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I SÉRIE — NO 8 « B. O.

» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 25 DE FEVEREIRO DE 2008 117

g) O Presidente de Tribunal de Contas; CHEFIA DO GOVERNO


h) Os Magistrados Judiciais e do Ministério Público; –––––––
i) O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
Secretaria-Geral
j) Director da Polícia Nacional; Rectificação
k) O Director-Central da Policia Judiciária. Por terem saído enexactos os Avisos do Banco de Cabo
Verde nºs 2, 4, 6, 7 e 9/2007 publicados no Boletim Oficial
2. As moradias referidas no número anterior devem
nº 42, I Série, de 19 de Novembro, de novo se publicam:
dispor de mobiliário, equipamentos e apetrechos que se
julgam convenientes e em função de dignidade e prestígio Aviso nº 2/2007
inerente ao exercício da função exercida pelas entidades
beneficiárias, nos termos previsto no regulamento. INTRODUÇÃO DAS NORMAS INTERNACIONAIS
DE RELATO FINANCEIRO (NIRF)
3.Consideram-se residências oficiais as moradias des-
Tendo em vista a harmonização do regime contabilís-
tinadas à habitação das entidades referidas no nº 1.
tico das instituições de crédito, instituições parabancá-
4. Consideram-se privadas as residência oficiais desti- rias e instituições financeiras internacionais às Normas
nadas ao Presidente da República, ao Presidente da As- Internacionais de Relato Financeiro (NIRF), o Banco de
sembleia Nacional, ao Primeiro-Ministro e ao Presidente Cabo Verde, no uso da competência atribuída pelo artigo
do Supremo Tribunal de Justiça. 35º da Lei n.º 3/V/96 e do artigo 23º da sua Lei Orgânica
determina:
5. As despesas com o fornecimento de electricidade e
água das residências previstas no número anterior são 1º A contabilidade das instituições de crédito, insti-
suportadas pelo Orçamento do Estado, nos termos pre- tuições parabancárias e instituições financeiras inter-
vistos em regulamento. nacionais sujeitas à supervisão do Banco de Cabo Verde
rege-se pelo disposto no presente Aviso.
Artigo 2º
2º. 1- As instituições de crédito, instituições paraban-
1. Quando, por qualquer circunstância, as entidades cárias e instituições financeiras internacionais tal como
referida no nº 1 do artigo anterior não ocupem moradias definidas na Lei n.º 3/V/96 de 1 de Julho e no Decreto-Lei
do Estado ou arrendadas por este, as mesmas têm direito n.º 11/2005 de 7 de Fevereiro, deverão, doravante elaborar
a um suplemento mensal de compensação de renda, cuja as demonstrações financeiras consolidadas de acordo com
condições e montantes são fixados por portaria do mem- as NIRF, tal como preparadas, em cada momento, pelo
bro do Governo responsável pela área das Finanças. International Accounting Standards Board (IASB) e, bem
assim, com a estrutura conceptual para a apresentação e
2. Quando habitam moradias própria, as entidades preparação de demonstrações financeiras que enquadra
referidas no nº 1 do artigo 1º, não gozam de direito a aquelas normas.
mobiliário, equipamentos e apetrechos previsto no nº 2
do artigo 1º. 2 - As NIRF estão disponíveis no web site www.iasb.
org ou outro local que o Banco de Cabo Verde venha a
Artigo 3º
indicar para o efeito.
Fica revogado o Decreto nº 53/77, de 18 de Junho, e 3º As instituições de crédito, instituições parabancárias
toda a legislação que contraria o disposto no presente e instituições financeiras internacionais consolidantes
diploma. devem igualmente preparar as suas demonstrações fi-
Artigo 4º nanceiras individuais em conformidade com as NIRF.

O presente diploma entra em vigor a partir de 31 de 4º As instituições de crédito, instituições parabancá-


Agosto de 1998. rias e instituições financeiras internacionais que não
apresentem demonstrações financeiras consolidadas,
Visto e aprovado em Conselho de Ministros. nem sejam entidades consolidantes, devem igualmente
preparar as suas demonstrações financeiras individuais
Úlpio Napoleão Fernandes – Ulisses Correia e Silva. em conformidade com as NIRF.
Promulgado em 28 de Agosto de 1998. 5º 1 - Quando a dimensão ou outros elementos relativos
às instituições de crédito, instituições parabancárias e
Publica-se.
instituições financeiras internacionais sujeitas à supervi-
O Presidente da Republica, ANTÓNIO MANUEL são prudencial não o justifiquem, o Banco de Cabo Verde
MASACARENHAS GOMES MONTEIRO. poderá mediante requerimento devidamente fundamen-
tado, dispensá-las de elaboração das demonstrações
Referendado em 28 de Agosto de 1998. financeiras de acordo com as NIRF.

O Primeiro-Ministro por substituição, Úlpio Napoleão 2 - As instituições de crédito, instituições parabancárias


