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Saúde Digital: relatório qualitativo de inovações tecnológicas com potencial de


melhorar o acesso da população à saúde

Research · April 2024


DOI: 10.13140/RG.2.2.35930.15046

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1 author:

Edinisia de Oliveira
Instituto de Pesquisas Tecnológicas
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TCC
MBA INTERNACIONAL EM: GESTÃO
DE TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

SAÚDE DIGITAL: RELATÓRIO QUALITATIVO DE INOVAÇÕES


TECNOLÓGICAS COM POTENCIAL DE MELHORAR O ACESSO DA
POPULAÇÃO À SAÚDE.

EDINISIA DA SILVA DE OLIVEIRA


PROF. DR. MARCOSIRIS AMORIM DE OLIVEIRA PESSOA

2024
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Edinisia da Silva de Oliveira

Saúde Digital: relatório qualitativo de inovações tecnológicas com potencial de


melhorar o acesso da população à saúde

São Paulo
2024
Edinisia da Silva de Oliveira

Saúde Digital: relatório qualitativo de inovações tecnológicas com potencial de


melhorar o acesso da população à saúde

Monografia apresentada ao Instituto de


Pesquisas Tecnológicas do Estado de São
Paulo - IPT, como parte dos requisitos para a
conclusão do curso de MBA Internacional de
Gestão de Tecnologia e Inovação.

Data da aprovação: 01/03/2024

___________________________________
Prof. Dr. Marcosiris Amorim de Oliveira
Pessoa (Orientador)
Docente Convidado da USP – Universidade
de São Paulo

Membros da Banca Examinadora:

Prof. Dr. Marcosiris Amorim de Oliveira Pessoa (Orientador)


Docente Convidado da USP – Universidade de São Paulo

Prof. Dr. Francisco Yastami Nakamoto (Membro)


IFSP– Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

Prof. Dr. Jorge Rodolfo Beingolea Garay (Membro)


Coordenador do Curso de MBA Internacional de Gestão de Tecnologia e Inovação
Edinisia da Silva de Oliveira

Saúde Digital: relatório qualitativo de inovações tecnológicas com potencial de


melhorar o acesso da população à saúde

Monografia apresentada ao Instituto de


Pesquisas Tecnológicas do Estado de São
Paulo - IPT, como parte dos requisitos para a
conclusão do curso de MBA de Gestão de
Tecnologia e Inovação.

Orientador: Prof. Dr. Marcosiris Amorim de


Oliveira Pessoa

São Paulo
Março/2024
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a minha família e todos meus amigos próximos.

Agradeço aos meus colegas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, por


proporcionarem insights e trocas enriquecedoras.

Agradeço ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, pela oportunidade de fazer


este MBA.

Agradeço ao Ensino Tecnológico do Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, pelo


suporte durante esta jornada do MBA.

Agradeço à coordenadora Prof.ª Dra. Claudia Armas pelo apoio e dedicação durante
o MBA.

Agradeço ao coordenador Prof. Dr. Jorge Rodolfo Beingolea pela colaboração no


período da monografia.

Agradeço ao meu colega Eng.º Leonardo Morais de Souza, pela troca de


conhecimentos acerca do estado da arte.

Um agradecimento especial ao meu orientador Prof. Dr. Marcosiris Amorim de


Oliveira Pessoa por gentilmente ter me orientado e me ajudado no decorrer deste
presente trabalho, me dando todo suporte necessário.

Gratidão a Deus por sempre iluminar os meus caminhos e por mais essa vitória!
RESUMO

A Medicina Digital é uma área ampla, que engloba a telemedicina e também outras
tecnologias que impactam diretamente a qualidade de vida dos pacientes e a
qualidade do trabalho dos profissionais. Há muitas oportunidades e também desafios
a serem superados, como o acesso da população às novidades tecnológicas da
área da saúde. O objetivo do presente trabalho é apresentar inovações tecnológicas
com potencial de melhorar o acesso da população brasileira à saúde digital. Com
este objetivo, foi feito uma análise sobre as estratégias da saúde digital no Brasil e
das tecnologias que estão impactando e propiciando serviços médicos mais ágeis,
eficientes, humanizados. Ao final da pesquisa, foram apresentadas algumas
soluções que poderão minimizar a falta de acesso da população à saúde digital. O
presente trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica em fontes secundárias,
com abordagem metodológica qualitativa. As soluções apresentadas poderão ser
testadas e aplicadas na prática em um projeto futuro.

Palavras Chave: saúde digital; medicina digital; jornada do paciente; inovações


tecnológicas na saúde, telessaúde.
ABSTRACT
Digital Health: qualitative report on technological innovations with the potential
to improve the population’s access to healthcare

Digital Health is a broad area, which encompasses telemedicine and other


technologies that directly impact the quality of life of patients and the quality of work
of professionals. There are many opportunities and also challenges to be overcome,
such as the population's access to technological innovations in the health sector. The
objective of this work is to present technological innovations with the potential to
improve the Brazilian population's access to digital health. With this objective, an
analysis was made of digital health strategies in Brazil and the technologies that are
impacting and providing more agile, efficient and humanized medical services. At the
end of the research, some solutions were presented that could minimize the
population's lack of access to digital health. The present work consists of a
bibliographical research in secondary sources, with a qualitative methodological
approach. The solutions presented can be tested and applied in practice in a future
project.

Keywords: digital health; digital medicine; patient journey; technological innovations


in health, telehealth.
Lista de ilustrações

Figura 1 Três etapas para a implementação da Interoperabilidade 16


Figura 2 Sistema de Realidade Virtual para Laparoscopia 21
Figura 3 Modelos 3D dos animais barata e escorpião (fobias) 22
Figura 4 Modelo de coluna cervical alta impresso em resina plástica 23
Figura 5 Guia adaptado sobre a vértebra com a perfuração com fio 23
guia
Figura 6 Cirurgia Robótica 24
Figura 7 Diferenciais da cirurgia robótica 25
Figura 8 Rede RNDS 26
Figura 9 Estados com menor cobertura móvel da tecnologia 4G 30
Figura 10 Principais tendências emergentes de saúde digital 33
Figura 11 O alcance da saúde digital HCFMUSP no Brasil 34
Figura 12 Cluster de autores 39
Figura 13 Cluster de keywords (palavras chave) 40
Foto 1 Realidade Aumentada na Saúde 20
Gráfico 1 Estabelecimentos de saúde com sistema eletrônico para 28
registro das informações dos pacientes
Lista de abreviaturas e siglas

ANS Agência Nacional de Saúde Suplementar


ANPD Autoridade Nacional de Proteção de Dados
ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações
CETIC Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da
Sociedade da Informação
CFM Conselho Federal de Medicina
CRM Conselho Regional de Medicina
CGI.br Comitê Gestor da Internet do Brasil
DATASUS Departamento de Informática do SUS
ESD Estratégia de Saúde Digital
ESF Estratégia Saúde da Família
FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz
HCFMUSP Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial de Saúde
OPAS Organização Pan-Americana de Saúde
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PNIIS Política Nacional de Informação e Informática em Saúde
RNDS Rede Nacional de Dados em Saúde
SCNES Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
SDB Saúde Digital Brasil
SIA Sistema de Informação de Produção Ambulatorial
SIH Sistema de Informações Hospitalares
SIOPS Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde
SUS Sistema Único de Saúde
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 10
1.1 Problema 11
1.2 Justificativa 11
1.3 Objetivos 11
1.4 Estrutura do Trabalho 12

2 REFERENCIAL TEÓRICO 13
2.1 Digitalização da Saúde 13
2.2 Inteligência Artificial na Saúde 14
2.2.1 Interoperabilidade na Saúde 15
2.3 IoT na Saúde 16
2.3.1 Tecnologia 5G e IoT na Saúde 17
2.4 Saúde Digital Móvel 18
2.5 Tecnologias Vestíveis (wearables) na Saúde 19
2.6 Realidade Aumentada, Realidade Virtual e 3D na Saúde 19
2.7 Cirurgia Robótica 24
2.8 Estratégia de Saúde Digital para o Brasil 2028 25
2.8.1 Consolidação Formal da Estratégia da Saúde Digital 27
2.9 A presença da Internet nos Estabelecimentos de Saúde 27
2.9.1 A importância da Internet para o acesso à Saúde 29
2.9.2 Literacia Digital em Saúde 30
2.9.3 Segurança de Dados dos Pacientes 31
2.9.4 Tendências rumo à Saúde Digital 32

3 METODOLOGIA 35
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 41
4.1 Resultados e Discussões sobre Estratégias da Saúde Digital no Brasil 41
4.2 Resultados e Discussões sobre Inovações Tecnológicas na Saúde 43
5 PROPOSTA SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS E ESTRATÉGICAS NA SAÚDE 47
6 CONCLUSÕES 49
REFERÊNCIAS 51
10

1 INTRODUÇÃO

A inovação na esfera digital está acontecendo em uma escala sem


precedentes. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2024), as
tecnologias digitais atualmente são parte integrante na vida da população
mundial. No entanto, a sua aplicação para melhorar a saúde das populações
permanece em grande parte inexplorada e há uma imensa margem para a utilização
de soluções digitais de saúde.
No Brasil, as inovações tecnológicas da saúde digital vêm transformando a
interação entre profissionais de saúde e pacientes. Foram realizados mais 7,5
milhões de atendimentos, por mais de 52,2 mil médicos, via telemedicina no Brasil,
entre 2020 e 2021. O percentual das chamadas primeiras consultas foi de 87%
(Saúde Digital Brasil, 2021).
As tecnologias de informação e comunicação (TICs) apresentam novas
oportunidades e também desafios para a consecução dos 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável. Existe um consenso crescente na comunidade global
de saúde de que a utilização estratégica e inovadora de tecnologias de informação e
comunicação digitais e de ponta será essencial para garantir que bilhões de pessoas
se beneficiem da cobertura universal de saúde, com melhor proteção acerca de
emergências de saúde e com possibilidade de desfrutar de melhor saúde e bem-
estar (OMS, 2021).
Para Kur, Pinho e Silva (2023), a utilização de TICs na saúde alterou o fluxo
e a velocidade das informações, pois inseriu novas dinâmicas e novas rotinas para
os profissionais de saúde. Como a digitalização de prontuários, a troca de
informações e validações de diagnósticos, a emissão de laudos e o monitoramento
de pacientes à distância e a realização de cirurgias assistidas utilizando robôs com
médicos e equipes trabalhando à distância.
A saúde digital também pode ser preditiva, podendo ajudar bilhões de
pessoas na prevenção de doenças. Para o Forum Econômico Mundial (2024), a
medicina de precisão permite o uso de informações sobre os genes e o ambiente de
um paciente. Esses dados podem ajudar médicos e cientistas a identificar ou prever
doenças com mais precisão, retardar ou prevenir o aparecimento de doenças e
desenvolver um tratamento mais eficaz.
11

O presente trabalho tem o objetivo de criar um relatório qualitativo de


inovações tecnológicas com potencial de melhorar o acesso da população à Saúde
Digital.

