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EBD - A Páscoa - Êxodo 12

OBJETIVOS

• Explicar a importância da Páscoa.


• Destacar a proteção pelo sangue.
• Receber a libertação de Cristo.

TEXTO CENTRAL DA LIÇÃO - “O sangue vos será por sinal nas casas em que
estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós
pragas destruidoras, quando eu ferir a terra do Egito.” Êx 12.13

LEITURA BÍBLICA PARA ESTUDO - Êxodo 12.1-17

VERDADE PRÁTICA - A Páscoa é a cerimônia que melhor prefigura a pessoa e


obra de Cristo.

INTRODUÇÃO
I- A INSTITUIÇÃO DA PÁSCOA Êx 12.2-8
II- O CORDEIRO PASCAL Êx 12.5-13
III- ENSINAMENTOS Êx 12.3-14

INTRODUÇÃO -O capítulo 12 de Êxodo é o mais longo em versículos e também o


mais importante de todo o livro e, talvez, de todo o Antigo Testamento.

I- A INSTITUIÇÃO DA PÁSCOA (Êx 12.2-8)

1- Um novo começo (Êx 12.2) “Este mês vos será o principal dos meses; será o
primeiro mês do ano.”
A Páscoa inaugura um novo calendário para Israel. Desde então eles convivem
com dois calendários, um civil e outro religioso. A Páscoa significava o começo da
nação. Ela nos mostra um novo começo, um novo calendário, um novo
compromisso, uma nova jornada e um novo destino. lsso ilustra de modo simples
a vida do cristão. Ser cristão e deixar o “Egito” e começar a caminhar como um
ser livre rumo a Canaã celestial. A partir daquele momento a história de Israel
seria outra. A Páscoa foi um divisor de águas, assim como é a conversão na vida
do verdadeiro cristão (2Co 5.17).

2- O tempo e o modo de Deus (Êx 12.3) “Falai a toda a congregação de Israel,


dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa
dos pais, um cordeiro para cada Família.”
A Páscoa representa a saída de Israel do . Deus escolheu Israel e os tirou do Egito.
Deus intencional e soberanamente decidiu escolher Israel para ser o seu povo e
através desse povo trazer o Messias.

Não foi porque fossem maiores em números (Dt 7.7). Tampouco foi por sua
santidade pessoal. Logo após sair do Egito, Israel prova ser um povo complicado e
desobediente. Isso é confirmado posteriormente pelo próprio Deus quando Israel
está próximo de entrar na terra de Canaã: “desde o dia que saístes do Egito, até
que chegastes a este lugar, fostes rebeldes contra o Senhor.” (Dt 9.7). Deus,
voluntária e graciosamente os amou, apesar dos seus deméritos. O mesmo
ocorreu conosco em Cristo. A história do Êxodo e a história de todos nós.

3- Os elementos da Páscoa (Êx 12.8) “Naquela noite, comerão a carne assada no


Fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão.“
Deus mesmo estabeleceu como a Páscoa deveria ser celebrada. Era uma refeição
composta de três elementos essenciais: o cordeiro assado, os pães ázimos e as
ervas amargas. Em Êxodo 12 temos a expressão “comer” 18 vezes. É muito
comum, nas Escrituras, essa relação entre adoração e alimentação. As duas coisas
são muito associadas, especialmente no Antigo Testamento. O Cordeiro deveria
ser separado quatro dias antes, possivelmente para que fosse melhor observado
evitando sacrificar um animal fora das especificações: (12.4).

Qualquer sobra do cordeiro deveria ser queimada. Era um alimento tão especial
que jamais poderia ser tratado ou confundido com uma comida comum. Os pães
ázimos ou asmos eram pães não fermentados relembrando aquela noite em que
Israel saiu com tanta pressa que a sua massa de pão não teve tempo de crescer. O
fermento geralmente é símbolo de impureza, pecado oculto, falso ensino (Mt 16.6-
12), e vida pecaminosa (1 Co 5.6-8). Ele fica escondido, trabalha silenciosa e
secretamente. Começa pequeno, mas espalha-se e cresce. As ervas amargas eram
um símbolo da escravidão amarga no Egito. Mesmo assim, posteriormente o povo
esqueceu da amargura da servidão e quiseram voltar. Foi uma refeição feita às
pressas, pois deveriam estar prontos para sair do Egito. Por fim, convém lembrar
que somente o povo de Israel ou gentios convertidos e circuncidados ao Deus
verdadeiro poderiam participar da cerimônia solene (12.43-48).

