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Segurança Energética

Aumento da demanda
energética
• Acarreta profundas mudanças no
meio ambiente e na qualidade
de vida, colocando as sociedades
diante de novos desafios em um
planeta com recursos naturais
finitos.
O crescimento da demanda energética, somado à perspectiva de
redução dos suprimentos de fontes de energias convencionais, tem
sido motivo de preocupação nos países produtores, com implicações
na economia global.
A segurança energética de uma nação depende da
pluralidade de suas fontes de energia.

O 5° Relatório de Avaliação do Painel


Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
(IPCC AR5, 2014) adverte que as mudanças
climáticas globais são uma realidade e decorrem,
sobretudo, do aumento das emissões de gases de
efeito estufa (GEE) pelo consumo de combustíveis
fósseis.
Sem dúvida, será necessário um esforço mundial
de inserção de novas formas de energia de fontes
mais limpas nas matrizes energéticas nos
próximos 20 anos, como uma das formas de
mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
Esses cenários têm levado a iniciativas
que apontam para o uso cada vez mais
intenso das energias de fontes
renováveis como forma de possibilitar
um processo de desenvolvimento
sustentável e em equilíbrio com o meio
ambiente.
• A energia fornecida pelo sol é responsável por diversos processos que
ocorrem na terra, desde a fotossíntese realizada pelas plantas até os
fenômenos atmosféricos.
• Por meio da energia solar é possível gerar
energia elétrica através de painéis
fotovoltaicos.

• Inicialmente a tecnologia de energia


fotovoltaica era utilizada apenas em
lugares remotos nas quais as linhas de
transmissão das empresas do setor de
telecomunicações não chegavam.
• Posteriormente, foi impulsionada pela corrida
espacial, levantando, assim, a importância da
utilização das células para satélites.

• Atualmente, se mostra como uma grande


alternativa de substituição das fontes
energéticas de origem fósseis

• Desta forma, vários países vêm adotando


políticas de incentivo ao uso de fontes
alternativas em virtude da necessidade de
combater o aquecimento global.
• Dentre as alternativas de
geração elétrica, a
tecnologia solar
fotovoltaica foi a que teve o
maior aumento na
capacidade instalada
mundialmente nos últimos
dez anos.
Além dos incentivos que vários países
aplicaram para essa forma de energia -
em decorrência de compromissos
assumidos de mitigação de emissões de
gases de efeito estufa, a queda nos
preços dos módulos fotovoltaicos foi o
principal fator para esse crescimento
acelerado.

Isso graças ao desenvolvimento


tecnológico e à economia de escala de
mercado. Esses valores foram reduzidos
para um quinto do valor original nos
últimos seis anos.
De acordo com o relatório
do Balanço Energético
Nacional (EPE-BEN, 2015), a
maior parte da energia
elétrica gerada no Brasil
provém de fontes
renováveis, principalmente
através de fonte hidrelétrica
(65,1%), complementada
pelos combustíveis fósseis
(23%) e nucleares (2,5%), e
com uma parcela menor das
renováveis não hidráulicas
(9,4%).
Contudo, essa matriz brasileira de energia
elétrica relativamente limpa, se
comparada com a do restante do mundo,
está se degradando com a entrada de
novas centrais termoelétricas, não
somente devido à crescente demanda de
energia, mas também em resposta à
recente crise hídrica pela qual passamos.
• O Plano Decenal de Energia (EPE-PDE, 2015)
antecipa uma demanda de energia crescente a
uma taxa média de 3,9% a.a., acrescentando uma
demanda adicional de cerca de 266 TeraWatt
hora até 2024, a qual deverá ser suprida por
quaisquer que sejam as fontes de energia -
nuclear, termoelétrica, hidrelétrica ou outras
renováveis.
• Já na matriz de energia primária, o segmento de
transporte permanece liderando o crescimento
da demanda energética e de emissões, apesar do
avançado programa nacional de inserção de
biocombustíveis.
Apesar do país já possuir uma matriz de
geração elétrica predominantemente
renovável, a busca de alternativas que
possibilitem diminuir a alta dependência
das hidrelétricas foi uma das prioridades
do INCT para Mudanças Climáticas;

