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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA


CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS

CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

Samilly Alexandre de Souza

TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO: percepções,


demonstração e algumas aplicações

Rio Tinto – PB
2012
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Samilly Alexandre de Souza

TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO: percepções,


demonstração e algumas aplicações

Trabalho Monográfico apresentado a


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Matemática como requisito para obtenção do
titulo de Licenciado em Educação Matemática.

Orientador: Profº. Dr. Carlos Alberto Almeida

Rio Tinto – PB
2012
3

Samilly Alexandre de Souza

TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO: percepções,


demonstração e algumas aplicações

Trabalho Monográfico apresentado a Coordenação do Curso de Licenciatura em Matemática


como requisito para obtenção do titulo de Licenciado em Matemática.

Orientador: Profº Dr. Carlos Alberto Almeida

Aprovado em: __/__/__

COMISSÃO EXAMINADORA

__________________________________________________
Profº Dr. Carlos Alberto Almeida – UFPB - DCE

__________________________________________________
Prof.Ms. Agnes Liliane L. S. de Santana - UFPB -DCE

__________________________________________________
Prof. Ms. José Elias dos Santos Filho – UFPB - DCE
4

Dedico este trabalho a minha mãe Ana Lúcia


Alexandre da Silva, que sempre acreditou e
confiou em mim e na realização de minha
formação.
5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por me permitir saúde, coragem e perseverança na luta


dos meus sonhos!
Agradeço também aos meus pais Ana Lúcia Alexandre da Silva e Eguinaldo Santos
Souza por me incentivarem sempre e nunca ter me deixado faltar nada, principalmente amor,
coragem e investimento tanto financeiro como afetivo.
Meu muito obrigada a meu orientador Carlos Alberto pela orientação na elaboração
desse trabalho, pela sua paciência com minhas limitações, ajuda e conselhos, em fim, pela
amizade que foi construída.
A todos os meus professores do CAMPUS IV-UFPB que sem duvidas contribuíram
para minha formação, em especial a Givaldo de Lima, Fabrício Lima e Elias Filho, que
sempre me incentivaram e me aconselharam além da sala de aula, Agnes Santana por me
proporcionar a participação em um projeto como aluna bolsista e Cristiane Fernandes por
também ter me proporcionado a participação em dois projetos como aluna voluntária, projetos
esses que contribuíram muito para minha formação profissional.
Não poderia deixar de agradecer aos meus amigos de turma Ana Paula Florencio,
Anaelson Donizete, Ariana Costa, Jaênia Moura, Luciano Júnior, e Roberto Mariano, pelo
companheirismo nos estudos, pelos momentos de descontração através das viagens para
eventos científicos, pelas conversas, festas e partilhas durante todo o curso que foram
essenciais para meu crescimento.
Aos funcionários e técnicos administrativos, em especial a Ricardo Serrano, por toda
ajuda e incentivo. A Ana Karla, João Henrique, Joás e Ana Cristina pelo apoio.
Agradeço a minha família, em especial, a minha irmã Samara Alexandre de Souza e
aos meus tios (as), primos (as) que acreditaram no meu potencial.
Aos amigos verdadeiros que fiz ao longo desses anos, em especial a Bruno Dantas,
Cleidson Cândido, Cinthia Danielle, Erenita Hélida, Janaína Araújo, Jânio Medeiros, Mayara
Ferraz que me acolheram, compartilharam comigo minhas alegrias, tristezas e experiências.
Aos alunos do nosso curso que participaram como sujeitos desta pesquisa.
Enfim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste
trabalho.
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“A verdadeira coragem é ir atrás de seus sonhos


mesmo quando todos dizem que ele é
impossível”.
(Cora Coralina)
7

RESUMO

A presente pesquisa tem como finalidades a demonstração do Teorema Fundamental do


Cálculo de uma forma mais clara e objetiva e a apresentação de duas aplicações desse
teorema. A justificativa pela escolha do tema se dá pelo fato de ele estabelecer uma ligação
entre derivada e integral, um dos conteúdos fundamentais de um curso de Cálculo Diferencial
e Integral que nos proporciona abstrair percepções e estudar algumas de suas aplicações.
Iniciamos o trabalho por meio de uma pesquisa bibliográfica tanto para apresentar uma
demonstração adaptada do TFC bem como duas de suas aplicações, sendo respectivamente, a
solução de um Problema de Valor Inicial através do cálculo de primitivas e uma aplicação a
Física. Alem da pesquisa, percebemos que seria importante investigar o nível de entendimento
que, especificamente, os alunos do 3º e 7º período do semestre letivo 2011.2, de nosso curso
de Licenciatura em Matemática, Campus IV- UFPB apresentam ao estudar esse teorema. Para
alcançar um dos objetivos específicos, elaboramos e aplicamos um questionário composto
com quatro questões discursivas e em seguida realizamos uma breve analise e discussão do
mesmo. Os resultados obtidos são comentados em nossas considerações finais, onde
entendemos que a base de conhecimento dos alunos é muito importante para que eles
consigam aprender novos conteúdos, porem para amenizar essa deficiência, os docentes
podem se apropriar de vários recursos que auxiliam a aprendizagem dos alunos, entre eles,
destacamos a contextualização de alguns assuntos que inclusive é um dos nossos objetivos
gerais, pois acreditamos que quando determinados conteúdos, principalmente os de uma
disciplina de Cálculo, são trabalhados com aplicações a outras ciências, os alunos conseguem
perceber sua importância em outras áreas do conhecimento.

Palavras-chaves: Teorema Fundamental do Cálculo. Demonstração. Aplicações.


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ABSTRACT

This research has as objectives the demonstration of the Fundamental Theorem of Calculus in
a more clear and objective and the presentation of two application of this theorem. The
justification for the choice of the theme is given by the fact that he establish the link between
derivative and integral, one of the fundamental contents of a course in Differential and
Integral Calculus, which provides us with abstract perceptions and study some of its
applications. We started working through a literature search to present both a demonstration
of TFC as adapted for two of its applications, being respectively the solution of a problem the
Initial Value through the calculation of primitives and an application of Fhysics. Besides
research, we realized that it would be important to investigate the level of understanding,
specifically, students of 3rd and 7th period 2011.2 semester, our course in Mathematics,
Campus IV, UFPB have to study this theorem. For this, we developed and applied a
questionnaire composed of four essay questions and then conducted a brief review and
discussion of it. The results obtained are discussed in our concluding remarks, where we
understand that the knowledge base of students is very important so that they can learn new
content, however to alleviate this deficiency, teachers can appropriate more resources that
assist student learning among them, we highlight some of the issues that contextualization is
also one of our general goals, because we believe that when certain content, especially the
discipline of calculus are worked with applications to other sciences, students can realize their
importance in other areas of knowledge.

Keywords: Fundamental Theorem of Calculus. Demonstration. Applications.


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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Aluno do 3º período respondendo o questionário ................................ 20


Figura 2 – Gráfico da família de primitivas da função: 𝑓 𝑥 = 𝑥 3 ...................... 27
Figura 3 – Região sobre a curva 𝑦 = 𝑓 𝑥 , 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏.......................................... 28
Figura 4 – Partição do intervalo 𝑎, 𝑏 em 3 retângulos ........................................ 29
Figura 5 – Refinamento do intervalo [a , b] ........................................................... 30

Figura 6 – Gráfico da área de uma função contínua .............................................. 31


Figura 7 – Teorema do Valor Médio ..................................................................... 49
Figura 8 – Gráfico de uma função 𝑓 contínua no ponto A .................................... 51
10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Desempenho do questionário aplicado aos alunos do 3º período de Lic em


Matemática ............................................................................................................................ 21

Tabela 2 – Desempenho do questionário aplicado aos alunos do 7º período de Lic em


Matemática ............................................................................................................................ 21
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LISTA DE ABREVIATURAS

CDI Cálculo Diferencial e Integral

EDO Equações Diferenciais Ordinárias

Lic Licenciatura

PVI Problema de Valor Inicial

TFC Teorema Fundamental do Cálculo

UFPB Universidade Federal da Paraíba


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14

1.1 Apresentação do Tema .................................................................... 14

1.2 Problemática e Justificativa ............................................................ 15

1.3 Objetivos da Pesquisa ..................................................................... 16

1.3.1 Geral ....................................................................................... 16

1.3.2 Específicos ............................................................................. 16

1.4 Caracterização da Pesquisa ............................................................. 16

1.5 Estrutura e Organização da Pesquisa .............................................. 17

2 CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS....................................... 19

2.1 O Questionário ................................................................................ 19

2.1.1 Os alunos................................................................................. 20

2.1.2 Os resultados obtidos em cada questão................................... 21

2.1.3 Discussão e analise do questionário ....................................... 24

2.2 Conceitos básicos para a demonstração do TFC ............................. 25

2.2.1 Primitiva de uma Função........................................................ 25

2.2.2 Integral Indefinida .................................................................. 26

2.2.3Integral Definida ..................................................................... 28

3 TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO ............................. 32

3.1 Teorema Fundamental do Cálculo, parte 1: .................................... 32

3.2 Teorema Fundamental do Cálculo, parte 2: .................................... 34


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4 APLICAÇÕES DO TEOREMA FUNDAMENTAL DO 36


CÁLCULO ...........................................................................................

