Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/380001068
CITATIONS READS
0 22
1 author:
Edinisia de Oliveira
Instituto de Pesquisas Tecnológicas
2 PUBLICATIONS 33 CITATIONS
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Edinisia de Oliveira on 22 April 2024.
2024
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
São Paulo
2024
Edinisia da Silva de Oliveira
___________________________________
Prof. Dr. Marcosiris Amorim de Oliveira
Pessoa (Orientador)
Docente Convidado da USP – Universidade
de São Paulo
São Paulo
Março/2024
AGRADECIMENTOS
Agradeço à coordenadora Prof.ª Dra. Claudia Armas pelo apoio e dedicação durante
o MBA.
Gratidão a Deus por sempre iluminar os meus caminhos e por mais essa vitória!
RESUMO
A Medicina Digital é uma área ampla, que engloba a telemedicina e também outras
tecnologias que impactam diretamente a qualidade de vida dos pacientes e a
qualidade do trabalho dos profissionais. Há muitas oportunidades e também desafios
a serem superados, como o acesso da população às novidades tecnológicas da
área da saúde. O objetivo do presente trabalho é apresentar inovações tecnológicas
com potencial de melhorar o acesso da população brasileira à saúde digital. Com
este objetivo, foi feito uma análise sobre as estratégias da saúde digital no Brasil e
das tecnologias que estão impactando e propiciando serviços médicos mais ágeis,
eficientes, humanizados. Ao final da pesquisa, foram apresentadas algumas
soluções que poderão minimizar a falta de acesso da população à saúde digital. O
presente trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica em fontes secundárias,
com abordagem metodológica qualitativa. As soluções apresentadas poderão ser
testadas e aplicadas na prática em um projeto futuro.
1 INTRODUÇÃO 10
1.1 Problema 11
1.2 Justificativa 11
1.3 Objetivos 11
1.4 Estrutura do Trabalho 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO 13
2.1 Digitalização da Saúde 13
2.2 Inteligência Artificial na Saúde 14
2.2.1 Interoperabilidade na Saúde 15
2.3 IoT na Saúde 16
2.3.1 Tecnologia 5G e IoT na Saúde 17
2.4 Saúde Digital Móvel 18
2.5 Tecnologias Vestíveis (wearables) na Saúde 19
2.6 Realidade Aumentada, Realidade Virtual e 3D na Saúde 19
2.7 Cirurgia Robótica 24
2.8 Estratégia de Saúde Digital para o Brasil 2028 25
2.8.1 Consolidação Formal da Estratégia da Saúde Digital 27
2.9 A presença da Internet nos Estabelecimentos de Saúde 27
2.9.1 A importância da Internet para o acesso à Saúde 29
2.9.2 Literacia Digital em Saúde 30
2.9.3 Segurança de Dados dos Pacientes 31
2.9.4 Tendências rumo à Saúde Digital 32
3 METODOLOGIA 35
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 41
4.1 Resultados e Discussões sobre Estratégias da Saúde Digital no Brasil 41
4.2 Resultados e Discussões sobre Inovações Tecnológicas na Saúde 43
5 PROPOSTA SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS E ESTRATÉGICAS NA SAÚDE 47
6 CONCLUSÕES 49
REFERÊNCIAS 51
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 Problema
Uma das maiores vantagens das tecnologias digitais é a rapidez com que
uma informação consegue chegar às pessoas do mundo inteiro. O mesmo acontece
na área da saúde. Escalar o acesso aos serviços de saúde, com sustentabilidade,
com ampliação da oferta de soluções de qualidade e de forma humanizada para a
população em todo o território nacional, ainda é um desafio.
Como melhorar o acesso da população brasileira aos benefícios das
inovações tecnológicas da saúde digital?
1.2 Justificativa
O setor de saúde no Brasil tem muitas lacunas a serem resolvidas, uma delas
é como melhorar o acesso da população à saúde. Neste contexto, a saúde digital
poderá ser estratégica para melhorar a jornada do paciente. O presente projeto
torna-se relevante pelo fato de pesquisar acerca das inovações tecnológicas
aplicadas à saúde e também sobre as estratégias governamentais adotadas para
minimizar os problemas de acesso à saúde digital.
1.3 Objetivos
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo tem como objetivo estabelecer uma discussão acerca dos
assuntos que norteiam a fundamentação teórica para a monografia proposta. Serão
apresentadas discussões sobre a digitalização da saúde, e como as inovações
tecnológicas estão impactando a jornada do paciente. O trabalho busca minimizar o
problema de pesquisa a partir da seleção de conceitos e projetos específicos sobre
a saúde digital e das principais estratégias adotadas pelo Brasil para melhorar o
atendimento da população através da saúde digital.
