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DOENÇAS SISTÊMICAS RELACIONADAS A INFECÇÕESENDODÔNTICAS:


REVISÃO DE LITERATURA

Paloma Requião de Almeida Santana¹


Rafaela Ventola da Fonseca²
Elvira Gonçalves³

RESUMO
A má execução de um tratamento endodôntico, aliada a outros fatores, como a falta de
assepsia, pode levar à geração de doenças orais que podem ultrapassar as barreiras
sanguíneas, havendo consequências sistêmicas em vários órgãos. É imprescindível a
necessidade de estudar e entender quais são estas principais doenças e seus riscos inerentes,
bem como os fatores etiológicos, além das medidas cabíveis para se evitar a promoção das
mesmas. O objetivo deste trabalho foi executar uma revisão de literatura sobre as principais
doenças sistêmicas relacionadas ao tratamento Endodôntico, suas possíveis causas,
consequências e tratamento. Para a confecção da presente revisão de literatura, foi realizado
pesquisa nas bases de dados Pubmed, Lilacs e Scielo. Foram selecionados no total, vinte e
quatro artigos, dentro do critério de inclusão e exclusão, por serem baseados na relação do
tratamento endodôntico, com as possíveis doenças sistêmicas discutidas neste trabalho: a
endocardite bacteriana, sinusite odontogênica, e abscesso cerebral de origem odontogênica,
onde se encontram as considerações mais sólidas para as associações em literatura, havendo a
ligação dos dados já estabelecidos, com as análises adquiridas mais recentemente. O
Cirurgião Dentista deve estar ciente das informações discutidas para promover um tratamento
Endodôntico satisfatório e evitar o desenvolvimento das doenças sistêmicas, resguardando a
saúde geral dos pacientes.

Palavras-chave: Tratamento endodôntico. Bacteremia. Doenças sistêmicas.

SYSTEMIC CONDITIONS RELATED TO ENDODONTIC TREATMENT: A


LITEATURE REVIEW
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ABSTRACT
The poor execution of an Endodontic treatment, combined with other factors, such as the lack
of assepsis, could lead to the generation of oral diseases that may surpass blood barriers,
causing systemic consequences in various organs. It is indispensable the need to both study
and understand what are the main diseases e its’ inherent risks, such as the etiological factors,
as well as the appropriate measures to avoid the occurrence of these pathologies. The objetive
of this article was to execute a liteature review about the main systemic diseases related to the
Endodontic treatment, its’ causes, consequences and treatment. As for the elaboration of this
present liteature review, it was perfomed a research among the data base of Pubmed, Lilacs,
and Scielo. Twenty four articles were included, amid the inclusion and exclusion criterias,
being based on the correlation with Endodontic treatment and the possible systemic diseases
discussed in this article: Bacterial Endocarditis, Odontogenic Sinusitis, and Brain Abcesses of
odontogenic origin, in which are the most solid considerations for liteature assossiations,
having the connection between the pre established data and the most recently adquired
analisis. The Dental Surgeon must be aware of the discussed informations to promote a
satisfactory Endodontic treatment and prevent the develpment of systemic diseases,
safeguarding the care of the general health of all patients.

Keywords: Endodontic treatment. Bacteremia. Systemic diseases.

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1
Aluno de graduação do Curso de Odontologia do Centro Universitário Uni-FTC Salvador-Ba
E-mail: paloma.requiao@hotmail.com
2
Aluno de graduação do Curso de Odontologia do Centro Universitário Uni-FTC Salvador-Ba
E-mail: rafa.ventola13@gmail.com
3
Professor Orientador do Curso de Odontologia do Centro Universitário Uni-FTC Salvador-
Ba.
E-mail: viramagon@yahoo.com.br
Formação do professor:
Especialista em Endodontia pela ABE, BA.
Mestre em Endodontia pela Unital, Taubaté, SP.
Doutora em processos interativos de órgão e sistemas, UFBA.
1. INTRODUÇÃO
3

Desde antes dos princípios da humanidade, tem-se a luta pela sobrevivência, advindo-
se da batalha entre células eucariontes e procariontes, e até mesmo seres acelulares – como os
vírus – sendo esta a base da evolução.