4.1 Solução do Problema de Valor Inicial ............................................ 36

4.2 Trabalho .......................................................................................... 39

4.2.1 Trabalho realizado por uma Força Constante ......................... 39

4.2.2 Trabalho realizado por uma Força Variável ........................... 41

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................. 43

REFERÊNCIAS .................................................................................. 46

APÊNDICE A ...................................................................................... 48

APÊNDICE B ...................................................................................... 51

APÊNDICE C ...................................................................................... 52

ANEXO ................................................................................................ 54
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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação do Tema

Vem dos tempos mais remotos a necessidade de se determinar a solução para


problemas que envolviam movimentos e variações. Como por exemplo, o problema de
calcular a inclinação da reta tangente a um gráfico de uma função e o problema de calcular a
área de uma região sob o gráfico de uma função. Para resolver esses e outros tipos de
problemas, diversos estudiosos desenvolveram e aperfeiçoaram o estudo do Cálculo desde o
século XVII, desenvolvendo regras e procedimentos que com o passar dos séculos foram
sendo sistematizados até culminarem no que conhecemos hoje como Cálculo Diferencial e
Integral (CDI). Esses dois conceitos que acabamos de citar, respectivamente a derivada e a
integral, são considerados os conceitos fundamentais para um curso de Cálculo.

Em um primeiro momento, parece não haver relação alguma entre conceitos de


derivada e integral. De acordo com (STEWART, 2011), quem primeiro descobriu que estes
dois problemas estão na verdade relacionados foi Isaac Barrow (1630-1677), o professor de
Newton em Cambridge, mas os primeiros que realmente entenderam e exploraram foram
Isaac Newton (1642-1727) e Gottfried Wilhelm von Leibniz (1646-1716), que de forma
independente foram considerados os fundadores do Teorema Fundamental do Cálculo (TFC).
Eles viram que o Teorema Fundamental do Cálculo os proporcionava calcular áreas e
integrais de uma maneira mais fácil, diferente da que era feita antigamente, onde elas eram
calculadas como limites de somas, constituindo-se um dos instrumentos mais eficazes para a
resolução de problemas matemáticos e fenômenos físicos.

Estudantes de Matemática ou de outros cursos superiores da área de ciências exatas


geralmente deparam-se com situações que envolvem o cálculo de áreas. Entretanto, sabemos
que não é tão fácil resolvê-los, principalmente quando ocorrem situações em que
necessitamos encontrar a área de uma região curva não usual. Esses e outros tipos de
problemas fazem parte da rotina de um curso de Cálculo e devem ser trabalhados e explorados
pelos professores com riqueza de detalhes principalmente quando tratados em um curso
superior em Matemática ou Licenciatura em Matemática.
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1.2 Problemática e Justificativa

O (CDI) é uma das disciplinas oferecidas na maioria dos cursos de ciências exatas e
geralmente é estudada no inicio da graduação como um pré-requisito para outras disciplinas.
Segundo (BALDINO, 1995, p. 1 apud Ronaldo Pereira Campos, 2007?), as disciplinas de
Cálculo: “São as disciplinas internacionalmente reconhecidas como as de maior dificuldade
para os alunos, onde os índices de reprovação são os mais altos.” Concordamos com o autor,
pois vivenciamos a reprovação de vários colegas ao longo do curso e os índices mais altos de
reprovação foram justamente no inicio quando estavam estudando as disciplinas de cálculo.
Com isso pudemos observar alguns motivos que levaram nossos colegas a apresentarem um
desempenho insatisfatório em relação ao estudo de (CDI). Entre eles destacamos a não
preocupação que os alunos apresentam em relação a construção dessa disciplina e a questão
de sua aplicabilidade a outras ciências, ou seja, a maioria dos alunos não conseguem perceber
como os conceitos do Cálculo foram criados ao longo dos anos e como eles podem ser
aplicados as mais diversas ciências.

Por ser um tema introdutório para a Matemática e um dos principais teoremas usados
no estudo do Cálculo, o Teorema Fundamental do Cálculo, que envolve derivação e
integração uma como sendo o inverso da outra, possui aplicações em diferentes áreas do
conhecimento, desde a própria matemática até as ciências físicas, engenharias, ciências
sociais e biológicas.

Partimos do pré-suposto que o (TFC) não recebe a devida atenção por alguns
estudantes, devido a análise que foi feita a partir do questionário aplicado aos alunos
ingressantes e da fase final do curso de Licenciatura em Matemática da UFPB, Campus IV.
Então pretendemos pesquisar como esse teorema pode contribuir para que os professores
trabalhem de forma contextualizada através de aplicações dele a própria Matemática e
também a outra ciência que está inteiramente relacionada a ela, a Física, pois acreditamos que
quando os alunos estudam determinados conteúdos matemáticos e conseguem observar sua
aplicação direta eles sentem-se estimulados e acabam desenvolvendo a curiosidade em
aprendê-los.
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1.3 Objetivos da Pesquisa

1.3.1Geral

Demonstrar o Teorema Fundamental do Cálculo e pesquisar algumas aplicações para


ele.

1.3.2 Específicos

Discutir sobre os resultados obtidos a partir de um questionário aplicado aos alunos


ingressantes e da fase final do Curso de Licenciatura em Matemática da UFPB, Campus IV,
na cidade de Rio Tinto;

Apresentar alguns conceitos básicos do CDI como definições, observações,


proposições e alguns exemplos necessários para a demonstração do Teorema Fundamental do
Cálculo;

Mostrar duas aplicações do TFC, uma para cada versão.

1.4 Caracterização da Pesquisa

Para a realização desse trabalho, desenvolvemos nossos estudos através de uma


pesquisa exploratório-bibliográfica, pois percebemos que apesar de estarmos inseridos em
uma sociedade que acompanha o desenvolvimento das Tecnologias de Informação, o livro
didático ainda é muito utilizado na pesquisa sobre abordagens de determinados assuntos,
servindo como referencial tanto para os professores como para os alunos. Ainda sobre a
questão do livro didático, (BARUFI, 1999, p. 5, apud Ronaldo Pereira Campos, 2007?),
afirma que a escolha do livro pelo professor pode direcionar de alguma forma, a maneira
como o aluno irá aprender uma determinada noção. Portanto, além dos professores, os alunos
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também acabam utilizando as bibliografias que lhes são recomendadas para que possam ter
uma maior facilidade no estudo de determinados conteúdos. Então entendemos que quanto
menos formal for a apresentação de determinados conceitos matemáticos mais simples será
seu entendimento.

Segundo (MEDEIROS, 2010), pesquisa bibliográfica significa o levantamento da


bibliografia referente ao assunto que se deseja estudar. O autor ainda apresenta as quatro
etapas de uma pesquisa bibliográfica: identificação, localização, compilação e fichamento.
Para o estudo e apresentação da demonstração do TFC realizamos uma pesquisa
bibliográfica com o intuito de identificar como esse teorema é abordado nos livros didáticos.
Logo apos a localização dos livros, fizemos uma compilação deles, que é a reunião do
material necessário. Com isso pudemos verificar quais desses livros apresentavam a
demonstração do TFC em duas versões de forma mais clara e como resultado encontramos em
(FLEMMING; GONÇALVES, 2006) uma demonstração mais plausível. A partir daí
estudamos e desenvolvemos essa demonstração de forma mais “destrinchada”.
Nosso trabalho também foi embasado em um questionário que produzimos com o
objetivo de tentar identificar as concepções que, especificamente os alunos do 3º e 7º período
do semestre letivo 2011.2, tem em relação a alguns conceitos que antecedem o estudo desse
teorema, como as relações entre o conceito de integral definida, sua demonstração, o conceito
de área e algumas aplicações do Teorema Fundamental do Cálculo.

Para alcançar um dos objetivos gerais desse trabalho, traremos duas aplicações do
TFC, uma para cada versão. Para a aplicação da primeira versão desse teorema, usamos como
guia (FIGUEIREDO, 1997), pois nele o autor traz a solução de um Problema de Valor Inicial
através do cálculo de primitivas que é trabalhado na primeira versão do TFC. Para a segunda
versão, traremos uma aplicação do TFC ao trabalho realizado tanto por uma força constante
como por uma força variável, exemplificando ambos os casos e para isso nos baseamos na
forma como (FLEMMING; GONÇALVES, 2006) e (STEWART, 2011) apresentam esse
assunto.

