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ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO E COMISSÃO DE LICITAÇÃO DA


PREFEITURA MUNICIPAL DE VILA VELHA.

REF.: RECURSO DO EDITAL DO PREGÃO ELETRÔNICO N.º 180/2022

SUPRISERVICE INFORMÁTICA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, com


sede na Praça San Martin, nº 84 - Sala 105, Praia do Canto, Vitória, ES - CEP: 29.055-
170, Inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 03.607.073/0001-34, neste ato representada por seu
representante legal, o Sr. Gilson S. Pereira, diretor e sócio, devidamente qualificado no
presente processo vem na forma da legislação vigente em conformidade com o art. 4º,
XVIII da lei n.º 10.520/02, até vossas senhorias, para, tempestivamente, interpor

RECURSO ADMINISTRATIVO

contra a decisão de declarar vencedora a empresa PRINT SOLUÇÃO EM


TECNOLOGIA LTDA (CNPJ: 15.549.061/0001-80), ora aqui denominada recorrida ou
PRINT, perante essa distinta administração do processo licitatório em pauta.

1. DO CAMBIMENTO DO PRESENTE RECURSO

O Direito de Peticionar no procedimento licitatório tem como fundamento legal na


CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988, que
dispõe:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

(...)

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

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a) O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra


ilegalidade ou abuso de poder;

(...).”

É dessa garantia constitucional que decorrem as diversas formas de provocação da


Administração Pública para o exercício do direito de petição, nesse sentido vejamos as
palavras de Di Pietro1:

Dentro do direito de petição estão agasalhadas inúmeras modalidades de


recursos administrativos...

É o caso da representação, da reclamação administrativa, do pedido de


reconsideração, dos recursos hierárquicos próprios e impróprios da revisão.

Seguindo esse entendimento, Carvalho Filho2 afirma que:

O direito de petição é um meio de controle administrativo e dá fundamento


aos recursos administrativos por que tais recursos nada mais são do que meios
de postulação a um órgão administrativo. O instrumento que propicia o
exercício desse direito consagrado na CF é o recurso administrativo.

Ademais, o art. 4º, inciso XVIII, da Lei 10.520/2022 é cogente ao prever a possibilidade
de proposição de recurso da decisão que

Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos


interessados e observará as seguintes regras:

[...]

XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e


motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3
(três) dias para apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes
desde logo intimados para apresentar contra-razões em igual número de dias,
que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes
assegurada vista imediata dos autos;

Ainda no mesmo sentido, a cláusula 16 do edital do Pregão Eletrônico n.º 180/2022


reproduz o prazo legal do art. 4.º, inciso XVIII da Lei 10.520/2002:

16. DO RECURSO
16.1. DECLARADO O VENCEDOR, qualquer licitante, poderá manifestar
imediata e motivadamente a intenção de recorrer, exclusivamente, por meio
eletrônico, através do sistema www.licitacoes- e.com.br.
16.1.1. Nos termos do Decreto Municipal no 194/2014, será considerada como
manifestação imediata aquela efetuada, por meio do sistema eletrônico, até às

1
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo, p 579. São Paulo: Atlas, 2000.
2
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, p. 905. Rio de Janeiro:
Lúmen Juris. 2009.

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18hs do dia útil subsequente àquele em que for declarado por meio de sistema
eletrônico, o licitante vencedor.
16.1.2. A falta de manifestação imediata e/ou motivação recursal da licitante
importará a decadência do direito de recurso.
16.1.3. Feita a manifestação motivada da intenção de recurso será concedido
o prazo de 03 (três) dias úteis para apresentação das razões do recurso.

Desta feita, tem-se que a presente manifestação administrativa instrumentaliza o exercício


do direito de petição junto ao poder público e o positivado direito de recurso de decisão
em procedimento de licitação.

2. DO RESUMO DOS FATOS

O Município de Vila Velha, através da Secretaria Municipal de Administração, tornou


pública a realização de licitação, na modalidade "Pregão Eletrônico", sob o critério
“menor preço por lote”, por meio do site https://www.licitacoes-e.com.br, para
REGISTRO DE PREÇOS VISANDO FUTURAS E EVENTUAIS AQUISIÇÕES DE
DESKTOPS, WORKSTATIONS, NOTEBOOKS E MONITORES, OBJETIVANDO A
MODERNIZAÇÃO E EXPANSÃO DO PARQUE TECNOLÓGICO DA
PREFEITURA DE VILA VELHA, conforme Processo nº 2022.076E0600028.02.0003
e especificações descritas e detalhadas no Edital 180/2022 e respectivos anexos.

