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Disciplina: História e Cultura

Professora: Iolanda Rocha

Composição étnica do Brasil

A composição étnica e racial da sociedade brasileira é resultado de uma confluência de


pessoas de várias origens étnicas diferentes, dos povos indígenas originais, negros
africanos, dos colonizadores portugueses, e de posteriores ondas
imigratórias de europeus, árabes e japoneses, além de outros povos asiáticos e de
países sul-americanos.
Há diferença entre os conceitos de raça e etnia, onde Raça é uma construção social
utilizada para distinguir pessoas em termos de uma ou mais características físicas,
dentre elas a cor da pele, que são socialmente significativas; a raça é um termo
sociológico e não biológico. Em termos biológicos considera-se que há apenas uma,
a raça humana (com o projeto Genoma Humano o conceito biológico de "raças
humanas" tornou-se desacreditado entre os biólogos e antropólogos). Um grupo étnico,
por outro lado, corresponde a uma categoria de pessoas cujas marcas culturais
percebidas são consideradas socialmente significativas e os grupos diferem entre si em
termos de língua, religião, costumes, valores, ancestralidade entre outras marcas
culturais. O Brasil pode ser apontado como um exemplo de que o conceito de raça é
uma construção social,] e que o entendimento de raça pode variar em diferentes
sociedades.
Nos séculos XIX e XX, a cultura brasileira tem promovido uma integração
e miscigenação racial. No entanto, as relações raciais no Brasil não têm sido
harmônicas, especialmente em relação ao papel de desvantagem dos negros brasileiros e
indígenas, grupos fortemente explorados no período colonial do país, que tendem a
ocupar posições menos prestigiadas na sociedade brasileira moderna, além das questões
de choque cultural e dificuldade de preservação étnico-racial no país.
A análise de marcadores genéticos revela que o brasileiro médio possui, de forma
decrescente, ancestralidades europeias, africanas e ameríndias.
Ancestralidade genética
Pesquisas mostram que milhões de brasileiros carregam em seu DNA o material
genético de povos indígenas. A população brasileira é bastante heterogênea, portanto, o
grau de ancestralidade indígena varia de pessoa para pessoa e também geograficamente.
De maneira geral, as pesquisas mostram que os brasileiros apresentam alto grau de
ancestralidade europeia do lado paterno, enquanto as ancestralidades ameríndias e
africanas predominam do lado materno. Isso reflete a característica da colonização
portuguesa, na qual a maioria dos colonizadores eram homens, gerando um padrão
sexual de miscigenação entre homem europeus e mulheres indígenas e africanas.
Comunidades isoladas
Estudos genéticos de ancestralidade têm revelado o grau de miscigenação de
comunidades isoladas do Brasil, seja de comunidades indígenas, remanescentes
de quilombos ou comunidades fundadas por imigrantes europeus.
Estudos genéticos realizados em quilombos (comunidades formadas por descendentes
de escravos) têm revelado que a ancestralidade africana predomina na maioria deles,
embora seja bem significativo a presença de elementos de origem europeia e indígena
nessas comunidades. Isso mostra que os quilombos não foram povoados apenas por
africanos, mas também por pessoas de origem europeia e indígena que foram integradas
nessas comunidades. Os estudos mostram que a ancestralidade dos quilombolas é
bastante heterogênea, chegando a ser quase que exclusivamente africana em alguns,
como no quilombo de Valongo, no Sul, enquanto em outros a ancestralidade indígena e
europeia é acentuada, como no caso dos quilombos de Cametá no Norte, do Cajueiro e
do Mocambo no Nordeste.

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