II- O CORDEIRO PASCAL (Êx 12.5-13)

A diferença entre a morte e a vida foi o sangue do Cordeiro.

1- Sem defeitos (Ex 12.5) “O cordeiro será sem defeito, macho de um ano;
podereis tomar um cordeiro ou um cabrito.”
O animal tinha que ser sem falhas. Uma referência a Cristo. A palavra hebraica
significa perfeito, inteiro, sem deficiência e sem mancha. Ela normalmente é tra-
duzida como “sem defeito” nas descrições dos sacrifícios oferecidos a Deus pelos
israelitas. Deus ensinou seu povo a separar os melhores animais para seus
sacrifícios. Se oferecessem um animal doente, machucado ou defeituoso, seriam
rejeitados pelo Senhor. Mas há um sentido maior além de oferecer a Deus o
melhor.

A ideia principal é que o único sacrifício que pode pagar o pecado é um


sacrifício perfeito e de alguém puro. Deus não aceita menos que isso. Somente o
perfeito pode remir o imperfeito. Apenas alguém perfeito e santo poderia
substituir o pecador. Isso nos coloca num impasse. Onde estaria esse ser?
Nenhum de nós serviria. Não temos qualificação. Mas um dia alguém veio,
nasceu e viveu sem pecados por toda a vida e morreu no nosso lugar (1Pe 1.18).
Jesus é o Cordeiro Perfeito. Exatamente por ser perfeito, o sacrifício de Cristo
tornou desnecessário qualquer outro sacrifício.

2- O sangue nas portas (Êx 12.7) “Tomarão do sangue e o porão em ambas as


ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem.”
Páscoa significa “passar por cima” ou “passar sobre”. Eles deviam espargir
sangue sobre as portas, tanto em cima coma dos lados. A casa onde não houvesse
sangue estaria a mercê do destruidor. Somente a casa marcada com sangue
estaria protegida. Sem derramamento de sangue não há remissão de pecados (Hb
9.22). É importante entender que os israelitas também corriam perigo.
Diferentemente das pragas anteriores, quando a distinção e proteção do povo
hebreu foi pré determinada por Deus, dessa vez a proteção não seria automática.
Algo precisava ser feito. Era necessário sangue nas portas.

Nos lembra que não foi a vida do cordeiro que salvou o povo, mas sim a sua
morte. A ira de Deus se manifestaria de um modo intenso e nunca vista contra o
pecado e os israelitas também eram pecadores. Um substituto seria necessário.
Não bastava ser de Israel segundo a carne, era necessário sangue nas portas. Isso
vale para nós hoje. Ninguém é salvo para ser membro de uma igreja ou porque
participa do culto e canta no louvor. É necessário estar debaixo do sangue de
Cristo. Sem isso não há salvação. Você está?

3- Símbolo de Cristo (Êx 12.13) “O sangue vos será por sinal nas casas em que
estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós pragas
destruidoras, quando eu ferir a terra do Egito.”
A Páscoa judaica era uma profecia factual, que se cumpriu em Cristo. Houve
profecias verbais, profecias simbólicas e factuais no Antigo Testamento. O
cordeiro (ou cabrito) preci sava ser macho. Esse detalhe não pode passar
despercebido. Por que simbolizava aquele que na plenitude do tempo viria como
segundo Adão. O novo Adão viria e, diferente do primeiro, traria vida e não
morte. Também não poderia ter seus ossos triturados ou esmagados (Ex 12.46).
Para isso era assado e não cozido. Outro símbolo do sacrifício de Cristo é que o
cordeiro deveria ser inteiramente consumido. O que sobrasse, seria queimado.
Jesus entregou totalmente sua vida na cruz do Calvário, consumando a obra da
salvação, totalmente consumida em favor da humanidade. Deus providenciou e
ofereceu o que Ele mesmo exigia.

III- ENSINAMENTOS (Êx 12.3-14)

O Êxodo de Israel na noite da Páscoa é uma poderosa, dramática e eficaz obra de


salvação. Salvação é Deus fazendo por nós o que nós mesmos jamais poderíamos
fazer.

