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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA

Introdução ao Antigo Testamento


(CEL 1005/5674882) 9001

ATIVIDADE ESTRUTURADA
Cânon e Pastoral:
O Antigo testamento como apresentado pela Bíblia TEB

SERGIO LUIZ SIMÕES


202101098161

Jundiaí - SP
2021
Atividade Estruturada Introdução ao Antigo Testamento

Introdução

A proposta aqui, é a de compreender a diferença entre o Cânon Septuaginta e o


Cânon atualmente adotado pelos Cristãos Reformados, também compreender que
os livros que compõem o Antigo Testamento, não possuem unanimidade entre os
Cristãos (Católicos) e Cristãos Reformados (Protestantes), pois que, ainda nos dias
de hoje, tais diferenças são discutidas, restando controvérsias sobre o assunto.

Ao se ver alguma edição protestante da Bíblia, nota-se que existe diferença na


quantidade de livros desta e da católica.

Por fim, identificar a importância de conhecer a proposta da Bíblia TEB e sua


preocupação com o Ecumenismo.

A propósito, cabe destaque ao conjunto de ideias das escrituras que é de suma


importância para o cristianismo, notadamente para a tradição reformada, tendo em
vista que a reforma protestante estabelece que a escritura é o exame minucioso da
verdade e que exerce a autoridade sobre a igreja, de maneira que as questões que
envolvem o cânon são de fato, relevantes.
Desenvolvimento

O Antigo Testamento foi reunido em três partes, inicialmente em hebraico. A Torá com
os cinco primeiros livros, conhecidos também, depois o Neviim que trazia os Profetas,
e finalmente o Kethuvim que continha os Escritos.

A diferença entre a Tanakh (Bíblia hebraica) e o Antigo Testamento adotado pela


igreja Católica estava no livro que continha os "Escritos".

É certo, que antes da Reforma Protestante, se fazia presente na escritura cristã de


acordo com a tradição católica, vários livros no Antigo Testamento que não eram
aceitos pelos judeus como escritura, esses são denominados “apócrifos” pelos
protestantes.

Tal como Martinho Lutero em sua tradução, que não removeu esses livros, apenas
os moveu para o apêndice da mesma, uma prática que ainda persiste em algumas
tradições europeias, já os ingleses reformados, foram os primeiros a tirar por
completo tais livros de suas traduções.

Foi publicado em 1599 uma edição da “Bíblia de Genebra”, sem os referidos livros
apócrifos.

A Sociedade Bíblica da Inglaterra e a Sociedade Bíblica internacional, influenciadas


pelos movimentos presbiterianos e puritanos, passaram a publicar “Bíblias” com
apenas 66 livros. Entretanto, ainda hoje sobrevive uma atitude dividida com relação
a tais livros na Europa.

Vê-se de um lado, algumas tradições protestantes, também a tradição Anglicana,


imprimindo os livros apócrifos como um apêndice, de outro, a vertente que se traduz
na maioria da tradição da língua inglesa, publicando a Bíblia sem àqueles, assim
como também ocorre com a nossa prática “tupiniquim”.

Ainda hoje na tradição católica, é preservado os livros “apócrifos” entre àqueles


considerados canônicos. As tradições ortodoxas grega, siríaca e etíope também
incluem nos seus “cânon” alguns livros considerados apócrifos pelos reformados e
católicos.

No “Antigo Testamento”, por exemplo, os livros de 1 e 2 Esdras são considerados


livros historicamente importantes para a tradição católica; Para os protestantes
apócrifos; E canônicos em algumas partes da tradição da Igreja Ortodoxa da Etiópia.

Para os Protestantes os quatro livros dos Macabeus, são como apócrifos; Para a
tradição católica, são canônico apenas os dois primeiros; Para a tradição siríaca,
tem como canônico os quatro.
A tradição Católica tem o livro de Tobias entre os livros sagrados juntamente com a
tradição etíope; Já a tradição siríaca o considera apenas como um livro importante,
mas não necessariamente canônico.

E as diferenças continuam, agora no “Novo Testamento”, a tradição siríaca tem que


os livros de 2 Pedro, 2 e 3 João e Apocalipse são textos importantes, mas não
canônicos.

Os livros “Atos de Tecla” e 3 Coríntios, que são considerados apócrifos pelos


protestantes, são recebidos pela tradição siríaca como livros importantes, mas não
canônico.

Já a tradição etíope considera como canônico os livros de Clemente, o Livro da


Aliança, a Didascalia Etíope, além de considerar o Pastor de Hermas e a Ascenção
de Isaías entre os livros importantes para a tradição. Todos esses são considerados
apócrifos tanto para a corrente Protestante como a Católica.

Portanto, as questões que envolvem o cânon, são questões de fundamental


importância na base reformada das escrituras.

Etimologicamente, Cânon vem do latim canõn.õnis e significa “regra, medida, lei”,


definida pelo dicionário da língua portuguesa como um substantivo masculino.

O cânon protestante do Antigo Testamento possui trinta e nove livros, igualmente ao


cânon hebraico massorético, sendo este (cânon massorético), a Bíblia hebraica em
sua forma definitiva, vocalizada e acentuada pelos massoretas e usada até hoje pelo
povo judeu.

