Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
313 Dissertacao Rodrigo
313 Dissertacao Rodrigo
Ilha Solteira – SP
Março/2012
FICHA CATALOGRÁFICA
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
AUTOR: R O D R I G O C L E B E R DA S I L V A
O R I E N T A D O R : Prof. Dr. S E R G I O K U R O K A W A
Aprovado como parte das exigências para obtenção do Título de Mestre em Engenharia Elétrica ,
Área: A U T O M A Ç Ã P r P e í a C o m i s s ã o Examinadora:
E ^ r D r . S g ^ G I O KUROKAWA
Departamento de Engenharia Elétrica / Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira
J N A N D O BOVOLATO
Engenharia Elétrica / Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira
This paper will show the development of two models of transmission lines,
based on discrete circuit elements, which provide answers directly in the time domain
and phase. The two proposed models start from the assumption that a small segment of
transmission line can be represented by a -circuit, this hypothesis has already been
validated for single-phase by several authors and this work will be used to represent
small segments of lines biphasic and triphasic. Thus, these lines will be represented by a
large number of blocks (consisting of discrete circuit elements that represent a small
segment of the line) in cascade. In the first model, valid for ideally transposed lines
represent the phases of each small line segments are separated into their modes of
propagation and the currents and voltages are calculated in the modal domain. However
the conversion phase-mode-phase is inserted into the state equations describing the
currents and voltages along the line being that there is no need for the user the model to
know representation theory of modal lines. Since the model does not explicitly use
modal decomposition process, this paper it will be considered to be a model developed
in the field of the phases without the explicit use of modal decomposition theory. This
model can be used to represent lines that may have decoupled phases for real matrices
and invariant with respect to frequency. The representation of small line segments by
discrete circuit elements has also been applied in biphasic and triphasic lines without
vertical symmetry plane. In this case, due to the fact that the matrices that separate line
in their modes of propagation are not real and invariant with respect to frequency, the
model was developed directly in the field of the phases without the use of modal
decomposition matrices.
1 INTRODUÇÃO 8
CONCLUSÕES 85
REFERÊNCIAS 87
1 INTRODUÇÃO
Sabe-se que uma linha de transmissão de energia elétrica possui uma característica
básica que é o fato de seus parâmetros longitudinais e transversais serem distribuídos ao longo
do comprimento da mesma. Esta característica, juntamente com o fato de que os parâmetros
longitudinais da linha são variáveis em função da frequência, tornam a linha de transmissão
de energia elétrica um elemento com certas particularidades que devem ser levadas em
consideração no momento de sua representação (MARTI, 1982).
A natureza distribuída dos parâmetros longitudinais de uma linha de transmissão
deve ser levada em conta, principalmente, em estudos e simulações de transitórios
eletromagnéticos resultantes de operações de manobras e de descargas atmosféricas que
ocorrem na linha ou próximas à mesma. Nestas situações, as correntes e tensões transitórias
na linha assumem características tais que uma perfeita compreensão das mesmas somente é
possível se tais grandezas forem tratadas como ondas que se propagam ao longo da linha de
transmissão. Esta particularidade faz com que diversos pesquisadores, desde 1960, trabalhem
no desenvolvimento de modelos de linhas de transmissão voltados para análise de transitórios
eletromagnéticos que ocorrem no sistema elétrico devido à distúrbios verificados na linha.
Os parâmetros longitudinais e transversais de uma linha de transmissão de energia
são definidos em função das características geométricas da linha, do meio que envolve seus
condutores (no caso o ar, em se tratando de linhas aéreas) e das características elétricas e
magnéticas dos condutores e do solo sobre o qual a linha foi construída (HOFMANN, 2003).
Todos estes fatores fazem com que os parâmetros longitudinais das linhas aéreas sejam
variáveis em relação à frequência.
Para análise de transitórios eletromagnéticos resultantes de operações de manobras e
de chaveamentos que ocorrem em linhas de transmissão monofásicas, pode-se representar tal
linha por meio de uma cascata de circuitos (MAMIS, 2005).
O modelo de linha, em que a mesma é representada por meio de uma cascata de
circuitos , pode ser utilizado para representar linhas polifásicas. Neste caso, a linha de n
fases acopladas devido às impedâncias mútuas deve ser separada em seus n modos de
propagação que se comportam, no domínio modal, como n linhas monofásicas totalmente
desacopladas. Em seguida, cada modo de propagação pode ser representado por meio de uma
cascata de circuitos (MAMIS, 2005). Uma vez calculadas as correntes e tensões em cada
9
um dos modos de propagação, é possível obter as correntes e tensões nas fases da linha. A
conversão fase-modo-fase dá-se por meio do uso de uma matriz de decomposição modal
adequada (WEDEPHOL, 1996).
A representação de linhas polifásicas por meio do modelo descrito anteriormente
tem como vantagem o fato de ser um modelo desenvolvido diretamente no domínio do tempo,
que pode ser facilmente implementado em programas clássicos utilizados em simulações de
transitórios eletromagnéticos em sistemas de energia elétrica (TAVARES, 1999) (como
exemplo de tais programas, é possível citar o Electromagnetic Transients Program - EMTP
(DOMMEL, 1996)). Este modelo também pode ser descrito na forma de equações de estado e
ser utilizado de modo independente sem a necessidade de se dispor de um programa do tipo
EMTP (COSTA, 2010, 2011; KUROKAWA, 2009, 2010).
Com o intuito de facilitar a transformação fase-modo-fase, neste trabalho foi
desenvolvido um modelo de linha de transmissão bifásica e trifásica, fundamentado na cascata
de circuitos π, que a partir da omissão da matriz de transformação é possível obter as
correntes e tensões em qualquer ponto da linha diretamente no domínio do tempo e das fases,
conforme mostrado na figura 1.
(a) (b)
específicos, são matrizes pertencentes ao domínio dos números complexos e que não podem
ser diretamente representadas no domínio do tempo.
Somente linhas bifásicas com plano de simetria vertical e linhas trifásicas
idealmente transpostas podem ser separadas em seus modos de propagação a partir de
matrizes reais e independentes da frequência.
Linhas trifásicas não idealmente transpostas, mas que possuem um plano de simetria
vertical também podem, com algumas aproximações, serem representadas no domínio modal.
Assim a representação de linhas de transmissão por meio de cascata de circuitos é,
até o presente momento, um modelo restrito às linhas idealmente transpostas e/ou que
possuem um plano de simetria vertical. No entanto tal restrição deixaria de existir caso a
necessidade de se utilizar a representação modal, para separar a linha de n fases em n linhas
monofásicas, fosse eliminada.
Deste modo, surgiu a idéia de se desenvolver um modelo de linha de transmissão
trifásica utilizando as mesmas hipóteses utilizadas quando se representa uma linha monofásica
por meio de uma cascata de circuitos , que são:
i) Uma linha longa pode ser representada por uma grande quantidade de
pequenos segmentos de linha;
ii) Um pequeno segmento de linha pode ser representado por elementos discretos
de circuitos (elementos R, L, G e C).
Com base nas hipóteses i e ii, pode-se representar cada fase de uma linha trifásica
(ou com mais fases) como sendo uma cascata de circuitos , desde que seja levado em conta o
acoplamento existente entre as fases desta linha. Deste modo, um pequeno segmento de uma
linha bifásica ou trifásica seria representado por um circuito constituído pelas impedâncias
longitudinais próprias e mútuas e pelas condutâncias entre cada uma das fases e o solo e entre
as fases.
Com base na hipótese de que uma linha bifásica ou trifásica pode ser representada
por uma grande quantidade de pequenos segmentos de linha bifásica ou trifásica, é possível
então obter um modelo de linha bifásica e trifásica diretamente no domínio das fases, ou seja,
sem a necessidade de se separar a linha em seus modos de propagação. Neste modelo, as
correntes e tensões ao longo da linha serão escritas, no domínio do tempo, na forma de
equações de estado.
11
O modelo para linha bifásica ou trifásica, proposto neste trabalho, poderá ser
utilizado em simulações de transitórios eletromagnéticos resultantes de operações de
manobras e chaveamentos que ocorrem em sistemas de energia elétrica, tendo como principal
característica o fato de que o mesmo poderá ser utilizado para representar, diretamente no
domínio do tempo, linhas com e/ou sem plano de simetria vertical. Pode-se dizer que, em se
tratando de modelos a parâmetros discretos, o modelo proposto será mais preciso que os
modelos existentes, pois o mesmo não é baseado na teoria de decomposição modal que, na
maioria das vezes, é utilizada de forma aproximada.
