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Astrologia Infantil

By Marcia Mattos

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Índice

Introdução ...................................................................................... 01
Planetas ......................................................................................... 01
Sol .................................................................................................. 01
Lua ................................................................................................. 07
Mercúrio ......................................................................................... 14
Vênus ............................................................................................. 25
Marte .............................................................................................. 30
Júpiter ............................................................................................ 33
Saturno .......................................................................................... 33
Casas ............................................................................................. 39
Elementos e Ritmos ....................................................................... 50
Trânsitos ........................................................................................ 53
Lua Progredida .............................................................................. 54
Estudo de Mapa ............................................................................. 55
Visualização do Mapa .................................................................... 58

É proibida a reprodução total ou parcial deste material sem a


autorização da autora. Direitos exclusivos e protegidos pelo
copyright Marcia R Mattos.

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Astrologia Infantil

Introdução

O Mapa infantil é considerado de 0 a 10 anos. A partir de 10 anos damos outra


abordagem, pois entra naquela fase teen e já tem outras implicações dos planetas, das
casas e tudo mais. Considera-se do nascido, de 0 a 10 anos, inclusive será abordado algo
de pré-natal, ou seja, antes da criança nascer, a gestação, a vida intra-uterina, nada de
vidas passadas, mas pelo menos da vida presente, formada aqui.
Nós vamos começar com o significado dos planetas e das casas especificamente
atribuídas a Astrologia Infantil. Toda vez que elegemos um tema para extrair do mapa os
planetas e as casas ganham uma nuance, um significado particular. Quer dizer, os
desdobramentos do que o planeta quer dizer ganha um foco diferencial, a derivação do
significado ganha um significado especial, à medida que se escolhe um tema para
analisar. Porque Mercúrio em Astrologia Empresarial é visto de modo diferente de um
Mercúrio de Astrologia Infantil ou de Mapa de Saúde. É sempre o mesmo Mercúrio, mas as
derivações dele são encaminhadas para o significado mais puro para aquela área.

Planetas:

Vamos começar com o significado dos planetas, lembrando que a interpretação é


especificamente ligada a Astrologia Infantil.

Sol

O Sol no mapa da criança vai falar em primeiro lugar de vitalidade e saúde. Quando
se tem em primeiro plano um Sol mais fraquinho, debilitado por aspectos ou por casas,
como é o caso de um Sol de casa 12 ou de casa 06, já sabemos que a questão da
vitalidade, da saúde e do vigor, ou de pequenas “doencinhas” que possam aparecer neste
primeiro estágio da infância ou mesmo ao longo dos anos seguintes afetam a saúde e a
vitalidade da criança. Detectamos no mapa o que a criança é sujeita a ter como disfunção
de saúde e o que baixa a vitalidade dela, que condições, situações, elementos que se ela
for exposta terá uma vitalidade enfraquecida. Por outro lado, exatamente ao contrário,
saber o que anima, o que vitaliza, o que repõe a energia da criança. E caso haja um
processo ou um momento de desvitalização saber qual a parte do corpo é afetada. Então,
é aquela criança que vive com dor de garganta, a outra que pega um “ventinho” e fica
gripada, ou ao contrário, é a que todos os irmãos gripam e ela não. Sabemos disso por
signo, casa e aspectos naturalmente.

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Sol/Netuno, por exemplo, é particularmente debilitante na infância. Na
adolescência e aos 20 e poucos anos, a pessoa com Sol/Netuno vai ganhando aos
poucos uma vitalidade que não teve no início da vida. Ela vai recuperando a qualidade de
saúde e de vigor e aumentado a imunologia, a partir da juventude. Mas, os primeiros anos
de uma criança com Sol/Netuno é bem debilitante. É muito estressada a vitalidade de uma
criança Sol/Netuno, por quê?
Primeiro, porque Netuno dissolve, baixa a imunidade e tem outro elemento que é o
seguinte: a vida está se compondo e à medida que ela está se compondo Netuno está
descompondo. Então, a criança se desgasta um pouquinho e não se recupera. Faz uma
brincadeirinha um pouco mais agressiva e fica exaurida, porque a vida que está se
impondo tem um elemento que descompõe. Que é o contrário de uma criança Sol/Marte
ou Sol/Plutão, mesmo numa quadratura.
A capacidade que ela tem de atacar os elementos que fazem mal a ela é muito
grande. Então com esta criança de Sol/Netuno se for detetização em casa, tem que sair
os bichos, os animais e a criança. O Sol é um elemento de irradiação, que espanta os
elementos nocivos. Com o Sol/Netuno quando a criança está justamente fazendo o
processo irradiação tem algo descompondo essa irradiação, mas depois da juventude essa
irradiação vai se impondo aos poucos.
Tem um terceiro elemento do Sol/Netuno desarmônico – se formos ler no sentido
mais metafísico – o que acontece com um bebê que nasceu com um Sol quadrado,
conjunto, oposto a Netuno? Quer dizer que a vida que ela veio viver, encarnar, realizar
está muito impregnada de elementos que ainda não são dessa vida. Costumo dizer que
são crianças mal encarnadas. Não estou falando no sentido pejorativo.
Não tenho opinião formada sobre vidas passadas, então não saberia falar nada a
respeito, pois não estudo e não tenho domínio sobre o assunto. Mas podemos dizer que
entre não sermos nada e passarmos a ser, existe um limbo. Não sabemos se andamos em
outra encarnação, ou pelo céu, ou no paraíso, no ventre da mãe, na memória dos pais,
ninguém sabe de onde a vida que não é vida se formou, até virar vida. Só que estes
elementos que não estão formados ou da fase pré-formal estão muito ativos. Então tem
que ter cuidado para essa criança não desistir.
É como se aquela vida uterina ou do limbo fosse mais confortável, atraente,
sedutora, mais presente do que a vida nascida. A vida nascida é o Sol, do momento que
você nasce o quantum de vida que você terá é descrito pelo Sol. Quando se tem um
Sol/Netuno – estou chamando a atenção particularmente do Netuno para mostrar como o
Sol é indicador de vitalidade e vigor e de como um planeta que atrapalha este significado
mantém a criança muito tempo ligada a outro mundo, que necessariamente não precisa
ser de vidas passadas ou espirituais, ou dos ascendentes familiares, mas é esse limbo,
esse outro espaço, que é anterior a vida. Tem que ter muito cuidado para que a criança
não seja puxada, atraída para isso, principalmente mais no início da vida.

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Se essa criança for atraída vai ser fraquinha no início, resistindo pouco as
bactérias, as intempéries, as doencinhas. Tem que ter mais cuidado em termos de
contaminação, de isolamento, se outras crianças estão gripadas e ela não vai a escola.
Estou falando de gripe por que é uma doença comum na infância.
Essa criança não deveria ir para creche tão cedo, pois hoje em dia as crianças vão
para a creche com 1 mês de idade. Ela precisa ser mais vigiada, mais isolada, mais
neutralizada. Deve ter o quarto dela, ter um isolamento positivo para ir ganhando
vitalidade. Às vezes uma “doencinha” que não tem nome, que o médico não identifica, que
o sintoma não corresponde à doença, mas tudo isso ela vence, se desmonta a partir do 1°
sextil de Netuno, que ocorre aos 20 e poucos anos.
Tratar com Homeopatia é uma boa saída, tudo que vai depurando. A medicação
que se dá a esta criança tem que ser certa, boa e legal senão a criança piora da
medicação.
Então, tem que tomar cuidado para a criança não desistir. Entre a luta da vida (Sol),
do encarnado e do imaterial e não formal, ainda ninguém venceu, principalmente no caso
que uma quadratura.
No caso de Sol/Plutão é o contrário. É a própria criança tem um fascínio para se
por à prova, para ver se realmente levam ela, se pendura na janela. Sol/Netuno é uma
criança medrosa, não bota a mão na boca do cachorro. Sol/Plutão do momento que
começa a ganhar autonomia, que é por volta dos 2 anos, quando a criança começa a se
sentir mais “podendo”, aqui ela pode tudo, tem um sentimento de onipotência muito grande
e começa a criar as maiores circunstâncias onde ela desafia a vida, o perigo, o risco, o
cachorro, a cobrinha, o laguinho, o balancinho, etc.
O Sol/Urano já vamos ver crianças desde muito cedo viciadas em adrenalina. É
outra substância, diferente do Sol/Plutão. É assim, elas estão na rua, passeando no
shopping, andando de carro, burburinho em volta, quando chegam em casa e ficam no
silêncio, começam a chorar. Porque aquele elemento excitante, estimulante é o que ela vai
associando a estar viva e irradiar energia. Mais tarde isso vai dar crianças hiperativas, etc.
Principalmente se Mercúrio estiver envolvido, a combinação Sol, Urano e Mercúrio dá
crianças hiperativas, elas são excitadas, desconcentradas, parecem desatentas, mas na
verdade são superligadas.
Estou falando da vitalidade, da saúde, de irradiar energia, e que esta energia de
vida se sobreponha sobre os planetas maléficos ou planetas que façam desarmonia, isso
leva um tempo. Estou falando do que a criança reconhece como estar viva ou ouvida, está
vitalizada ou que ela chama de estar vitalizada, animada etc. Estou falando da natureza
essencial dessa criança, aquilo que é próprio, que não vai mudar, que é da natureza. É o
núcleo essencial da natureza dela, por onde ela existe.
Então, a área que tiver o Sol, por signo, por casa, por aspecto com os planetas, é o
lugar onde os pais, os educadores, a babá ou quem mais estiver por perto da criança deve

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estimular as qualidades positivas. Porque não vai mudar, é a essência da criança, então
temos que desvelar, ou seja, não negamos, não ofuscamos e não criticamos as qualidades
do Signo Solar. Não se chega para uma criança com o Sol em Câncer e diz que ela está
chorando à toa, porque aquilo é dela, não vai dar para não ser desse jeito. Onde tem o Sol
temos que enaltecer, valorizar o lado positivo. Não se nega as qualidades do Signo Solar
de uma criança, se enaltece, desvela e refina, engrandece. Faz a criança se sentir
orgulhosa daquilo, vaidosa, porque quando se é vaidosa de uma coisa, se age no melhor
daquilo.
Se vê aquilo como uma qualidade, uma característica da qual deve se orgulhar a
pessoa vai fazer o bonito daquilo. Uma coisa é chegar para uma criança de Sol em Áries e
dizer: “olha como é inquieto, não pára quieto, não tem jeito de fazer esta criança sentar um
minuto”. Ela é desse jeito, é um traço essencial e não vai dar para não ser. São qualidades
arianas: “aprendeu a nadar logo, também corajoso como é, se atirou na água e saiu
nadando”. Isto é uma qualidade, coragem, é bacana ser assim.
Você protege esta criança e de um pai Sol/Netuno assim: parte do que esse pai
promete para essa criança ou conta da vida está distorcido ou idealizado, está misturado
com as próprias fantasias. Então a narrativa desse pai é pouco realista. Às vezes até muito
interessante, às vezes, muito criativa, mas necessariamente não realista, não espelha o
que essa criança vai encontrar no muno.
Uma criança com o Sol de casa 3, pequenininha já é enturmada, já vai à pracinha.
É a criança que faz amiguinhos facilmente, faz turminha e leva pra casa ou ela vai para a
casa do amiguinho. A essência desta criança é a habilidade de fazer inteiração, de se
agrupar, se juntar. Ela é melhor assim, vai ficar pior se não fizer assim. É melhor ter os
grupinhos, os amiguinhos, etc. A mãe ainda diz para a criança: “olha como ele sabe
escolher bem os amiguinhos”, para não escolher os maus, a mãe já compromete a criança
com a boa reputação. “Como escolhe bem, só tem amigos bacanas” aí já exclui os
amiguinhos complicados.
Outra coisa, o Sol é direto a linha paterna. Descreve não só o que a criança herdou
do pai, a linhagem paterna mesmo, o fio paterno, como a relação dela como pai, com a
figura paterna.
Se a criança tem Sol angular a figura paterna é fundamental na vida dela, como
espelho, como referência, porque parece, porque admira, porque o pai é muito presente,
porque o pai tem uma influência importante.
Um Sol angular mesmo em caso de separação, ou de um pai que por um motivo
qualquer se foi ou partiu, esse pai tem que ser trazido, lembrado, comentado, referenciado,
contar casos dele, mesmo que por motivos de circunstâncias ele não esteja ali
cotidianamente. E obviamente se ele puder estar ali cotidianamente num Sol angular isso é
muito importante.

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Por outro lado, se essa criança tem um Sol angular, melhor dizendo, se ela tem um
Sol muito mais aspectado, temos que neutralizar a força deste pai. A criança que tem um
Sol/Saturno, Sol quadrado Saturno, Sol/Plutão, um Sol quadrado Marte, está
descrevendo a relação dela com o pai.
Num Sol/Saturno tem que proteger esta criança do excesso de crítica e censura
deste pai. Proteger não quer dizer afastar ou impedir contato, é alertar o pai: “Presta
atenção, não vai chegar para o menino e dizer que ele não aprendeu a andar de bicicleta
depois de 6 meses que você deu a bicicleta” senão ele não anda nunca mais. Porque a
autoridade desse pai (Sol) é sentida via Saturno. Então, meu pai diz que não ando bem de
bicicleta então, eu não ando. O próprio pai é assim, ele não está inaugurando uma censura
na vida dele, com certeza é auto-censurado, auto-crítico, auto-exigente, e está achando
que é assim que se passa o bastão ou se prepara uma criança.
Temos que tentar ver através do mapa da criança como se consegue barrar um
pouco isso, onde a coisa fica inóspita quando se relaciona com o pai ou diretamente com o
pai, se o planeta foi mal aspectado. Por exemplo: a criança tem um Sol conjunto a Júpiter
quadrado ou oposto a Saturno é quando se trata das exigências, das cobranças e do
controle que a coisa aperta. É assim que temos que ler. Apesar de ser um pai cobrador e
controlador, ele será também imensamente generoso. Esse pai será Sol/Júpiter e talvez
desenvolva na criança um sentimento inadequado de que ela é melhor do que realmente é
e para isso cobrará e exigirá muito. “Meu filho é um bacana, ele é o máximo, meu filho
entendeu tudo, ele fala oito idiomas” e o garoto vai ter que falar.
Sol/Netuno é um pai confuso. Parte do que esse pai promete a esse criança ou
conta da vida está distorcido ou idealizado. Está misturado com as próprias fantasias. A
narrativa dele às vezes até é muito interessante, criativa, mas pouco realista. Não espelha
o que essa criança vai encontrar no mundo.
Pode ser indicação de um pai artista, mas se for quadrado é um artista daquele tipo
que não vendeu todos os quadros ou não gravou todas as músicas.
Então, se filtra ou se protege mostrando que toda essa coisa bacana do pai criativo,
precisa de certa dose de chão, realidade, concretude, etc. O pai de uma criança
Sol/Netuno pode passar para ela uma idéia que a vida é diferente do que no fundo a
criança vai encontrar. Aí a criança fica com aquela decepção com a vida. Vai viver as
coisas e as coisas não se passam desse jeito, dessa narrativa e aí pensam “não foi pra
essa vida que eu vim”.
Pode chegar a ser um pai drogado. Mas para isso teríamos que ver o resto do
mapa. Se tem Sol/Urano, um Sol quadratura Saturno.
Um Sol quadrado Netuno pode ser ausente pelo menos em parte, é um pai só de
momentos descompromissados. Pai fraco, fragilizado aos olhos da própria mãe. É ausente
no sentido de autoridade. A autoridade dele é apagada.

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Sol/Saturno desarmônico, uma quadratura, pode ser um pai ausente porque
trabalha muito, que provê tudo, mas não participa.
O Sol quadrado Marte tem a coisa de um pai mais agressivo, estourado,
autoritário ou que forma a criança segundo a sua própria semelhança, pelo que ele gosta.
Ele leva a criança para o jogo de futebol por que ele quer ver. Então, muitas vezes a
criança não é escutada, aí vira uma criança “atacada”, porque ela aprendeu a gritar para
ser ouvida ou ser vista. O Sol no mapa da criança indica maior ou menor necessidade de
ser vista, reparada, notada, de existir.
Parece que um Sol/Marte faz a criança ter que lutar para ter a identidade dela, lutar
contra o pai. Porque este pai é aquele que vai conduzindo as coisas a seu bel prazer.
Então, a criança tem que gritar ou se indispor para ser vista, “eu não sou você”.
Por que no fundo o que acontece com Marte? Se Marte é a defesa territorial da
identidade e o Sol é a identidade, é a mesma coisa que acontece com o Sol/Plutão, a
criança que tem o Sol/Plutão desarmônico pensa assim: eu vou ter que criar um “banzé”
aqui para existir, se não eles vão me matar. Não no sentido real, mas no sentido de que
ela será usurpada do centro da sua identidade, do seu reinado, ela não será vista.
O próprio Sol/Netuno é uma indicação que esta criança não é vista, não estão
reparando nela. Reparando não é só não estar dando bola, mas estão pensando que ela é
uma coisa e ela é outra, ela está mal entendida e não estão vendo, estão assumindo
coisas e a criança não tem nada a ver com aquilo. Aí começa a vir o relato da escola,
outras mães, é outra criança, não é aquela que decidiram naquela casa.
A própria criança, por este aspecto complicado, não mostra clareza no ser e
ninguém está atento o suficiente para reparar que ela não é assim, ou era e não é mais,
não tem essa sutileza. Parece aquele filme ‘Esqueceram de mim”.
Muito cuidado com essas crianças Sol/Netuno que desde pequenininha cedem a
vez. Acham a quilo uma graça, uma qualidade, uma virtude, e a criança está cada vez
mais se desfazendo de si, abdicando de lutar por esse centro, porque é tão penoso, tão
desgastante. Um Sol/Marte provavelmente fará isto, nenhum primo deita na minha cama
ou pega meus brinquedos coisa nenhuma.
Se bem que a criança Sol oposto Marte a criança pode ficar meio sem jeito com a
própria agressividade, pode reprimir, pode ferver de raiva e não conseguir, tem esta coisa
projetada.
Uma criança com Sol trígono Marte não precisa ficar olhando para ela no
parquinho, solta porque ela vai se virar, defender o espaço dela, ficar na fila para pegar o
primeiro barquinho que sobrar. Vai entrar no barquinho e não vai se afogar, ela se vira. Ela
tem um senso de defesa pessoal, é desenvolvida, mas não é uma coisa belicosa.
O Sol oposto a Marte é uma criança que é vítima da agressividade, ou ela já se
defende de saída porque senão vão pegar o brinquedo dela, ela supõe um agressor por
perto.

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O Sol quadrado Marte dá um curto circuito. É uma criança que se machuca muito
também porque tem essa energia mal parada. É uma indicação para colocar no esporte
cedo para ela aprender a lidar com a competição e a agressividade. Ela briga na rua e
como ela tem aquelas raivas, tem que botar para fora e fazer um esporte.

Lua

A Lua no Mapa infantil vai descrever o sono, se a criança dorme bem, se dorme
muito, se o sono é suficiente, se não dorme nada, como uma Lua conjunto a Marte ou
Lua quadrado Urano. Lua em Aquário dá aquelas dormidinhas entrecortadas e não dá
sossego para a mãe.
Está relacionada também a alimentação, se mama, não mama, mama fácil, mama
bem, mama e larga o peito, mama até não poder mais, é gulosa, come tudo, não come
nada, enjoada para comer. A hora das refeições quando são mais crescidinhas é
traumática ou é a farra. Aquela criança que tem que fazer um aviãozinho atrás dela.
A Lua vai descrever estes processos da alimentação, tanto no sentido da fome, da
digestão, do comer bem e tudo que envolve a alimentação. Por exemplo: uma criança
Lua/Urano vai comer, vai sentar à mesa, não pode ter um barulho, uma distração, um
estímulo, uma televisão ligada, porque aí não come, é uma comida que nunca mais acaba.
Para uma criança com Lua em Touro a apresentação da comida tem que ser
bacana, ela tem que gostar da cara da comida, assim como a Lua em Libra. As comidas
têm que ser coloridas, bem arrumadas etc. A criança com a Lua em Touro come bem.
A Lua/Netuno pode dar preguiça de comer, se deixar ela ali com um pratinho vai
ficar ali para sempre.
A Lua/Saturno desarmônico é um dos indicadores de anorexia, isso vai aparecer
mais tarde, na adolescência, não vai aparecer aqui. Mas é um dos indicadores astrológicos
que haverá lá na frente um distúrbio alimentar no sentido da recusa da comida.
Já uma Lua/Vênus e uma Lua/Júpiter desde pequenininho temos que botar essa
criança para não comer muita besteira, porque a Lua cria hábitos. Então começa um
bebezinho com a Lua quadrado Vênus, Lua quadrado Júpiter, Lua conjunto a Júpiter,
Lua oposto a Júpiter, Lua em Touro quadrado Júpiter em Câncer já é toda do oral. Aí
começa o bolo da vovó, um brigadeiro, a mãe está criando um gordo ou uma gorda. A
criança mal comeu e já vem outra coisinha e aí a criança cria aqui um hábito. A criança
chama de se alimentar, exceder, chama de barriga cheia, estufada, come com os olhos.
Porque a Lua quadrado Vênus, explicando ao pé da letra, primeiro a Vênus é um
dos indicadores astrológicos de doce, de metabolizar o açúcar ou de preferência pelos
carboidratos que depois viram açúcar. Não pode dizer: “vem aqui comer um negocinho”,
negocinho não. O que esta criança entende por nutriente e que ela chama de comer é
Vênus, é prazer. Tem outra coisa, essa criança muito cedo associa cuidado, estar cuidada

