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Leia o texto e responda às questões 1 – 17.

PODER PÚBLICO INDIFERENTE E INCAPAZ É O


GRANDE CULPADO PELAS ENCHENTES NO RS

Por: J.R. Guzzo

O governador do Rio Grande do Sul, comentando a tragédia que devasta o seu estado nestes dias, entendeu
que deveria passar para a população e as autoridades uma mensagem de harmonia. “Não é hora de procurar culpados”,
disse ele.
O governador provavelmente falou com boas intenções. É possível, perfeitamente, que tenha razão – não é com bate-
boca e fazendo cara de bravo que a água vai baixar.
Mas para o cidadão que perdeu sua casa, seus bens e pessoas de suas famílias, fica uma impressão bem
amarga. Quando, então, vão encontrar os culpados? Ano após ano os gaúchos, e muitos outros brasileiros, têm suas
vidas arruinadas em episódios equivalentes. Mas nunca é hora de identificar os culpados – e é óbvio que alguém tem
culpa.
Os responsáveis são as pessoas com nome e CPF que mandam na máquina do Estado, hoje, ontem e sempre.
Não têm culpa pela chuva – mas têm culpa pela extensão dos desastres que ela provoca. Calamidades naturais
ocorrem no mundo inteiro, com consequências dramaticamente diferentes. Onde o Estado tem responsabilidade
concreta perante o cidadão, como em geral é o caso no Primeiro Mundo, os efeitos são suportáveis; a Holanda, por
exemplo, está abaixo do nível do mar e não tem inundações. Em lugares como o Brasil, a última coisa que passa pela
cabeça dos governantes é a vida real dos governados.
Não é por acaso. Todos eles sabem que jamais terão de sofrer as consequências das decisões que tomam.
A devastação que as enchentes estão causando no Rio Grande do Sul é o resultado de um século, ou mais,
da inação, da inépcia e da indiferença do poder público, em todos os níveis, para lidar com o fenômeno elementar da
chuva. Não é possível fazerem com que as chuvas obedeçam aos limites do meteorologicamente correto, porém,
sabem com 100% de certeza que elas vão cair – e têm a obrigação, com os impostos que cobram e que estão hoje
entre os maiores do mundo, de trabalhar para que seus efeitos sejam minimizados.
A catástrofe do Rio Grande do Sul prova mais uma vez que esta obrigação continua sendo ignorada. Ou não
fazem as obras que deveriam fazer, ou fazem as obras erradas – o que é tão ruim quanto. O fato é que o gaúcho de
carne e osso sente, no seu bolso, que paga muito mais imposto do que pagava – em compensação, sofre muito mais
com as enchentes.
Não há perspectivas reais de que a coisa possa melhorar. As cheias do Guaíba, pelo que indica a maioria dos
registros, foram as piores desde 1941 quando o presidente do Brasil ainda era Getúlio Vargas. Estamos agora com
Lula e a nova ideologia do “clima” [...]. Havia, há mais de 80 anos, inundações do mesmo tamanho, ou quase. A causa,
na época, era a chuva. Hoje se diz que a causa é a “mudança”, ou a “crise”, ou até a “emergência” climática.
Eles que estão nos governos acham uma maravilha quando ouvem esse tipo de coisa. Sua conclusão unânime,
certificada como verdadeira pela mídia, é: “A culpa não é nossa”. A culpa, então, é do
“homem”, do “estilo de vida”, do “capitalismo”.

https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/poderpublico-indiferente-incapaz-culpado-pelas-enchentes-rs/
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COMPREENDENDO O TEXTO

1. Quais razões você pode apresentar para corroborar a classificação do texto como um artigo de opinião?
O texto pode ser classificado como artigo de opinião em razão de que à opinião e argumentação persuasiva, ele
também é um texto jornalístico que apresenta exemplos reais para firmar o ponto de vista do autor.
2. Qual o tema principal abordado pelo autor do texto?
a) A comparação entre as políticas de prevenção de enchentes no Brasil e em outros países.
b) A falta de medidas eficazes por parte do governo para prevenir as enchentes no Brasil.
c) A indiferença da população em relação aos desastres causados pelas enchentes.
d) A incapacidade do poder público em resolver os problemas causados pelas enchentes no RS.

3. No texto, qual recurso argumentativo é mais evidente na elaboração da posição defendida pelo autor sobre o
tema?
a) Argumento explicativo, pois ele destaca as evidências que colaboram com as enchentes.
b) Argumento de comparação, pois enfatiza as falhas do governo como causa das enchentes.
c) Argumento de autoridade, pois cita especialistas que corroboram sobre as enchentes.
d) Argumento de exemplificação, pois apresenta casos concretos de cidadãos afetados pelas enchentes.
4. Qual trecho do texto, no segundo parágrafo, foi empregado pelo autor para contrapor a declaração do governador?
Que palavra desse trecho foi utilizado para introduzir essa oposição à fala?
"Mas para o cidadão que perdeu sua casa, seus bens e pessoas de suas famílias, fica uma impressão bem amarga."
A palavra ultilizada para introduzir oposição é "mas",
5. Releia:

“É possível, perfeitamente, que tenha razão – não é com bate-boca e fazendo cara de bravo que a água vai baixar.”