As doenças sistêmicas relacionadas ao tratamento odontológico relacionam-se


diretamente com as bactérias que transitam pelo nosso organismo. São diversas as vias de
transmissão, podendo variar de acordo com cada área afetada, porém tendo como principal
ponto de infecção a cavidade bucal. A falta de um tratamento ou uma má condição de higiene
bucal podem proporcionar uma proliferação bacteriana descontrolada, ocasionando, assim,
um ambiente propício a infecções. O agravamento dessas inflamações pode atingir os demais
tecidos, até alcançar a polpa dentária, podendo haver a disseminação desses microrganismos
pela corrente sanguínea (sepse oral) (MARCELIANO-ALVES et al., 2010).

Esse risco iminente, junto com o advento da Odontologia, promoveu a geração de


estudos que visam a assepsia do canal radicular, além de implementar o conhecimento acerca
dos mecanismos de patogenicidade dos microrganismos intraorais, analisando quais medidas
profiláticas e de tratamento são mais recomendadas. Com a progressão da Endodontia,
tornou-se sabida a relação entre as patologias orais e as doenças sistêmicas, havendo o
desenvolvimento da teoria da infecção focal, cuja defesa é de que um dente infectado é um
foco infeccioso, podendo afetar demais órgãos e estruturas teciduais (SILVA et al., 2007).

O tratamento endodôntico é lançado mão como último mecanismo de recuperação


dentária, objetivando a manutenção do dente na boca em suas funções normais, cessando a
infecção, com a diminuição da colonização bacteriana (CINTRA, 2015). Esses patógenos, se
tratando de uma infecção endodôntica, uma vez presente na corrente sanguínea, utilizam de
seus mecanismos tóxicos, num processo de bacteremia, para firmar sua dominância sob o
hospedeiro e conseguir seus nutrientes, gerando, desta forma, um processo inflamatório
generalizado. Dentre os principais órgãos atingidos, tem-se o coração e o cérebro, sendo
majoritariamente afetados com a Endocardite Bacteriana e Abcessos Cerebrais,
respectivamente (NOGUEIRA et al., 2011).

Pesquisas que estudaram a relação entre tais patologias e as infecções endodônticas


apontaram que o principal agente etiológico eram as bactérias Streptococcus ssp., cujas
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membranas celulares possuem maior afinidade com as paredes do endocárdio, alojando-se


principalmente nas válvulas cardíacas (BINARD, 2018).

Estudar e compreender a origem, progressão, mecanismos de ação e consequências


dessas manifestações sistêmicas é imprescindível para a impedir tanto a geração quanto a
evolução de odontopatias. A relação entre a microbiota saudável e invasora é ampla e
complexa, dependendo de fatores intrínsecos e extrínsecos, como a higiene oral, nutrição,
patologias já existentes e do estado do sistema imune do indivíduo. Todos esses fatores devem
ser levados em consideração durante o tratamento endodôntico para que haja o sucesso deste.

Portanto, o objetivo desta revisão de literatura é analisar a relação entre o tratamento


endodôntico e o desenvolvimento de doenças bacterianas sistêmicas, além de investigar os
fatores etiológicos e riscos dessas patologias e as medidas profiláticas que impeçam as suas
ocorrências.

2. METODOLOGIA

Este estudo é uma revisão sistemática e analítica da literatura, a partir das bases de
estudo online “Pubmed (National Center for Biotechnology Information, U.S. National
Library of Medicine)”, “Scielo (Scientific Electronic Library Online)”, BVS (Biblioteca
Virtual em Saúde) - (Regional Library of Medicine), LILACS (Literatura Latino Americana e
do Caribe em Ciências da Saúde), limitando-se ao período de 2004 a 2021. Os critérios de
inclusão e exclusão foram artigos e monografias com ano de publicação dentro do período
selecionado, dados sobre o tema, e textos nas línguas inglesa e espanhola. Realizou-se desta
forma, estudos prospectivos frente a influência do tratamento endodôntico e as possíveis
causas relacionadas as doenças sistêmicas citadas neste trabalho, de modo que foram
selecionados 35 artigos, e após a avaliação, teve no resultado final 24 artigos utilizados ao
decorrer dos estudos aplicados.