Fernandes. e instituições financeiras internacionais dispensadas nos

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termos do número anterior, devem continuar a elaborar 1º 1- O presente Aviso aplica-se a todas as instituições
as suas demonstrações financeiras de acordo com o Plano autorizadas a funcionar em Cabo Verde, seja como bancos
de Contas para o Sistema Bancário, aprovado pelo Aviso ou demais instituições de crédito, seja como instituições
n.º 6/94, de 19 Julho, com as modificações introduzidas parabancárias, nos termos da Lei n.º 3/V/96, de 1 de
pelos Decreto-Lei n.º 39/2003, de 20 de Outubro e Aviso Julho, a seguir designadas por instituições.
n.º 4/2004, de 27 Dezembro.
2- As instituições referidas no número anterior que
6º As instituições de crédito, instituições parabancárias de acordo com o disposto nos números 5º e 7º do Aviso n.º
e instituições financeiras internacionais deverão elabo- 2/2007, não apresentaram as suas demonstrações finan-
rar as suas demonstrações financeiras em conformidade ceiras de acordo com as Normas Internacionais de Relato
com o ponto 1 do n.º 2, n.º 3 e n.º 4 do presente Aviso nos Financeiro (NIRF), aplicarão igualmente as disposições
seguintes termos: deste Aviso com as necessárias adaptações.
a) Demonstrações financeiras individuais relativas 2º As instituições devem:
a exercícios iniciados em ou após 1 de Janeiro
de 2008; e a) Manter o capital mínimo estabelecido pela lei apli-
cável para a constituição e estabelecimento de
b) Demonstrações financeiras consolidadas relativas
bancos e demais instituições de crédito e insti-
a exercícios iniciados em ou após 1 de Janeiro
tuições parabancárias, de tal forma que o valor
de 2007.
dos fundos próprios da instituição, apurado na
7º 1- As instituições de crédito, instituições paraban- forma do Aviso n.º 3/2007, não seja, a qualquer
cárias e instituições financeiras internacionais poderão momento, inferior ao referido capital;
optar, durante o exercício iniciado em 1 de Janeiro de
2007, pela elaboração de demonstrações individuais em b) Observar, em permanência, uma relação ade-
conformidade com o modelo estabelecido no ponto 1 do quada entre o montante dos seus fundos pró-
n.º 2 do presente Aviso. prios, apurados na forma do Aviso n.º 3/2007,
e o montante dos seus elementos do activo e
2- As instituições de crédito, instituições parabancárias extrapatrimoniais ponderados em função dos
e instituições financeiras internacionais que, durante respectivos riscos envolvidos, especialmente o
o exercício de 2007, não optarem pela elaboração das risco de crédito, o risco de taxa de câmbio e o
demonstrações financeiras individuais de acordo com risco operacional.
o modelo estabelecido no ponto 1 do n.º 2 do presente
Aviso, deverão prepará-las de acordo com o Plano de 3º A relação referida na alínea b) do n.º 2º será de-
Contas para o Sistema Bancário, aprovado pelo Aviso signada por rácio de solvabilidade e será calculada da
n.º 6/94, de 19 Julho, com as modificações introduzidas seguinte forma:
pelo Decreto-Lei n.º 39/2003, de 20 de Outubro e Aviso
F
P
n.º 4/2004, de 27 Dezembro. × 100,
VAPRC + VAPRTC + VEAPRO
3- As instituições de crédito, instituições parabancárias
e instituições financeiras internacionais referidas no Onde:
ponto 2 precedente deverão, adicionalmente, reportar ao
Banco de Cabo Verde o recálculo dessas demonstrações FP – Valor dos Fundos Próprios, determinados con-
financeiras, à data de 31 de Dezembro de 2007, de acordo forme Aviso n.º 3/2007;
com as NIRF. VAPRC – Valor dos activos ponderados pelo risco de
8º O Banco de Cabo Verde emitirá as instruções que crédito, incluindo os elementos extrapatrimo-
venham a ser consideradas necessárias ao cumprimento niais, determinados conforme Anexo 1;
das regras deste Aviso.
VAPRTC – Valor dos activos ponderados pelo risco
9º O presente Aviso entra imediatamente em vigor. de taxa de câmbio, apurados conforme Anexo 2;
O Governador, Carlos Augusto de Burgo VEAPRO – Valor equivalente em activos ponderados
––––––– pelo risco operacional, apurado conforme
Anexo 3.
Aviso nº 4/2007
4º O valor do rácio de solvabilidade não pode ser inferior
RÁCIO DE SOLVABILIDADE a 10%.
Considerando a necessidade de adaptar a regulamen-
tação vigente aos princípios internacionais de supervisão 5º 1- As instituições devem proceder ao cálculo do seu
bancária, incorporando o risco de mercado, nomeada- rácio de solvabilidade pelo menos no final de cada mês, e
mente o risco de taxa de câmbio, e o risco operacional no informar ao Banco de Cabo Verde, até ao décimo dia do
cálculo do rácio de solvabilidade; mês seguinte, a composição dos resultados obtidos.

O Banco de Cabo Verde, no uso da competência que 2 - Considerando as adaptações que as instituições
lhe é conferida, designadamente, pelo artigo 23º da sua necessitam de efectuar por forma a reunirem as condições
Lei Orgânica, e pelo n.º 3 do artigo 29º da Lei n.º 3/V/96, para proceder ao reporte dos seu Rácio de Solvabilidade
de 1 de Julho, determina: em base consolidada e individual de acordo com o disposto

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no Aviso n.º 2/2007, o Banco de Cabo Verde irá determinar excluir os ganhos e perdas não realizados que
por instrução um prazo de reporte alargado face ao prazo não representem imparidade, excepto no que
de envio a que alude o ponto anterior. diz respeito a ganhos provenientes de reava-
liações efectuadas nos termos do diploma legal
6º O Banco de Cabo Verde emitirá as instruções jul- que as autorize;
gadas necessárias ao cumprimento das regras deste
Aviso. g) Ao valor dos impostos diferidos activos, o qual
deverá excluir os montantes de impostos diferi-
7º O presente Aviso revoga o Aviso n.º 01/99, de 29 dos decorrentes dos valores excluídos de acordo
de Março, publicado no Boletim Oficial, I Série, de 3 de com o previsto nas alíneas anteriores.
Maio.
3. Por sua vez, as rubricas extrapatrimoniais, devem
8º O presente Aviso entra em vigor na sua data de
ser ponderadas segundo um método de cálculo em duas
publicação, concedendo-se um prazo de um ano para que
etapas, de acordo com os nos 3.1. e 3.2. deste anexo. O
as instituições venham a se ajustar às normas sobre a co-
valor de ponderação das rubricas extrapatrimoniais
bertura do risco cambial e risco operacional, sem prejuízo
deverá ser líquido das provisões registadas nas demons-
do permanente cumprimento do rácio de solvabilidade
trações financeiras para estes riscos, ou, se maior das
para o risco de crédito e atentos os prazos de adopção das
provisões regulamentares que resultem da aplicação do
NIRF estabelecidos no n.º 6º do Aviso n.º 2/2007.
Aviso n.º 4/2006, com as modificações introduzidas pelo
O Governador, Carlos Augusto de Burgo Aviso n.º 6/2007.