1.1 Problema

Uma das maiores vantagens das tecnologias digitais é a rapidez com que
uma informação consegue chegar às pessoas do mundo inteiro. O mesmo acontece
na área da saúde. Escalar o acesso aos serviços de saúde, com sustentabilidade,
com ampliação da oferta de soluções de qualidade e de forma humanizada para a
população em todo o território nacional, ainda é um desafio.
Como melhorar o acesso da população brasileira aos benefícios das
inovações tecnológicas da saúde digital?

1.2 Justificativa

O setor de saúde no Brasil tem muitas lacunas a serem resolvidas, uma delas
é como melhorar o acesso da população à saúde. Neste contexto, a saúde digital
poderá ser estratégica para melhorar a jornada do paciente. O presente projeto
torna-se relevante pelo fato de pesquisar acerca das inovações tecnológicas
aplicadas à saúde e também sobre as estratégias governamentais adotadas para
minimizar os problemas de acesso à saúde digital.

1.3 Objetivos

O objetivo geral do presente trabalho é desenvolver um relatório qualitativo de


inovações tecnológicas com potencial de melhorar o acesso da população brasileira
à saúde. Espera-se com o resultado atingir os seguintes objetivos específicos:

▪ Descobrir possíveis gargalos que podem estar dificultando o acesso da


população à saúde;
▪ Identificar estratégias que poderão minimizar a falta de acesso da
população brasileira às inovações tecnológicas;
12

▪ Propor algumas soluções tecnológicas que poderão contribuir para


melhorar o acesso da população à saúde.

1.4 Estrutura do Trabalho

O presente trabalho está estruturado em 6 capítulos. O primeiro capítulo


apresenta a introdução, justificativa, problema e objetivos. O segundo capítulo
apresenta a fundamentação teórica acerca de inovações tecnológicas na saúde e
das principais estratégias governamentais adotadas em saúde digital no Brasil. O
terceiro capítulo apresenta a metodologia adotada neste trabalho. O quarto capítulo
apresenta os resultados e discussões da pesquisa. O quinto capítulo apresenta a
proposta de soluções tecnológicas e estratégicas na saúde. O sexto capítulo
apresenta as conclusões da pesquisa.
13

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo tem como objetivo estabelecer uma discussão acerca dos
assuntos que norteiam a fundamentação teórica para a monografia proposta. Serão
apresentadas discussões sobre a digitalização da saúde, e como as inovações
tecnológicas estão impactando a jornada do paciente. O trabalho busca minimizar o
problema de pesquisa a partir da seleção de conceitos e projetos específicos sobre
a saúde digital e das principais estratégias adotadas pelo Brasil para melhorar o
atendimento da população através da saúde digital.

2.1 Digitalização da Saúde

Os sistemas de saúde em todo o mundo estão adotando a tecnologia digital


na jornada do paciente, devido às rápidas melhorias em capacidades como
inteligência artificial, dispositivos conectados, análise de dados e terapêutica digital.
De acordo com um estudo realizado pela Global Market Insights (2023), o mercado
mundial da telemedicina em 2022 foi de US$ 71,5 bilhões, sendo a participação do
segmento de teleconsultas em US$ 29,5 bilhões. A projeção do mercado mundial da
telemedicina para 2032 é de US$ 244,21 bilhões.
No Brasil, com a aprovação da Lei nº 13.989/2020 durante a pandemia, o
número de atendimentos por telemedicina aumentou, garantindo e ampliando o
acesso à assistência de saúde em todo o país. Dos 7,5 milhões de atendimentos
através da telemedicina, 75 mil foram essenciais para o salvamento de vidas entre
2020 e 2021, devido aos casos urgentes (SDB, 2021).
Atualmente a Lei 14.510/22 autoriza e traz o conceito da telessaúde em todo
território nacional. Publicada no Diário Oficial da União, a nova Lei abrange todas as
profissões da saúde regulamentadas, e considera a telessaúde uma modalidade de
prestação de serviços de saúde à distância, por meio de tecnologias da informação
e comunicação oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por instituições
particulares (DOU, 2022).
O setor de saúde tem muitos gargalos a serem resolvidos, como melhorar o
próprio uso de tecnologias nos estabelecimentos de saúde em todo território
nacional e propiciar a interoperabilidade entre as instituições de saúde. Diante deste
14

contexto, as inovações tecnológicas aplicadas à saúde podem melhorar a qualidade


de vida dos brasileiros quando alinhadas às estratégias da saúde. Lachman et al.
(2021), defendem a coprodução em saúde, observando que a coprodução não
tradicional traz a tecnologia como saúde digital e inteligência artificial, desafiando os
paradigmas atuais de prestação de serviços.
Observa-se que as soluções digitais são apenas ferramentas de uma cultura
de qualidade e segurança, com o propósito de fornecer alta qualidade, cuidado
centrado nas pessoas e cobertura de saúde universal. Do contrário, serão apenas
ferramentas caras (Lachman et al., 2021).

2.2 Inteligência Artificial na Saúde

Segundo os autores Pilger, Rocha e Silveira (2023), a inteligência artificial (IA)


são sistemas de computadores que simulam ou exibem um aspecto específico da
inteligência humana, ou comportamento inteligente, como aprendizado, raciocínio e
resolução de problemas. A inteligência artificial compreende outras tecnologias,
como uma série de processos e comportamentos inteligentes, gerados por modelos
e algoritmos computacionais.
Os autores fizeram uma revisão integrativa sobre a utilização de algoritmos de
machine learning (ML) nas atividades realizadas por farmacêuticos clínicos no
cuidado ao paciente, concluindo que a aplicação dos algoritmos na área de farmácia
clínica ainda é discreta, com oportunidades de compreender e melhorar a
assistência ao paciente e prática clínica (Pilger, Rocha e Silveira, 2023).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2021), a inteligência
artificial pode aumentar a capacidade dos prestadores de cuidados de saúde para
melhorar o atendimento aos pacientes, fornecer diagnósticos precisos, otimizar
planos de tratamento, apoiar na resposta às pandemias, informar as decisões dos
decisores políticos de saúde ou alocar recursos nos sistemas de saúde.
A inteligência artificial está sendo aplicada para preencher algumas lacunas e
para facilitar as operações. Para que a ferramenta seja eficaz, a gestão do
estabelecimento precisa ser eficiente, a começar pelo entendimento atual da jornada
do paciente, por meio de um processo criterioso. A partir desta premissa, a inovação
pode ser aplicada.
15

De acordo com a OMS (2021), a inteligência artificial (IA) tem um enorme


potencial para reforçar a prestação de cuidados de saúde e medicamentos, e ajudar
todos os países a alcançar cobertura universal de saúde. Isto inclui melhorar o
diagnóstico e os cuidados clínicos, melhorar a investigação em saúde e o
desenvolvimento de medicamentos, ajudar na implementação de diferentes
intervenções de saúde pública, tais como vigilância de doenças, resposta a surtos e
medidas de saúde.
De acordo com a CETIC (2022), em um universo de 120 mil estabelecimentos
de saúde pesquisados no Brasil, apenas 3.567 dos estabelecimentos de saúde
utilizam a Inteligência Artificial (IA), sendo 3.231 da rede privada.

2.2.1 Interoperabilidade na Saúde

A interoperabilidade na saúde é a comunicação entre os dados de sistemas


de empresas diferentes, por exemplo entre um hospital e um convênio médico. Para
melhorar a jornada do paciente, é importante facilitar a interoperabilidade,
assegurando que todas as informações sobre a saúde do paciente sejam
atualizadas constantemente, e principalmente com informações precisas (OMS,
2021; Economist Impact, 2023).
A Inteligência Artificial (IA) tem potencial para ajudar nesta interface. O
machine learning (ML), é capaz de reconhecer padrões, ser preditivo e capaz de
tomar decisões sem a interferência humana (Carvalho, Dias e Modolo, 2023).
Segundo a OMS (2021), a Inteligência Artificial (IA) poderá permitir que
países com poucos recursos diminuam as lacunas no acesso aos serviços de saúde,
inclusive onde em muitos casos os pacientes têm acesso restrito à profissionais de
saúde ou profissionais médicos. Os sistemas de IA devem ser concebidos para
refletir a diversidade dos contextos socioeconômicos e de cuidados de saúde, e ser
acompanhados com competências digitais, envolvimento comunitário e
sensibilização.
De acordo com os autores Rondina e Sciarra (2018), a análise de dados
facilita a identificação de pontos que devem ser melhor trabalhados e a realocação
estratégica da força de trabalho. Muitas organizações de saúde ainda não adotaram
a Interoperabilidade dos sistemas de saúde por não conhecerem o processo.
16

Diante deste cenário, os autores indicam três etapas para implementação da


Interoperabilidade nos sistemas de saúde, inseridos na Figura 1.

Figura 1 - Três etapas para a implementação da Interoperabilidade

Fonte: elaborado pela autora com base nos conceitos de Rondina e Sciarra (2018)

A Interoperabilidade poderá reduzir custos e eliminar deficiências através da


automatização de tarefas, oferecendo maior controle e agilidade do workflow (fluxo
de trabalho) e a redução do tempo.

