BCG e Polio 0 À nascença, ou o mais cedo
possível após o nascimento
Pólio 1 e DTP-HepB 1 e Hib e PCV 10 2 meses
Pólio 2 e DTP-HepB 2 e Hib e PCV 10 3 meses
Pólio 3 e DTP-HepB 3 e Hib e PCV 10 4 meses
Anti-sarampo 9 meses
Anti-tétano 6 anos (alunos matriculados pela
primeira vez na primeira classe)
7 anos (alunos na segunda classe)
Desparasitação
• O desparasitante deve ser dado como rotina para todas as crianças de
12-59 meses de idade de 6
• em 6 meses.
• Pode se dar na mesma altura do suplemento de Vitamina A.
• dosagem:
◦ Mebendazol 100mg (1comprimido) 12/12h para 3 dias, 6
comprimidos em total
◦ se tiver mebendazol 500mg deve se dar 1 comprimido dose única
◦ se tiver apenas albendazol 1 – 2 anos 200mg dose unica, > 2 anos
400mg
Bibliografia:
Normas de Atendimento à Criança Sadia e à Criança em Risco, MISAU;
Formulário Nacional de Medicamentos , MISAU
Interpretação da Radiografia do Tórax
- Identificação do Paciente
- Incidência/Vista
- Parte do corpo visível na radiografia
- Revelação
- Penetração
- Centralização
- Rotação
- Inspiração ou expiração
- Em pê ou deitado
(nível hidro-aerio na camera gástrica?)
- Avaliação das partes moles
- Densidade óssea e continuidade
- Mediastino superior, medio e inferior
- Posição do diafragma
- Tamanho e forma do coração, índice cardiotorácico, se elevado a custa de que
parte do coração
- Identificar átrios. ventrículos, contornos da aorta
- Posição da traqueia (centralizada ou desviado)
- Brônquios primários e secundários
- Ângulos cardiofrênicos e costofrênicos
- Relação da pleura parietal e visceral
- Distribuição da rede vascular
- Identificação de lesões pulmonares
- radio-opacidade, radio-transparência
- Homogenio, heterogenio
- alveolar, intersticial
- delimitação
Pressão Arterial
Meninos Meninas
Valores normais
LCR
Proteina Glucose Cloro Celulas/mm
(g/L) (mmol/L) (mmol/L)
Normal 0.2 - 1.5 Normal, 1/3 do 116 - 130 0 - 10
(Neonatos) valor serico Linfocitos
Normal 0.2 - 0.4 Normal, 1/3 do 116 - 130 0 - 5 Linfocitos
valor serico
Viral 0.2 - 2.0 Normal, 1/3 do Normal 20 à centenas
aseptica valor serico (geralmente
linfocitos)
0.5 - 3.0 Moderadament Muito baixo, 200 - 500,
Tuberculose e reduzida <100 linfocitos
Piogênico 0.5 - 5.0 Reduzido, Normal, ligeira 50 – milhares,
pode ser redução PMN
ausente
,
Valores normais - Bioquímica e Urina
Referencia SI
Albumina 39-53g/l, prematuro 18-30g/l, RNT 25-34g/l
ALP (Fosfatase alcalina) 105-420 UI/L
ALT (GPT) 5 – 50 UI/L
AST (GOT) 5 - 55 UI/L (1semana 35-140U/l)
Amilase 30-100U/l
Bilirubina (Total) >1mes < 10 μmol/l (x0.06=mg/dl)
BUN / Blood Urea Nitrogen 5 - 18 mg/dl , ~ 6mmol/l
Colesterol 4-6 anos 2.8 – 4.8 mmol/l (x38.66=mg/dl),
Creatinina max 5.56 (f, -14anos)
RN 27-88, 1 ano 18-35, criança 27-62,
adolesc. 44-88, adulto 44-106 µmol/l
GGT RN 13-147, 4 meses – 10anos 5 -32 UI/L
Glucose crianças 135 - 145 mmol/l
Glucose recém-nascidos 3.5 - 5.0 mmol/l
LDH <1 ano 170-580, 1-9anos 150 – 500,
Proteína total >10anos 120—330 U/l
PT / Prothrombin Time 60-82 g/l
aPTT / activatedPartial Thromboplastin 11 - 15 s (RN -18s)
Time 25-35s, (lactentes <90s)
INR 0.8 – 1.3 (para válvula cardíaca 2.5-3.0)
Trigliceridios maximo ate 1.38 mg/dl
Ureia (>4anos) 2.1-6.4 mmol/l (x6 =mg/dl), RN -4.3mmol/l
Electrólitos
Sódio 135 - 145 mmol/l
Potássio 3.5 - 5.0 mmol/l
Cloro 98 - 106 mmol/l
Bicarbonato (venoso) 22 - 29mmol/l
Cálcio 2.2– 2.7 mmol/l
Magnésio 0.7-1 mmol/l
Fosfato (>2 anos) 1.25-2.2 mmol/l (1-3anos), 1.2 -1.8 mmol/l
(4 -11anos)
Urina
Proteinas 50mg/kg/dia ou 40mg/m2 = (descartar S.
nefrótico)
Proteina total 10 - 140mg/l (÷10=mg/dl) 1 - 14mg/dl
50 - 80mg/24h
Quantidade da Urina normal: lactente 3-4 ml/kg/h (adulto 1 ml/kg/h),
anuria <0,5 ml/kg/h, oliguria 0,5-1 ml/kg/h, poliuria >5 ml/kg/h