ANEXO 1 PARTE I
ACTIVOS PONDERADOS PELO RISCO DE CRÉDITO 1. Os coeficientes de ponderação a atribuir aos elementos
Ponderação dos elementos do activo e extrapatrimo- do activo devem ser os seguintes:
niais das instituições para efeitos do cálculo do rácio de
Coefi-
solvabilidade. ciente
Classificação dos elementos do balanço
de Pon-
1. As rubricas do activo e extrapatrimoniais devem ser deração
ponderadas em função do risco de crédito.
0% Caixa e elementos equivalentes
2. Assim, o valor de balanço do activo deve ser multipli-
Créditos sobre o Estado de Cabo Verde, o Banco
cado pelo respectivo coeficiente de ponderação, de acordo
de Cabo Verde e entidades do sector público cabo-
com a PARTE I deste anexo, excepto quanto: verdiano, assim como activos que gozem de garantia
a) Ao valor dos activos, para os quais as perdas expressa e juridicamente vinculativa dessas enti-
dades ou que estejam cobertos por garantia, pru-
de imparidade e provisões registadas nas
dentemente avaliadas, constituídas por títulos de
demonstrações financeiras sejam inferiores emissão dessas entidades.
às provisões regulamentares que resultem da
aplicação do Aviso n.º 4/2006, com as modifi- Direitos sobre os governos centrais e bancos centrais
cações introduzidas pelo Aviso n.º 6/2007, deve de países da OCDE, ou que contem com garantia
dessas instituições ou estejam cobertos por títulos
deduzir-se a referida insuficiência;
de emissão dessas entidades.
b) Ao valor dos créditos e outros valores a receber, Elementos do activo cobertos por depósitos junto da
classificados activos financeiros ao justo valor própria instituição e vinculados ao activo.
através da conta de resultados, o qual deverá
20 % Direitos de crédito sobre bancos multilaterais de
excluir os respectivos ganhos não realizados; desenvolvimento ou por eles garantidos ou garanti-
c) Ao valor dos créditos concedidos e contas a re- dos por títulos de emissão desses bancos.
ceber, classificados como activos financeiros Direitos de crédito sobre instituições de crédito se-
disponíveis para venda, o qual deverá excluir deadas em países da OCDE ou em Cabo Verde ou
os respectivos ganhos e perdas não realizados garantidos por esses bancos.
que não representem imparidade; Direitos de crédito sobre sociedades de investimento
sedeadas em países da OCDE e sujeitas a uma super-
d) Ao valor dos créditos e outros valores a receber
visão comparada às de instituições de crédito, bem
que estejam envolvidos em relações de cober- como direitos garantidos por essas entidades.
tura de justo valor, o qual deverá excluir os
ganhos e perdas correspondentes à parte não Direitos de crédito sobre instituições de crédito
envolvida em tal relação de cobertura e/ou à sedeadas em países não membros da OCDE e com
prazo residual igual ou inferior a um ano ou créditos
parte daquela relação considerada ineficaz;
garantidos por essas instituições e de prazo residual
e) Ao valor de elementos classificados como dispo- igual ou inferior a um ano.
níveis para venda, o qual deverá excluir 50% Direitos de crédito sobre entidades do sector público
dos ganhos não realizados; e de países da OCDE, excluindo governo central e banco
central, e créditos garantidos por essas entidades.
f) Ao valor de propriedades de investimento e de
outros activos fixos tangíveis, o qual deverá Valores em processo de cobrança.