A sessão pública foi realizada em ambiente virtual, na rede mundial de computadores –


internet, no ambiente virtual de licitações para o aplicativo “Licitações-e”, constante na
página eletrônica do Banco do Brasil S.A.

A empresa sociedade empresária denominada PRINT SOLUÇÃO EM TECNOLOGIA


LTDA (CNPJ: 15.549.061/0001-80) foi convocada pelo Pregoeiro a apresentar os seus
documentos de habilitação.

A solicitante requereu cópia da documentação juntada, para que pudesse realizar análise
prévia.

De posse da documentação acostada pela PRINT SOLUÇÃO EM TECNOLOGIA


LTDA foi possível constatar as irregularidades que abaixo apontamos.

3. DOS FUNDAMENTOS

A proposta apresentada pela empresa PRINT SOLUÇÃO EM TECNOLOGIA LTDA,


não atende as solicitações do edital, conforme iremos demonstrar.

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Solicitamos que o ilustre Senhor Pregoeiro e Equipe de Apoio da Prefeitura Municipal de


Vila Velha, conheça o recurso e avalie todos os fatos apontados, tomando para si
responsabilidade do julgamento, perante a lei.

3.1. DA DESCONFORMIDADE DA GARANTIA APRESENTADA PELA


LICITANTE

Nas cláusula 12.3 e 12.53 do Termo de Referência constante do Anexo I do Edital


n.º180/2022, resta cristalina a obrigação da licitante apresentar documento expedido pela
fabricante com os partnumbers dos equipamentos e/ou códigos para comprovação dos
requisitos do edital:

12. DA GARANTIA LOTE 01

[...]

12.3. A empresa licitante deverá, ainda, apresentar, no envelope da Proposta


Comercial, termo emitido pelo fabricante do equipamento ofertado, onde
conste:

12.5. Que a garantia do equipamento ofertado assim como o prazo de


solução ou nível de serviço, de acordo com o ITEM, é igual a exigida neste
Anexo deste Termo de Referência, devendo informar os “partnumbers” ou
códigos de serviços contratados.

12.6. O fabricante do equipamento ofertado, de acordo com os ITEM, deve


disponibilizar para realização do 1º atendimento (troubleshooting e
abertura de chamado técnico) uma central telefônica “própria” para
contato através de ligação gratuita para suporte e atendimento técnico
(0800), além de Chat, E-mail, whatsapp e Formulário website, bem como
possuir site na internet de acesso púbico, sem necessidade de autenticação,
com a disponibilidade de drivers, firmwares e todas as atualizações
existentes relativas ao equipamento ofertado e ainda disponibilizar
relatórios mensais de chamados para análise do cumprimento dos níveis
de SLA.

Entretanto, na documentação enviada pela recorrida, não foi encontrado nenhum termo
emitido pelo fabricante (Dell) com os partnumbers ou códigos para a comprovação do
atendimento dos serviços de garantia exigidos.

Desta feita, fica claro o não atendimento do edital nesse ponto.

3.2. DA INCOMPATIBILIDADE TÉCNICA DOS PROCESSADORES


DISPOSTOS NA PROPOSTA E DOCUMENTAÇÃO DE HABILITAÇÃO DA
RECORRIDA EM RELAÇÃO AO DISPOSTO NO EDITAL 180/2022 (LOTE 01)

3
O edital conta com essa numeração equivocada, já que deveria estar sequenciada. Erro material que não
invalida a cláusula.

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O edital e sua documentação anexa são claros ao determinar os requisitos técnicos dos
computadores (desktop, notebooks, etc) exigidos do fornecedor a ser contratado:

4. LOTE 01 – ITEM 01 – COMPUTADOR DESKTOP BÁSICO


4.1. Processador:
4.1.1. O modelo de processador ofertado deve ser de penúltima ou última
geração disponível pelo fabricante do processador, e ainda, deve possuir:
4.1.2. Mínimo de 04 (quatro) núcleos de performace e 08 (oito) threads de
processamento;
4.1.3. Atingir índice de, no mínimo, 14.400 (quatorze mil quatrocentos e
oitenta) pontos para o desempenho, tendo como referência a base de dados
Passmark CPU Mark, deverá ser anexo a esta especificação extraído do site
http://www.cpubenchmark.net/cpu_list.php a partir da data da primeira
publicação deste edital.
4.1.4. Deve suportar até 128GB DDR4 3.200MHz de memória RAM;
4.1.5. Projetado e fabricado, visando melhor eficiência energética, com
litografia máxima 14nm, para melhor dissipação de calor.