1.5 Estrutura e organização da Pesquisa


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O presente trabalho encontra-se estruturado em cinco capítulos. Apresentaremos no


primeiro um breve comentário sobre a origem do Cálculo e um de seus teoremas mais
importantes, o Teorema Fundamental do Cálculo e, baseando-nos em algumas dificuldades
encontradas em suas diversas aplicações foi que justificamos a escolha do tema de pesquisa e
apresentamos os objetivos que queremos alcançar assim como a metodologia ao longo de
nossa pesquisa.
No segundo capítulo apresentaremos as considerações metodológicas que são a analise
e discussão de um questionário aplicado aos alunos do curso de Licenciatura em Matemática
da UFPB, Campus IV acerca das concepções que eles apresentam em relação ao (TFC) e
alguns conceitos básicos do (CDI) como definições, observações, proposições e alguns
exemplos que são necessários para a demonstração do Teorema Fundamental do Cálculo.
No terceiro capítulo traremos a demonstração do Teorema Fundamental do Cálculo
em suas duas versões.
No quarto capítulo mostraremos duas aplicações do (TFC), ambas relacionadas
respectivamente a primeira e a segunda versão do teorema.
Por fim, no quinto e último capítulo, faremos as considerações finas sobre a respectiva
pesquisa, bem como trazemos as referências, os apêndices e o anexo.
19

CAPÍTULO 2

CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS

Introduziremos neste capítulo as metodologias utilizadas para alcançar os objetivos


tanto gerais como específicos. No primeiro momento apresentaremos um comentário sobre o
questionário aplicado, identificando os alunos envolvidos e os resultados obtidos em cada
questão. Em seguida, veremos alguns conceitos como o de primitiva de uma função,
integração indefinida e a integral definida, que é o conceito básico do cálculo integral, bem
como ela foi criada pelo método da soma de Riemman para resolver problemas de cálculo de
áreas de regiões curvas. Logo depois veremos as proposições necessárias para a demonstração
do (TFC). O objetivo principal desse capítulo é discutir sobre os resultados do questionário
aplicado e apresentar alguns conceitos básicos como pré-requisitos necessários para o
entendimento da demonstração do Teorema Fundamental do Cálculo em suas duas versões.

2.1 O questionário

O questionário, o qual está no anexo, foi aplicado a um grupo de alunos do curso de


Licenciatura em Matemática da Universidade Federal da Paraíba- Campus IV- Litoral Norte.
Contem 4 questões cada uma como um pré-requisito para a próxima. O objetivo principal
deste questionário é inicialmente colher informações a respeito do nível de entendimento de
um dos principais teoremas da matemática, o Teorema Fundamental do Cálculo e investigar
sobre a identificação da relação oposta entre a derivação e a integração, a manipulação de
conceitos utilizados na demonstração do (TFC) como continuidade, derivabilidade e
integrabilidade, a aplicação desse teorema na resolução de um problema relacionado ao
cálculo de áreas e por fim, a identificação de algumas situações onde o (TFC) possa ser
aplicado. Em seguida, discutir sobre as concepções dos alunos que estão tanto em fase inicial
de aprendizagem de cálculo como os que hipoteticamente apresentam um amadurecimento
maior em relação ao Teorema Fundamental do Cálculo.

Para isso, pedimos aos professores dessas respectivas disciplinas, Cálculo Diferencial
e Integral III e Introdução a Álgebra Abstrata, um tempo de 20 minutos de suas aulas para que
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os alunos pudessem resolver as questões. Durante a aplicação do questionário, pedimos aos


alunos que mesmo que não soubessem responder as questões justificassem-nas para uma
melhor tabulação dos dados, não sendo necessário se identificar. No total participaram do
questionário 18 alunos.

2.1.1 Os alunos

Para a realização da aplicação do questionário escolhemos os alunos que estão


cursando o 3º e 7º períodos do semestre letivo 2011.2, respectivamente as disciplinas de
Cálculo Diferencial e Integral III e Introdução à Álgebra Abstrata. A justificativa para essa
escolha é que os alunos do 3º período já estudaram as disciplinas de (CDI) I e II, onde eles
são apresentados pela primeira vez à teoria de integral e consequentemente ao Teorema
Fundamental do Cálculo. Já os alunos do 7º período, supomos que já haviam estudado a
disciplina de Introdução à Análise Real, que é vista em um período anterior, onde os alunos
também estudam o Teorema Fundamental do Cálculo, agora com um grau de maturidade
matemática maior que no 3º período.

Aplicamos o questionário em dois encontros e contamos com a colaboração de todos


os alunos e com a presença dos professores das disciplinas citadas.

Figura 1- Aluno do 3º período respondendo o questionário.


Fonte: Elaboração do autor
21

2.1.2 Os resultados obtidos em cada questão

Os resultados obtidos serão apresentados nas tabelas a seguir:

Tabela 1- Desempenho do questionário aplicado aos alunos do 3º Período de Lic. em


Matemática
Respostas dos alunos Não sei Resposta Resposta Resposta Total de
do 3º Período correta parcialmente incorreta alunos
correta

1ª questão 7 0 5 1 13
2ª questão 13 0 0 0 13
3ª questão 8 0 0 5 13
4ª questão 13 0 0 0 13
Fonte: Arquivo pessoal

Tabela 2- Desempenho do questionário aplicado aos alunos do 7º Período de Lic. em


Matemática
Alunos universitários Não sei Resposta Resposta Resposta Total de
do 7º Período correta parcialmente incorreta alunos
correta

1ª questão 2 0 3 0 5
2ª questão 4 0 1 0 5
3ª questão 3 0 0 2 5
4ª questão 2 1 2 0 5
Fonte: Arquivo pessoal

Obs.: Na categoria não sei, estão incluídas também as respostas: Não lembro, não e esqueci.

A partir de agora apresentaremos cada questão com seu respectivo objetivo e também
a citação de apenas algumas respostas dadas. Os alunos participantes foram indicados pelas
letras do alfabeto de A a R. Vejamos os resultados.
22

Questão 1: Explique de maneira bem objetiva o que você entende por derivação e
integração.

Na primeira questão, pretendíamos verificar qual a noção que os alunos tem a respeito
da derivada e integral e também se percebem que esses conceitos básicos do (CDI) são
operações inversas uma da outra.

Olhando para a tabela 1 podemos verificar que 7 alunos responderam: “não sei”.
Dentre esses, o aluno A citou: “É complicado falar em palavras, até porque o professor não
foi um dos mais pacientes. Sinceramente, não sei”. Os outros 5 alunos deram respostas
consideradas parcialmente corretas. Aluno B: “derivação você tira, integração você coloca”.
Aluno C: “Derivação serve para o estudo da função. Integração é utilizada para calcular
áreas”. Aluno D: “Derivada é o inverso da integral”. O aluno O apresentou uma resposta
incorreta: “Entendo que derivadas são aliadas na Geometria Analítica que através delas
podemos calcular. É também a taxa de derivação de uma função. É também o coeficiente
angular da reta secante e tangente. Já integral não lembro”.

De acordo com a tabela 2, verificamos que 2 alunos responderam “não sei”, um deles,
o aluno M, respondeu: “EXQUECI”. Os outros 3 alunos apresentaram respostas consideradas
parcialmente corretas. Aluno I: “Integrar é o inverso de derivar. Usado para calcular área”.
Aluno J: “Integral está relacionada ao cálculo de área”. Aluno L: “Integração=cálculo de
áreas”.

Questão 2: Você sabe o enunciado do Teorema Fundamental do Cálculo? Se sim,


enuncie-o.

Na questão 2, quando perguntamos se os alunos sabem o enunciado do (TFC),


pretendíamos que eles citassem pelo menos uma das versões deste teorema, não
necessariamente que as respostas estivessem matematicamente corretas, visto que não se trata
de uma questão fácil, mas que pelo menos eles citassem algumas condições para que esse
teorema seja enunciado, como por exemplo que a função tem que ser contínua. Outra
expectativa nossa era de que eles utilizassem algum procedimento geométrico como, por
exemplo, um desenho que representasse o enunciado do (TFC).

Na tabela 1 vemos que todos os 13 alunos responderam “não sei”. Destes, os alunos
A, B e G, responderam “não”, o aluno C respondeu: “não vi o conteúdo”, o aluno D: “não
lembro” e o aluno N: “Não, nunca ouvi falar é a primeira vez. E se ouvi eu não lembro”.
23

Na tabela 2, 4 alunos responderam “não sei”, sendo que destes, os alunos J e M


responderam: “não lembro”, o aluno M: “não” e o aluno I: “ No momento não estou
𝑏
lembrado”. Apenas o aluno K apresentou uma resposta considerada incorreta: “ 𝑎
𝑓 𝑥 =
𝑓 ′ 𝑥 𝑑𝑥”.

Questão 3: Encontre a área limitada pela parábola 𝒚 = −𝒙𝟐 + 𝟒 e o eixo dos 𝒙.

Com essa questão tentamos verificar se os alunos conseguem relacionar a integral


definida com a área da região plana, utilizando o (TFC) para resolver a questão proposta.

Como visto na tabela 1, 8 alunos apresentaram respostas que se enquadram na


categoria não sei. Os alunos D, P, Q, O e R tentaram resolver, apresentando as seguintes
respostas incorretas:

2.4
Resposta do aluno D: 𝐴 = = 4, 4.2 ≅ 8.
2

Resposta do aluno P: 𝑦 = −𝑥 2 − 4 = −2𝑥 = −2

𝑥 −3
Resposta do aluno Q: −𝑥 2 + 4 = + 4𝑥 =
3

Resposta do aluno O: −2𝑥

Resposta do aluno R: 𝑦 = −2𝑥

De acordo com a tabela 2, 4 alunos responderam “não sei”. Dentre esses, o aluno I
respondeu o seguinte: “Não sei. Não lembro agora, mas se desse uma olhadinha poderia
lembrar”. Já o aluno L, “Só da pra fazer se ver o material”. Os outros 2 alunos deram
respostas consideradas incorretas. O aluno J não apresentou os cálculos, apenas responde “1”.
Já o aluno K realizou os cálculos de maneira incorreta:

= −𝑥 2 + 4𝑑𝑥 = −𝑥 3 + 4𝑥|2−2
−2

= [− −2)3 + 4.2 − [− 2)3 + 4 ⟹ −8 + 8 − 8 + 4 = −4”,

apresentando erros aritméticos na resolução da integral.