2.3 IoT na Saúde

De acordo com Ameri et al., (2021), a Internet das Coisas (IoT) é um sistema
de dispositivos sem fio, interconectados e digitais que permitem coletar e armazenar
dados em uma rede, sem a necessidade de interações entre humanos ou entre
humanos e computadores.
A IoT desempenha um papel preditivo significativo na melhoria da saúde
hospitalar e do desempenho organizacional dos hospitais, devido à sua capacidade
de coletar sinais vitais dos pacientes e acumular parâmetros específicos
relacionados a doenças crônicas e comuns de forma contínua e periódica (Ameri et
al., 2021).
17

Um edifício monitorado por sensores IoT conectados a um sistema inteligente,


possibilita que os gestores tenham em tempo real, todas as condições estruturais,
climáticas, lotação de público em ambientes. Os autores Ferreira Neto et al. (2022),
através do método interdisciplinar para o desenvolvimento de tecnologias em saúde
(MIDTS), propuseram um sistema baseado em IoT para prevenção de quedas de
idosos em situação de home care (atendimento domiciliar).
Por meio de sensores de carga instalados nos pés das camas dos pacientes,
com a simulação do peso do paciente em seu leito, e possíveis movimentos os quais
ele mesmo poderá realizar, observou-se que o uso do dispositivo proposto será
capaz de prevenir um possível acidente por queda, ao acionar alarmes de
segurança (Ferreira Neto et al., 2022).
A IoT também pode contribuir no funcionamento de outras tecnologias, como
o metaverso. O metaverso é um conjunto de tecnologias conectadas à IoT e
blockchain associados com outras tecnologias, incluindo as tecnologias na área
médica (Bolan, Pozzebon e Sá Junior, 2023).
O metaverso pode ser considerado como um híbrido entre ambientes virtuais,
funciona como um mapa do mundo real, dentro do mundo virtual (Bolan, Pozzebon e
Sá Junior, 2023).

2.3.1 Tecnologia 5G e IoT na Saúde

A IoT inclui muitos aspectos da tecnologia dos quais o 5G poderá contribuir


para melhorar seu uso. Segundo Bolan, Pozzebon e Sá Junior (2023), as redes
atuais estão sendo sobrecarregadas com novos requisitos de serviços e muitos
dispositivos conectados, sendo necessário avançar em diversas áreas, como a
tecnologia 5G.
Conforme os autores Haque, Hasan e Zihad (2023), a 5G pode renovar as
tecnologias para mitigar problemas, como exemplo em uma situação de pandemia. A
integração de 5G e IoT melhora o serviço de telessaúde para verificar pacientes
remotamente por meio de comunicação massiva.
Os aplicativos 5G IoT suportam uma variedade de critérios de QoS, amplo
espectro de conexões sem fio e grandes quantidades de tráfego de dados.
Conforme Haque, Hasan e Zihad (2023), a tecnologia 5G impactará o IoT, e por
18

consequência as áreas afetadas pela IoT também terão impacto, como a Internet
das Coisas Médicas (IoMT).
As zonas rurais e outros locais isolados que carecem de serviços de saúde
adequados, poderão se beneficiar com a conectividade da Internet das Coisas. A
implementação de uma rede 5G na infraestrutura IoT representará um novo desafio
e também oportunidades de investigação.

2.4 Saúde Digital Móvel

Nos últimos anos, houve uma onda crescente de exemplos de aplicativos


para celular, dispositivos de iot (internet das coisas) para telemonitoramento e
sistemas para acompanhamento de pacientes crônicos, idosos, gestantes e
crianças. De acordo com Netto (2020), alguns aplicativos traziam algoritmos de
teletriagem baseados em inteligência artificial, integração com sistemas de
gerenciamento de pacientes, emprego do whatsapp e redes sociais, medidores com
wireless.
As primeiras empresas e startups a proporem soluções como aplicativos e
dispositivos para a jornada do paciente no Brasil, não tiveram muito sucesso
comercial. Para Netto (2020), os fracassos ocorrem quando não se vislumbra uma
importante contribuição para a jornada do paciente ou usuário. Esta jornada precisa
ser corretamente modelada a um nível adequado de adesão à solução digital, pois
sem isso, dificilmente ocorrerá com o passar do tempo.
Durante a pandemia, as consultas via aplicativos se tornaram a alternativa
mais segura para os cuidados da saúde, e em muitos casos, a única alternativa, seja
na saúde pública ou privada. O Ministério da Saúde (Brasil, 2020) regulamentou
ações de interação remota, atendimento pré-clínico, apoio ao cuidado, consultas
médicas, acompanhamento de tratamento e diagnóstico.
Foram milhões de atendimentos à distância, sendo práticas legais via Sistema
Único de Saúde (SUS). Neste contexto, houve uma ampla difusão de aplicativos
(apps) de internet móvel com escopo específico aos cuidados à saúde, prevenção
de doenças e acompanhamentos em saúde.
Para os autores Carvalho, Dias e Modolo (2023), existe uma variedade de
aplicativos para dispositivos móveis que são estratégias de saúde digital móvel
(mHealth) ofertando diversos serviços, como informações e monitoramento de
19

hábitos de saúde alimentar, física, sintomas de doenças, além de dicas e conselhos


médicos.

2.5 Tecnologias Vestíveis (wearables) na Saúde

O setor da saúde se beneficia com a tecnologia wearables, através da


possibilidade de monitorar a saúde física e mental das pessoas, detectando
precocemente problemas de saúde e permitindo o acompanhamento mais eficiente.
Segundo Ribeiro e Wiltgen (2023), a tecnologia vestível tem grande flexibilidade
para aplicação em projetos com sensores e comunicações, pois possibilita que os
dados das variáveis ambientais possam ser analisados, interpretados e
disponibilizados a sua atuação operacional segura.
De acordo com Ekiz et al. (2020), o wearables é um dispositivo tecnológico
que pode ser usado como acessório ou pode ser vestido, exemplos: relógios,
pulseiras, óculos, camisetas, coletes. Entre as funções do wearables, tem a
capacidade de monitorar a saúde através de sinais do corpo, como a verificação da
pressão sanguínea, a temperatura, os batimentos cardíacos, o sono.
Atualmente os smartwatches (relógios inteligentes) e smartbands (pulseiras
inteligentes) são os mais populares. A maioria das pulseiras está equipada com
sensor de fotopletismografia (PPG), que é um sensor que faz a medição de
frequência cardíaca baseada em um sinal obtido opticamente, podendo detectar
alterações no volume sanguíneo no leito microvascular do tecido (Ekiz et al., 2020,
p. 02).

2.6 Realidade Aumentada, Realidade Virtual e 3D na Saúde

A realidade aumentada (RA) amplia a compreensão de um determinado


contexto, permitindo que o usuário tenha informações relevantes sobre ele em
tempo real. Para os autores Fülber, Merlin e Rodrigues (2022), o uso da realidade
aumentada na saúde contribui para a realização de procedimentos, pois são melhor
realizados com o auxílio dessa tecnologia, como diagnósticos clínicos, pós-
operatório, reabilitação física e mental, terapias, triagem de pacientes, tratamento de
fobias.
20

Na saúde, a realidade aumentada permite aos cirurgiões uma visão


aumentada sobre partes internas do paciente, através da integração de elementos
digitais no ambiente físico. Como software, aplicativo de câmera de smartphone,
tablets ou óculos holográficos (Bolan, Pozzebon e Sá Junior, 2023).
Por meio da Realidade Aumentada (RA) na saúde, é possível ver detalhes do
corpo humano e treinar procedimentos de modo repetitivo e preciso. A Foto 1 traz a
representação do corpo humano utilizada em treinamentos.

Foto 1 – Realidade Aumentada na Saúde

Fonte: Phelcom, 2021

Na realidade virtual (RV) os participantes interagem com imagens projetadas,


manobram objetos virtuais e realizam atividades programadas na tarefa.
Proporcionando ao usuário uma sensação de imersão no ambiente simulado, criado
com hardware e software de computador (Lee et al., 2019).
Para os autores Kirner e Pinho (2023), durante uma cirurgia laparoscópica o
médico é obrigado a olhar para um monitor não podendo olhar para suas mãos, o
que exige um alto grau de destreza e uma capacidade de coordenação entre olhos e
mãos, não trivial. Estas habilidades, são obtidas com muito treinamento. Para os
autores, o grande mercado das cirurgias minimamente invasivas (CMI), unido com a
necessidade de treinamento intensivo, resultam em uma oportunidade para a
aplicação de realidade virtual.
Na Figura 2, os autores Kirner e Pinho (2023) trazem a representação do
primeiro sistema comercial produzido com o objetivo de "Sistema de treinamento e
21

ensaio". Neste sistema o usuário veste um HMD (abreviação de head-mounted


display ou dispositivos montados na cabeça) de alta resolução, que é ligado a uma
estação gráfica de alta performance (100.000 polígonos/s). Um software de
simulação cria um paciente virtual e exibe no HMD as imagens da câmera
laparoscópica sem que o médico precise "tirar o olho do paciente".

Figura 2 – Sistema de Realidade Virtual para Laparoscopia

Fonte: Kirner e Pinho, 2023

Também como exemplo do uso de realidade virtual na medicina, o projeto


para cirurgias endoscópicas desenvolvido no Institute of Microengeneering at the
Swiss Federal Institute of Technology at Lausaunne (EPFL), que tem o objetivo de
treinar cirurgiões com pacientes virtuais (Kirner e Pinho, 2023).
Outro objetivo do projeto é permitir que por meio de modelo virtual de um
órgão criado a partir do órgão do paciente a ser operado, possa ser manipulado
várias vezes antes da cirurgia real (Kirner e Pinho, 2023).
As Tecnologias de Realidade Aumentada e Realidade Virtual apresentam
potencial no campo da medicina, tanto para cirurgias reais ou treinamentos de
profissionais da saúde, quanto para os casos de reabilitação de pacientes. De
acordo com os autores Souza Filho e Thitany (2022), a combinação do protocolo de
reabilitação com o uso de novas tecnologias pode propiciar melhores projeções de
resultados para a reabilitação.
As novas tecnologias utilizadas neste processo de reabilitação são a
robótica, interfaces computacionais do cérebro, estimuladores cerebrais não
invasivos, neuropróteses, dispositivos wearables para análise de movimento, tablet
para reabilitação neurológica e realidade virtual (Souza Filho e Thitany , 2022).
22

No Brasil, o Centro de Inovação e Educação em Saúde do Hospital Alemão


Oswaldo Cruz (2021) criou um software que unifica o uso das realidades virtual e
aumentada, para uso no planejamento pré-operatório, intra e pós-operatório.
O software funciona nas duas plataformas e cria uma experiência unificada de
planejamento e apoio para o cirurgião. Dessa forma, é possível ter acesso digital aos
órgãos do paciente, localizar e visualizar lesões, identificar órgãos adjacentes que
podem estar afetados, além de verificar qual a melhor abordagem cirúrgica (Hospital
Oswaldo Cruz, 2021).
A realidade mista integrada ao centro cirúrgico, possibilita à equipe médica
realizar o seu planejamento em tempo real, no momento da cirurgia. Através de
óculos de realidade aumentada, e tecnologia “hands free” (sem uso de controles),
comandada por voz e gestos de mãos (Hospital Oswaldo Cruz, 2021).
De acordo com Azar, Lamounier e Lopes (2022), a realidade aumentada (RA)
e virtual (RV) também estão sendo utilizadas em tratamentos de fobias para a
Dessensibilização Sistemática aplicadas a Terapia Cognitivo-Comportamental
(TCC). As duas tecnologias em conjunto podem proporcionar melhoria na
percepção e na interação do usuário, além de melhorar a sensação de realidade ao
inserir elementos virtuais no ambiente real (Azar, Lamounier e Lopes, 2022).
A Figura 3 representa os modelos 3D de animais que foram desenvolvidos
pelos autores para exemplificar.