[...]

5.1.3. Atingir índice de, no mínimo, 30.400 (trinta mil quatrocentos e oitenta)
pontos para o desempenho, tendo como referência a base de dados Passmark
CPU Mark, deverá ser anexo a esta especificação extraído do site
http://www.cpubenchmark.net/cpu_list.php a partir da data da primeira
publicação deste edital;

6. LOTE 01 – ITEM 03 - NOTEBOOK


6.1. Processador:
6.1.1. O modelo de processador ofertado deve ser de última geração
disponível pelo fabricante do processador, e com performance mínima de
9.900 (nove mil e novecentos) pontos no “Passmark CPU Mark” conforme
especificação extraído do site https://www.cpubenchmark.net/cpu_list.php na
data de publicação do edital;
6.1.2. Deve suportar memória com frequencia de 3200MHz ou superior.
6.1.3. O modelo de processador ofertado deve suportar além de conjunto de
instruções em 64 (sessenta e quatro) “bits”, deve ser fabricado para uso
exclusivo em notebooks ou equipamentos portáteis com tecnologias de
otimização e eficiência energética:

7. LOTE 01 – ITEM 04 - WORKSTATION


7.1. Processador:
[...]
7.1.1.3. Atingir índice de, no mínimo, 17.500 (desessete mil e quinhetos) para
o desempenho, tendo como referência a base de dados Passmark CPU Mark,
deverá ser anexo a esta especificação extraído do site
http://www.cpubenchmark.net/cpu_list.php a partir da data da primeira
publicação deste edital.

Ainda que haja disposição expressa no edital e seus anexos, a documentação apresentada
pela recorrida, não contempla o modelo e pontuação passmark dos processadores
ofertados para todos os itens do Lote 01, o que enseja sua desclassificação por não atender
ao requisito da licitação.

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3.3. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE COMPATIBILIDADE COM O ISSO


9296 OU EQUIVALENTE PELO INMETRO (LOTE 01)

As cláusulas 4.14.1, 5.14, 5.14.1 e 7.15.1 estabelecem os quesitos técnicos dos gabinetes,
com exigência de compatibilidade com a ISSO 9296 ou equivalente emitido pelo
INMETRO:

4.14. Gabinete e Fonte de Alimentação

4.14.1. O gabinete deverá ser do tipo Small Form Factor (Compacto) com
volume máximo de 8.500 cm3, e com índice de eficiência comprovado através
de apresentação de documento emitidos pelo IT ECO Declarations, ou
equivalente, que conste compatibilidade do microcomputador ofertado com a
ISO 9296, ou equivalente emitido pelo INMETRO;

5.14. Gabinete e Fonte de Alimentação

5.14.1. O gabinete deverá ser do tipo Small Form Factor (Compacto) com
volume máximo de 8.500 cm3, e com índice de eficiência comprovado através
de apresentação de documento emitidos pelo IT ECO Declarations, ou
equivalente, que conste compatibilidade do microcomputador ofertado com a
ISO 9296, ou equivalente emitido pelo INMETRO;

7.15. Gabinete e Fonte de Alimentação


7.15.1. O gabinete deverá ser do tipo Tower Form Factor (Torre) com volume
mínimo de 20.000 cm3 e máximo de 27.000 cm3, e com índice de eficiência
comprovado através de apresentação de documento emitidos pelo IT ECO
Declarations, ou equivalente, que conste compatibilidade do workstation
ofertado com a ISO 9296, ou equivalente emitido pelo INMETRO;

Da análise da documentação acostada pela recorrida é possível observar que não foi
apresentado qualquer documento comprovando compatibilidade com a certificação ISO
9296 ou equivalente emitido pelo INMETRO.

3.4. DA AUSÊNCIA DE DOCUMENTO DE COMPROVAÇÃO DE


COMPATIBILIDADE COM A NORMA IEC 60950

As cláusulas 4.16.2, 5.16.2, 6.16.2 e 7.17.2 estabelecem os quesitos técnicos dos


microcomputadores, com exigência de compatibilidade com a norma IEC 60950 ou
equivalente emitido pelo INMETRO:

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A especificação técnica exigida é imperiosa, no sentido de que garante que os


microcomputadores ofertados e entregues atenderão aas normas técnicas dispostas pela
ABNT.