Questão 4: Cite um exemplo de uma situação onde o Teorema Fundamental do


Cálculo possa ser aplicado.
24

Nessa questão o objetivo era verificar se os alunos identificam alguma aplicação do


(TFC) à outros conteúdos estudados ao longo do curso de matemática bem como em alguma
outra ciência.

Por fim, na tabela 1 temos que todos os 13 alunos apresentaram a resposta: “não sei”.
Destacamos os alunos C e H que responderam respectivamente: “não vi o conteúdo” e “não
sei, pois não vi o professor resolver situações deste tipo”.

Já na tabela 2, podemos constatar que 2 alunos apresentaram respostas que se


enquadram no tipo “não sei”. Destacamos o aluno M que respondeu: “Infelizmente esqueci,
pois só lembrava mesmo p/ a prova”. Tivemos 2 alunos que citaram “para calcular áreas”,
são eles, os alunos I e J cujas respostas se enquadram na categoria resposta parcialmente
correta, pois não especificaram a questão da área. Apenas o aluno K apresentou uma resposta
considerada correta, que foi: “Na situação acima, no cálculo de área entre os gráficos de
uma função”.

2.1.3 Discussão e analise do questionário

Para analisar as dificuldades de aprendizagem em matemática é necessário um estudo


mais aprofundado tanto por parte dos alunos como dos professores. Então iremos nos deter a
um breve comentário a respeito de algumas dificuldades que constatamos momentaneamente
após a aplicação do questionário.

De acordo com os dados apresentados nas duas tabelas podemos constatar que a
maioria dos alunos adquire uma ideia insatisfatória a respeito da definição tanto de derivada
como de integral o que leva a um não entendimento do significado de integração indefinida
que é o processo de obter uma função a partir de sua derivada e consequentemente de integral
definida.

Outro ponto bastante forte e que merece devida atenção é em relação ao enunciado do
TFC, pois nenhum dos 18 alunos participantes souberam pelo menos rabiscar algo sobre o
enunciado desse teorema, apenas 1 deles ainda tentou enunciá-lo de forma algébrica, mas
apresentou uma resposta incorreta. Portanto esses estudantes ainda apresentam dificuldades na
25

aprendizagem dos conceitos referentes ao (TFC), o que se torna um processo mecânico sendo
levado em algumas situações a uma aplicação de forma errônea.

A questão 3 foi a que consideramos a mais fácil, onde os alunos não teriam muitas
dificuldades para respondê-la, já que no próprio questionário informamos que todas as
questões se referiam ao (TFC). Mas de acordo com as respostas dadas, percebemos que os
alunos ainda não conseguem relacionar a noção de área de regiões curvas com a integral
definida.

Quanto a ultima questão foi colocada propositalmente em nosso questionário com o


intuito de verificar se os alunos enxergam que o (TFC) esta inteiramente ligado a diversos
conteúdos matemáticos e também de outras ciências, mas concluímos que esses alunos ainda
não perceberam as diversas aplicações que esse teorema oferece.

Após a analise das respostas, percebemos que a base de conhecimento dos alunos é
muito importante para que eles consigam aprender novos conteúdos. Quando preparamos o
questionário e aplicamos as duas turmas distintas, é evidente que não esperávamos que os
alunos usassem a definição formal para responder as questões. Mas em contrapartida,
esperávamos que pelo menos a maioria apresentasse uma resposta parecida com a considerada
correta, principalmente os alunos que estavam em um nível mais avançado, que era os do 7º
período, por possuírem um grau de maturidade matemática maior que os do 3º período. Mas o
que aconteceu foi o contrario. Foi uma minoria que respondeu de maneira parcialmente
correta.

2.2 Conceitos básicos para a demonstração do TFC

2.2.1 Primitiva de uma Função

Definição1: Uma função 𝐹 𝑥 é chamada uma primitiva da função 𝑓 𝑥 em um


intervalo 𝐼 (ou simplesmente uma primitiva de 𝑓 𝑥 ), se, para todo 𝑥 ∈ 𝐼, temos 𝐹 ′ (𝑥)= 𝑓(𝑥).
26

Exemplos:

𝑥3 1
𝒊 𝐹 𝑥 = é uma primitiva da função 𝑓 𝑥 = 𝑥 2 , pois 𝐹 ′ (𝑥)= 3. 3𝑥 2 = 𝑥 2 = 𝑓 𝑥 .
3

𝑥3 1
𝒊𝒊 As funções 𝐺 𝑥 = + 4, 𝐻 𝑥 = (𝑥 3 +3) também são primitivas da função
3 3

𝑓 𝑥 = 𝑥 2 ,𝐺 ′ 𝑥 = 𝐻 ′ (𝑥) = 𝑓 𝑥 .

𝑥3
Na função 𝐺 𝑥 = + 4, do exemplo 𝒊𝒊 , no lugar de 4 podemos tomar uma
3

constante qualquer 𝑐, que ainda assim obtemos uma primitiva da função 𝑓(𝑥).

Observações:

𝑑𝐹
 Uma primitiva da função 𝑓 no intervalo 𝐼 é uma função 𝐹 tal que 𝑥 = 𝑓(𝑥) para
𝑑𝑥

todo 𝑥 de 𝐼.
 De acordo com os exemplos 𝒊 e 𝒊𝒊 , uma mesma função admite mais de uma
primitiva. Isso implica que se 𝐹 é uma primitiva de 𝑓 em um intervalo, 𝐹 adicionada
de uma função constante também é uma primitiva de 𝑓 nesse intervalo.

 Quando falamos em primitivas de uma função 𝑓 devemos sempre especificar qual é o


intervalo. Quando nos referirmos a duas primitivas da mesma função 𝑓 e quando não
explicitarmos o intervalo, entendemos que essas funções são primitivas de 𝑓 no
mesmo intervalo 𝐼.

2.2.2 Integral Indefinida

Em muitos problemas, a derivada de uma função é conhecida e o objetivo é encontrar


a própria função. Por exemplo, conhecendo a velocidade de um corpo em movimento, pode-
se querer calcular a sua posição em um momento qualquer.
O processo de obter uma função a partir de sua derivada é chamado de antiderivação
ou integração indefinida.
Definição 2: Se 𝐹 𝑥 é uma primitiva de 𝑓 𝑥 , a expressão 𝐹 𝑥 + 𝑐 é chamada
integral indefinida da função𝑓 𝑥 e é denotada por:
27

𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = 𝐹 𝑥 + 𝑐 (1)

A equação 1 deve ser lida como “ a integral indefinida de 𝑓 em relação a 𝑥 é igual a 𝐹 𝑥 +


𝑐”.

Observações:

 O símbolo ʃ é chamado sinal de integração;


 𝑓 é chamada de integrando ou função integranda;
 𝑥 é a variável de integração;
 A constante 𝑐 é a constante de integração ou constante arbitraria.

Com a definição de integral indefinida podemos concluir que:

(i) 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = 𝐹 𝑥 + 𝑐 ⇔ 𝐹 ′ 𝑥 = 𝑓(𝑥).

(ii) 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 representa uma família de funções (a família de todas as primitivas da função


integrando).

Na figura abaixo, temos um exemplo de um gráfico onde existe uma família de


primitivas da função integrando 𝑓 𝑥 = 𝑥 3 . Nela, podemos observar que o valor da constante
assumiu os valores 𝐶 = −3, −2, −1,0,1,2,3.

Figura 2- Gráfico da família de primitivas da função: 𝑓 𝑥 = 𝑥 3


Fonte: FLEMMING; GONÇALVES. 2006, pág. 242
28

2.2.3 Integral Definida

Em nosso trabalho vamos nos deter a uma descrição do que vem a ser as somas de
Riemann em um contexto mais simples que é o cálculo de áreas de regiões delimitadas sob
uma curva, sem fazer uso de uma definição mais formal que seria dada através de partições de
subintervalos. As somas de Riemann, em homenagem a George Friedrich Bernhard Riemann
(1826-1866) (STEWART, 2011), são construídas de um modo particular:

Primeiramente, podemos representar uma curva algebricamente no plano, por uma


função contínua (ver apêndice B) no intervalo 𝑎, 𝑏 . Suponhamos que essa função 𝑓(𝑥),
representada na figura 3, seja não negativa nesse intervalo, isto é, 𝑓(𝑥) ≥ 0.

Figura 3- Região sobre a curva 𝑦 = 𝑓 𝑥 , 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏


Fonte: BOULOS. 1999, pág. 225

Em seguida, dividimos o intervalo 𝑎, 𝑏 em n subintervalos (ver figura 4) e depois


construímos vários retângulos com uma base no eixo 𝑥 tocando a curva em (∆𝑥𝑛 , 𝑓 𝑐𝑛 ).
29

Figura 4- Partição do intervalo 𝑎, 𝑏 em 3 retângulos


Fonte: BOULOS. 1999, pág. 225

Em cada subintervalo formamos o produto 𝑓 𝑐𝑛 . ∆𝑥𝑛 que pode ser positivo, negativo
ou nulo, depende de 𝑓 𝑐𝑛 .