Figura 3 – Modelos 3D dos animais barata e escorpião (fobias)

Fonte: Azar, Lamounier e Lopes, 2022

A tecnologia de impressão 3D abre caminhos para novas possibilidades na


Saúde. Segundo Nanni et al. (2019), a fixação de coluna cervical alta pode
representar um desafio para os cirurgiões de coluna, devido à anatomia complexa e
aos riscos de lesão vascular e medular. Os autores defendem que recentes avanços
23

permitem o desenvolvimento de métodos para a adaptação de parafusos de massa


lateral com auxílio de impressão 3D. A Figura 4 representa a coluna cervical alta em
resina plástica.

Figura 4 - Modelo de coluna cervical alta impresso em resina plástica

Fonte: Nanni et al., 2019

O experimento proposto por Nanni et al. (2019), desenvolve os guias


paciente-específicos com o auxílio da impressora 3D, o que pode permitir maior
precisão. Além da fácil aplicação, podem trazer benefícios para a adaptação de
parafusos em massa lateral de C1 e fornecer um trajeto seguro para os parafusos. A
Figura 5 traz o Guia adaptado sobre a vértebra com a perfuração com fio-guia já
feita.

Figura 5 - Guia adaptado sobre a vértebra com a perfuração com fio-guia

Fonte: Nanni et al., 2019


24

2.7 Cirurgia Robótica

A cirurgia robótica é um procedimento inovador na área da saúde, ela


acontece através da manipulação de instrumentos pelos braços do robô sob
comando do cirurgião. Esta tecnologia disruptiva vem se destacando em cirurgias
oncológicas em geral, porém também é utilizada em casos não oncológicos. Para os
autores Santana et al. (2022), a cirurgia robótica possibilita a redução de
sangramentos, dores ou risco de infecção pós procedimento, menor tempo de
internação, devido ao procedimento realizar cortes menos invasivos, com pequenas
incisões.
No Brasil, o Centro de Excelência em Cirurgia Robótica do Hospital Israelita
Albert Einstein tornou-se o primeiro serviço da América Latina a receber a
certificação internacional de qualidade (Einstein, 2022). O primeiro procedimento no
país foi realizado pelo Einstein, em março de 2008, beneficiando milhares de
pacientes ao longo destes 16 anos.
Foram feitas cirurgias nas áreas de Urologia, Ginecologia, Cirurgia Geral e do
Aparelho Digestivo, Coloproctologia, Cirurgia Torácica, Cirurgia de Cabeça e
Pescoço, Cirurgia Cardíaca, Cirurgia Pediátrica e Cirurgia Oncológica (Einstein,
2024). A Figura 6 traz a representação de uma cirurgia robótica.

Figura 6 – Cirurgia Robótica

Fonte: Einstein, 2024


25

De acordo com os autores Santana et al. (2022), a cirurgia robótica é uma


tecnologia em rápida evolução e com grande eficácia. A Figura 7 representa a
ilustração dos diferenciais do procedimento cirúrgico através da robótica.

Figura 7 – Diferenciais da cirurgia robótica

Fonte: Einstein, 2024

A cirurgia robótica ainda está em crescimento no nosso país, assim como a


certificação de cirurgiões para atuar dessa forma. Portanto, a padronização dos
procedimentos, a certificação, o treinamento dos cirurgiões e da equipe dedicada a
cirurgia robótica são requisitos fundamentais para a realização dos procedimentos
cirúrgicos (Santana et al., 2022).

2.8 Estratégia de Saúde Digital para o Brasil 2028

De acordo com o Ministério da Saúde (MS, 2020), a Estratégia de Saúde


Digital (ESD) para o Brasil 2020-2028, tem o objetivo de sistematizar e consolidar o
trabalho realizado ao longo da última década, através de diversos documentos.
Sob a liderança do Ministério da Saúde, a Governança e liderança para a
ESD corresponde ao ambiente de colaboração orientado para as necessidades do
país. Contendo atribuições, mecanismos de regulação, responsabilidades e
expectativas claras, contribuindo para a segurança jurídica, facilitando a cooperação
entre os atores relevantes da Saúde (MS, 2020).
26

Entre os documentos da ESD, a Política Nacional de Informação e Informática


em Saúde (PNIIS) traz os princípios e diretrizes norteadores para os setores público
e privado efetivarem a integração dos sistemas de informação em saúde, com o
objetivo de promover a inovação, apoiando a transformação digital dos processos de
trabalho em saúde (Ministério da Saúde, 2020).
A Política Nacional de Informação e Informática em Saúde também tem como
premissa, o aprimoramento da governança no uso da informação, das soluções de
tecnologia da informação e da saúde digital, bem como a transparência, a segurança
e o acesso às informações em saúde pela população e melhoria da saúde do
cidadão (Brasil, 2020).
Segundo o Ministério da Saúde (2020), a Rede Nacional de Dados em Saúde
(RNDS) funcionará como uma plataforma digital de inovação, informação e serviços
de saúde para todo o Brasil, com previsão de início até 2028. A Rede beneficiará
usuários, cidadãos, pacientes, comunidades, gestores, profissionais e organizações
de saúde. A Figura 8 ilustra a Rede RNDS.

Figura 8 – Rede RNDS

Fonte: Ministério da Saúde, 2020


27

Espera-se que os resultados aplicados, como processos, métodos,


equipamentos, tecnologias, conhecimentos e modelos de serviços de saúde
inovadores possam beneficiar todo o Sistema de Saúde (Brasil, 2020).

2.8.1 Consolidação Formal da Estratégia da Saúde Digital

De acordo com o Ministério da Saúde (2020), a relação entre a Política


Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS) e a Estratégia da Saúde
Digital (ESD) deve estar claramente definida, e esses dois importantes documentos
devem ser complementares. Espera-se que os benefícios da institucionalização da
ESD sejam: ter uma política nacional aderente às necessidades e aos interesses do
SUS, que ofereça diretrizes e orientação para a o desenvolvimento da ESD, em
harmonia com outras políticas e iniciativas públicas.
A Saúde Digital requer a existência de legislação que ofereça segurança
jurídica a todos os envolvidos, garantindo direitos essenciais como os de
confidencialidade e privacidade de dados. Assim, o Marco Regulatório é essencial
principalmente para orientar os usuários e atores em geral, sobre o que se espera
deles, ao serem usuários ou fornecedores de produtos ou serviços de saúde digital
(Ministério da Saúde, 2020).

2.9 A presença da Internet nos Estabelecimentos de Saúde

No Brasil, de acordo com a pesquisa TIC Saúde 2022, quase a totalidade dos
estabelecimentos de saúde fizeram uso de computadores e Internet, com percentual
de 98% em ambos os casos. Os estabelecimentos públicos seguem a tendência de
maior informatização, sendo que que 97% deles tinham acesso tanto a computador
quanto à Internet, enquanto nos estabelecimentos privados o uso de ambos vem
sendo universal (CETIC, 2022, p. 61).
Conforme a pesquisa TIC Saúde, as disparidades regionais verificadas em
edições anteriores da pesquisa também diminuíram em 2022. Entretanto, os
estabelecimentos da região Norte continuaram tendo menor acesso à Internet, 92%
dos estabelecimentos, enquanto as demais regiões esse percentual ficou acima de
97% (CETIC, 2022).
28

O Gráfico 1 representa em percentual, os estabelecimentos de saúde com


sistema eletrônico para registro das informações dos pacientes (2022).

Gráfico 1

Fonte: CETIC, 2022, p.72

Ainda sobre a pesquisa TIC Saúde 2022, estima-se que cerca de 7.600
estabelecimentos de saúde fizeram análises de big data. Sendo cerca de 5.700 em
estabelecimentos privados e cerca de 1.800 em públicos.
Outras tecnologias permaneceram sendo usadas por uma pequena parcela
de estabelecimentos de saúde, como blockchain com percentual de 1%, inteligência
artificial em 3% e robótica em 4%.
De acordo com Fernandes et al. (2022), o modelo de saúde é produto da
interação entre seus atores, que são os gestores, profissionais de saúde e usuários.
Isso envolve as condições de trabalho, as possibilidades de atendimento
institucional e a alfabetização em saúde.
29

