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Poluição do Solo

O solo é um componente
fundamental dos ecossistemas,
especialmente os terrestres;
Afeta o balando de energia, o ciclo
hidrológico, a ciclagem de
nutrientes e a produtividades
desses ecossistemas.
• Do ponto de vista histórico, verifica-se quase sempre que as
grandes civilizações procuraram bons solos para se
estabelecerem e como uma de suas principais fontes
naturais de produção e desenvolvimento.
• Os solos férteis tornaram viáveis os assentamentos
humanos fixos, comunidades estáveis e organizadas, até
mesmo cidades, em contraste com as sociedades nômades.
• A partir da descoberta da adubação, o ser humano foi
capaz extensivamente os solos para seu efetivo
desenvolvimento.
• A exploração excessiva do solo também esteve associada à
queda de algumas civilizações antigas (Maias, Império
Romana), cujos solos ajudaram a construí-las,
especialmente em razão do desmatamento excessivo das
margens dos rios, que resulta na perda de produtividade
dos solos adjacentes.
• Os solos podem ser considerados sistemas
complexos formados pela interseção da litosfera,
biosfera e atmosfera terrestres, além de possuírem
diversas funcionalidades ecológicas, como a
produção biológica e a regulação do ciclo
hidrológico em sua fase superficial.
• São importante meio fixador de carbono e
depurador de efluentes, minimizando possíveis
impactos ambientais.
• São fonte de matéria prima para a construção e a
indústria e fonte de nutriente e água para as
atividades agropecuárias.
• O intemperismo é o principal fator responsável
pela formação do solo, caracterizado por
processos físico-químicos de desagregação e
decomposição mineralógica das rochas →
pedogênese
• As forças físicas resultam na desintegração de
rochas; as reações químicas alteram a composição
das rochas e dos minerais; e as forças biológicas
resultam na intensificação das demais forças.
Processos erosivos e assoreamento
• Um estudo da FAO com mais de 600 pesquisadores de
60 países mostrou que mais de 30% dos solos do
mundo estão degradados.
• A erosão é o processo de remoção e transporte das
partículas do solo causado pela água e/ou pelo vento.
• A erosão é um processo natural, mas as intervenções
antrópicas podem resultar na aceleração desse
processo que podem acarretar perda de solo em taxas
superiores à sua produção.
• A erosão do solo é uma das principais causas de
degradação ambiental.
• A erosão não é um problemas apenas para as
áreas em que ocorre, por diminuir a quantidade de
nutrientes no topo dos solos, mas também para os
locais onde os sedimentos erodidos de depositam,
causando assoreamento e poluição.
• O grau de suscetibilidade está relacionado com o
material constituinte e o relevo.
Tipos e causas de erosão
Principais causas da erosão
• Desmatamento, que deixa o solo desprotegido;
• A agricultura e pecuária sem a adoção de práticas
e manejo conservacionistas;
• O cultivo em encostas com elevada declividade,
especialmente acima de 45°, sem a adoção de
práticas e manejo conservacionistas;
• A abertura de trilha, que compactam o solo, por
onde a água escoa e de concentra com facilidades
• A construção de rodovias e estradas sem os
devidos cuidados, que aumenta o escoamento
superficial, causando ravinas que podem evoluir
para voçorocas;
• A mineração e outras atividades econômicas que
acabam deixando o solo desprotegido,
especialmente após o término do uso dessas
áreas;
Consequências da
erosão do solo
• Degradação e perda de fertilidade do solo;
• As partículas desprendidas podem ser
depositadas em leitos de rios;
• Pode causar assoreamento dos rios, promovendo
mudanças nas características desses corpos
hídricos (ex: redução das profundidades e
consequente suscetibilidade a enchentes e
inundações).
• Somente o estado de São Paulo perde
anualmente cerca de 130 milhões de toneladas
de solo (25% do que o país perde);
• Algumas áreas erodidas perdem toda a sua
camada superficial → terra improdutiva e difícil
de ser recuperada.
Erosão em Centros Urbanos
Erosão em Centros
Urbanos
• Pode atingir imóveis, redes de água, esgoto e
demais infraestruturas.
• Interrupção do tráfego, efeito da própria erosão
ou por assoreamento e enchente;
• Necessidade de mudança da planta operacional
de indústrias prejudicadas pela erosão;
• Desvalorização imobiliária;
• Interdição/ destruição de imóveis devido a
deslizamentos de terra.
Assoreamento de Corpos hídricos
• Áreas rurais ou urbanas;
• Aporte de sedimentos;
• Transporte de matéria orgânica e insumos agrícolas;
• Contaminação por coliformes e toxicantes;
Fatores que influenciam o aporte de
sedimentos aos corpos hídricos
• Relevo;
• Clima;
• Tipo, uso e ocupação do solo
Principais consequências
negativas aos corpos hídricos
• Diminuição do volume de armazenamento de água
nos reservatórios;
• Diminuição da profundidade de canais e de outras
características de suas seções transversais e
hidrodinâmicas;
• Redução da vida útil de usinas hidrelétricas;
• Alteração da vida aquática.
• Aumento da turbidez da água (pode causar
encarecimento do tratamento e interceptação da luz
solar);
Assoreamento
• São as formas de uso e ocupação do solo que
impõem as alterações mais intensas de suas
características físicas e que são responsáveis
pelos processos erosivos;
• Medidas corretivas tanto dos processos erosivos
quanto do assoreamento possuem custo e
complexidade mais elevados em relação às
medidas preventivas, dada a extensão dos danos
causados,
Degradação do solo:
desertificação, salinização e
arenização
• A suscetibilidade dos ambientes à degradação
está diretamente relacionada ao tipo de solo,
clima e características dos biomas.
• Clima árido e semiárido → mais suscetíveis à
degradação.
• Região Nordeste afetada pela desertificação;