de forma a aumentar a segurança


energética nacional sem comprometer a
capacidade de atender às necessidades
das futuras gerações.
A vulnerabilidade das hidrelétricas às condições climáticas leva a
situações de racionamento e conflitos relacionados ao uso do recurso e
constituem hoje uma constante preocupação do país.
• Além disso, os recursos
hídricos destinados à
geração de energia
concorrem com recursos
hídricos destinados à
agricultura, ao
abastecimento, à
manutenção da
biocapacidade e outros fins.
• Uso da água no Brasil: irrigação,
abastecimento animal, indústria,
abastecimento urbano, abastecimento
rural, mineração e termelétricas.

• A demanda por uso de água no Brasil é


crescente, com aumento estimado em
aproximadamente 80% no total
retirado de água nas últimas duas
décadas.
• A previsão é de que, até 2030, a
retirada aumente 30%.

• O histórico da evolução dos usos da


água está diretamente relacionado ao
desenvolvimento econômico e ao
processo de urbanização do país.
• Ainda existem os compromissos da
implementação do Acordo de Paris sobre
Mudança do Clima e da Agenda 2030 de
Desenvolvimento Sustentável, com base
nas chamadas Contribuições
Nacionalmente Determinadas (NDC, na
sigla em inglês), correspondentes à
diminuição de emissão de gases de efeito
estufa.

• O país incluiu em sua NDC a meta de


reduzir em 37% as emissões de gases de
efeito estufa em 2025 e de 43% em 2030,
ambas com relação a 2005, e alcançar 45%
de energias renováveis (incluindo
hidrelétrica).
• Agenda 2030→ alguns objetivos visam
garantir acesso a energia limpa, promover
consumo e produção responsáveis e de
tornar as cidades inclusivas, seguras,
resilientes e sustentáveis.
Geração solar e eólica no Brasil
• O Brasil possui elevados
índices de incidência solar.
Apesar de ser um país com
dimensões continentais e
das diferentes
características climáticas
de seu território, o país
apresenta condições ideais
para o aproveitamento da
geração de energia
empregando a tecnologia
solar.
• A média anual de irradiação solar global no Brasil oferece uma boa
uniformidade, com níveis nacionais de irradiância solar global
incidente entre 1500 kWh/m2 e 2500 kWh/m2 .
• Esses valores são muito maiores que os de países que fazem uso da
tecnologia solar fotovoltaica para geração de energia elétrica em
grande escala, como a Alemanha, que tem esses números entre 900
KWh/m2 e 1250 kWh/m2
• No Brasil, o preço médio de
venda da energia fotovoltaica
no 1º Leilão de Energia de
Reserva de 2015 variou de R$
296,00 (73 €) a R$ 305,51
(75,2 €) por MegaWatt hora
(EPE-DEE, 2015), portanto, já
bem próximo da paridade
com o custo de venda da
energia termoelétrica
produzida no Brasil, que é da
ordem de R$ 205,00 (51 €)
por MWh.
• Entretanto, a utilização da
tecnologia solar para geração
elétrica no país ainda é muito
pequena.
• As características climáticas locais ou regionais definem a melhor
tecnologia de geração solar a ser implementada.

Como exemplo, a tecnologia de geração heliotérmica é fortemente


dependente de altos níveis de radiação direta normal incidente (DNI)
que, por sua vez, sofre impacto de elevadas cargas de aerossóis, além
da nebulosidade.
• Além do grande potencial solar ainda praticamente inexplorado, o Brasil possui
excelentes áreas para exploração da tecnologia eólica, principalmente na região
Nordeste do país, com um potencial teórico continental calculado para torres
aerogeradoras de 50 metros de altura de 143 GW.
• Com o desenvolvimento tecnológico, as torres dos aerogeradores
modernos hoje são superiores a 80 metros, fazendo com que esse
potencial seja consideravelmente maior, podendo chegar a mais de
300 GW (INCT)
• As características climáticas da região Nordeste do Brasil propiciam
fatores de capacidade superiores a 40%, acima do que se pode
encontrar em países que são hoje líderes na exploração da energia
eólica, como a China e a Espanha, por exemplo.
• O Brasil vem aumentando rapidamente a exploração
desse potencial eólico em seu território, de forma que
a capacidade de geração dessa fonte cresceu de 255
kW em 1992 para 8,98 GW em 2016.