2.9.1 A importância da Internet para o acesso à Saúde

Segundo relatório do Economist Impact (2023), uma das preocupações


mundiais acerca da saúde digital é a equidade tecnológica. A literacia digital em
saúde e a conectividade à Internet são determinantes sociais da saúde, portanto as
políticas públicas precisam promover o uso adequado das tecnologias, além do seu
investimento.
De acordo com pesquisa realizada pelo IBGE (2022), 161,6 milhões de
pessoas a partir de 10 anos de idade utilizaram a Internet no Brasil em 2022. A
região Centro-Oeste tem maior percentual de usuários da Internet, representando
96,6%. As regiões Norte (82,4%) e Nordeste (83,2%) apresentaram os menores
resultados na pesquisa (PNAD e IBGE, 2022).
De acordo com Massuda et al. (2023), é importante melhorar a capacidade de
saúde digital em toda força de trabalho na área da saúde, e também expandir as
tecnologias aos ambientes de cuidados. Portanto, fortalecer as políticas de
tecnologia em saúde para garantir acesso universal.
O Brasil obteve avanços importantes na transparência dos dados de saúde,
devido ao desenvolvimento de sistemas de informação pelo Departamento de
Informática do SUS (DATASUS) vinculado ao Ministério da Saúde e alimentado por
estados, municípios e diretamente pelas unidades de saúde.
No Brasil, o baixo nível de informatização da rede de saúde, a baixa utilização
de prontuários eletrônicos, os problemas de integração e atualização de bancos de
dados, são barreiras para a utilização desses dados como instrumentos precisos
para avaliação de programas e políticas (Massuda et al., 2023).
O Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS) assinaram em dezembro de 2023, um Termo de Cooperação (TC) para
fortalecer e qualificar o uso de informações e a transformação digital no Sistema
Único de Saúde (SUS) do país (OPAS, 2023).
Entre as ações previstas na parceria está a expansão dos núcleos de
telessaúde, sistema que permite oferecer serviços à distância, de modo a reduzir o
tempo de espera para atendimento de pacientes e ampliar o alcance da assistência
em saúde, inclusive em territórios indígenas (OPAS, 2023).
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) apresentou os dados
sobre a cobertura de Internet móvel com conexão 4G nas regiões brasileiras,
30

referente à 2023. A Figura 9 representa os estados brasileiros com menor cobertura


móvel da tecnologia 4G.

Figura 9 – Estados com menor cobertura móvel da tecnologia 4G

Fonte: Anatel, 2023

Nota-se que os estados do Piauí, Roraima, Rondônia, Acre, Maranhão e Pará


tiveram os menores índices de cobertura. Segundo Anatel (2023), as zonas rurais
tem cobertura de 53,50%. O que dificulta a implementação da saúde digital para
todos.

2.9.2 Literacia Digital em Saúde

De acordo com Economist Impact (2023, p. 22), a literacia digital em saúde é


a habilidade que uma pessoa tem de procurar, encontrar, interpretar e aplicar as
informações adquiridas para resolver um problema de saúde, através de pesquisas
online em meios eletrônicos. A jornada digital do paciente se inicia antes dele ir até
um posto de atendimento, hospital, clínica. A princípio ele começa a buscar
informações na Internet sobre a doença, remédios, e temas ligados à saúde.
A Organização Mundial da Saúde reconheceu a alfabetização em saúde
como determinante crítico da saúde, e que deveria ser entendida como uma prática
social em que as decisões sobre saúde, e o apoio disponível para mudar ou manter
31

comportamentos saudáveis, são determinados por culturas comunitárias únicas e


por fatores organizacionais e políticos que afetam as comunidades (OMS, 2022).
Havia o pensamento que ter acesso à informação era a chave, porém isso
não é a realidade. Se uma pessoa tem a informação, porém não tem habilidade para
entender como aplicar esta informação, não vai solucionar seu problema. A
realidade mostra que é necessário abordar a autoeficácia e a autonomia dos
pacientes, e o envolvimento dele neste processo é fundamental (Economist Impact,
2023).
De acordo com o relatório do Economist Impact sobre integração da saúde e
tecnologia (2023), há uma ênfase crescente nos cuidados centrados no paciente, em
que os pacientes são tratados como parceiros iguais, através de uma abordagem
personalizada aos seus próprios cuidados, e que a tecnologia digital pode ajudar a
facilitar. Porém a literacia em saúde digital requer uma abordagem conjunta para
produzir resultados significativos.
Neste contexto, há três comunidades que precisam melhorar a sua literacia, a
primeira são os responsáveis pela prestação de saúde no país. A segunda são os
profissionais dos vários níveis da prestação de saúde e a última é a literacia digital
entre o público e os pacientes (Economist Impact, 2023).
A literacia digital envolve tanto o investimento em ferramentas quanto em
treinamentos dos profissionais para utilizá-las bem. Dessa forma, a equipe poderá
usar a tecnologia da melhor forma para melhorar a experiência dos pacientes na
instituição.

2.9.3 Segurança de Dados dos Pacientes

As informações e dados sobre a saúde dos pacientes são cruciais para


auxiliar nas decisões médicas, levando à diagnósticos mais precisos. Segundo
Figueiredo e Oliveira (2023), a informação na saúde desempenha papel fundamental
no processo decisório, pois ela auxilia no conhecimento sobre as condições de
saúde, mortalidade, morbidade, fatores de risco, e também sobre as condições
demográficas da população.
No sistema de saúde pública do Brasil, por exemplo, a inteligência artificial é
aplicada na automatização de prontuários do Sistema Único de Saúde (SUS),
geridos por um banco de dados on-line que armazena as informações médicas dos
32

pacientes. Uma das questões que preocupam as instituições de saúde e pacientes é


a segurança dos dados (Barreto et al., 2023).
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) veio para trazer maior solidez à
questão do tratamento de dados em diversas áreas, inclusive para a saúde. Há um
grande volume de dados sensíveis e informações que transitam no cotidiano dos
estabelecimentos de saúde.
Segundo Marchioli (2022), os dados dos usuários da saúde, seja SUS ou
operadoras da saúde, são fundamentais na saúde digital. Os profissionais de saúde
terão que tratar os dados, afim de evitar vazamentos, e consequentes punições pela
Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
A pesquisa apresentada pela CETIC, também expressa que entre um
universo de 120 mil estabelecimentos pesquisados em 2022, em torno de 49.200
estabelecimentos de saúde promoveram campanha de conscientização interna
sobre a legislação, como campanhas de conscientização interna sobre a LGPD.
Verificou-se que os estabelecimentos privados adotaram mais medidas relativas à
LGPD do que os estabelecimentos do setor público (CETIC, 2022, p. 69).
Importante destacar que o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) são responsáveis por regular o uso de
tecnologias na saúde, colocando regras sobre as trocas de informações médicas e
práticas de segurança da informação. VInculada ao Ministério da Saúde, a ANS
é responsável pelo setor de planos de saúde no Brasil (ANS, 2024).

2.9.4 Tendências rumo à Saúde Digital

A FIOCRUZ traz a curva de hype para mostrar tendências tecnológicas


emergentes de saúde digital. A curva de hype mostra o nível de maturidade acerca
de várias tecnologias, como elas são usadas e percebidas. A Figura 10 representa
as principais tendências emergentes de saúde digital e como essas tecnologias são
potencialmente relevantes para resolver problemas reais de negócios e também
para explorar novas oportunidades (The Medical Futurist apud FIOCRUZ, 2023).
33

Figura 10 - Principais tendências emergentes de saúde digital

Fonte: The Medical Futurist apud FIOCRUZ, 2023

De acordo com a FIOCRUZ (2023), a Figura 10 representa o nível de


expectativas associadas a uma determinada tecnologia e quanto mais alto na curva,
maior a antecipação. A posição da tecnologia na escala horizontal reflete como ela
se relaciona com a realidade prática. Portanto, espera-se que a tecnologia seja útil
na prática ou se atingiu o fornecimento de soluções reais de saúde.
Importante analisar qual cor foi usada no gráfico para cada tecnologia,
verificando a promessa e a viabilidade da tecnologia em ambientes reais de saúde.
Também foi investigado a magnitude do progresso esperado da tecnologia
específica. A cor verde significa que um progresso significativo está à vista, a cor
laranja significa progresso moderado à vista e a cor vermelha que não há muito
progresso à vista (FIOCRUZ, 2023).
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (HCFMUSP, 2023) via projetos da Saúde Digital, está estabelecendo
conexões entre profissionais e pacientes, através da criação de rede de cuidados
que abrange todo o território brasileiro.
De acordo com o HCFMUSP (2023), através de soluções remotas,
profissionais médicos e equipes de saúde do HCFMUSP podem fornecer cuidados
especializados à distância, permitindo a excelência no acesso aos serviços de
34

saúde, mesmo em áreas remotas e carentes de recursos médicos. A Figura 11


representa o alcance da Saúde Digital HCFMUSP no Brasil.

A Figura 11 - O alcance da Saúde Digital HCFMUSP no Brasil

Fonte: HCFMUSP, 2023

De acordo com o HCFMUSP (2023), os pacientes em todo território nacional


podem se beneficiar de consultas virtuais e ter acompanhamentos de qualidade,
sem sair de suas comunidades.
35

3. METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica em fontes secundárias com


abordagem metodológica qualitativa. As informações são baseadas em abordagens
referentes à saúde digital e inovações tecnológicas aplicadas na Saúde. A pesquisa
qualitativa também conhecida como método qualitativo, é um conjunto de práticas
que transformam o mundo visível em dados representativos, incluindo notas,
entrevistas, fotografias, registros e lembretes (Creswell apud Machado, 2023).
A pesquisa foi baseada em artigos científicos através das plataformas
ResearchGate, Scopus, Biblioteca Virtual em Saúde, Scielo. A pesquisa bibliográfica
é primordial na construção da pesquisa científica, pois nos permite conhecer melhor
o fenômeno em estudo, através da pesquisa bibliográfica em livros, artigos
científicos, teses, dissertações, anuários, revistas, leis e outros tipos de fontes
escritas que já foram publicados (Alves, Oliveira e Sousa, 2021, p. 65).
Devido ao presente trabalho envolver o contexto de saúde digital no Brasil, foi
fundamental fazer uma análise documental em relatórios relevantes sobre saúde
digital, publicados em sites governamentais, como: Ministério da Saúde (MS), Saúde
Digital Brasil (SDB), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Rede Nacional de Dados em Saúde
(RNDS), OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD) e Departamento de Informática do SUS (DATASUS).
Foi estratégico analisar pesquisas realizadas pelo Centro Regional de
Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC), ligado ao
Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.br) e relatórios sobre a Sustentabilidade no
Sistema de Saúde Brasileiro.
Também foi feita uma análise documental em relatórios internacionais
relevantes sobre Saúde Digital, como relatórios da Organização Mundial de Saúde
(OMS) e do Economist Impact.
Tendo como base 150 artigos identificados, finalmente foram selecionados 32
artigos para composição do presente trabalho. Na primeira parte da pesquisa, foram
usadas as palavras chave: saúde digital, medicina digital, inovações tecnológicas da
saúde, jornada do paciente, telessaúde.
36

A segunda parte da pesquisa, envolveu a busca de inovações tecnológicas


específicas dentro do contexto da saúde, como: IoT, Inteligência Artificial, Robótica,
Realidade Aumentada, Realidade Virtual, Impressão 3D, Robótica, Tecnologia
Digital Móvel, Tecnologia 5G, Tecnologias Vestíveis.
O critério de inclusão foi selecionar 50 artigos publicados entre 2018 a 2024,
por meio da leitura do título e resumo. Após leitura completa, foram selecionados 32
artigos. Os critérios de exclusão foram artigos publicados anteriormente ao ano de
2018 e avaliação qualitativa, pois os 18 artigos excluídos não eram aderentes ao
escopo do presente projeto.
Os 32 trabalhos utilizados como referencial teórico estão representados em
03 tabelas. A Tabela 1 apresenta 06 trabalhos relacionados às Estratégias Rumo à
Saúde Digital. A Tabela 2 apresenta 20 trabalhos sobre Inovações Tecnológicas
aplicadas na Saúde e a Tabela 3 apresenta 06 Relatórios sobre Saúde Digital.