• Todos biomas precisam de atenção devido à


crescente exploração.
Conceito degradação
do solo
“Diminuição da qualidade e/ou redução de sua
habilidade de ser um recurso de propósitos
múltiplos devido a causas antrópicas ou naturais.”

• Inclui: deterioração física, química e biológica,


como perda de fertilidade, de condição
estrutural, erosão, salinidade, arenização,
desertificação, entre outros.
Conceito degradação
do solo – Meio Urbano
Problemas ambientais:
Desmatamento, impermeabilização do solo,
movimentação de terra (infraestrutura, cortes de
terra);

Destino dos resíduos sólidos;


Características e causas da desertificação
Nas áreas mais vulneráveis é importante observar e
monitorar cada sinal de mudança/alteração no solo
que pode indicar um processo de desertificação.

Processo dinâmico → variação da situação no


tempo, usando como referência uma situação
inicial.
Atributos/características
da desertificação
Físicos:
• Intensidades dos processos erosivos;
• Redução da espessura dos horizontes superficiais;
• Formação de crostas na superfície e
• Densidade do solo
Químicos:
• Teores de carbono orgânico;
• Teores de Nitrogênio no horizonte superficial;
• Percentual de sódio trocável nos horizontes subsuperficiais.
• Esses fatores podem ser usados para monitorar
processo de desertificação;
• Principais causas são de origem antrópica,
relacionadas à ocupação do solo, uso inadequado
e ausência de boas práticas de manejo.
Consequências da
desertificação
• Maioria de efeito local, mas podem adquirir
dimensões regionais e até globais a médio e
longo prazo;
• Efeito no clima → ex. perda de cobertura do solo
influência na concentração atmosférica de CO2 e
também no ciclo hidrológico local;
• Efeitos sociais → ex. Migração de população.
• A prevenção da degradação de terras ainda não
desertificadas, mas suscetíveis à degradação e;
• a aplicação de medidas corretivas em terras
moderadamente atingidas,
é mais viável economicamente do que reabilitar
terras severamente degradadas.
• A arenização é a remoção da cobertura vegetal e superficial de solos que já
são arenosos, ou seja, que já apresentam uma predisposição a se
transformarem em areais, sendo comuns em zonas de climas mais úmidos.
• Quando as áreas de vegetação são removidas e as chuvas “lavam” a
Arenização camada superficial, os solos tornam-se mais expostos e inicia-se o seu
processo de destruição.
• Isso ocorre porque os níveis de precipitação são maiores que os de
evaporação e infiltração.
Origens dos areais
• Perda de nutrientes e a mobilização dos
sedimentos → dificultam a continuidade da
pedogênese e a fixação da vegetação no
solo.
• Chuva e vento → em ambientes frágeis,
formam escoamentos superficiais difusos e
concentrados, que induzem o surgimento
de processos erosivos.
• Origem natural, e intensificada pela
atividade agropecuária.
Principais ações
antrópicas
• Uso abusivo do solo na agricultura, em pequena
ou larga escala;
• Cultivo em matas remanescentes e em encostas
íngremes (sedimentos lixiviados se acumulam nas
partes baixas);
• Pecuária extensiva;
• Desmatamento de vegetação nativa;
• Mineração;
• Ação erosiva da água e do vento.
• Recuperação de áreas degradadas por arenização
tem mostrado resultados positivos:
• Reconstituição da vegetação nativa, silvicultura
de eucalipto, reconstituição com barreiras de
vegetação nativa e reconstituição com culturas
biodiversas.
• Controle de processos erosivos (ravinas e