Neste trabalho, inicialmente será apresentado uma introdução sobe a teoria de linhas
de transmissão, onde serão mostradas representações de linhas monofásicas e polifásicas. No
capítulo 3 será mostrado o desenvolvimento do modelo proposto I, este modelo baseia-se no
modelo modal clássico, embutindo as transformações fase-modo-fase de modo a obter uma
única equação de estado. Por fim, será desenvolvido um novo modelo de linha de transmissão
polifásica, sendo que este representado diretamente no domínio das fases e do tempo sem o
uso de qualquer matriz de decomposição modal.
12
2.1 Introdução
Aplicando a 2ª Lei de Kirchhoff (Lei das tensões ou Lei das malhas) no circuito
mostrado na figura 2, obtém-se:
i x, t
v x x, t v x, t Rx.i x, t Lx (2)
t
Dividindo as equações (1) e (2) por Δx e calculando o limite destas equações, para
Δx0, obtém-se:
i x, t v x, t
Gv x, t C (3)
x t
v x, t i x, t
Ri x, t L (4)
x t
As equações (3) e (4) são as equações diferenciais, de primeira ordem, que descrevem
o comportamento das tensões e correntes em uma posição x da linha, em um instante de
tempo t. As soluções analíticas destas equações somente são conhecidas para o caso de linhas
sem perdas (R=0 e G=0).
Considerando uma linha sem perdas, as equações (3) e (4) passam a ser escritas como
sendo:
i x, t v x, t
C (5)
x t
v x, t i x, t
L (6)
x t
14
2i x, t v x, t
2
C (7)
x x t
2i x, t v x, t
2
C (8)
x t x
2i x, t i x, t
2
C L (9)
x t t
2i x, t 2i x, t
LC (10)
x 2 t 2
2 v x, t i x, t
2
L (11)
x x t
2 v x, t i x, t
L (12)
x 2 t x
2 v x, t v x, t
2
L C (13)
x t t
2 v x, t 2 v x, t
LC (14)
x 2 t 2
As equações (10) e (14) mostram que, para o caso de uma linha de transmissão sem
15
As soluções das equações diferenciais de corrente e tensão para uma linha monofásica
com perdas podem ser obtidas no domínio da frequência. Neste caso, deve-se converter as
equações (3) e (4) para o domínio da frequência, obtendo-se (BUDNER, 1970):
dI x,
G jC V x, (15)
dx
dV x,
R jL I x, (16)
dx
dI x,
Y()V x, (17)
dx
dV x,
Z()I x, (18)
dx
onde:
d 2 I x, dV x,
2
Y() (21)
dx dx
16
d 2 V x, dI x,
Z() (22)
dx 2 dx
Substituindo as equações (18) em (21) e (17) em (22), obtêm-se:
d 2 I x,
Z()Y()I x, (23)
dx 2
d 2 V x,
Z()Y()V x, (24)
dx 2
Sabe-se que as soluções para as equações (17) e (18) são do tipo (CHIPMAN, 1976):
V(x, ) ax x bx x (25)
1 x 1
I(x, ) ae bex (26)
ZC ZC
Z( )
ZC é a impedância característica da linha (CHIPMAN, 1976; MARTI,1982).
Y( )
As equações (25) e (26) podem ser aplicadas para calcular as correntes e tensões em
qualquer posição x da linha. Aplicando estas equações para os extremos da linha, cujo
comprimento é d, obtém-se (BUDNER, 1970):
1
IB (x, ) VA (x, )sen h d I A (x, ) cos h d (28)
ZC
A figura 3 mostra uma linha de comprimento d cujas correntes e tensões, nos terminais
da mesma, são descritas pelas equações (27) e (28).
17
A B
VA(x,ω) VB=(x,ω)
solo
Fonte: Produção do próprio autor.
d[I(x, )]
[Y()][V(x, )] (29)
dx
d[V(x, )]
[Z()][I(x, )] (30)
dx
V1 (x, )
V (x, )
2
[V(x, )] (33)
Vn 1 (x, )
Vn (x, )
I1 (x, )
I (x, )
2
[I(x, )] (34)
In 1 (x, )
In (x, )
d 2 [I(x, )]
[Y()][Z()][I(x, )] (35)
dx 2
d 2 [V(x, )]
[Z()][Y()][V(x, )] (36)
dx 2
d[I]
[Y][V] (37)
dx
19
d[V]
[Z][I] (38)
dx
d 2 [I]
[Y][Z][I] (39)
dx 2
d 2 [V]
[Z][Y][V] (40)
dx 2
Nas equações (41) e (42), as matrizes [TV] e [TI] são, respectivamente, as matrizes
cujas colunas são os autovalores das matrizes [Z][Y] e [Y][Z]. As matrizes [TV], [TI], [λI] e
[λV] são complexas e variáveis em relação à frequência.
Os produtos matriciais [Z][Y] e [Y][Z], de maneira genérica são distintos e, portanto,
as matrizes [TV] e [TI] são diferentes. Mas, mesmo sendo [Z][Y] e [Y][Z] matrizes distintas,
seus determinantes e consequentemente seus autovalores [λV] e [λI] são iguais:
20
[V ] [ I ] (43)
[m ] [ V ] (44)
[ m ] [ I ] (45)
d 2 [I]
[TI ][ m ][TI ]1[I] (46)
dx 2
d 2 [V]
2
[TV ][ m ][TV ]1[V] (47)
dx
Multiplicando os dois lados das equações (46) e (47) por [TI]-1 e [TV]-1,
respectivamente, obtêm-se:
d 2 [TI ]1[I]
2
[ m ][TI ]1[I] (48)
dx
d 2 [TV ]1[V]
[m ][TV ]1[V] (49)
dx 2
Nas equações (48) e (49), pode-se definir as correntes e tensões modais [Im] e [Vm],
respectivamente como sendo:
d 2 [I m ]
[ m ][Im ] (52)
dx 2
d 2 [Vm ]
[ m ][Vm ] (53)
dx 2
As expressões (52) e (53) são as equações diferenciais dos modos exatos da linha.
Devido ao fato de [λm] ser uma matriz diagonal, as mesmas são idênticas às equações
diferenciais de n linhas monofásicas independentes.
A partir das equações (50) e (51) obtêm-se:
d[TI ][Im ]
[Y][TV ][Vm ] (56)
dx
d[TV ][Vm ]
[Z][TI ][Im ] (57)
dx
Multiplicando os dois lados das equações (56) e (57) por [TI]-1 e [TV]-1,
respectivamente, obtêm-se:
d[I m ]
[TI ]1[Y][TV ][Vm ] (58)
dx
d[Vm ]
[TV ]1[Z][TI ][Im ] (59)
dx
22
d[Im ]
[Ym ][Vm ] (60)
dx
d[Vm ]
[Zm ][Im ] (61)
dx
d 2 [I m ]
[Z m ][Ym ][I m ] (64)
dx 2
d 2 [Vm ]
[Zm ][Ym ][Vm ] (65)
dx 2
As equações (64) e (65) são as equações diferenciais modais da linha. Uma vez que as
matrizes [Zm] e [Ym] são diagonais, as equações (64) e (65) representam n linhas monofásicas
independentes cujas equações de correntes e tensões foram mostradas no item 2.2.
2.4 Conclusão
Neste capítulo, foram mostradas as equações diferenciais que representam uma linha
de transmissão cujos parâmetros são uniformemente distribuídos ao longo da linha no
domínio do tempo e no domínio da frequência. Também foi mostrado um modelo para linhas
23
com mais de uma fase, a teoria de decomposição modal de linhas de transmissão, em que uma
linha de transmissão de n fases pode ser representada, no domínio modal, por n linhas
monofásicas independentes.
