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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL COMO CONTROLE

E INOVAÇÃO

Adríssia Pinheiro, Ana Santos, Bryan Gomes e Kalinka Macedo

Prof. Me. Rômulo Araújo

Centro Universitário Fametro - Fametro

Bacharelado em Jornalismo (JOR201N01) - Documentário

19/09/2023

RESUMO

A inteligência artificial vem sendo utilizada para uma série de mudanças na


sociedade, inclusive na Amazônia, onde se destaca como uma ferramenta
promissora. Esse segmento permite que a prevenção seja feita e evite que a fauna e
flora sofram danos que possam prejudicar ainda mais o meio ambiente. Este paper
mostra como a inteligência artificial (IA) trabalha com monitoramento via satélite para
medir as possíveis proporções do desmatamento, e ainda, como a IA está sendo
usada no jornalismo para facilitar a linguagem e escrita ao leitor.

Palavras-chaves: Inteligência Artificial. Amazônia. Jornalismo.

INTRODUÇÃO

A Amazônia, com sua vastidão selvagem e riqueza inigualável em


biodiversidade, é um dos ecossistemas mais críticos do nosso planeta. Além de sua
importância ecológica, essa região também é palco de complexos desafios sociais,
políticos e econômicos. Como um farol que ilumina tanto os encantos quanto os
dilemas da Amazônia, o jornalismo desempenha um papel fundamental.

No entanto, a tarefa de reportar de forma eficaz sobre essa região única é


uma empreitada desafiadora, que exige recursos significativos e um profundo
entendimento dos problemas locais. É nesse contexto que a Inteligência Artificial (IA)
emerge como uma ferramenta revolucionária que está redefinindo a maneira como
os jornalistas na Amazônia conduzem suas investigações, narrativas e análises.
Esta interseção entre jornalismo e IA na Amazônia é o foco deste paper.
Vamos explorar como os jornalistas estão incorporando a IA em suas práticas, desde
a coleta de informações até a análise de dados e a criação de narrativas
impactantes. Além disso, examinaremos as implicações éticas e sociais dessa
evolução, destacando a necessidade de equilibrar as promessas da IA com as
responsabilidades jornalísticas.

A IA, com suas capacidades de processamento de dados em larga escala e


aprendizado de máquina, tem se mostrado particularmente eficaz na análise de
conjuntos complexos de informações, identificação de tendências, e até mesmo na
geração de conteúdo. Kai-Fu Lee (2019), renomado especialista em IA, argumenta
que esta tecnologia está no cerne de uma transformação que afetará profundamente
a sociedade, incluindo o campo do jornalismo, que não é exceção à revolução em
curso.

Ainda, Lee argumenta que a IA não apenas está moldando a forma como
vivemos e trabalhamos, mas também desencadeando uma revolução silenciosa que
afetará inúmeras indústrias e profissões, incluindo o jornalismo.

Além das fontes acadêmicas, esta pesquisa baseia-se em entrevistas


realizadas com jornalistas na região amazônica. Essas conversas proporcionaram
insights valiosos sobre como a IA está sendo aplicada no terreno, bem como as
percepções e desafios enfrentados pelos profissionais do jornalismo amazônico.

Ao longo do desenvolver deste paper, examinaremos exemplos concretos de


como a IA está sendo aplicada nas redações da Amazônia, desde a mineração de
grandes volumes de dados de satélite para monitoramento ambiental até a criação
de chatbots para envolver as comunidades locais. Também discutiremos as
implicações éticas e os desafios associados ao uso da IA no jornalismo amazônico,
bem como o potencial impacto dessas inovações no futuro da cobertura jornalística
na região.

À medida que nos aprofundamos na complexa e fascinante interseção entre a


tecnologia da IA e o jornalismo na Amazônia, torna-se claro que testemunhamos
uma transformação profunda e promissora na forma como as histórias da selva são
contadas e entendidas pelos meios de comunicações da região.
Neste contexto de transformação digital e ambiental, o presente trabalho se
propõe a traçar um panorama abrangente e esclarecedor sobre o uso da Inteligência
Artificial pelos jornalistas na Amazônia. A partir da análise de fontes acadêmicas de
renome, como as ideias de Kai-Fu Lee (2019), e das vozes diretas dos jornalistas
que atuam no coração desta região única, buscamos não apenas descrever os
avanços tecnológicos, mas também compreender as implicações profundas dessas
inovações para o futuro do jornalismo na Amazônia e, por extensão, para a
conservação e compreensão deste ecossistema crítico.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL DE CONTROLE E INOVAÇÃO

A Inteligência Artificial (IA) vem entre muitos parâmetros de mudança no


cotidiano da sociedade. Nesse contexto, ela pode ser citada no território da
Amazônia como uma ferramenta de inovação, controle e precisão. Um caso
específico para estabelecer o desenvolvimento desta pesquisa é o sistema PrevisIA,
que se caracteriza um potencial inovador por conta de sua alta capacidade de prever
e identificar, em grandes proporções, áreas suscetíveis ao desmatamento, seja por
queimadas, seja por derrubada de árvores.