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(Lua), alimentada, com querida, satisfeita ou prazerosa. Então, a comida entra com este
significado.
Então, se mais tarde ocorre um distúrbio afetivo na vida da pessoa, um
desencontro afetivo, um mal estar afetivo, ela já associa que a comida é o lugar que a
gente repõe afeto, ou significa satisfação e contentamento, prazer. É oral. Se ainda por
cima os pais não estabelecerem uma boa alimentação, a criança vai nos aniversários e
mete a mão nos brigadeiros. E se tiver no meio do caminho um Júpiter é uma criança com
pré-diabetes.
Reparar se na família da mãe tem alguém com pré-disposição para engordar,
porque isso será a linhagem direta da mãe, ou do materno que é a mãe, avó, as tias irmãs
da mãe.
Já no aspecto harmônico Lua/Vênus a linhagem da mãe são de mulheres belas e
vaidosas. Mesmo no aspecto desarmônico já tem o traço da beleza e da estética, mas
também tem o traço da saciedade, que é uma desarmonia entre a Lua e Vênus. O que a
pessoa chama de estar saciada, na realidade é estar agradada, é o que ela gosta, o que
ela quer. Lá na frente dá problemas com dinheiro e outras coisas, mas vale a pena olhar
se a família da mãe (Lua), já tem esta tendência a obesidade.
Com Júpiter também, se a família da mãe está toda obesa já sabemos que esta
criança já tem esta pré-disposição e gosta de comer. Se puser muita comida no prato ela
come tudo. Se puser mais ela come mais, se colocar a travessa ela come da travessa.
Uma das coisas que se pode fazer para mitigar esta influência é servir o prato pronto para
a criança com aquelas porçõezinhas. Porque se tiver um monte de brigadeiro ela mete a
mão. É gula.
Com a Lua desarmônica com Vênus e harmônica com Júpiter melhora muito,
porque a questão do exagero está contida, a pessoa pode ser um gourmet, por exemplo. E
a coisa avassaladora do exagero não está mandando uma ordem errada. Júpiter é o
exagero, Vênus é a gratificação, Júpiter é assim: O que eu chamo de gratificação é tudo. É
indicação também que tem uma mulher nessa família que segurou a onda. O Sol vai falar
dos indicadores masculinos e Lua dos femininos, então às vezes tem uma avó que dava
um monte de bala e doce e mãe não dá, ou tem uma tia que fez nutrição na faculdade e
prepara uns “negocinhos” para a criança. Uma pessoa pode ter Lua quadrado Saturno
sextil Vênus, ou seja, ela teve uma dureza materna, mas teve uma mulher na família, que
pode até ter sido uma babá ou empregada, que amou esta criança, que contrabalança.
A Lua/Plutão, nos aspectos desarmônicos, fala de uma mãe apavorada, ou trágica,
ou ameaçada no mapa da criança. Então está proibido para esta mãe começar a espalhar
dentro de casa suspiros e notícias terríveis. Na cabeça da criança essa mãe está
associada ao trágico, ao apavorado. Essa criança entra na adolescência e começa a
mentir para mãe: “Não fui não, quando você falou voltei logo pra casa”. Porque sabe que
mãe vai ter um ataque. A criança se defende dessa mãe e começa a mentir, a dizer que foi

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para um lugar e foi para outro. Aí a mãe descobre e a coisa fica pior, mas a criança não
está fazendo nada demais, só mentiu para a mãe não ficar naquele estado que ela já viu
que é terrível.
Ela é uma mãe devoradora. São duas as versões de Lua/Plutão: a mãe que
abandonou, preferiu o outro filho, foi embora, morreu, enfiou a cara no trabalho, ou seja, a
Lua/Plutão é perda da mãe; e a segunda versão é a mãe Plutoniana, ela sabe tudo da
vida do filho.
O filho adolescente vai mentir e a mãe vai descobrir. E ele vai mentir cada vez
porque percebe que se der “trela”, ela vai perseguir, controlar, e essa mãe está associada
na cabeça dessa criança a mal agouro, porque tudo para ela é: “Fulano caiu na piscina,
rachou a cabeça e quase morreu”; “Não confia em qualquer coleginha, não, porque você
vai por a mão no bolso e descobrir que te tiraram tudo”. Isto é uma Lua/Plutão, uma mãe
que protege fazendo terrorismo, prevenindo e avisando.
Tem uma captação do inconsciente da mãe e vice-versa, da mãe para a criança.
Tem uma promiscuidade inconsciente. Às vezes tem traços eróticos nessa mãe, não estou
falando de maneira nenhuma de molestação, nem de abuso sexual ou de ocupação
erótica. A criança percebe a sexualidade da mãe e ela não esconde. A criança enxerga e a
mãe se mostra pra essa criança erotizada. Para rolar um Édipo, freudianamente falando, é
um “nada”, não é realisticamente. E tem a questão da intensidade da presença.
Se a criança for Lua/Plutão e a mãe Plutão/Vênus, essa mãe é a “dona da bola”, a
sexualidade da mãe domina a sexualidade da casa.
Aí pode ocorrer duas coisas, quando a criança vira adolescente ela se encolhe ou
vira uma figura para poder sobrepujar a mãe, a sexualidade da mãe. Usa aquelas calças
baixas, tatuagens e começa a explicitar um modelo sexual muito forte para poder ter o seu
espaço. Aqui temos que tomar cuidado com essa “mãe-pesadelo’ que para ela tudo é: “O
menino está respirando? O menino vai morrer. Se tomar banho vai escorregar e morrer
afogado!“. Essa criança tem uma mãe, até por excesso de zelo, ou por excesso de amor,
que tem um problema com perda, ela tem medo da criança morrer, ser seqüestrada ou ser
molestada.
A criança também pode ter medo de perder a mãe. Isso é compartilhado, cria esse
vínculo muito intenso. Por exemplo: nasceu um bebezinho com Lua/Plutão, tem três
meses de idade e a mãe vai viajar com o pai um mês para os Estados Unidos, não pode. A
criança Lua/Plutão vivencia afastamentos que ela não compreende, não simboliza, que
ela não explica como “morreram”, desapareceu, abandonou. Crescem pessoas, homens
ou mulheres, obsessivas nos seus relacionamentos, com uma necessidade muito grande
de posse e controle. A mãe ou a criança que nasce com Lua/Plutão desarmônico,
principalmente a mãe, ela tem que fazer afastamentos muito bem feitos para a criança. Por
exemplo: acabou o período de resguardo, de licença maternidade e a mãe volta a
trabalhar, com uma criança Lua/Plutão, ela tem que almoçar em casa, intensifica um dia

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de trabalho e chega mais cedo. No outro dia vai mais tarde trabalhar, se o trabalho tem
muitas viagens tem que diminuir. Porque a mãe vai ter que conduzir a idéia, que
chamamos de processo de abstração e ocorre por volta dos três anos, que permite a
criança entender que as pessoas vão e vem, somem e aparecem, se ausentam e
retornam. O desmame da criança Lua/Plutão e as ausências da mãe têm que ser feito
com maestria, gradativa e cheia de afirmações, confirmações e presença. Depois que a
criança fica maior, telefona uma vez por dia para dar notícia, para dizer como está, para
ela não cair nessa idéia de que as pessoas desaparecem, se afastam e vão embora.
O desmame pode gerar um problema sério de doenças alimentares, a criança que
tem Lua desarmônica geralmente já descreve uma situação de desmame delicada, como
por exemplo, Lua quadrado Vênus, Lua/Saturno, Lua/Urano.
A criança é muito ligada à mãe até chegar aos dois anos de idade, depois dessa
idade (faz um ciclo de Marte) ela vai suportando que a mãe saia para as compras,
desapareça um pouquinho, que cuide do irmão. Ela entende isso com certa
despreocupação. Mas quando a criança tem essa Lua quadrado Vênus, Lua/Plutão,
esse período da separação é estendido, vai até os seis ou sete anos.
A criança tem um sentimento agudo de desamparo, de desproteção que é suprido
pela presença da mãe até mais ou menos os dois anos. Por isso, nessa fase é complicado
nascer irmão, ou a mãe já ter uma barriga quando a criança não tem nem dois anos ainda,
porque até essa idade a criança tem a sensação de que se perder a mãe ou se afastar da
mãe, ela não sobrevive, não agüenta, não esta preparada para isso, tem necessidade
muito grande desse vínculo, não serve o pai, é a mãe mesmo ou quem estiver no lugar da
mãe, é lunar mesmo. A partir de dois anos a criança faz um ciclo completo de Marte e ela
agüenta mais naturalmente essa separação, a criança vai se desvinculando. Tem gente
adulta com essa síndrome de separação, de desvinculamento.
Para a pessoa com uma Lua angular ou uma Lua/Cauda esse desvinculamento é
muito difícil. Se a pessoa já adulta vai viajar e passar três dias fora, ela entra numa
angústia, tem que telefonar muitas vezes, passa mal.
Essa pessoa não se casa, fica “casada” com mãe. Ou às vezes se casa e cria esse
vínculo com o parceiro. O parceiro vai viajar uma semana a trabalho e é uma desgraça, é
como se tivesse desmamado de novo, porque não desmamou, não fez o gradual, o
progressivo, ou fez muito cedo, antes de estar pronto. Então, essas crianças com Lua
quadrado Vênus, Lua/Plutão desarmônico, tem que estender até mais tarde o processo
de ficar com outras pessoas, às vezes vai até cinco ou seis anos de idade, quando deveria
ser até dois, três anos.
Tem um caso que atendi a pouco tempo de um menino de quatro anos com Lua
quadrado Plutão, a mãe recebeu uma bolsa para passar um ano no Canadá e ia deixar o
menino com o pai para não largar as coisas dele aqui, os coleginhas, o colégio. Falei para
ela levar esse menino, porque ele tem Lua quadrado Plutão. Ele vai ficar muito mais

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abandonado pela mãe do que pelo resto. Ele tem o quartinho dele, a empregada dele, não
é bom para crianças fazer essas mudanças, isso é o normal, mas neste caso não. Mas do
ponto da saúde emocional da criança, da leitura da criança, era muito mais adequado ela ir
com a mãe nas condições que fossem, do que aquela situação toda arrumadinha aqui:
Babá, empregada, o pai. A criança é mais sensível e a mãe não corresponde.
A Lua vai indicar o índice, o grau, o nível de vinculamento, ou desvinculamento
dessa criança. Quando é que dá para soltar, dormir na casa do coleginha, já dá para
passar a noite. A Lua em Aquário já pode deixar dormir na casa do coleginha desde
pequenininho. E tem aquelas crianças que vão dormir na casa do coleginha e no meio da
noite ligam para casa pedindo para os pais irem buscar.
A pessoa com Lua/Cauda nunca mais se separa de nada, porque ela tem uma
carência, uma demanda. Foi mal maternalizada, não há a menor dúvida, não teve uma
mãe legal, não teve mãe suficiente, essa mãe não cobriu seu papel materno.
A pessoa com Lua/Cabeça tem gente que cuida dela, nutri ela. Onde ela vai
encontra uma mãe, uma simpatia, um cuidado, isto não lhe faltará no mundo, Lua/Cabeça
está afinada com este princípio. Então, a pessoa está um pouco tonta e vem uma moça e
diz: “A senhora está tonta, estou notando que a senhora não está bem”.
Já Lua/Saturno diz para ajudar: “Chega para cá um pouquinho que esta senhora
não está passando bem” e ainda vou mais longe, uma Lua/Saturno em mau aspecto
quando precisa de ajuda aparece alguém que ela deve ajudar, é ao contrário, precisou de
ajuda, aparece uma situação e ela tem que ajudar. Falta amparo nas situações que ela
está mais desamparada. Está doente, passando mal, e tem uma crise no escritório que a
pessoa tem que ir lá resolver naquele dia.
A anorexia da pessoa com Lua/Saturno não ocorre somente pela questão de
emagrecer, é uma questão da negação do que nutre. A anorexia quando surge geralmente
na adolescência, não é exatamente por uma questão estética, é porque uma Lua
conjunto Saturno, restringe, nega.
O Sol não vai representar tanto o sentido de identidade como a Lua que vai estar
muito mais presente e muito mais atuante. Mas vai significar a luta pela vida, o quanto de
sombra, o quanto de não vida ataca a sua vida. O Sol vai falar principalmente no primeiro
ano o esforço da vida para ela vingar, ela não falecer. Então, não fala só das doenças,
mas de todas as ameaças de não querer existir de “esse negócio aqui não sei se quero
não”.
A pessoa com a Lua em Leão, por exemplo, vemos uma vivacidade leonina. Essa
primeira infância, o primeiro ano principalmente, manifesta muito a energia lunar. Imagine
que todo mês a Lua faz uma conjunção, uma quadratura, uma oposição, um sextil com a
Lua Natal, faz um ciclo inteiro. Antes de fazer um ano a criança já fez 12 retornos lunares,
12 trânsitos de Lua. E assim a criança vai ganhando peso, nos trânsitos.

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Uma criança com Lua em Gêmeos é tagarela, conversadeira e desde muito
pequenininha já se pode falar com ela, desde um mês e meio. Ela se nutre do estímulo
verbal, oral, da linguagem. Mesmo que ela não entenda. Não deve ter uma decoração em
tom pastel, pois é uma criança que se alimenta de movimento, pode entrar e sair pessoas.
Pode começar a falar antes de andar. Muito pequenininha fala palavras que ninguém usa,
muito sofisticadas para a idade, tem um vocabulário excelente. É uma criança que o irmão
não faz mal, a Lua em Gêmeos faz um ano ou um ano e pouco nasce um irmão, não é
catastrófico esse nascimento. A Lua em Gêmeos em si, companhia é uma coisa bem
vinda, mais do que ficar em casa com a babá o dia inteiro sem assunto.
É bom para a Lua em Gêmeos música, agitação, pessoas diferentes circulando no
ambiente. A criança com seis, sete meses sai na rua e interage com tudo. A própria Lua
em Aquário é assim.
A criança com a Lua em Peixes ou Lua/Netuno gosta de música clássica desde o
ventre.
Como a Lua está ligada a questão do sono/sonho tem aquela coisa de medo de
dormir sozinho, terror noturno, acordar de noite, ter pesadelo, precisar de luz para dormir
ou não ligar para nada e dormir de qualquer jeito, dormir com o irmãozinho. A criança com
Lua em Câncer é dorminhoca, é uma das mais dorminhocas do mundo e a Lua/Netuno
também, mas quando a criança tem uns três, quatro anos ela pode começar a ter sonhos
bem difíceis. A criança com Lua/Netuno também pode misturar sonho e realidade, ela vai
dizer: “Ontem entrou um bicho no meu quarto, ontem eu saí com um tamanduá andando
de bicicleta”. Sonhou, viajou.
Mas a criança com Lua/Netuno não é mentirosa, Mercúrio/Netuno é que é.
Lua/Netuno é impressionável, imaginativa, ela sente o que não está ali. Então é uma
criança medrosa, ela sente as impressões, às vezes até vê coisas. Mercúrio/Netuno no
aspecto desarmônico que é mentirosa.
A criança com a Lua em Capricórnio precisa muito de horário, rotina e a certeza
de que ela é bem cuidada. Fica muito nervosa desde pequenininha, quando tem troca-
troca de babá, ela fica insegura, nervosa e pode apresentar dificuldade de alimentação,
porque ela sente que as pessoas que tomam conta dela são todas malucas. Tem que
deixar com uma pessoa sempre, não dorme direito e vai desenvolver muito cedo o
sentimento de vigilância, sente que ali ninguém é capaz. Começa a negar alimento de
estranho que vem alimentar, trocou a pessoa vem outra, “não sei quem é essa”. Precisa de
estabilidade, de rotina, de confiança.
A mãe dessa criança com Lua em Capricórnio é uma mãe que trabalha. Ela é
ocupada, possivelmente com preocupações, sobrecarregada. É uma mãe pouco
disponível, é uma mãe pouco abundante. Pode ser um pouco fria. Ela pode fazer as coisas
direitas, nos horários, no sentido de prover as coisas, mas com muito custo, aquilo custa. A
criança tem a sensação que aquilo é custoso, e a criança tem razão, aquilo é custoso.

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Com a Lua em Virgem a criança tem a nítida sensação de que ela não é a favorita.
A mãe é menor para ela, é menos mãe para ela. E geralmente ela está certa, ou seja, a
impressão não é falsa. Se ela for filha única, ela não é favorita nas prioridades da mãe.
Sobrou um pouquinho de mãe para ela. Dá uma atenção funcional, o remédio não falta, a
comida está no lugar, mas sempre com a sensação de que aquilo é custoso, é um dever.
A Lua em Capricórnio é uma mãe séria, responsável, é uma mãe que pode
contar, mas não como mãe. Para as “frescuras” não pode contar com essa mãe porque ela
tem mais o que fazer. Isso não tem que estar em aspecto, basta uma Lua em
Capricórnio, pois ela está em exílio. Às vezes, a gravidez veio numa hora que a mãe já
estava assoberbada de outros afazeres e compromissos.
A mãe pode ter rejeitado essa criança com a Lua em Capricórnio no sentido de
que “eu tive, mas foi custoso, foi um sacrifício, não foi mole, não foi fácil”. A mãe não
estava com sobra de energia, de dinheiro, nem de tempo e pariu esta criança. Mas daí ela
fica uma criança muito mais vigilante, desconfiada. Talvez as pessoas que tenham tomado
conta dela não tenham sido suficientemente competentes. Talvez tivesse que assumir
funções de adulto, começar a trabalhar cedo, amadurecer cedo. Ou então fica
desconfiada, vigia as coisas, vigia na véspera se o lanche dela está pronto, se o uniforme
está no lugar, se leram o boletim dela. A criança com a Lua em Capricórnio pensa “se eu
deixar o boletim lá ninguém vai olhar, então vou na véspera e confiro, assinaram meu
boletim? Assinou minha permissão para o passeio amanhã?”.
A mãe passa responsabilidade para a criança cedo e se calhar ainda passa a dos
irmãozinhos, “olha você aproveita e olha o boletim dos irmãozinhos também meu filho”.
Porque a mãe está podendo menos, isso não é uma crítica, uma má fé, coincidiu o
momento em que a mãe está lutando por promoção ou porque o pai não está ganhando
bem, ou está cuidando da avó que não está bem. Tem uma escassez, um limite. Não falta
o necessário, mas ela não tem tempo para as frescurinhas, as bobagens, os medinhos.
Sabe “essa gripe é boba, se fosse séria eu trataria”.
A criança com a Lua em Escorpião é super desconfiada, mas é totalmente
diferente. A mãe não pode mentir para essa criança, não pode fingir. Por exemplo: a mãe
está fingindo que está despreocupada, a criança percebe e acha que não pode mais
confiar na mãe, pois ela está mentindo. Fica desconfiado nesse sentido. Ela percebe as
emoções da mãe. Então, é melhor que a mãe dessa criança com Lua em Escorpião seja
mais verdadeira em relação ao filho. Essa criança agüenta mais saber que essa mãe está
triste, chateada, com problemas do que a mãe estar “crespada” e a criança sentir aquele
astral pesado. Pois ou ela começa a desconfiar dos sentimentos dela, “vai ver que sou eu
a perseguida” ou vai ver que essa pessoa não me conta, não me mostra, não me revela as
coisas.
A Lua em Libra já é o contrário da Lua em Capricórnio, é uma mãe que está
muito presente nos aspectos mais tênues da vida, é bonitinha, é para enfeitar, é para ser

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lindinha, é para agradar, para ficar bem na fita. A mãe da criança com Lua em Libra tenta
passar harmonia o tempo todo, evitar conflitos. Tem muito a coisa da estética, de estimular
a vida social da criança. A criança olha muito para a relação dos pais.
A Lua em Aquário, a Lua em Sagitário e a Lua em Áries são indicações de
crianças que foram soltas, liberadas antes de completar o processo de separatividade
emocional. Em compensação, às vezes são mães muito boas de filhos adolescentes e
jovens. Elas são melhores mães de adolescentes e jovens, do que de crianças. Porque
tem uma tendência a soltar, a largar, a desenvolver antes da criança estar apta para isso.
Na adolescência e na juventude, quando o processo das mães recuarem a maternidade
para a criança ou o jovem começarem a ganhar mundo, elas estão bem indicadas. Mas
naquela fase de muita proteção elas não são tão boas.
A Lua da mãe vai dizer que tipo de mãe ela é, ela será. A criança que tem a Lua
em Capricórnio vai dizer que tipo de mãe ela teve, porque na realidade vemos filhos com
Luas em signos diferentes em posição diferentes e aspectos diferentes, porque aquela
mãe não foi a mesma mulher o tempo todo. É uma mãe exigente e é exigente até com ela,
por isso é que fica com o sentimento de culpa, porque ela acha que podia ser uma mãe
melhor, uma mãe mais adequada, uma mãe que não errasse, uma mãe que não falhasse.
“Não posso falhar na maternidade”. A criança que tem Lua em Capricórnio teve uma mãe
que pensou assim com ela, “não posso falhar com esse garoto, pois se acontecer algo
errado com ele a culpa é minha, eu que não eduquei, que não olhei, que não assisti”, esse
é um dado. O outro dado, que é o mais importante para a pessoa tomar cuidado, é quando
se sabe que seu filho ou filha tem uma Lua em Capricórnio é não transmitir, não sentir,
não pensar que maternidade é um peso. A história toda é essa, a criança percebe, sente
que ter tido essa criança é complicado, é pesado para essa mãe, um fardo. Não é uma
coisa à toa, leve, gostosa, relaxada, até porque essa mãe queira acertar muito, pode até
ser por esse motivo, mas no resultado fica um ser materno, ser mãe não é pouca coisa,
não é leve, não é fácil, não são só alegrias. É muita responsabilidade, então fica pesado, e
a criança fica culpada. A criança é culpada por ser um fardo para essa mãe que acha que
a maternidade é um peso de responsabilidade.