24
3.1 Introdução
Para se obter as tensões e correntes em uma linha de transmissão com mais de uma
fase, pode-se utilizar a teoria de decomposição modal, de modo a eliminar o acoplamento
entre as fases da linha. Quando uma linha com mais de uma fase é representada no domínio
modal, a mesma é representada por seus modos de propagação que se comportam como linhas
monofásicas totalmente desacopladas. Assim as correntes e tensões são inicialmente
calculadas no domínio modal e em seguida, utilizando uma matriz de decomposição modal
adequada, convertidas para o domínio das fases.
Neste capítulo será apresentado um modelo em que as correntes e tensões podem ser
calculadas diretamente no domínio das fases, sem a utilização explícita da transformação
modal, eliminando assim a necessidade de se fazer a conversão fase-modo-fase.
O modelo proposto pode ser utilizado para representar, diretamente no domínio das
fases, linhas de transmissão idealmente transposta.
O modelo foi utilizado para representar uma linha bifásica que possui plano de
simetria vertical (que comporta-se como uma linha bifásica idealmente transposta) e uma
linha trifásica de 440 kV considerada idealmente transposta.
A figura 4 mostra uma linha de transmissão bifásica com plano de simetria vertical,
devido as fases da linha possuirem a mesma altura e apresentar o mesmo tipo de condutor, os
parâmetros por unidade de comprimento são escritos como sendo:
R ' R '12
R ' R '11 R '11
/km (66)
12
L ' L '12
L ' L '11 L '11
H/km (67)
12
25
C ' C '12
C ' C '11 C '11
F/km (68)
12
#1
#2
V1(t)
V2 (t)
Solo
Fonte: Produção do próprio autor.
Considere que a linha mostrada na figura 5 pode ser representada por uma grande
quantidade de pequenos segmentos de linha e que cada um destes segmentos possui um
comprimento tal que os mesmos possam ser representados por elementos discretos de
26
circuitos. Deste modo é possível representar o j-ésimo segmento de linha por meio do circuito
mostrado na figura 6.
Na figura 6 V1j(t) e V1(j-1)(t) são as tensões nos terminais do j-ésimo segmento da fase 1
da linha enquanto que V2j(t) e V2(j-1)(t) são as tensões nos terminais do j-ésimo segmento da
fase 2 da linha. As grandezas i1j(t) e i2j(t) são as correntes nas fases A e B, respectivamente, do
segmento de linha. As correntes e tensões descritas anteriormente estão no domínio do tempo.
Na figura 6 R11 é a resistência própria das fases 1 e 2 do segmento de linha, enquanto
que L11 é a indutância própria das fases 1 e 2. Este segmento de linha possui capacitâncias
parciais C12 e C01. Observe que os termos mútuos da resistência e da indutância não são
mostrados na figura 6 mas serão levados em consideração durante o desenvolvimento do
modelo.
Em linhas de transmissão aéreas, o valor da condutâncias é muito pequena, ou seja,
não tendo uma influência significativa na forma de onda da corrente e da tensão ao longo da
linha de transmissão (MARTINEZ, 2005).
Os parâmetros longitudinais e transversais do segmento de linha mostrado na figura 6
podem ser escritos na forma matricial como sendo:
R R 12
R R 11 R 11
(69)
12
27
L L12
L L11 L11
H (70)
12
C C12
C C11 C11
F (71)
12
d
R11 R11 (72)
n
d
R12 R12 (73)
n
d
L11 L11 (74)
n
d
L12 L12 (75)
n
d
C11 C11 (76)
n
d
C12 C12 (77)
n
sendo:
1
R m TV R TI (86)
1
L m TV LTI (87)
1
Cm TI CTV (88)
29
As matrizes [Rm], [Lm] e [Cm], mostradas nas equações (86)-(88), são constituídas
pelos parâmetros longitudinais do segmento de linha mostrado na figura 6 quando o mesmo é
representado no domínio modal.
Sabe-se que para uma linha bifásica que possui plano de simetria vertical, as matrizes
[TV] e [TI] podem ser escritas como sendo (YAMANAKA, 2009):
1 1
TV 1 1
(89)
1 1 1
TI (90)
2 1 1
R MA 0
R m R MB
(91)
0
L MA 0
Lm L MB
H (92)
0
CMA 0
Cm C MB
F (93)
0
sendo:
R11 R12
R MA (94)
2
R11 R12
R MB (95)
2
L11 L12
L MA (96)
2
30
L11 L12
L MB (97)
2
Verifica-se, nas equações (91)-(99), que nas matrizes [Rm], [Lm] e [Cm] os elementos
que não estão na diagonal principal são todos nulos. Isto significa que o segmento de linha
mostrado na figura 6 é representado, no domínio modal, por dois modos de propagação
desacoplados. Cada um destes modos de propagação pode ser representado por um circuito π
conforme mostra a figura 7.
Modo A Modo B
Fonte: Produção do próprio autor.
dI MAj (t) R MA 1 1
I MAj (t) E MAj (t) E MA( j1) (t) (100)
dt L MA L MA L MA
dI MBj (t) R MB 1 1
I MBj (t) E MBj (t) E MB( j1) (t) (101)
dt L MB L MB L MB
dE MAj (t) 2
I MAj (t) (102)
dt C MA
31
dE MBj (t) 2
I MBj (t) (103)
dt CMB
I MAj (t)
[I Mj ] (104)
I MBj (t)
E MAj (t)
[E Mj ] (105)
E MBj (t)
onde:
i1j (t)
[i Fj ] (109)
i 2 j (t)
V1j (t)
[VFj ] (110)
V2 j (t)
Substituindo as equações (109) e (110) bem como (89) e (90) nas equações (107) e
(108) obtêm-se:
32
di1j (t)
a 1i1j (t) a 2 V1j (t) a 3i 2 j (t) a 4 V2 j (t) a 2 V1( j1) (t) a 4 V2( j1) (t) (117)
dt
di 2 j (t)
a 3i1j (t) a 4 V1j (t) a 1i 2 j (t) a 2 V2 j (t) a 4 V1( j1) (t) a 2 V2( j1) (t) (118)
dt
dV1j (t)
a 5i1j (t) a 6 i 2 j (t) (119)
dt
dV2 j (t)
a 6 i1j (t) a 5i 2 j (t) (120)
dt
sendo:
33
1 R R 12 R 11 R12
a1 11 (121)
2 L11 L12 L11 L12
1 1 1
a2 (122)
4 L11 L12 L11 L12
1 R R12 R 11 R 12
a 3 11 (123)
2 L11 L12 L11 L12
1 1 1
a4 (124)
4 L11 L12 L11 L12
1 1
a5 2 (125)
C11 C12 C11 C12
1 1
a6 2 (126)
C11 C12 C11 C12
[A][x] [B][u(t)]
[x] (127)
onde:
di1 j (t)
dt
dV1j (t)
x di dt(t) (128)
2j
dt
dV2 j (t)
dt
Sendo i1j e i2j as correntes no terminal do segmento de linha, V1j(t) e V2j(t) as tensões
no terminal do segmento de linha, todas no domínio do tempo.
34
a1 a2 a3 a4
a 0 a6 0
[A]
5
(129)
a 3 a4 a1 a2
a 6 0 a5 0
a 2 a 4
0 0
[B] (130)
a 4 a 2
0 0
[x]T i11 (t) i1n (t) V11 (t) V1n (t) i 21 (t) i 2n (t) V21 (t) V2n (t) (132)
[A1 ] [A 2 ] [A 3 ] [A 4 ]
[A ] [A 7 ] [A 6 ] [A 7 ]
[A]
5
(133)
[A3 ] [A 4 ] [A1 ] [A 2 ]
[A 6 ] [A 7 ] [A 5 ] [A 7 ]
A matriz [A], na equação (133), é uma matriz quadrada de dimensão 4n. Esta matriz é
constituída por 16 submatrizes quadradas, de dimensão n, que obedece às seguintes regra de
formação:
- Submatrizes [A1] e [A3]: estas submatrizes possuem elementos não nulos somente na
diagonal principal e são escritas como sendo:
a p
ap
[A p ] (134)
ap
a p
A equação (134) é válida para p=1 e p=3, sendo que o elemento ap é calculado a partir
das equações (121)-(126).
- Submatrizes [A2] e [A4]: estas submatrizes possuem elementos não nulos somente na
diagonal principal e na subdiagonal inferior e são escritas como sendo:
ap
a ap
p
[A p ] a p (135)
ap
a p a p
A equação (135) é válida para p=2 e p=4, sendo que o elemento ap é calculado a partir
das equações (121)-(126).
