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CARTÃO DE ATIVIDADE II

Os imigrantes que têm


apenas...
a força braçal para oferecer são considerados como “indesejáveis”, sendo
classificados por esses países um custo social, os quais endurecem suas regras
migratórias a fim de evitá-los.

A esse respeito, Adela Cortina, escritora espanhola, em entrevista à British


Broadcasting Corporation (BBC) Mundo, posicionou-se da seguinte forma: “Não
rejeitamos estrangeiros se forem turistas, cantores ou atletas famosos,
rejeitamos se forem pobres” (CORTINA, 2020, on-line).

Podemos observar que o "mundo sem fronteiras" difundido pela globalização


não é pleno, muito pelo contrário, é excludente, dispondo de oportunidades
suficientes para atender todas as demandas que, a princípio, deveria atender,
havendo uma seleção de trabalhadores por nível de qualificação.

Fuga de cérebros, "Brain Drain"


O movimento que leva profissionais qualificados a saírem do seu local de
origem em busca de melhores oportunidades é conhecido como Brain
Drain, termo em inglês que significa "Fuga de Cérebros", fazendo referência a
emigração massiva de pessoas com aptidões altamente qualificadas no seu
campo profissional.

Esse movimento, além de influenciar questões ambientais, culturais e


econômicas, tem impacto no perfil da composição social dos territórios,
conforme retrata a obra “Operários”, de Tarsila do Amaral.
Observamos que a configuração originária do povo brasileiro entrelaça os povos
indígenas, africanos e portugueses, destacando-se ainda a contribuição dos
imigrantes de diversos países que contribuíram para a miscigenação da
população brasileira. Convido você a assistir o documentário a seguir, que trata
da cidade e migrações.

No episódio “Cidade e migrações”, da série “A cidade no Brasil”, veremos a


combinação das diferentes culturas que fez com que as metrópoles do Brasil
acolhessem melhor as diferenças étnicas.

Na atualidade, uma parcela importante dos migrantes tem altos níveis de


escolaridade e qualificação — o que lhes dá a classificação de “migrantes
qualificados” ou mão de obra internacional qualificada. Estes profissionais, a
depender das condições que encontram para se fixar, podem alterar
drasticamente os níveis de competitividade do país receptor (BASTOS; MAGESTE,
2018).

Assista:

htps://www.youtube.com/watch?v=98x3SSUITJM
Diante da nova conjuntura global, o movimento migratório, que, até a década de 1970,
era caracterizado por um perfil imigrante associado à mão com baixa qualificação, se
transformou, demandando um perfil de imigrantes com alto grau de escolaridade, que
já não são mais aqueles que se deslocam dispondo de mão de obra para trabalho
intensivo, mas para o trabalho qualificado.

Com isso, esses profissionais migram em busca de melhor remuneração, mas


também de investimentos e incentivos em pesquisas científicas, como
laboratórios modernos e reconhecimento da sua importância para a inovação
em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Menos investimentos em ciências


Desigualdades científicas
Desigualdade de gênero

Vale destacar que a queda dos investimentos públicos em pesquisa no Brasil


tem estimulado a fuga de cérebros do país. Essa evasão é influenciada pela
diminuição de incentivos e de bolsas de estudo. Além disso, há um discurso que
busca desqualificar e gerar falta de credibilidade na ciência para o
desenvolvimento de trabalhos científicos.

Perguntas norteadoras:
1. Quais são os principais desafios enfrentados pelos imigrantes considerados "indesejáveis"
nos países receptores?
2. Como a globalização, apesar de difundir a ideia de "mundo sem fronteiras", acaba sendo
excludente em relação aos trabalhadores menos qualificados?
3. O que é o "Brain Drain" e como ele impacta os países de origem dos profissionais qualificados
que emigram?
4. Como a miscigenação influenciou a configuração originária do povo brasileiro?
5. Quais são os principais motivos que levam os profissionais qualificados a migrarem em busca
de melhores oportunidades?
6. Como a queda dos investimentos públicos em pesquisa no Brasil tem contribuído para a fuga
de cérebros do país?
7. Quais são os possíveis efeitos da fuga de cérebros na competitividade e no desenvolvimento dos
países de origem?
8. Quais são as desigualdades científicas e de gênero relacionadas à migração e à fuga de cérebros?

Essas perguntas podem ajudar a estimular uma discussão profunda e reflexiva sobre as
complexidades da migração e da fuga de cérebros na atualidade.

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