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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE FARMÁCIA

Beatriz Alves Assis

Nanocosmetotecnologia: principais nanoestruturas


e suas aplicações

São Paulo
2018
Beatriz Alves Assis – 4142343-7

Trabalho de Conclusão de Curso

Nanocosmetotecnologia: principais nanoestruturas e suas


aplicações

Trabalho de Conclusão de Curso da


Graduação do curso de Farmácia da
Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Orientador: Prof. Dr. Marcelo
Guimarães.

São Paulo
2018
BEATRIZ ALVES ASSIS

NANOCOSMETOTECNOLOGIA: PRINCIPAIS NANOESTRUTURAS E SUAS


APLICAÇÕES

Monografia interdisciplinar de
graduação apresentada ao curso de
Farmácia da Universidade
Presbiteriana Mackenzie de São
Paulo para obtenção de grau de
bacharel em Farmácia.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________
Prof. Dr. Marcelo Guimarães – Orientador
Universidade Presbiteriana Mackenzie

_____________________________________________
Prof.ª Dra. Ana Paula Pimentel Costa
Universidade Presbiteriana Mackenzie

_______________________________________________
Prof. Dr. Roberto Rodrigues Ribeiro
Universidade Presbiteriana Mackenzie

São Paulo
2018
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais, Marcia e Mario pela dedicação sem
fim, pelas broncas, cobranças e incentivo. Sem eles nada disso seria possível e não
tem como não ser eternamente grata. Amo muito vocês!
Ao meu irmão, Amilcar, que mesmo de longe participou desta trajetória e me
ajudou muito, principalmente nos primeiros passos deste longo caminho.
Por fim, agradeço ao professor e orientador Marcelo Guimarães, pelos
ensinamentos dados, pela paciência e pela disponibilidade.
DEDICATÓRIA

Dedico ao meu amado namorado Bruno, que sem ele esse trabalho não teria
a mesma forma e muito menos o mesmo prazer em ser feito. Porque mesmo
trabalhando nos divertimos e tornamos todo este processo mais leve.
Obrigada por me apoiar e me ajudar em mais esta conquista, e que venham
todas as próximas.
“Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma oportunidade
invejável para aprender a conhecer a influência libertadora da beleza do reino do
espírito, para seu próprio prazer pessoal e para proveito da comunidade à qual seu
futuro trabalho pertencer.”
Albert Einstein
Resumo

A Nanotecnologia é uma ciência atual e que abrange diversas áreas como


engenharias, indústria têxtil, farmacêutica e hospitalar, e também a indústria
cosmética. Muitos estudos referentes a essa tecnologia vêm sendo realizados de
forma acelerada e ainda há muitos aspectos a serem explorados.
A utilização dessa tecnologia em produtos cosméticos traz diversos benefícios
e vantagens em relação à permeação do produto pela pele, rompendo a barreira do
estrato córneo, permitindo que as pequenas partículas contendo o ativo atinjam
camadas mais profundas, intensificando a ação proposta pelo produto; também
melhora a estabilidade, fazendo com que componentes que antes se mostravam
instáveis, agora conseguem se manter em sistemas homogêneos por mais tempo,
estendendo a validade dos produtos; também apresenta benefícios relacionados à
diminuição da quantidade de ativos para que o produto possa obter o resultado
prometido de forma satisfatória, além de, com isso, diminuir efeitos tóxicos e reações
alérgicas que antes eram causadas devido a alta concentração desses compostos.
Este trabalho é um estudo bibliográfico que tem por finalidade apontar e
estudar a utilização de nanopartículas em produtos cosméticos, bem como as
vantagens e desvantagens associadas.

Palavras-chave: pele, nanotecnologia, cosméticos, nanopartículas, nanopartículas


poliméricas, nanopartículas lipídicas, lipossomas, niossomas, etossomas, micelas,
fulerenos.
Abstract

Nanotechnology is a current science that embraces several areas, such as


engineering, textile, pharmaceutical and hospital, and the cosmetic field. Increasingly,
the area has been covered in a lot of studies and there is still a vast number of aspects
to be researched.
The cosmetics usage of such technology brings improvement when it comes to
permeation of the products by the skin, passing through the SC (stratum corneum),
and allowing the small particles to get to the deeper layers, increasing the power of
action of the products. They also improve consistency, allowing products that were
unstable before, now can better fixate and extend the expiration date. Besides that,
there is improvement related to the amount of compounds needed to obtain the same
results and even decreasing toxic collateral effects.
The present study is a literature review that aims to point and study the usage
of nanoparticles in the cosmetic industry, such as its advantages and disadvantages.

Key-words: skin, nanotechnology, cosmetics, nanoparticles, polimeric nanoparticles,


lipidic nanoparticles, liposomes, niosomes, ethosomes, micelles, fullerenes.
Lista de Tabelas

Tabela 1. Principais características e aplicações das nanoestruturas 27

Tabela 2. Principais vantagens e desvantagens das nanoestruturas 27


Lista de figuras

Figura 1. Esquema representativo das camadas da epiderme. 5


Figura 2. Métodos de produção de nanopartículas: top-down e bottom-up. 9
Figura 3. Representação esquemática do corte transversal de nanocápsulas. 10
Figura 4. Representação esquemática do corte transversal de nanoesferas. 10
Figura 5. Diferenças estruturais entre SLN e NLC. 13
Figura 6. Estrutura esquemática do lipossoma indicando o posicionamento do
fármaco de acordo com a sua afinidade. 15
Figura 7. Estrutura do Niossoma. 17
Figura 8. Representação estrutural do Etossoma. 19
Figura 9. Estrutura da micela normal e micela reversa. 21
Figura 10. Estrutura do fulereno. 22
Sumário

1. Introdução.......................................................................................................... 1
2. Objetivos............................................................................................................ 3
3. Metodologia ...................................................................................................... 4
4. Revisão Bibliográfica ...................................................................................... 5
4.1. Pele ..................................................................................................... 5
4.2. Promotores de permeação (enhancers) .............................................. 6
4.3. Nanotecnologia ………………………………………………………....…. 7
4.3.1 Principais Nanoestruturas .................................................................. 9
4.3.1.1 Nanopartículas poliméricas ............................................................. 9
4.3.1.2 Nanopartículas lipídicas ................................................................. 12
4.3.1.3 Lipossomas......................................................................................15
4.3.1.4 Niossomas........................................................................................17
4.3.1.5 Etossomas........................................................................................18
4.3.1.6 Micelas............................................................................................ 20
4.3.1.7 Fulerenos........................................................................................ 22
5. Discussão............................................................……………………………….. 24
6. Conclusão ........................................................................................................ 28
7. Referências Bibliográficas.............................................................................. 29
1