voçorocas).
Prevenir ainda é a solução mais viável.
Salinização
• A salinização do solo é um processo de
acumulação de sais minerais (Na+, Ca2+, Mg2+,
K+, etc.) na terra.
• Esse aumento de concentração de sais prejudica
as propriedades do solo e consequentemente o
crescimento das plantas.
• É expressa em condutividade do solo → varia
entre 4 e 7, acima de 7 é considerado salino.
Pode ser:
• natural → resultado de formação e dos
processos pedogenéticos.
• Ações antrópicas → práticas de drenagem e
irrigação de solos localizados em condições
ambientais que propiciem o acúmulo de sais.
Geralmente em climas áridos e semiáridos e/ou
com drenagem do solo deficiente.
• Pode ocorrer pela excessiva utilização de
fertilizantes, águas residuárias, salobras e salinas,
levando à sobrecarga química e consequente
salinização.
• Íons que causam salinidade: Cálcio, magnésio,
sódio, potássio, cloretos, sulfatos, carbonatos e
bicarbonatos.
• Problema crescente em todo o mundo;
• ~1 a 5 bilhões de hectares de solos afetados pelo
excesso de sais;
• Grande parte das áreas irrigadas do mundo sofre com
a redução da produção devido ao excesso de sais;
• Ocorre em todo Brasil, mas acentuadamente no
Nordeste
• 25% das áreas irrigadas no nordeste foram salinizadas.
• Clima árido e semiárido → Precipitação limitada;
• baixa atividade biológica;
• menor grau de intemperização;
• drenagem deficiente e;
• utilização de água de má qualidade para
irrigação.
Causas naturais da
salinidade
• Intemperismo das rochas: quantidades significativas de
sódio, e em menor grau de cloreto. Se lixiviação for baixa
pode levar ao acúmulo de sal nos solos. É a principal fonte
de sal na água do mar.
• Água do mar e adesão de sal em sedimentos marinhos:
sedimentos e materiais que já estiveram no mar. Sais
podem ser arrastados pela inundação das marés e salinizar
os solos das regiões costeiras.
• Deposição atmosférica: sal marinho depositado pela chuva.
Principal fonte de sal em grandes áreas. Pode ser derivado
de leitos de lagos secos e levado a longas distâncias pelo
vento.
Principais causas de
origem antrópica
• Gestão ineficiente dos recursos hídricos e
terrestres;
• Sistemas de drenagem precários que induzem a
um aumento do lençol freático.
• Uso de água subterrânea salobra para irrigação;
• Substituição de vegetação perene com raízes
profundas por plantações e pastagens anuais,
com raízes mais rasas, levando ao aumento de
águas subterrâneas salinas.
• Estima-se que no Brasil cerca de 2% do território
nacional estejam com problemas de salinidade.
• A correção e/ou recuperação é tecnicamente possível
pela drenagem, correção química e aplicação de
grandes quantidades de água.

Elevado custo financeiro e disponibilidade de terras


para uso agrícola inviabilizam a recuperação dessas
terras.
Crescentes problemas de salinidade está
diminuindo a produção de ~0,3 a 1,5 milhões de
hectares de terras agrícolas a cada ano;
Diminuição de produção de ~ 20 a 46 milhões de
hectares;
Custo anual da salinização em 2013 foi de ~441
dólares por hectare.
• Pode ainda diminuir a qualidade de produtos
agrícolas (formação de manchas na superfície de
frutos e folhas)
• Reduz a disponibilidade de água para as plantas;
• Diminu a taxa de germiançaõ de sementes e;
• Causa toxicidade às plantas.
Alteram a densidade de plantas e desenvolvimento
vegetativo, levando à perda de produtividade
agrícola.

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