Por fim, formamos a soma desses produtos:

𝑓 𝑐1 . ∆𝑥1 + 𝑓 𝑐2 . ∆𝑥2 + ⋯ + 𝑓 𝑐𝑛 . ∆𝑥𝑛 (2)

A soma acima é chamada soma de Riemann para 𝒇 no intervalo 𝒂, 𝒃 e é


representada na forma de uma somatória:

𝑓(𝑐𝑖 )∆𝑥𝑖
𝑖+1

Como podemos perceber, cada parcela da soma (2) corresponde a área de um


retângulo. À medida que aumentamos a quantidade de retângulos nos aproximamos com uma
precisão maior do cálculo da região que fica entre o gráfico da função e o eixo 𝑥.
30

Figura 5- Refinamento do intervalo [a ,b]


Fonte: BOULOS. 1999, pág. 226

Se aumentarmos, no caso da figura 4, o numero de subintervalos e fizermos os


comprimentos dos intervalos tenderem a zero, como ilustra a figura 5, a soma fica mais
próxima do que intuitivamente entendemos como área da região, que representaremos por:

𝔸= lim 𝑓(𝑐𝑖 )∆𝑥𝑖


𝑚𝑎𝑥 ∆𝑥 𝑖→0
𝑖=1

Definição 3: Seja 𝑓 uma função definida no intervalo [𝑎, 𝑏] e seja 𝑃 uma partição
qualquer de [𝑎, 𝑏]. A integral definida de 𝑓 de 𝑎 até 𝑏, denotada por:

𝑓(𝑥) 𝑑𝑥,
𝑎

É dada por:

𝑏 𝑛

𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = lim 𝑓(𝑐𝑖 )∆𝑥𝑖 ,


𝑚𝑎𝑥 ∆𝑥 𝑖→0
𝑎 𝑖=1
31

Desde que o limite do segundo membro exista.

Portanto, o conceito de integral definida pode ser entendido como sendo a área
determinada entre o gráfico de uma função contínua 𝑓(𝑥), definida em um intervalo fechado
e limitado do domínio, com o eixo das abscissas, o eixo 𝑥. Como mostra a figura abaixo.

Figura 6- Gráfico da área de uma função contínua


Fonte: FLEMMING; GONÇALVES. 2006, pág. 272

Definição 4: Se 𝑎 < 𝑐 < 𝑏 e 𝑓 é integrável em [𝑎, 𝑐] e em [𝑐, 𝑏], então 𝑓 é integrável


𝑏 𝑐 𝑏
em [𝑎, 𝑏] e 𝑎
𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑎
𝑓 𝑥 𝑑𝑥 + 𝑐
𝑓 𝑥 𝑑𝑥.

Definição 5: Se 𝑓 é uma função contínua em [𝑎, 𝑏], existe um ponto 𝑐 entre 𝑎 e 𝑏 tal
que:
𝑏
𝑎
𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = (𝑏 - 𝑎)𝑓(𝑐).

Definição 6: Se 𝐹 𝑥 e 𝐺(𝑥) são funções primitivas de 𝑓 𝑥 no intervalo 𝐼, então


existe uma constante 𝑐 ∈ ℝ tal que 𝐺 𝑥 = 𝐹 𝑥 + 𝑐, para todo 𝑥 ∈ 𝐼.
32

CAPÍTULO 3

TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO

Este capítulo apresenta um dos mais importantes teoremas do Cálculo Diferencial e


Integral: O Teorema Fundamental do Cálculo. Um nome bastante apropriado, pois ele
estabelece uma relação entre os dois ramos do cálculo: o cálculo diferencial e o cálculo
integral.

O objetivo do capítulo 3 é apresentar esta ligação entre derivada e integral, a qual


veremos se tratar da primeira parte do TFC e mostrar como consequência a relação entre
integral definida e primitiva, tratada na segunda parte do TFC.

3.1 Teorema Fundamental do Cálculo, parte 1:

Se 𝑓 for uma função contínua num intervalo fechado [𝑎, 𝑏], então a função 𝑔: 𝑎, 𝑏 →
ℝ definida por:
𝑥

𝑔 𝑥 = 𝑓(𝑡) 𝑑𝑡
𝑎

𝑑
é contínua em 𝑎, 𝑏 e derivável em (𝑎, 𝑏) e 𝑔′ 𝑥 = 𝑓(𝑥), ou seja, 𝑑𝑥 𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = 𝑓(𝑥).

Demonstração:

Vamos determinar a derivada 𝑔′ 𝑥 usando a definição, então:

𝑔 𝑥 + ∆𝑥 − 𝑔(𝑥)
𝑔′ 𝑥 = lim (3)
∆𝑥→0 ∆𝑥

Temos:

𝑔 𝑥 = 𝑓(𝑡) 𝑑𝑡
𝑎
33

Da igualdade na equação (3), usamos a definição 4, que assegura:

∆𝑥 𝑥 ∆𝑥

𝑔 𝑥 + ∆𝑥 = 𝑓(𝑡) 𝑑𝑡 = 𝑓(𝑡) 𝑑𝑡 + 𝑓(𝑡) 𝑑𝑡


𝑎 𝑎 𝑥

Temos também que:

𝑔 𝑥 = 𝑓(𝑡) 𝑑𝑡
𝑎

Logo,

𝑥 ∆𝑥 𝑥

𝑔 𝑥 + ∆𝑥 − 𝑔 𝑥 = 𝑓 𝑡 𝑑𝑡 + 𝑓 𝑡 𝑑𝑡 − 𝑓 𝑡 𝑑𝑡
𝑎 𝑥 𝑎
∆𝑥

= 𝑓 𝑡 𝑑𝑡
𝑥

Como 𝑓 é contínua em [𝑥, ∆𝑥], existe, segundo a definição 5, um ponto 𝑥 entre 𝑥 e ∆𝑥


tal que:

∆𝑥

𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = 𝑥 + ∆𝑥 − 𝑥 . 𝑓(𝑥)
𝑥

Portanto:

𝑔 𝑥 + ∆𝑥 − 𝑔(𝑥) 𝑥 + ∆𝑥 − 𝑥 . 𝑓(𝑥)
lim = lim = lim 𝑓(𝑥).
∆𝑥→0 ∆𝑥 ∆𝑥→0 ∆𝑥 ∆𝑥→0

Como 𝑥 é um ponto que está entre 𝑥, ∆𝑥, segue que 𝑥 → 𝑥 quando ∆𝑥 → 0. Como 𝑓 é
contínua, temos:

lim 𝑓(𝑥) = lim 𝑓(𝑥) = 𝑓 𝑥 .


∆𝑥→0 𝑥 →𝑥

Logo,

𝑔 𝑥 + ∆𝑥 − 𝑔(𝑥)
lim = 𝑓(𝑥)
∆𝑥→0 ∆𝑥
34

Ou seja,

𝑔′ 𝑥 = 𝑓 𝑥 .

Essa ideia é muito importante, por isso que é a primeira parte do Teorema
Fundamental do Cálculo.

3.2 Teorema Fundamental do Cálculo, Parte 2:

Se 𝑓 for uma função contínua num intervalo fechado [𝑎, 𝑏] e se 𝐹 é uma primitiva de 𝑓
nesse intervalo, então:
𝑏

𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = 𝐹 𝑏 − 𝐹(𝑎)
𝑎

Demonstração:

Como𝑓 é contínua em 𝑎, 𝑏 , pela parte 1 do Teorema Fundamental do Cálculo, temos


que:

𝑔 𝑥 = 𝑓(𝑡) 𝑑𝑡 (4)
𝑎

é uma primitiva de 𝑓 em 𝑎, 𝑏 .

Sendo 𝐹 𝑥 uma primitiva qualquer de 𝑓 sobre esse intervalo. Pela definição 6, temos
que:

𝐹 𝑥 = 𝑔 𝑥 + 𝑐 ∀𝑥 ∈ [𝑎, 𝑏].

Fazendo 𝑥 = 𝑎 e 𝑥 = 𝑏 na equação (4), obtemos respectivamente,

𝑎
𝑔 𝑎 = 𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = 0
𝑎
35

𝑏
𝑔 𝑏 = 𝑓 𝑡 𝑑𝑡
𝑎

Calculando a diferença 𝐹 𝑏 − 𝐹 𝑎 , obtemos:

𝐹 𝑏 −𝐹 𝑎 = 𝑔 𝑏 +𝑐 − 𝑔 𝑎 +𝑐

=𝑔 𝑏 −𝑔 𝑎

𝑏
= 𝑓 𝑡 𝑑𝑡
𝑎

Portanto,

𝑏
𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = 𝐹 𝑏 − 𝐹 𝑎 .
𝑎

Antes desse teorema e de qualquer recurso computacional, as aproximações para o


cálculo de áreas sobre curvas, volumes e comprimentos de curva eram feitas por meio de
somas muito difíceis. Portanto esse teorema foi uma das grandes criações da humanidade, por
isso que é considerado o principal teorema do estudo do cálculo. Vejamos a seguir algumas
observações feitas a partir da demonstração.