Fonte: elaborado pela autora com base nos conceitos de Rondina e Sciarra (2018)
De acordo com Ameri et al., (2021), a Internet das Coisas (IoT) é um sistema
de dispositivos sem fio, interconectados e digitais que permitem coletar e armazenar
dados em uma rede, sem a necessidade de interações entre humanos ou entre
humanos e computadores.
A IoT desempenha um papel preditivo significativo na melhoria da saúde
hospitalar e do desempenho organizacional dos hospitais, devido à sua capacidade
de coletar sinais vitais dos pacientes e acumular parâmetros específicos
relacionados a doenças crônicas e comuns de forma contínua e periódica (Ameri et
al., 2021).
17
consequência as áreas afetadas pela IoT também terão impacto, como a Internet
das Coisas Médicas (IoMT).
As zonas rurais e outros locais isolados que carecem de serviços de saúde
adequados, poderão se beneficiar com a conectividade da Internet das Coisas. A
implementação de uma rede 5G na infraestrutura IoT representará um novo desafio
e também oportunidades de investigação.
No Brasil, de acordo com a pesquisa TIC Saúde 2022, quase a totalidade dos
estabelecimentos de saúde fizeram uso de computadores e Internet, com percentual
de 98% em ambos os casos. Os estabelecimentos públicos seguem a tendência de
maior informatização, sendo que que 97% deles tinham acesso tanto a computador
quanto à Internet, enquanto nos estabelecimentos privados o uso de ambos vem
sendo universal (CETIC, 2022, p. 61).
Conforme a pesquisa TIC Saúde, as disparidades regionais verificadas em
edições anteriores da pesquisa também diminuíram em 2022. Entretanto, os
estabelecimentos da região Norte continuaram tendo menor acesso à Internet, 92%
dos estabelecimentos, enquanto as demais regiões esse percentual ficou acima de
97% (CETIC, 2022).
28
Gráfico 1
Ainda sobre a pesquisa TIC Saúde 2022, estima-se que cerca de 7.600
estabelecimentos de saúde fizeram análises de big data. Sendo cerca de 5.700 em
estabelecimentos privados e cerca de 1.800 em públicos.
Outras tecnologias permaneceram sendo usadas por uma pequena parcela
de estabelecimentos de saúde, como blockchain com percentual de 1%, inteligência
artificial em 3% e robótica em 4%.
De acordo com Fernandes et al. (2022), o modelo de saúde é produto da
interação entre seus atores, que são os gestores, profissionais de saúde e usuários.
Isso envolve as condições de trabalho, as possibilidades de atendimento
institucional e a alfabetização em saúde.
29
3. METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
da inteligência artificial (IA), pois a OMS expressa que a IA tem um enorme potencial
para reforçar a prestação de cuidados de saúde, medicamentos e ajudar todos os
países a alcançar a cobertura universal de saúde.
Partindo da premissa que a IA poderá permitir que países com poucos
recursos diminuam as lacunas no acesso aos serviços de saúde, inclusive onde em
muitos casos os pacientes têm acesso restrito aos profissionais de saúde ou
médicos, o presente trabalho descobriu aspectos relevantes, como a importância do
alinhamento entre a aplicação da tecnologia com a interoperabilidade e a segurança
de dados.
A pesquisa também trouxe informações importantes acerca da literacia em
saúde. Conforme relatório internacional apresentado pelo Economist Impact (2023),
as soluções digitais de saúde nem sempre são fáceis de utilizar ou acessíveis tanto
para os médicos como para os pacientes. As ferramentas digitais de saúde devem
estar alinhadas com as competências e a formação dos profissionais de saúde.
Conforme os autores Rondina e Sciarra (2018), as organizações de saúde
têm pouco entendimento sobre o processo de intercâmbio de informações de saúde,
por isso não implementam a interoperabilidade. Os autores defendem que o
conhecimento médico e as informações sobre os pacientes não são gerenciáveis
com métodos tradicionais devido à grande quantidade de informações, e que os
processos de acesso ao conhecimento e tomada de decisão desempenham papel
central na Medicina moderna.
De acordo com a pesquisa, tanto as instituições de saúde quantos os
pacientes têm preocupações acerca da segurança dos dados. Conforme as
tecnologias digitais aumentam, é essencial ter orientações regulamentares e
sistemas para defender a segurança e a qualidade dos cuidados de saúde. Porém a
pesquisa da CETIC referente a 2022 expressa que, entre o universo de 120 mil
estabelecimentos de saúde, apenas 31.200 disponibilizam de canais de atendimento
com os detentores dos dados.