3. RESULTADOS
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3.1 BACTEREMIA

Um dos princípios do Tratamento Endodôntico é a promoção da assepsia do canal


radicular, objetivando a remoção de quaisquer antígenos ali contidos. Esta remoção,
entretanto, uma vez feita de forma ineficaz, pode proporcionar a extrusão desses corpos
estranhos para além do forame apical – atingindo-se assim a corrente sanguínea. É a partir daí
que ocorre o fenômeno da Bacteremia, definida como a transmissão de microrganismos
deletérios (principalmente bactérias) para o sangue (CAMARGO et al., 2006).

As vias de transmissão estão ligadas às áreas nas quais bactérias estão alojadas. Os
dentes superiores, por exemplo, interligam-se aos seios maxilares; com isso, as bactérias
presentes ao longo dos canais radiculares dessa área têm como serem transitadas. Dessa
forma, pode-se ser gerada uma sinusite maxilar, a qual por mais que tenha seu tipo alérgico ou
viral, também pode ser causada por essas ligações, sendo, portanto, de origem odontológica.
Da mesma forma, os dentes inferiores também têm a sua via de transmissão na mandíbula. Ao
se tratar dessa localização, as bactérias ali instaladas apresentam grande possibilidade de
transmissão pela via hematogênica, podendo ser disseminada para qualquer parte do corpo.
Esses patógenos bucais, por sua vez, podem instalar-se nos demais órgãos ou áreas do nosso
organismo, ocasionando, assim, doenças sistêmicas. (NOGUEIRA, 2011; LIMA, 2017;
FERREIRA, 2020).

A via hematogênica é um meio de transmissão que possibilita a circulação bacteriana,


levando as bactérias através da corrente sanguínea para outras partes do corpo. Um exemplo
comum visto é o que acontece nos casos de metástase, onde as células partem do seu local de
origem, independente da sua causa inicial e/ou surgimento, e são levadas para outros órgãos,
facilitando, assim, a sua proliferação. Porém, existem outros tipos de vias que permitem
outras possibilidades para essas bactérias circularem, como a via linfática, e assim fazem esse
meio de transmissão, aumentando a área de infecção. (NOGUEIRA, 2011; LIMA, 2017;
FERREIRA, 2020).

Quando o próprio sistema imune do indivíduo consegue combater tais


microrganismos, sem o desenvolvimento de sinais ou sintomas, tem-se a bacteremia
assintomática. Já quando se há manifestação clínica, majoritariamente causada pela
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disseminação das toxinas bacterianas na corrente sanguínea, tem-se a bacteremia sintomática


(CINTRA, 2015).

Essas bactérias têm como local de origem focos de inflamação gengival e periodontal,
cuja extração dentária ou tratamento de canal gera a proliferação destas dentro dos vasos
sanguíneos. Pequenos traumas causados pela mastigação ou escovação brusca também são
fatores potenciadores da bacteremia. A navegação destes microrganismos pelas vias
sanguíneas resulta na disseminação desses corpos estranhos e de seus produtos tóxicos,
ocasionando infecções secundárias graves (CINTRA, 2015).

As manifestações clínicas podem ser inicialmente inespecíficas, o que pode ocasionar


em um atraso no diagnóstico, haja vista que os locais infectados podem ser distintos ao ponto
de origem da infecção. Por esta razão, os exames complementares são essenciais para a
obtenção de um diagnóstico preciso, além de identificar a patologia correlacionando-a com os
sintomas das infecções primárias: dentalgia nos abcessos dentários ou nas infecções dos
canais radiculares, sintomas respiratórios nas sinusites e dor abdominal nas infecções pélvicas
(NOGUEIRA, 2011; LIMA, 2017; FERREIRA, 2020).

Na Odontologia, alguns procedimentos podem proporcionar a bacteremia. Dentre


estes estão: exodontias, cirurgias intraorais, tratamentos endodônticos, dentística restauradora
e procedimentos periodontais (CHEN et al., 2015). Todos estes procedimentos podem gerar
sangramentos, havendo uma comunicação direta entre a cavidade oral e o sistema sanguíneo
(SANTOS; SOUZA, 2020).