Mercúrio

Mercúrio é um planeta importantíssimo no mapa da criança, porque quando ela é


pequenininha, ele leva mais ou menos 8 meses para fazer o circuito da volta do zodíaco.
Então, ele vai passar várias vezes antes que outros planetas maiores passem. Pois o Sol
leva um ano para fazer o ciclo todo, o primeiro aniversário, a Lua todo mês faz o ciclo
inteiro, a Vênus leva 9 a 10 meses, Marte 2 anos, etc. Nessa primeira etapa, primeiro ciclo
de Mercúrio, o que vai contar é o desenvolvimento motor, cerebral motor da criança. Então
todos esses estímulos ligados à fala, audição, movimento, articulação, movimento das

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pernas, das mãos, dos braços, escuta, estado de alerta, conecções, é o Mercúrio que vai
fazer. O desenvolvimento, o trabalho de Mercúrio, acho que é a função planetária que mais
trabalha na primeira infância. Porque do tempo que a criança nasce, o que ela desenvolve
em menos de um ano em termos de aptidão motora, percepção, articulação, compreensão
de sons, decodificação de imagens, reconhecimento das pessoas, é tudo Mercúrio.
Se a criança tiver um Mercúrio retrógrado, considera-se que ela nasceu com
Mercúrio retrógrado, mas considera-se que ele desretrogradou, aí podemos dizer que
depois de dois anos de idade ele teve mais desenvolvimento e você vai citar os fatos
ligados a isso, aconteceram coisas quando esse Mercúrio ficou direto, que são provas de
melhor funcionamento desse Mercúrio. A criança não queria ir para escola de jeito
nenhum, chora e aos dois anos de idade parou de chorar, ia e era uma farra.
Mas existem Mercúrios retrógrados que jamais se desretrogradam, ou vão
desretrogradar com 50 ou 60 anos, outros que se desretrogradam aos 15 ou 16 anos e
que já é um alívio extraordinário porque a pessoa já sai da adolescência com Mercúrio
direto, que é uma mudança muito grande, até de temperamento. Ou na infância que é
quando a criança está multiplicando, Mercúrio não trabalhará tanto em toda a vida dele
quando na primeira infância. Ele reduz muito a violência de desenvolvimento ao longo das
idades em relação a primeira infância, porque entre a criança nascer, desenvolver seus
neurônios até um ano de idade, um pouco menos 8 meses, e começar “babá, mamãe,
papai”, reconhecer que esse não é esse, ouvir um som e virar, segurar uma coisinha e
derrubar no chão e pegar de volta na mão e soltar outra vez, se encantar com esses
movimentos, segurar um brinquedo e não deixar cair, ir até ali apanhar e segurar, isso é
Mercúrio, é reflexo.
Mas a criança pode ter essa movimentação desenvolvida e depois desenvolver ao
contrário, temos que ver o tipo de Mercúrio. Ás vezes ela pode ter um Mercúrio muito fraco
mesmo, e aí vamos comparar com um irmãozinho, ou coleguinhas, e ver a diferença. Isso
não quer dizer uma disfunção ou retardamento, a patologia já é outro problema. Mercúrio
também vai acusar uma patologia, se houver, nessa área de desenvolvimento motor e
mental, mas mesmo no campo estritamente normal existe uma diferença muito grande de
habilitações, desenvolvimento e tempo de desenvolvimento de Mercúrio, aprendizado, etc.
Então, nessa primeira etapa antes de um ano Mercúrio “controla” toda essa parte motora.
Além do Mercúrio retrógrado tem essa história de combustão, conjunto ao Sol. O
Mercúrio em combustão tem que estar a menos de 30 minutos de grau, ou seja, menos da
metade de 1 grau, um grau são 60 minutos, então ele tem que estar menos, metade de 60
minutos de aproximação do Sol, ou seja, “colado”. Mais de grau já não está em
combustão. Os antigos consideram um planeta combusto negativo com a sua função
prejudicada, fala-se até de um retardamento.
Mercúrio está em exílio em Peixes e Sagitário, e está domiciliado em Virgem e
Gêmeos. Então temos que pensar que se eles estão domiciliados em Gêmeos e Virgem

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quer dizer qual é o melhor ambiente. O signo fala da ambientação, qual é a melhor
ambientação para essa função mercurial atuar.
Primeiro, uma ambientação Gêmeos, ligado, antenado, percebendo tudo, um
percepção não anula a outra, uma atenção não anula a outra. Porque um canal não fecha
o outro, não tem que parar de pensar em uma coisa para pensar em outra. Esse é o
ambiente ideal de Mercúrio e a versatilidade, “tudo me interessa e tudo eu aprendo, se eu
me propuser a aprender eu crio uma adaptabilidade mental para esse aprendizado” isso é
um Mercúrio em Gêmeos, não há o que Mercúrio em Gêmeos não aprenda. Aprende até
ser feliz, por aprendizado, porque ele não tem nada retido antes, não tem uma idéia pré-
concebida, ele vai estudando o caso, se adaptando, abrindo a cabeça para o assunto na
forma que o assunto pede, é um Mercúrio volante.
Mercúrio em Virgem é atento e minucioso, não lhe escapa nada “olha você deixou
a porta aberta”, “você vai tropeçar se passar ali”, tem biscoito sim, “tem 2 pacotes”, é uma
mente catalogada. Esse é o ambiente para um Mercúrio bom.
No mapa de uma criança que tenha Mercúrio em Virgem o desenvolvimento
nessa primeira etapa neuronial, motora, de aprendizado, a criança já está ao telefone aos
6 meses de idade imitando sons, porque está “plugadinha”, atenta, estimulada.
Um Mercúrio em Peixes encontra um ambiente amplo, genérico, abrangente,
então ele vai aprender ou perceber as coisas no seu contexto geral, no espírito da coisa,
sem isso ele não apreende, a idéia vai embora.
Cada um vai viver com o Mercúrio que tem e vai fazer o melhor dele. Vai virar
intuitivo, vai lembrar com o que sonhou no dia seguinte, vai dormir pensando na prova e
vai cair a matéria que ele pensou, isso é outro assunto, mas essa função que é a mente
disponibilizada das suas melhores ferramentas, como o Mercúrio em Touro, vai repetir,
vai repetir e vai aprender por repetição, vai aprender por acúmulo. O Mercúrio em Touro
tem que já conhecer o assunto para entender o próximo, ele não pode pular de ano, não
pode ser jogado no meio de semestre, nem mudar de escola, porque ele aprende porque
ele já aprendeu. O Mercúrio em Gêmeos pode pegar o “bonde andando”, porque ele
começa a fazer conexões.
O Mercúrio em Peixes se não entender a idéia completa, não aprende. Ele tem
que ver o filme todo, entender a história, para poder falar das partes, tem que ter captado o
conjunto, o sentido, o espírito. Ele vai botando os detalhes todos para fora para conseguir
entender o conteúdo, ele vai eclipsando os detalhes, se ele se detiver em um detalhe, uma
data, um nome, estraga todo o pensamento dele.
Se uma criança pequenininha tem no mapa Mercúrio em Peixes e a mãe disser:
“encontra a mamãe no 329...” não é assim, tem que dizer: “está vendo aquela escada
rolante enorme que está subindo o Papai Noel, não é lá, não vá naquela direção, vire ao
contrário, aponte, é lá”. Você tem que dar a idéia, o sentido amplo.

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Mercúrio está ligado a toda função motora, desenvolvimento motor, as fases, quão
rápido essa criança queima ou pula as etapas de desenvolvimento intelectual, motor, fala,
aprendizado, catalogação das informações que essa criança recebe ao longo do dia,
habilidade de movimento, isso vai começar um pouco depois quando a criança começar a
engatinhar, começar a pegar objetos, a se apoiar para ficar de pé, vamos ver o Mercúrio
dessa criança ali. Cai muito, fica logo de pé, se encosta uma mãozinha já se equilibra toda
e depois isso vai para a vida, fica para a vida, a pessoa desastrada não se conserta, já
começa de pequenininho.
A criança em Mercúrio retrógrado tem que repetir várias vezes a mesma coisa para
aprender, independente do signo. Ela tem que fazer a lição seguinte, volta na detrás, ela
avança porque ela retro analisa a situação. Temos a impressão que ela não conecta uma
coisa com a outra. Assiste uma coisa nova e não faz a ligação que anteriormente já estava
feita. Fica uma coisa desassociada.
Essa criança vai usar os recursos que tem, como por exemplo, com Mercúrio em
Peixes a pessoa vai ser brilhante para um monte de coisas na vida. Inclusive vai perceber
e farejar o que os dados não dizem, ele chega a uma conclusão muito além dos dados e
informações fornecidos. Mas o ideal para Mercúrio é um ambiente de conexão, que
Gêmeos faz bem, aprendeu na aula passada e quando chega nessa aula “professora não
foi isso que a senhora falou na aula passada?”, ele faz a conexão.
Câncer é lento, o aprendizado de Mercúrio em Câncer é água, ele tem que se
familiarizar, o assunto tem que ficar velho para ele. Por exemplo, uma pessoa faz aula de
dança e só faz os passos dados depois de um mês, dois meses, porque ele guardou, e ele
vai dançar os de agora daqui a três meses que já saíram de moda, porque já deram outra
coisa, ele está sempre atrasado porque vai ficando, repetindo no que ele já assimilou.
É aquela criança que quando estuda tem que fazer primeiro uma revisão. Esses
colégios que cada um faz a sua matéria, cada um pega a matéria e desenvolve a sua
maneira, não é bom para uma criança de Mercúrio Retrógrado, Mercúrio em Touro,
Mercúrio em Câncer e Mercúrio em Peixes, porque ela não faz essa costura sozinha. Os
cursos e as escolas estão dando muita autonomia, fica muito solto, não é bom para esses
signos. Deixar solto é bom para Mercúrio em Aquário e Mercúrio em Gêmeos, dá a
matéria e manda pesquisar, é autodidata.
Nós estamos falando da primeira infância, em que a criança está adquirindo esse
equilíbrio motor, a criança com um Mercúrio bom desde pequenininha sabe que daqui até
ali ela não alcança, já um Mercúrio ruim a criança se joga, acha que alcança e não
alcança. É uma inteligência, uma percepção, uma avaliação motora. Tem relação com
distância, quanto precisa esticar para pegar as coisas, quando for adulto vai continuar
batendo o carro, as coisas, que é uma disfunção, porque isso até Mercúrio/Urano pode
dar, a mente fornece dados errados para o movimento, a mente fala “vai sim” e não dava.

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Mercúrio trígono Plutão, a pessoa tem umas sacadas, umas para um lado e
nenhuma para outro. Uma coisa mais difícil ela pega e de repente o primário, o simples
não.
Se tiver aspecto harmônico com Marte é espetacular, porque a percepção é muito
rápida. Além de aprender rápido e sozinha, ela é extremamente estimulada, é curiosa,
estimulada para o aprendizado, a novidade, o passo novo é mais interessante do que ela
já aprendeu, vale para Mercúrio em Áries.
Vamos entrar numa segunda etapa do Mercúrio, a primeira é percepção, som,
andar. Aí vamos entrar naquele assunto de crianças que levam mais tempo para andar,
que engatinham muito tempo, outras com sete meses já estão andando, a que segura nas
quinas e nem engatinha. Tem a questão da fala, crianças que começam a falar cedo,
outras que falam mais tarde, a qualidade dessa fala, o vocabulário que a criança
pequenininha sai imitando o adulto e fala um vocabulário super sofisticado, porque ela vai
percebendo que os adultos usam naquela situação e usam certo. E crianças que são mais
resistentes na fala, a gagueira, de novo a questão de dispersão, já desde cedo a criança
só presta atenção em certos assuntos e em certas situações, tem que ficar chamando a
atenção dela. Têm outras que com um ano e meio de idade você pergunta “onde sua mãe
foi” ela reponde “ela foi ao analista, toda terça-feira ela vai, mais tarde ela está chegando,
foi de carro”, é uma coisa de depósito de informação, ela ouviu falando com a empregada,
isso é tudo um Mercúrio antenado.
Mercúrio está bem ativo nesse momento todo, aí vamos entrar em uma terceira
etapa, vamos dizer que no meio desse caminho o Mercúrio desretrogradou, numa dessas
etapas, na etapa motora, cognitiva básica, segunda etapa do movimento, da fala, a terceira
etapa vai ser do aprendizado da escolinha, da sociabilidade, vamos dizer que no meio
desse tempo o Mercúrio não está mais retrógrado, pode acontecer. Vai dar um salto de
qualidade, aí a mãe diz “pensei que minha filha fosse meio burrinha” e não é. Porque virou
direto por progressão, o ano, a idade que Mercúrio desretrograda é valiosíssimo como
informação, principalmente se coincidir com essas fases de aprendizado, aprendizado que
conte mesmo, ter que assimilar, ter que guardar a matéria e etc.
Mercúrio em Capricórnio daria também essa necessidade de repetição, de fazer e
refazer para ter qualidade, para assimilar. E não se sente seguro que aprendeu, enquanto
não tiver dominado totalmente o assunto, não tiver metabolizado. Então, ele vai ficar
inseguro se for testado, argüido sobre um assunto ou de uma matéria que ele só conhece
de raspão.
O Mercúrio em Escorpião é bem interessante porque é um Mercúrio de água,
profundo, obsessivo, então essa criança não muda de assunto nem de interesse, enquanto
não se desligar de outro, ela não é polivalente. Dependendo da área, do assunto, da
pessoa ou do tema ela é completamente sagaz, é completamente envolvida e alheia ao
resto. Porque Mercúrio em Escorpião não faz duas coisas ao mesmo tempo, ele esgota o

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assunto. Em compensação mais tarde pode virar uma pessoa que domina uma área de
conhecimento de maneira absoluta, mas não tem a polivalência, a multiplicidade de
interesses. Se está vendo um filme na televisão, não ouve mais nada, por exemplo, porque
aquilo é penetrado, é obcecado, é mergulhado, a mãe sai e a criança não vê. O Mercúrio
em Gêmeos está vendo um filme e computador ao mesmo tempo. O Mercúrio em
Escorpião é muito concentrado e isso traz uma qualidade, um entendimento muito
profundo, mas não é a função da mente, porque o resto todo está passando. É aquela
pessoa que está com problema não consegue ir ao cinema, “vamos ao cinema arejar” ele
não vai, porque vai ficar enfurnado naquele assunto o filme inteiro. O Mercúrio em
Gêmeos consegue ir ao cinema, a praia e o problema ficar em algum pedaço, Mercúrio
em Virgem também, ele vai fragmentar.
Mercúrio em Gêmeos tem problema, mas o problema é de dinheiro, não é afetivo,
é de saúda, não é financeiro. A função da mente é ter canais, senão fica aquela pessoa
que: “agora eu não posso namorar você porque estou fazendo vestibular”, não dá para se
ocupar de dois assuntos, estou pensando nisso, não posso pensar naquilo, quando na
realidade, Mercúrio em Virgem faz isso muito bem, fragmentos os assuntos.
Mercúrio em Escorpião vai ser um “resolvedor” de problemas, ele vai ficar
vasculhando dados, checando o que está faltando, até esgotar as possibilidades. Se ele
disser que não tem jeito, é porque não tem mesmo. Fica consertando uma coisa até às
seis da manhã, porque não dá nem sono enquanto não conserta, isso é um Mercúrio em
Escorpião.
O que Mercúrio em Capricórnio tem de excepcional de qualidade mental,
intelectual, é uma inteligência sensorial, como Mercúrio em Touro também. É uma
inteligência de medida, a cabeça de Mercúrio em Capricórnio pensa com muito acerto e
precisão, medida, prazo, se ele fala assim “você não chega em Copacabana em meia
hora” a pessoa não chega mesmo, porque a cabeça dele pensa esse assunto, medita,
tempo, proporção, tamanho. “Por esse preço você não vende seu carro, porque ele é
usado e tem dois anos de depreciação, o mercado de automóveis cresceu muito, tem
muito carro novo em liquidação...”, se ele te falou isso é porque é.
Mercúrio em Capricórnio tem um golpe de vista fantástico, é uma mente que
avalia essas coisas do concreto, do mundo tridimensional, perfeitamente. E Mercúrio em
Touro é melhor ainda, a cabeça dele para o assunto de que “essas plantinhas não cabem
nesse vaso ou corta dois dedos que elas cabem”.
O aprendizado de Mercúrio em Capricórnio, ele só aprende se colocar uma
utilidade naquilo. A qualidade de Mercúrio em Capricórnio é concentrar e não dispersar.
Quando ele vai pensar já vai pensar no factível daquilo, vai pensar abstratamente, vai ver
como aquilo pode ser feito, já visualiza, e o Mercúrio em Capricórnio para aprender,
precisa ver aonde aquilo se aplica, precisa ver aquilo andando, acontecendo, no real,

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senão ele não guarda, não assimila e não retém. Por isso que entre outras coisas dão
bons engenheiros, mais velhos, mais tarde.
Essas disfunções, principalmente distúrbios de atenção, começaram com a tríplice
conjunção em Capricórnio, de Urano, Netuno e Saturno. Não é que antes não existia isso,
mas talvez não existisse na mesma proporção, na mesma repetição ou na mesma
intensidade. Quando Urano juntou com Netuno em conjunção em Capricórnio, e o Saturno
foi junto, se formou uma conjunção Urano/Netuno negativa. O que é uma conjunção
Urano/Netuno? A criança esquece tudo, a mochila, esquece de comer. Não presta
atenção, fica dispersa, a mente vai embora, não está presente onde está. Se for só
Mercúrio e Urano é uma criança ansiosa e inquieta que apreende as coisas rapidamente e
já passa para um outro assunto, mas não dá dispersão.
Urano conjunto Mercúrio e quadratura com Netuno, a pessoa não acha as
coisas, se perder procura outras coisas. Não agüenta ouvir a mesma história duas vezes.
É uma soma de percepção rápida e mente desorganizada ao mesmo tempo. Escuta uma
história e já sabe onde a pessoa quer chegar.
Sabe o que se pode fazer com essa criança que tem distúrbio de atenção?
Geralmente ela tem um mau desempenho escolar e quase sempre leva “bomba” e se
disser para ela: “você vai repetir tudo isso de novo, hein!”, já dá aquele desespero.
A criança com Mercúrio/Urano é brilhante. É criança que aprende na aula, não é
de estudar em casa, não é de notas altas, é inteligente. Ela pensa: “como não vou estudar
a enciclopédia inteira, porque não tenho paciência, vou ficar com esse conhecimento”. Às
vezes, em termos de nota alta perde para Mercúrio/Júpiter e Mercúrio/Saturno, mas não
de percepção. Mas tem um problema, se eles não entenderem um assunto de primeira,
ficarão sem entender, ou seja, aquele processo virginiano de aprendizado que a pessoa
vai analiticamente juntando as peças o Mercúrio/Urano não faz, não tem paciência.
Leão é um signo fixo, tirando Mercúrio em Aquário que é fixo, mas é rápido,
brilhante e é Ar, Mercúrio em fixo em geral tem essa questão do precisar repetir, entra
porque já entrou uma coisa antes, ou seja, já conheço esse assunto, tenho uma base e
todo Mercúrio em fixo é assim, tem que ter uma clareza de explicação. Eu tenho Mercúrio
em Leão e tenho uma clareza de explicação muito grande e vejo que as pessoas não são
claras nas suas explicações. Então, essa criança com Mercúrio Retrógrado além da
repetição, precisa que a matéria e o professor sejam muito claros, não se usa
ambigüidades, sutilezas e eufemismos, porque a criança que tem Mercúrio em Leão tem
que ver para ver, aquilo tem que vir claro para ela assimilar. E tem outra coisa, ela tem que
estar muito estimulada. Mercúrio em Fogo tem que estimular, tem que gostar do assunto,
do ambiente, da professora, o assunto tem que ser vibrante, cênico, com figuras, imagens,
rico. Basta gostar do professor que ele aprende.
O Mercúrio em Terra, a criança tem que aplicar o conhecimento, tem que servir
para alguma coisa prática. O professor tem quer fazer o seguinte: Exemplo: Você sai da

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sua casa, quantas quadras você andou? Três. Qual o número do seu pé? 35. Quantos
passos você andou? Ela vê o tênis, já se vê andando, isso é Terra. Ela vai materializando
aquilo, vai trazendo pra o concreto, aí ela aprende, se ficar no abstrato, nas contas, ela
não consegue.
Cada idade tem uma questão mais forte. Quando chega na idade da sociabilidade,
da escolinha, dos coleguinhas, da comparação do aprendizado intelectual, por volta de 3, 4
anos isso está mais ativo. Que a criança começa a não ter como única referência absoluta
os pais e os irmãos, quando ela começa a ter coleguinhas, mais número de pessoas
iguaizinhas e menos aquela coisa de pai e mãe. A criança é muito estimulada nessa idade
por causa de Mercúrio, mas ela é muito comparada. Aí que se começa a ver onde as suas
habilidades vão bem e onde ela é meio atrasadinha.
A criança com Sol em Gêmeos e Mercúrio em Touro ou Mercúrio em Câncer,
pode ter uma natureza curiosa, no entanto, a sua função de dissecar não é tão esperta.
Tem a curiosidade, mas a sua cabeça, a sua mente não tem a mesma habilidade de
assimilar e compreender tudo que o seu ser gostaria de tocar e conhecer como um
coleginha que tem um Sol em Gêmeos e Mercúrio em Gêmeos.
Vemos a habilidade relacional na casa 3, e não em Mercúrio. É aquela criança
enturmada, que chega na pracinha e todas as outras vem falar com ela.
Se a pessoa tiver um Mercúrio mal posicionado e a casa 3 boa, ajuda muito. A
diferença é que ela vai ter que exercer a prática da casa 3, ou seja, a 3 só vai rolar na
situação de casa 3, quando estiver experenciando esta casa. O planeta se carrega para
qualquer lugar, Mercúrio está ativo até dormindo, a pessoa fala dormindo, resolve
problemas, teve uma idéia genial dormindo. A casa 3 vai precisar que a pessoa esteja
concretamente na situação de casa 3, ou seja, está num grupo, está circulando, está
sentado para estudar uma matéria, encontrou os colegas e resolveu trocar idéias, foi
passear no shopping. A pessoa tem que fazer a casa, ela só se expressa numa situação
concreta. O planeta não, ele é uma função, está com a pessoa em todas as situações.
Por exemplo: a criança tem a casa 3 boa, num signo legal, mas o Mercúrio está em
Peixes, então mesmo naquela situação ela é lenta para se comunicar, porque a função do
Mercúrio está fraca. Mas quando ela estiver dentro da situação da casa 3 já ajuda muito.
Para complicar o assunto: coloca esta criança no colégio, casa 3 (turminha), ela faz
amizade com os colegas, é conhecida ali, todos sabem o nome dela, melhorou a situação,
mesmo com Mercúrio debilitado. Mas se tirar ela e colocar num colégio com poucos
alunos, atividades sociais restritas, convive pouco com os colegas, vai dali para casa, a
casa 3 não ajudou e o Mercúrio não é bom.
Se tirar do colégio e colocar no professor particular, piorou muito. Ou então, colocar
a criança num colégio que os alunos não são do meio dela, social, educativo, regional,
acabou a casa 3 dela.