1- A salvação da família (Êx 12.3) “Falai a toda a congregação de Israel,


dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa
dos pais, um cordeiro para cada família.”
A Páscoa tinha um caráter coletivo e familiar. Era para ser celebrada em família.
Ninguém deveria fazê-lo sozinho. Isso trazia e traz implicações diretas da
necessidade de diligência por parte dos pais. Nenhum primogênito poderia estar
fora de casa naquela noite. A família toda precisava estar debaixo do sangue do
Cordeiro (v. 7). A família toda precisava se alimentar do Cordeiro (v. 8). A família
toda precisava celebrar este memorial nas suas gerações futuras (v. 14). A família
toda precisa ter o compromisso de ensinar seus filhos sobre o significado da
Páscoa (v. 26-27). Quando os filhos futuramente perguntassem a razão daquilo os
pais poderiam então lhes dizer claramente: “Essa é a Páscoa do Senhor, filho.”

2- Um memorial (Êx 12.14) “Este dia vos será por memorial, e o celebrareis com
a solenidade ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.”
Todos nós temos a tendência de esquecermos as coisas, inclusive importantes.
Sabendo disso, Deus estabeleceu um memorial para que Israel nunca esquecesse
da sua saída do Egito. O Êxodo não foi um evento qualquer e não podia cair no
esquecimento. Israel não poderia nunca esquecer a miserável vida de escravidão
e opressão do Egito. Inclusive, depois de entrar na posse da terra e desfrutarem
de bençãos sem medidas, deveriam continuar celebrando a Páscoa. Quantos hoje
que, tendo conhecido a Cristo e vibrado cheios de alegria e gratidão pelo que Ele
fez, com o passar do tempo acomodam-se, esfriam na fé e querem voltar ao
“Egito” como se lá nossa vida tivesse sido melhor.

Por isso a Páscoa era uma cerimônia memorial que deveria ser repetida
anualmente. Quando alguém é instado a fazer algo com frequência é levado a
lembrar. Essa é a mesma razão pela qual os cristãos celebram a Ceia Memorial do
Senhor. Todos nós precisamos ser lembrados do que Cristo fez. Não podemos nos
esquecer do nosso Cordeiro. Nós, cristãos, não celebramos a Páscoa judaica. Ela
se cumpriu em Cristo e foi substituída pela Ceia Memorial onde relembramos o
que ele fez. A igreja tem um novo e maior memorial, a Ceia do Senhor.

3- Obediência e fé (Êx 12.11) “Desta maneira o comereis: lombos cingidos,


sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-ei à pressa; é a Páscoa do Senhor.”
Aquilo que Deus faz por nós é graça. O que fazemos para Ele é Obediência. Não
há obediência se não houver fé. O autor de Hebreus deixa claríssimo que foi
necessário para Moisés fazer isso: “Pela Fé celebrou a Páscoa e a aspersão do
sangue, para que o destruidor dos primogênitos não os tocasse” (Hb 11.28). Será
que Deus cumpriria a sua parte? As casas com sangue estariam mesmo
protegidas? A resposta a isso é fé. Eles teriam que crer. Imagine o que aconteceria
se alguém dissesse: “Não concordo com isso. Não vou fazer.” “Não quero que o
sangue seja passado na frente da casa, vamos passá-lo lá atrás, ou por dentro da
casa, onde ninguém possa ver”. “Não que em que minha casa seja diferente das
casas dos egípcios.” O juízo de Deus estava chegando sobre o pecado e a única
forma de proteção seria obedecer as instruções conforme Deus dissera a Moisés.
Não é por méritos, não é por obras, é pela fé. Se não cressem, não fariam e se não
fizessem pereceriam.

APLICAÇÃO PESSOAL

Vivamos como verdadeiros filhos de Deus, considerando que somos herdeiros


de uma melhor e maior aliança no sangue de Cristo.

RESPONDA

1) Quais os três elementos essenciais que faziam parte da Páscoa? R. O


cordeiro, os pães ázimos e a erva amarga.
2) Porque o Cordeiro deveria ser macho e sem defeito? R. Porque ele era uma
figura do Cristo sem pecado.
3) Qual o significado da palavra Páscoa? R. Passar por cima.

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