- Submatrizes [A5] e [A6]: estas submatrizes possuem elementos não nulos somente na
diagonal principal e na subdiagonal superior e são escritas como sendo:
36
a p a p
ap a p
1
[A p ] (136)
2
a p a p
2a p
A equação (136) é válida para p=5 e p=6, sendo que o elemento ap é calculado a partir
das equações (121)-(126).
As submatrizes [A7] restantes são matrizes nulas.
A matriz [B] é de ordem 4n x 2 que é escrita como sendo:
b11 b12
0 0
0 0
[B] (137)
b(2n 1)1 b(2n 1)2
0 0
0 0
sendo:
b11 a 2 (138)
b12 a 4 (139)
b (n 1)1 a 4 (140)
b (n 1)2 a 2 (141)
V (t)
[u(t)] 1 (142)
V2 (t)
A figura 8 mostra uma linha de transmissão trifásica que será considerada idealmente
transposta.
1
2 3
Considere que a linha mostrada na figura 9 pode ser representada por uma grande
quantidade de pequenos segmentos de linha, e que cada um destes segmentos possui um
comprimento tal que os mesmos possam ser representados por elementos discretos de
circuitos. Deste modo é possível representar o j-ésimo segmento de linha por meio do circuito
mostrado na figura 10.
Na figura 10, V1j(t) e V1(j-1) (t) são as tensões nos terminais do j-ésimo segmento da fase
1 da linha enquanto que V2j(t) e V2(j-1)(t) são as tensões nos terminais do j-ésimo segmento da
fase 2 da linha e V3j(t) e V3(j-1)(t) são as tensões nos terminais do j-ésimo segmento da fase 3 da
linha. As grandezas i1j(t), i2j(t) e i3j(t) são as correntes nas fases 1, 2 e 3, respectivamente, do
segmento de linha.
Na figura 10, R11 é a resistência própria das fases 1, 2 e 3 do segmento de linha,
enquanto que L11 é a indutância própria das fases 1, 2 e 3. Observe que os termos mútuos da
resistência e da indutância são representados por R12 e L12. Este segmento de linha possui
capacitâncias parciais C01 e C12.
Os parâmetros longitudinais e transversais, do segmento de linha mostrado na figura
10, podem ser escritos na forma matricial como sendo:
R 11 R 12 R12
[R] R 12 R 11 R12 (146)
R 12 R 12 R11
d
R11 R11 (149)
n
d
R12 R12 (150)
n
d
L11 L11 (151)
n
40
d
L12 L12 (152)
n
d
C11 C11 (153)
n
d
C12 C12 (154)
n
1
R m TV R TI (163)
1
L m TV LTI (164)
1
Cm TI CTV (165)
As matrizes [Rm], [Lm] e [Cm], mostradas nas equações (163)-(165), são constituídas
pelos parâmetros longitudinais do segmento de linha mostrado na figura 10, quando o mesmo
é representado no domínio modal.
Uma vez que a linha é considerada idealmente transposta, é possível considerar [TI]
como sendo a matriz de Clarke, que é escrita como sendo (TAVARES, 1999):
2 1
0
6 3
1 1 1
[TClar ke ] (166)
6 2 3
1 1 1
6
2 3
R MA 0 0
[R m ] 0 R MB 0 (167)
0 0 R MC
LMA 0 0
[Lm ] 0 L MB 0 H (168)
0 0 L MC
C MA 0 0
[C m ] 0 C MB 0 F (169)
0 0 C MC
sendo:
R MC R 11 2R 12 (172)
Verifica-se, nas equações (167)-(169), que nas matrizes [Rm], [Lm] e [Cm] os
elementos que não estão na diagonal principal são todos nulos. Isto significa que o segmento
de linha mostrado na figura 10 é representado, no domínio modal, por três modos de
propagação desacoplados. Cada um destes modos de propagação pode ser representado por
um circuito π conforme mostra a figura 11.
CMB CMB
EMB(j-1) (t) EMBj(t)
2 2
Modo A Modo B
Modo C
Fonte: Produção do próprio autor.
dIMAj (t) R MA 1 1
IMAj (t) E MAj (t) E MA( j1) (t) (179)
dt L MA LMA LMA
dIMBj (t) R MB 1 1
I MBj (t) E MBj (t) E MB( j1) (t) (180)
dt LMB L MB L MB
dIMCj (t) R MC 1 1
IMCj (t) E MCj (t) E MC( j1) (t) (181)
dt LMC LMC LMC
dE MAj (t) 2
IMA (t) (182)
dt CMA
44
dE MBj (t) 2
IMB (t) (183)
dt CMB
dE MCj (t) 2
IMC (t) (184)
dt CMC
Escrevendo as correntes e tensões dos modos A, B e C do segmento de linha na forma
de vetores, obtêm-se:
I MAj (t)
[I Mj ] I MBj (t) (185)
I MCj (t)
E MAj (t)
[E Mj ] E MBj (t) (186)
E MCj (t)
onde:
i1j (t)
[i Fj ] i 2 j (t) (190)
i3 j (t)
45
V1j (t)
[VFj ] V2 j (t) (191)
V3 j (t)
Substituindo as equações (190) e (191) bem como (166) nas equações (188) e (189)
obtêm-se:
2 1 1
E MA (t) V1j (t) V2 j (t) V3 j (t) (192)
6 6 6
1 1
E MB (t) V2 j (t) V3 j (t) (193)
2 2
1 1 1
E MC (t) V1j (t) V2 j (t) V3 j (t) (194)
3 3 3
2 1 1
IMA (t) i1j (t) i 2 j (t) i 3 j (t) (195)
6 6 6
1 1
IMB (t) i 2 j (t) i3 j (t) (196)
2 2
1 1 1
I MC (t) i1j (t) i 2 j (t) i 3 j (t) (197)
3 3 3
di1j (t)
a1i1j (t) a 2 V1j (t) a 3i 2 j (t) a 4 V2 j (t) a 3i3 j (t) a 4 V3 j (t)
dt (198)
a 2 V1( j1) (t) a 4 V2( j1) (t) a 4 V3( j1) (t)
di 2 j (t)
a 3i1j (t) a 4 V1j (t) a1i 2 j (t) a 2 V2 j (t) a 3i3 j (t) a 4 V3 j (t)
dt (199)
a 4 V1( j1) (t) a 2 V2( j1) (t) a 4 V3( j1) (t)
46
di3 j (t)
a 3i1j (t) a 4 V1j (t) a 3i 2 j (t) a 4 V2 j (t)+a1i3 j (t) a 2 V3 j (t)
dt (200)
a 4 V1( j1) (t) a 4 V2( j1) (t) a 2 V3( j1) (t)
dV1j (t)
a 5i1j (t) a 6i 2 j (t) a 6i3 j (t) (201)
dt
dV2 j (t)
a 6i1j (t) a 5i 2 j (t) a 5i3 j (t) (202)
dt
dV3 j (t)
a 6i1j (t) a 6i 2 j (t) a 5i3 j (t) (203)
dt
sendo:
1 2 1
a2 (205)
3 L11 L12 L11 2L12
1 R R12 R11 2R 12
a 3 11 (206)
3 L11 L12 L11 2L12
1 1 1
a4 (207)
3 L11 L12 L11 2L12
2 2 1
a5 (208)
3 C11 C12 C11 2C12
2 1 1
a6 (209)
3 C11 C12 C11 2C12
47
[A][x] [B][u(t)]
[x] (210)
onde:
di1 j (t)
dt
dV1j (t)
dt
di 2 j (t)
x dt (211)
dV2 j (t)
dt
di3 j (t)
dt
dV3 j (t)
dt
Sendo i1j (t) , i2j (t) e i3j (t) as correntes no terminal do segmento de linha, V1j (t) , V2j (t)
, V3j (t) as tensões no terminal do segmento de linha, todas no domínio do tempo.