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Ao entrar na fase do aprendizado e da alfabetização começa a aparecer o Mercúrio
e suas habilidades de aprendizado intelectuais e quais são os assuntos, as matérias, as
disciplinas, os temas que despertam o interesse, o que a criança aprende fácil. E qual é a
forma dos assuntos e temas, a forma de instigar, de produzir a assimilação de
conhecimentos. Mercúrio em Gêmeos, por exemplo, qualquer coisa serve “peguei tudo,
aprendi tudo”, Mercúrio em Leão tem clareza, exuberância e estímulo. Mercúrio em
Áries pode até jogar uma competição “quem descobrir primeiro o sinônimo da palavra tal.”,
nem precisa dar prêmio, Áries não quer prêmio, só quer ganhar “quem achar mais palavras
com letra Z”, não vai ser Mercúrio em Capricórnio que vai ficar confortável em uma
situação de disputa.
Uma criança pode ter problema de aprendizagem por não ter paciência com o
Mercúrio dela, por exemplo, uma criança com Lua em Áries e com Mercúrio em Touro,
ela pode ter problemas, porque o Mercúrio é lento e ela tem a impaciência ariana. Ela pode
se desinteressar, principalmente no caso do Signo Solar. Imagina um Sol em Áries com o
Mercúrio em Touro, a natureza da criança é rápida, agitada, mas a mente precisa de um
espaço, de um tempo, de uma assimilação, de uma metabolização. Ela mesma não
reconhece que tem que fazer essa diferença de diapasão.
O Mercúrio vai falar também da relação com os irmãos, que todo mundo sabe que
é grave para a criança. O irmão pode ser tudo de bom, a coisa mais esperada, pode ser
um colega, um amigo, pode ser alguém que ensina, que troca muito ou o irmão pode ser
um desastre na vida de uma criança, quem vai dizer isso é o Mercúrio e a casa 3.
Exemplo: Plutão conjunto Mercúrio quando nascer o irmão ou se já tem um irmão, a
criança já sabe que tem uma história de poder ali, não é ela, é do irmão, está descrevendo
o irmão, o que o irmão representa, traz ou faz ela passar, o que seja. O meio que essa
criança vive é representado pela casa 3 e não por Mercúrio. Plutão/Mercúrio também
pode ser um priminho que venha morar na casa dessa criança, “minha irmã separou do
marido e veio o priminho morar”, esse priminho vai massacrar. Na quadratura ou oposição
também.
Ao contrário, uma criança que tem Mercúrio conjunto a Vênus pode ter os irmãos
que for, os primos que for, a vizinhança inteira ali, porque está prometido uma
amorosidade, uma boa vontade por parte desses, o mesmo acontece com Mercúrio/Lua
harmônico. Mercúrio quadrado Lua, quem é esse irmão? Roubou o lugar dele com a
mãe.
Mercúrio conjunto Sol é legal, porque existe uma identidade. Existe orgulho do
irmão, a pessoa se envaidece de seu irmão, acha o irmão um bacana. E se existir uma
ascendência desse irmão, essa ascendência é concedida pela pessoa. E eles têm um
nível de identidade e interesses comuns muito grande, porque é o mesmo signo. Sol em
Câncer, Mercúrio em Câncer esse irmão é da mesma tribo.

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Exemplo: Uma pessoa com Mercúrio em Aquário conjunto ao Sol, Trígono Lua,
Trígono Urano, e ainda com Plutão na casa 3, tem uma relação muito forte com o irmão,
uma coisa que acontece a ele atinge a pessoa, se ele passar um dissabor na vida ela não
vai ficar indiferente. Agora, não entre em disputa com ele, pois se uma dia chegar uma
situação qualquer a coisa é pesada
Riscos de pequenos acidentes de locomoção já na tenra idade tem a ver com
Mercúrio, Mercúrio/Urano, Mercúrio/Marte, Mercúrio/Netuno por desatenção, é o tipo da
criança que tem que ser vigiada.
Mercúrio/Marte a criança aprende a andar rapidinho, mas no desarmônico ela se
machuca muito, cai e levanta, mas se machuca, cai da bicicleta, cai do velocípede, quebra
o dente, se corta, prende a cabeça no berço e não consegue tirar depois. Ela vai por onde
não é aconselhável, Mercúrio/Urano, Mercúrio/Netuno por distração, tinha um degrau
não viu.
O Ascendente tem a ver com corpo físico, então costumo dizer que com
Urano/Ascendente, Urano/Mercúrio e Urano/Marte, Mercúrio porque a mente deu a
informação errada para o movimento.
A pessoa que tem Urano muito forte, Urano/Sol e Urano/Ascendente, não tem
noção da dimensão de espaço, às vezes nem de chão. A coordenação vai melhorando
com o tempo, principalmente com alguns tipos de exercícios ou atividades com
movimentos que vão coordenando, dança, balé, atividades rítmicas, tudo isso vai
coordenando esse movimento.
O risco de acidente com Mercúrio/Marte ou Mercúrio/Urano é quando ela está em
movimento. Não pode deixar essa criança no banho sozinha, tem que estar de olho. Se for
Mercúrio/Ascendente é toda a hora, até dormindo. Não pode deixar ela comendo
sozinha, se engasga, não engole, bota mais na boca e não consegue engolir.
Sono entrecortado ou sono contínuo tem a ver com Mercúrio. A Lua descreve o
sono e Mercúrio a atividade mental que inclusive continua durante o sono. Dependendo do
Mercúrio a atividade mental durante o sono decresce muito, como tem que ser, ou
decresce pouco. Exemplo: A criança com Mercúrio/Urano se tocar a campainha do
vizinho ela acorda, se for cobrir de madrugada ela acorda, por causa do estímulo visual,
auditivo ou tátil. Tem criança que desmaia, tira e põe no carro e ela não viu nada, porque a
atividade cerebral ou mental durante o sono cai bastante como deve. Então
Mercúrio/Urano, Mercúrio/Marte, por exemplo, tem que manter silêncio, ter o quarto só
para a criança, deixa os dois irmãos em outro e ela sozinha, porque ela mantém uma
ligação entre o auditivo e o visual, e as sinapses permanentes. É muito sensível,
principalmente a ruído, parece que tem um microfone, um alto-falante. Isso no aspecto
desarmônico. A atividade nervosa central é permanente, é contínua, não tem esse sono
profundo que apaga tudo, não desliga do jeito que tem que desligar.

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O que apaga com profundidade é o Mercúrio em Câncer, Peixes, Netuno.
Escorpião se não tiver dissecado um problema, se consertou e resolveu vai dormir, vai
dormir e não consertou, ele vai sonhar com um equipamento que tinha um parafuso ali,
aquilo fica tudo lá. Mesmo o Mercúrio de Terra, o Mercúrio em Touro eles conseguem um
nível muito profundo de sono, reparador. Se tiver a Lua em Áries ou Aquário já complica.
Mercúrio está associado a atividade mental que pode continuar desperta enquanto
a pessoa já devia ter apagado. No caso da Lua, por exemplo, essas Luas de Terra, vão
dormir muito bem, mesmo que tenha um Mercúrio ativo, se tiver um ambiente com muito
conforto.
Ao contrário é pior, quando Mercúrio é de Terra e a Lua é de Aquário ou de Áries, é
muito complicado para essa criança dormir e comer. A questão da comida está ligada a
nutrição, não tem paciência para comer até o fim, pára no meio.
Mercúrio conjunto Litith é um tremendo estímulo, é um “Mercuriosão”, mas não
tem esse nervosismo todo de um Mercúrio em Aquário. É uma criança que tem acordada
uma atividade mental bastante rica, forte e interessada, mas essa capacidade de se
interessar por vários assuntos ao mesmo tempo às vezes é demais, excessiva.
Mercúrio/Júpiter faz a síntese, ele soma. Mas tem um problema, a pessoa com
Mercúrio/Júpiter consome muitos dados para chegar a uma conclusão, por exemplo, vai
fazer dever de casa sobre girafa, ela vai abrir o Google e pegar 656 páginas sobre girafa.
Parece que uma informação de fora prejudica a apreensão geral, e aí ela vai chegar a
síntese maravilhosa e vou até dizer mais longe, ela já fez uma redação sobre girafa, já
sabe que girafa veio da África, vai ler tudo a respeito para ter certeza que aquela
conclusão, aquela idéia final não excluiu nenhum conhecimento.
Mercúrio em Sagitário dá voltas e Mercúrio /Júpiter vai para um Hotel em Paris e
pesquisa duzentos “embora eu já saiba em qual vou ficar e quanto custa, tenho que saber
que nenhum melhor ficou de fora” isso em conjunção, é a idéia de continência.
E finalmente, as disfunções patológicas mesmo, motoras, cerebrais, mentais,
neurológicas, de pensamentos estão associadas a Mercúrio.
O Mercúrio esta associado a disfunções e patologias “Mercuriais” que são: Motora,
dislexia, gagueira, escrever torto, escrever errado, problemas neurológicos, o movimento e
o andar, insuficiência respiratória durante o parto em que a criança não foi suficientemente
oxigenada e fica com uma lesão cerebral e não mental. Distúrbios mentais que envolvam
psiquiatria, esquizofrenia, bipolar, vão ter que entrar outras coisas além de Mercúrio, mas a
fisiológica, que é essa parte do movimento, da retenção da informação, sustentar os
reflexos, fechar a boca, não abrir a boca, uma pessoa que tem um retardamento mental
solta a boca, tem toda uma questão motora envolvida, tem a falta de oxigenação.
Isso é um Mercúrio complicado por aspecto, por casa, uma conjunção com uma
estrela fixa barra pesada, um Mercúrio/Quíron, é um conjunto. Em combustão pode ser

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uma indicação. O Quíron fala de um problema, de uma ferida incurável ligada a Mercúrio,
então poderia ser uma indicação dessas disfunções motoras, neurológicas, mecânicas.
A parte psiquiátrica tem que envolver um monte de coisa, 12, 4, Netuno, Lua. O
cerebral é Mercúrio, o retardamento mental, as dificuldades de aprendizado, criança
atrasada. Os autistas têm uma condição de desenvolvimento de baixa estimulação
cerebral, mas tem um aspecto psicológico e psíquico que tem que entrar outros elementos
além de Mercúrio, como Netuno, Lua, Saturno, a casa 12, é um mundo a parte, o Mercúrio
não dá conta do psíquico.
O Chico Buarque tem um excesso de planetas em Gêmeos, e é bem calado. Já
viram a dificuldade dele falar? Ele produz letra, música, mas sair uma frase é um
sofrimento de semanas. Já viram ele falando em entrevista? Ele deve pensar muito bem,
as idéias devem vir de uma maneira muito interessante. Ele escreve bonito, o texto é bom,
escreve livros, mas quando vai dar uma opinião ao ser entrevistado precisa de 600 frases
para dizer o que precisa e tem hora que ficamos torcendo para sair, e ele gagueja, retarda.

Vênus

No mapa infantil não vamos nos referir ao que vai virar a pessoa adulta, e sim ao
momento ou estágio infantil.
Vênus leva menos de um ano para dar a volta toda no zodíaco e retornar ao seu
ponto de origem, ela retorna por volta de oito meses, que é quando a criança fica muito
graciosa, fica com todos os encantos super manifestados, fica muito bonita. É nesta fase,
com 8, 9 meses, que a criança aprende a seduzir, porque até lá ela grita e chora quando
quer alguma coisa, quando está com fome, com dor de barriga, quando está suja. Por essa
idade, que corresponde a primeira volta de Vênus, ela começa a descobrir que se ela fizer
umas carinhas, uns beicinhos, uns risinhos, umas mãozinhas ela também consegue o que
quer, é a primeira atuação da Vênus, porque não é uma atuação passiva.
A criança até essa idade está sob a esfera de Lua e Mercúrio. Quem está atuando
fortemente é Mercúrio que está dando as voltas e os ciclos dele, e a Lua que já deu várias,
então a criança tem uma atuação muito passiva, a Lua é uma fase de necessidades, ela
consegue as coisas dela através desses “choramingos”.
Quando Vênus entrar em órbita no primeiro ciclo dela, de 8 meses a um ano de
idade, a criança por incrível que pareça começa a desenvolver alguns gostos, ela gosta
disso não e gosta daquilo outro, gosta de claro e não gosta de escuro, gosta mais dessa
comidinha, gosta de doce ou de azedo, e ela desenvolve mecanismos de sedução para
agradar, fazer charme para quem ela sabe que daria as coisas que ela quer. Infelizmente
um pouquinho mais tarde vamos perder isso, o charme natural que a criança dessa idade
tem, que todo mundo se desmancha, é antes da fala, a criança não diz “eu quero isso”,
“me dá aquilo”, é carinha, boquinha, dentinho nascendo, dedinho, mãozinha, e ela vai

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aprendendo que alguns movimentos, certos rostos e atitudes de certas pessoas e com
determinadas pessoas, ela consegue o que quer. Que é um mecanismo de atração e
sedução.
Perdemos isso depois, principalmente depois de alguns ciclos de Marte e mais
ainda depois da primeira quadratura de Saturno, que ocorre aos sete anos de idade. A
criança perde um pouco a espontaneidade de usar os mecanismos de agradar para
conseguir o que quer. Salvo exceções de quem tem Vênus no Ascendente, Sol conjunto
a Vênus, vários planetas em Libra, Vênus angular, Vênus conjunto a Lua. Vênus/Lua é
danada, a pessoa para suprir suas necessidades, ela atrai, seduz, faz beicinho, boquinha,
carinha e busca a necessidade dela, ao que ela necessita.
Após vários ciclos de Marte que começam a ocorrer aos 2 anos de idade e depois
aos 4 anos, 6 anos, 8 anos e depois a quadratura de Saturno aos 7 anos, a criança vai
desenvolvendo outros mecanismos, outros atributos para conseguir o que ela quer, entre
eles brigar (Marte), disputar, se por na frente da situação para que não passem ou tomem
o que é dela. Ela vai desenvolvendo uma linha de defesa diferente da sedução e pode ser
até que depois do ciclo de Saturno, 1ª quadratura de Saturno ou depois da 1ª oposição
aos 14 anos, esse processo da sedução chegue a ficar recalcado, quer dizer, menos a
frente, não seja o primeiro recurso que usamos para conseguir o que queremos. É essa a
história da Vênus, fazer o outro fazer o que a pessoa quer de bom grado, fazer o outro
contente de fazer o que deixa a pessoa contente. Esse é um atributo muito primitivo, desde
pequenininho já sabemos. Quando se perde isso a pessoa briga, reclama ou se faz
merecedor (Saturno) para conseguir o que quer, depois de 7 anos tem aquela história do
prêmio pelo acerto e a punição pelo erro, antes disso não tem isso.
Tem também a questão das preferências, inclusive dos sabores, então se coincidir
o primeiro ciclo de Vênus com a fase de começar a colocar alimentos, que vai ser antes de
um ano, no cardápio da criança, mesmo as pastinhas e as sopinhas de legumes é
interessante que nessa idade onde Vênus está atuando a pessoa tente colocar alimentos
que fazem bem, porque ela está desenvolvendo gostos. Tentar nesse primeiro ciclo,
porque ela vai fazer outros depois, que justamente aqueles alimentos que são mais fáceis
de gostar, que é o docinho, o biscoito, principalmente as coisas açucaradas, não ganhem o
espaço dos legumes, das frutas e verduras, porque mais tarde vai ser difícil fazer a criança
gostar daquilo, pois ela já está com a memória do paladar, do tato, do olfato muito definida.
Associar certos paladares, certos cheiros, certos odores.
Ela vai fazer o 2° ciclo por volta dos 2 anos, ou um pouco antes. Então, tem que
introduzir os alimentos para ela tomar gosto aos poucos por essas coisas que depois
fazem bem, mas educar uma criança para um cardápio saudável não é fácil. Tem também
esse assunto do colorido, das cores.
Enquanto Mercúrio está associado a toda essa questão da inteligência, sinapses,
aprendizado, movimento, desenvolvimento motor, segurar e agarrar as coisas, a Vênus

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está ligada a questão do estético, do belo, do perfumado, do bom de pegar, do gostoso de
tocar, do cheiro, esse universo todo é bastante amplificado a partir dessa idade, então vale
a pena também ir explorando esse universo tátil, sonoro, agradável as texturas, os
brinquedos com formatos e tamanhos diferentes, bola, redondo, pontudo, que é todo
universo Venusiano.
Até as preferências da criança nascem aí, porque ela começa a associar certos
cheiros com certos ambientes, a forma de segurar ou tratar ela com determinadas
fisionomias. Depois vai dizer lá na frente que casa com uma mulher igual a mãe, mas não
é, a coisas não é só nesse sentido freudiano, é no sentido que ali a pessoa já vai
introduzindo à sua memória afetiva os elementos auditivos, olfativos, visuais de coisas que
te deram prazer. E lá na frente esses mecanismos de escolha, que achamos que somos
tão livres para escolher, já estão cheios de significados, de marcas.
A primeira coisa importante para observar é a que distância a Vênus está do Sol,
em termos de signos, ou seja, um Sol em Gêmeos e uma Vênus em Câncer, uma Vênus
em Touro, porque quanto mais a Vênus se afastar do signo solar a possibilidade de
variedade e gostos são maiores, do que a Vênus no mesmo signo do Sol. A pessoa
identifica (Sol) e gosta das coisas que ela identifica. Saiu disso a criança diz “não fui e não
gostei”, “não conheço, nunca vi e não gosto”. Quando se tem a Vênus fora do signo do Sol,
que pode ser muito comum, a pessoa tem uma coisa um pouco mais experimental em
relação ao gostar, porque não está presa a identificação do Sol. O Sol identifica as coisas
“é isso”, enxerga “eu gosto”, “não enxergo, não conheço”, não tenho gosto para aquilo.
A Vênus fica até dois signos distante Sol, essa é a distância máxima. Mas é muito
diferente a Vênus estar num signo bem diferente do Sol, um que combina e um que está
no Sol. A pessoa pode ter um Sol em Libra e uma Vênus em Escorpião ou uma Vênus
em Sagitário, ou ao contrário, um Sol em Libra e a Vênus em Leão ou a Vênus em
Virgem, não chega a fazer sextil, mas chega a entrar em outro signo. A Vênus vai até 48
graus do Sol, vai um signo inteiro e um pedacinho do outro, então a pessoa tem chance de
ter a Vênus num signo compatível com a sua natureza solar, mesmo que não seja sextil.
Uma pessoa que tenha um Sol em Escorpião e uma Vênus em Virgem, é possível ela
andar até Virgem, é muito diferente na forma de gosto de uma pessoa que tenha Sol em
Escorpião e uma Vênus em Libra, primeiro é maldade para essa Vênus domiciliada, pois
tem essa questão dela não precisar identificar as coisas para gostar, ela tem um pouco
mais de liberdade de experimentação, ainda mais uma Vênus em Libra que vai de cara no
que é bom, já está treinada. Uma Vênus em Virgem a pessoa tem uma experimentação
grande também, só que o que ela vem buscar combina com o que o Sol identificaria, sabe
aquela criança que sai para a rua e traz um monte de “cacarecos” que ela gostou. Quando
essa Vênus é compatível com o Sol ela amplia as possibilidades de gostos e preferência,
mas não desvirtua do que o Sol identifica, ela não trai a sua própria natureza. Uma pessoa
que tem a Vênus em um signo muito incompatível com o Sol, como é o caso de Sol em

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Escorpião e Vênus em Libra ou Vênus em Sagitário, ela pode acabar se interessando,
gostando ou atribuindo valor, embora muito mais livre, mas que traia a natureza do próprio
Sol. É o caso de Sol em Escorpião com Vênus em Sagitário que é uma pessoa de
natureza retraída, densa e desconfiada e o gostar, o querer dela, as opções que ela faz, as
escolhas dela são amplas e pouco seletivas até certo ponto. É diferente de Vênus em
Virgem que já é seletiva por natureza.
É o mesmo caso do Sol em Peixes e Vênus em Áries, tem essa coisa
experimental, a pessoa não precisa da aprovação ou do pré-conhecimento de um assunto
para se interessar e gostar dele, nesse sentido é bom, mas em compensação depois
acaba trazendo uma briga para ela mesma.
Quem tem Vênus no mesmo signo que o Sol é não quer experimentar muito, só
gosta ou escolhe aquilo que já está identificado, o que ela sabe como é, sabe do que se
trata.
Com o Sol em Gêmeos e a Vênus em Gêmeos, o Sol identifica um monte de
coisas em volta e vai gostar, mas o tempo todo o radar é solar. Exemplo: coisas muito
distantes, complicadas ou fora da rota não vão interessar essa Vênus em Gêmeos. Tem
que estar ao redor, ao alcance, no ambiente dela, que já é bastante rico porque é
geminiano, mas não é além do horizonte dela. E necessariamente não precisa representar
expansão, basta representar novidade e movimento, não precisa representar melhora
como seria o caso de Sagitário.
Um Sol em Capricórnio e uma Vênus em Aquário é uma coisa totalmente
diferente, mas ainda acho mais complicado uma Vênus em Sagitário, porque Capricórnio
é um signo muito frio e cerebral e Aquário tem um certo distanciamento, o Sagitário é pior
em termos de incompatibilidade. O Capricórnio tem a questão do previsível, do certo e do
não exploratório e Sagitário tem uma coisa de gostar da exploração, da aventura, de
arriscar.
A Vênus também tem mais um significado, ela está ligada a questão da estética, da
beleza e do gosto, então sem sombra de dúvida, dependendo da Vênus num mapa, a
criança não só é mais bonita, desenvolve a beleza, como é mais ou menos sensível a
beleza e a estética, isso também vai depender do signo, da posição e dos aspectos. Então,
essa coisa do entorno, do quarto bonito, do vestir a criança, do tornar o ambiente belo,
pode ser muito bom para a mãe ou para os pais, mas pode ser absolutamente supérfluo
para aquela criança ou não. Pode ter criança que desde muito cedo tem uma apreensão
estética, um grande senso de harmonia, de bom gosto e de combinação.
Existe também a questão do dinheiro, se a criança tiver uma Vênus em Áries, uma
Vênus quadrado Júpiter, uma Vênus quadrado Marte, os pais tem que educar essa
criança a zelar pelas coisas, porque mais tarde o desperdício de dinheiro vai ter relação
com falta de zelo.