Desta feita, a licitante recorrida não apresenta a documentação comprovando


compatibilidade com IEC 60950 ou equivalente emitida pelo INMETRO, devendo,
portanto, ser desclassificada.

3.5. DA AUSÊNCIA DE DOCUMENTO DE COMPROVAÇÃO DA


COMPATIBILIDADE COM DO HCL COM O SISTEMA OPERACIONAL
OFERTADO NÃO CITADO:

As cláusulas 4.16.4, 5.16.4, 6.16.4 e 7.17.4 estabelecem os quesitos técnicos de


compatibilidade do sistema operacional, comprovando compatibilidade do sistema
operacional, o Hardware Compatibility Test Report emitido para o sistema operacional
que acompanha:

Ao nos debruçarmos sobre a documentação apresentada pela recorrida, não foi possível
encontrar documento comprovando compatibilidade do sistema operacional, o Hardware
Compatibility Test Report emitido para o sistema operacional que acompanha.

3.6. DA AUSÊNCIA DE DOCUMENTO DE COMPROVAÇÃO DE ESTAR EM


CONFORMIDADE COM A ISO 14001

As cláusulas 4.16.6, 5.16.6, 6.16.6 e 7.17.6 estabelecem a necessidade do licitante


comprovar que o fabricante do equipamento possui sistema de gestão ambiental com base
na norma ISO 140001:

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Entretanto, ao nos debruçarmos sobre a documentação apresentada pela recorrida, não foi
possível encontrar nenhuma documentação ou certificação que comprove que o fabricante
do equipamento possui sistema de gestão ambiental com base na norma ISO 140001.

3.7. DA AUSÊNCIA DE DOCUMENTO DO FABRICANTE DO EQUIPAMENTO


QUE AFIRME QUE POSSUI SOLUÇÃO DE GERENCIAMENTO E
SEGURANÇA

As cláusulas 4.18.1, 4.18.2, 5.17, 5.17.1, 5.17.2, 7.19 e 7.17.6 estabelecem a necessidade
do licitante comprovar que o fabricante do equipamento possui sistema de gestão
ambiental com base na norma ISO 140001:

Ao nos debruçarmos sobre a documentação apresentada pela recorrida, não foi possível
encontrar nenhuma declaração ou documentação onde descreva o sistema solicitado nos
itens 4.18, 5.17, 7.19.

3.8. DA AUSÊNCIA DE DOCUMENTO OU LAUDO QUE COMPROVE OS


TESTES SOLICITADOS PARA O EQUIPAMENTO OFERTADO

A cláusula 6.16.7 estabelece a necessidade do licitante comprovar, através de laudo, da


execução de testes que garantam a resistência dos produtos ofertados a impactos,
vibração, umidade, poeira e alta temperatura, emitido pelo fabricante do produto ou
equivalente INMETRO:

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Contudo, da análise da documentação apresentada pela recorrida, não consta laudo ou


qualquer documento assemelhado, expedido pelo INMETRO, que ateste o solicitado no
item 6.16.7.

3.9. DA AUSÊNCIA DE CONDIÇOES HABILITATÓRIAS TÉCNICAS-


OPERACIONAIS DA PRINT SOLUÇÃO EM TECNOLOGIA LTDA: AUSÊNCIA
DE DOCUMENTO DE COMPROVAÇÃO QUALIFICAÇÃO TÉCNICA
ADEQUADA PARA AS WORKSTATIONS

O art. 30, da Lei Federal n.º 8.666/93, ao tratar das exigências habilitatórias pertinentes à
capacitação técnica dos licitantes, estabelece a possibilidade de ser comprovada a
capacidade técnica-operacional do licitante (pertinente à empresa).

Com efeito, determina o Estatuto Federal Licitatório que:

Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

I – (...)

II – comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e


compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da
licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal
técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem
como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se
responsabilizará pelos trabalhos.
(...).” (Grifos nossos)

Neste sentido, pondera Carlos Pinto Coelho Motta4, in Eficácia nas Licitações e
Contratos, 1994, p. 149, citando Antônio Carlos Cintra do Amaral:

1. Para efeito de qualificação técnica de empresas licitantes, a


Administração deve, com base na Lei 8.666/93, exigir atestados
referentes à sua capacitação técnica, com vistas à ‘comprovação
de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível
em características, quantidades e prazos com o objeto da
licitação’ (art. 30, II).

Também se manifestou o TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO:

4
MOTTA, Carlos Pinto Coelho. Eficácia nas Licitações e Contratos, 1994, p. 149, citando Antônio
Carlos Cintra do Amaral.