Observações:

 A diferença 𝐹 𝑏 − 𝐹 𝑎 é denotada por: 𝐹(𝑡)|𝑏𝑎 .

Também escrevemos

𝑏
𝑓 𝑡 𝑑𝑥 = 𝐹(𝑡)|𝑏𝑎 = 𝐹 𝑏 − 𝐹 𝑎 .
𝑎
36

CAPÍTULO 4

APLICAÇÕES DO TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO

Neste capítulo veremos duas aplicações do TFC, ambas relacionadas respectivamente


a primeira e a segunda versão do teorema.

Para a primeira seção 4.1 utilizaremos uma adaptação de (FIGUEIREDO, 1997). É


importante ressaltar que traremos algumas passagens do autor, mas procuramos apresentar as
demonstrações de forma mais detalhada. Já na segunda aplicação, na seção 4.2.1 nos
remetemos ao que é apresentado por (STEWART, 2011) para trabalho realizado por uma
força constante e procuramos nos basear também no que (FLEMMING; GONÇALVES,
2006) apresenta para trabalho de uma força variável.

4.1 Solução do Problema de Valor Inicial

A base dos problemas básicos da teoria clássica das Equações Diferenciais Ordinárias
está no Cálculo Diferencial e Integral. Esse estudo começou com os próprios criadores do
Cálculo, no final do século XVII, Newton e Leibniz. Havia uma preocupação, surgida de
maneira natural onde dominava os estudos das EDOs daquela época, que era obter de maneira
explícita as soluções de uma equação diferencial. Veremos que um método bastante usado foi
a obtenção da solução de um Problema de Valor Inicial através do cálculo de primitivas
(FIGUEIREDO, 1997).

Recordando a 1ª parte do TFC temos que: Se 𝑓 for uma função contínua num intervalo
fechado [𝑎, 𝑏], então a função 𝑔: 𝑎, 𝑏 → ℝ definida por:

𝑔 𝑥 = 𝑓(𝑡) 𝑑𝑡 (5)
𝑎

é contínua em 𝑎, 𝑏 e derivável em (𝑎, 𝑏) e 𝑔′ 𝑥 = 𝑓(𝑥), ou seja,


37

𝑑
𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = 𝑓(𝑥)
𝑑𝑥

Veja que a função 𝑔 definida por (5) é uma solução da equação diferencial

𝑑𝑦
=𝑓 𝑥 (6)
𝑑𝑥

As soluções dessa equação diferencial são chamadas as primitivas de 𝑓. Segundo


(BOULOS, 1999), Se 𝐹(𝑥) é uma primitiva de 𝑓(𝑥), a expressão 𝐹 𝑥 + 𝑐 é chamada
integral indefinida da função 𝑓(𝑥) e é denotada por

𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = 𝐹 𝑥 + 𝑐

No estudo da equação (6) aparecem dois problemas básicos:

(i) Obter a solução do problema de valor inicial;


(ii) Obter uma expressão que englobe todas suas soluções, ou seja, obter a solução
geral da equação (6).

Como veremos abaixo, o problema (i) é solúvel, ou seja, pode-se determinar a solução
geral de (6). Mas será que esse mesmo problema apresenta apenas uma única solução?

Veja que 𝑔 𝑥 definida em (5) apresenta a propriedade que 𝑔 𝑎 = 0. Logo 𝑔 é uma


solução do problema de valor inicial

𝑑𝑦
=𝑓 𝑥
𝑑𝑥 (7)
𝑦 𝑎 =0

Será que 𝑔 é a única solução do problema de valor inicial acima? Provaremos por
absurdo que sim.

De fato, Suponha que seja outra solução, então 𝑔 − 𝑕 teria derivada 0, o que implica
dizer que 𝑔 − 𝑕 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡. Mas em 𝑥 = 𝑎, 𝑔 − 𝑕 = 0, logo temos que 𝑔 = 𝑕. Absurdo, pois se
𝑔 ≠ 𝑕. Se existir uma solução ela tem que ser única.
38

Portanto o problema de valor inicial tem uma e somente uma solução. Esse fato
constitui um dos mais básicos teoremas de existência e unicidade da matemática.

Obs.: Estamos supondo 𝑓(𝑥) contínua em [𝑎, 𝑏] e que por solução de (7) entendemos
uma função contínua em [𝑎, 𝑏] e derivável em (𝑎, 𝑏).

 Para recordar: Vimos que a função 𝑔(𝑥) é uma solução da equação diferencial (6).
Vemos ainda que qualquer função da forma 𝑔 𝑥 + 𝑐, onde 𝑐 é uma constante
arbitrária, é também solução de (6).

Será que a expressão

𝑦 𝑥 =𝑔 𝑥 +𝑐 (8)

Onde 𝑐 é uma constante arbitrária, engloba todas as soluções de (6), isto é, (8) é a
solução geral de (6)? Vejamos:

Seja 𝑕(𝑥) uma outra solução de (6), então, 𝑧 𝑥 = 𝑔 𝑥 + 𝑕 𝑎 − 𝑕(𝑥), é uma


solução do problema de valor inicial

𝑑𝑧
=0
𝑑𝑥 .
𝑧 𝑎 =0

Como a derivada de 𝑧 em relação a 𝑥 é 0, segue-se que 𝑧 𝑥 = 0∀ 𝑥.


Consequentemente,

𝑕 𝑥 =𝑔 𝑥 +𝑕 𝑎 .

Resumindo, a coleção das primitivas de 𝑓 é dada por 𝑔 𝑥 + 𝑐 onde 𝑔(𝑥) é definida


em (4). Toda aquela parte do Cálculo de Primitivas é nada mais nada menos que a
determinação de soluções da equação diferencial (6) para diferentes funções 𝑓.

Só para enfatizar, um aspecto extremamente importante é o da interpretação das


soluções obtidas e de seu significado dentro do contexto do problema em estudo.

Portanto só foi possível obter a solução desse problema na forma explicita devido a
natureza simples das equações.
39

4.2 Trabalho

Nesta seção apresentaremos uma importante ligação entre o cálculo integral e a física,
que é uma aplicação do (TFC) ao trabalho realizado por uma força variável e como calcular o
trabalho através de alguns exemplos.

Segundo (FERREIRA, 2004), trabalho é uma atividade coordenada, de caráter físico


e/ou intelectual, necessária à realização de qualquer tarefa, serviço ou empreendimento. Um
exemplo de trabalho realizado em nosso dia-a-dia é puxar um sofá pesado ao longo da sala ou
elevar uma pilha de livros do chão até uma estante alta. Para (GASPAR, 2001, p. 106): “o
conceito de trabalho em física, é diferente do conceito cotidiano de trabalho,[...] em física, no
entanto, se não houver força e deslocamento, não há trabalho.” Portanto, essa palavra se refere
especificamente a uma força atuando sobre um corpo e seqüencialmente ao seu deslocamento.

O trabalho pode ser realizado por dois tipos de força: uma Força Constante e uma
Força Variável.

4.2.1 Trabalho realizado por uma Força Constante

Intuitivamente sabemos que a força necessária para empurrar um livro


horizontalmente sobre uma mesa é um exemplo de força constante, ou seja, sua intensidade
não varia durante o deslocamento do corpo. Nesse caso realizamos um trabalho (STEWART,
2011).

A definição física de trabalho é baseada nessas observações. Portanto, segundo


(STEWART, 2011, p. 412): “no caso de aceleração constante, a força 𝐹 também é constante e
o trabalho feito é definido pelo produto da força 𝐹 pela distância 𝑑 na qual o objeto se move:

𝑊 = 𝐹𝑑 9

Trabalho=força x distância”

De acordo com o exemplo, se empurrarmos o livro com mais intensidade ou


deslocarmos ele por uma distância maior, realizaremos um maior trabalho. Resumindo,
40

quanto maior for a força 𝐹 ou o deslocamento 𝑑, maior será o trabalho 𝑊 realizado sobre o
corpo.

No SI, se 𝐹 é medida em newtons e 𝑑, em metros, então a unidade para 𝑊 é o newton-


metro, que é chamado joule1.

Para melhor entendimento, traremos a seguir um exemplo relacionado a um trabalho


constante.

EXEMPLO 1:

Quanto trabalho é exercido ao se levantar um livro de 1,2𝑘𝑔 do chão até uma carteira
de altura 0,7𝑚? Considere que a aceleração da gravidade é 𝑔 = 9,8𝑚𝑠 2 2.

Solução

A força exercida é igual e oposta à força exercida pela gravidade, que é dada pela
equação

𝐹 = 𝑚𝑔 10
1,2 9,8 = 11,76N

E a equação (10) nos dá o trabalho executado como

W = Fd = (11,76)(0,7) ≈ 8,2J

Portanto, a equação (9) define trabalho desde que a força seja constante.

Se a força é variável, definimos 𝑊 usando a integral definida.