Na Periodontia, estudos apontam que tanto os casos de gengivite quanto os de


periodontite tem implicações na geração de bacteremia e que as chances aumentam conforme
o grau inflamatório se eleva. Ou seja, quanto mais severa a inflamação, maior será a chance
de bacteremia (CAMARGO et al., 2006). As pequenas injúrias aos tecidos periodontais
provocados pela escovação diária também são apontados como fatores de desenvolvimento da
bacteremia, uma vez que haja inflamação. Uma escovação ineficaz com acúmulo de placa
bacteriana no periodonto é outro fator proeminente, uma vez que a higiene oral não está sendo
executada da maneira correta (SANTOS, 2018).
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Dentro da Cirurgia Orofacial, as exodontias de várias unidades dentária em uma única


sessão são apontadas como um fator frequente de geração de bacteremia. As exodontias de
dentes com lesões periodontais também se encaixam. Além desses, há o trauma cirúrgico e a
injúria tecidual, cujas severidades aumentam em proporções diretas com o grau de
bacteremia, devendo ser evitados durante a execução cirúrgica (CAMARGO et al., 2006).

Segundo Camargo et al., (2006), há alguns fatores que predispõem os indivíduos a


desenvolverem a bacteremia, tais como: diabetes, hipertensão, doenças imunossupressoras,
cardiopatias, nefropatias, hepatopatias, alcoolismo, dependência química, e idade avançada.
Ainda de acordo com tal autor, a execução da profilaxia antibiótica em tais casos é
fundamental para impedir a geração da bacteremia e, consequentemente, de outras patologias,
como a Endocardite Bacteriana; a mais comum e alarmante condição sistêmica, cujo principal
fator etiológico é o tratamento endodôntico ineficaz.

O conceito de sepse oral introduzido por William Hunter em 1900 relacionou o papel
da doença bucal ao problema sistêmico. Simultaneamente, Frank Billings e Edward Rosenow,
reportaram que as bactérias localizadas em sítios de infecção como a boca ou seios paranasais
causavam muitas doenças sistêmicas. A partir destes pressupostos surgiu a teoria da infecção
focal. A infecção focal foi definida como um processo infeccioso localizado ou generalizado
promovido pela disseminação de microrganismos e seus subprodutos a partir do foco de
infecção e através do sistema sanguíneo e linfático. Com o ressurgimento da teoria da
infecção focal, outros estudos analisaram a relação entre a existência do foco infeccioso de
natureza bacteriana com a capacidade de disseminação, o que poderia resultar em doenças
sistêmicas, como, por exemplo, a endocardite bacteriana (CARDINAL et al., 2013).

3.2 ENDOCARDITE BACTERIANA

Entende-se por Endocardite Bacteriana (EB) como uma patologia cardíaca de


etiologia bacteriana causada por bacteremia transitória, geralmente oriunda de procedimentos
odontológicos. A mesma atinge a porcentagem cardiopata da população mundial – sejam
aqueles com disfunções congênitas, sejam aqueles portadores de marcapassos cardíacos –
sendo o tratamento endodôntico o responsável por 40% dos casos de infecção da doença
(Cintra, 2015). Apesar de possuir uma baixa taxa de incidência, a EB pode ser fatal se não
diagnosticada e tratada a tempo. A contaminação cruzada pela má esterilização dos
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instrumentos odontológicos aliada a uma má higienização oral pelo paciente, periopatias,


cardiopatias congênitas e um sistema imune deficiente são a combinação perfeita para o
desenvolvimento desta patologia (BASÍLIO et al., 2004).

A EB possui um vasto arsenal de agentes etiológicos, sendo os principais as bactérias


estreptococos alfa-hemolítico, enterococos, pneumococos e estafilococos – microrganismos
habitantes da cavidade bucal. Ao realizarmos procedimentos odontológicos, cujos
instrumentais estejam contaminados por tais antígenos, é gerado um grande risco de infecção,
haja vista que esses podem entrar em contato com os vasos sanguíneos presentes nas polpas
dentárias, ou até mesmo atingir vasos provenientes do periodonto bucal, alcançando por fim o
coração. Este é o mecanismo de transmissão observado em tratamentos endodônticos, cuja
manipulação clínica ultrapassa o forame apical dentário, expulsando os microrganismos ali
presentes diretamente para a corrente sanguínea (GLÓRIA, 2011).