1. Introdução

A pele, como órgão, representa uma barreira à penetração de substâncias,


principalmente o estrato córneo, limitando a disponibilidade tópica e transdérmica. Ao
estudar as características de absorção, é notável que substâncias de menor peso
molecular e de alta lipofilicidade, como algumas nanopartículas, permeiem com mais
facilidade através da pele (BENSON, 2005).
Nanopartículas são sistemas formados geralmente por polímeros
biodegradáveis, sintéticos ou naturais e têm sido empregadas em vários segmentos
tecnológicos e biomédicos pela facilidade de controle das estruturas químicas, das
funcionalidades de superfície e do diâmetro das partículas (AKAGI et al., 2007). O
limite máximo de tamanho de uma nanoestrutura é de até 1000 nm, mas geralmente,
na área farmacêutica, são obtidas estruturas que apresentam diâmetro entre 100 e
300 nm (FRONZA, 2006).
Algumas características físico-químicas são fundamentais para a estabilidade
de um sistema, como por exemplo, o tamanho de partícula. Este é um parâmetro
importante no controle de qualidade, pois a estabilidade física das dispersões
depende do tamanho de partícula e sua distribuição. A tendência à sedimentação de
uma suspensão de nanocápsulas pode ser monitorada através da determinação do
tamanho médio de partícula e da sua distribuição (PAESE, 2008).
Quando uma substância cosmética ou farmacológica é aplicada na pele,
apenas uma fração da dose atinge o tecido-alvo, sendo a maior parte desperdiçada,
devido à impermeabilidade parcial deste órgão. Atualmente, existem vários sistemas
de veiculação de substâncias que ajudam a ultrapassar a pele (ANTUNES, 2016).
Os sistemas nanoparticulados possuem características vantajosas, entre as
quais se destacam a capacidade de proteção de compostos lábeis contra degradação
química e a atuação como agentes oclusivos (que aumenta a quantidade de água na
pele, promovendo hidratação local). Na pele, nanocarreadores possibilitam um
aumento do contato de células ativas com o estrato córneo, que além de facilitar sua
formulação em produtos dermatológicos, propiciam confortável aplicação cutânea
(PAESE, 2008).
2

Ainda em relação aos sistemas nanoparticulados, eles atuam como


carreadores, modificando e controlando o perfil de liberação e permeação. Sendo
assim, a liberação imediata permite melhorar a penetração do ativo e a liberação
sustentada mantém a ação terapêutica por um período prolongado (GUIMARÃES,
2015).
Existem alguns fatores negativos relacionados às nanopartículas, tais como o
alto custo de fabricação e dificuldade de implementação dos processos por parte da
indústria. De uma forma geral, as desvantagens se dão porque alguns aspetos
relativos a esta tecnologia inovadora ainda não foram investigados com a
profundidade e especificidade necessárias. Só com o evoluir das pesquisas e com o
avançar das investigações se chegarão a desvantagens mais específicas
(CARVALHO, 2018).
O mercado cosmético é muito dinâmico e renova constantemente os seus
produtos, variando as tendências. A utilização da nanotecnologia surge como
estratégia para potencializar a permeação e eficácia de princípios ativos contidos nos
cosméticos o que vem permitindo que ao longo dos anos a indústria cosmética invista
cada vez mais no desenvolvimento de produtos que contenham esse diferencial, além
da redução de doses, odores e riscos de irritação, também melhora a estabilidade
(podendo aumentar o prazo de validade de produtos). Apresenta-se como importante
tendência na utilização de ativos e materiais encapsulados em aplicações cosméticas.
Embora o mercado seja promissor, ainda é ampla a discussão acerca desta
tecnologia (ALENCAR, 2017).
A relevância do tema se dá porque muitos ativos naturais pesquisados
ultimamente são compostos instáveis, podendo sofrer reações que levam à
diminuição ou perda de eficácia e até mesmo a degradação do produto. Por isso,
novas tecnologias vêm sendo propostas para melhorar o desempenho dos produtos
cosméticos e sua aceitação pelo consumidor. Uma alternativa para aumentar a
estabilidade e, ainda, permitir a liberação controlada é o encapsulamento das
substâncias ativas através de técnicas que envolvem a Nanotecnologia. (DAUDT,
2013).
3

2. Objetivos

Realizar o levantamento bibliográfico sobre Nanocosmetotecnologia, ou seja,


sobre a área da Nanotecnologia aplicada à Cosmetologia, com ênfase na
classificação, terminologia e principais empregos das nanoestruturas apresentadas.
4

3. Metodologia

O trabalho baseou-se em uma revisão bibliográfica, utilizando principalmente


a ferramenta Google Scholar e a base de dados Teses da USP. A pesquisa foi
realizada no período de Agosto/2018 a Novembro/2018. Foram escolhidas 23 fontes
publicadas entre artigos de revistas, livros e legislação, além de 26 teses e
dissertações.
Para a realização desse trabalho, as palavras-chave utilizadas foram: pele,
nanotecnologia, enhancers, nanopartículas poliméricas, nanopartículas lipídicas,
lipossomas, etossomas, niossomas, micelas, fulerenos, cosméticos.
5

4. Revisão Bibliográfica

4.1 Pele

A pele, ou tecido cutâneo, reveste e molda o corpo e assegura as relações


entre o meio interior e exterior. É considerado o maior órgão do corpo humano,
compreendendo aproximadamente 5% de seu peso corporal. Apresenta-se
constituída de três camadas: a epiderme, formada por epitélio pavimentoso
estratificado; a derme, por tecido conjuntivo denso e a hipoderme, rica em tecido
conjuntivo adiposo, de acordo com a figura 1 (MAIA, 2002).

Figura 1: Esquema representativo das camadas da epiderme (MOURA, 2017).

Na epiderme, a camada mais externa, são encontrados os queratinócitos,


melanócitos, células de Langerhans e de Merkel. Os queratinócitos são as células
predominantes na epiderme, constituindo 80% das células desta camada. Os
melanócitos correspondem a 13% da população celular e são responsáveis pela
produção de melanina, enquanto, as células de Langerhans são responsáveis pelo
sistema imune cutâneo representando 4% do número total. As células de Merkel são
receptoras para o tato e correspondem a 3% da população celular epidérmica. A
epiderme apresenta estratos que recebem o nome de acordo com o formato de suas
6

células, sendo classificados da derme em direção ao meio externo (epiderme) como


estratos basal, espinhoso, granuloso e córneo (MOURA, 2017).
De acordo com Maia (2002), a camada basal é formada por uma fileira de
células cilíndricas dispostas sobre a lâmina basal que separa a epiderme da derme.
Na camada espinhosa, as células começam a se achatar e tornam-se poliédricas. Já
na camada granulosa, há células losangulares contendo grãos de queratoialina. Por
fim, a camada córnea é formada por células mortas, anucleadas, constituídas por uma
proteína fibrosa (queratina), exerce ação protetora que impede a entrada de
microrganismos e agentes tóxicos, apresenta propriedade de retenção de água e
eletrólitos. As camadas mais superficiais do estrato córneo apresentam-se em
processo de descamação contínua.
A pele é um órgão dotado de um efeito barreira notável, que pode comprometer
a administração de moléculas farmacológica/cosmetologicamente ativas no alvo.
Assim, é evidente a necessidade de conhecer a constituição da pele, pois a
permeabilidade cutânea de substâncias é um desafio que só pode ser conseguido
através da preparação de formulações capazes de ultrapassar essa mesma barreira
(GONÇALVES, 2014).
Desde que a barreira consiga ser ultrapassada, a pele é uma ótima opção para
a administração de fármacos. Uma vez que o estrato córneo seja ultrapassado, as
moléculas penetram pela epiderme e derme até alcançar a corrente sanguínea
(CARPENTIERI-RODRIGUES; ZANLUCHI; GREBOGI, 2007).
As vantagens da via transdérmica de administração de fármacos incluem
diminuir as variações plasmáticas de fármaco, diminuir a frequência de administração,
anular a variabilidade da absorção oral, anular o metabolismo pré-sistêmico (efeito de
primeira passagem), possibilidade imediata de interromper a administração e
constituir-se em boa alternativa à via intravenosa (MARTINS; VEIGA, 2002).