1
“Abreviada pela letra J, pronunciada como “jaule”, nome dado em homenagem ao físico
inglês do século XIX James Prescott Joule”. (YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A,
2003, pag. 160).
2
(STEWART, 2011, p. 412).
41

4.2.2 Trabalho realizado por uma Força Variável

Na seção anterior consideramos apenas forças constantes. Veremos agora o que


acontece se a força for variável e o corpo descrever uma trajetória curva.

Suponhamos que uma partícula se mova ao longo do eixo 𝑂𝑥 na direção positiva de


um ponto 𝑥 = 𝑎 a um ponto 𝑥 = 𝑏 e esteja sujeito a uma força variável 𝐹. Suponhamos ainda
que 𝐹 = 𝐹(𝑥) é uma função contínua em [𝑎, 𝑏].

Queremos calcular o trabalho realizado por essa força sobre o objeto, quando este se
desloca de 𝑥 = 𝑎 até 𝑥 = 𝑏.

Dividiremos então o intervalo [𝑎, 𝑏] em 𝑛 subintervalos com extremidades

𝑎 = 𝑥0 < 𝑥1 < 𝑥2 < ⋯ < 𝑥𝑖−1 < 𝑥𝑖 < ⋯ 𝑥𝑛 = 𝑏.

E larguras iguais a ∆𝑥.

Escolhemos 𝑐𝑖 como sendo um ponto qualquer do intervalo [𝑥𝑖−1 , 𝑥𝑖 ] e ∆𝑥𝑖 = 𝑥𝑖 −


𝑥𝑖−1 .

Então podemos aproximar o trabalho total realizado pela força 𝐹 = 𝐹(𝑥) sobre o
objeto, quando este se desloca de 𝑎 até 𝑏 por:

𝑊≈ 𝐹 𝑐𝑖 ∆𝑥 (11)
𝑖=1

Podemos observar que à medida que o numero 𝑛 de subintervalos aumenta e a largura


de cada segmento ∆𝑥𝑖 se torna cada vez menor (∆𝑥𝑖 → 0), a soma (11) se aproxima do que
intuitivamente entendemos como o trabalho total 𝑊, realizado pela força 𝐹(𝑥) sobre o objeto,
quando este se desloca de 𝑎 até 𝑏.

Como o lado direito de (11) é uma soma de Riemann da função contínua 𝐹(𝑥),
podemos definir 𝑊 por

𝑊= 𝐹 𝑥 𝑑𝑥 (12)
𝑎
42

Considerações sobre a equação (12):

 A integral na equação (12) representa a área embaixo da curva 𝐹 = 𝐹(𝑥) no


deslocamento de 𝑎 até 𝑏;
 Uma boa interpretação para a equação (12) é que o trabalho 𝑊 é igual a força média
no intervalo considerado, multiplicada pelo deslocamento;
 A equação (12) também se aplica no caso particular em que o componente 𝑥 da força
𝐹 = 𝐹(𝑥) for constante. Nesse caso, 𝐹 = 𝐹(𝑥) pode ser retirada da integral

𝑏 𝑏
𝑊= 𝐹 𝑥 𝑑𝑥 = 𝐹 𝑑𝑥 = 𝐹 𝑏 − 𝑎 .
𝑎 𝑎

Mas, 𝑏 − 𝑎 = ∆𝑥𝑖 , o deslocamento da partícula. Portanto, no caso de uma força


𝐹 = 𝐹(𝑥) constante, a equação (12) diz que 𝑊 = 𝐹𝑑, concordando com a equação (9).

A seguir, traremos mais um exemplo, agora relacionado a um trabalho realizado por


uma força constante para um melhor entendimento.

EXEMPLO 2:

Uma criança rolando uma pedra utiliza uma força de 120 + 25𝑠𝑒𝑛𝑥 Newtons sobre
ela, quando esta rola 𝑥 metros. Quanto trabalho deve a criança realizar, para fazer a pedra
rolar 2𝑚?3

Solução

No ponto inicia-se o movimento. Queremos calcular o trabalho 𝑊 realizado pela


força 𝐹 𝑥 = 120 + 25𝑠𝑒𝑛𝑥, sobre a pedra, quando esta se desloca de 0 até 2.

Usando (12), temos:

W= 120 + 25𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑑𝑥
0

= (120𝑥 − 25𝑐𝑜𝑥)|20
= 120.2 − 25𝑐𝑜𝑠. 2 − 120.0 + 25. 𝑐𝑜𝑠0
= 265 − 25𝑐𝑜𝑠. 2 𝑁. 𝑚 𝑁𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛𝑠. 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 = 𝐽𝑜𝑢𝑙𝑒𝑠 .

3
(FLEMMING; GONÇALVES, 2006, p. 392)
43

CAPÍTULO 5

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa teve como finalidade a demonstração do Teorema Fundamental


do Cálculo de uma forma mais clara e objetiva e a apresentação de duas aplicações desse
teorema. Possibilitou-nos investigar e analisar através de uma pesquisa bibliográfica o
enfoque que diferentes autores realizam em relação ao (TFC). A escolha por esse tema se
justificou pelo fato de ele estabelecer a ligação entre derivada e integral, um dos conteúdos
fundamentais de um curso de Cálculo Diferencial e Integral (CDI).

Ao iniciar essa pesquisa pudemos observar como os diferentes autores abordam o


(TFC) e com isso verificamos se eles apresentavam aplicações desse importante teorema. No
decorrer do trabalho, percebemos que além do enfoque dado pelos autores, também era de
grande importância investigar quais os conhecimentos que os alunos de nosso curso, tanto os
que estão em fase inicial como os que estão em fase final, mobilizam ao estudar esse teorema
e para isso elaboramos o questionário com o intuito de verificar inicialmente o nível de
entendimento especificamente desses alunos em relação ao (TFC) através das quatro questões
propostas.

Durante a aplicação do questionário, vários alunos mostraram insegurança ao


respondê-lo, muitos deles terminaram antes do tempo de entrega e foram justamente esses que
apresentaram as respostas “não sei” em todas as questões, o que nos permitiu concluir que
esses alunos não deram a devida importância à aplicação do questionário. Realizamos sua
aplicação primeiramente na turma de Cálculo Diferencial e Integral III, mas apenas 8 alunos
estavam em sala, por esse motivo, reaplicamos o mesmo em um outro momento para que
pudéssemos obter uma melhor tabulação e analise dos resultados, porém os alunos que já
haviam respondido decidiram não responder novamente. Por fim conseguimos mais 5
respostas, totalizando 13 alunos do 3º período. Já na turma de Introdução a Álgebra Abstrata
existiam apenas 5 alunos matriculados e todos responderam o questionário em um único
momento.

Concluímos através das próprias falas de alguns alunos que eles apenas memorizavam
o (TFC) para realizarem uma prova e logo depois esqueciam. Os resultados encontrados
também podem ser reflexos de estudantes que não se preocupam em aprender e refletir sobre
44

aspectos conceituais e aplicabilidade do teorema para que assim possam colocá-los em prática
como na questão 3.

Acreditamos que os objetivos dessa pesquisa foram alcançados, pois através da


pesquisa bibliográfica, estudamos e adaptamos a demonstração desse importante teorema para
apresentar uma demonstração mais entendível e em duas versões. Além disso, pesquisamos e
estudamos duas situações onde o (TFC) pode ser aplicado e encontramos uma para cada
versão. A primeira, que quase nunca é mostrada em livros de Cálculo, como uma aplicação a
solução de um Problema de Valor Inicial através do cálculo de primitivas, é interessante
ressaltar que o (PVI) é estudado em nosso curso na disciplina de (EDO) e não é tão lembrado
posteriormente pelos alunos. Já a segunda, uma aplicação a Física, a qual também achamos
interessante abordar, pois estudamos a disciplina de Física Geral I no curso de Licenciatura
Plena em Matemática e geralmente não observamos a aplicação do (TFC) a alguns assuntos
estudados nesta disciplina, como por exemplo o Trabalho.

Além dos objetivos que foram alcançados, a presente pesquisa também nos
proporcionou refletir sobre o processo de ensino-aprendizagem do (TFC). Percebemos o
quanto a ação tanto dos docentes como dos discentes é importante para se obter êxito na
aprendizagem. O professor sempre deve buscar sua qualificação profissional e apropriar-se
dos mais variados recursos didáticos em suas aulas. Entre eles destacamos a importância que
deve ser dada ao uso da história do Cálculo para que os alunos notem que assim como a
criação desta disciplina, o processo de aprendizagem também ocorre de forma lenta e através
de várias etapas. Outro fator de grande importância e que pode ser empregado nas praticas
pedagógicas é a utilização de softwares matemáticos como o winplot, maple e geogebra, pois
possibilitam uma aprendizagem prática de alguns assuntos vistos de forma apenas teórica.
Destacamos nesse trabalho, um dos recursos do qual um professor de um curso superior em
Matemática deve se apropriar, esse é inclusive um dos objetivos de nosso trabalho, a
contextualização de alguns assuntos, pois acreditamos que quando determinados conteúdos
são vistos de forma contextualizada, isto é, aplicados a outras ciências, os alunos percebem
sua importância e conseguem entender que a matemática é uma ciência dinâmica e
proporciona várias aplicações a outras ciências.