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Habilitação. Qualificação técnica. Capacitação técnico-profissional.


Capacitação técnico-operacional. Concorrência. A estabilidade do futuro
contrato pode ser garantida com a exigência de atestados de capacitação
técnico-profissional aliada ao estabelecimento de requisitos destinados a
comprovar a capacitação técnico-operacional nos termos do inciso II do art.
30 da Lei nº 8.666/93. (TC-009.987/94-0, publicado no Boletim de Licitações
e Contratos, NDJ, 1995, vol. 11, p. 564).

Citamos ainda, os seguintes julgados que corroboram o alegado:

Administrativo. Procedimento Licitatório. Atestado Técnico. Comprovação.


Autoria. Empresa. Legalidade. Quando, em procedimento licitatório, exige-se
comprovação, em nome da empresa, não está sendo violado o art. 30, §1º, II,
caput, da Lei nº 8.66/93.
É de vital importância, no trato da coisa pública, a permanente perseguição
ao binômio qualidade e eficiência, objetivando não só a garantir a segurança
jurídica do contrato, mas também a consideração de certos fatores que
integram a finalidade das licitações, máxime em se tratando daquelas de
grande complexidade e de vulto financeiro tamanho que imponha ao
administrador a elaboração de dispositivos, sempre em atenção à pedra de
toque do ato administrativo –a lei – mas com dispositivos que busquem
resguardar a Administração de aventureiros ou de licitantes de competência
estrutural, administrativa e organizacional duvidosa. Recurso provido.
(Resp. nº 44.750-SP, rel. Ministro Francisco Falcão, 1ª T., unânime, DJ de
25.9.00)” (sem grifo no original).

“STJ - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


Classe: ROMS - RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA
– 18240
Processo: 200400682387 UF: RS
Órgão Julgador: PRIMEIRA TURMA
Data da decisão: 20/06/2006

Documento: STJ000696608
Data da publicação: 30/06/2006
ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE
SEGURANÇA. LICITAÇÃO. FASE DE HABILITAÇÃO. COMPROVAÇÃO
DOS REQUISITOS DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA.
1. Se a licitante não demonstrou, da forma prevista no Edital de convocação,
o cumprimento dos requisitos relativos à qualificação técnica, não tem direito
líquido e certo a ser habilitada no certame.

Não apresentados os documentos necessários e suficientes à comprovação da


qualificação técnica do licitante, descabe buscar suprir a falta a si imputável
por ocasião do recurso administrativo. Providência que viola o princípio da
vinculação ao edital, pois desatende o quanto lá determinado, e também o
princípio da igualdade, ao prejudicar injustificadamente os licitantes que
diligenciaram para satisfazer, a tempo e a contento, os requisitos constantes
na lei fundamental do certame.
Concessão da ordem que se impunha. SENTENÇA CONFIRMADA EM
REEXAME NECESSÁRIO. DECISÃO MONOCRÁTICA. (Reexame
Necessário Nº 70050947910, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Eduardo Kraemer, Julgado em 30/04/2013)

Nessa esteira, entendemos que o órgão público licitante não pode se afastar de suas regras,
nem mesmo das exigências da Lei, durante o julgamento dos documentos de habilitação

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ou da proposta de preços da empresa. Neste caso, a empresa PRINT SOLUÇÃO EM


TECNOLOGIA LTDA, não comprovou, com documentação inidônea, que executou
serviço igual ou assemelhado ao objeto do edital, NO PERCENTUAL REQUISITADO
NO EDITAL (20%).

Desta forma, não resta dúvidas de que a empresa PRINT SOLUÇÃO EM TECNOLOGIA
LTDA, não cumpriu as exigências estabelecidas no Instrumento Convocatório e na lei
8.666/93.

Ocorre que, dentre os atestados apresentados pela recorrida (referente ao item de


workstations do Lote 01), não foram encontrados atestados de capacidade técnica
com quantidade igual ou superior a 20% (vinte por cento) do total solicitado.

4. DA ESTRITA VINCULAÇÃO AO EDITAL E DO DEVER DE


DESCLASSIFICAÇÃO DA PROPOSTA E REVOGAÇÃO DA DECISÃO QUE
DEFINIU A PRINT SOLUÇÃO EM TECNOLOGIA LTDA COMO
VENCEDORA DO CERTAME LICITATÓRIO

Através da pontuação das irregularidades acima apresentadas, não resta outra opção para
a Administração, senão desclassificar a PRINT SOLUÇÃO EM TECNOLOGIA LTDA.