4.2 Promotores de permeação (enhancers)

Os promotores de permeação são compostos químicos farmacologicamente


inativos, mas que podem permear ou interagir com constituintes do estrato córneo e,
deste modo, diminuir a resistência da pele à difusão do fármaco. O promotor de
permeação ideal apresenta as seguintes caraterísticas: farmacologicamente inerte,
não-tóxico, de ação imediata, não-irritante, não alérgico, de ação reversível, química
7

e fisicamente compatível com o fármaco e excipientes, aceitável cosmeticamente,


inodoro, insípido, incolor, acessível e com boas propriedades solventes (MARTINS;
VEIGA, 2002).
Ainda segundo Carpentieri-Rodrigues e colaboradores (2007), há uma variedade
de substâncias classificadas como facilitadores de absorção (chamados enhancers,
ou potencializadores - em livre tradução do inglês), sendo alguns deles alcoóis,
compostos não polares, uréia e seus derivados cíclicos, pirrolidonas, ciclodextrinas,
tensoativos, entre outros. Alguns deles apresentam uma relação direta com sua
toxicidade, portanto podem ocasionalmente provocar efeitos adversos.
O mecanismo exato sobre como os enhancers químicos funcionam não foram
claramente elucidados, mas é quase certo que eles apresentam múltiplos efeitos, uma
vez absorvidos pelo estrato córneo. Alguns dos efeitos documentados incluem
alterações bioquímicas e desorganização intercelular da matriz lipídica, seguida de
inserção do enhancer pela bicamada. Se a matriz agora apresenta uma maior
afinidade pelos fármacos administrados topicamente, ela servirá como veículo para
que a substância se espalhe pelo estrato córneo. Na teoria, um enhancer que
apresente uma solubilidade similar com o fármaco apresentaria mais afinidade pela
pele, facilitando sua dissolução (SMITH; MAIBACH, 1995).

4.3 Nanotecnologia

A Nanotecnologia é a técnica em que a matéria é manipulada em escala


atômica e molecular, com o objetivo de criar novos materiais e processos com
características funcionais diferentes dos materiais comuns. O prefixo “nano” tem
origem grega e significa “anão”. Um nanômetro corresponde à bilionésima parte do
metro. Esses nanomateriais podem variar quanto à composição química, tamanho,
forma e superfície (BAILLO; LIMA, 2012).
A Nanotecnologia é um campo científico multidisciplinar que tem avançado
rapidamente nos últimos anos, encontrando aplicações nas mais diversas áreas,
desde setores de energia e eletrônica até a indústria farmacêutica. O princípio dessa
nova ciência é que os materiais na escala nanométrica podem apresentar
propriedades químicas, físico-químicas e comportamentais diferentes daquelas
apresentadas em escalas maiores. Essas propriedades dos nanomateriais já estão
sendo exploradas industrialmente com a fabricação de novos cosméticos,
8

medicamentos, tintas, catalisadores, revestimentos, tecidos, entre outros. Seus


alcances podem variar do desenvolvimento de um simples vidro à prova de arranhões
até sistemas precisos de carregamento e liberação de fármacos (drug delivery)
(ROSSI-BERGMANN, 2008).
A Nanotecnologia farmacêutica é a área das Ciências Farmacêuticas envolvida
no desenvolvimento, caracterização e aplicação de sistemas terapêuticos em escala
nanométrica ou micrométrica. Estudos de tais sistemas têm sido realizados
ativamente no mundo com o propósito de direcionar e controlar a liberação de
fármacos. Esta tecnologia surgiu nos anos 1960 com o desenvolvimento inicialmente
da microencapsulação, técnica de transformação de líquidos (polímeros e outras
substâncias) em pós com tamanho de partículas micrométricas. A microencapsulação
é bastante utilizada nas indústrias alimentícia, têxtil, farmacêutica e cosmética por
permitir a proteção de substâncias lábeis e voláteis, o controle da liberação do
fármaco, contribuindo para a melhoria na biodisponibilidade e redução da dose
terapêutica e toxicidade (PIMENTEL et al., 2007).
Ainda segundo Rossi-Bergmann (2008), o alto custo do desenvolvimento de
novas moléculas ativas torna os sistemas nanoestruturados uma das áreas da
indústria farmacêutica mais promissoras. Isso porque uma nova formulação em
nanopartículas pode resgatar componentes promissores, que foram descartados
após altíssimos investimentos por causa da descoberta de potenciais efeitos
colaterais ou baixa biodisponibilidade, além de gerar novas patentes.
De maneira generalizada, os processos envolvidos na preparação de
nanopartículas baseiam-se essencialmente em duas técnicas: bottom-up e top-down.
O primeiro processo consiste na formação do sistema a partir de átomos e moléculas
que são adicionados até formação de uma estrutura organizada; o sistema
desenvolve-se do simples para o complexo. Contrariamente, no método top-down a
estrutura forma-se pela redução de material de grandes dimensões até este atingir o
tamanho nanométrico pretendido. Neste processo parte-se do sistema complexo para
a obtenção do sistema simples de acordo com o desejado (GONÇALVES, 2014).
Pode-se observar as diferenças entre os métodos na figura 2.
9

Figura 2: Métodos de produção de nanopartículas: top-down e bottom-up


(GONÇALVES, 2014).

4.3.1 Principais Nanoestruturas

Dentre as partículas citadas a seguir, todas elas apresentam vantagens e


desvantagens em relação à estabilidade e eficiência em sistemas nanoparticulados
aplicados à cosméticos, que serão expostas a seguir.

4.3.1.1 Nanopartículas poliméricas

Nanopartículas poliméricas são carreadores de fármacos ou outras moléculas


ativas e que apresentam diâmetro compreendido entre 10 e 1000 nm. Dependendo
do método de preparo e materiais empregados, podem ser obtidas nanoesferas ou
nanocápsulas. Nas nanocápsulas, o fármaco pode ser encontrado dissolvido no
núcleo oleoso ou adsorvido na parede polimérica. Já as nanoesferas são constituídas
de matriz polimérica e não apresentam óleo em sua composição. Neste sistema, o
fármaco pode ser encontrado retido, adsorvido ou disperso na matriz polimérica
(MORAES, 2009). É possível observar no esquema apresentado de acordo com as
figuras 3 e 4.
10

Figura 3: Representação esquemática do corte transversal de nanocápsulas. a) fármaco dissolvido


no núcleo oleoso. b) fármaco adsorvido à parede polimérica (MORAES, 2009).