Tabela 1 – Estratégias Rumo à Saúde Digital


Autor Título Abordagem Estratégias
Metodológica
Fernandes et al. Tem tudo pra dar certo, mas
Qualitativo descritivo Telessaúde
Ano: 2023 a gente ainda tem um
caminho a percorrer: visões
sobre a telessaúde no Brasil
Telemedicina no SUS:
Pesquisa Telemedicina,
Kur, Silva e Pinho Garantia de Acesso Aos
bibliográfica aplicativos móveis,
Ano: 2023 Serviços de Saúde para a
mHealth.
População Rural
Lachman et al. Coprodução de serviços de
Qualitativa Serviços de saúde
Ano: 2021 saúde – do conceito à
implementação
Netto et al. Coordenação do cuidado
Qualitativa Estratégias de Saúde
Ano: 2020 baseado em saúde digital e
Digital
cuidado híbrido,
acompanhamento da jornada
do paciente pós COVID-19
Oliveira e O Direito à Proteção à Saúde
Revisão bibliográfica Dimensão Informativa
Figueiredo no Ordenamento Jurídico
e análise de no Cenário da LGPD no
Ano: 2023 Brasileiro: Uma análise da
jurisprudências contexto da saúde
Dimensão Informativa no
Cenário da LGPD
Rondina e Sciarra Informática em Saúde e a
Revisão bibliográfica Informática em saúde e
Ano: 2018 Interoperabilidade nos
interoperabilidade
Sistemas Hospitalares
Fonte: elaborado pela autora
37

Tabela 2 – Inovações Tecnológicas aplicadas na Saúde


Autor Título Abordagem Inovações Tecnológicas
Metodológica
Ameri et al. Aplicações da Internet das Internet das Coisas (IoT)
Revisão
Coisas (IoT) em Hospitais:
Ano: 2021 Bibliográfica
Uma Revisão Sistemática
Azar; Lamounier Ferramenta de auxílio à Desenvolvimento de Realidade Aumentada
e Lopes terapeutas para tratamento de ferramenta
Ano: 2022 fobias específicas utilizando
dessensibilização sistemática
com realidade aumentada
Barreto et al. Aplicabilidade da Inteligência Inteligência Artificial
Pesquisa de
Artificial na Promoção da
Ano: 2023 literatura
Saúde: Desafios e
Perspectivas
Bolan, Novas tecnologias e Qualitativa Metaverso, 5G,
Pozzebon e Sá aplicações da realidade Nanotecnologia, IoT,
Junior aumentada na medicina Robótica, IA e Realidade
Ano: 2023 aumentada
Brioschi e É possível usar câmeras Qualitativa Câmeras Térmicas
Neves infravermelhas de baixo custo
Ano: 2022 (Resolução Térmica de 80X60
PIXELS)
Carvalho, Dias, Questões da saúde digital
Revisão Saúde digital; saúde
e Modolo para o SUS: a “saúde móvel” e
bibliográfica móvel; inteligência artificial
Ano: 2023 a automação algorítmica do
saber-poder da medicina
Ekiz et al. Sua smartband é inteligente o
Experimental Dispositivos vestíveis de
suficiente para saber quem
Ano: 2019 (aplicativo de coleta pulso para autenticação
você é: rumo à autenticação
de dados) fisiológica
fisiológica contínua na
natureza
Um Sistema Baseado em IoT
Ferreira Neto et Prova de conceito Um Sistema Baseado em
para Prevenção de Quedas de
al. IoT
Idosos em Situação de Home
Ano: 2022 Care
Realidade Aumentada na
Fülber, Merlin e Revisão Sistemática Realidade Aumentada
medicina: Revisão Sistemática
Rodrigues da Literatura
da Literatura
Ano: 2022
Garcia et al. Avaliação em múltiplas Avaliação em
Internet via Satélite
Ano: 2023 escalas de tempo do múltiplas escalas
Starlink
rendimento do Starlink
Haque, Hasan e 5G e Internet das Coisas – Revisão Tecnologia 5G e IoT
Zihad Integração Tendências, Bibliográfica
Ano: 2023 oportunidades e futuro,
Avenidas de Pesquisa
Os efeitos do treinamento em revisão sistemática
Lee et al. Realidade Virtual
Realidade Virtual em Função e meta-análise
Ano: 2019 em pacientes com AVC
crônico
Kirner e Pinho Realidade Virtual aplicada à Qualitativa Realidade Virtual
Medicina
Ano: 2023
Comparação das cirurgias
Lucena et al. Revisão Cirurgia Robótica
robóticas com as cirurgias
bibliográfica
Ano: 2023 convencionais
38

Tabela 2 – Inovações Tecnológicas aplicadas na Saúde (Continuação)


Autor Título Abordagem Inovações
Metodológica Tecnológicas
Malerbi et. al Ano: Triagem de retinopatia Experimental Inteligência Artificial e
2022 diabética usando Portátil Câmera
Inteligência Artificial e Portátil Retiniana Baseada em
Câmera Retiniana Baseada Smartphone
em Smartphone
Nanni et al. Desenvolvimento de um guia Desenvolveu-se um Tecnologia 3D
paciente-específico para guia
Ano: 2019
fixação de coluna cervical
alta. Tecnologia 3D
Pilger, Rocha e Aprendizado de máquina nos Revisão integrativa Machine Learning
Silveira serviços farmacêuticos da literatura
Ano: 2023
Ribeiro e Wiltigen Poster Sistema de Controle Protótipo Tecnologia Vestível
Ano: 2023 de Apoio à Decisão Baseado
em Tecnologia Vestível
Cirurgia Robótica no Brasil
Santana et. al. Revisão integrativa Cirurgia Robótica
da literatura
Ano: 2022
Souza Filho e Realidade virtual imersiva
Qualitativa Realidade Virtual
Thitany nos Cuidados Paliativos:
Ano: 2022 perspectivas para a
Reabilitação Total
Fonte: elaborado pela autora

Tabela 3 – Relatórios sobre Saúde Digital


Autor Título Abordagem Assuntos
Metodológica
Abordados
TIC Saúde 2022: uso das
CETIC Qualitativa e Tecnologias Digitais em
Tecnologias de Informação
quantitativa diversos segmentos da
Ano: 2022 e Comunicação nos
sociedade
Estabelecimentos de
Saúde Brasileiros
Economist Impact
Barômetro da Saúde Digital Qualitativa Estratégias de Saúde
Ano: 2023
2023 Digital e aplicações das
tecnologias digitais
Massuda et al Sustentabilidade e Qualitativa Estratégias para
2023 Resiliência no Sistema de Sustentabilidade e
Saúde Brasileiro Resiliência no Sistema
de Saúde Brasileiro
Ministério da Estratégia de Saúde Digital Qualitativa e Estratégias em saúde
Saúde para o Brasil quantitativa digital
Ano: 2023
Ética e governança da
OMS Qualitativa Sobre a ética e
inteligência artificial para a
governança da IA
Ano: 2021 saúde: orientação da OMS
OMS Saúde Digital
Qualitativa Sobre Saúde Digital
Ano: 2021

Fonte: elaborado pela autora


39

Foi feita a bibliometria para verificar a relação dos autores e coatores


conforme os 32 artigos selecionados. Também foi utilizado a bibliometria para
verificar a relação das keywords (palavras chave) entre os artigos de inovação
tecnológica na saúde e os de estratégias na saúde. A Bibliometria é uma técnica
quantitativa e estatística para medir índices de produção e disseminação de
conhecimento científico (Universidade de São Paulo, 2019).
Foi utilizado o Vosviewer para a visualização bibliométrica. O Vosviewer é
uma ferramenta de software para construção e visualização de redes bibliométricas
(Vosviewer, 2024).
A Figura 12 representa os trabalhos em rede dos autores e coautores. Nota-
se que o maior cluster possui 14 itens, relacionando 3 artigos conforme autores
Malerbi et al., 2022; Carvalho, Dias, e Modolo, 2023; Pilger, Rocha e Silveira, 2023.

Figura 12 - Cluster de autores

Fonte: elaborado pela autora via Vosviewer


40

A Figura 13 representa as Keywords (palavras chave). Ela traz o


relacionamento entre os assuntos abordados no presente trabalho. Por exemplo o
cluster 1 relacionou as tecnologias 5g, ia, metaverso, realidade virtual e mista,
robótica.

Figura 13 - Cluster de keywords (palavras chave)

Fonte: elaborado pela autora via Vosviewer

A Figura 13 apresenta também a atração e proximidade entre os assuntos


abordados no presente trabalho. Nota-se que as Inovações Tecnológicas aplicadas
na Saúde se relacionam com as Estratégias Rumo à Saúde Digital e os Relatórios
apresentados. Portanto, há conexão entre os assuntos abordados.
41

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este capítulo apresenta os resultados e discussões com base na literatura


pesquisada, subdivididos em: 1) Resultados e Discussões sobre as Estratégias da
Saúde Digital no Brasil e 2) Resultados e Discussões sobre as Inovações
Tecnológicas na Saúde.