Segundo Galvão (2016), dentre os principais agentes etiológicos da doença,


encontram-se as bactérias estrepto e estafilococos – Streptococcus viridans e Staphylococcus
aureus, respectivamente. Ainda segundo o autor, além das bactérias, os fungos Candida spp
também podem ocasionar a EB. Casos de EB por Neisseria gonorrhoeae também já foram
relatados, porém com origem não-odontogênica e sim por via sexual. Os sinais e sintomas, no
entanto, pouco diferem dos observados na doença de origem odontogênica (VOLPATO et al.,
2021).

A infecção se instala nos epitélios (endocárdio, podendo evoluir para o miocárdio) e


válvulas cardíacas, onde, inicialmente, forma-se um trombo estéril constituído de plaquetas e
fibrina. Por conseguinte, bactérias oriundas do sangue utilizam-se deste trombo como fonte de
energia para sua proliferação, disseminando-se e desencadeando, assim, a infecção (CINTRA,
2015). Por ser uma patologia de caráter bacteriano que atinge o coração, a sua sintomatologia
é a combinação dos impactos ocasionados a tal órgão: febre alta, fadiga, perda de peso,
dispneia, anorexia, dores musculares e articulares progressivas, alterações urinárias, tosse
persistente e sudorese excessiva noturna (GALVÃO, 2016). Conforme segue evoluindo, é
desenvolvida uma insuficiência cardíaca severa, podendo culminar na falha total do órgão
(GLÓRIA, 2011).
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É sabido que a incidência de EB é maior em paciente já cardiopatas ou com


dispositivos cardíacos. Entretanto, na população saudável há uma taxa de ocorrência de 50%
(GALVÃO, 2016). Ainda segundo este autor, a doença demonstra-se prevalente na faixa etária
de 11 a 30 anos.

Um quadro de Endocardite Bacteriana avançado resulta no agravamento dos sintomas


de uma infecção aguda – febre e calafrios tornam-se mais constantes e as injúrias cardíacas
mais severas, podendo gerar até parada cardíaca. Outros órgãos, como pulmões e rins também
são afetados – embolia pulmonar e insuficiência renal, respectivamente. Clinicamente, podem
ser observadas petéquias nas mucosas orais e palatais. Também já foram relatadas pequenas
lesões hemorrágicas conhecidas como Lesões de Janeway, que caracterizam-se por lesões
endurecidas nas palmas das mãos e nas solas dos pés, como consequência dos êmbolos
sépticos característicos da infecção (GALVÃO, 2016).

3.3 SINUSITE ODONTOGÊNICA

A sinusite é uma doença inflamatória que atinge seios da face, região formada por
cavidades ósseas, sendo a maior parte concentrada no osso da maxila. Tal pode ser de origem
odontogênica, seja aguda, seja crônica, ou não odontogênica. A sinusite odontogênica tem
como fator etiológico o acúmulo de substâncias tóxicas bacterianas ou fúngicas que atingem a
região sinusal diretamente – como nos casos de comunicação bucosinusal – ou indiretamente
– através de disseminação antígena pela mucosa nasal ou por via sanguínea (LIMA, 2017).

De acordo com o autor Martorelli et al., (2017), o tratamento endodôntico, junto com
outros procedimentos odontológicos, se encaixa numa taxa de incidência de 5% a 10% nos
casos de sinusite maxilar iatrogênica, ou seja, causada por algum antígeno. Tal autor ainda
afirma que a introdução de materiais obturadores endodôntico – como a guta-percha – ou
instrumentos endodônticos – como limas endodônticas – nos seios maxilares durante o
tratamento endodôntico devido à instrumentação além do forame apical possui uma alta
prevalência de principal causa da sinusite odontogênica.

Os principais sintomas desta condição sistêmica são: rinorreia, obstrução ou


congestão nasal, dor facial, cefaleias intensas, sensibilidade facial, dor nos olhos, otalgia e
secreção nasal com mau odor. Tratando-se dos casos originados por tratamento endodôntico,
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tais sintomas repercutem dentro da cavidade oral, estando num espectro de dentalgia aguda a
intensa, acompanhada de sinais inflamatórios característicos de infecção pulpar, podendo até
atingir o osso alveolar e tecido periodontal adjacente. Uma diferença presente no diagnóstico
diferencial das duas sinusites é que na sinusite odontogênica os sintomas manifestam-se
unilateralmente (MARTORELLI et al., 2017).