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50 % Empréstimos garantidos por hipoteca sobre imóveis Na segunda etapa, o valor obtido, após a aplicação
destinados à habitação do mutuário. daquelas percentagens, deve ser multiplicado pelo coefi-
ciente de ponderação atribuído à contraparte respectiva
100 % Créditos sobre o sector privado. nos termos do n.º 1 da PARTE I, com excepção do coefi-
Créditos sobre instituições de crédito sedeadas fora ciente de ponderação de 100% aí previsto, que deve ser
de Cabo Verde, em países não membros da OCDE, substituído por um coeficiente de ponderação de 50%.
com um prazo residual superior a um ano.
3.3 Sempre que os elementos extrapatrimoniais benefi-
Créditos sobre governos centrais e bancos centrais de
ciem de garantias expressas e validamente formalizadas,
países não membros da OCDE, excepto Cabo Verde.
os coeficientes a utilizar na segunda etapa do cálculo,
Activo imobilizado, incluindo imóveis, edifícios, equipa- nos termos dos nos 3.1 e 3.2, devem ser os da entidade
mentos e outros activos fixos, excepto aqueles que sejam garante e não os da entidade garantida, caso aqueles
deduzidos directamente dos fundos próprios. sejam inferiores a estes últimos.
Participações e imóveis não de uso, excepto aqueles
deduzidos directamente dos fundos próprios.
Se esses elementos extrapatrimoniais gozarem de total
garantia, prudentemente avaliada, constituída por títulos
Todos os demais activos, excepto aqueles deduzidos emitidos pelo Estado de Cabo Verde, pelo BANCO DE
directamente dos fundos próprios. CABO VERDE, por entidades do sector público adminis-
trativo cabo-verdiano ou, ainda, por depósitos junto da
2. As contas de proveitos a receber devem ser sujeitas
própria instituição, o coeficiente de ponderação a aplicar,
ao coeficiente de ponderação aplicado à operação activa
nesta segunda etapa, deve ser de 0%. Se a garantia for
que está na sua origem.
constituída por títulos emitidos por bancos multilaterais
3. Quanto às rubricas extrapatrimoniais, os procedi- de desenvolvimento ou por depósitos constituídos junto
mentos a adoptar devem ser os seguintes: de outras instituições de crédito, a ponderação a atribuir,
igualmente nesta segunda fase, deve ser de 20%.
3.1 O valor ponderado das operações extrapatrimoniais,
4. Quando os elementos do activo ou extrapatrimoniais
com excepção das relacionadas com riscos relativos a taxas
gozarem, parcialmente, de uma garantia que permita a
de juro e a taxas de câmbio, deve ser apurado através de
atribuição de uma ponderação mais baixa, esta ponde-
um cálculo em duas etapas.
ração só deve ser aplicada à parte garantida.
Inicialmente, deve proceder-se à classificação de acordo 5. Para efeitos do presente anexo, entende-se por Ban-
com o risco inerente a cada uma das operações conforme cos multilaterais de desenvolvimento:
o estabelecido na PARTE II deste anexo. Com base nessa
classificação, as operações de risco elevado devem ser O Banco Internacional para a Reconstrução e Desen-
consideradas pelo seu valor total; as de risco médio por volvimento (Banco Mundial), a Sociedade Financeira
50% do seu valor; as de risco médio/baixo, por 20% do seu Internacional, o Banco Europeu de Investimento, O
valor; as de risco baixo por 0% do seu valor. Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento,
O Banco Inter-Americano de Desenvolvimento, o Banco
Seguidamente, os valores obtidos após a aplicação do Asiático de Desenvolvimento, o Banco Africano de De-
método atrás descrito devem ser multiplicados pelos senvolvimento, o Fundo de Desenvolvimento Social do
coeficientes de ponderação atribuídos às contrapartes Conselho da Europa, o Banco Nórdico de Investimento, o
respectivas, de acordo com o previsto no n.º 1 da PARTE Banco de Desenvolvimento das Caraíbas e outros Bancos
I, excepto quando se trate de operações de compra de que a eles o BANCO DE CABO VERDE expressamente
activos a prazo fixo e de venda de activos com opção de considere equiparados.
recompra, em que o coeficiente de ponderação a aplicar
deve ser o do activo em causa, e não o da contraparte na PARTE II
transacção. Classificação dos elementos extrapatrimoniais
3.2 O valor ponderado das operações extrapatrimo- quanto aos tipos de Risco.
niais relacionadas com riscos relativos a taxas de juro Risco elevado:
e a taxas de câmbio deve ser, igualmente, efectuado em
duas etapas. • Garantias com a natureza de substitutos de crédito;

Na primeira etapa, o montante teórico de cada contrato • Aceites;


deve ser multiplicado pelas seguintes percentagens: • Endossos de títulos de que não conste a assinatura
de outra instituição de crédito;
Contratos
Contratos
relativos • Transacções com recurso;
relativos a
Vencimento inicial a taxas de
taxas de juro • Cartas de crédito irrevogáveis stand-by, com a
câmbio
Percentagens natureza de substitutos de crédito;
Um ano ou menos 0,5 2 • Compra de activos a prazo fixo;
Mais de um ano e não mais de dois anos 1 5
• Parcela por realizar de acções e de outros valores
Por cada ano suplementar 1 3 parcialmente realizados.

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Risco médio: 7. Assim, o valor apurado dos fundos próprios mínimos


para a cobertura do risco cambial, calculado na forma
• Créditos documentários, emitidos e confirmados,
do ponto anterior, será multiplicado por 100/10 para se
excepto os de risco médio/baixo;
encontrar o VAPRTC – Valor dos Activos Ponderados pelo
• Garantias que não tenham a natureza de substitutos Risco de Taxa de Câmbio que comporá o denominador do
de crédito designadamente as de boa execução Rácio de Solvabilidade.
de contratos e as aduaneiras e fiscais;
8. O Banco de Cabo Verde considera que os demais
• Cartas de crédito irrevogáveis stand-by, que não riscos de mercado, como o de taxa de juros e o de acções
tenham a natureza de substitutos de crédito; em carteiras de títulos para negociação, ou o de outros
metais preciosos e demais mercadorias, e o de derivados
• Linhas de crédito não utilizadas, (acordos de con-
na forma de opções, não se aplicam às instituições de cré-
cessão de empréstimos, de compra de títulos,
dito no presente estágio do sistema financeiro e, portanto,
de concessão de garantias e de aceites e outros),
não definirá os critérios de exigência de fundos próprios
com prazo de vencimento inicial superior a
para esses riscos, até que os mesmos sejam considerados
um ano;
relevantes.
Risco médio/baixo:
9. Todavia, o Banco de Cabo Verde reserva-se no di-
• Créditos documentários em relação aos quais os reito de exigir, das instituições, a afectação de fundos
documentos de embarque sirvam de garantia; próprios para a cobertura dos riscos mencionados no
número anterior, se assim considerar necessário, tendo
• Outras transacções de liquidação potencial au-
em conta as posições específicas de risco de mercado de
tomática.
cada instituição.
Risco baixo:
ANEXO 3
Linhas de crédito não utilizadas (acordos de concessão
ACTIVOS PONDERADOS PELO RISCO OPERACIONAL
de empréstimos, de compra de títulos, de concessão de
garantias e de aceites e outros), com prazo de vencimento 1. O risco operacional é o risco de perda em decorrência
inicial inferior ou igual a um ano ou que possam ser válida da inadequação ou de falhas dos processos internos, das
e incondicionalmente anuladas em qualquer momento e pessoas ou dos sistemas, ou em consequência de eventos
sem pré-aviso. externos.
ANEXO 2 2. As instituições autorizadas a funcionar em Cabo
ACTIVOS PONDERADOS PELO RISCO DE MERCADO Verde nos termos da Lei n.º 3/V/96, de 1 de Julho e De-
creto Lei n.º 12, de 7 de Fevereiro, encontram-se sujeitas
1. O risco de mercado é definido como o risco de perda
a esse risco e, por essa razão, devem contar com fundos
nas contas patrimoniais e extrapatrimoniais em decor-
próprios para a cobertura do risco operacional.
rência de uma variação nos preços de mercado, como os
instrumentos relativos a riscos de taxas de câmbio em 3. O valor dos fundos próprios para a cobertura do risco
todos os elementos patrimoniais e extrapatrimoniais, e operacional será calculado da seguinte forma:
os instrumentos relativos a riscos de taxas de juros que
compõem a carteira de negociação das instituições. FPop = [Σ(PB1 a 3 x 0,15)] / n, em que:

2. O risco de mercado relativo às taxas de câmbio é FPop = Fundos Próprios necessários para a cober-
aquele que afecta actualmente as instituições autorizadas tura do risco operacional
a funcionar em conformidade com a Lei n.º 3/V/96, de 1 de
PB1 a 3 = Produto bancário, se positivo, dos três
Julho e com o Decreto-Lei n.º 12/2005, de 7 de Fevereiro.
últimos exercícios.
3. O risco de taxas de câmbio deve ser calculado sobre
a posição global em divisas da instituição, determinada n = número de exercícios em que o produto Bancário
na forma do número 4 do Artigo 3° do Aviso n.º 3/2000, foi positiva.
de 17 de Outubro, e respectivas instruções técnicas. 4. O produto bancário é a soma da margem financeira
4. Considerando o acordo juridicamente vinculativo que (proveitos líquidos de juros e de rendimentos de títulos)
estabelece a paridade do escudo cabo-verdiano com o euro, e da margem complementar (proveitos líquidos não de
a posição em euros não será computada para o efeito do juros, ou seja, comissões líquidas, proveitos líquidos das
cálculo do total das posições abertas longas e curtas. operações financeiras e outros proveitos bancários líquidos),
antes de deduzir as perdas de imparidade, provisões e as
5. Ao valor da posição global em divisas, que corresponde despesas operacionais.
ao maior valor absoluto do total das posições abertas
líquidas longas e curtas, a instituição deve adicionar o 5. O valor de capital necessário para o risco operacional,
valor dos activos mantidos em ouro. calculado na forma acima, será multiplicado por 100/10
para se encontrar o VAPRO – Valor em activos pon-
6. O valor dos fundos próprios mínimos exigidos para derados pelo risco operacional que também comporá o
o risco de mercado relativo a taxas de câmbio será de denominador do Rácio de Solvabilidade.
10% da posição global em divisas, apurada na forma do
ponto anterior. O Governador, Carlos Augusto de Burgo

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3- O Banco de Cabo Verde poderá mandar corrigir o 3º A relação referida na alínea b) do n.º 2º será de-
cálculo dos Fundos Próprios de uma instituição se consi- signada por rácio de solvabilidade e será calculada da
derar que não foram preenchidas, de modo satisfatório, seguinte forma:
as condições estabelecidas no presente Aviso.
F
P
× 100,
14º O Banco de Cabo Verde emitirá as instruções VAPRC + VAPRTC + VEAPRO
julgadas necessárias ao cumprimento das regras deste
Onde:
aviso.
FP – Valor dos Fundos Próprios, determinados con-
15º O presente Aviso revoga o Aviso n.º 08/98, de 10 forme Aviso n.º 3/2007;
de Dezembro, publicado no Boletim Oficial, I Série, de
28 de Dezembro. VAPRC – Valor dos activos ponderados pelo risco de
crédito, incluindo os elementos extrapatri-
16º O presente Aviso entra em vigor na sua data de moniais, determinados conforme Anexo 1;
publicação, atentos os prazos de adopção das NIRF es- VAPRTC – Valor dos activos ponderados pelo risco
tabelecidos no n.º 6º do Aviso n.º 2/2007. de taxa de câmbio, apurados conforme Anexo 2;
O Governador, Carlos Augusto de Burgo VEAPRO – Valor equivalente em activos pondera-
dos pelo risco operacional, apurado conforme
––––––– Anexo 3.
Aviso nº 4/2007 4º O valor do rácio de solvabilidade não pode ser
inferior a 10%.
RÁCIO DE SOLVABILIDADE
5º 1- As instituições devem proceder ao cálculo do seu
Considerando a necessidade de adaptar a regulamen- rácio de solvabilidade pelo menos no final de cada mês, e
tação vigente aos princípios internacionais de supervisão informar ao Banco de Cabo Verde, até ao décimo dia do
bancária, incorporando o risco de mercado, nomeada- mês seguinte, a composição dos resultados obtidos.
mente o risco de taxa de câmbio, e o risco operacional no 2- Considerando as adaptações que as instituições ne-
cálculo do rácio de solvabilidade; cessitam de efectuar por forma a reunirem as condições
O Banco de Cabo Verde, no uso da competência que para proceder ao reporte dos seu Rácio de Solvabilidade
lhe é conferida, designadamente, pelo artigo 23º da sua em base consolidada e individual de acordo com o disposto
Lei Orgânica, e pelo n.º 3 do artigo 29º da Lei n.º 3/V/96, no Aviso n.º 2/2007, o Banco de Cabo Verde irá determinar
de 1 de Julho, determina: por instrução um prazo de reporte alargado face ao prazo
de envio a que alude o ponto anterior.
1º 1- O presente Aviso aplica-se a todas as instituições
6º O Banco de Cabo Verde emitirá as instruções jul-
autorizadas a funcionar em Cabo Verde, seja como bancos
gadas necessárias ao cumprimento das regras deste
ou demais instituições de crédito, seja como instituições
Aviso.
parabancárias, nos termos da Lei n.º 3/V/96, de 1 de
Julho, a seguir designadas por instituições. 7º O presente Aviso revoga o Aviso n.º 01/99, de 29
de Março, publicado no Boletim Oficial, I Série, de 3 de
2- As instituições referidas no número anterior que Maio.
de acordo com o disposto nos números 5º e 7º do Aviso n.º
8º O presente Aviso entra em vigor na sua data de
2/2007, não apresentaram as suas demonstrações finan-
publicação, concedendo-se um prazo de um ano para que
ceiras de acordo com as Normas Internacionais de Relato
as instituições venham a se ajustar às normas sobre a co-
Financeiro (NIRF), aplicarão igualmente as disposições
bertura do risco cambial e risco operacional, sem prejuízo
deste Aviso com as necessárias adaptações.
do permanente cumprimento do rácio de solvabilidade
2º As instituições devem: para o risco de crédito e atentos os prazos de adopção das
NIRF estabelecidos no n.º 6º do Aviso n.º 2/2007.
a) Manter o capital mínimo estabelecido pela lei apli-
O Governador, Carlos Augusto de Burgo
cável para a constituição e estabelecimento de
bancos e demais instituições de crédito e insti- ANEXO 1
tuições parabancárias, de tal forma que o valor ACTIVOS PONDERADOS PELO RISCO DE CRÉDITO
dos fundos próprios da instituição, apurado na
Ponderação dos elementos do activo e extrapatrimo-
forma do Aviso n.º 3/2007, não seja, a qualquer
niais das instituições para efeitos do cálculo do rácio de
momento, inferior ao referido capital;
solvabilidade.
b) Observar, em permanência, uma relação ade- 1. As rubricas do activo e extrapatrimoniais devem ser
quada entre o montante dos seus fundos pró- ponderadas em função do risco de crédito.
prios, apurados na forma do Aviso n.º 3/2007,
e o montante dos seus elementos do activo e 2. Assim, o valor de balanço do activo deve ser multipli-
extrapatrimoniais ponderados em função dos cado pelo respectivo coeficiente de ponderação, de acordo
respectivos riscos envolvidos, especialmente o com a PARTE I deste anexo, excepto quanto:
risco de crédito, o risco de taxa de câmbio e o a) Ao valor dos activos, para os quais as perdas
risco operacional. de imparidade e provisões registadas nas