O vetor [ x ] é o vetor que contém as derivadas do vetor [x].
a1 a2 a3 a4 a3 a4
a 0 a6 0 a6 0
5
a3 a4 a1 a2 a3 a4
[A] (212)
a 6 0 a5 0 a6 0
a3 a4 a3 a4 a1 a2
a 6 0 a6 0 a5 0
a 2 a 4 a 4
0 0 0
a a 2 a 4
B 0 4 0 0
(213)
a 4 a 4 a 2
0 0 0
48
[x]T [i11 (t) i1n (t) v11 (t) v1n (t) i 21 (t) i 2n (t) v 21 (t)
(215)
v 2n (t) i 31 (t) i3n (t) v 31 (t) v3n (t)]
[A1 ] [A 2 ] [A 3 ] [A 4 ] [A 3 ] [A 4 ]
[A ] [A 7 ] [A6 ] [A 7 ] [A 6 ] [A7 ]
5
[A ] [A 4 ] [A1 ] [A 2 ] [A 3 ] [A 4 ]
[A] 3 (216)
[A 6 ] [A 7 ] [A5 ] [A 7 ] [A 6 ] [A7 ]
[A 3 ] [A 4 ] [A 3 ] [A 4 ] [A1 ] [A 2 ]
[A 6 ] [A 7 ] [A6 ] [A 7 ] [A5 ] [A7 ]
A matriz [A], na equação (216), é uma matriz quadrada de dimensão 6n. Esta matriz é
constituída por 36 submatrizes quadrada, de dimensão n, que obedece às seguintes regras de
formação:
49
- Submatrizes [A1] e [A3]: estas submatrizes possuem elementos não nulos somente
na diagonal principal e são escritas como sendo
a p
ap
[A p ] (217)
ap
a p
A equação (217) é válida para p=1 e p=3, sendo que o elemento ap é calculado a partir
das equações (204)-(209).
- Submatrizes [A2] e [A4]: estas submatrizes possue elementos não nulos somente na
diagonal principal e na subdiagonal inferior e são escritas como sendo:
ap
a ap
p
[A p ] a p (218)
ap
a p a p
A equação (218) é válida para p=2 e p=4, sendo que o elemento ap é calculado a partir
das equações (204)-(209).
- Submatrizes [A5] e [A6]: estas submatrizes possue elementos não nulos somente na
diagonal principal e na subdiagonal superior e são escritas como sendo:
a p a p
ap a p
1
[A p ] (219)
2
a p a p
2a p
A equação (219) é válida para p=5 e p=6, sendo que o elemento ap é calculado a partir
das equações (204)-(209).
50
sendo:
b11 a 2 (221)
b12 a 4 (222)
b13 a 4 (223)
b 2n 11 a 4 (224)
b 2n 12 a 2 (225)
b 2n 13 a 4 (226)
b 4n 11 a 4 (227)
b 4n 12 a 4 (228)
b 4n 13 a 6 (229)
V1 (t)
[u(t)] V2 (t) (230)
V3 (t)
Sendo V1(t), V2(t) e V3(t) as fontes conectada, nas fases 1, 2 e 3, no inicio da linha.
51
3.4.1 Validação do modelo para linhas bifásicas com plano de simetria vertical
Considerou-se que cada uma das fases da linha mostrada na figura 12 é constituída de
um condutor com 1cm de raio. Os parâmetros desta linha foram calculados na frequência de
60 Hz, levando em conta os efeitos solo e pelicular. Deste modo, foram obtidos os seguintes
valores para os parâmetros longitudinais e transversais da linha.
0,3947 0,3945
R ' /km (231)
0,3945 0, 3947
1, 60,94746
L ' mH/km (232)
0,94746 1,6
12,56 4,19
C ' F/km (233)
4,19 12,56
Figura 14 – Tensão no terminal da linha na fase 1: modelo proposto I (curva a), modelo
clássico modal (curva b) e modelo EMTP (curva c).
1000
800
(a)
600 (b)
Tensão [kV]
(c)
400
200
-200
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Tempo [ms]
Figura 15 – Tensão no terminal da linha na fase 2: modelo proposto I (curva a), modelo
clássico modal (curva b) e modelo EMTP (curva c).
600
400
(a)
200 (b)
Tensão [kV]
(c)
-200
-400
-600
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Tempo [ms]
2 3 (9.27; 24.4)
3.6 m
Considerou-se que cada uma das fases da linha mostrada na figura 16 é constituída de
um condutor com 1cm de raio. Os parâmetros desta linha foram calculados na frequência de
60 Hz, levando a conta os efeitos solo e pelicular. Deste modo, foram obtidos os seguintes
valores para os parâmetros longitudinais e transversais da linha.
55
respectivamente.
Figura 18 – Tensão no terminal da linha na fase 1: modelo proposto I (curva a), modelo
clássico modal (curva b) e modelo EMTP (curva c).
1000
800
(a)
Tensão [kV]
(b)
600
(c)
400
200
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Tempo [ms]
Figura 19 – Tensão no terminal da linha na fase 2: modelo proposto I (curva a), modelo
clássico modal (curva b) e modelo EMTP (curva c).
400
300
200
(a)
Tensão [kV]
100 (b)
(c)
0
-100
-200
-300
-400
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Tempo [ms]
Figura 20 – Tensão no terminal da linha na fase 3: modelo proposto I (curva a), modelo
clássico modal (curva b) e modelo EMTP (curva c).
400
300
200
(a)
Tensão [kV]
100 (b)
(c)
0
-100
-200
-300
-400
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Tempo [ms]
As figura 18, 19 e 20 mostram que não há diferença entre os resultados obtidos com os
três modelos. Deste modo é possível afirmar que as consideração feitas durante o
desenvolvimento do modelo proposto I estão corretas. É importante destacar que o modelo
proposto I possibilita obter os resultados diretamente no domínio das fases, enquanto que os
modelos clássico modal e EMTP utilizam matrizes de decomposição modal.
3.5 Conclusão
4.1 Introdução
com que além da indutância mútua, exista também um outro elemento que comporta-se como
uma resistência e que diversos autores denominam de resistência mútua (DOMMEL, 1996).
A queda de tensão em um condutor devido à indutância mútua existente entre o
mesmo e um outro é bastante conhecida e pode ser determinada por meio da lei de Lenz
(HAYT, 2003). Quanto ao efeito de uma resistência mútua, pouca informação foi encontrada
a respeito da mesma.
A dificuldade em se levar em conta o acoplamento existente entre as fases de uma
linha de transmissão geralmente é eliminada quando a mesma é representada no domínio
modal. Neste domínio uma linha de transmissão de n fases é representada no domínio modal
por seus n modos de propagação, que são totalmente desacoplados uns dos outros e são
representados por n linhas monofásicas independentes. No domínio modal, os parâmetros
mútuos da linha são distribuídos entre os modos da mesma na forma de parâmetros
longitudinais próprios e esta característica dos modos de propagação permite equacionar as
correntes e tensões ao longo dos modos de propagação da linha sem que seja levada em conta,
nestas equações, os parâmetros mútuos da linha. Deste modo quando é necessário calcular
correntes e tensões nas fases de uma linha de transmissão, é bastante usual converter esta
linha para o domínio modal, calcular as correntes e tensões em cada um dos modos de
propagação e em seguida converter tais tensões e correntes para o domínio das fases por meio
da utilização de uma matriz de transformação fase-modo adequada.
Recentemente, Schulze (SCHULZE, 2010) propôs um modelo para considerar o efeito
da resistência. No modelo proposto, considerou-se que o efeito de uma resistência mútua
obedece a lei Ohm, ou seja, a resistência mútua entre dois condutores j e k faz com que o
condutor j tenha uma queda de tensão devido à corrente no condutor k e esta queda de tensão
pode ser mensurada por meio de lei de Ohm.
A figura 21 mostra dois condutores j e k acoplados por uma resistência mútua Rm.
condutor j
Rm
vk(t)
ik(t)
condutor k
v ( t) − R i ( t) = 0 (237)
Nas equações (237) e (238) verifica-se que, devido à resistência mútua, o condutor j
sofre uma queda de tensão que é função da corrente no condutor k. O mesmo ocorre com o
condutor k em relação ao condutor j. Verifica-se também que a queda de tensão devido à
resistência mútua obedece à lei de Ohm.
Schulze utilizou o modelo para resistência mútua descrito anteriormente para
descrever as equações de correntes e tensões em uma linha de transmissão trifásica
representada por um único circuito (SCHULZE, 2010). No entanto, por utilizar somente um
circuito , o modelo proposto por Schulze pode ser utilizado somente para representar linhas
curtas e não permite a visualização da propagação das ondas de correntes ao longo da linha.