De acordo com o site Imazon, a PrevisIA é uma criação do Instituto do


Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), da Microsoft e o Fundo Vale,
lançada em 2021. Aberta ao público, a ferramenta fornece dados para que haja o
combate e prevenção do desmatamento. Analisa, inclusive, áreas legais e ilegais,
cobertura de solo, terras indígenas e quilombolas, número de habitantes e até uma
escala de quais municípios estão com maior risco de uma possível destruição. A
PrevisIA além de fazer esse mapeamento, aponta que essas informações podem ser
base para a melhor elaboração de políticas públicas sociais e ambientais.

O monitoramento é feito mensalmente, via satélite, pela rede de Sistema de


Desmatamento (SAD). O protocolo de sua criação é um mecanismo de prevenção,
ação e reflexão, pois mostra o quanto é negativo, em dados, a destruição e ao
mesmo tempo, apresenta métodos para ser evitada.

Com isso, é de grande valia a discussão e conhecimento sobre o assunto em


várias áreas de atuação, desde a política até o jornalismo, justificada pelo avanço
das tecnologias e como ela contribui ou não para melhores resultados. A discussão
centraliza-se ao responder o questionamento “Como o jornalismo/jornalistas
(especialmente na Amazônia) estão usando IA em seus trabalhos?”.

O questionamento acima pode representar um comportamento, iniciativa ou


até relutância por algo que está cada vez mais presente nas ações humanas. Lee
(2019) explica que a IA é uma tecnologia designada para os computadores
realizarem tarefas que são humanas, por meio do raciocínio, percepção e interação
e como essa abordagem impacta na sociedade econômica e geopolítica.

A PrevisIA foi apontada como objeto de discussão para um debate no campo


do jornalismo. E para essa contribuição, o jornalista Vitor Souza, do Portal A Crítica,
sediado no Município de Manaus, no Amazonas, compartilhou sua perspectiva sobre
isso e respondeu o questionamento/cenário se usa ou não a Inteligência Artificial em
suas produções.

Em entrevista, Vitor Souza destacou que é “incrível” como a tecnologia pode


ser uma porta para a resolução de muitos problemas. Ao analisar a PrevisIA, Souza
confessou que não conhecia a ferramenta e até se questionou como isso ainda não
tinha sido falado em seu convívio, mas que após visitar o site da plataforma e
entender como ela funciona, percebeu seu grande valor econômico, social e
principalmente, ambiental. Considerou os dados da plataforma muito claros e fáceis
de serem usados, por conta da linguagem e por ter sido pensado para uso de todos.
“Vendo os dados que a plataforma disponibiliza, as ações públicas do estado e da
população podem ser mais eficazes. Aqui em Manaus temos o Inpa que mostra o
ranking de municípios com mais fumaça, derrubada de vegetação e até caça ilegal.
Então esse sistema pode ser uma somatória para barrar o desmatamento e
ilegalidade tanto no Amazonas como em toda a região que a Amazônia ocupa.
Sinceramente, vejo com muitos bons olhos essa criação.”, disse Vitor Souza.

Como jornalista, Vitor explicou que suas produções se concentram mais em


matérias de texto, sobre o cotidiano de Manaus, como ações governamentais,
agenda cultural e problemas sociais. Sua resposta para a pergunta se usa ou não a
Inteligência artificial em seus trabalhos foi que sim, e adquiriu esse uso,
especificamente o ChatGPT1 (rodapé com o significado), para ser mais rápido e
prático. Souza esboçou que se mantém sempre na rotina de escrever, por vezes,
assuntos super parecidos e recorrentes em pauta, então viu a IA como uma maneira
de diversificar a linguagem de seus textos, por meio de palavras diferenciadas,
ideias de conteúdos inclusivos, captação de ideias que “prenderiam” a atenção do
leitor durante a leitura.

Para ele, a IA não é algo que irá acabar com uma parcela dos empregos ou
aumentar a taxa de desemprego, mas algo, que bem usado, ajudará. No caso, ele
cita que é um ponto que precisa ser bem discutido para ser bem utilizada. “No dia a
dia, o ChatGPT me auxilia legal, e isso é uma facilidade para mim, assim como a
PrevisIA é para nosso meio ambiente amazônico. Por ela, por exemplo, agora posso
construir uma matéria e levar informação necessária e cheias de dados para a
população. Muitos não gostam, mas enxergo a IA como algo positivo, mas espero
não me decepcionar com ela por algum dia ela querer tirar meu emprego (risos),
pois acredito que esse não é o seu papel”, completou o jornalista, Vitor Souza.

O posicionamento do jornalista entrevistado representa o lado “favorável” à


Inteligência Artificial, já que outra parcela a considera um divisor de águas e até
extinção de funções trabalhistas e relações no mundo. O senso de controle é crucial
para as relações, inclusive para a IA. Não se valendo disso, realmente a concepção
é de que os seres humanos estivessem perdendo as rédeas de sua evolução.