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demonstrações financeiras sejam inferiores Direitos sobre os governos centrais e bancos cen-
às provisões regulamentares que resultem da trais de países da OCDE, ou que contem com ga-
aplicação do Aviso n.º 4/2006, com as modifi- rantia dessas instituições ou estejam cobertos por
cações introduzidas pelo Aviso n.º 6/2007, deve títulos de emissão dessas entidades.
deduzir-se a referida insuficiência; Elementos do activo cobertos por depósitos junto da
b) Ao valor dos créditos e outros valores a receber, própria instituição e vinculados ao activo.
classificados activos financeiros ao justo valor Direitos de crédito sobre bancos multilaterais de
através da conta de resultados, o qual deverá desenvolvimento ou por eles garantidos ou garan-
20 %
excluir os respectivos ganhos não realizados; tidos por títulos de emissão desses bancos.
Direitos de crédito sobre instituições de crédito
c) Ao valor dos créditos concedidos e contas a re- sedeadas em países da OCDE ou em Cabo Verde
ceber, classificados como activos financeiros ou garantidos por esses bancos.
disponíveis para venda, o qual deverá excluir Direitos de crédito sobre sociedades de investi-
os respectivos ganhos e perdas não realizados mento sedeadas em países da OCDE e sujeitas a
que não representem imparidade; uma supervisão comparada às de instituições de
crédito, bem como direitos garantidos por essas
d) Ao valor dos créditos e outros valores a receber entidades.
que estejam envolvidos em relações de cober-
Direitos de crédito sobre instituições de crédito
tura de justo valor, o qual deverá excluir os sedeadas em países não membros da OCDE e com
ganhos e perdas correspondentes à parte não prazo residual igual ou inferior a um ano ou créditos
envolvida em tal relação de cobertura e/ou à garantidos por essas instituições e de prazo residual
parte daquela relação considerada ineficaz; igual ou inferior a um ano.

e) Ao valor de elementos classificados como dispo- Direitos de crédito sobre entidades do sector público
de países da OCDE, excluindo governo central
níveis para venda, o qual deverá excluir 50%
e banco central, e créditos garantidos por essas
dos ganhos não realizados; e entidades.
f) Ao valor de propriedades de investimento e de Valores em processo de cobrança.
outros activos fixos tangíveis, o qual deverá
excluir os ganhos e perdas não realizados que Empréstimos garantidos por hipoteca sobre imóveis
50% destinados à habitação do mutuário.
não representem imparidade, excepto no que
diz respeito a ganhos provenientes de reava- Créditos sobre o sector privado.
liações efectuadas nos termos do diploma legal 100%
que as autorize; Créditos sobre instituições de crédito sedeadas fora
de Cabo Verde, em países não membros da OCDE,
g) Ao valor dos impostos diferidos activos, o qual com um prazo residual superior a um ano.
deverá excluir os montantes de impostos diferi- Créditos sobre governos centrais e bancos centrais
dos decorrentes dos valores excluídos de acordo de países não membros da OCDE, excepto Cabo
com o previsto nas alíneas anteriores. Verde.

3. Por sua vez, as rubricas extrapatrimoniais, devem Activo imobilizado, incluindo imóveis, edifícios,
ser ponderadas segundo um método de cálculo em duas equipamentos e outros activos fixos, excepto aqueles
que sejam deduzidos directamente dos fundos
etapas, de acordo com os nos 3.1. e 3.2. deste anexo. O valor
próprios.
de ponderação das rubricas extrapatrimoniais deverá
ser líquido das provisões registadas nas demonstrações Participações e imóveis não de uso, excepto aqueles
deduzidos directamente dos fundos próprios.
financeiras para estes riscos, ou, se maior das provisões
regulamentares que resultem da aplicação do Aviso n.º 4/2006, Todos os demais activos, excepto aqueles deduzidos
com as modificações introduzidas pelo Aviso n.º 6/2007. directamente dos fundos próprios.