Entre as estratégias adotadas pelas políticas públicas, a Lei 14.510/22
apresenta o conceito da telessaúde para o Brasil. Outra estratégia advinda de
políticas públicas é a implementação da plataforma nacional de interoperabilidade
em saúde, RNDS. A Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) é um projeto
estruturante do Conecte SUS, programa do Governo Federal para a transformação
digital da saúde no Brasil.
43
Fonte: elaborado pela autora com base no ciclo de hype, The Medical Futurist apud
FIOCRUZ, 2023
47
6 CONCLUSÕES
não estar disponível, com percentual mais elevado na Região Norte e nas áreas
rurais.
Importante relacionar as duas pesquisas, TIC Saúde 2022 e pesquisa do
IBGE. Uma representa o uso das tecnologias de informação e comunicação nos
estabelecimentos de saúde e a outra representa o número de pessoas que utilizam
a Internet no Brasil. Portanto, muitos estabelecimentos de saúde no Brasil precisam
se preparar melhor para aderir às inovações tecnológicas advindas da saúde e parte
considerável da população precisam de apoio tecnológico e orientação para
melhorar o seu acesso à saúde.
As soluções tecnológicas recomendadas e as inovações tecnológicas
pesquisadas ao longo do presente trabalho, têm potencial de melhorar o acesso da
população saúde. As tecnologias digitais são uma componente essencial e um
facilitador de sistemas de saúde sustentáveis e de cobertura universal.
Como recomendação para trabalhos futuros, será interessante o
aprofundamento das novas tecnologias voltadas à saúde, inclusive pesquisando
diretamente alguns hospitais sobre as inovações tecnológicas utilizadas.
Vale mencionar que as tecnologias digitais além de serem preditivas, são
adequadas e importantes para a gestão de doenças crônicas. Outra recomendação
para trabalhos futuros é aprofunda-se acerca da importância do treinamento de
profissionais da saúde e pessoas no uso das novas tecnologias.
A presente pesquisa traz uma questão importante, os profissionais e equipes
de saúde são os protagonistas para o uso das novas tecnologias, o que demanda
mais treinamentos e certificações. As novas tecnologias são apenas ferramentas e
meios para melhorar e ampliar os atendimentos de saúde.
Com base no que foi apresentado, este trabalho poderá contribuir para
projetos futuros sobre inovações tecnológicas na saúde e estratégias rumo à Saúde
Digital. Ambas abordagens são cruciais para melhorar o acesso da população
brasileira à saúde.
51
REFERÊNCIAS
AMERI, F.; et al. Aplicações da Internet das Coisas (IoT) em Hospitais: uma
Revisão Sistemática. São Paulo, 2021. Disponível em:
https://htainaction.tums.ac.ir/index.php/hta/article/view/124. Acesso em: 02 jan. 2024.
BOLAN G.; POZZEBON E.; SÁ, J.A. Novas tecnologias e aplicações da realidade
aumentada na medicina. Santa Catarina, 2023. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/370579539_Novas_tecnologias_e_aplicaco
es_da_realidade_aumentada_na_medicina . Acesso em: 26 dez. 2023.
CAMPOS, J.G. Poder 360. Em 6 Estados, mais de 20% dos habitantes não têm
3G. Brasil, 2023. Disponível em: https://www.poder360.com.br/tecnologia/em-6-
estados-mais-de-20-dos-habitantes-nao-tem-3g/ . Acesso em: 01 mar. 2024.
EKIZ, et al. Sua smartband é inteligente o suficiente para saber quem você é:
rumo à autenticação fisiológica contínua na natureza. Turquia, 2019. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/337885402 . Acesso em: 27 dez. 2023.
FERNANDES, L.; et al. Tem tudo pra dar certo, mas a gente ainda tem um
caminho a percorrer: visões sobre a telessaúde no Brasil. Belo Horizonte, 2023.
Disponível em: http://cetes.medicina.ufmg.br/revista/index.php/rlat/article/view/422 .
Acesso em: 19 jan. 2024.
KUR, A.; SILVA, S.; PINHO, S. Telemedicina no SUS: Garantia de Acesso Aos
Serviços de Saúde para a População Rural. Macapá, 2023. Disponível em:
https://bjihs.emnuvens.com.br/bjihs/article/view/680. Acesso em: 05 jan. 2024.
LACHMAN, Peter. Veja Saúde. Se saúde digital não for bem implementada, pode
piorar atendimento. 2021. Disponível em: https://saude.abril.com.br/medicina/se-
saude-digital-nao-for-bem-implementada-pode-piorar-atendimento Acesso em: 05
jan. 2024.
SANTANA, B.; et. al. Cirurgia Robótica no Brasil. São Paulo, 2022. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i12.33223 . Acesso em: 20 jan. 2024.