No trecho acima, o autor expressou uma crítica implícita através de uma figura de linguagem para transmitir uma
mensagem ao leitor. Observando os aspectos linguísticos, qual figura de linguagem foi utilizada nesse trecho? a)
Eufemismo.
b) Sarcasmo.
c) Hipérbole.
d) Metáfora.

6. O uso das aspas em: “Não é hora de procurar culpados” (1º parágrafo) tem a função de a) destacar uma expressão
formal.
b) enfatizar a importância da frase no texto.
c) indicar a fala direta do governador.
d) sinalizar uma citação de outra fonte.

7. Indique se os trechos a seguir apresentam fato ou opinião.

a) “... e é óbvio que alguém tem culpa.”


opinião
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b) “Calamidades naturais ocorrem no mundo inteiro...”


fato
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c) “O gaúcho de carne e osso sente, no seu bolso...”


fato
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d) “... o que é tão ruim quanto.”


opinião
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e) “As cheias do Guaíba, pelo que indica a maioria dos


registros, foram as piores desde 1941...”
fato
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f) “Eles que estão nos governos acham uma


maravilha...”
opinião
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g) “Havia, há mais de 80 anos, inundações do mesmo tamanho, ou quase.”


fato
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8. Classifique os termos sublinhados nos fragmentos retirados do texto de acordo com a função que eles
estabelecem, colocando a numeração indicada entre parênteses.

( 1 ) Tempo ( 2 ) Lugar ( 3 ) Oposição ( 4 ) Finalidade ( 5 ) Conclusão ( 6 ) Intensidade


( 7 ) Negação ( 8 ) Alternância

a. ( 2 ) “Onde o Estado tem responsabilidade...”


b. ( 6 ) “... prova mais uma vez que esta obrigação...”
c. ( 1 ) “... desde 1941 quando o presidente...”
d. ( 4 ) “... de trabalhar para que seus efeitos sejam...”
e. ( 3 ) “... mas têm culpa pela extensão...”
f. ( 8 ) “Ou não fazem as obras que deveriam...”
g. ( 7 ) “Todos eles sabem que jamais terão...”
h. ( 6 ) “... o que é tão ruim quanto.”
i. ( 5 ) “A culpa, então, é do homem...”
j. ( 3 ) “... porém, sabem com 100% de certeza...”

9. Qual exemplo o autor do texto usou para evidenciar ao leitor que as enchentes no Brasil podem ser prevenidas?
O autor usou como exemplo a Holanda que esta abaixo do nível do mar, mas não sofre
com inundações, pois o governo estabeleceu soluções preventivas.
10. O autor sugere ser o motivo principal das enchentes no Rio Grande do Sul a
a) negligência do governo em realizar as obras necessárias.
b) mudança climática causada pelo estilo de vida capitalista.
c) falta de interesse dos governantes em resolver o problema.
d) intensidade das chuvas, que estão além do controle humano.

11. Para você, por que o autor do texto escolheu a expressão "carne e osso" (5º parágrafo) para descrever o cidadão
gaúcho?
Ele usou essa expressão porque é de carne e osso que o ser humano é feito, então ele não é nem mais forte, nem mais fraco que
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qualquer outro.
12. No trecho: “Sua conclusão unânime...” (último parágrafo), a palavra grifada significa

a) debate unificado. b) concordância plena.


c) discussão acalorada. d) discordância conjunta.

13. Segundo o texto, quem são os verdadeiros responsáveis pelas consequências das enchentes no Brasil?
O governo brasileiro, no caso todos os responsáveis pela máquina pública.
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14. De acordo com o autor, por que as enchentes no Rio Grande do Sul continuam sendo um problema recorrente?
De acordo com o autor, o problema no Rio Grande do Sul é recorrente
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porque os governadores nem ao menos estão procurando minimizar a
situação.
15. Indique a que / quem as expressões destacadas de referem.

a) “... pela extensão dos desastres que ela provoca.”


A chuva
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b) “Todos eles sabem que jamais terão de sofrer...”


Os governantes
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16. Em: “... é o resultado de um século, ou mais, da inação, da inépcia e da indiferença do poder público...”, as três
palavras grifadas visam transmitir um único significado, que pode ser resumido pela palavra

a) compromisso b) insensibilidade.
c) passividade. d) negligência.

17. Você concorda com a opinião do autor do texto sobre o assunto abordado? Por quê?
Sim. Porque o governo realmente não está fazendo de nada
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para ajudar as pessoas que sofreram com essa enchente,
enquanto pessoas á pessoas morrendo o governo gastou 60
milhões no show da Madonna.

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