Neste capítulo o modelo de resistência mútua proposto por Schulze será extendido
para situações em que linhas bifásicas e trifásicas sem transposição, com geometria genérica,
sejam representadas por uma grande quantidade de circuitos conectados em cascata, ou seja,
será deduzido um modelo para linhas de transmissão bifásicas e trifásicas de qualquer
comprimento que pode ser utilizado para representar estas linhas em situações em que deve-se
levar em conta que as correntes e tensões ao longo da linha comportem-se como ondas.
diAj (t)
a11i Aj (t) a13i Bj (t) a12 v Aj (t) a14 vBj (t) a12 vA( j1) (t) a14 vB( j1) (t) (239)
dt
dv Aj (t)
a 21i Aj (t) a 23i Bj (t) (240)
dt
62
diBj (t)
a 31i Aj (t) a 33i Bj (t) a 32 vAj (t) a 34 vBj (t) a 32 vA( j1) (t) a 34 vB( j1) (t) (241)
dt
dv Bj (t)
a 41i Aj (t) a 43i Bj (t) (242)
dt
sendo:
R A LB R AB L AB
a11 2 (243)
L A LB LAB
L B
a12 = 2 (244)
L A LB L AB
R AB L B R B L AB
a13 2 (245)
L A L B L AB
L AB
a14 2 (246)
L A L B L AB
CPB
a 21 2 2 (247)
C PA C PB C AB
C AB
a 23 2 2 (248)
C PA CPB C AB
R AB L A R A L AB
a 31 2 (249)
L A LB LAB
L AB
a 32 2 (250)
L A L B L AB
R B L A R AB L AB
a 33 2 (251)
L A L B L AB
LA
a 34 2 (252)
L A L B L AB
C AB
a 41 2 (253)
C PA CPB CAB
63
C PA
a 43 2 (254)
C PA C PB C AB
Escrevendo a equação (239)-(242) na forma de equação de estado obtém-se:
[A][x] [B][u(t)]
[x] (255)
sendo:
a12 a14
0 0
[B] (257)
a 32 a 34
0 0
[x]T i A1 (t) i An (t) VA1 (t) VAn (t) i B1 (t) i Bn (t) VB1 (t) VBn (t) (260)
n circuitos do tipo mostrado na figura 23. Deste modo, as grandezas iAj(t) e iBj(t)
correspondem às correntes nas fases A e B, respectivamente, no j-ésimo segmento
representado por um circuito igual ao circuito mostrado na figura 23. De modo análogo, as
grandezas vAj(t) e vBj(t) corresponde às tensões nas fases A e B no j-ésimo segmento.
A matriz [A], na equação (261), é uma matriz quadrada de dimensão 4n. Esta matriz é
constituída por 16 submatrizes quadrada, de dimensão n, que obedece às seguintes regras de
formação:
- Submatrizes [A11], [A13], [A31] e [A33]: estas submatrizes possuem elementos não nulos
somente na diagonal principal e são escritas como sendo:
a pq
a pq
[A pq ] (262)
a pq
a pq
A equação (262) é válida para p = 1, 3 e q = 1, 3, sendo que o elemento apq é
calculado a partir das equações (243)-(254).
- Submatrizes [A12], [A14], [A32] e [A34]: estas submatrizes possuem elementos não nulos
somente na diagonal principal e na subdiagonal inferior e são escritas como sendo:
a pq
a a pq
pq
[A pq ] a pq (263)
a pq
a pq a pq
- Submatrizes [A21], [A23], [A41] e [A43]: estas submatrizes possuem elementos não nulos
somente na diagonal principal e na subdiagonal superior e são escritas como sendo:
a pq a pq
a pq a pq
1
[A pq ] (264)
2
a pq a pq
2a pq
b11 b12
0 0
0 0
[B] (265)
b (2n 1)1 b(2n 1) 2
0 0
0 0
sendo:
b11 a 12 (266)
b12 a 14 (267)
b (n 1)1 a 32 (268)
b (n 1) 2 a 34 (269)
Os elementos a12, a14, a32 e a34 são calculados a partir das equações (243)-(254).
Na equação (255) o vetor [u(t)] é escrito como sendo:
v (t)
[u(t)] A (270)
v B (t)
66
di Aj (t)
i Aj (t)a11 i Bj (t)a13 iCj (t)a15 v Aj (t)a12 v Bj (t)a14 v Cj (t)a16
dt (271)
v A( j1) (t)(a12 ) v B( j1) (t)( a14 ) v C( j1) (t)( a16 )
dv Aj (t)
i Aj (t)a 21 i Bj (t)a 23 i Cj (t)a 25 (272)
dt
di Bj (t)
i Aj (t)a 31 i Bj (t)a 33 iCj (t)a 35 v Aj (t)a 32 v Bj (t)a 34 v Cj (t)a 36
dt (273)
v A( j1) (t)(a 32 ) v B( j1) (t)(a 34 ) v C( j1) (t)( a 36 )
dvBj (t)
i Aj (t)a 41 i Bj (t)a 43 i Cj (t)a 45 (274)
dt
diCj (t)
i Aj (t)a 51 i Bj (t)a 53 iCj (t)a 55 v Aj (t)a 52 v Bj (t)a 54 v Cj (t)a 56
dt (275)
v A( j1) (t)(a 52 ) v B( j1) (t)( a 54 ) v C( j1) (t)( a 56 )
dvCj (t)
i Aj (t)a 61 i Bj (t)a 63 i Cj (t)a 65 (276)
dt
sendo:
68
R A L2BC LB LC R AB L C L AB LAC L BC R AC L B L AC LAB L BC
a11 (277)
L A LB LC LA L2BC LB L2AC L C L2AB 2L AB LAC L BC
L2BC L B L C
a12 2 2 2 (278)
L A L B L C L A L BC L B L AC L C L AB 2L AB L AC L BC
R AB L2BC LB LC R B LC L AB L AC L BC R BC LB LAC L AB L BC
a13 (279)
L A LB LC LA L2BC L B L2AC LC L2AB 2L AB L AC LBC
L C L AB L AC LBC
a14 2 2 2 (280)
LA L B LC L A L BC L B L AC L C L AB 2L AB L AC L BC
R AC L2BC LB LC R BC LC LAB LAC LBC R C LB LAC L AB L BC
a15 (281)
L A LB LC LA L2BC LB L2AC L C L2AB 2L AB LAC L BC
L B L AC L AB L BC
a16 2 2 2 (282)
L A L B L C L A L BC L B L AC L C L AB 2L AB L AC L BC
C C AB C BC C 0C C AC C BC C BC
2
a 21 2 0B (283)
C C C AC C BC C AC C BC
a 23 2 AB 0C (284)
C C C AB CBC C AB C BC
a 25 2 AC 0B (285)
a 31
R A LC L AB L AC L BC R AB L2AC L A LC R AC LA L BC LAB LAC
(286)
L A LB LC LA L2BC LB L2AC LC L2AB 2LAB LAC L BC
LC LAB L AC L BC
a 32 2 2 2 (287)
LA L B LC L A L BC L B L AC L C L AB 2L AB L AC L BC
R AB LC L AB L AC LBC R B L2AC LA LC R BC L A L BC L AB L AC
a 33 (288)
LA L B LC L A L2BC L B L2AC LC L2AB 2LAB L AC LBC
L2AC L A L C
a 34 2 2 2 (289)
L A L B L C L A L BC L B L AC L C L AB 2L AB L AC L BC
a 35
R AC LC L AB L AC LBC R BC L2AC L A LC R C LA L BC LABL AC
(290)
L A LB LC LA L2BC LB L2AC LC L2AB 2LAB LAC L BC
69
L A LBC L AB L AC
a 36 2 2 2 (291)
LA L B LC L A L BC L B L AC L C L AB 2L AB L AC L BC
C C C AC C BC C AC C BC
a 41 2 AB 0C (292)
2
C C AB CAC C0C CAC CBC CAC
a 43 2 0A (293)
C C C AB C AC C AC C AB
a 45 2 BC 0A (294)
R A L B L AC LAB L BC R AB L A LBC L AB L AC R AC L2AB L A L B
a 51
(295)
L A LB L C LA L2BC LB L2AC LC L2AB 2L AB L AC L BC
LB LAC L AB L BC
a 52 2 2 2 (296)
LA L B LC L A L BC L B L AC L C L AB 2L AB L AC L BC
R AB L B L AC LAB LBC R B LA L BC LAB LAC R BC L2AB LA L B
a 53
(297)
L A LB LC LA L2BC LB L2AC LC L2AB 2LAB LACL BC
L A L BC L AB L AC
a 54 2 2 2 (298)
L A L B L C L A L BC L B L AC L C L AB 2L AB L AC L BC
R AC L B L AC LAB LBC R BC L A LBC L AB L AC R C L2AB LA L B
a 55
(299)
L A LB L C LA L2BC LB L2AC LC L2AB 2L AB L AC L BC
L2AB LA L B
a 56 2 2 2 (300)
LA L B LC L A L BC L B L AC L C L AB 2L AB L AC L BC
C C CAB CBC CABCBC
a 61 2 AC 0B (301)
C C C AB CAC CABCAC
a 63 2 BC 0A (302)
2
C0A CAB CAC C0B CAB CBC C AB
a 65 2 (303)
onde:
[A][x] [B][u(t)]
[x] (305)
sendo:
T
u(t) VA( j1) (t) VB( j1) (t) VC( j1) (t) (309)
circuitos do tipo mostrado na figura 25. Deste modo, as grandezas iAj(t), iBj(t) e iCj(t)
correspondem às correntes nas fases A, B e C, respectivamente, no j-ésimo segmento
representado por um circuito igual ao circuito mostrado na figura 25. De modo análogo, as
grandezas vAj(t), vBj(t) e vCj(t) corresponde às tensões nas fases A, B e C no j-ésimo segmento.