A legislação e jurisprudência dominante é cristalina ao estabelecer a estrita vinculação do


licitante ao edital de licitação.

Nessa esteira, com base no art. 3º, caput, da Lei Federal n.º 8.666/1993, podemos
identificar como princípios jurídicos que são aplicáveis às licitações: legalidade;
impessoalidade; moralidade; igualdade; publicidade; probidade administrativa;
vinculação ao instrumento convocatório; e julgamento objetivo. Vejamos:

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio


constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será
processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade,
da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.” (Grifamos)

Boa parte desses preceitos já se encontra consubstanciada no art. 37 da Constituição


Federal.

Vejamos:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte: (...).

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Outros, por sua vez, são normas específicas de processo concorrencial, tal como a
licitação.

Cumpre ressaltar que o enunciado normativo não estabelece um rol exaustivo dos
princípios jurídicos que devem incidir nas licitações. Basta observar a expressão “dos que
lhe são correlatos”, constante do final do art. 3º da Lei Federal n.º 8.666/93.

Caso não haja a observância aos ditames desses preceitos relevantes, a validade do
processo de licitação fica comprometida, tornando-o vulnerável à sua desconstituição por
razões de juridicidade pela autoridade administrativa ou judicial competente. Não é outra
a lição de Celso Antônio BANDEIRA DE MELLO5:

Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer.
A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico
mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave
forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do
princípio atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema,
subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu
arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra.

Trata-se de um princípio específico de processos de natureza concorrencial. Nos termos


do art. 41 da Lei Federal n.º 8.666/1993, a administração pública deve cumprir as normas
e condições constantes do edital da licitação, “ao qual se acha estritamente vinculada”.

Daí se dizer que o ato convocatório funciona como a “lei interna” da licitação,
subordinando o gestor público e os licitantes aos seus comandos.

Mediante o instrumento convocatório (edital), leva-se ao conhecimento do público a


abertura de licitação, nele sendo fixadas as condições de sua realização e a convocados
os interessados para apresentarem propostas. Mas a aplicação dos preceitos desse ato
deverá ser necessariamente contextualizada no ordenamento jurídico em vigor.

Entretanto, esse princípio não impede a administração pública de negociar com o licitante
vencedor que possua as condições mais vantajosas para o interesse público. Lembra
Antônio Carlos Cintra do AMARAL6:

Note-se que a vinculação ao instrumento convocatório não exclui a


possibilidade de negociação. Para que juridicamente possa esta ser
fundamentada é necessário observar o seguinte: (a) só pode haver negociação
com a proponente vencedora; (b) dela deve resultar uma melhoria na proposta
apresentada; (c) em consequência, a ordem de classificação não poderá ser
alterada; e (d) a negociação não pode acarretar uma alteração no
instrumento convocatório, de sorte que alguém que não participou da

5
Celso Antônio BANDEIRA DE MELLO, Curso de direito administrativo. Pg. 772.
6
AMARAL, Antônio Carlos Cintra do Licitação para concessão de serviço público, p. 19

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licitação pudesse alegar que se soubesse que seria assim teria participado.
(Grifamos)

Assim, dentre as principais garantias, pode-se destacar a vinculação da Administração ao


edital que regulamenta o certame licitatório. Trata-se de uma segurança para o licitante e
para o interesse público, extraída do princípio do procedimento formal, que determina à
Administração que observe as regras por ela própria lançadas no instrumento que convoca
e rege a licitação.

Segundo Lucas Rocha Furtado7, Procurador-Geral do Ministério Público junto ao


Tribunal de Contas da União:

o instrumento convocatório é a lei do caso, aquela que irá regular a atuação


tanto da administração pública quanto dos licitantes. Esse princípio é
mencionado no art. 3º da Lei de Licitações, e enfatizado pelo art. 41 da mesma
lei que dispõe que “a Administração não pode descumprir as normas e
condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.

O mesmo autor prossegue no exame da questão, e reforça sua argumentação a respeito da


vinculação do edital com o art. 41, §2º, da Lei Federal n.º 8.666:

Ali, fixa-se prazo para que o licitante possa impugnar os termos do edital.
Expirado esse prazo, decairá o participante da licitação do direito de
impugná-lo. Isto significa dizer que quem participa da licitação não pode
esperar pela sua inabilitação ou desclassificação para, somente então,
impugnar a regra contida no edital que levaria à sua exclusão do processo”
(Curso de Direito Administrativo, 2007, p.417).