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Vênus quadrado Marte é bater e sair. Marte é um planeta, quando quadrado,
quebra as coisas, destrói, ele não conserva, não cuida. Se existe uma Vênus bastante
complicada podemos ir mostrando a ela que aquilo que ela se afeiçoa, ou é afeiçoada, ou
dá valor, precisa de um cultivo, de um zelo, para não ficar aquela criança que comprou e
jogou fora, os brinquedinhos daqui a pouco estão todos quebrados, ganhou a roupa e
chegou toda estragada, no primeiro dia que usou o tênis largou no colégio.
Vênus quadrado Júpiter é uma luta, porque não tem o sentido, a idéia, o conceito
de que a coisa a qual se é afeiçoada, ou gosta ou dá valor precisa de um cuidado, de um
cultivo, senão aquilo vai embora, desperdiça, perde. Isso começa com os brinquedos, com
a roupa e depois com os afetos. Mais tarde com os seus ganhos, é tudo uma coisa só.
Esse carinho pela coisa a qual se é afeiçoado.
Vênus e Marte no mesmo grau em Aquário é uma excelente combinação, porque
Vênus e Marte eram amantes no céu, que passavam a vida tentando ficar juntos, mas
eram impedidos. Eram perseguidos. Inclusive a conjunção Vênus Marte é boa e é
considerada uma posição altamente erótica.
Vênus era casada, com quem não devia, com quem não escolheu, com quem não
gostava. Ela realmente tinha atração pela figura proibida do amante. Quando se tem uma
Vênus conjunto a Marte significa que a pessoa conseguiu juntar, conjugar dois elementos
que são interditados miticamente, como Saturno/Urano, quem tem Saturno trígono
Urano está salvo, porque conseguiu juntar dois seres que não se suportam. A criança vem
com uma carga erótica com a Vênus conjunto Marte tem que tomar cuidado com a
estimulação erótica precoce.
Quando está no mesmo signo, mas não está em conjunção também tem essa
carga erótica, mas não é tanto, porque vai juntar, aproximar psiquicamente um elemento
sensual, erotizante com um elemento sexual e instintivo, isso é desproblematizado para a
pessoa.
Se a pessoa tiver uma quadratura com Plutão, aí complica a realização. Mas
nenhuma quadratura aniquila o planeta, mas inibe a sua realização. Uma pessoa que tem
Netuno quadrado Vênus não tem falta de afetividade, é a expressão dessa afetividade
que está comprometida, a realização, o funcionamento. Então, o planeta não apaga, não
morre por causa disso.
Uma pessoa com Vênus/Marte tem sorte com o sexo oposto, mas se tiver uma
quadratura com Saturno, por exemplo, vai dar a todo esse componente erótico, sensual e
de atração pelo sexo oposto, uma inibição, achar que isso é errado e etc.
Podemos falar também da questão do carinho, que é muito interessante. O carinho,
a afetividade, o que a pessoa gosta, como ela gosta. Se notamos que no mapa da criança
já tem uma Vênus complicada, conjunto Saturno, quadrado Netuno, oposto a Urano,
oposta a Plutão, a questão do carinho está complicada. Como ela dá, como ela recebe,
como ela entende o que é isso. Mais um motivo para cuidar, ser zelosa ou demonstrar

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zelo, por exemplo, Plutão oposto a Vênus, se dá carinho a outra pessoa, ela entende que
está tirando dela. Isso é um Plutão/Vênus em oposição, ela entende que dar carinho ao
pai, dar carinho a empregada, falar no telefone amigavelmente com uma pessoa, ou com o
companheiro é tirar dela o carinho.
Saturno/Vênus geralmente é uma indicação que a criança recebeu o carinho,
geralmente das figuras femininas da família. Se já vem uma expressão no mapa de
Saturno quadrado Vênus, ou conjunto, ou oposto a Vênus é bom que as figuras
femininas da família, mãe, avó, sejam carinhosas expressivamente. Não é dizer “eu fiz
tudo por essa criança”, não, isso não é carinho.
A idéia de fazer o mapa da criança é para antecipar os problemas e não criar as
condições que aumentem ou dilatem eles. Por exemplo, Plutão oposto a Vênus a criança
acabou de nascer e a mãe já engravidou de outro, o que é isso para ela? Ela nem chegou
a receber carinho, não fez nem um retorno de Vênus e já tiraram o colo dela. Então, é
indicado que os pais esperem mais tempo para ter outro filho, até a criança poder entender
melhor e poder transferir o seu próprio afeto para o neném.
Saturno quadrado Vênus a criança rejeita o carinho dos pais, mas não de uma
forma autônoma, porque ela aprendeu ou teve uma experiência muito precoce, no primeiro
retorno de Vênus, de pouca amabilidade, disponibilidade. Uma criança não sai afastando,
inibindo ou afastando carinho. Saturno/Vênus não se sente merecedora de afeto, ela
rejeita para não ter que passar pelo “mico”. Não é uma rejeição propriamente dita, mas ela
não se aproxima. É por isso que é necessário que seja dada uma manifestação mais clara,
mais concreta de carinho, como “você está bonita”, “a mamãe estava com saudade”.
Como a função venusiana está ligada ao afeto e ao dinheiro, isso acaba associado
muito facilmente. Uma pessoa com Saturno/Vênus trabalha muito e ganha bem para ter a
sensação de que isso cobre, preenche uma defasagem afetiva. O que quer dizer presentar
alguém? Estou dizendo que algo material dá um sentimento de apreço, de carinho.
A Vênus indica o que a criança mais gosta de fazer, seus gostos e preferências em
geral, se prefere ler ou sair, por exemplo. Se quiser agradar a criança, vê-la satisfeita, tem
ver pela Vênus.

Marte

Marte faz o seu primeiro retorno aos dois anos de idade. Isso vai indicar que a partir
dessa idade aumenta o vigor da criança, a resistência física a machucado, a doença, a
toda a capacidade do organismo de reagir, abastecer-se o suficiente para atacar e agredir
uma bactéria, um vírus, uma inflamação, ou o que seja.
Por isso, crianças que nasceram mais frágeis com Netuno quadrado Sol,
Netuno/Ascendente, a partir do primeiro retorno de Marte podem ganhar um pouco mais
de força, de vigor, de força física mesmo, tônus muscular, fôlego. Também vemos o

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contrário, crianças que nasceram com Urano angular, Marte angular, Plutão angular,
depois do primeiro retorno de Marte não tem quem segure, não há o que os pais façam de
programa que não abastece, principalmente depois do segundo retorno.
É uma idade naturalmente mais agressiva da criança, da mesma forma que no
retorno de Vênus ela aprendeu a seduzir, a encantar e através das suas gracinhas
chamarem a atenção para conseguir o que quer, aqui ela descobre que pode brigar, dizer
não, não aceitar, fazer mal criação, jogar coisas no chão. Ela vai ganhando um espaço de
luta, de vontade. Então, crianças com Marte muito forte ou Marte desarmônico entram
numa fase muito voluntariosa, “não vou tomar banho”, “não vou comer isso”, porque ela
está medindo vontades. A criança está dizendo assim: “entre a sua vontade e a minha, eu
fico com a minha”.
Dependendo do Marte da criança, Marte quadrado Sol, Marte/Plutão, ela vai
brigar por tudo, para entrar e sair do banho, para começar e parar de comer, para passear
e não passear de carro. Ela não quer a o objeto da briga, ela só quer ganhar, não quer ver
seu desejo contrariado. Dos dois aos quatro anos essas crianças com Marte/Plutão,
Marte/Sol, Marte/Júpiter, Marte angular, a vontade com a força toda. E de onde vem
isso? É uma idade que a criança ganha um pouco mais de autonomia, porque ela controla
as suas necessidades físicas, aprende a ir ao banheiro, tira a fralda. Ela descobre um
poder depois disso, ela domina o corpo dela. Se ela domina o próprio corpo, quem vai
dominar ela. Isso está associado a poder. Claro que nem toda criança passa por isso,
como Marte em Virgem, Marte/Netuno, Marte em Peixes, mas vão ganhar mais vigor,
mais tônus muscular, autonomia, controle das necessidades físicas, às vezes é até mais
demorado, vai depender do Marte. Uma criança Marte/Plutão acaba de completar dois
anos e já vai ao banheiro sozinha, tem um controle das necessidades físicas, porque ela
sabe que ali tem poder.
Para a criança mais voluntariosa, que morde, bate, os pais e professores têm que
escolher as áreas de briga, tem que trocar isso com a criança, por exemplo, pode escolher
a roupa que ela quer usar, mas para o colégio vai ter que ir, é uma negociação. Lua
quadrado, oposto, conjunto Marte, a criança pensa “se eu der a mínima chance para
essa mulher (mãe) ela me domina”, a mãe tem que mudar até o tom de voz para não soar
como Marte. A criança não pode identificar mando, ordem naquela voz (mãe) senão ela vai
reagir. Se o Marte estiver na casa 8 isso só vai se manifestar em situações extremas, não
é no dia a dia, o planeta na casa 8 se manifesta quando alguma coisa muito intensa está
acontecendo. Então, se a criança estiver irritada e agressiva é porque alguma coisa não
está legal, está fora do padrão normal.
Crianças com Marte na casa 1 e Marte/Júpiter, não cansam nunca. Até o tipo de
brincadeira tem que ser mais agressiva, senão ela não gasta. A pirraça da criança
Marte/Plutão explode e vira uma catástrofe, bate com a cabeça, chora tanto que perde o
controle do esôfago e vomita, perde o ar, é fúria, uma agressão muito grande. Essa

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criança tem que praticar um esporte, uma brincadeira extenuante, de muitas horas, a
adrenalina tem que baixar. A criança com Marte na casa 1 tranqüila é porque teve todo
espaço do mundo para exercer a vontade e o ritmo dela, se alguém tentasse colocar
cabresto ela ia reagir, não tem como um planeta não se manifestar. Ela tem a sensação
que pode fazer o que quer na hora que quer.
Vamos imaginar quatro irmãos com gripe, o que tem Marte em Escorpião já saiu
da gripe, o Marte em Touro (está em queda) demorou cinco dias, Marte em Sagitário
foram três dias, e o Marte em Peixes ficou bom e a gripe voltou uma semana depois, é a
reorganização do organismo para atacar um mal.
Marte é todo esse potencial de disputa, de luta, de afirmação de identidade. Marte
em Virgem é uma criança nervosa, irritada, mas não agride, não é impulsiva. Marte em
Câncer está em queda e tem a questão do medo, de tomar injeção, de ficar sozinho, de
circo, de cachorro, isso é um Marte fraco. Porque o Marte fala do sentimento de ser
agredido e atacado, a sua vulnerabilidade e a crença na capacidade de atacar de volta, a
reação. Percebemos como a criança enxerga a questão da disputa (Marte) quando ela vai
para o colégio, brinca com os irmãozinhos, quando nasce um irmão, se ela vê os outros
como adversários, ou como aliados, pessoas de troca, se ela tem que ganhar sempre. Dos
dois aos quatro anos Marte está fazendo o seu segundo retorno, e é nessa idade que a
criança codifica, brandamente ou fortemente, a idéia de que o irmão é uma pessoa legal,
para brincar ou é um sujeito para dar ou receber pancada. A criança tem a sensação de ter
que ser sempre vigilante, pois podem pegar o espaço dela, o brinquedo, o lugar na mesa
ou ao contrário, os colegas brincam juntos, cada um manda um pouquinho, ou só brinca se
for do que ela quer.
Marte em Libra, Marte em Aquário e Marte em Peixes, tem muito mais potencial
de encarar os demais não necessariamente como uma disputa territorial, de vontades.
Então, os pais têm que tomar muito cuidado quando um dos filhos tem Marte quadrado
Netuno, Sol quadrado Netuno, Lua quadrado Netuno onde muito facilmente cedem a
vez, viram aquelas crianças exploradas pelos irmãos, pois elas não se importam em ceder
o quarto, em não brincar, em ficar de fora, e a mãe pode achar que ela é boazinha, mas se
a criança tiver esses aspectos ela está sendo impedida de agir de outro modo, a mãe pode
achar que isso é uma virtude, mas na verdade ela não sabe zelar, não é guardião dela e
nem os pais são. O irmão faz uma besteira e ela assume a culpa para aliviar a barra dele,
ela cede a vez porque não tem ninguém ocupando o território dela, nem ela e nem os pais
estão demarcando o território dela na família. Mais tarde vira aquela irmã que sustenta três
irmãos, que é fiadora do irmão que não paga aluguel e etc. Os pais têm que guardar o
lugar dela, será uma prova de afeto desses pais, tem que dizer “quando a fulana chegar
ela vai sentar aqui”, pois a criança não vai fazer isso por ela mesma. A criança não está
cedendo por generosidade ou por delicadeza, ela é fraca, é covarde em relação ao seu
território. Quando a pessoa começa a ter vida social, a fazer escolhas afetivas, a interagir

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com pessoas de fora da família tem que ir mostrando a idéia, a relação, o pacto de
reciprocidade, damos em troca de algo, a pessoa é gentil quando o outro é gentil, é mais
fácil essa criança entender por aí do que pela defesa territorial ou pela disputa.
Marte/Netuno também pode ser sonso, fazendo maldadezinhas por trás, pois acaba
desenvolvendo meios sorrateiros de defesa ou de agressão.
E as crianças de dois a quatro são abusadas e abusivas com quem tem um perfil
mais sereno, doce, suave, então quem tem esse jeito sofre mesmo, sejam os irmãos ou os
coleguinhas, vai perdendo terreno, vai para o colégio e apanha. Tem a fase de morder,
descobre a força dos dentes, puxar cabelo.

Júpiter

Júpiter faz seu primeiro aspecto interessante aos seis anos de idade, que é uma
oposição. Júpiter leva doze anos para fazer a volta toda, então ele faz aos três anos uma
quadratura e aos quatro anos um trígono. Mas os seis anos é a idade mais importante para
Júpiter. É uma fase onde a criança desenvolve uma necessidade de projetar heróis, entra
no mundo heróico, das forças extraordinárias. Ela precisa formular na cabeça alguma
coisa grandiosa, os princípios éticos, os contos de fada, o bem que vence o mal. É uma
ótima idade para introduzir na criança comportamentos mais éticos e morais. Isso vem
muito através dos heróis, dos contos de fada, onde esses arquétipos já estão muito bem
contados. Premiar as ações justas, bonitas. É muito grave, nessa idade, quando um dos
pais falha moralmente para criança, diminui-se diante do filho, pois é a fase onde ela está
constelando heróis, figuras grandiosas. Esse processo todo vai dos seis aos doze, mas
principalmente aos seis, sete anos, pois aos sete acontece a quadratura de Saturno.
Também é uma idade em que se pode começar a pensar em esportes
competitivos, quando a criança é dada a isso, um Júpiter/Marte, Júpiter de casa 1,
Júpiter de casa 5, é a idéia de melhorar a performance, o desempenho, é Júpiter.
Pode começar a dar um pouco mais de liberdade para a criança, porque logo
depois vem Saturno com a responsabilidade. A criança aos seis anos já não precisa tanto
desse agarramento com os pais, já pode passar mais tempo na casa do amiguinho, ela
fica menos doméstica, menos identificada apenas com os pais, ela pode ganhar mais
contato com pessoas desconhecidas, de outros meios.

Saturno

A primeira quadratura de Saturno ocorre aos sete anos. Da mesma maneira que na
oposição Júpiter/Júpiter a criança já tem entendimento para podermos introduzir
questões morais, virtudes, valores, como é legal lutar por causas nobres, é a história dos
heróis, ou seja, com Júpiter temos a questão moral e em Saturno a responsabilidade. A

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criança começa a pagar pelos seus erros, e quem está dizendo não é o pai, é a vida.
Porque Saturno é o primeiro contato com a idéia de Karma, no sentido de que a partir
dessa idade não tem mais impunidade. Se fez algo de errado vai ter que pagar, seja pela
mão dos pais, dos professores, o instrumento não importa, é Saturno. Gastou dinheiro,
mais tarde não tem; não sabe dirigir, causa um acidente; dirigiu sem cinto de segurança,
bateu com a cabeça.
Se a criança vem de uma família onde não são colocadas regras, pode dar uma
falta de constituição da moral, falta de limite (Júpiter), como da idéia de que seus atos têm
conseqüências, de responsabilidade (Saturno). Então, essa idéia de pequenas obrigações,
tarefas, responsabilidades já pode ser introduzida nesta idade.
Com Saturno na casa 12 a pessoa paga um preço muito alto, porque não fez o
mais simples, e a cobrança não vem dos homens, vem das situações acumuladas, vem e
a pessoa não sabe quando e nem de onde. Júpiter na casa 12 dá uma proteção.
Nesta idade as figuras estruturantes serão fundamentais, aqui tem que ser
introduzido uma pessoa, alguém que tenha juízo, pode ser a figura do pai, do avô, da mãe,
do professor. Alguém tem que fazer o papel estruturante para a criança entender que tem
um limite, uma segurança, que o barco não está a deriva. Os medos, as incertezas
nascem ali.
Então, aos seis anos a criança desenvolve seus valores éticos e morais
estabelecidos pela família e projetados nos heróis. E depois alguém tem que atuar como
estabelecedor de limites, que faça as compras, apronte a criança para o colégio, essa
pessoa precisa ser a personificação do princípio de realidade para a criança ir criando um
sentimento de segurança, de que há o mínimo de administração na vida dela. Separações,
rupturas familiares, perda de figuras familiares estruturadoras, pode causar um trauma, é
uma sensação de que ela perdeu o chão. Pois neste período a criança está desenvolvendo
fortemente um movimento estruturador. Caso aconteça uma separação, os pais têm que
mexer minimamente na rotina, se possível não mudar de colégio, ficar mais tempo na casa
mais organizada, onde tem horário, banho tomado, para desestruturar o menos possível. A
cada sete anos ela revive isso, fica uma coisa “manca”. Começa a aparecer uns medos
muito esquisitos, por insegurança, que ela não tinha, porque faltou o chão. Outra coisa é a
falência do pai ou o pai desempregado por um tempo prolongado nessa idade, a queda da
figura que seria a provedora nessa idade é assustador para a criança e esse medo
aparece depois, medo de ficar pobre, da insegurança material e aí se tornam adultos super
precavidos.
Então, vimos que o primeiro ciclo importante de Saturno é a quadratura que ocorre
aos sete anos, onde se vive a primeira desavença de Saturno. É a idade em que podemos
começar a considerar Saturno, antes disso ele não tem tanta atuação. Tem que começar a
transferir responsabilidades, dar pequenas incumbências, já pode tratar a criança com
algum nível de responsabilidade. Não é uma idade onde vale a pena poupar

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completamente uma criança, pois ali já se inocula, mesmo que suavemente, uma semente
de responsabilidade, no sentido de que certos atos trazem conseqüências, por exemplo,
tem que pedir desculpa para o amiguinho porque pegou a caneta dele, são assuntos de
civilidade.
Por outro lado, é muito negativo colocar excesso de exigências já nessa idade para
crianças que tenham Saturno muito proeminente no mapa, por exemplo, Saturno
conjunto Sol, Saturno no Ascendente, Saturno no MC, Saturno no FC, porque passou
uma responsabilidade por perto e ela pega para ela. E é muito comum os pais colocarem
responsabilidade sobre essa criança de vigiar os irmãos, tomar conta da empregada,
anotar recado importante, essas atribuições não são adequadas a uma criança de 7 anos.
Na adolescência a criança se rebela, porque foram colocado responsabilidades não
apropriadas sobre ela.
Os 7 anos também é uma idade em que se pode perder um avô, pois Saturno em
última instância está associado aos mais velhos, a linhagem masculina, principalmente se
o avô é uma figura ativa, um patriarca, alguém respeitado, que tem um cunho moral, é
respeitado, uma referência na família. A quadratura de Saturno é a primeira experiência de
um abalo na estrutura, na viga, que pode ser interpretado por esse avô. Pode indicar
também um período complicado com pai, como perda de emprego, ou excesso de
trabalho, ausência do pai, e em alguns casos a perda do pai. Quando a criança perde o pai
cedo geralmente é nessa primeira quadratura de Saturno.
E o sentimento maior ou menor de inadequação vai surgir nessa primeira
quadratura de Saturno. É claro que vai ser muito mais forte, mais grave na oposição aos
14 anos, do que nessa primeira. Porque aos 7 anos a criança ainda vive num universo
relativamente restrito, a família, a escola, os primos e pessoas que ela eventualmente
convive numa atividade esportiva.
Aos 14 anos o adolescente já ampliou mais o seu mundo, ou pelo menos deveria
ter ampliado. Então é muito importante, nessa primeira quadratura, os pais e educadores
observarem onde a criança trava, onde não é bom para ela, onde ela não se garante. Pois
é aí que vai ser mostrada a fissura na criação da identidade, onde a criança mostra sinais
de uma estrutura pessoal falha, inseguranças posteriores nascerão ali. Essa idade onde a
criança está muito retraída, meio “bicho do mato”, sofre muito na primeira provinha, na aula
de desenho, porque não sabe desenhar nada. Aqui ela começa a mostrar se tira de letra
ou se adoece na véspera, porque vai ser avaliada, testada numa área que ela acha que
não está indo bem, como ela lida com os erros, com a consciência de que não sabe ou de
que não consegue, tem crianças que vão lidar bem com isso, vão dizer “mãe, não sabia
nada, foi uma droga” e tem criança que fica com febre, dor de garganta, não vai a escola,
resiste quando está diante de uma situação em que ela é pouco boa, ou deficiente ou acha
que não vai conseguir se superar, às vezes ela nem é tão ruim, está na média. É a idade
em que aparecem os primeiros “brancos”, o sentimento de falha, de inadequação, de