Figura 4: Representação esquemática do corte transversal de nanoesferas. a) fármaco adsorvido ou


disperso na matriz polimérica. b) fármaco retido na matriz polimérica (MORAES, 2009).

Os fármacos são liberados através desses sistemas a partir de mecanismos


que envolvem a dessorção do fármaco das nanopartículas poliméricas, difusão
através de poros na matriz ou parede polimérica, desintegração, dissolução e erosão
da matriz polimérica. Estes fenômenos promovem a liberação modificada dos
fármacos incorporados neste sistema (MORAES, 2009).
As nanopartículas poliméricas destacam-se por possuírem um grande
potencial para minimizar problemas da farmacoterapêutica existente, aumentando a
eficácia e diminuindo efeitos colaterais e toxicidade. Além disso, esses sistemas
apresentam uma alta eficiência de encapsulação, além de proteger os componentes
encapsulados contra degradação e possuírem um potencial irritativo reduzido devido
ao seu recobrimento polimérico (ABRIATA, 2018).
Existem vários métodos relatados na literatura para a preparação de
nanopartículas poliméricas, os quais podem ser, de uma forma geral, classificados
em métodos baseados na polimerização in situ de monômeros dispersos
(cianoacrilato de alquila) ou na precipitação de polímeros pré-formados.
Independentemente do método de preparação, os produtos são obtidos como
suspensões coloidais aquosas. Entretanto, durante o tempo de armazenamento,
pode ocorrer a agregação das nanopartículas no meio, resultando na formação de
11

precipitados. Além disso, problemas de estabilidade química do polímero ou das


demais matérias-primas, incluindo o fármaco, podem ocorrer. A consequência de uma
estabilidade físico-química limitada, em função do tempo, constitui um obstáculo para
a aplicabilidade industrial das suspensões aquosas de nanopartículas
(SCHAFFAZICK et al., 2003).
Essas nanoestruturas são constituídas por polímeros naturais ou sintéticos.
Uma das vantagens desse sistema é a variabilidade de polímeros biodegradáveis que
podem ser utilizados como material de cobertura das partículas, além de diminuir a
toxicidade do sistema e também direcionar as partículas formadas para alvos
específicos (GOTO, 2011).
Vários polímeros são utilizados para preparação de nanopartículas
poliméricas, porém os poliésteres alifáticos são os mais atrativos devido à sua
biodegradabilidade, disponibilidade, biocompatibilidade, ausência de toxicidade e
pela facilidade de incorporar uma ampla variedade de ativos. Há também polímeros
naturais, como quitosana, ácido algínico (alginato) e gelatina, os quais também são
empregados na preparação desse tipo de nanopartículas. Considerando que a
velocidade de degradação destes polímeros é um fator importante mediante a sua
aplicação, essa velocidade pode ser regulada por variações na composição, na
massa molar do polímero e nos métodos de preparação das nanopartículas
(SANTOS, 2011).
As vantagens da aplicação de sistemas nanoparticulados poliméricos como
carreadores de moléculas incluem: a) a possibilidade de modulação do diâmetro e
das características das nanopartículas; b) o controle e sustentação da liberação no
sítio de ação específico, alterando sua distribuição e eliminação do organismo,
aumentando a eficácia terapêutica e diminuindo os efeitos colaterais resultantes do
acúmulo do fármaco em tecidos não específicos; c) a possibilidade de controlar a
degradação da nanopartícula polimérica e a conseqüente liberação dos componentes
podem ser modulados com a escolha dos constituintes da matriz polimérica; d) boa
estabilidade física, química e biológica, fácil preparo e boa reprodutibilidade
(MORAES, 2009).
A principal aplicação de nanopartículas poliméricas está justamente focada no
desenvolvimento de nova formulações contendo filtro solares, uma vez que estas
nanopartículas são capazes de carrear substâncias altamente lipofílicas e por sua
12

capacidade em alterar e/ou mascarar as propriedades físico-químicas de fármacos


ou ativos cosméticos encapsulados (BARIL, 2012).
Diversas empresas de cosméticos desenvolveram também novos produtos
utilizando novas tecnologias sob a forma de nanocápsulas, e os ativos encapsulados
são essencialmente as vitaminas A e E, retinol e beta-caroteno (ANTUNES, 2016).
O uso desses nanosistemas por via tópica visa aumentar a estabilidade dos
princípios ativos, sobretudo contra fotodegradação e oxidação, além de a própria
fluidez característica dessas suspensões de nanopartículas poliméricas contribuir
para melhor espalhabilidade sobre a pele (GOTO, 2011).
Os sistemas de veiculação de nanopartículas poliméricas para aplicação tópica
no tratamento de doenças de pele apresentam diversas vantagens, tais como,
melhorar a permeação dos agentes terapêuticos na pele, especialmente os fármacos
lipofílicos fracamente solúveis em água, através do aumento do gradiente de
concentração pela pele; melhorar a estabilidade do fármaco ou ativo; diminuir os
efeitos secundários, tais como, a irritação da pele; administrar os fármacos
diretamente para o local da doença, minimizando assim a exposição sistêmica
(CARVALHO, 2018).

4.3.1.2 Nanopartículas lipídicas

As nanopartículas lipídicas sólidas são sistemas organizados a partir de lipídios


sólidos. Suas principais características incluem excelente estabilidade física,
capacidade de proteção de substâncias instáveis frente à degradação, capacidade de
controle da liberação, excelente tolerabilidade, capacidade de formação de filme
sobre a pele (demonstrando propriedades oclusivas), possibilidade de modular a
entrega da substância encapsulada, além de não apresentarem problemas
relacionados à produção em grande escala e à esterilização. As nanopartículas
lipídicas sólidas (solid lipid nanoparticles, SLN) são adequadas para o transporte de
substâncias lipofílicas que podem ser formuladas em sistemas aquosos. As
dispersões têm alto teor de lipídios, são de fluxo livre e são normalmente produzidas
por homogeneização a alta pressão. Os lipídios utilizados incluem triglicerídeos,
glicerídeos parciais, ácidos graxos, esteróides e ceras (DAUDT, 2013).
A utilização de lipídios com elevado grau de cristalinidade leva à formação de
estruturas muito ordenadas (cristais perfeitos), o que limita a capacidade de
13

incorporação das substâncias, sendo também mais propícia a sua liberação. Com
efeito, com o objetivo de resolver os inconvenientes mencionados, foram
desenvolvidos os vetores lipídicos nanoestruturados (nanostructured lipid carriers,
NLC), que constituem a segunda geração de nanopartículas lipídicas. A principal
diferença entre as SLN e os NLC baseia-se na composição da matriz lipídica, que no
caso das últimas é formada por uma mistura de um lipídio sólido com um lipídio
líquido. Para a produção dos NLC utiliza-se uma mistura de lípidos cujo ponto de
fusão tem de ser superior ou igual a 40ºC. Desta forma, forma-se uma matriz lipídica
sólida à temperatura ambiente e corporal, que permanece no estado amorfo. Devido
esta cristalização incompleta, os NLC possuem uma maior estabilidade ao longo do
tempo, o que vai permitir diminuir o risco de expulsão das substâncias ativas durante
o armazenamento. Por outro lado, esta matriz possui muitas imperfeições no seu
interior, o que lhe permite acomodar uma maior quantidade de substância ativa. Os
sistemas de SLN e NLC originam partículas com estruturas distintas como podemos
verificar a seguir, na Figura 5 (SILVA, 2013).