Por sua vez, o cânon católico, traz os trinta e nove livros encontrados no cânon
protestante, que receberam as adições nos livros de Daniel e Ester, e dos livros de:
Baruque, Carta de Jeremias, 1-2 Macabeus, Judite, Tobias, Eclesiástico e
Sabedoria, os livros de 3 e 4 Esdras e a Oração de Manassés origina-se da Vulgata
latina, que por sua vez provém da Septuaginta.

Muito poderia ser dito ainda, contudo, para os católicos é suficiente saber que quem
define o cânon das Escrituras é a Igreja. Destaca-se por oportuno, que foi esta mesma
Igreja quem definiu os outros 27 livros do Novo Testamento, sobre os quais não há
discussão.

Dessa forma, resta uma pergunta: Por que os protestantes aceitam a autoridade da
Igreja Católica que definiu os 27 livros do Novo Testamento e não aceitam a
autoridade dessa mesma Igreja quanto aos 46 livros do Antigo Testamento ? Ora, é
um ponto a ser pensado...

A Bíblia Tradução Ecumênica TEB, contém portanto, além da tradução integral da


Bíblia hebraica Tanakh, dos apócrifos ou deuterocanônicos na terminologia católica
e das Escrituras Cristãs do Novo Testamento, trouxe também a proposta de
aproximação entre os judeus e os cristãos Católicos e os cristãos Protestantes
Reformados.
Sendo certo que, o termo “ecumenismo” pode se referir aos movimentos que
promovem “ecumenismo cristão”, fraternidade entre as religiões cristãs. Algumas
organizações procuram relações entre protestantes, outras entre católicos e
protestantes, etc..

Ou de forma mais abrangente, o “ecumenismo” representa movimentos para paz,


tolerância e união entre as diversas religiões, quais sejam: Católicos, protestantes,
budistas, hinduístas, judeus, muçulmanos, etc.

Nessas manifestações, vê-se líderes religiosos reunidos para promover a tolerância


e a compreensão, em outro momento, para realizar obras sociais e culturais, assim
como outras iniciativas que buscam diminuir as diferenças teológicas e doutrinárias,
argumentando que as diversas religiões são boas e válidas, e que todas buscam os
mesmos objetivos.
Conclusão

O trabalho dos reformadores foi gigantesco, e de toda importância, eles


redescobriram as doutrinas básicas do evangelho, como a doutrina da salvação pela
graça através da fé, além de redescobrirem também o cânon.

Por essa atitude e pelo testemunho do Espírito Santo, a igreja protestante reconhece
como canônicos, com relação ao Antigo Testamento, os mesmos livros que Jesus,
os apóstolos, e os judeus de um modo geral sempre reconheceram.

Que os apócrifos são realmente úteis como fontes de informação a respeito de uma
época importante da história do povo de Deus, que foi aquele entre o Velho e o
Novo Testamento, conhecido com interbíblíco ou intertestamentário, salientando-se
que os protestantes reconhecem esse valor histórico.

Independentemente de quais critérios que mais influenciaram os líderes cristãos da


igreja no reconhecimento dos livros do Novo Testamento, e apesar da relutância de
alguns em aceitar todos os vinte e sete livros, e muito embora a quantidade de livros
apócrifos que surgiram nos primeiros séculos, o verdadeiro cânon teria que
prevalecer. E prevaleceu. Conquanto, tinham poder espiritual intrinsico.
Curiosidades sobre a TEB

 Os livros do Antigo Testamento estão dispostos na ordem tradicional da Bíblia


hebraica (TANAK): Pentateuco (Torá), Profetas (Nebiim) e Escritos (Ketubim);

 Além dos livros deuterocanônicos existentes nas edições anteriores da TEB [Ester
(grego), Judite, Tobit, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Sirácida (Eclesiástico), Baruc,
epístola de Jeremias], foram acrescentados os livros admitidos pela tradição cristã
ortodoxa [3 e 4 Esdras, 3 e 4 Macabeus, Oração de Manassés e Salmo 151];

 Tais livros deuterocanônicos constam em seção específica, entre os dois


Testamentos, evidenciando a ideia de inserção posterior;

 Entre tantos ajustes de tradução e adequação linguística, destaca-se o emprego da


palavra “judeu” e suas várias acepções (adepto da religião judaica; descendente de
Jacó; o povo judeu; autoridades do judaísmo de então). Uma equipe ecumênica
procurou identificar cada acepção dessa palavra, procedendo a uma mais adequada
tradução do termo conforme o contexto;

 Sua nova diagramação facilita a leitura e a localização de notas e comentários;

 Novos mapas facilitam a identificação dos principais lugares citados no texto bíblico;

 Contém duas fitas para marcar páginas e facilitar o manuseio.


Referências

ICP - Merecem credibilidade os Livros Apócrifos.


LOGOS, Apologética Cristã. A tradução ecumênica da Bíblia (TEB).
Disponível em: https://logosapologetica.com/a-traducao-ecumenica-da-biblia-teb/
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=G_pT3U3UAog (Bíblia TEB)
monergismo.com - Extraído de Paulo R. B. Anglada, Sola Scriptura: A Doutrina
Reformada das Escrituras (São Paulo: Editora Os Puritanos, 1998), 33-48.

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