4.1 Resultados e Discussões sobre as Estratégias da Saúde Digital no Brasil

A literatura aponta que as Inovações Tecnológicas aplicadas à jornada do


paciente precisam ser concebidas, desenhadas e implementadas a partir do
alinhamento das estratégias e expectativas do Sistemas de Saúde. As soluções
digitais são ferramentas que podem propiciar qualidade ao mesmo tempo que
segurança.
Os autores Lachman et al. (2021), defendem que as soluções digitais
precisam ser desenvolvidas para cuidar das pessoas, oferecendo serviços de boa
qualidade e com cobertura de saúde universal. As soluções digitais são apenas
ferramentas onerosas aos cofres públicos ou privados, quando não atendem ao
propósito da qualidade.
Importante abordar sobre o impacto da gestão nos estabelecimentos de
saúde, pois poderá ser melhor discutido na literatura. Os gestores e equipes
precisam entender como funciona a jornada do paciente, para serem capazes de
absorver e aderir as novidades. A partir disso, a inovação poderá ser melhor
aplicada nos estabelecimentos de saúde.
Com relação a Inteligência Artificial (IA), existe a perspectiva que ela esteja
sendo uma tecnologia facilitadora no processo operacional, como na coleta de
dados. No entanto, o Relatório TIC Saúde 2022 apresentado pela CETIC expressa
que apenas 3.567 dos estabelecimentos de saúde utilizam a Inteligência Artificial
(IA), sendo que 3.231 estabelecimentos são da rede privada.
Os números apresentados pela CETIC denotam que o uso da inteligência
artificial (IA) pelos estabelecimentos de saúde no Brasil ainda é baixo, pelo potencial
que a tecnologia pode proporcionar. As informações apresentadas trazem à tona o
contraste na prática do que aborda a Organização Mundial da Saúde (OMS) acerca
42

da inteligência artificial (IA), pois a OMS expressa que a IA tem um enorme potencial
para reforçar a prestação de cuidados de saúde, medicamentos e ajudar todos os
países a alcançar a cobertura universal de saúde.
Partindo da premissa que a IA poderá permitir que países com poucos
recursos diminuam as lacunas no acesso aos serviços de saúde, inclusive onde em
muitos casos os pacientes têm acesso restrito aos profissionais de saúde ou
médicos, o presente trabalho descobriu aspectos relevantes, como a importância do
alinhamento entre a aplicação da tecnologia com a interoperabilidade e a segurança
de dados.
A pesquisa também trouxe informações importantes acerca da literacia em
saúde. Conforme relatório internacional apresentado pelo Economist Impact (2023),
as soluções digitais de saúde nem sempre são fáceis de utilizar ou acessíveis tanto
para os médicos como para os pacientes. As ferramentas digitais de saúde devem
estar alinhadas com as competências e a formação dos profissionais de saúde.
Conforme os autores Rondina e Sciarra (2018), as organizações de saúde
têm pouco entendimento sobre o processo de intercâmbio de informações de saúde,
por isso não implementam a interoperabilidade. Os autores defendem que o
conhecimento médico e as informações sobre os pacientes não são gerenciáveis
com métodos tradicionais devido à grande quantidade de informações, e que os
processos de acesso ao conhecimento e tomada de decisão desempenham papel
central na Medicina moderna.
De acordo com a pesquisa, tanto as instituições de saúde quantos os
pacientes têm preocupações acerca da segurança dos dados. Conforme as
tecnologias digitais aumentam, é essencial ter orientações regulamentares e
sistemas para defender a segurança e a qualidade dos cuidados de saúde. Porém a
pesquisa da CETIC referente a 2022 expressa que, entre o universo de 120 mil
estabelecimentos de saúde, apenas 31.200 disponibilizam de canais de atendimento
com os detentores dos dados.
Entre as estratégias adotadas pelas políticas públicas, a Lei 14.510/22
apresenta o conceito da telessaúde para o Brasil. Outra estratégia advinda de
políticas públicas é a implementação da plataforma nacional de interoperabilidade
em saúde, RNDS. A Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) é um projeto
estruturante do Conecte SUS, programa do Governo Federal para a transformação
digital da saúde no Brasil.
43

Como estratégia para inclusão digital, o Governo Federal através do


Programa Wi-Fi Brasil, está levando internet para o Brasil, como foco nas escolas. O
programa oferece, gratuitamente, conexão à internet em banda larga por satélite ou
via terrestre, como: telecentros, unidades escolares, unidades de saúde,
comunidades tradicionais e postos de fronteira. É direcionado para comunidades em
estado de vulnerabilidade social (Ministério das Comunicações, 2022).
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo está atendendo pessoas em várias regiões do Brasil, através da saúde digital.
São centenas de atendimentos via online (HCFMUSP, 2023).

4.2 Resultados e Discussões sobre as Inovações Tecnológicas na Saúde

O setor de saúde tem muitos desafios a serem resolvidos, inclusive o de


melhorar o próprio uso de tecnologias nos estabelecimentos de saúde em todo
território nacional. Este subitem apresenta os resultados e discussões sobre as
inovações tecnológicas com potencial de melhorar o acesso da população à saúde.
Os autores Ameri et al. (2021) defendem o uso da internet das coisas
médicas (IoTM), pela sua capacidade preditiva de obter indicadores acerca de
doenças. Reforçando esta premissa, os autores Ferreira Neto et al. (2022)
propuseram um sistema baseado em IoT para prevenção de quedas de idosos em
situação de home care (atendimento domiciliar). Os riscos de quedas em idosos no
âmbito domiciliar constituem um problema de saúde pública de alta prevalência.
O trabalho dos autores Carvalho, Dias e Modolo (2023), trazem a questão da
ampla difusão de dispositivos móveis como estratégias de saúde digital móvel
(mHealth). Os autores defendem a construção de uma agenda de debates em que
os defensores do SUS precisam se comprometer para responder de forma pública e
democrática à transformação digital da saúde, em especial sobre os apps de
mSaúde.
A tecnologia wearables também está contribuindo no monitoramento da
saúde. O trabalho dos autores Ribeiro e Wiltigen (2023) faz referência a tecnologia
vestível pela sua flexibilidade em aplicações de projetos com sensores e
comunicação.
Os autores Ekiz et al. (2020), defendem que sinais fisiológicos podem ser
usados para autenticação contínua, através do uso de dispositivos vestíveis de pulso
44

equipados com sensores, o que permite extrair recursos de variabilidade da


frequência cardíaca (VFC).
O trabalho dos autores Bolan, Pozzebon e Sá Junior (2023) traz várias
tecnologias na saúde, entre elas a realidade aumentada (RA). A RA tem sido
empregada em vários campos, como na neurocirurgia e ultrassom. O objetivo é
equipar cirurgiões com visão aumentada sobre partes internas do paciente, o que
contribui para trazer mais segurança nas cirurgias.
Outra tecnologia que está trazendo inovação à medicina, é a realidade virtual
(RV). Ela pode proporcionar ao usuário uma experiência imersiva, onde ele interage
através de um ambiente tridimensional criado por computador, que utiliza canais
sensoriais que simulam imagens gráficas em 3D de um mundo real ou imaginário,
em tempo real. Cirurgiões podem ser treinados com pacientes virtuais (Kirner e
Pinho, 2023).
Os autores Souza Filho e Thitany (2022), defendem a incorporação de novas
tecnologias no protocolo de reabilitação e apresentam uma reflexão sobre as
perspectivas da realidade virtual imersiva para a reabilitação de pacientes em
cuidados paliativos, propondo um conceito de reabilitação que considere as
transformações tecnológicas como promissoras aos cuidados em saúde.
O Centro de Inovação e Educação em Saúde do Hospital Alemão Oswaldo
Cruz (2021), utiliza as realidades virtual e aumentada no planejamento de cirurgias.
Através de uma experiência unificada de planejamento e apoio ao cirurgião, é
possível contribuir para melhores diagnósticos e tratativas cirúrgicas.
Os autores Nanni et al. (2019), construíram um guia paciente-específico para
fixação de coluna cervical alta através da tecnologia 3D. Os autores defendem que a
fixação de coluna cervical alta gera várias dificuldades técnicas, devido ser uma área
complexa e importante para a mobilidade. Conforme os autores, os fios-guia
avaliados no estudo apresentaram um trajeto seguro nos modelos, respeitaram as
superfícies articulares, o canal vertebral e a artéria vertebral.
Para os autores Pilger, Rocha e Silveira (2023), a utilização de inteligência
artificial pode auxiliar no desempenho das atividades farmacêuticas, devido a
expansão da farmácia clínica e serviços farmacêuticos. Passando de um foco
unicamente no medicamento para uma atuação no cuidado ao paciente.
A cirurgia robótica é considerada um procedimento inovador na área da
saúde, devido ao robô manipular instrumentos cirúrgicos, sob comando do cirurgião.
45

O Centro de Excelência em Cirurgia Robótica do Hospital Israelita Albert Einstein é


pioneiro no Brasil em cirurgia robótica e também em certificação internacional de
qualidade (Einstein, 2024).
Vale mencionar que de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM,
2022), o médico deve ter Registro de Qualificação de Especialista (RQE) no
Conselho Regional de Medicina (CRM) na área cirúrgica relacionada ao
procedimento, além de ter passado por treinamento específico em cirurgia robótica.
A possibilidade de minimizar as dores ou risco de infecção pós procedimento estão
entre as vantagens de se fazer uma cirurgia robótica.
Os autores Lucena et al. (2023), defendem que os altos preços de uma
cirurgia robótica são barreiras para a difusão da tecnologia. A cirurgia robótica não é
realizada pelo SUS, e também não tem cobertura obrigatória pela maioria das
operadoras de saúde.
A FIOCRUZ apresenta 50 tecnologias com potencial de transformar
digitalmente a área da saúde e contribuir para mudar a medicina para melhor, sejam
em questões de limitações de conhecimentos técnicos na atualidade, espaços para
expansão ou em dificuldades regulatórias. A Tabela 4 representa as 50 tecnologias
digitais mais promissoras na saúde (The Medical Futurist apud FIOCRUZ, 2023).