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imperfeição, de recusa em enfrentar uma situação em que não se tem garantia de bons
acertos.
É uma idade em que se começa a mostrar para a criança uma diferença entre erros
e acertos. Premiam-se os acertos e punem-se os erros. Os pais e professores fazem um
papel de karma, superego, porque mais tarde terão os limites. Tem que mostrar para a
criança que comportamentos produzem resultados, efeitos e esses efeitos voltam sob a
forma de frustração, de punição, a vida é assim. Não dá mais para passar a mão na
cabeça por tudo e dizer que a criança não fez por querer ou não sabia. Tanto que é a
chamada a idade da razão, a criança já consegue raciocinar, entra num processo
civilizatório.
Se a criança já tiver um Saturno quadrado Sol ou Sol de 10 e Saturno de 1, ela
já nasceu se auto limitando, com uma consciência plena de que pode pouco. Então, não
precisa por limite. Nessa idade tem que começar a flexibilizar de quando a criança começa
a ter frustrações ou não consegue o que quer, pois acha que a culpa é sempre dela, ela
que não presta, que não fez direito, tem o sentimento de que é vítima de uma maldição, de
que tudo dá erro. Então, nessa idade tem que começar a aliviar o erro, tentar diminuir o
impacto super egóico, ego é o Sol, superego é Saturno, então essas instâncias super
egóicas como escola, pai, punição, dever, precisam ser flexibilizadas, tem que dizer “meu
filho, acho até que foi bom, você nunca nadou e já conseguiu dar três braçadas, nem se
afogou”, tem que relativizar. Essas crianças tem uma mistura de insegurança com auto
exigência. A criança vai para uma escola americana e se acha burra porque todo mundo lá
fala inglês e ela não.
Já uma Lua em Capricórnio é uma outra instância, a pessoa só sente
emocionalmente saciada quando ela está com as coisas que ela tem para fazer, feitas. A
Lua está ligada a emoção, a sentimento. A pessoa foi dormir e não lavou a louça, ela não
dorme, se sente esquisita, aí ela levanta e lava a louça e tem a sensação de dever
cumprido, isso alimenta ela. E a pessoa com Lua em Capricórnio tem milhões de outras
vantagens, ela é completamente confiável emocionalmente, as emoções dela
correspondem aos fatos, tem um juízo. E a pessoa com a Lua em Câncer está totalmente
ajustada, ela busca situações mais refrescantes para si própria. Ela é emocionalmente
instável porque ao pé da letra emoção é uma coisa que dá e passa, é normal, não é para
ficar cinco dias de “bico”. A Lua em Escorpião fica um mês de “bico” e leva você junto.
Tem um enorme poder de regeneração quando processa o assunto. Ter a Lua em
Escorpião é muito penoso para a pessoa como processo emocional, tanto que a Lua
neste signo está em queda. A Lua em Touro não se violenta, não faz mais do que
agüenta, faz as coisas que dão para fazer, se não der, não deu.
A pessoa com Plutão/Marte na 1 quebra limites, é onipotente. “Eu posso o que eu
quero”. Marte significa desejo e Plutão indica poder. A menina em geral vai atrair figuras
masculinas que a submeterão, ela reconhece o masculino com algo que subjuga e o

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menino com Plutão/Vênus no mapa acha que mulher não presta. De qualquer maneira
trata-se de uma identidade que tem problema com limites.
O que não é um caso de Saturno em que tem que deslimitar ele, a criança diz: “Não
posso ir em tal lugar porque tenho que estudar”, tem que dizer: “Meu filho, dá tempo.
Estuda um pouco agora, sai e quando voltar estuda mais um pouco”. Porque a pessoa vai
se impedindo, se pondo limite, se refreando. É na primeira quadratura de Saturno que isso
aparece. Se tiver prova, tem que explicar que isso não tem tanto peso, mas tem que ter
uma argumentação sólida, dizer que essa matéria já caiu na prova anterior, que a criança
só tem que relembrar, e relembrar não toma o mesmo tempo que aprender. Não pode ser
uma argumentação vazia senão a criança vai achar que a mãe é “louca”. O lado bom é
que você não precisa falar duas vezes com essa criança, pois ela compreende o sentido
de responsabilidade, obrigação e hierarquia.
A adolescência é quando a pessoa tem um enfrentamento de mundo, começa a
sair, a paquerar, testar seu prestígio social, se enturmar, aí temos um Saturno oposto a
Saturno. Então, o adolescente de 14, 15 anos, se tiver um Saturno forte, vai entender que
o outro está medindo a sua capacidade e na maior parte das vezes não está, “como que
eu vou na festa com essa minha amiga linda e eu com esse cabelo horroroso”. Ela se
sente testada para ser aceita em determinado grupo, esse é o processo da adolescência.
A oposição é o auge de um ciclo, então o adolescente vai começar a testar o que ele
construiu, suas competências, vai começar a aplicar essas competências. Se estiver muito
inseguro, vai para uma festa e murcha, mingua, chega perto de uma menina e o papo não
rola.
Por exemplo, a menina quer ser “patricinha”, mas como ela não se acha
competente, vai tentar algum nível de competência em outra área. E ela nunca vai
confessar isso, vai dizer que acha “patricinha” burra, limitada. E se um dia alguém
descobrir isso ou tocar nesse ponto ela vai desmanchar e chorar, pois a pessoa vai
desvendar o segredo da grande fragilidade dela. Assim como homens poderosos, chefes
de empresas, que tem Saturno/Marte, eles são disfarçado de seguros, mas tem uma
ferida na virilidade tão grande e está tão compensado que está salva, é o segredo dele
para si. É uma ferida que machuca e a pessoa não pode nem sonhar em tocar no assunto.
Se a criança começa a negar modelos importantes do grupo social dela nesses
ciclos de Saturno ela pode estar simplesmente dizendo o seguinte “patinho feio, patinho
feio e meio, eu sou mais é cisne”. Está se avaliando pela turma errada. Na primeira
quadratura de Saturno é que se constela os complexos de inferioridade.
Os demais planetas depois de Saturno - Urano, Netuno e Plutão – só vão contar se
fizerem aspectos com planetas sociais ou nos ângulos, pois começam a atuar na vida da
pessoa mais tarde. Já sabemos que uma criança com Urano no Ascendente é elétrica,
ou uma com Plutão angular pode desenvolver medos e paranóias. E Netuno/Nodo,
Netuno/Lua, Netuno no Ascendente a criança pode ter uma fragilidade física e medos

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completamente impalpáveis, o terror noturno, só dorme de luz acesa, faz xixi na cama
porque tem medo de levantar no escuro, sonambulismo, não dorme sozinha, tem os
sonhos mais absurdos. Com Netuno angular a criança tem o poder de localização muito
baixo, se perdem na praia e nunca mais acham a mãe, nem são achadas. Netuno na 3
também pois a mente decodifica as informações de espaço completamente desordenadas,
tem dizer para essa criança, “fica aqui, não se mova”, porque ela se move na direção
errada. Em situações de estresse dá “branco”, esquece o telefone de casa, esquece o
nome da mãe, apaga tudo, ela se abstrai, tem que sair de casa com identificação.
Falando sobre a atuação dos planetas retrógrados, o Mercúrio é o mais importante,
porque os outros talvez não desretrogradem. Mercúrio depois de uma certa idade tem
chance de deixar de ficar retrógrado, ele fica mais vezes mas em compensação a duração
é menor. Então, dá para perceber uma mudança de processamento intelectual, de
aprendizado quando Mercúrio voltar a ficar direto. Quando a pessoa tem Vênus ou Marte
retrógrados possivelmente ficarão retrógrados a vida toda. O Marte retrógrado dá uma
reação retardada, a reação é processada mais lentamente, o desenvolvimento muscular, a
recuperação das doenças, de queimaduras, as inflamações de nascimento de dente são
mais lentos, pois Marte está ligado aos processos inflamatórios.
Não tem como ver num mapa a indicação de uma criança com Síndrome de Down
especificamente, mas se a pessoa tiver um Mercúrio/Saturno, Mercúrio/Netuno pode
indicar problemas de locomoção, de aprendizado. Estudo o mapa de uma criança que tem
uma deficiência motora importante, a cabeça vai bem, mas ela não anda, os movimentos
são muito limitados, mas intelectualmente está se desenvolvendo bem. Então, damos as
datas importantes para a fisioterapia, indica as datas onde o progresso dela está menor,
diz coisas que ela gosta de fazer que pode estimulá-la. Por exemplo, Mercúrio quadrado
Netuno, ela pode ter sofrido uma insuficiência respiratória no nascimento. Mercúrio
quadrado Saturno dá um aprendizado muito lento, a pessoa custa a processar o
raciocínio, isso pode estar no mapa de uma criança com Síndrome de Down ou não. Em
compensação o Marte retrógrado as inflamações são mais brandas, o processo de
cicatrização é mais lento, mas é menos agudo. As pessoas com Marte de 1 e Marte em
Áries tem febres altíssimas e fortes cólicas.
A Vênus retrógrada traz graves conseqüências para um adulto, inclusive uma
dificuldade muito grande em escolher, selecionar. Quando a Vênus deixa de ficar
retrógrada dá um avanço enorme da vida pessoa, na parte amorosa, financeira, de
benefícios. A pessoa com a Vênus retrógrada não coloca o afeto aonde tem, isso é
importante em mapa de criança, pois desde cedo se ensina a gostar. Uma Vênus boa,
bem localizada por signo, como por exemplo, uma Vênus em Touro, ela gosta, aprecia,
escolhe, prefere aquilo que vai vir para ela, para ter a sensação gostosa de ter o que se
gosta, ela não é louca de ir atrás de situações, pessoas e coisas que vão lhe faltar. Ela não
gosta de quem não gosta dela, não tem apreço por isso, assim como a Vênus em Leão.

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Uma boa Vênus é atraída e atrai pessoas e situações que vão lhe beneficiar. Uma Vênus
em Peixes atira longe, sabe agradar. Uma criança que tem uma mãe que trabalha 20
horas por dia e passa o dia inteiro com a vovó, de quem você acha que ela gosta mais? Da
vovó. Porque a vovó vai dar coisas e a mamãe está ausente.
Numa Vênus retrógrada esse processo da escolha, do gostar do que traz benefício
está mal feito, errado, falho. A pessoa põe a isca onde não tem, e não é por masoquismo,
é porque ela não sabe que não tem. Não sabe que naquele rio não tem peixe. Porque não
sabe que entre gostar e receber tem uma arte, a arte da escolha. Aí é criança é louca pela
mãe, aquela que nunca está em casa. A questão de valores, de estética, de sentido de
harmonia não foi bem construída. Quando a pessoa vai atrás do que se gosta, do que se
prefere, ela escolhe o caminho errado. Falta um adestramento desse planeta, mas a
pessoa vai aprender repetindo várias vezes a mesma situação. O processo retrógrado é
ensinado, não tem outro jeito. Se ensina a criança desde cedo a escolher e a gostar. A
função venusiana é compor o narcisismo. Com uma Vênus errada a pessoa beneficia todo
mundo menos a si própria, Vênus é um planeta pessoal, está colado no Sol, é para ajudar
a pessoa a ser mais feliz, ter prazer, contentamento.
As pessoas que geralmente gostam, apreciam você, vêem o que te faz bem, o que
te faz feliz, às vezes não adianta nada porque você não quer. Mas quem te quer entra na
órbita da sua Vênus, diz “você fica tão bonita com essa roupa”, “fulano gosta tanto de
você”, “você é tão apreciada nesse ambiente”, as pessoas que te amam localizam essas
qualidades.
É melhor ter uma Vênus boa por casa, por signo e um planeta mal aspectado do
que uma Vênus em queda por signo ou casa com um planeta aspectando bem. Por
exemplo, pega uma mulher bonita, bem nascida e rica e põe ela nas dificuldades da vida e
outra feia, mal nascida e pobre e coloca ela em algumas facilidades da vida, facilita as
coisas para ela, ela não tem os instrumentos ou pega uma pessoa forte e põe ela numa
doença e uma pessoa fraquinha e poupa ela. Menos na conjunção, pois aí o outro planeta
está no mesmo lugar, no mesmo signo, na mesma situação da Vênus. O segredo de
Plutão/Vênus é não dar muita importância a nada, pois aí nada lhe será tirado.

Casas

As casas mais importantes no mapa infantil são as inferiores, principalmente o


primeiro quadrante (casas 1, 2, 3 e 4), estas casas estão marcando a formação da criança,
da individualidade do ego, da estruturação do EU. Nesta etapa ela é o centro do mundo
dela e todas as atenções têm que estar voltadas para ela, pois sozinha ela não dá conta
da sua própria vida, não sabe se nutrir, se vestir, se separar do adulto. O problema é
quando isso persiste na vida adulta, a identidade ou a individualidade sobrepujar a todos

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os interesses da vida dela, aí fica aquela pessoa egocêntrica, auto-referente, auto
motivada, auto centrada.
A parte de cima do mapa (da casa 7 até a 12) vai servir para os pais, trânsito de
planeta na casa 7 os pais separam, porque a criança não é casada com ninguém,
trânsito na casa 10 não é a criança que tem ascensão social e profissional porque ela não
trabalha, planeta entrando na casa 8 não é ela que vai morrer, é um idoso que vai
embora. Nas casas superiores, tanto planetas nas casas quanto planetas passando por
trânsito vão afetar os pais, pois são casas de mundo, e a criança ainda não está inserida
no mundo.
Se a criança tiver todos os planetas nas casas superiores temos que interpretar as
casas de baixo e as regências. A vida da criança que tem todos os planetas nas casas de
cima vai começar muito tarde e possivelmente ela não foi preparada para a vida que vai
ter, como recursos, formação e base. Então, têm que dizer para os pais dessa criança que
a preparem bem, com boa formação, boas escolas, cultura geral, bons relacionamentos de
amizade, porque de repente ela vai ascensionar e não vai ter base nenhuma. Ela vai subir
e não vai ter onde se escorar, vai estar mal formada. Se puder manda estudar fora,
conhecer o Brasil, porque depois não vai dar mais. E ela vai precisar disso para poder
subir, usar, explorar e não vai ter. Só que isso até certa idade não parece importante, se
um adulto soubesse que ia precisar falar três idiomas teria feito uma escolinha alemã. E
geralmente essa criança teve uma negligência na formação dela, e aí ela vai tentar se virar
sozinha, chegar nos seus iguais, nos seus pares. Por exemplo, uma menina casa um
homem de classe social superior e não tem onde se agarrar, pois não teve base ou
ascendeu socialmente, profissionalmente e faltou uma boa formação.
A casa 4 quer dizer aquele que está ocupado dos assuntos domésticos, mesmo a
mãe que trabalha fora não perde isso, e se por alguma circunstância perder vai ficar
atormentada, angustiada e a criança fica desestruturada se não ver na mãe essa figura
lunar. A casa 4 é aquele que promove o lar, dá a sensação à criança que agora estamos
todos em casa, acabou a farra, acabou a rua. Quem desempenha a função não importa, a
função da casa 4 é materna. Mesmo a mulher que trabalha fora, que ganha bem, que paga
as contas, ela não se desincumbe, pode não conseguir, não dar conta, mas ela vai saber
que está descumprindo o lado doméstico, e a criança também sabe.
As casas superiores acabam sendo exercidas na infância pelos pais, um Sol de
casa 9 o pai viaja muito, depois é a criança que vai se tornar um viajante, vai colocar o pé
no mundo. Gasta-se mais tempo na análise com as casas de baixo.
Crianças com transpessoais no primeiro quadrante é complicado, porque são
planetas pesados, difíceis em casas mais leves, mas de qualquer forma a criança vai
exercer isso da maneira que ela conseguir e vai desempenhar melhor essas funções mais
tarde. A coisa mais importante da vida de uma criança é ela mesma, e é bom que seja. Ela
não pode se preocupar com a humanidade aos dois anos de idade, não é hora, pode ter a

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casa 12 cheia que for. O primeiro quadrante é o seguinte: “Eu, enquanto criança, tenho
que me preocupar em existir, em ser e ter as minhas necessidades e prioridades
atendidas”. O problema é que depois vira adulto e continua assim. Mas, na infância esse
primeiro quadrante é tudo. Então, se tiver o primeiro quadrante vazio ou muito
problematizado por presença de planetas, a criança tem energia demais para essas casas,
isso mais tarde vai ser positivo. São casas muito potentes para simplesmente ratificar a
minha identidade e dizer “mãe, eu quero comer”, “mãe, eu preciso dormir”, é tudo que se
tem para fazer nas casas 1, 2, 3 e 4.
A criança tem o reconhecimento da multiplicidade das coisas, dos objetos, das
funções dos objetos, porque pega tudo, mexe em tudo, põe na boca, senta em cima, isso é
a casa 2, o mundo das coisas. Aí ela vai identificando, enumerando, vendo que tem pesos
e cheiros diferentes, tem que abrir mais a mão para pegar uma coisa, a outra ela não
agüenta segurar, vai mudando os interesses, já brincou muito com isso e quer outra coisa.
Depois que cresce vira um adulto apegado a um monte de coisas. Mas, nessa fase os
objetos, as coisas, o tamanho, a variedade, faz parte dessa extensão do mundo da
criança, desse reconhecimento, dessa pluralidade, do aprendizado, do domínio tátil, do
estímulo visual e sonoro. Ela vai ver que umas coisas servem, outras não cabem, umas
quebram outras não quebram, se afeiçoa a alguns e outros ela nem quer saber.
Quem existe no mundo para a criança é ela mesma, é auto referente se a mãe
estiver falando no telefone não interessa, se ela quiser comer não vai esperar 10
minutinhos para a mãe tomar banho, e isso é normal, é sadio e é bom.
Educar uma criança com a casa 8 cheia é muito difícil, tem que ensinar desde
muito cedo a distribuir, dividir e partilhar, porque vão ser tiradas muitas coisas dela na vida.
Dizer não para essa criança é muito importante. Ela vive tudo como perda, nasceu um
irmãozinho e a criança perde tudo. Quebrar uma coisa e consertar, a criança tem que ver
que as coisas se consertam, que muitas coisas se recuperam. Mais tarde a pessoa pode
ficar milionária, o problema é a questão de constituir um sentimento de que as coisas
passam por ela, são redistribuídas. É a coisa da casa 2, da posse.
Os pais têm que ter muito cuidado com uma criança com Netuno na 1, para que
não comece logo cedo a dividir excessivamente as suas coisas, deixar que os irmãos
dominem sua vontade, não se importar em sempre ficar em segundo plano, em ceder o
seu espaço territorial para as crianças mais fortes, com personalidades mais
individualizadas, então cabe aos pais zelar para que a individualidade da criança seja
marcada. A criança desintegra uma personalidade mesmo antes de estar formada. É
importante que uma criança que tenha poucas marcas, poucos planetas no primeiro
quadrante tenha seu território protegido pelos pais. Ter as necessidades atendidas é a
função desse primeiro quadrante.
É muito sadio que a criança marque presença, espaço, chame a atenção sobre si
quando a mãe está falando ao telefone, quando chega uma vizinha e ela é esquecida, pois

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ela ainda não tem instrumentos internos, objetos internalizados para sustentar a sua
própria individualidade, não tem subjetividade para se garantir. Então, ela precisa do olhar
do outro, da referência e da atenção do outro, de ter essa marca referida e atendida. Não é
legal os pais vestirem os filhos iguais, estimular muito precocemente a falta de referência e
originalidade pessoal, o que tem de especial em cada um.
A casa 1 vai falar da saúde da criança, planetas mais pesados como Plutão,
Saturno e até mesmo Netuno, podem indicar nessa primeira infância uma saúde mais
delicada, uma precariedade ou vulnerabilidade maior do corpo físico. A medida que vai se
desenvolvendo vai ganhando força, tônus muscular. Com Netuno na 1 ela precisa ter o
corpo protegido, cuidado dos revezes da temperatura, da contaminação por vírus e
bactérias, das infecções. Tem que ter cuidado para que essa criança não tenha mais
vontade de ficar por aqui, por fragilidade física mesmo ou por uma lembrança muito forte
desta outra vida, deste outro lugar de que todos nós emanamos e viemos.
Plutão na 1 já não fala tanto de uma vulnerabilidade em termos de saúde, mas
mostra que esse corpo físico é ameaçado o tempo todo através de tombos, de ferimentos,
de descuidos e negligências de quem toma conta dela, ou pelas próprias brincadeiras, o
próprio gosto de colocar o corpo em risco, brincadeiras de ficar debaixo da água para ver
até quando agüenta, brincar de pular na janela, essas brincadeiras arriscadas, onde o
corpo se expõe, se vulnerabiliza. Ou até por circunstâncias da vida, como acidentes ou
procedimentos cirúrgicos logo no nascimento. Quanto mais perto do Ascendente está um
planeta, mais indicação de como foi o parto se apresenta, por exemplo, Saturno colado
no Ascendente pode indicar um parto prolongado, que a criança tenha passado um pouco
do tempo, já Urano ou Marte no Ascendente pode ser indicação de parto prematuro, ou
aos primeiros sinais de nascimento já ocorre a finalização do parto. Mercúrio no
Ascendente pode falar de asfixia, dificuldade respiratória durante o parto, principalmente
se não tiver bem aspectado, Netuno no Ascendente também pode ser indicação de
asfixia ou uma certa sensação de afogamento que a criança pode ter tido nos primeiro
momentos do parto.
A casa 2 vai falar do mundo das sensações, dos objetos, das coisas, do
desenvolvimento, da capacitação e da inteligência sensorial, da maior ou menor
sensibilidade para a sensorialidade, perceber as coisas sensorialmente, ou seja, pelos
sentidos. E toda a ligação com os objetos, com os brinquedos, com tudo que é dela. Então,
na infância a casa 2 é muito importante, pois vai estimular todo esse mundo das
sensações, dos brinquedos, das texturas, da temperatura, das luzes, os gostos variados,
esse mundo das cores e dos objetos vai representando para a criança a infinidade do
mundo, a variedade das formas. Toda essa oferta de objetos, a estimulação de coisas é
muito interessante nessa fase, vai dando a ela uma relação de percepção mais aguçada,
mais aprimorada. É importante apresentar para a criança a variedade das formas,
diferenciadas e não só monocromáticas.