A matriz [A], na equação (305), é uma matriz quadrada de dimensão 6n. Esta matriz é
constituída por 36 submatrizes quadrada, de dimensão n, que obedece às seguintes regras de
formação:
- Submatrizes [A11], [A13], [A15], [A31], [A33], [A35], [A51], [A53] e [A55]: estas submatrizes
possuem elementos não nulos somente na diagonal principal e são escritas como sendo:
a pq
a pq
[A pq ] (312)
a pq
a pq
- Submatrizes [A12], [A14], [A16], [A32], [A34], [A36], [A52], [A54] e [A56]: estas submatrizes
possuem elementos não nulos somente na diagonal principal e na subdiagonal inferior e são
escritas como sendo:
a pq
a a pq
pq
[A pq ] a pq (313)
a pq
a pq a pq
72
- Submatrizes [A21], [A23], [A25], [A41], [A43], [A45], [A61], [A63] e [A65]: estas submatrizes
possue elementos não nulos somente na diagonal principal e na subdiagonal superior e são
escritas como sendo:
a pq a pq
a pq a pq
1
[A pq ] (314)
2
a pq a pq
2a pq
A equação (314) é válida para p = 2, 4, 5 e q = 1, 3, 5, sendo que o elemento a pq é
calculado a partir das equações (277)-(303).
As submatrizes [Ap,q] restantes são matrizes nulas.
Na equação (305), [B] é uma matriz de ordem 6n x 3 que é escrita como sendo:
b11 b12 b13
0 0 0
b(2n 1)1 b( 2n 1)2 b(2n 1)3
B (315)
0 0 0
b b( 4n 1)2 b(4n 1)3
(4n 1)1
0 0 0
sendo:
b 2n 11 a 32 (319)
b 2n 12 a 34 (320)
73
b 2n 13 a 36 (321)
b 4n 11 a 52 (322)
b 4n 12 a 54 (323)
b 4n 13 a 56 (324)
Os elementos a12, a14, a16, a32, a34, a 36, a52, a54 e a 56 são calculados a partir das
equações (277)-(303).
Na equação (305) o vetor [u(t)] é escrito como sendo:
Sendo vA(t), vB(t) e vC(t) as fontes conectada, nas fases A, B e C, no inicio da linha.
Observa-se que equação (305) é constituída somente por grandezas de fase da linha e
permite obter, diretamente no domínio do tempo, as correntes e tensões de fase ao longo do
comprimento da linha, sem a necessidade de aplicar qualquer matriz de transformação.
Considerou-se que cada uma das fases da linha mostrada na figura 26 é constituída de
um condutor com 1cm de raio. Os parâmetros desta linha foram calculados na frequência de
60 Hz, levando em conta os efeitos solo e pelicular. Deste modo, foram obtidos os seguintes
valores para os parâmetros longitudinais e transversais da linha.
0,3947 0, 3945
R ' 0,39450,3947
/km (326)
1, 6 0,94746
L ' 0,94746 1, 6
mH/km (327)
12,56 4,19
C ' 4,19
12,56
F/km (328)
As capacitâncias parciais são dadas por: CPA=CPB= 8,35 ηF/km e CAB= 4,19 ηF/km.
Considera-se que a linha de transmissão mostrada na figura 26, com 100 km de
75
comprimento, teve uma das suas fases energizada por uma fonte de tensão constante de 440
kV enquanto que os terminais receptores da linha foram mantidos abertos. A configuração
descrita anteriormente é mostrada na figura 27.
Figura 28 – Tensão no terminal da linha na fase 1: modelos proposto II (curva a), modelo
clássico modal (curva b) e modelo EMTP (curva c).
1000
800
(a)
(b)
600 (c)
Tensão [kV]
400
200
-200
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Tempos [ms]
Figura 29 – Tensão no terminal da linha na fase 2: modelo proposto II (curva a), modelo
clássico modal (curva b) e modelo EMTP (curva c).
600
400
(b) (a)
200 (c)
Tensão [kV]
-200
-400
-600
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Tempos [ms]
Situação 2
Seja uma linha de transmissão bifásica conforme mostra a figura 30:
Considerou-se que cada uma das fases da linha mostrada na figura 30 é constituída de
um condutor com 1cm de raio. Os parâmetros desta linha foram calculados na frequência de
60 Hz, levando em conta os efeitos solo e pelicular. Deste modo, foram obtidos os seguintes
valores para os parâmetros longitudinais e transversais da linha.
77
0,1392 0, 05795
R ' /km (329)
0, 05795 0,1395
2,55 0,9943
L ' mH/km (330)
0,9943 2,549
6,5174 0,8468
C ' F/km (331)
0,8468 6,6894
As capacitâncias parciais são dadas por: CPA= 5,6706 ηF/km, CPB= 5,8426 ηF/km e
CAB= 0.8468 ηF/km.
Considera-se que a linha de transmissão mostrada na figura 30, com 100 km de
comprimento, teve uma das suas fases energizada por uma fonte de tensão constante de 440
kV enquanto que os terminais receptores da linha foram mantidos em aberto. A configuração
descrita anteriormente é mostrada na figura 31.
1000
800
Tensão [kV]
(a)
600 (b)
400
200
-200
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Tempos [ms]
400
200
Tensão [kV]
(a)
(b)
0
-200
-400
-600
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Tempos [ms]
2 3 (9.27; 24.4)
3.6 m
Considerou-se que cada uma das fases da linha mostrada na figura 34 é constituída de
um condutor com 1cm de raio. Os parâmetros desta linha foram calculados na frequência de
60 Hz, levando a conta os efeitos solo e pelicular. Deste modo, foram obtidos os seguintes
valores para os parâmetros longitudinais e transversais da linha.
Figura 36 – Tensão no terminal da linha na fase 1: modelo proposto II (curva a), modelo
clássico modal (curva b) e modelo EMTP (curva c).
1000
800
(a)
Tensão [kV]
600 (b)
(c)
400
200
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Tempos [ms]
Figura 37 – Tensão no terminal da linha na fase 2: modelo proposto II (curva a), modelo
clássico modal (curva b) e modelo EMTP (curva c).
400
300
200
(a)
Tensão [kV]
100
(b)
0 (c)
-100
-200
-300
-400
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Tempos [ms]
Figura 38 – Tensão no terminal da linha na fase 3: modelo proposto II (curva a), modelo
clássico modal (curva b) e modelo EMTP (curva c).