Figura 5: Diferenças estruturais entre SLN e NLC (SILVA, 2013).

Um dos principais problemas associados a nanopartículas lipídicas e sua


estabilidade físico-química durante o shelf life é as transformações polimórficas que
a matriz lipídica pode sofrer. Polimorfismo, é a habilidade de um composto em
cristalizar em mais de uma espécie cristalina distinta em diferentes estruturas. Lipídios
podem cristalizar em diferentes estruturas tridimensionais. Este fenômeno pode
conduzir na redução do ponto de fusão, ou mais precisamente, em mudanças na
forma e deslocamento do pico de fusão. Estas formas polimórficas não são estáveis
14

por um longo período, conduzindo para uma transformação gradual para


modificações mais estáveis. Isso não é desejado, pois a mudança na estrutura lipídica
é responsável pela expulsão do ativo durante a estocagem e mudanças no perfil de
liberação do ativo incorporado, bem como mudanças nos parâmetros do tamanho de
partícula (ROSSAN, 2011).
Dentre os carreadores coloidais, as NLS são as mais promissoras, visto que
combinam as vantagens das partículas sólidas e dos lipossomas em seu
desenvolvimento. Dentre as vantagens, pode-se citar a alta estabilidade temporal,
alta capacidade de encapsulamento, baixo custo de produção e o fácil escalonamento
(CARVALHO, 2016).
Nos últimos anos, a atenção para o uso de nanopartículas lipídicas sólidas
(NLS) na área de cosméticos tem aumentado. Estudos que descrevem o aumento da
estabilidade química de compostos cosméticos lábeis utilizando NLS, como retinol,
coenzima Q10 e derivados de vitamina C podem ser encontrados na literatura. Além
de aumentar a estabilidade de compostos lábeis, as NLS diminuem a perda de água
da pele, aumentando, conseqüentemente, a sua hidratação. Desta forma, as NLS
apresentam propriedades oclusivas, mostrando ser mais eficiente, em relação à perda
de água, quanto menor for as partículas. Além disto, esta propriedade suaviza rugas
e aumenta a penetração de compostos em camadas específicas. Outras vantagens
deste carreador em cosméticos são: promover liberação sustentada do ativo, reduzir
a absorção sistêmica e atuar como um protetor solar físico (MARCATO, 2009).
As NLS são utilizadas largamente e em inúmeras aplicações, devido ao bom
desempenho na manutenção das substâncias ativas na superfície da pele, ou em
camadas mais profundas. Como organizam facilmente um filme regular e coeso na
pele, as NLS provocam um efeito oclusivo que leva a uma boa hidratação da pele.
Um estudo formulou NLS contendo retinol e contendo palmitato de retinol,
incorporados num hidrogel e num creme O/A (óleo em água), para testar a influência
na penetração das substâncias ativas, comparando com formulações convencionais.
Os resultados obtidos foram positivos para as fórmulas com NLS, onde o seu uso
alterou o perfil de liberação do retinol e do palmitato de retinol e melhorou as
propriedades do estrato córneo (FERREIRA, 2016).
15

4.3.1.3 Lipossomas

São estruturas vesiculares compostas por moléculas anfifílicas, tais como os


fosfolipídios, possuindo elevada biocompatibilidade e biodegradabilidade. Seu
tamanho pode variar de nanômetros até vários micrômetros, sendo tanto a técnica
quanto os componentes importantes para definir suas propriedades físico-químicas
finais, como carga de superfície, tamanho e estabilidade. Podem encapsular tanto
compostos hidrofílicos quanto lipofílicos. Os compostos bioativos hidrossolúveis ficam
encapsulados no interior da cavidade enquanto os lipofílicos são inseridos ou
adsorvidos na bicamada lipídica. Alternativamente, ambos os tipos de substância
podem ser encapsuladas (CODEVILLA, 2015).
Os lipossomas podem conter uma única bicamada lipídica ou bicamadas
múltiplas em torno do compartimento aquoso interno e, portanto, são classificados em
unilamelar e multilamelar, respectivamente. Quanto ao tamanho, as vesículas
unilamelares podem ser pequenas ou grandes, sendo caracterizadas como
lipossomas unilamelares pequenos - SUV (small unilamellar vesicles) e lipossomas
unilamelares grandes - LUV (large unilamellar vesicles) (BATISTA; CARVALHO;
MAGALHÃES, 2007).
Os lipossomas podem conter o ativo em diferentes localizações: na camada
lipídica ou em sua região hidrofílica, dependendo da afinidade da substância
encapsulada e sua polaridade, como exposto na figura 6 (RODOVALHO, 2009).

Figura 6: Estrutura esquemática do lipossoma indicando o posicionamento do fármaco de


acordo com a sua afinidade: lipossolúveis - bicamada lipídica; lipossolúveis - região hidrofílica
(RODOVALHO, 2009).
16

As tecnologias mais comuns para a preparação de lipossomas são hidratação


do filme, evaporação em fase reversa, método da injeção do etanol, entre outras. A
escolha do método depende do tipo e tamanho do lipossoma que se pretende produzir
e a aplicação (CODEVILLA, 2015).
A principal desvantagem da formulação lipossomal está relacionada com a sua
estabilidade. Esta fica comprometida devido à formação de cristais de gelo, oxidação
e hidrólise dos fosfolípidos, bem como a instabilidade das bicamadas após o
esvaziamento do material retido, o que condiciona um tempo de meia-vida curto. Além
disso, os lipossomas apresentam baixa solubilidade e alto custo de produção
(ANTUNES, 2016).
Na área cosmética, os lipossomas vêm sendo utilizados, tanto para aumentar
a incorporação de substâncias ativas às células, quanto como veículo para liberação
controlada de princípios ativos. Eles têm sido empregados na prevenção da queda de
cabelos, promoção do crescimento capilar, desaceleração do processo de
envelhecimento da pele, clareamento da pigmentação cutânea, entre outros. As
principais vantagens do emprego de lipossomas para a administração de agentes
dermocosméticos são o fato de que podem transportar substâncias hidro e
lipossolúveis, apresentam alta afinidade pelas membranas biológicas, são
constituídos de anfifílicos naturais biocompatíveis e biodegradáveis, além de
acentuarem a hidratação natural da pele e cabelo (CHORILLI et al., 2013).
No caso da pele, várias estratégias têm sido utilizadas a fim de ultrapassar o
estrato córneo. Uma vez aplicados os lipossomas na superfície da pele, apesar da
sua natureza instável, apenas permanecem na camada superior do estrato córneo,
funcionando como reservatório (CARVALHO, 2018).
De acordo com Ferreira (2016), os lipossomas são encontrados em muitas
formulações cosméticas de maneira a transportar substâncias ativas até à epiderme.
Para além disto, podem ser incorporados nos cosméticos com o intuito de elevar a
quantidade de lipídios no estrato córneo, e hidratar a pele.
Verificou-se que a maioria das formulações que apresentam lipossomas em
sua constituição têm a finalidade de evitar precocemente o envelhecimento. Os ativos
responsáveis e integrantes neste tipo de cosmético são os derivados de vitamina A,
vitamina E, retinol, alfa hidroxi-ácidos e Coenzima Q10. Através de vários estudos,
existem benefícios da encapsulação destes ativos nos lipossomas. Ativos sensíveis
como as vitaminas podem ser incorporadas nos lipossomas onde são protegidos da
17

degradação química, da luz e da temperatura, beneficiando a sua estabilidade a longo


prazo (ANTUNES, 2016).