• O preço médio de venda da energia eólica registrado


no 2º Leilão de Energia de Reserva de 2015
(www.ccee.org.br) foi de R$ 203,4 por MWh, já em
paridade com o da energia termoelétrica.

• Os novos leilões de energia, dos quais a fonte eólica


participa, deverão elevar o volume de instalações de
energia eólica no país para mais de 24 GW até 2024.
No entanto, esse nível de crescimento antecipado é
ainda (EPE-PDE, 2015).
Barreiras para implementação
de energias intermitentes

Apesar do enorme potencial, energias intermitentes


como a solar e a eólica esbarram em barreiras que hoje
estão sendo superadas através da combinação do
avanço tecnológico, da escala de mercado e da
disseminação da informação.

• Barreira do custo → está sendo superada com a


evolução tecnológica e a economia de escala, que
reduz custos médios de produção, aumentando a
competitividade e aproximando as tarifas dessas
energias à paridade com as energias convencionais,
como a hidrelétrica, por exemplo.

• Barreira do conhecimento → inibe a entrada de


tecnologias de geração não despachável de energia
elétrica.
• Energia despachável → É aquela em que
há controle dos momentos de geração,
independentemente das condições
climáticas locais.

Usinas térmicas e hidrelétricas são


exemplos de fontes de energia
despachável porque podem produzir
energia constantemente, enquanto as
energias solares sem armazenamento são
consideradas menos despacháveis por
depender dos momentos de sol.
• A longo prazo, fontes renováveis de energia, como a solar e a eólica,
sofrem impacto direto de alterações do clima e, considerando que
projetos de geração que envolvem tais tecnologias têm vida útil típica
de 20 anos, a viabilidade de um projeto deve levar em conta
informações sobre os impactos de longo prazo a fim de assegurar o
retorno do investimento.
• INPE → Estudos de previsão de curto prazo de irradiância solar

• Esses estudos mostraram índices de acerto para previsões de até 24


horas superior a 60%.
• Como suporte ao desenvolvimento e validação de modelos e
aplicações na área solarimétrica e de energia solar, o INPE implantou
e opera a rede SONDA <http://sonda.ccst.inpe.br>, cooperada com
redes internacionais.
• A rede sonda fornece dados de irradiância solar nas várias
componentes e dados meteorológicos complementares que servem
de referência para validação de modelos de levantamento solar e
eólico.
Sob o ponto de vista mais
tecnológico, foram
desenvolvidas
metodologias para a
previsão de curto prazo da
energia do vento em
parques eólicos, na região
Nordeste brasileira.
Por exemplo, as previsões de 24
horas da velocidade média diária
(MD) tiveram mais da metade
dos valores estimados com
desvios entre 0 e 10%.

A maioria absoluta dos casos


(94,52%) se concentra nas três
primeiras faixas de erro.
Considerações Finais
• A crise energética é uma questão muito debatida e desafiadora para a
sociedade como um todo.

Com as preocupações ambientais que vêm aumentando nas últimas


décadas por causa das mudanças climáticas e, principalmente, após a
crise energética que ocorreu no Brasil no ano de 2001, surgiram alguns
incentivos à autoprodução de energia elétrica.
Considerações Finais
• Dentre as fontes de geração de energia elétrica, a geração por
hidrelétricas historicamente domina a matriz de energia elétrica
brasileira.

• Recentemente, a importância relativa das termoelétricas e das fontes


eólicas tem crescido, contribuindo para essa diversificação.

• Por meio da energia fotovoltaica, o estabelecimento da geração


distribuída no país pode ser fortalecido, permitindo uma maior
variação na matriz energética brasileira.

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