400
300
200
(a)
Tensão [kV]
100
(b)
0 (c)
-100
-200
-300
-400
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Tempos [ms]
As figuras 36, 37 e 38 mostram que não há diferença entre os resultados obtidos com
os três modelos. Deste modo é possível afirmar que as considerações feitas, durante o
desenvolvimento do modelo proposto, estão corretas. É importante destacar que o modelo
proposto II possibilita obter os resultados diretamente no domínio das fases sem o uso de
qualquer matriz de transformação real, enquanto que os modelos clássico modal e EMTP
utilizam matrizes de decomposição modal.
Situação 2
Na situação 2 será considera a mesma linha representada na figura 34, entretanto, a
linha de transmissão não terá transposição entre as fases.
Com isso, a linha mostrada na Figura 34, com 100 km de comprimento, terá os novos
seguintes parâmetros longitudinais e transversais:
82
As capacitâncias parciais são dadas por: C0A= 0,0063 ηF/km, C0B=C0C= 0,0081
ηF/km, CAB=CAC= 0,0024 ηF/km e CBC= 0.0006 ηF/km.
Considera-se que a linha de transmissão mostrada na figura 34, com 100 km de
comprimento, teve uma das suas fases energizada por uma fonte de tensão constante de 440
kV enquanto que os terminais receptores da linha foram mantidos em aberto.
O modelo proposto II e os modelos clássico modal e EMTP foram utilizados para
simular as tensões de fase nos terminais da linha mostrada na figura 35.
Nas simulações, realizadas com o modelo proposto, a linha foi representada por 100
circuitos do tipo mostrado na figura 25 conectado em cascata. Quando se utilizou o modelo I
cada modo da linha foi representada por uma cascata de 100 circuitos π. No ATPDraw a linha
foi representada também por 100 circuitos discretos (cada um representando um pequeno
segmento de linha) conectados em cascata.
As figuras 39, 40 e 41 mostram, respectivamente, as tensões no receptor das fases 1, 2
e 3 da linha. A curva a mostra resultados obtidos com o modelo proposto II, enquanto que as
curva b e c mostram os resultados obtidos com os modelos clássico modal e EMTP,
respectivamente.
Figura 39 – Tensão no terminal da linha na fase 1: modelo proposto II (curva a), modelo
clássico modal (curva b) e modelo EMTP (curva c).
1000
600
(b)
400
200
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Tempos [ms]
Fonte: Produção do próprio autor.
83
Figura 40 – Tensão no terminal da linha na fase 2: modelo proposto II (curva a), modelo
clássico modal (curva b) e modelo EMTP (curva c).
400
300 (b)
200
(a) (c)
Tensão [kV]
100
-100
-200
-300
-400
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Tempos [ms]
Figura 41 – Tensão no terminal da linha na fase 3: modelo proposto II (curva a), modelo
clássico modal (curva b) e modelo EMTP (curva c).
400
300 (b)
200
(a) (c)
Tensão [kV]
100
-100
-200
-300
-400
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Tempos [ms]
4.6 Conclusão
Este modelo foi validado a partir de outros dois modelos de linha já existente na
literatura. O primeiro é um método matemático que desacopla a linha, omitindo os valores de
resistências, indutâncias e capacitâncias mútuas, facilitando a resolução dos problemas. O
segundo método é um software computacional bastante conhecido para a resolução de
problemas em sistemas de potência.
No caso de linhas bifásicas, foram comparados os métodos em duas situações. A
primeira considerou-se uma linha com plano de simetria vertical, cujas respostas foram
satisfatórias. A segunda situação considerou uma linha sem plano de simetria vertical, com a
qual o modelo proposto foi apenas comparado com o modelo EMTP e as respostas foram
idênticas.
No caso de linhas trifásicas, foram comparados os métodos em duas situações. A
primeira considerou-se a linha idealmente transposta, cujas respostas de todos os modelos
foram iguais. Na segunda situação, o modelo clássico modal apresentou uma variação em
relação aos demais métodos, entretanto o modelo proposto estudado foi similar ao modelo
EMTP utilizado como base em estudos de sistemas de potência.
A partir da análise feita é possível validar os modelos desenvolvidos neste capítulo.
85
CONCLUSÕES
de se converter a linha, a cada instante de tempo, para o domínio modal. Deste modo, o
mesmo pode ser mais facilmente utilizado por usuários que não tenham familiaridade com a
teoria de decomposição modal.
Para a validação do modelo proposto II, utilizou-se como base o modelo clássico que
utiliza a transformada modal (modelo clássico modal) e o software de simulação ATPDraw
(modelo EMTP). No caso da linha bifásica, em todas as situações simuladas obteve solução
satisfatória.
Já no caso de uma linha trifásica, na situação 1 obteve-se resultado satisfatório.
Entretanto, na situação 2 ocorreu uma pequena diferença entre os resultados gerados. Na
situação 2, a linha de transmissão considerada não foi idealmente transposta, ou seja, a
utilização de Clarke como sendo a matriz de decomposição modal, como provado no Anexo
A, por tratar-se de um método que possui algumas aproximações, houve variações na resposta
do modelo proposto II e com a resposta obtida no software ATPDraw. Ao comparar o modelo
proposto II com o modelo do software ATPDraw, o resultado foi muito satisfatório, apenas
existindo uma pequena variação na transição no período da forma de onda.
Porém, a partir da análise feita é possível validar o novo método desenvolvido. A
grande vantagem deste método é que este modelo pode ser aplicado para qualquer
configuração de linha polifásicas. Ressaltando que o modelo não utiliza nenhum tipo de
matriz de decomposição modal.
87
REFERÊNCIAS
CHEN, C. T. Linear system theory and desing. New York: Holt, Rinehart and Winston,
1984.
HOFMANN, L. Series expansions for line series impedances considering diferent specific
resistances, magnetic permeabilities and dielectric permittivities of conductors, air and
ground. IEEE Transactions on Power Delivery, Piscataway, v. 18, n, 2, p, 564-570, abr.
2003.
KUROKAWA, S. et. al. Proposal of a transmission line model based on lumped elements.
Electric Power Components and Systems, Philadelphia, v. 38, n. 14, p. 1577-1594, 2010.
MAMIS, M. S.; MERAL, M. E. State-space modeling and analysis of fault arcs. Electric
Power Systems Reserch, Lausanne, v. 76, p. 46-51, set. 2005.
88
PROKLER, L.; HOIDALEN, H. K. ATPDraw: users’ manual. [S.l.: s.n.], out. 2002.
ANEXO A
REPRESENTAÇÃO DE LINHAS TRIFÁSICAS NO
DOMÍNIO MODAL
A.1 Introdução
2 1
0
6 3
1 1 1
TCk (338)
6 2 3
1 1 1
6
2 3
A B B
Z B C D /km (339)
B D C
90
y
1
2 3
X W W
Z W X W /km (340)
W W X
onde:
ACC
X (341)
3
B BD
W (342)
3
A matriz de impedância longitudinal, no domínio modal é escrita como sendo:
T
ZM TI ZTI (343)
1
ZM TCk Z TCk (344)
X W 0 0
0
ZM 0 X W (345)
0 0 X 2W
A partir do resultado obtido na equação (345), nota-se que para uma linha idealmente
transposta a matriz de Clarke desacopla a linha trifásica perfeitamente.
A.3 Linha de transmissão não idealmente transposta com plano de simetria vertical
A equação (338) mostra os parâmetros da linha para uma linha sem transposição, com
configuração apresentada na figura 42. Da mesma forma do caso anterior, substituindo as
equações (338) e (339) em (344), tem-se:
2 1 1 2 1
0
6 6 6 A B B 6 3
1 1 1 1 1
ZM 0 B C D (346)
2 2 6 2 3
B D C
1 1 1 1 1 1
3 3
3 6
2 3
z 0 z 0
ZM 0 z 0 (347)
z0 0 z 0
onde:
1
z 2A C 4B D (348)
3
z C D (349)
1
z0 A 2C 4B 2D (350)
3
92
2
z0 A C B D (351)
3
z 0 z 0 (352)
A partir do resultado obtido na equação (347), nota-se que para uma linha não
transposta, a matriz de Clarke não desacopla a linha trifásica perfeitamente. Ou seja, quando
utiliza-se este método para determinar tensão e corrente da linha, este método acaba não
sendo exato mas apresentando, em algumas situações, uma boa aproximação.