PARTE I 2. As contas de proveitos a receber devem ser sujeitas


ao coeficiente de ponderação aplicado à operação activa
1. Os coeficientes de ponderação a atribuir aos elemen- que está na sua origem.
tos do activo devem ser os seguintes:
3. Quanto às rubricas extrapatrimoniais, os procedi-
Coefi- mentos a adoptar devem ser os seguintes:
ciente de Classificação dos elementos do balanço
Ponderação 3.1 O valor ponderado das operações extrapatrimoniais,
0% Caixa e elementos equivalentes com excepção das relacionadas com riscos relativos a taxas
Créditos sobre o Estado de Cabo Verde, o Banco de juro e a taxas de câmbio, deve ser apurado através de
de Cabo Verde e entidades do sector público cabo- um cálculo em duas etapas.
verdiano, assim como activos que gozem de garantia
expressa e juridicamente vinculativa dessas Inicialmente, deve proceder-se à classificação de acordo
entidades ou que estejam cobertos por garantia, com o risco inerente a cada uma das operações conforme
prudentemente avaliadas, constituídas por títulos o estabelecido na PARTE II deste anexo. Com base nessa
de emissão dessas entidades. classificação, as operações de risco elevado devem ser

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consideradas pelo seu valor total; as de risco médio por Internacional, o Banco Europeu de Investimento, O
50% do seu valor; as de risco médio/baixo, por 20% do seu Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento,
valor; as de risco baixo por 0% do seu valor. O Banco Inter-Americano de Desenvolvimento, o Banco
Asiático de Desenvolvimento, o Banco Africano de De-
Seguidamente, os valores obtidos após a aplicação do senvolvimento, o Fundo de Desenvolvimento Social do
método atrás descrito devem ser multiplicados pelos Conselho da Europa, o Banco Nórdico de Investimento, o
coeficientes de ponderação atribuídos às contrapartes res- Banco de Desenvolvimento das Caraíbas e outros Bancos
pectivas, de acordo com o previsto no n.º 1 da PARTE I, excepto que a eles o BANCO DE CABO VERDE expressamente
quando se trate de operações de compra de activos a prazo considere equiparados.
fixo e de venda de activos com opção de recompra, em que
o coeficiente de ponderação a aplicar deve ser o do activo PARTE II
em causa, e não o da contraparte na transacção. Classificação dos elementos extrapatrimoniais
quanto aos tipos de Risco.
3.2 O valor ponderado das operações extrapatrimoniais
relacionadas com riscos relativos a taxas de juro e a taxas Risco elevado:
de câmbio deve ser, igualmente, efectuado em duas
etapas. • Garantias com a natureza de substitutos de
crédito;
Na primeira etapa, o montante teórico de cada contrato
deve ser multiplicado pelas seguintes percentagens: • Aceites;

Contratos • Endossos de títulos de que não conste a assinatura


Contratos
relativos de outra instituição de crédito;
relativos a
a taxas de
taxas de juro • Transacções com recurso;
Vencimento inicial câmbio
Percentagens • Cartas de crédito irrevogáveis stand-by, com a
Um ano ou menos 0,5 2 natureza de substitutos de crédito;
Mais de um ano e não mais de dois anos 1 5 • Compra de activos a prazo fixo;
Por cada ano suplementar 1 3
• Parcela por realizar de acções e de outros valores
Na segunda etapa, o valor obtido, após a aplicação parcialmente realizados.
daquelas percentagens, deve ser multiplicado pelo coefi-
ciente de ponderação atribuído à contraparte respectiva Risco médio:
nos termos do n.º 1 da PARTE I, com excepção do coefi-
• Créditos documentários, emitidos e confirmados,
ciente de ponderação de 100% aí previsto, que deve ser
excepto os de risco médio/baixo;
substituído por um coeficiente de ponderação de 50%.
• Garantias que não tenham a natureza de substitutos
3.3 Sempre que os elementos extrapatrimoniais benefi-
de crédito designadamente as de boa execução
ciem de garantias expressas e validamente formalizadas,
de contratos e as aduaneiras e fiscais;
os coeficientes a utilizar na segunda etapa do cálculo,
nos termos dos nos 3.1 e 3.2, devem ser os da entidade • Cartas de crédito irrevogáveis stand-by, que não
garante e não os da entidade garantida, caso aqueles tenham a natureza de substitutos de crédito;
sejam inferiores a estes últimos.
• Linhas de crédito não utilizadas, (acordos de con-
Se esses elementos extrapatrimoniais gozarem de total cessão de empréstimos, de compra de títulos,
garantia, prudentemente avaliada, constituída por títulos de concessão de garantias e de aceites e outros),
emitidos pelo Estado de Cabo Verde, pelo BANCO DE com prazo de vencimento inicial superior a
CABO VERDE, por entidades do sector público adminis- um ano;
trativo cabo-verdiano ou, ainda, por depósitos junto da
própria instituição, o coeficiente de ponderação a aplicar, Risco médio/baixo:
nesta segunda etapa, deve ser de 0%. Se a garantia for
constituída por títulos emitidos por bancos multilaterais • Créditos documentários em relação aos quais
de desenvolvimento ou por depósitos constituídos junto os documentos de embarque sirvam de
de outras instituições de crédito, a ponderação a atribuir, garantia;
igualmente nesta segunda fase, deve ser de 20%. • Outras transacções de liquidação potencial au-
4. Quando os elementos do activo ou extrapatrimoniais tomática.
gozarem, parcialmente, de uma garantia que permita a
Risco baixo:
atribuição de uma ponderação mais baixa, esta ponde-
ração só deve ser aplicada à parte garantida. Linhas de crédito não utilizadas (acordos de concessão
de empréstimos, de compra de títulos, de concessão de
5. Para efeitos do presente anexo, entende-se por Ban-
garantias e de aceites e outros), com prazo de vencimento
cos multilaterais de desenvolvimento:
inicial inferior ou igual a um ano ou que possam ser válida
O Banco Internacional para a Reconstrução e Desen- e incondicionalmente anuladas em qualquer momento e
volvimento (Banco Mundial), a Sociedade Financeira sem pré-aviso.