4.3.1.4 Niossomas

Os niossomas são vesículas não iônicas (sem carga) dispersas em fase


aquosa, que possui tensoativos que alteram progressivamente a natureza da barreira
lipídica da pele e combinam um ou mais componentes hidrofóbicos com um grupo
hidrofílico. Os niossomas podem unir-se com os lipídios do estrato córneo melhorando
a estabilidade e aumentando a permeabilidade cutânea (ZYCHAR, 2016).
Os niossomas são considerados vesículas elásticas e passíveis de ultra
deformação sendo, portanto, potenciais carreadores de fármacos em aplicações
transdérmicas, por serem capazes de atravessar os caminhos tortuosos do estrato
córneo (MISHRA et al, 2007).
Diferentes composições para a formação de vesículas anfifílicas já foram
descritas. Niossomas podem ser preparados a partir de Tween® 20, 80 e Span® 20,
80 e vários tipos de polioxietileno alquil éter e associados a colesterol. Estudos
detalham, entre outras características, a eficiência de encapsulação de fármacos,
assim como a estabilidade das vesículas formadas (RODOVALHO, 2009).
A estrutura de um niossoma está representada na Figura 7.

Figura 7: Estrutura do Niossoma (FERREIRA, 2016).


18

Niossomas são veículos promissores na administração de fármacos e ativos.


Eles conferem maior estabilidade, menos problemas na pureza variável dos
fosfolipídios e menos custos de produção do que outras nanopartículas. Além disso,
o tamanho, a forma, e a fluidez podem ser controlados através da alteração na
composição e métodos de produção. Estas vesículas têm a capacidade de serem
administradas através de várias vias. No entanto, não existem só vantagens neste
tipo de estruturas, estas podem sofrer fusão, agregação, levarem à liberação do
fármaco e suscetibilidade à hidrólise (ANTUNES, 2016).
Nos cosméticos, os niossomas têm sido utilizados nas mesmas aplicações que
os lipossomas, uma vez que reduzem as possibilidades de irritação da pele,
melhoram a absorção e penetração cutânea, e elevam a deposição das substâncias
que incorpora, na região de aplicação (FERREIRA, 2016).
De acordo com Antunes (2016), os niossomas são geralmente utilizados como
sistema de veiculação de fármacos no tratamento de problemas dermatológicos, tais
como acne, psoríase entre outros. Um fato que possibilita esse sistema ser tão
interessante para aplicação na pele, é a presença de tensoativos não ionicos que
atuam como promotores de permeação cutânea.

4.3.1.5 Etossomas

Etossomas são principalmente compostos por fosfolipídios, etanol e água.


Pensava-se que altas concentrações de etanol em sistemas vesiculares lipídicos
fossem destrutivas devido ao efeito de interdigitação. A formação de fases
interdigitadas ocorre quando as cadeias acilo de um folheto da bicamada lipídica
penetram em outro folheto, resultando no desaparecimento do plano médio da
bicamada. Etossomas se apresentam como vesículas maleáveis que possibilitam o
alcance de moléculas (drogas ou fármacos) a camadas mais profundas da pele ou a
circulação sistêmica (CANDIDO, 2016), como observado na figura 8.
19

Figura 8: Representação estrutural do Etossoma (CANDIDO, 2016).

Os etossomas conseguem atravessar o estrato córneo devido principalmente


ao efeito fluidificante do álcool sobre os lipídios da pele. Os principais mecanismos de
penetração dos etossomas na pele são através da liberação do etanol e fluidificação
dos lipídios da pele, liberação dos lipídios dos etossomas e/ou interação dos
etossomas com os lípidos da pele e deformação dos sistemas através da camada
lipídica, facilitando a sua penetração na pele. Estes três mecanismos aumentam a
penetração dos ativos na pele (CARVALHO, 2018).
Essas nanoestruturas podem ser preparadas dissolvendo fosfolipídios e o ativo
em etanol, os componentes aquosos são adicionados lentamente em uma fina
corrente constante em um compartimento bem fechado sob agitação contínua. Após
o fim da adição destes componentes, a agitação deve prosseguir por alguns minutos.
Há trabalhos que mostram preparo de etossomas também pelo método de hidratação
de filme (NARDOTTO, 2009).
Os etossomas são mais eficientes na administração de substâncias na pele
tanto em termos de quantidade como em profundidade, quando comparados com os
lipossomas convencionais; os componentes dos etossomas são seguros, por isso têm
várias aplicações nas indústrias farmacêutica e cosmética; os sistemas etossomais
podem ser incorporados em cremes, géis entre outros, o que aumenta a adesão do
paciente; estas vesículas nanométricas têm melhor estabilidade e solubilidade em
comparação com outras vesículas. Já como desvantagens, sua eficácia de
encapsulação é muito baixa, não tornando um processo econômico; os
potencializadores de permeação (álcool) ou outros excipientes podem causar irritação
cutânea em alguns doentes; existem perdas de ativo durante a transferência do meio
orgânico para meio aquoso (ANTUNES, 2016).
20

A utilização de etossomas já foram observadas em produtos cosméticos


anticelulite, já que, além do tamanho de partícula auxiliar para que o produto atinja
camadas mais profundas da pele, o álcool que compõe estas estruturas auxilia para
“desarranjar” a organização do estrato córneo e também tem um papel importante no
carreamento das substâncias até o alvo pretendido (CARVALHO, 2018).