O ponto chave é saber como será o comportamento humano diante de toda


evolução, e principalmente, entender que não foram criados para serem meramente
trabalhadores no mundo, que precisam construir patrimônios e qualquer coisa que
ameace isso seria o fim da raça. A ideia aqui é mostrar que quando se entende que
o ser humano tem um significado além de material, a IA é uma ferramenta que ajuda
a entender o mais profundo.

Lee (2019, pág. 260) explica que mesmo em diferentes parâmetros, se


valendo da criação da IA, haverá alguma divergência:

Todas essas abordagens apresentam dois lados, com alguns favorecendo a


privacidade em relação ao progresso tecnológico, e outros fazendo o

1 “Chat GPT é um modelo de inteligência artificial que interage por meio de chat e tem a
capacidade de responder diversas questões em uma conversa mais ‘humanizada. Disponível em:
https://pluga.co/blog/chat-gpt/. Acesso em: 11/09/2023.
inverso. Alavancar a tecnologia para construir o tipo de sociedades que
desejamos significará acompanhar o impacto dessas políticas no mundo
real e manter a mente aberta sobre diferentes abordagens para a
governança da IA.

Sendo assim, nesta análise, a IA é tida como um suporte otimista para


diversas áreas de produção, principalmente na Amazônia, uma região tão vasta e
necessária de atenção. De qualquer forma, ela está destinada a se manter no
cotiado das pessoas, então por que não a usar para ajudar?

Isso pode ser feito por meio da transformação de setores, quando desafia à
novas perspectivas e toma conta de algo repetitivo para dar lugar à criação, e
inovação humana. Capacita os usuários com o melhor do mercado, incentiva a
responsabilidade, privacidade e compromisso com o que está lidando. De maneira
geral, transforma praticamente todos os aspectos do cotidiano.

A adoção da IA é uma escolha que pode ser feita agora ou não, mas que bem
utilizada destaca os potenciais de cada indivíduo. É 2023, e já existe uma gama de
ferramentas extraordinárias e revolucionárias no mundo, daqui um tempo isso será
ainda mais potente, então a adaptação é necessária e moldável, e quando não
adquirida, o risco de ficar para trás é maior.

CONSIDERAÇÕES

O papel do jornalismo na Amazônia, uma região de imensa importância


ecológica e social, está passando por uma profunda transformação com a
incorporação da Inteligência Artificial (IA) em suas práticas. Esta pesquisa explorou
como os jornalistas na Amazônia estão adotando a IA em suas atividades, desde a
coleta de informações até a criação de narrativas impactantes. Além disso,
examinamos as implicações éticas e sociais dessa evolução.

A IA, com sua capacidade de processar grandes volumes de dados e


aprender com eles, tem se mostrado particularmente eficaz na análise de
informações complexas, identificação de tendências e até na geração de conteúdo.

A ferramenta PrevisIA, desenvolvida pelo Instituto do Homem e Meio


Ambiente da Amazônia (Imazon), Microsoft e Fundo Vale, é um exemplo notável
dessa revolução tecnológica. Ela oferece dados cruciais para o combate e
prevenção do desmatamento na região, analisando áreas legais e ilegais, cobertura
de solo, terras indígenas e quilombolas, entre outros aspectos. Além disso, a
PrevisIA pode servir como base para a formulação de políticas públicas sociais e
ambientais mais eficazes.

A entrevista com o jornalista Vitor Souza, do Portal A Crítica, destacou como a


IA, especificamente o ChatGPT, está sendo usada para diversificar a linguagem e
melhorar a qualidade das matérias jornalísticas. Souza enfatizou que a IA não é uma
ameaça aos empregos dos jornalistas, mas sim uma ferramenta que pode auxiliá-los
em suas atividades diárias.

No entanto, a incorporação da IA no jornalismo amazônico também levanta


questões éticas e sociais importantes. É essencial garantir que essa tecnologia seja
usada de maneira responsável e que suas implicações sejam compreendidas.

Como apontado por Kai-Fu Lee, a governança da IA é um desafio crucial, com


diferentes abordagens sobre como equilibrar o progresso tecnológico com a
privacidade e os valores sociais.

Em resumo, a interseção entre a IA e o jornalismo na Amazônia está


resultando em uma transformação promissora na forma como as histórias da região
são contadas e compreendidas.

REFERÊNCIAS
Lee, Kai-Fu. Inteligência artificial: como os robôs estão mudando o mundo, a forma
como amamos, nos relacionamos, trabalhamos e vivemos. Kai-Fu Lee Tradução
Marcelo Barbão. – 1. Ed. – Rio de Janeiro: Globo Livros, 2019.
Previsia: Imazon, Microsoft e Fundo Vale lançam ferramenta de inteligência artificial
que ajudará na prevenção do desmatamento da Amazônia. Imazon. Disponível em:
https://imazon.org.br/imprensa/previsia-imazon-microsoft-e-fundo-vale-lancam-
ferramenta-de-inteligencia-artificial-que-ajudara-na-prevencao-do-desmatamento-da-
amazonia/. Acesso em: 09/09/2023.

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