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ANEXO 2 2. As instituições autorizadas a funcionar em Cabo


ACTIVOS PONDERADOS PELO RISCO DE MERCADO
Verde nos termos da Lei n.º 3/V/96, de 1 de Julho e De-
creto-Lei n.º 12, de 7 de Fevereiro, encontram-se sujeitas
1. O risco de mercado é definido como o risco de perda a esse risco e, por essa razão, devem contar com fundos
nas contas patrimoniais e extrapatrimoniais em decor- próprios para a cobertura do risco operacional.
rência de uma variação nos preços de mercado, como os
instrumentos relativos a riscos de taxas de câmbio em 3. O valor dos fundos próprios para a cobertura do risco
todos os elementos patrimoniais e extrapatrimoniais, e operacional será calculado da seguinte forma:
os instrumentos relativos a riscos de taxas de juros que
FPop = [Σ(PB1 a 3 x 0,15)] / n, em que:
compõem a carteira de negociação das instituições.
2. O risco de mercado relativo às taxas de câmbio é FPop = Fundos Próprios necessários para a cober-
aquele que afecta actualmente as instituições autorizadas tura do risco operacional
a funcionar em conformidade com a Lei n.º 3/V/96, de
PB1 a 3 = Produto bancário, se positivo, dos três
01 de Julho e com o Decreto-Lei n.º 12/2005, de 7 de
últimos exercícios.
Fevereiro.
3. O risco de taxas de câmbio deve ser calculado sobre n = número de exercícios em que o produto Bancário
a posição global em divisas da instituição, determinada foi positiva.
na forma do número 4 do Artigo 3° do Aviso n.º 3/2000,
4. O produto bancário é a soma da margem financeira
de 17 de Outubro, e respectivas instruções técnicas.
(proveitos líquidos de juros e de rendimentos de títulos)
4. Considerando o acordo juridicamente vinculativo que e da margem complementar (proveitos líquidos não de
estabelece a paridade do escudo cabo-verdiano com o euro, juros, ou seja, comissões líquidas, proveitos líquidos das
a posição em euros não será computada para o efeito do operações financeiras e outros proveitos bancários líqui-
cálculo do total das posições abertas longas e curtas. dos), antes de deduzir as perdas de imparidade, provisões
e as despesas operacionais.
5. Ao valor da posição global em divisas, que correspon-
de ao maior valor absoluto do total das posições abertas 5. O valor de capital necessário para o risco operacional,
líquidas longas e curtas, a instituição deve adicionar o calculado na forma acima, será multiplicado por 100/10
valor dos activos mantidos em ouro. para se encontrar o VAPRO – Valor em activos pon-
6. O valor dos fundos próprios mínimos exigidos para derados pelo risco operacional que também comporá o
o risco de mercado relativo a taxas de câmbio será de denominador do Rácio de Solvabilidade.
10% da posição global em divisas, apurada na forma do
O Governador, Carlos Augusto de Burgo
ponto anterior.
7. Assim, o valor apurado dos fundos próprios mínimos –––––––
para a cobertura do risco cambial, calculado na forma
do ponto anterior, será multiplicado por 100/10 para se Aviso nº 5/2007
encontrar o VAPRTC – Valor dos Activos Ponderados pelo NORMAS RELATIVAS À SUPERVISÃO
Risco de Taxa de Câmbio que comporá o denominador do EM BASE CONSOLIDADA
Rácio de Solvabilidade.
A dinâmica do funcionamento do sistema financeiro
8. O Banco de Cabo Verde considera que os demais
cabo-verdiano, caracterizada pelo surgimento de novos
riscos de mercado, como o de taxa de juros e o de acções
produtos, serviços e instituições, tem vindo a registar
em carteiras de títulos para negociação, ou o de outros
uma tendência de formação de grupos financeiros que
metais preciosos e demais mercadorias, e o de derivados
transaccionam diversos produtos e serviços.
na forma de opções, não se aplicam às instituições de cré-
dito no presente estágio do sistema financeiro e, portanto, Havendo necessidade de controlo do risco de contágio e
não definirá os critérios de exigência de fundos próprios da salvaguarda da transparência, a formação de grupos
para esses riscos, até que os mesmos sejam considerados financeiros impõe o estabelecimento de normas pru-
relevantes. denciais para a garantia da eficácia da actividade de
9. Todavia, o Banco de Cabo Verde reserva-se no di- supervisão, nomeadamente em relação à supervisão em
reito de exigir, das instituições, a afectação de fundos base consolidada, à consolidação de contas, ao cálculo
próprios para a cobertura dos riscos mencionados no dos fundos próprios e do rácio de solvabilidade em base
número anterior, se assim considerar necessário, tendo consolidada.
em conta as posições específicas de risco de mercado de
Assim, o Banco de Cabo Verde, no uso da competência
cada instituição.
atribuída pelo número 2 do artigo 17º da Lei N.º 10/
ANEXO 3 VI/2002, de 15 de Julho – Lei Orgânica do Banco de Cabo
ACTIVOS PONDERADOS PELO RISCO OPERACIONAL Verde – e ao abrigo do disposto nos artigos 29º, 35º, 37º e
49º da Lei N.º 3/V/96, de 1 de Julho, determina:
1. O risco operacional é o risco de perda em decorrência
da inadequação ou de falhas dos processos internos, das 1º. 1- O presente Aviso estabelece as situações em que
pessoas ou dos sistemas, ou em consequência de eventos as instituições de crédito, instituições parabancárias e
externos. instituições financeiras internacionais, a seguir designadas

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