4.3.1.6 Micelas

Micelas são estruturas anfifílicas amplamente estudadas como sistemas de


liberação de ativos para administração tópica, oral, e intravenosa. A literatura relata
diversos tipos de sistemas carreadores baseados em micelas, destacando-se os
sistemas micelares mistos, as nanopartículas micelares e as micelas poliméricas. Os
sistemas micelares mistos são formados a partir de misturas de fosfolipídios e
tensoativos, geralmente ácidos biliares, organizados em torno de um núcleo
hidrofóbico, contendo a substância lipossolúvel molecularmente dispersa. Esses
sistemas possuem tamanhos na faixa de 5 a 60 nm apresentando boa estabilidade e
biocompatibilidade. Já as nanopartículas micelares constituem-se de uma
nanoemulsão multifásica formada após mistura em alta pressão do ativo, de um
solvente, um estabilizante, um óleo e água. O resultado é uma formulação composta
por diferentes micro/nanoestruturas que consistem de cristais de fármaco de ativo
livre, ativo associado à gotas de óleo, associado à micelas ou solubilizado na fase
contínua (DIMER et al., 2013).
Micelas são constituídas por uma camada de lipídio em que a seção apolar se
direciona para o interior e as cabeças polares interagem com o meio ambiente. Esta
organização diferente significa que o espaço nas micelas é muito mais limitado do
que o que está disponível em lipossomas (CARVALHO, 2018).
A microemulsão pode ser classificada como fase reversa quando a água é
dispersa em óleo ou fase normal quando o óleo é disperso em água, como mostra a
estrutura na Figura 9. Em ambos os tipos de microemulsão, a quantidade de
tensoativo deve estar acima da concentração micelar crítica (CMC). O agregado de
tensoativos forma micelas com 10 a 100 nm de diâmetro. Ambos os tipos de
microemulsão podem gerar nanopartículas na faixa de tamanho de 2 a 100 nm
(CAMILO, 2006).
21

Figura 9: Estrutura da micela normal (a) e micela reversa (b) (CAMILO, 2006).

A formação de micelas é uma propriedade importante dos tensoativos que os


torna adequados para a função de limpeza: as sujidades de natureza lipofílica – ou
hidrofóbica – são retidas dentro das micelas, impedindo-se assim que entrem
novamente em contato com a superfície e promovendo sua limpeza. É importante
ressaltar que as micelas são sistemas dinâmicos, com a formação e a destruição dos
agregados, e com a entrada e a saída de moléculas dos agregados ocorrendo
constantemente (MEDEIROS, 2017).
Galvão (2015), diz que as micelas são termodinamicamente estáveis e
facilmente reprodutíveis, são destruídas pela diluição com água quando a
concentração do tensoativo ficar abaixo da CMC (Concentração Micelar Crítica).
Ainda segundo Medeiros (2017), micelas dos tensoativos podem retirar as
camadas de gordura protetoras da pele (assim como o sebo natural dos cabelos), e
isso pode causar irritações. As moléculas livres são pequenas o suficiente para
penetrar em camadas mais profundas da pele, o que pode vir a causar algum tipo de
reação.
O LAPB (lauroilamidopropilbetaína) e o LDT (lauroildietanolamina) são
tensoativos sintéticos largamente empregados em produtos cosméticos por
possuírem, individualmente, detergência satisfatória. Porém, o sinergismo entre uma
mistura de tensoativos promove resultados muitas vezes melhores do que aqueles
obtidos para a sustância pura, devido à formação de micelas mistas, com
propriedades distintas e específicas. Por isso as formulações de cosméticos
22

destinados à limpeza da pele, trazem frequentemente uma mistura de tensoativos,


buscando atingir a melhor sinergia entre os componentes (MORAES; PAULA, 2013).

4.3.1.7 Fulerenos

Os fulerenos foram descobertos em 1985 e baseiam-se em anéis fechados de


átomos de carbono apresentando uma forma esférica, tal como evidencia a Figura
10. As características mais importantes são o fato de apresentarem um interior oco e
de terem características hidrofóbicas, o que os torna potenciais agentes terapêuticos.
Os fulerenos têm a capacidade de alterar o caráter hidrofóbico para hidrofílico e estas
são algumas das suas vantagens, enquanto como desvantagens, têm o fato de serem
solúveis, o que causa uma bioacumulação e possibilidade de efeitos tóxicos
(CARVALHO, 2018).

Figura 10: Estrutura do Fulereno (CARVALHO, 2018)

Estas são nanopartículas extremamente hidrofóbicas, o que limita o seu uso


em soluções aquosas. No entanto, com a ajuda de tensoativos, ou alterações à
superfície, a sua solubilidade em meio aquoso aumenta, possibilitando a sua
aplicação em formulações cosméticas (FERREIRA, 2016).
Uma das vantagens sobre a capacidade de alterar o carácter hidrofóbico para
hidrofílico é que os fulerenos são geralmente bem tolerados topicamente,
aumentando o potencial nas aplicações dermatológicas e cosméticas e também
apresentam um efeito antioxidante. Apesar das vantagens mencionadas, estes
sistemas não são biodegradáveis e como são lipossolúveis provocam bioacumulação,
23

além disso, apresentam um tamanho demasiado pequeno e imprevisibilidade dos


efeitos toxicológicos. (ANTUNES, 2016).
Com um grande poder antioxidante e propriedades contra radicais livres de
oxigênio, os fulerenos têm sido alvo de investigação para aplicações em cremes anti-
envelhecimento. Outra investigação referiu uma possível atividade inibitória da
melanogênese por parte dos fulerenos, tornando-os de grande interesse como
substâncias ativas, para a formulação de produtos branqueadores da pele
(FERREIRA, 2016).
De acordo com a pesquisa de Antunes (2016), existem produtos utilizando
fulerenos desenvolvidos para prevenir as lesões cutâneas causadas pelas radiações
UV, além de cosméticos utilizados para o tratamento de rugas, fortalecimento e
proteção a zona delicada dos olhos.
Em se tratando de cuidados com a pele, sabe-se que partículas com mais de
20 nm não permeiam a pele intacta. Ainda que partículas de mais de 20 nm possam
penetrar profundamente nos folículos pilosos, não há evidências de que elas
alcancem os tecidos viáveis (abaixo da epiderme). Nas formulações para os cuidados
com a pele, as nanopartículas são empregadas com o propósito de assegurar uma
maior biodisponibilidade e/ou estabilidade do ingrediente ativo. Dadas essas
informações, nanotubos de carbono e fulerenos são algumas opções para facilitar
esta permeação (SOUZA, 2015).
24

5. Discussão

Por ser um tema escasso, da forma como foi apresentado, alguns poucos
artigos utilizados foram publicados há mais de dez anos. Apesar disso, o foco central
do trabalho que é a aplicação em cosméticos, se baseia em uma bibliografia mais
recente, representando o estado vigente da pesquisa em relação a este tema.
Considerando o conceito de revisão bibliográfica e a sua importância, os
artigos foram escolhidos após uma leitura crítica, visando sua relevância e
contribuição para agregar qualidade ao trabalho.
Atualmente já existem cosméticos que fazem mais do que limpar, embelezar e
manter em boas condições a pele. O atual cenário mundial indica com muita clareza
a discrepância dentre a definição de cosméticos e os avanços no conhecimento e nas
tecnologias existentes. O termo “cosmecêuticos” surgiu pela primeira vez nos anos
80. Esse termo, que representa algo intermediário entre “cosméticos” e “produtos
farmacêuticos”, surgiu como uma tentativa de preencher a lacuna existente entre
ambos (ARMELINI, 2015).
A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não aceita o termo
"cosmecêuticos". No Brasil, os cosméticos são classificados em Grau 1 e Grau 2,
sendo a definição de produtos de Grau 1 os produtos de higiene pessoal, cosméticos
e perfumes que se caracterizam por possuírem propriedades básicas ou elementares,
cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeira informações
detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às
características intrínsecas do produto. Quanto ao Grau 2, se classificam produtos de
higiene pessoal, cosméticos e perfumes que possuem indicações específicas, cujas
características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como
informações e cuidados, modo ou restrições de uso (ANVISA, 2005). Na verdade,
esta classificação se faz oportuna já que o uso de cosméticos vem adquirindo ao
longo dos anos novos conceitos. Alguns produtos têm características que combinam
o apelo estético dos tradicionais produtos cosméticos com um componente
terapêutico. Trata-se de produtos que apresentam alguma vantagem terapêutica
sobre os cosméticos tradicionais, mas que não são medicamentos. A utilização de
ativos em formulações cosméticas direciona-se especialmente à prevenção dos sinais
de envelhecimento, como redução da aparência de linhas e rugas, regeneração da
25