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E também como a casa 2 fala do mundo das coisas, das posses, das aquisições, a
criança pode ter nesse primeiro momento um sentimento de posse sobre um objeto, pois
ela se identifica com esse objeto, ela se estende até o objeto, então quando tomam da
mão dela, ou mandam emprestar ou dividir com alguém ela fica com raiva. Porque nesse
momento essa outra coisa vai aumentando o repertório da identidade dela, quanto mais
coisas ela possui, ela vai de chamar si e de seu, e vai formando a identidade dela.
A casa 3 é fundamental na infância porque ela vai indicar todo esse universo da
aprendizagem, que a criança vai aprendendo, vai estimulando intelectualmente, vai
relacionando um assunto com outro. O mundo da escola, do convívio com coleguinhas da
mesma idade, as historinhas que vai ouvindo, os filmes que vai vendo, o que as pessoas
falam vai formando sentido, os fonemas, as consoantes, inclusive a criança aprende muito
facilmente. Então, essa fase de aprendizado, onde tudo é novo é o ambiente que vai
estimulando, ela vai fazendo as conexões neuroniais, as sinapses.
A casa 3 marca a forma pela qual a criança aprende, qual é a didática dela, como
ela assimila as coisas. Uma criança com a Lua na casa 3 precisa se familiarizar com o
assunto para poder aprender, precisa ter um contato mais íntimo com o tema, com a
professora, com as colegas para que esse assunto fique mais dedutível, mais assimilável e
para que ela tenha menos resistência. Então, mudar de escola toda hora, mudar de
professora, de ambiente, não é positivo para essa criança, pois ela vai fazendo as
transferências emocionais, se vinculando, isso ajuda a criar a disposição para o
aprendizado.
Com Saturno na casa 3 a criança precisa de uma certa repetição para aprender,
precisa de tempo para assimilar um assunto, um tema. Não é de primeira vez que ela
aprende. Então, não é interessante fazer essa criança pular etapas, pegar o ano já
começado, entrar no meio da matéria, faltar aulas sem reposição, pois dá logo um
problema de aprendizado, um bloqueio, um retardo. Ela tem a sensação de que perdeu a
base, perdeu o anterior do tema, ela não pega o assunto no meio do caminho. Ela precisa
de uma segurança, uma certa confirmação para aprender, portanto se for criticada,
censurada, ridicularizada, ela bloqueia o tema, a matéria e não se abre mais para ela.
Uma criança de Plutão na casa 3 percebe tudo, a mente percebe tudo, não pense
que porque ela está se dedicando a outra atividade não está prestando atenção ao que
está a sua volta, ela tem essa mente profunda e perceptiva. Ás vezes ela fala coisas que
você não sabe de onde ouviu, ela ouviu de dentro dela, de dentro das pessoas, ouviu o
seu pensamento.
Tem também a ligação com o meio, com o ambiente. A importância, o peso do
ambiente, o que esse meio te reflete está muito indicado pelo planeta que está na casa 3.
A pessoa que tem o Sol ou Mercúrio na casa 3 o ambiente é tudo para ela, a qualidade
do que está em torno dela, as pessoas com as quais ela convive, as coleguinhas, o
colégio, o ambiente o qual ela está inserida é vital, a identidade, a vida dela está sendo

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formada por esse ambiente. Portanto, uma ambiente desinteressante, desestimulante,
pacato, desmotivado é frustrante para essa criança que está ávida para receber essa
motivação, essa estimulação.
Já um Plutão de casa 3 a criança pode ter problemas com o meio, pode hostilizar
o meio ou ser hostilizada por ele, não é qualquer ambiente que favorece ela. E pode
indicar também aquela criança que quando se enturma na escola, ou gosta do professor,
acontece alguma coisa que ela muda de escola, a professora sai, a turma se desfaz.
Quando a criança se vincula, se apega, cria uma identidade com esse meio alguma
situação acontece que ela perde aquilo, ela é obrigada a se desapegar e transformar e
refazer o meio, o ambiente, o vínculo, os caminhos.
A criança com Netuno na casa 3 tende a ser desatenta, dispersiva e às vezes com
uma facilidade muito grande de se perder literalmente, pegar o caminho errado, entrar na
porta errada, essa criança tem que sair com o endereço, o telefone anotado e guardado
dentro da mochila para não perder, porque ela pode se desorientar, esquecer coisas
importantes. Na parte dos estudos também tem que ser orientada porque senão se distrai,
se dispersa, esquece que tem aula, não leva para casa as informações que a professora
passou, não presta atenção, não leva para a escola o trabalho que fez durante o final de
semana. Essa mente está distraída. Ela pega o conteúdo, o sentido geral, amplo, mas os
detalhes, o horário, a localização, a data, isso se desmancha. Netuno na casa 3
desmancha a informação em vez de assimilá-la, guarda só a idéia geral, a idéia central, o
espírito da coisa. A didática dela é toda visual, pela imagem, tem memória visual, e pelo
sentido da história, mas sem detalhes.
Finalmente, a casa 3 vai descrever a relação dessa criança as pessoas em volta
dela, com os irmãos e com os priminhos que freqüentam a casa. Uma criança com Plutão
na casa 3 se ela for a primogênita, é melhor os pais esperarem mais um pouco para ter
um filho, porque além de ter disputa de poder com irmão, assim como Marte na casa 3
também, ela vive uma sensação de perda por causa do irmão, foi lesada, abandonada é
um sentimento de prejuízo em relação ao irmão ou primo, é bom dar um tempo para ela
assimilar a importância, o espaço dela. Já um Sol ou Mercúrio de casa 3 o irmão pode
ser bastante estimulante, com quem a criança vai se desenvolver, trocar muito, admirar, se
identificar e se reconhecer.
A casa 4 no mapa infantil é fundamental, porque é ali a indicação de toda a
formação da base da criança, das fundações dela, tudo que ela apreender da família, da
formação que ela recebeu dentro de casa, das influências domésticas, o lar para a criança
é estrutural, já que ela tem muito pouco acesso ao mundo. Então, a criança tem muito
poucas formas de compensar eventuais falhas ou dificuldades da família, porque ela não
universo para buscar o que falta de contentamento ou satisfação dentro de casa e na
família. Nesse momento o universo da criança é muito restrito, está ligado a escola e 70%
é a família, então não podemos menosprezar a importância dessa casa. O signo e o

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planeta que estiverem lá dentro, vão descrever o que essa criança sentiu, absorveu,
percebeu dessa família, de padrão e influência familiar. E também vai descrever o
ambiente doméstico, o que cercava ela, principalmente na infância, mas vai dizer também
o final da vida, muitas vezes o padrão da infância retorna na última etapa da vida.
Uma criança que tenha Saturno na casa 4, que é uma posição bastante
desarmônica para Saturno, dizemos que está em exílio terrestre na casa 4, é um planeta
pesado para essa casa. Podemos falar que a criança pode sentir que a vida familiar é
triste, sem graça, chata, desestimulante, e até um pouquinho pesada, quando a família se
reúne o ambiente é frustrante, é pesado, não é uma fonte de alegria, de satisfação, de
entusiasmo. Pode até indicar que na primeira infância dessa criança os pais tivessem
realmente problemas de sobrevivência, de emprego, materiais, estavam de alguma
maneira sobrecarregados. É indicação também de uma necessidade muito grande dessa
criança de que o lar seja estruturado, não seja precário, faltoso, caótico, bagunceiro, que
esse lar seja administrado, nem que seja pela empregada, pela avó, não importa a figura
desde que alguém faça o papel de calço. E que tornasse essa casa pouco precária.
Quando a casa está em obra, temporariamente desorganizada, do ponto de vista interno e
subjetivo essa criança tem uma sensação de insegurança, sente que o navio esta a deriva,
porque o elemento estruturador dessa criança vem de uma casa eficiente, organizada.
Já o Sol de casa 4 o lar para ela é tudo, é o Sol, é a luz, é iluminado, então a
influência dessa família e do ambiente da casa será vital, marcará a personalidade, a
identidade dela. Então, essa criança é o suporte e o apoio que recebe, ela será muito mais
alguém que realiza, que manifesta, quanto mais sustentação ela recebeu. Essa criança
não pode receber pouca sustentação, pois é dessa âncora que ela se apoiou que ela
explode em vida e em personalidade.
Uma criança com Mercúrio na casa 4 tem uma necessidade de ter comunicação,
contatos, vínculos dentro de casa. Ela espera receber estímulo intelectual, informação,
educação, conversa, vínculos, comunicação, trocas. É indicação muitas vezes que essa
criança é desapegada da raiz, da casa, porque pode ter havido durante a infância troca de
casa, os pais se separaram e ela fica um pouco em cada casa, há uma fragmentação do
lar, ela tem várias casas. Então, ela aprende desde cedo essa adaptação, a mudar de
ambiente e depois se desprende facilmente da cidade, da família, das raízes e se adapta
em qualquer lugar.
A criança com Júpiter na 4 deve ter recebido da família bastante estímulo, apoio,
atenção e esse ambiente doméstico deve ter sido farto, rico, estimulante, fértil e ela espera
ter da família essa visão positiva, otimista, feliz com a sensação que os problemas dentro
de casa são resolvidos, são criadas opções, alternativas, com a esperança de que quando
os pais chegam tudo vai melhorar. Um sentimento de que a família tem que ser um lugar
de abundância, de fertilidade, de felicidade, de contentamento, de abertura, de
perspectivas.

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A 5 é uma casa de brinquedo, brincadeira, diversão, entretenimento, farra, quanto
mais a casa 5 está proeminente, se tiver Sol e Lua, Marte ou o regente do Ascendente
na casa 5 mais necessidade essa criança tem de brincar. Até coisas sérias são
permeadas por brincadeiras, a hora de comer não pode ser chata, não pode ser uma
obrigação. Tem que ter um ambiente lúdico cercando a maior parte das atividades, a
própria escola, o aprendizado, as festinhas, o tom das comemorações, as performances
das festinhas. A casa 5 vai indicar a maior ou menor necessidade de inserção do lúdico
nas atividades corriqueiras da criança e até o tipo de brincadeira que ela gosta.
Júpiter/Marte na casa 5, principalmente em mapa de menino, ou Júpiter ou Marte
fazendo aspecto com o Sol gostam de brincadeiras esportivas, de luta, bicicleta, jogos,
tênis, corrida, brincadeira mais musculares, subir em árvores, brincar em espaços abertos,
no parquinhos brinquedos com mais adrenalina, montanha russa, carrinhos que batem,
são todas brincadeiras interessantes para criança que tenham planetas quentes na casa 5
– Sol, Marte, Júpiter, Urano. Gasta energia, sua a camisa, cai no chão exausto, a energia é
gasta na brincadeira. Tem também a coisa de brincar de herói, prender o bandido, essas
figuras heróicas que fazem parte do universo, do imaginário de um Júpiter/Marte.
Já planetas como Vênus e Lua são mais suaves, mais estéticos, confortáveis,
preferem ir ao teatro, assistir uma peça, interage, participa com o teatro, mas de uma
maneira confortável, protegida, menos exposta. Também as brincadeiras de montar, de
colorir, de desenhar, de formar arquitetonicamente conjuntos e peças. A Lua na 5,
principalmente se for em mapa de menina, gosta de brincar de boneca, de casinha, de
fazer comidinha, tudo muito ligado a essa esfera do feminino. E Vênus na 5, gosta de
trocar o vestuário da boneca, pintar e maquiar a boneca, todas as atividades mais
artísticas mesmo, massinha, fazer formas.
Mercúrio na casa 5, o interesse pelas brincadeiras vão estar muito ligadas ao
grupo, a companhia, aos colegas, encontrar com os amigos, é muito mais o estar junto,
imaginar as brincadeiras, do que propriamente o tipo de atividade. E também atividade
ligadas a adivinhação, mímica, trocar figurinha, ler histórias, brincadeira com algum nível
de informação, aprender enquanto faz, mas principalmente reunir um grupo, estar
relacionado, sentir-se vinculado. A Lua também tem muita relação com isso, a brincadeira
é muito mais no sentido de estar com alguém, estar inserido, ter um sentimento de
pertencimento que aquela atividade traz do que propriamente a brincadeira.
Já planetas como Plutão e Urano na casa 5 fala de brincadeiras mais fortes, mais
agressivas e intensas, que traz adrenalina. Urano inclusive está ligado a velocidade, estar
de carona na bicicleta, correr um pouco mais no velocípede, o balanço que joga muito
longe, a roda gigante, joguinhos eletrônicos, fazer barulho, estalinho, isso está ligado a
Marte e Urano.
E Plutão fala de brincadeiras até mais perigosas, ficar na água 5 minutos para ver
até onde agüenta, colocar o saco na cabeça e ficar sem respirar, brigas, lutas, imposição

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de poder, o Plutão nunca será o submetido, ela impõe o que vai brincar senão abandona o
grupo, com a brincadeira já começa treinar um exercício. Às vezes brincadeiras com um
pequeno sadismo, fazer experiência com ratinhos, sapinhos, pode acabar até machucando
alguém, passar um pouquinho limite. É uma crianaça altamente erotizada, as brincadeiras
podem ter um pouco de conotação sexual, quem ganhar tira uma peça de roupa, quer
perder ganha um beijo.
Netuno de casa 5 gosta das historinhas do mundo de faz de conta, tudo que ativa
a imaginação. Também podem gostar de brincar de químicos, fazer fórmulas, inventar uma
solução. Ter cuidado com essa criança, pois ela pode gostar muito cedo de cheiros mais
fortes como éter, tinta, álcool, cheiros mais tóxicos encantam essa criança, porque dá um
“barato”. A brincadeira de rodar até ficar tonto, porque esse estado de tonteira interessam
a essa criança. O mundo da fantasia, da imaginação, música, canto, fazer teatrinho,
representar, imitar, brincadeiras ligadas a arte. E às vezes ficar horas entretida inventando,
imaginando o mundo é uma das brincadeiras favoritas de um Netuno de 5.
A casa 5 é vital para o adolescente, ele quer ir para a rua, para o barzinho, menos o
lado sério, chato e obrigatório da vida.
A casa 6 no mapa da criança vai estar ligada a rotina, as experiências do dia a dia,
a horário, a criar um ritmo, hábitos para as coisas, sistematização, repetição de atividades,
incluir na rotina dela certos afazeres, alimentos, criação de hábitos de higiene e de saúde.
Então, a casa 6 vai mostrar a maior ou menor qualidade de assimilação dessa rotina e
desses hábitos. A casa 6 é necessária para a criança. Imaginar uma criança sem rotina,
cada dia as coisas são apresentadas a ela de uma maneira diferente, não a ajuda em
nada, uma certa sistematização de hábitos e ritmo dá a ela um sentimento de ordem, de
orquestração. Algumas crianças serão mais facilmente assimiladoras de uma rotina e de
hábitos.
Já uma criança que tem Urano, Plutão, Netuno de 6, toda essa geração que
nasceu com Netuno e Urano em Aquário, e agora em Peixes, já é uma coisa mais
fragmentada, mais diluída, até porque o mundo ficou com essa conjunção de Netuno em
Aquário. Mas de qualquer maneira há um ideal de que a criança tenha horário para
dormir, comer, voltar da escola, crie hábitos.
Uma criança que tenha planetas como Marte, Sol, Júpiter na casa 6 pode pensar
numa rotina mais cheia, um dia a dia com atividades múltiplas, variadas e até mais
intensas porque a criança assimila bem. Já uma pessoa com Vênus, Lua, e mesmo
Saturno de casa 6 a rotina tem que ser mais suave, não pode encher de atividades, ela
fica cansada, tensa, exausta, não aproveita no final das contas. Uma Lua/Vênus de 6 fala
de uma pessoa mais preguiçosa, ela vai gostar mais de uma semana mais lenta, gradual,
aos poucos vai inserindo os assuntos de maneira menos acelerada, menos frenética.
Já uma criança com Marte na casa 6 é frenética, tem uma disposição energética
para o dia todo, então se passar o dia com a rotina muito espaçada, com pouca

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estimulação, ela vai ficar inquieta, agressiva, vai fazer bagunça, pois está faltando
atividade para encher esse motor que todo dia liga dessa maneira.
Mercúrio na casa 6 fala de uma criança bastante adaptável, assimila os hábitos de
uma maneira muito legal, mas também precisa de assunto, pessoas variadas que lidam
com ela ao longo do dia. Porque senão fica monótono, chato e aí começam a inventar.
A casa 6 também se refere a saúde da criança, possibilidade de deficiência e
partes ou órgão do corpo facilmente afetadas, por exemplo, uma pessoa com Mercúrio na
casa 6, essa parte da gripe, das asmas, bronquite, dos resfriados é bem mais
pronunciado. Alguma coisa também na área de coordenação motora, dislexia, de
movimentação, de equilíbrio, se o Mercúrio estiver mal aspecto. O intestino também é
vulnerável com o Mercúrio de 6 e o Plutão também, a criança tem um aborrecimento, um
estresse ou foi em um aniversário e comeu demais, vai ter uma descarga do intestino, ou
de vômito para eliminar todas aquelas toxidades que o intestino não acolheu.
A Lua na casa 6 é a parte digestiva, aquela criança que enjoa andando de carro,
mama e põe um pouco para fora, comeu alguma coisa que não combinava, a questão do
enjôo está sempre muito presente.
Saturno na casa 6 vale a pena olhar no período de troca dos dentes,
principalmente aos sete anos, como está essa formação, ver se precisa de aparelho. E
também se existir na família alguém com miopia, a criança pode estar desenvolvendo
alguma predisposição a disfunção ocular, se Saturno estiver no Ascendente também.
A casa 6 vai descrever a questão da saúde, do funcionamento do organismo e a
capacidade que a criança tem de assimilar métodos e hábitos. Da necessidade de estar
reforçando os hábitos, a rotina, como um Netuno na casa 6, que não faz sistema, não
metodiza, então tem estar sempre inserindo os hábitos.
A casa 7 vai sempre estar se referindo mais aos pais, as casas 7, 8, 9, 10, 11 e 12,
o que acontece ali, a indicação de planetas e trânsitos passando por ali se referem aos
pais, casamento, crises, trabalho, viagem para o exterior, pois as crianças ainda não têm
assunto para essas casas. Então, esses temas acabam sendo vividos pelos pais, por
exemplo, se tiver um planeta pesado passando pela casa 7 da criança pode indicar
divórcio dos pais, problemas entre o casal.
A casa 8 é importante para a criança porque como é uma casa muito forte, pesada,
expressiva, que indica que ao longo da vida essa pessoa que agora é criança vai passar
por várias crises, transformações, declínios, encerramentos de processos, que ela sentirá
como perda. O que vale a pena para essa criança é receber uma educação desde
pequena com duas grandes tendências, uma é essencialista, ou seja, não materialista, não
estar muito ligada a objetos, a posses, com valores mais essenciais, fundamentais.
Ensinar a criança a ver as coisas com olhos mais profundos, que aparentemente as coisas
se perdem, mas voltam, que o principal a gente não perde, o essencial é invisível aos
olhos. E segundo, é todo o convívio com a natureza, o aprendizado da natureza, isso para

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a crianaça com a casa 8 forte é fundamental, ver um parque, um jardim, uma praça, que a
vegetação renasce, as fases da Lua, os fenômenos, as mutações, o animal que cresceu,
fazer a criança plantar uma folhinha e ver a evolução. E a terceira possibilidade é a idéia
distributiva, não ter as coisas só para si, porque o outro é sempre visto como um “ladrão”,
entender que ela divide a porta do armário, mas ganha companhia, que o amigo arrumou
outro amigo, mas que também pode ser amigo dela.
E a casa 12 também vale a pena mencionar, nesse sentido a casa 8 e a casa 12
são importantes porque essa criança pode ter uma percepção mais profunda das coisas,
então, de repente ela pode enunciar alguma coisa. A criança que tem uma predominância
de planetas nas casas 8 e 12, pode ter acesso ao mundo inconsciente, aquilo que as
pessoas não falam, mas sentem, não revelam, mas pensam, escondem, mas elas captam.
Tem acesso a esse mundo mais sutil, de premonição, sonhos, ver coisas que os demais
não estão vendo, essa dimensão paralela. Então, às vezes as crianças podem vir com
histórias que os pais pensam que é invenção, fantasias, mentira e na realidade ela
percebeu, viu. Elas têm esse canal muito aberto na primeira infância e podem ter acesso a
todo mundo do inconsciente e até mesmo de outras dimensões.
A casa 12 é a mais complexa dessas casas e vai descrever todo o período de
gestação, a vida intra-uterina. Enquanto o Ascendente marca o parto, planetas colados no
Ascendente estão descrevendo situações de parto e que a crianaça vai reeditar a vida
toda, toda vez que ela tiver um começo vai agir exatamente como o Ascendente dela. Com
o Saturno no Ascendente toda vez que tiver que começar alguma coisa vai demorar,
postergar, adiar. Netuno no Ascendente pode ficar confusa, perdida no início das coisas.
E planetas na casa 12 vão descrever vibrações, sensações, sentimentos aos quais essa
criança foi exposta durante a gestação, depois a mãe esquece que teve aquele problema,
mas a criança fica impregnada vibratoriamente, não vai ter a memória, vai ter a marca
vibracional.
Plutão na casa 12 a criança tem um sentimento permanente de uma ameaça, de
um risco, de algo que pode desabar, pode ser perigoso.
A criança com Urano de casa 12 fica com um sentimento de susto, de aflição, que
de uma hora para outra as coisa acontecem, se desmancham.
Saturno de casa 12 a criança tem um medo, uma insegurança, a sensação de que
não tem garantias, sensação de falta de retaguarda, quando enfrenta situações
desconhecidas tem medo, pode ser indicação de um pai ausente durante a gestação, ou
um pai que não assumiu.
E todas as outras posições mais harmônicas Júpiter, Vênus, Netuno de casa 12
são indicações de experiências pré-natais extremamente agradáveis, benéficas,
prazerosas. Netuno na casa 12 teve durante a vida no útero materno a sensação de
fusão, totalmente imersa em alguma coisa sem conflito, sem dúvida, que ela era cuidada,

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entregue, atendida. E aí quando ela estiver em uma situação aberta e desconhecida ela
viverá a lembrança, a memória vibratória de que pode soltar, largar, deixar acontecer.
Já um Saturno de casa 12 tem uma contração, um fechamento, um recuo diante
dessas situações de aberto, do indefinido, do desconhecido.
A Lua na casa 12 fala que quando essa mãe engravidou ela precisava de mãe,
estava carente, precisava de um colo que não teve. É uma criança extremamente
preocupada com a mãe, porque ela sabe que a mãe não teve durante a gestação o
cuidado, o colo, não foi nutrida.
As crianças que tem Sol e Lua na casa 8 ou na casa 12, o regente do
Ascendente na casa 8 ou na casa 12 ou um stellium na casa 8 ou na casa 12, tem uma
percepção das coisas e dos acontecimentos além da manifestação, do concreto. Os pais
não podem ignorar o que essas crianças soltam de repente sem mais nem menos. Muitas
vezes elas têm uma certa angústia, pois não conseguem digerir, explicar e as pessoas em
volta negam, “você não falou com a vovó porque ela já morreu”, “a mamãe não está
grávida”. Elas não só percebem manifestações anteriores aos fatos, ou entram em contato
com energias que ainda estão muito sutis, ou recebem visitas de entes de outra natureza,
e são muitas consideradas estranhas e fantasiosas, principalmente na casa 12.
Essa criança às vezes é testemunha ou encontra situações que não era para ver e
ninguém sabe que ela viu, e tem que ficar calada. Ficam donos de segredos muito
pesados. São crianças que muitas vezes tem um mundo a parte e se sentem muito
sozinhas mesmo em companhia de outras crianças, porque elas tem universos que ela
não pode dividir. É um sentimento de exclusão, porque o que ela sente, o que ela percebe
as outras crianças não se importam, então tem que excluir aquilo para estar com outras
crianças, se sentem diferentes. Isso costuma ficar mais complicado na adolescência,
porque aí é um sentimento de exclusão mesmo, de ter experiências ou sensações que os
outros não partilham. A 12 fala do que não se partilha, é seu. Esse universo paralelo é
mais freqüente na infância, até os sete anos. Com a casa 12 cheia a criança pode ter
medo de ficar sozinha, porque ela sabe que sozinha esse mundo se manifesta.