Ainda sobre a vinculação ao edital, Marçal Justen Filho8 afirma que:

Quando o edital impuser comprovação de certo requisito não


cogitado por ocasião do cadastramento, será indispensável a
apresentação dos documentos correspondentes por ocasião da
fase de habilitação”. Como exemplo de violação ao referido
princípio, o referido autor cita a não apresentação de documento
exigido em edital e/ou a apresentação de documento em
desconformidade com o edital (como documento enviado por
fac-símiles em apresentação dos originais posteriormente).

Neste sentido é a lição de José dos Santos Carvalho Filho9:

A vinculação ao instrumento convocatório é garantia do administrador e dos


administrados. Significa que as regras traçadas para o procedimento devem
ser fielmente observadas por todos. Se a regra fixada não é respeitada, o

7
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de Direito Administrativo, 2007, p.416.
8
FILHO, Marçal Justem. Pregão. Comentários à Legislação do Pregão Comum e do Eletrônico, 4ª
ed., p. 305.
9
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 26ª ed. São Paulo: Atlas,
2013, p. 246.

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procedimento se torna inválido e suscetível de correção na via administrativa


ou judicial.

O princípio da vinculação tem extrema importância. Por ele, evita-se a


alteração de critérios de julgamento, além de dar a certeza aos interessados
do que pretende a Administração.

E se evita, finalmente, qualquer brecha que provoque violação à moralidade


administrativa, à impessoalidade e à probidade administrativa.

Se o instrumento de convocação, normalmente o edital tiver falha, pode ser


corrigido, desde que oportunamente, mas os licitantes deverão ter
conhecimento da alteração e a possibilidade de se amoldarem a ela.

Vedado à Administração e aos licitantes é o descumprimento das regras de


convocação, deixando de considerar o que nele se exige, como, por exemplo,
a dispensa de documento ou a fixação de preço fora dos limites estabelecidos.
Em tais hipóteses, deve dar-se a desclassificação do licitante, como, de resto,
impõe o art. 48, I, do Estatuto.” (Grifamos)

O TRF1 também já decidiu que a Administração deve ser fiel ao princípio da vinculação
ao instrumento convocatório (AC 199934000002288):

Pelo princípio da vinculação ao instrumento convocatório, ´a Administração


não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha
estritamente vinculada´ (Lei nº 8.666/93, art. 3º, 41 e 43, I). O edital é a lei da
licitação. A despeito do procedimento ter suas regras traçadas pela própria
Administração, não pode esta se furtar ao seu cumprimento, estando
legalmente vinculada à plena observância do regramento.

Por fim, para além dos tribunais judiciários, mister trazer à baila a posição do TCU –
Tribunal de Contas da União, sobre a matéria aqui discutida. Há centenas de acórdãos
do TCU que tratam da vinculação ao edital, com orientação alinhada àquela apresentada
neste parecer e que podem ser sintetizadas na recomendação apresentada pelo tribunal no
Acórdão 483/2005:

Observe com rigor os princípios básicos que norteiam a realização dos


procedimentos licitatórios, especialmente o da vinculação ao instrumento
convocatório e o do julgamento objetivo, previstos nos artigos 3º, 41, 44 e 45
da Lei nº 8.666/1993.

Decisões recentes reforçam essa posição do TCU, como se constata no sumário dos
acórdãos a seguir transcritos:

“Acórdão 4091/2012 - Segunda Câmara


REPRESENTAÇÃO. PREGÃO ELETRÔNICO PARA REGISTRO DE
PREÇO. EXIGÊNCIA DE ATESTADOS DE CAPACIDADE TÉCNICA EM
PERCENTUAL MÍNIMO DE 50% PARA TODOS OS ITENS LICITADOS.
ILEGALIDADE. ACEITAÇÃO DE ATESTADOS DOS VENCEDORES EM
DESACORDO COM O PRÓPRIO EDITAL. MALFERIMENTO DOS
PRINCÍPIOS DA ISONOMIA E DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO
CONVOCATÓRIO. APLICAÇÃO DE MULTA AOS RESPONSÁVEIS.

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DETERMINAÇÕES. PEDIDO DE REEXAME. CONHECIMENTO.


NEGATIVA DE PROVIMENTO.”