pele danificada, suavização da pele áspera, estímulo da reparação da pele,


tratamento de acne, melasmas, celulite e seborreia (APOLINÁRIO et al., 2011).
Para otimizar a qualidade das substâncias cosméticas, a indústria aliou os
cosméticos a sistemas nanoparticulados, dando origem a designação de
nanocosméticos. A seguinte definição pode ser aplicada para um nanocosmético:
“uma formulação cosmética que veicula ativos ou outros ingredientes
nanoestruturados e que apresenta propriedades superiores quanto ao seu
desempenho em comparação a produtos convencionais” (FRONZA, 2007). Os
nanocosméticos pretendem aumentar a permeabilidade nas camadas cutâneas,
porque muitas preparações cosméticas contêm ativos que só atuam após penetrarem
o estrato córneo; diminuir a quantidade de ativos para ter o mesmo efeito que um
cosmético convencional; proteger os ativos, aumentando a sua estabilidade à
degradação; melhorar o desempenho dos cosméticos; diminuir os riscos de irritação
na pele através de uma liberação gradual do ativo evitando assim o tempo de contato
com a pele; possibilitar a diminuição da toxicidade dos cosméticos, devido a algumas
partículas serem constituídas por lipídios biodegradáveis; proporcionar uma excelente
tolerabilidade e aumentar a adesão terapêutica (ANTUNES, 2016).
Tendo como foco o setor cosmético, a empresa pioneira a introduzir um
cosmético de base nanotecnológica, no âmbito internacional, foi a Lancôme, divisão
de luxo da L’Oréal, em 1995, com o lançamento de um creme para o rosto constituído
por nanocápsulas de vitamina E pura, para combater o envelhecimento da pele.
Diversas outras empresas internacionais renomadas também passaram a investir em
pesquisa para desenvolver produtos nesta linha. Empresas como Christian Dior, Anna
Pegova, Procter & Gamble, Revlon, Dermazone Solution, exemplificam grandes
empreendedoras do setor que vieram a lançar produtos baseados em nanotecnologia.
No Brasil, a primeira empresa a desenvolver e colocar no mercado um nanocosmético
foi O Boticário, com um creme anti-sinais para a área dos olhos, testa e contorno dos
lábios, chamado Nanoserum. A composição nanoestruturada leva ativos como
vitamina A, C e K e um produto para clareamento (BARIL, 2012).
O processo de produção das micropartículas tem uma grande influência sobre
seu formato. Dependendo do tipo de composto a ser liberado, o formato da
micropartícula ideal pode variar de poroso a uma microcápsula. A escolha do
carreador também pode influenciar tanto o formato das micropartículas como a gama
de ativos que podem ser utilizados na sua produção (PEREIRA, 2015).
26

Recentemente, novas tecnologias vêm sendo desenvolvidas para elaborar


sistemas de liberação sustentada. Micelas, lipossomas, micro e nanopartículas
poliméricas e nanopartículas lipídicas sólidas (NLS) têm sido estudadas com o intuito
de manter o efeito dos componentes no tecido-alvo, solubilizar compostos lipofílicos,
aumentar a penetração cutânea de moléculas, melhorar a estabilidade física e
química de agentes terapêuticos, minimizar os efeitos colaterais e reduzir a toxicidade
(CARVALHO, 2016).
Os carreadores lipídicos têm ganhado destaque devido às inúmeras vantagens
que podem atribuir aos produtos como o aumento da solubilidade, melhoria da
atividade biológica, aumento da estabilidade, liberação sustentada e redução da
degradação devido a ação de fatores físicos e químicos. Estes sistemas utilizam
diferentes matrizes lipídicas obtendo-se estruturas auto-emulsificantes, emulsões
secas, dispersões sólidas, lipossomas, micro e nanopartículas lipídicas sólidas, entre
outros. Os processos utilizados para obter tais sistemas são muito variados, os quais
incluem homogeneização por alta pressão, spray drying, spray cooling, extrusão e
tecnologia de fluidos supercríticos (SECOLIN, 2014).
Verificou-se que essas nanoestruturas aumentam a estabilidade, liberação e
biodisponibilidade dos ativos, além de possibilitar o uso de componentes que antes
se mostraram tóxicos e/ou instáveis em formulações, já que a nanotecnologia permite
que menores quantidades de ativo possam ser utilizados para atingir os efeitos por
ele esperados. Em relação ao custo benefício, temos uma grande vantagem das
nanopartículas lipídicas, já que apresentam alta capacidade de encapsulação de
ativos e também possuem baixo custo de produção em comparação com outras
partículas citadas. Sua capacidade de atingir camadas mais profundas da pele é um
fator importante, por isso pode ser utilizado em cremes antienvelhecimento, que é um
produto muito interessante para o mercado.
A Nanotecnologia, apesar de todas as vantagens descritas anteriormente,
apresenta algumas limitações ou mesmo preocupações relacionadas com a sua
aplicação. De fato, à medida que diminui o tamanho de partículas, aumenta a
capacidade de estas penetrarem na pele, assim como penetrar em outras barreiras.
A questão reside em saber quanto é que permeia para outras camadas não-alvo e
como o que penetrou é distribuído e eliminado, quando aplicável (GONÇALVES,
2015).
27

Considerando todos os aspectos estudados, foram elaboradas as tabelas 1 e


2, que são comparativos para que fiquem mais claras as vantagens, desvantagens e
aplicações de cada nanoestrutura em produtos cosméticos.

Tabela 1: Comparativo de nanoestruturas, considerando suas características de permeação


e penetração, tal qual suas aplicações.
Tabela 1: Principais características e aplicações das nanoestruturas.

Tabela 2: Principais vantagens e desvantagens das nanoestruturas.


28

6. Conclusão

O levantamento bibliográfico proporcionou um esclarecimento em relação aos


nanocosméticos. Sabe-se que ainda precisa ser muito explorada e desafios devem
ser superados.
As vantagens são claras e tornam as ações das nanopartículas eficientes.
Porém, alguns processos de encapsulação ainda se mostram bastante ineficientes,
tornando-se um processo caro e sem viabilidade.
29

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