Elemento e Ritmos

A contagem dos elementos são 24 pontos ao todo. Sol, Lua e Ascendente são 4
pontos para cada um. Mercúrio, Vênus e Marte são 2 pontos para cada um. Júpiter,
Saturno, Urano, Netuno e Plutão 1 ponto para cada um. E mais 1 ponto para o regente do
Ascendente. O que dá um resultado aritmético interessante, porque dividido por 4
elementos, teremos 6 pontos o que seria uma média ideal para o equilíbrio dos elementos.
A mesma coisa para os ritmos cardinal, fixo e mutável. São 4 pontos para o Sol, a
Lua e o Ascendente. São 2 pontos para cada planeta até Marte e assim por diante. Um
total de 24 pontos no final. Sendo que a média é de 8 pontos por ritmo.

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Os elementos são bastante vivos, expressivos no mapa da criança. Depois de
adulto se corrige muita distorção elementar, mas na infância o elemento pulsa puro. Com a
idade as pessoas compensam com pessoas de elementos que te faltam. Mas, na infância
ele é total, é puro, tanto na ausência, quanto na força, no equilíbrio e etc.
Se houver abundância de elemento Fogo no mapa da criança, é muito importante
antes de mais nada, espaço físico, cômoda grande, cama sem muita grande, porque ela
pensa, sente que é maior do que ela é, fisicamente mesmo. Nada de teto rebaixado, janela
pequena, roupa fechadinha, porque tudo isso oprime essa criança. A criança gosta de
claridade, de luz, não faz nada no escuro, com pouca luz, isso dá agonia na criança,
inclusive as roupas têm que ser claras. Precisa de ar puro, nada de ficar muito tempo
fechada em casa, em ambiente interno, doméstico, senão ela fica irritada, pois essa
criança tem uma energia de expansão, de céu descoberto. Ela tem muita energia,
vitalidade precisa fazer atividade física, nada de passear com essa criança no shopping,
um lugar de luz artificial, emparedado. Ela precisa gastar energia, senão começa a fazer
bagunça, porque começa a sobrar vitalidade e vigor. Programas mentais, intelectuais,
paradinhos não servem para ela.
A criança com dominância do elemento Terra tem necessidade, entre outras
coisas, de contato físico, carinho, abraço, toque, tato. Ela marca a sensação. Gosta de
brincar com massa, sentar no chão, os sentidos. Tem que levar essa criança para a feira,
que é um mundo de sensações, de cores, de cheiros. Colocar ela para ajudar a pintar a
parede da casa dela, trocar as cores, ir para a cozinha enquanto a mãe está cozinhando,
isso para ela é muito rico. No banho, colocar sais com um monte cheiros, para ela é uma
festa. Pode colocar ela desde cedo para guardar as roupinhas dela, arrumar a caminha,
tudo isso faz sentido para essa criança.
A criança com excesso do elemento Ar pode explicar tudo para ela, porque ela
entende, não a faça de burra porque ela não é. Ela pergunta tudo e tem que responder. É
uma criança desde muito cedo sociável, é maldade mantê-la com pouco convívio, isolada,
sozinha, porque ela interage, faz grupo. Já Terra pode passar o dia na casa do amiguinho,
mas volta para dormir em casa, na caminha dela, no travesseiro dela, porque ela tem idéia
de estabilidade e o ritmo dela é de permanência.
E com o elemento Água essa criança desde bebezinha está com dor vai para o
banho, está com cólica vai para o banho, banho resolve os problemas dessa criança. Às
vezes tem criança que fica doente leva para Búzios e fica boa. A corrente do mar é
balsâmica, é curadora. Ou ao contrário, vai para Campinas na casa da avó e volta doente,
porque não tinha elemento água. É uma criança sensível, emotiva, chorona. E tem a coisa
do gosto e não gosto, se cismar com uma pessoa ninguém a faz dar beijo e se ela
simpatizar com uma pessoa tudo flui. A pessoa também é mais sossegada, precisa ficar
em alguns momentos passiva, sem se mexer muito. Água e Ar têm menos energia física.
Ela tem um sentimento de desintegração, os elementos conhecidos e familiares têm que

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estar compostos, o que ajuda a compor, a equilibrar um excesso de Água é Terra, com
rotina, uma vida planejada, horários.
O que ajuda um excesso de Ar é Fogo, tem que colocar ela na rua, puxar energia
do corpo, fazer ela brincar, se movimentar, colocar em ação, praticar um esporte, senão
fica no computador o tempo todo, muito parada, muito mental. Aí a criança fica excitada,
estimulada, falante. Tem que por as idéias em prática.
Uma terapêutica para a criança que tem pouca Água seria o próprio elemento, por
um motivo muito simples, o contato com a água vai amolecendo, relaxando e dando uma
sensação de plasticidade, de que não precisa de tanto esforço para fazer as coisas. A
sensação de fluência, de ficar um pouco quietinho e fazer parte. Sono, música, situações
menos ativas são terapias de água. A água integra. Água fica horas na banheira brincando
com patinho, sem precisar da situação estimulante.
Fogo e Água juntos são energias altamente subjetivas, tem que trabalhar as duas
energias, mas não são problemáticas. Tem que fazer esportes que ela goste (Fogo) e se
envolva (Água), os elementos não estão brigando, porque ela tem a capacidade de gostar
e se envolver em muitas coisas, o problema é Fogo e Terra ou Ar e Água. Porque Fogo é
uma energia de que “eu quero, eu consigo” e Terra é paciente, perseverante e tem que ter
os meios, quando se é criança isso é muito difícil, porque ela é impulsiva, quer resolver e a
Terra fala calma, cautela, não está na hora.
Quando se consegue o equilíbrio na fase adulta é porque um dos elementos cedeu,
um deles foi sacrificado para fazer o outro bem. No caso da criança que é Fogo e Terra
que não sabe optar por um dos dois, fazer essa distinção, ela vai precisar de movimento,
ação, impulso, mas tem a comidinha, o conforto, uma estrutura montada, tem que atender
os dois elementos. A criança Ar e Água vai ter uma sociabilidade, vai fazer perguntas, vai
querer saber de tudo, mas tem que tomar cuidado com as resposta porque ela magoada,
impressionada, ofendida, decepcionada, tem que explicar de um modo que não magoe,
não assuste.
Os ritmos cardinal, fixo e mutável não mudam ao longo da vida, é o seu ritmo. O
ritmo cardinal é uma criança que responde tudo de imediato, é uma energia de prontidão,
tem resposta para tudo, entra num colégio e de cara faz as amizades, mostra os
interesses, isso não vai melhorar, o melhor dela já está ali, já mostrou. O cardinal mostra a
performance dela de saída, não fica esperando, se não simpatiza com um esporte ela não
vai se acostumar, não vai gostar, não melhora com o tempo.
No ritmo fixo é o contrário, tem que dar uma chance para essa criança, pois o
melhor desempenho dela virá com o tempo, com a repetição, o estímulo. Ela vai começar
a mostrar desempenho no segundo semestre, não pode ser avaliada em um primeiro
momento, vai tirar notas baixas no começo e depois não vai ter mais, ela trabalha com
aquecimento.

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O ritmo mutável é no final do ano, na última semana de férias que ela começa a
curtir, é aquela que vai para a recuperação. Ela tem um desembaraço, entende o sentido
das coisas no final de tudo, da aula, das férias, da visita, da festa. Mas, em compensação
é a criança mais adaptável de todas, mudanças de casa, de escola, de endereço são
menos problemáticas para ela, deixar uma situação antiga para uma nova, ela faz essa
passagem bem, e às vezes até ajuda os irmãozinhos a encontrarem um ponto de apoio
nessa transição. Ela faz a ponte entre pais separados, ela transita bem entre os dois
mundos, o passado e o atual. Mas, deixa para fazer todas as coisas de última hora,
acumula tudo para o final do dia, aí é que ela esquenta.

Trânsitos

Em relação aos trânsitos passando pelo mapa de uma criança, pode muitas vezes
acontecer para os pais ou para os adultos responsáveis por ela, por exemplo, Saturno em
cima do Sol dela, o pai perde o emprego, Plutão quadrado Sol, o avô falece ou o pai
perde prestígio social, porque tem pouco assunto ainda para expressar a natureza daquele
planeta. Mas, de qualquer forma representa para ela uma perda, o avô que pode ter sido
importante para ela, desaparece, ou pai que perde status e prestígio e tem que mudar de
casa ou de cidade. Mas, não é causado por ela e não é diretamente para ela.
Mapas onde as crianças já tenham indicação de algum risco, Urano de 1, Plutão
de 1, Urano conjunto Sol, Plutão quadrado Marte, principalmente a casa 1 porque tem a
ver com corpo físico. Trânsitos para esta criança são indicações de risco físico para ela
própria, inclusive é uma criança que se põe em risco. Tem um impulso para o perigo muito
grande e como está na casa 1 é ela mesmo que está em risco.
Pode ser também a questão da violência, de acidente, atrai isso para ela, a figura
vulnerável é sempre quem tem planeta pesado na casa 1, o corpo está a mercê de uma
energia muito grave. Aí um trânsito muito cedo no mapa de uma criança que já tenha uma
indicação estrutural de risco vai disparar, pode dar uma doencinha, uma medicação que
deu errado. É questão de alertar os pais com as brincadeiras da criança, a alimentação e
etc. Para ela ser escolhida como manifestação daquele planeta o Ascendente tem que
estar envolvido. Até a criança domar essa energia, descobrir que existem riscos que ela
causa leva muito tempo de consciência. Plutão quadrado Marte é uma energia pesada,
mas não é diretamente com ela, o avô passa mal com ela sozinha em casa, assistiu o
porteiro ser atropelado.

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Lua Progredida

A Lua anda muito rápido por progressão então ela faz e desfaz aspectos, e às
vezes até pode mudar de signo quando a criança ainda é muito pequenininha, porque ela
anda 1 mês e 1 grau por progressão.
A criança que tem uma Lua a 28º de Sagitário, dois meses depois está com a Lua
progredida em Capricórnio, uma com a Lua no finalzinho da casa 12 em alguns meses
está com a Lua no Ascendente, o que dá uma melhora substancial para a criança.
Uma criança com a Lua quadrado Plutão, Lua oposto Saturno em poucos meses
pode desfazer aquele aspecto ou formá-lo, a criança tem uma Lua oposto Plutão, a Lua a
13º e Plutão a 17º, vai formar uma oposição exata no quarto mês e depois vai se desfazer.
Mas, numa quadratura/oposição aproximativa e não separativa, em poucos meses
forma o grau exato, e aí que vai se cristalizar, o fato vai acontecer. Por exemplo, a criança
tem a Lua quadrado Netuno no mapa natal aproximativo, estamos falando de uma
sensibilidade alérgica, principalmente de natureza alimentar, às vezes até a leite, essa
coisa da nutrição é muito sensível, quando isso chegar ao grau exato pode ter ali uma
intoxicação alimentar, reação a um produto, rejeição ao leite, a mãe para de amamentar e
o novo leite é ácido, ela vai levar isso para o resto da vida, mas pode experimentar um fato
muito cedo.
Lua quadrado Netuno também fala de uma mãe fraca, que não tem resistência, e
aí no quarto mês que a criança nasceu, a mãe pode adoecer, fazer uma operação.
Lua quadrado Urano tem o sono agitado, ela bruscamente rejeita um hábito, uma
alimentação. E esses acontecimentos da Lua geralmente se referem a mãe, até porque
nessa fase a mãe é a extensão da criança.
A criança tem a Lua quadrado Plutão no mapa natal e faz o grau exato na fase em
que a mãe volta a trabalhar, já sabe que isso vai ser brusco para a criança. Tem que
aconselhar essa mãe a voltar um pouco antes, colocar alguém aos poucos para a criança
se acostumar, mas não faça de uma vez, tem que tentar sempre amenizar. Ou pode
aparecer outra gravidez.
Então, a progressão da Lua é muito importante, porque em 9 meses/1 ano é muita
Lua que anda. É um fato que envolve a criança com a natureza do planeta, pode ser
alimentação, o sono, os hábitos, o afastamento da mãe, a mãe pode não estar bem e a
criança sente e etc.
Ás vezes o próprio mapa da criança avisa coisas para a família. Lua quadrado
Plutão, por exemplo, está alertando para tomar um cuidado maior com segurança dentro
de casa, com pessoas que freqüentam a casa. Uma das manifestações desse aspecto é
roubo.
No mapa de gêmeos, tem que interpretar um mapa, porque as crianças nascem no
mesmo dia, na mesma hora, então é um mapa partilhado por esses mesmos seres. Essas

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crianças acabam dividindo o mapa, apropriando aspectos da personalidade de maneiras
diferentes, mas que compõem o mesmo mapa. Então, uma casa 1 cheia de planetas em
Fogo, e uma Lua quadrado Saturno em Capricórnio, vai ter uma séria, responsável, que
a mãe vai depositar confiança desde cedo, e tem outro que vai ser farrista, vai tomar a
frente de todo mundo, ser extrovertido. Isso é aleatório, quem tem afinidade ou pega um
pedaço, se identifica, vai constelando.
E não dá para fazer um pedaço do planeta, a criança que caiu com Plutão/Vênus é
a mais questionadora, investigadora, mais atenta aos problemas afetivos da casa, ela
também é a mais erotizada, mais envolvente, ciumenta, ela não fica com apenas uma
nuance do planeta. Tem também a divisão do símbolo, um signo solar taurino ou
Ascendente em Touro, enquanto um irmão desde cedo é esteta, vaidoso, tem bom gosto,
se perfuma desde pequeno, o outro é preguiçoso, guloso, gordinho, dividem as qualidades
do signo.
O Sol, a Lua ou o Ascendente em Câncer, uma vai ser mais ligada a família,
dependente da mãe, a outra vai arrumar a casa, conservar suas bonecas, guardar
fotografias, porque o símbolo tem muito atributos. Uma pessoa nunca tem 100% de um
signo.
No mapa de irmãos já vemos elementos comuns que são da família, são
constelações familiares, tem um irmão que Sol/Saturno e outro que é Mercúrio quadrado
Netuno, por quê? O pai tem Netuno no Ascendente e a mãe tem Saturno no
Ascendente, é a marca da família. Então, no caso dos gêmeos eles fazem essa divisão de
maneira muito mais nítida, categórica, simplificada.

Estudo de Mapa

Exemplo 1: Um menino nascido em 16 de maio de 2006 às 19:47h no Rio de


janeiro. Ele tem o Ascendente em Capricórnio, Lua em Capricórnio na casa 1, Palas
em Capricórnio na casa 1 e o Sol conjunto a Mercúrio na casa 6. Dominância em
Terra.
A mãe tem o signo solar em Câncer, Lua em Áries em conjunção a Vênus do
menino. O pai é Sol em Escorpião, Lua em Touro em conjunção com o Sol do menino, e
Ascendente em Capricórnio.
É fundamental ter informações sobre os pais para ler o mapa da criança. Esse
menino, por exemplo, com esse pai vai um mel com açúcar. O mapa da criança diz que os
pais podem se separar, Lua de casa 1 oposto a Marte de casa 7, a casa 7 no mapa da
criança é o casamento dos pais. Estes pais brigam, não tem harmonia durante a infância, o
risco de o casamento desandar durante a infância é muito grande.
E essa Vênus faz um T-Square, Vênus em Áries na casa 4 quadrado com Marte
na casa 7, quadrado com a Lua de casa 1, o clima familiar afetivo deste casal é tenso,

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isoladamente os pais com a criança tem uma coisa muito boa. E em poucos anos o Plutão
vai atravessar o Ascendente, que pode ser um momento crítico, de perdas, separações,
crises. Que existe uma tensão amorosa, familiar, entre o casal e tem que tomar cuidado
em determinada data. Geralmente Lua oposto a Marte, fala de uma irritação, por tudo sai
uma briguinha, uma predisposição a se indispor, brigar, a não resolver as coisas
harmonicamente, que vai desgastando a afetividade. Essa tensão já existia, senão a
criança nascia com esse mapa.
Em 8 meses já tem uma situação mais crítica, que pode ser uma briga. A mãe é um
pouco chefe da casa, Lua na casa 1, ela é muito bem sucedida profissionalmente, uma
advogada de primeira linha, muito bem remunerada e acabou de montar o próprio
escritório. Pouco antes da criança nascer ela saiu de uma sociedade, se indispôs, brigou
para conseguir essa autonomia e montou o espaço dela no meio da gravidez. Então,
estamos falando de uma mãe ativa, empreendedora, produtiva, audaciosa, e o pai mais
paradão (Touro). É um pai amoroso, hedonista, que sabe curtir a vida, não é ambicioso
como ela, não é muito disciplinador, mas como bom escorpiano tem o gênio forte, é
gerador de crises e conflitos.
O Sol quadrado Netuno indica um pai mais fragilizado e a mãe é guerreira, bem
sucedida e muito articulada com o mundo material, dos negócios, das aquisições. Mas, o
pai não é um homem submisso, é brigão, provocador, gerador de desafios e conflitos
permanentemente, o elemento provocador é ele, mas ela não ameniza nada.
O menino com poucos dias de nascido apresentou um refluxo da alimentação, e ele
chora, grita, sente dores violentas, é a Lua em Capricórnio oposto a Marte, tem uma
irritação, uma ulceração, um ferimento digestivo e a mãe é bastante angustiada,
preocupada com essa situação da criança, que tende a se desfazer quando a Lua
desfizer a quadratura com Vênus, vai ter uma amenizada nessa questão digestiva, vai
durar uns 4 meses.
Ela parou de amamentar e o leito novo tem o PH mais ácido e piorou a
fermentação, a criança tem o estado bem crítico após cada alimentação. Essa interrupção
da amamentação é Lua/Marte.
A mãe trabalhou demais durante a gravidez, teve muita briga, foi muito perturbada,
teve muito conflito nos últimos 4 meses da gravidez. Pelo que a mãe passou até que as
conseqüências para a criança não forma tão graves.
Interessante também essa Lua/Palas, porque a mãe é advogada e é bem
renomada, bem conceituada, e Palas é a guerreira justa, está ligada a profissão de
advocacia, direito e arquitetura.
Nesse período crítico da criança, como tem essa Lua oposto a Marte, esse
refluxo, essa dor, essa inconveniência, sugeri brandamente que agitassem o mínimo
possível essa criança, primeiro ela tem um Sol em Touro na casa 6, que já fala para
deixar a coisa mais regular, mais igual, pelo menos até ela estar em melhores condições

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de saúde. O Sol na casa 6 em Touro fala de uma rotina, um sistema, uma repetição das
atividades, fazer as coisas com vagarosidade, com calma, com conforto, de maneira
agradável.
O Sol quadrado Netuno pode falar na infância de uma vitalidade baixa, qualquer
coisa pega uma gripe, uma infecção, baixa resistência imunológica. Vai ser mais
acomodada, preguiçosa por causa da quadratura com Netuno. Essa criança tem que ter
tudo na mão, muito organizado, facilitado e organizado senão ela perde muito tempo e
acaba se desinteressando de fazer as coisas, se tiver que pegar o dever que está lá na
sala, tiver que procurar o tênis, já é um problema, porque ela se desorienta.
Ela tem uma casa 3 forte, interessante, importante, Netuno, Ceres e Urano de
casa 3. A parte relacional é muito boa para essa criança, Urano de casa 3 trígono Marte
de casa 7 e trígono Júpiter de casa 11, a parte dos coleguinhas, da turma, participar de
grupos, ser motivado, favorecido pelas pessoas em torno dela. É inteligente por causa
desse Urano de casa 3, pega as coisas rápidas, pode ter um pouquinho de distração
inicial devido ao Netuno de casa 3, mas se prestar atenção pegas as coisa muito
rapidamente. Uma vez focado, uma vez localizado, Urano, mas se tiver barulho ela se
dispersa, sai do foco.
O Saturno de casa 8 enfatiza a questão de não gostar muito de mudanças,
variações, porque a casa 8 fala de transformações, situações críticas.
Ela tem o Ascendente em Capricórnio e a casa 2 em Capricórnio, então está
muito fortalecida essa característica de Capricórnio que deve vir pelo lado da mãe, que é
uma coisa da disciplina, de educação, horário, responsabilidade. E também a coisa do
fazer, do produzir, se entreter com as coisas concretas e materiais. Indica que a pessoa
tem habilidade, aptidão, facilidade, ou faz bem a ela todo esse contato com o mundo da
forma, do concreto, do objeto, ensinar na prática.
Mesmo o signo de Touro interceptado, a criança tem Mercúrio e o Sol em Touro,
então a vibração deste signo está muito forte. Touro está interceptado na casa 5 e não no
signo. A mesma coisa com Escorpião, pois tem o Júpiter lá dentro. Touro é sensualidade,
conforto, prazer dos sentidos, para ter idéia do que isto precisa de um planeta ou de uma
casa, e nesse caso tem um planetão. Quem dá a sensorialidade são os signos de Terra.
Sensibilidade a dor é o elemento Água, porque não tem corpo. Quando Touro diz que lá
estava muito abafado, é porque estava abafado. Água viu a injeção e já está chorando,
porque é a imaginação daquela dor que nunca virá.
Essa criança tem um Plutão de casa 12 e já sabemos que planetas e signos na
casa 12 descrevem o ambiente na fase gestacional, não está angular, pois está a 7º, e
pelo que sei da história é um Plutão de casa 12. O que aconteceu durante a gravidez
dessa criança foram todos os tipos de embate. E o pai tenta defender a imagem dele,
porque se ele for narrado, vai ser distorcido, tiveram fatos que não correspondiam.

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Visualização do Mapa Natal:

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