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Neste módulo vocês deverão ler o material aqui anexado e, em seguida,

deverão fazer um texto, de até três laudas, indicando as possíveis estratégias


de Conservação para uma espécie ou raça de sua escolha.

A atual situação global requer tomadas de decisão urgentes para


reverter os processos de extinção em massa de milhares de espécies. Como
forma de mostrar a importância de ações conjuntas neste processo, o conceito
de Conservação Única (One Conservation) surge como uma nova proposta de
integração da sustentabilidade, conservação in situ e ex situ para a restauração
de ecossistemas.
De acordo com as Nações Unidas, estamos iniciando a década de
restauração de ecossistemas e em associação com as diretrizes da União
Internacional para a Conservação da Natureza, podemos somar esforços na
conservação do planeta. A sobrevivência de muitas espécies de animais
selvagens depende do manejo das populações atualmente mantidas em
condições ex situ (sob cuidados humanos). Para facilitar a troca de material
genético entre as populações in situ e ex situ, as biotécnicas reprodutivas têm
se tornado uma grande ferramenta, possibilitando a restauração das espécies
em seus ambientes naturais.
Para que a conservação efetiva ocorra, deve haver uma visão integrada
do problema como um todo, e as ações para as soluções devem ocorrer em
conjunto com as diferentes esferas da sociedade. Mais ainda, a conservação
deve ser realizada pelo setor público, pelo setor privado, pelo terceiro setor e,
não menos importante, pelo setor agrícola.
Nos últimos tempos estratégias de conservação da fauna brasileira
estão sendo tomadas através da criopreservação e armazenamento de
germoplasma em bio-bancos (Machado et al., 2016). A troca genética entre
populações in situ e ex situ pode ser facilitada por biotecnologias reprodutivas,
como a inseminação artificial, a fertilização in vitro, a transferência de embriões
e até a clonagem e transgenia. O desenvolvimento dessas biotecnologias são
fundamentais para permitir seu uso como ferramenta para reconstruir o
equilíbrio em números de animais para tais espécies ameaçadas de extinção.
O desenvolvimento de biotecnologias reprodutivas para espécies de
animais selvagens abrange três temáticas principais: o conhecimento básico da
espécie (por exemplo, fisiologia reprodutiva, comportamento reprodutivo e
copulatório); biotecnologias no macho (por exemplo, colheita eficiente de
sêmen e criopreservação); e biotecnologias na fêmea (por exemplo, técnicas
de inseminação, colheita de oócitos e produção de embriões in vitro).
Bancos de germoplasma estão sendo criados em todo o mundo para
armazenar material biológico de várias espécies mantidas tanto in situ quanto
ex situ. Isso pode garantir a preservação de espécies raras e ameaçadas no
futuro. Uma vez que a reprodução pode ser realizada sem a necessidade de
transporte do animal, o bio-banco pode proteger espécies e permitir a
reprodução direcionada (diminuindo a disseminação de doenças, eliminando
incompatibilidades genéticas).
Embora essas biotecnologias sejam extremamente promissoras para a
conservação das espécies, é importante notar que muitas delas ainda não
foram bem-sucedidas em animais livres.
Em 2018 foi criado o APA Sauim-de-Manaus pelo prefeito Arthur Virgílio
Neto, em parceria com o Ministério Público Federal e órgãos ambientais
estaduais e federais. A unidade de conservação foi a primeira do Brasil,
instituída em área urbana, com finalidades preservacionistas e foco voltado
para uma espécie específica da fauna silvestre ameaçada de extinção.
Além disso outras ações também foram citadas, a exemplo da
mobilização em torno de um concurso-prêmio para a escolha da mascote da
cidade de Manaus, a produção de um VT de animação amplamente divulgado
na mídia local e o enriquecimento florestal de áreas degradadas da cidade,
juntamente com as ações constantes de cunho educativo. Demonstrando que a
ferramenta digital atualmente é de extrema importância.
Dessa maneira, a criação da APA, bem como a ampliação das áreas
protegidas municipais, representa uma possibilidade real de diminuir o impacto
sobre a espécie, garantindo ambiente saudável para sua existência,
contribuindo assim para a redução da ameaça de extinção.
Segundo informações da prefeitura de Manaus, a partir da criação da
APA Sauim de Manaus foi possível reforçar a proteção a um território urbano
de aproximadamente 1.050 hectares, formando um mosaico de áreas
protegidas onde ocorre o sauim-de-coleira, espécie eleita mascote da cidade
com a denominação Sauim-de-Manaus. Esse mosaico inclui o Parque
Municipal do Mindu, o Corredor Ecológico Urbano do Igarapé do Mindu, o
Parque Estadual Sumaúma e a Reserva Adolpho Ducke, tendo como
delimitação os igarapés do Geladinho e Goiabinha, e suas respectivas margens
(Áreas de Preservação Permanente), além de áreas verdes de loteamentos
habitacionais como Cidade Nova, Loteamento Nascentes das Águas Claras,
Parque das Garças, Renato Souza Pinto I e II, Ribeiro Júnior, Vila da Barra,
Galileia, Nova Cidade, Vila Real, Riacho Doce II e III, Francisca Mendes I e II e
Jardim Canarana.
Ademais, os planos de ação nacionais têm sido uma das principais
ferramentas do ICMBio, para promover a recuperação de espécies, sempre
elaborados e implementados em parceria com diversas instituições e
pesquisadores. O Plano de Ação Nacional para a Conservação do
Sauim-de-Coleira tem como objetivo geral promover a conservação do
sauim-de-coleira e de seu habitat, implementando ações para reverter a atual
tendência de declínio populacional da espécie.
REFERÊNCIAS

Machado LC, Oliveira VC, Paraventi MD, Cardoso RNR, Martins DS, Ambrósio
CE. Maintenance of Brazilian Biodiversity by germplasm bank. Pesqui.
Veterinária Bras. 36(1):62–6, 2016.

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