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Narrador (Chefe de clã)- Quando o Rei Liodagão deu a escolher a Artur o melhor presente que
existisse o seu Reino de Carmélida, este não escolheu castelos, nem palácios, nem terras com
gado e cavalos, nem tesouros ou pedras preciosas. Artur, a quem o Rei já tinha dado como
esposa a bela princesa Guinevere, sua filha, ouviu o conselho do Mago Merlin:
Caminheiro- Vosso pai de gloriosa memória, el-rei Utário, deixou a vosso sogro uma távola que
tinha virtudes extraordinárias. À sua roda se juntava a flor da cavalaria desse tempo e a ela se
devia a paz de que o reino gozava. Pedi-lhe, senhor, que herdeiro sois!
A corda enrolada tem lugar reservado a cada caminheiro e a cada noviço que vai passar para a
IVª secção. Cada lugar é assinalado por uma flâmula vermelha onde está escrito o nome e a
virtude que o caminheiro escolheu para lema da sua própria vida e que vai dar sentido ao seu
projeto pessoal de vida. As flâmulas dos noviços só têm o nome; eles, depois de aceites pelo
Clã, é que escolherão a virtude.
Narrador (Chefe de clã)- Quando Liodagão de Carmélida perguntou a Artur qual a coisa mais
bela e preciosa que ele queria, ele respondeu:
Narrador (Chefe de clã)- Escolheu a Távola Redonda e, quando regressou à sua Pátria, ia feliz;
levava uma bela esposa e a Távola Redonda. Escolheu-a não por ser uma mesa de madeira,
robusta, mas pelas suas maravilhosas virtudes, pelo seu simbolismo e significado; representava
a união, a paz, o esforço conjunto de todos, o assumir de cada um, sem distinção ou privilégio,
da prática das virtudes, orgulho simples e honra da cavalaria. Cada vez que um cavaleiro
tomava assento no lugar que lhe estava reservado na Távola Redonda, por cima da sua cabeça,
fazia-se luz, iluminando o seu nome, a honra e virtude do dono do lugar. Assim, quando o bom
cavaleiro Galaaz surgiu perante o Rei Artur, este quis saber quem era e o que queria. Ele
respondeu:
Caminheiro- Sou Galaaz, meu senhor, e queria a esmola de um lugar à vossa mesa!
Nesta altura, o chefe da IIIª pega na ponta da corda que está enrolada em frente dos
caminheiros e começa a passar por entre os pioneiros; os noviços, logo que passa a corda,
fixam-se no lugar respetivo; o mesmo acontece com os caminheiros.
Narrador (Chefe de clã)- Os caminheiros e os noviços que vão ser acolhidos no lã, não vão
ocupar lugares à mesa de carvalho da Bretanha, nem lhes estará reservada a missão de
demandar o Santo Graal, Vaso Sagrado onde foi recolhido o último sangue de Cristo. Mas
tocar-vos-á um lugar na távola redonda que esta corda, profunda e simbolicamente,
representa a missão de dar sentido ao sacrifício do Redentor. Não haverá holofotes sobre os
vossos nomes e as vossas virtudes não serão glória vã! A luz que iluminava o nome e as
virtudes dos cavaleiros de Artur é a mesma que nos há-de iluminar pela vida fora: é a luz do
Espírito!
Lei e princípios
Pioneiros Caminheiros
1º O escuta orgulha-se da sua fé e por ela orienta a sua vida. Amor a Deus
10ª O escuta é puro nos pensamentos, nas palavras e nas ações. Pureza
Narrador (Chefe de clã)- A corda fecha-se, tal como a serpente enrolada, a pescada de rabo
na boca, o parafuso sem fim, a espiral do cigarro, o fim colocado no princípio: o símbolo da
eternidade e perenidade dos valores. Nada é novo, mas recriado pelo espírito, pela vossa
inteligência e pelo trabalho das vossas mãos.
-“A patrulha do cavaleiro acompanhava-o sempre, tanto nos grandes perigos, como nos
pequenos, e todos os seus membros aspiravam a realizar o mesmo ideal que o seu chefe, a
saber: a honra era sagrada; eram leais a Deus, ao Rei e à Pátria. Eram especialmente corteses e
delicados para todas as mulheres e crianças e para com os fracos. Auxiliavam a todos.
Repartiam comida e dinheiro com os que precisavam e eram poupados para procederem
assim. Adestravam-se no manejo das armas para defenderem a religião e a pátria contra os
inimigos. Mantinham-se fortes, ativos e sãos para poderem fazer tudo isto. Os escuteiros não
podem fazer nada melhor que seguir o exemplo dos cavaleiros.”
O clã tem um compromisso sério, para ser levado a sério: a carta de clã que vós, noviços, ides
receber. Ela consagra os valores do Escutismo, do caminheirismo e da Antiga Cavalaria. É
também um código de cavaleiros (e cavalheiros).
Os caminheiros vão colocando os símbolos do Clã no centro da corda. Ficam com um joelho em
terra e a vara ao alto.
Com a tenda, a mochila, o livro da palavra, o pão, animados pela luz e com a vara bifurcada do
serviço, (nesta altura, as varas são colocadas em direção ao centro) todos haveis de fazer
deste clã a cidade ideal de Camelot, o poderoso refúgio de todos os homens que não
são poderosos, mas têm esperança num mundo melhor; a cidade ideal que, não
estando situada em lado nenhum, está na mente e no coração de todos os homens
situados que, como vós, caminheiros e noviços, sonhais construir a cidade fraterna,
justa, humana e solidária onde os cavaleiros sentem que há.
Narrador (Chefe de clã)- Este é o desafio que vos deixo, como se fora testamento: a próxima
carta de clã, o projeto pessoal de vida que cada um deve escolher e honrar.
- Porquê?
- Porque vós sois caminheiros desta Távola Redonda e, tal como Sir Lancelote Do Lago, podeis
e deveis proclamar:
Flor da Fragância!