O diagnóstico da Sinusite Odontogênica (SO) envolve a realização de uma anamnese


detalhada e cuidadosa e um exame físico extraoral e intraoral bem realizado. O uso de exames
por imagem, mais especificamente da Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC),
pode fornecer informações valiosas no diagnóstico de sinusite maxilar odontogênica. É
característica da Sinusite Odontogênica uma imagem radiopaca espessa no interior do seio
maxilar, devido a uma hiperplasia na mucosa do seio gerada pela inflamação local. A SO pode
ter causa associada ou não a corpos estranhos no seio, comunicações buco-sinusais durante
exodontias ou inflamações e infecções oriundas de doenças periodontal e/ou endodôntica
(LIMA et al., 2017).

O tratamento da sinusite odontogênica deve ser multidisciplinar e consiste


primariamente na eliminação do fator causal de origem dentária, como por exemplo, extração
dentária, tratamento endodôntico ou periodontal e remoção de corpos estranhos do interior do
seio maxilar, acompanhada do manejo da infecção do seio maxilar através do uso de
antibioticoterapia de largo espectro por 3 a 4 semanas e do uso de descongestionantes nasais
(LIMA et al., 2017).

Nos casos de SO por iatrogenia por implante ou material endodôntico dentro do seio
maxilar, é necessária a realização da remoção cirúrgica através da técnica de Caldwell Luc.
Nesta, é feita uma incisão na região de caninos, acessando o seio maxilar. É prescrito
antibiótico por oito dias e uso de descongestionante nasal. O acompanhamento do paciente
pode levar até 15 meses, se ausente de sintomatologia (LIMA et al., 2017).

3.4 ABCESSO CEREBRAL DE ORIGEM ODONTOGÊNICA

O abcesso cerebral é uma doença rara, porém de caráter gravíssimo, na qual há o


comprometimento de uma área cerebral com supuração localizada. Por atingir um órgão vital,
o cérebro, é uma patologia com risco de vida para o paciente, pois é sabido que é o sistema
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nervoso central que controla todos os comandos do nosso corpo (NOGUEIRA, PORTO,
CERQUEIRA, 2011).

Existem diversos procedimentos odontológicos realizados, que podem causar abcesso


cerebral, dentre eles estão: a cirurgia dento-alveolar, tratamento periodontal, infiltração
incorreta de anestésico local bucal e até mesmo a profilaxia dental. Estes patógenos que estão
presentes em uma infecção odontogênica podem ser levados para o cérebro por meio da rota
hematológica (arterial facial, oftálmica, propagação do seio cavernoso), pela rota linfática, ou
também pela extensão direta por meio dos planos faciais (NOGUEIRA, PORTO,
CERQUEIRA, 2011).

O mecanismo fisiopatológico considerado mais importante em uma infecção


intracraniana com origem odontogênica, é justamente a propagação pela via hematogênica.
Para se obter um bom diagnóstico, e saber a origem dessa infecção, é necessário a análise do
abcesso cerebral, e compreender os mecanismos de comunicação da cavidade bucal, pelas
quais as bactérias orais fazem essa dispersão (AKASHI, 2017).

Como boa parte das infecções possuem uma área localizada, com o abcesso cerebral
não é diferente, essa área é chamada de cerebrite, e se desenvolve com uma substância
purulenta encapsulada bem vascularizada, que tem sua formação no interior do parênquima
cerebral, apesar da existência desta cápsula, o edema e a inflamação, podem se expandir, cuja
etiologia envolve microrganismos, ou parasitas (protozoários e helmintos). Podendo ser único
ou disseminar formando vários focos numa determinada região, e então irradiar por todo o
cérebro, contudo, é mais frequente está presente na região dos lobos frontais, temporal e
parietal. (BROWER et al., 2014; SONNEVILLE, 2017; WIDDRINGTON, 2018;).