Deixamos aqui essas considerações como um convite para que tanto professores como
alunos reflitam sobre sua postura de ensino-aprendizagem e possam aproveitá-la da melhor
maneira possível. Além disso, esperamos que este trabalho tenha proporcionado aos
45

interessados um acesso sucinto e agradável ao Teorema Fundamental do Cálculo bem como


as duas aplicações apresentadas.
46

REFERÊNCIAS

BOULOS, Paulo. Cálculo Diferencial e Integral. São Paulo: Pearson Makron Books, v. 1
1999.

CAMPOS, Ronaldo Pereira. O TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO E A SUA


ABORDAGEM EM LIVROS DIDÁTICOS À LUZ DA TEORIA DOS REGISTROS DE
REPRESENTAÇÃO SEMIÓTICA DRAYMOND DUVAL. In: ENCONTRO
NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 9, 2007, Belo Horizonte. Anais... Belo
Horizonte: SBEM, 2007. p. 1-15. Disponível em:
<http://www.sbem.com.br/files/ix_enem/Html/comunicacaoCientifica.html>. Acesso em 12
abr. 2012.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.


Curitiba: Nova Fronteira, 2001.

FIGUEIREDO, Djairo Guedes de; NEVES, Aloisio Freiria. Equações Diferenciais


Aplicadas. Rio de Janeiro, Instituto de Matemática Pura e Aplicada, CNPq, 1997. (Coleção
Matemática Universitária).

FLEMMING, Diva Marília; GONÇALVES, Mirian Buss. CALCULO A: limites, derivação,


integração. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

GASPAR, Alberto. Física. São Paulo: Ática, 2001.

MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas.


11. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

Normas para regulamentação do Trabalho de Conclusão de Curso - TCC do curso de


Licenciatura Plena em Matemática do Campus IV da UFPB (online) Disponível em:
<http://www.dce.ufpb.br/_media/matematica/normas_para_tcc_matematica_ccae_ufpb.pdf>
Acesso em: 12 abr. 2011.
47

STEWART, James. Cálculo, volume I. Trad. Antônio Carlos Gilli Martins. 6. ed. São Paulo:
Cengage Learning, 2011.

YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Sears e Zemansky Física. Trad. Adir Moysés
Luiz. 10. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2003.
48

APÊNDICE A- TEOREMA DO VALOR MÉDIO

Seja 𝑓 uma função contínua em [𝑎, 𝑏] e derivável em (𝑎, 𝑏). Então existe um número 𝑐
no intervalo (𝑎, 𝑏) tal que:

𝑓 𝑏 − 𝑓(𝑎)
𝑓′ 𝑐 = (1)
𝑏−𝑎

Ou, de maneira equivalente,

𝑓 𝑏 − 𝑓 𝑎 = 𝑓′ 𝑐 𝑏 − 𝑎 . (2)

Antes de demonstrar esse teorema, apresentaremos sua interpretação geométrica. A


figura 7 mostra os pontos 𝑃(𝑎, 𝑓 𝑎 ) e 𝑄(𝑏, 𝑓 𝑏 ) sobre o gráfico de uma função derivável. A
inclinação da reta secante 𝑃𝑄 é

𝑓 𝑏 − 𝑓(𝑎)
𝑚𝑃𝑄 = (3)
𝑏−𝑎

Que é a mesma expressão mostrada no lado direito da Equação (1). Uma vez que
𝑓 ′ 𝑐 é a inclinação da reta tangente no ponto 𝑅(𝑐, 𝑓 𝑐 ), o Teorema do Valor Médio na
forma dada pela Equação (1) diz que há no mínimo um ponto 𝑅(𝑐, 𝑓 𝑐 ), sobre o gráfico onde
a inclinação da reta tangente é igual a inclinação da reta secante 𝑃𝑄.

Em outras palavras, há um ponto 𝑅 onde a reta tangente é paralela à reta secante 𝑃𝑄.
49

Figura 7- Teorema do Valor Médio


Fonte: Elaboração do autor4

Demonstração:

Sejam 𝑃(𝑎, 𝑓 𝑎 ) e 𝑄(𝑏, 𝑓 𝑏 ). A inclinação da reta 𝑃𝑄 é

𝑓 𝑏 −𝑓 𝑎
𝑦−𝑓 𝑎 = (𝑥 − 𝑎)
𝑏−𝑎

Fazendo 𝑦 = 𝑕(𝑥), temos:

𝑓 𝑏 −𝑓 𝑎
𝑕 𝑥 = 𝑥 − 𝑎 + 𝑓(𝑎)
𝑏−𝑎

Como 𝑕 𝑥 é uma função polinomial, 𝑕 𝑥 é contínua e derivável em todos os pontos.

Consideremos a função 𝑔 𝑥 = 𝑓 𝑥 − 𝑕(𝑥). Essa função determina a distância vertical entre


um ponto (𝑥, 𝑓 𝑥 ) do gráfico de 𝑓 e o ponto correspondente na reta secante 𝑃𝑄 .

Temos:

𝑓 𝑏 −𝑓 𝑎
𝑔 𝑥 =𝑓 𝑥 − 𝑥−𝑎 −𝑓 𝑎 .
𝑏−𝑎

A função 𝑔 𝑥 satisfaz as hipóteses do Teorema de Rolle5 em [𝑎, 𝑏]. De fato,

4
Produzida no software Paint
50

(𝑖)𝑔 𝑥 é contínua em [𝑎, 𝑏], já que 𝑓 𝑥 e 𝑕 𝑥 são contínuas em [𝑎, 𝑏].

(𝑖𝑖)𝑔(𝑥)é derivável em (𝑎, 𝑏), pois 𝑓 𝑥 e 𝑕 𝑥 são deriváveis em (𝑎, 𝑏).

𝑖𝑖𝑖 𝑔 𝑎 = 𝑔 𝑏 = 0, pois

𝑓 𝑏 −𝑓 𝑎
𝑔 𝑎 =𝑓 𝑎 − 𝑎−𝑎 −𝑓 𝑎 = 0
𝑏−𝑎

𝑓 𝑏 −𝑓 𝑎
𝑔 𝑏 =𝑓 𝑏 − 𝑏−𝑎 −𝑓 𝑎 =0
𝑏−𝑎

Portanto, existe um ponto 𝑐 entre 𝑎 e 𝑏 tal que 𝑔′(𝑐) = 0. Como

𝑓 𝑏 −𝑓 𝑎
𝑔′ 𝑥 = 𝑓 ′ 𝑥 − ,
𝑏−𝑎

Temos:

𝑓 𝑏 −𝑓 𝑎
𝑔′ 𝑐 = 𝑓 ′ 𝑐 − = 0.
𝑏−𝑎

E desta forma,

𝑓 𝑏 − 𝑓(𝑎)
𝑓′ 𝑐 = .
𝑏−𝑎

5
“Um caso particular do T.V.M., em que𝑓 𝑎 = 𝑓(𝑏), é conhecido como Teorema de Rolle
(Michel Rolle, 1652-1719, matemático francês que descobriu o resultado em 1690)”
(BOUOS, Paulo, 1999, p. 192).
51

APÊNDICE B - CONTINUIDADE

O limite de uma função quando 𝑥 tende a 𝑎 pode muitas vezes ser encontrado
simplesmente calculando-se o valor da função em 𝑎. Acontecem casos em que lim𝑥→𝑎 𝑓(𝑥)
pode existir, mesmo que 𝑓 não seja definida no ponto 𝑎.

Quando lim𝑥→𝑎 𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑎) diremos, de acordo com a definição a seguir, que 𝑓 é
contínua em 𝑎.

Definição: Uma função 𝑓 é contínua em um número 𝒂 se as seguintes condições


forem satisfeitas:

(a) 𝑓é definida no ponto𝑎 (isto é, 𝑎 está no domínio de 𝑓);


(b) lim𝑥→𝑎 𝑓(𝑥)existe;
(c) lim𝑥→𝑎 𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑎).

Se 𝑓 está definida próximo de𝑎 (em um intervalo aberto contendo 𝑎), dizemos que 𝑓 é
descontínua em 𝒂, ou que 𝑓 tem uma descontinuidade em 𝒂, se 𝑓 não é contínua em 𝑎.

O gráfico pode ser desenhado sem remover sua caneta do papel.

Figura 8- Gráfico de uma função 𝑓 contínua no ponto A


Fonte: Elaboração do autor6

6
Produzida no software Paint
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APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO

Este questionário é parte de um Trabalho de Conclusão de Curso e tem por objetivo colher
algumas informações para uma futura analise sobre um dos Teoremas bastante importante que
estudamos no nosso curso de Licenciatura em Matemática: o Teorema Fundamental do
Cálculo. Portanto pedimos que você responda de maneira bem objetiva. As informações
fornecidas por você serão sigilosas.

1. Explique de maneira bem objetiva o que você entende por derivação e integração.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________________________________________.

2. Você sabe o enunciado do Teorema Fundamental do Cálculo? Se sim, enuncie-os.


________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________.

3. Encontre a área limitada pela parábola 𝑦 = −𝑥 2 + 4 e o eixo dos 𝑥.


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________________________________________________.
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4. Cite um exemplo de uma situação onde o Teorema Fundamental do Cálculo possa ser
aplicado.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________.

Obrigada!
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ANEXO – A – TERMO DE CONSENTIMENTO

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