“Acórdão 966/2011 - Primeira Câmara

REPRESENTAÇÃO. LICITAÇÃO. POSSÍVEIS IRREGULARIDADES EM


PREGÃO ELETRÔNICO. CONSTATAÇÃO DE ALGUMAS FALHAS
RELACIONADAS À INOBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO
AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO. PROCEDÊNCIA PARCIAL.
DETERMINAÇÃO.

Assim, o princípio da vinculação ao instrumento convocatório obriga a Administração


e o licitante a observarem as regras e condições previamente estabelecidas no edital.

Como bem destaca Fernanda Marinela10, o princípio da vinculação ao instrumento


convocatório leva à assertiva de que o edital é a lei interna da licitação:

Como princípio específico da licitação, tem-se a vinculação ao instrumento


convocatório. O instrumento, em regra, é o edital que deve definir tudo que é
importante para o certame, não podendo o Administrador exigir nem mais nem
menos do que está previsto nele.

Por essa razão, é que a doutrina diz que o edital é lei interna da licitação,
ficando a ele estritamente vinculada, conforme previsto no art. 41 da lei.
(Grifamos)

O Tribunal de Justiça do estado de São Paulo (TJSP) já manifestou seu entendimento


nesse sentido:

APELAÇÃO AÇÃO POPULAR LICITAÇÃO NA MODALIDADE


CONVITE Alegação de nulidade do certame por violação aos
princípios do procedimento licitatório e inabilitação incorreta de
empresa participante Improcedência declarada em primeiro
grau Decisório que merece subsistir Pesquisa de preços
realizada antes da publicação do edital que serviu como base
para a fixação do preço médio O fato de tal pesquisa ser efetuada
junto a empresas que posteriormente participaram do certame
não macula o certame Inabilitação por falta de apresentação de
documento exigido em edital. Possibilidade. Violação aos arts.
42 e 43 da Lei Complementar nº 123/09 não configurada. As
microempresas e empresas de pequeno porte não estão
dispensadas de apresentar os documentos indicado no
instrumento licitatório”. Recurso improvido. (TJ-SP, Relator:
Rubens Rihl, Data de Julgamento: 12/06/2013, 8ª Câmara de
Direito Público). (Grifamos)

10
MARINELA DE SOUSA SANTOS, Fernanda. Direito Administrativo. Salvador: Juspodivm, 2006, p.
264.

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Conclui-se, pois, que a Administração Pública, no curso do processo de licitação, não


pode se afastar das regras por ela mesma estabelecidas no instrumento convocatório, pois,
para garantir segurança e estabilidade às relações jurídicas decorrentes do certame
licitatório, bem como para se assegurar o tratamento isonômico entre os licitantes, é
necessário observar estritamente as disposições constantes do edital ou instrumento
congênere.

Nesse sentido é o item 10.1.4 do edital, que assevera:

10.1.4. Será desclassificada a proposta que:


a) Não atender as disposições contidas no presente Ato
Convocatório e seus Anexos;
b) Não atender os prazos definidos neste Edital e seus Anexos;
c) Apresentar irregularidade, omissão ou defeito, qualquer
limitação ou condição contrastante com o presente Edital que
dificulte o seu julgamento;

Portanto, a empresa PRINT SOLUÇÃO EM TECNOLOGIA LTDA, deve ser


considerada inabilitada ao certame, tendo em vista que, descumpriu as exigências
editalícias com relação as exigências da qualificação técnica operacional da empresa.
Caso a Administração Pública licitante insista em manter a empresa habilitada,
descumprirá as regras da Lei de Licitações e Contratos, além de estar descumprindo os
Princípios da Legalidade e da Vinculação ao Instrumento Convocatório.

5. DOS PEDIDOS

Em face do exposto, e, com base nos argumentos acima invocados, legislações,


posicionamentos doutrinários e jurisprudências citadas, REQUER na forma da Lei, o
acolhimento e provimento do presente RECURSO, e, por consequência não seja
decidido pelo acatamento da documentação habilitatória apresentada pela empresa
PRINT SOLUÇÃO EM TECNOLOGIA LTDA;

Por fim, seja devidamente motivada a decisão tomada, caso se entenda pela manutenção,
por qualquer das formas previstas em lei, devendo o julgador apontar os fundamentos de
direito e de fato, conforme determinado pelo Princípio da Motivação dos Atos e Decisões
Administrativas.

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Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Vila Velha/ES, na data do protocolo.
Assinado digitalmente por GILSON SANTOS PEREIRA:

GILSON SANTOS 93779836734


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do Brasil - RFB, OU=RFB e-CPF A3, OU=AC VALID RFB
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