O diagnóstico do abscesso cerebral constitui-se num desafio em pacientes que se


apresentam sem febre ou déficits focais. Em apenas 20% dos pacientes com abscesso cerebral
apresentam a tríade clássica de dor de cabeça, febre e inabilidades neurológicas, na
internação. A febre nem sempre está inicialmente presente nos pacientes com abscesso
cerebral. Os pacientes também podem apresentar sintomas de aumento da pressão
intracraniana, que são náuseas, vômitos e letargia (ABCMED, 2016; FERREIRA, SANTOS,
2020).
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É possível tratar clinicamente sem que haja necessariamente algum tratamento


cirúrgico, e é considerado eficiente em um grupo de pacientes selecionados. Quando o
paciente apresenta um abcesso cerebral de origem odontogênica, deve-se averiguar
corretamente para se ter uma decisão precisa sobre qual o tipo de tratamento que será
realizado, seja tratar a doença radicalmente, adotando um procedimento mais invasivo, ou se
realizará o mais conservador, vai depender do estado médico geral de cada paciente, do
estágio em que se encontra a doença bucal, da compreensão do tratamento pelo paciente, e
dos métodos que podem ser aplicados referente a higiene oral. (NOGUEIRA; PORTO;
CERQUEIRA. 2011).

4. DISCUSSÃO

Em cada etapa realizada ao decorrer do tratamento endodôntico é necessária atenção e


manejo clínico. Saber identificar a técnica pela qual se inicia a instrumentação é de extrema
importância, pois é nesse momento que podem-se obter diversos riscos inerentes ao paciente,
causando desconforto, e prejudicando, assim, a saúde do mesmo. Começando pela
biossegurança, a falta do isolamento absoluto pode levar bactérias para o interior do sistema
de canais radiculares e afetar diretamente todo o processo até o tratamento, haja vista que com
a abertura do acesso endodôntico o dente torna-se uma porta de entrada direta para os
microrganismos.

A transmissão e a chegada bacteriana até os locais de infecção secundária se dão de


três possíveis formas: disseminação por meio de um abcesso periapical agudo; pela via
sanguínea após tratamento endodôntico; e através da liberação de toxinas bacterianas e
mediadores químicos de inflamação oriundos de uma inflamação periapical crônica. O
principal fator causador apontado é a etapa de instrumentação do tratamento endodôntico
realizada além do forame apical, levando-se assim, mecanicamente, tanto os microrganismos
quanto os tecidos esclerosados (dentina) presentes dentro do canal radicular (CAMARGO et
al., 2006).

A despeito dos procedimentos endodônticos, uma instrumentação mecânica ineficaz


pode levar à concentração de smear-layer rico em microrganismos patogênicos nas áreas não
trabalhadas, como istmos e deltas, não promovendo a desinfecção radicular correta. Ainda
sobre a instrumentação é que, se esta é realizada além da odontometria correta ou
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ultrapassando o forame apical, aumentam-se as chances de bacteremia, já que haverá uma


área maior para o transporte desses microrganismos para fora do canal, via forame apical,
atingindo vasos sanguíneos e capilares alveolares (SANTOS, 2018).

Durante a instrumentação, temos um fator essencial para o tratamento – a irrigação. A


substância irrigadora torna-se imprescindível nessa etapa, pois, acompanhado aos
instrumentos endodônticos, ajuda na limpeza, desinfecção, e modelagem do canal, facilitando
a instrumentação, preparando o canal para a obturação, e evitando a smear layer. Este é um
conjunto de micropartículas que possui compostos orgânicos e inorgânicos, sendo formada
uma lama dentinária, por conta do atrito da lima com as paredes dentinárias. Logo, alguns
estudos apontam que o EDTA a 17% é a solução quelante mais eficaz para obter esse efeito,
juntamente com o Hipoclorito de sódio, que é utilizada no preparo biomecânico do dente,
dessa forma, as duas soluções serve como auxílio na técnica endodôntica escolhida
(DUARTE, 2015).

Uma irrigação exagerada ou uma aspiração deficiente é outro fator que pode culminar
no aumento de pressão radicular ao inserir o hipoclorito de sódio dentro do canal. Sem a
aspiração concomitante à irrigação, as moléculas do líquido, devido à alta pressão ali
implicada, são extruídas via forame apical, atingindo, desta forma, a corrente sanguínea,
havendo, consequentemente, um extravasamento da solução irrigadora (FREITAS et al.,
2020).