Tabela 4 – As 50 tecnologias digitais mais promissoras na saúde


1. Computação 2. Bioimpressão 3D 3. Reconhecimento 4. Biomarcadores
quântica facial em hospitais vocais

5. Próteses de 6. Robôs em 7. Realidade 8. IA em design de


impressão 3D hospitais aumentada na drogas
educação do
paciente
9. Realidade 10. Plataformas de 11. 5G privado na 12. Testes de
aumentada na transporte médico saúde laboratório em
educação casa
médica
13. Drogas de 14. Drones médicos 15. IA em diagnóstico 16. Aplicativos de voz
impressão 3D para texto

17. IA na tomada 18. Nutrigenômica 19. Equipamento de 20. Realidade virtual


de decisão impressão 3D na educação do
médica paciente

21. Chatbots 22. Dispositivos de 23. Realidade 24. Aparelhos de


diagnóstico aumentada em ultrassom
portáteis cirurgia portáteis
46

Tabela 4 – As 50 tecnologias digitais mais promissoras na saúde (continuação)


25. Realidade 26. Robôs em 27. Próteses baseadas 28. Pesquisa de
virtual no reabilitação em IA longevidade
treinamento de
funcionários
29. Dispositivos de 30. Programas de 31. Exoesqueletos 32. Recrutamento de
nutrição bem-estar dos ensaios clínicos
funcionários
33. Gestão de 34. Aplicativos de 35. Computação em 36. Aplicativos de
ensaios atendimento nuvem nutrição
clínicos remoto
37. Companheiros 38. Soluções de 39. Serviços de 40. Teste de
de robôs gestão de genômica pessoal microbioma
medicamentos
41. Plataformas de 42. Seguro de saúde 43. Relógios 44. Dispositivos de
atendimento digital inteligentes saúde vestíveis
remoto
45. Registros 46. Registros Médicos 47. Aplicativos de 48. Aplicativos de
Pessoais de Eletrônicos saúde para saúde mental
Saúde smartphones
49. Rastreadores 50. Realidade virtual
de fitness no tratamento da
dor

Fonte: elaborado pela autora com base no ciclo de hype, The Medical Futurist apud
FIOCRUZ, 2023
47

5 PROPOSTA DE SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS E ESTRATÉGICAS NA SAÚDE

O objetivo deste capítulo é propor soluções tecnológicas e estratégicas que


possam ser aplicadas em zonas rurais e lugares mais isolados do Brasil, onde a
população tem menos acesso à saúde.
Nos lugares onde o serviço de Internet é indisponível ou precário, recomenda-
se aos gestores públicos a criação de algum convênio ou mecanismo relativo a
contratação da Internet via Satélite. Os sistemas de órbita terrestre baixa (LEO)
permitem conectividade de Internet de alto rendimento, em uma parte significativa da
massa terrestre da Terra (Garcia et. al, 2023).
Para abranger todo o território brasileiro, é necessário ter uma Internet via
Satélite com esta capacidade de cobertura. Conforme pesquisa de disponibilidade, a
Rede Starlink abrange todo território nacional, com expansão no Acre em 2024. A
tecnologia Starlink tem o potencial de fornecer conectividade com a Internet inclusive
aos passageiros a bordo de embarcações, ônibus, trens, ao atravessarem áreas
sem ou com pouca conectividade no celular (Starlink, 2024; Garcia et al., 2023).
A segunda solução tecnológica recomendada para melhorar o acesso da
população à saúde, é o uso de câmeras retinais portáteis para triagem da retinopatia
diabética (RD). O rastreio de RD é considerado uma das iniciativas de baixo custo
no tratamento da diabetes. A câmera retinal portátil baseada em smartphone com
um algoritmo de IA são dispositivos prontamente disponíveis, de baixo custo e fáceis
de usar, com sensibilidade e especificidade validadas para triagem de RD (Malerbi et
al., 2022).
A terceira solução, é o uso de câmeras térmicas de baixo custo, por ser um
método capaz de mostrar mudanças fisiológicas. A temperatura, pulso, frequência
respiratória e pressão arterial são sinais vitais que indicam a capacidade do corpo de
controlar a temperatura corporal, manter o fluxo sanguíneo e oxigenar os tecidos
diante de mudanças ambientais e estressores físicos ou psicológicos (Ferreira et al.,
2021).
A quarta solução é estratégica, recomenda-se o fortalecimento da Estratégia
Saúde da Família (ESF), através da valorização das equipes de saúde da família.
Elas são estratégicas para melhorar o acesso da população à saúde digital, são elas
a mais indicadas para utilizar as câmeras retinais e térmicas, assim como outros
dispositivos. As equipes de saúde são difusoras de ações de promoção e prevenção
48

à saúde nas regiões brasileiras. As equipes de saúde da família precisam ser


valorizadas, treinadas e equipadas com tecnologias para auxiliar nos atendimentos.
A quinta recomendação é o uso de dispositivo térmico autônomo para medir a
temperatura corporal. Como exemplo, o dispositivo de medição da temperatura
desenvolvido por um grupo de trabalho da Unicamp. O equipamento foi
desenvolvido durante a pandemia pela Faculdade de Engenharia Elétrica e
Computação (FEEC) da Unicamp, onde também foi instalado (Universidade de
Campinas, 2020).
O dispositivo construído pela FEEC utiliza uma câmera, com uma matriz
de 160x120 sensores, de alta sensibilidade, que mede a radiação
infravermelha das pessoas. Quando a temperatura aferida está abaixo 37,5º, a
tela exibe uma mensagem de “ok”. Caso esteja acima, a mensagem é “não ok”.
A pessoa é orientada a procurar atendimento em caso de febre (Universidade
de Campinas, 2020). No Brasil, em zonas rurais ou em regiões mais isoladas, os
dispositivos poderão ser instalados em cooperativas ou em locais mais indicados,
conforme acesso da população.
Importante mencionar que são alternativas que podem minimizar a falta de
acesso da população à saúde e podem servir de modelo para aplicação de todas
inovações tecnológicas pesquisadas no presente trabalho, como : IoT, Inteligência
Artificial, Robótica, Realidade Aumentada, Realidade Virtual, Impressão 3D,
Robótica, Tecnologia Digital Móvel, Tecnologia 5G, Tecnologias Vestíveis.
Portanto, para concretizar o seu potencial, as iniciativas de saúde digital
devem fazer parte das necessidades de saúde mais amplas e do ecossistema de
saúde digital. Além de serem orientadas por uma estratégia robusta que integre
liderança, recursos financeiros, humanos e tecnológicos (OMS, 2021).
49

6 CONCLUSÕES

Foi desenvolvido um relatório qualitativo de inovações tecnológicas com


potencial de melhorar o acesso da população brasileira à saúde. Neste relatório
foram apresentados os possíveis gargalos que podem estar dificultando o acesso da
população à saúde, e foram identificadas as estratégias que poderão minimizar a
falta de acesso da população brasileira às inovações tecnológicas. Foram propostas
algumas soluções tecnológicas que poderão contribuir para melhorar o acesso da
população à saúde.
Para melhorar o acesso da população à saúde, é primordial que os
estabelecimentos de saúde estejam preparados em relação ao mundo digital. O
Brasil avançou ao propor a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) como
plataforma nacional de interoperabilidade. A troca de informações entre os pontos da
Rede de Atenção à Saúde permite a transição e continuidade do cuidado nos
setores públicos e privados.
A RNDS é um programa do Governo Federal voltado para a transformação
digital da saúde no Brasil, e faz parte do Conecte SUS. Diante deste cenário de
expectativas, o Brasil também avançou na transparência dos dados de saúde,
devido ao desenvolvimento de sistemas de informação pelo Departamento de
Informática do SUS (DATASUS), vinculado ao Ministério da Saúde.
O DATASUS é alimentado pelos estados, municípios, unidades de saúde.
Como exemplos, o Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
(SCNES), o Sistema de Informação de Produção Ambulatorial (SIA), Produção
Hospitalar (SIH) e o Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde
(SIOPS).
Neste contexto, a presente pesquisa levantou alguns gargalos a serem
superados: muitos estabelecimentos de saúde no Brasil têm baixo uso de
prontuários eletrônicos; baixo nível de informatização; problemas de integração e
atualização dos dados. Conforme IBGE, as regiões Norte e Nordeste apresentaram
os menores resultados quanto ao uso de Internet em 2022, considerado também um
gargalo a ser superado. Conforme pesquisa, além da falta de letramento digital,
chama atenção o percentual de pessoas que não utiliza a Internet devido ao serviço
50

não estar disponível, com percentual mais elevado na Região Norte e nas áreas
rurais.
Importante relacionar as duas pesquisas, TIC Saúde 2022 e pesquisa do
IBGE. Uma representa o uso das tecnologias de informação e comunicação nos
estabelecimentos de saúde e a outra representa o número de pessoas que utilizam
a Internet no Brasil. Portanto, muitos estabelecimentos de saúde no Brasil precisam
se preparar melhor para aderir às inovações tecnológicas advindas da saúde e parte
considerável da população precisam de apoio tecnológico e orientação para
melhorar o seu acesso à saúde.
As soluções tecnológicas recomendadas e as inovações tecnológicas
pesquisadas ao longo do presente trabalho, têm potencial de melhorar o acesso da
população saúde. As tecnologias digitais são uma componente essencial e um
facilitador de sistemas de saúde sustentáveis e de cobertura universal.
Como recomendação para trabalhos futuros, será interessante o
aprofundamento das novas tecnologias voltadas à saúde, inclusive pesquisando
diretamente alguns hospitais sobre as inovações tecnológicas utilizadas.
Vale mencionar que as tecnologias digitais além de serem preditivas, são
adequadas e importantes para a gestão de doenças crônicas. Outra recomendação
para trabalhos futuros é aprofunda-se acerca da importância do treinamento de
profissionais da saúde e pessoas no uso das novas tecnologias.
A presente pesquisa traz uma questão importante, os profissionais e equipes
de saúde são os protagonistas para o uso das novas tecnologias, o que demanda
mais treinamentos e certificações. As novas tecnologias são apenas ferramentas e
meios para melhorar e ampliar os atendimentos de saúde.
Com base no que foi apresentado, este trabalho poderá contribuir para
projetos futuros sobre inovações tecnológicas na saúde e estratégias rumo à Saúde
Digital. Ambas abordagens são cruciais para melhorar o acesso da população
brasileira à saúde.
51

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