Com a chegada dos instrumentos rotatórios de Níquel e Titânio, foi possível observar
que tais promoviam melhores resultados de limpeza e desinfecção dos canais radiculares em
comparação às limas manuais. Concomitante a isso, estudos apontam que tanto os
movimentos rotatórios quanto os reciprocantes propiciam um tratamento endodôntico mais
eficaz, haja vista que os índices de fratura radicular são reduzidos, além de não causarem
maior transporte apical de matéria inorgânica contaminada (PEREIRA, SILVA, COUTINHO
FILHO, 2012).

A correta execução da obturação endodôntica é de extrema importância: a vedação


falha desta etapa pode promover infiltração secundária de fluidos teciduais que servirão de
nutrição para as bactérias intrarradiculares, as quais poderão invadir o espaço perirradicular,
inflamando os tecidos periodontais (SANTOS, 2018).
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A Associação Americana do Coração (American Heart Association – AHA)


estabeleceu em 1997 que a profilaxia antibiótica deveria ser lançada aos pacientes com
comprometimento cardíaco que fossem submetidos a procedimentos odontológicos. A partir
daí, estudos sobre o assunto começaram a ser desenvolvidos com o intuito de comprovar a
eficácia desta profilaxia acerca da prevenção do desenvolvimento da bacteremia oriunda de
tratamentos dentários (CHEN et al., 2015).

Segundo estudos iniciais do cientista Lavelle (1996), foram identificados indícios de


que a profilaxia antibiótica apresentava eficácia na redução do desenvolvimento de
Endocardite Bacteriana em pacientes cardiopatas, porém resguardando que o seu uso deveria
ser administrados de acordo com a necessidade médica, sem exacerbação, a fim de evitar-se a
resistência da carga bacteriana aos antibióticos. Os autores Rahn (1995) e, mais tardar, Durack
(1998), corroboraram com a ideia de Lavelle, atestando que “apesar de não ser possível
prevenirmos a bacteremia transitória, há sinais de que os antibióticos de fato possam diminuir
as chances de desenvolvimento da endocardite bacteriana em seres humanos” (BASÍLIO,
LODUCCA, HADDAD, 2004).

Posteriormente, novos estudos surgiram em oposição aos estudos iniciais, defendendo


o abandono da prática profilática de medicação antibiótica na maioria dos procedimentos na
Odontologia, alegando que o transporte bacteriano gerado era mais provavelmente advindo de
atividades diárias, bem como da escovação e até mesmo da mastigação, do que de
procedimentos invasivos, sugerindo que a profilaxia seria capaz de prevenir somente um
número pequeno de casos de Endocardite Bacteriana (CHEN et al., 2015).

Portanto, a partir dos estudos aplicados, conclui-se que pode ser justamente a junção
desses fatores envolvidos que pode levar a transição dessas bactérias da região bucal para
outras partes do corpo, em pacientes susceptíveis a essas patologias. Logo, tendo em vista tal
complexidade do assunto em questão, as doenças sistêmicas relacionadas ao tratamento
endodôntico são causadas pelo manejo incorreto das técnicas utilizadas no preparo
químico/mecânico do sistema de canais radiculares, sendo uma das etapas mais importantes
durante todo o tratamento. O que também, alguns pacientes com comprometimento sistêmico,
como por exemplo, os cardiopatas, se encontram mais propícios, a desenvolver tais doenças
15

citadas neste presente trabalho, onde o fator relevante, é utilizar um planejamento profilático e
técnica que seja apropriado, para então obter um resultado satisfatório.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como resultado dessa revisão de literatura, verificou-se que a maioria dos autores
indica a existência da relação entre o tratamento endodôntico e as possíveis causas que podem
desenvolver ou proporcionar a manifestação das doenças sistêmicas em pacientes
susceptíveis, as quais foram citadas neste presente trabalho, além do maior interesse científico
sobre o assunto estudado. Fica notória, portanto, a necessidade e a importância do
planejamento profilático, e da correta prática das manobras de biossegurança e assepsia
correta dos instrumentos odontológicos para a prevenção das doenças sistêmicas abordadas.

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