Você está na página 1de 5

Artérias do abdome

Por Leandro Mattos / 27/11/2022

-10% -9%

O suprimento arterial do abdome é todo proveniente da a. aorta, que torna-se


aorta abdominal após passar pelo hiato aórtico do m. diafragma ao nível de T12, e
termina dividindo-se nas artérias ilíacas comuns ao nível de L4.

Ramos da aorta abdominal

Por ordem decrescente:

Artérias frênicas inferiores;


Tronco celíaco;

Artéria mesentérica superior;


Artérias supra-renais médias;

Artérias renais;
Artérias gonadais;
Artéria mesentérica inferior;

Artéria sacral mediana;


Artérias lombares.

DRAKE, Richard L.; VOGL, A. Wayne; MITCHEL, Adam W. M. Gray's anatomia


clínica para estudantes. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

Artérias frênicas inferiores


É a primeira ramificação da aorta abdominal, surgindo de sua parede anterior
(mas é considerado posterior) ao nível de T2.

É um par de artérias com sentido ascendente, composto pela artéria frênica


inferior direita, que passa atrás do esôfago, e artéria frênica inferior esquerda, que
corre atrás da veia cava inferior.

Elas são responsáveis por irrigar a face inferior do m. diafragma, mas também
emitem ramos para o fígado (ramo direito), esôfago e baço (ramo esquerdo).

Além disso, cada uma emite uma artéria supra-renal superior.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro,


Elsevier, 2018.

Tronco celíaco
Sai da parede anterior da aorta abdominal e irriga os órgãos:

Esôfago abdominal; estômago; duodeno (da parte superior à papila maior do


duodeno); fígado; vesícula biliar; pâncreas e baço.
Surge ao nível de T12 e divide-se imediatamente em artérias gástrica esquerda,
esplênica e hepática comum.

A artéria gástrica esquerda é o menor ramo, ela sobe em direção à junção


cardioesofágica emite ramos esofágicos e depois segue a curvatura menor do
estômago, onde irriga a superfície do órgão e anastomosa-se com a artéria
gástrica direita.

A artéria esplênica é o maior ramo e segue o trajeto da margem superior do


pâncreas, o qual irriga através de numerosos ramos.

Ela segue, emite artérias gástricas menores que irrigam o fundo do estômago, e a
artéria gastromental esquerda, que passa pela curvatura maior do estômago,
irrigando a superfície do órgão, e anastomosa-se com a artéria gastromental
direita.

A artéria esplênica, por fim, divide-se em vários ramos que entram no hilo
esplênico, irrigando o baço.

A artéria hepática comum vai para a direita e emite a artéria gastroduodenal, que
desce posteriormente à parte superior do duodeno e logo divide-se na artéria
gastromental direita, que segue a curvatura maior do estômago até se
anastomosar com a artéria gastromental esquerda, e a artéria
pancreáticoduodenal superior, que divide-se em artéria pancreáticoduodenal
superior anterior e posterior e desce para irrigar a cabeça do pâncreas e
duodeno.

Esses ramos depois se anastomosam com as artérias pancreáticoduodenal


inferior anterior e posterior provenientes da artéria mesentérica superior.

A artéria hepática comum segue e emite ainda a artéria gástrica direita, que
passa em torno da curvatura menor do estômago e anastomosa-se com a artéria
gástrica esquerda.

Após essa emissão, a artéria hepática comum vira artéria hepática própria.

Ela sobe em direção ao fígado, passando à esquerda do ducto colédoco e anterior


à veia porta, e divide-se em artéria hepática direita e esquerda próximo ao hilo
hepático.

A artéria hepática direita envia a artéria cística para a vesícula biliar.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro,


Elsevier, 2018.

Artéria mesentérica superior


Sai da parede anterior da aorta abdominal e vasculariza os órgãos formados pelo
intestino médio, ou seja, duodeno (a partir da parte inferior à papila maior do
duodeno), jejuno, íleo, ceco, apêndice vermiforme, cólon ascendente e 2/3 iniciais
do cólon transverso.

Surge abaixo do tronco celíaco, ao nível de L1, e é atravessada anteriormente pela


veia esplênica e pelo colo do pâncreas.

Ela imite imediatamente a artéria pancreáticoduodenal inferior, que divide-se em


anterior e posterior, irriga o duodeno e a cabeça e o processo uncinado do
pâncreas, por fim indo anastomosar-se com as artérias pancreáticoduodenais
superior anterior e posterior do tronco celíaco.

Em seguida, a artéria mesentérica superior envia numerosos ramos para a


esquerda; são as artérias jejunais e artérias ileais.

Para o lado direito, ela emite três ramos; o primeiro é a artéria cólica média, ela
penetra no mesocólon transverso e divide-se em ramos direito e esquerdo; o
segundo é a artéria cólica direita, responsável pela vascularização do cólon
ascendente, e envia ramos ascendente e descendente; e o terceiro é a artéria
íleocólica (íleocecocólica), que passa à direita da fossa ilíaca direita e emite ramos
que vão irrigar o íleo terminal, ceco, apêndice e cólon ascendente.
NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro,
Elsevier, 2018.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro,


Elsevier, 2011.

Artérias supra-renais médias


Surgem ao nível de L1, mais ou menos na mesma altura que a artéria mesentérica
superior, porém na parede lateral da aorta abdominal.

É responsável por irrigar as suprarenais juntamente com as artérias supra-renais


superiores (ramo das artérias frênicas inferiores) e inferiores (ramos das artérias
renais).

Artérias renais
Um par de artérias renais surge logo abaixo das artérias supra-renais médias e
próximo à artéria mesentérica superior, entre as vértebras L1 e L2, na parede
lateral da aorta abdominal.

A artéria renal esquerda geralmente é emitida um pouco mais superior, e a


artéria renal direita é mais comprida e passa posterior à veia cava inferior.

Cada uma emite uma artéria supra-renal inferior, antes de se subdividir em 5


artérias terminais no hilo renal.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro,


Elsevier, 2018.

Artérias gonadais
Par de artérias que surge da parede anterior da aorta abdominal, inferior às
artérias renais, ao nível de L2, e tem como responsabilidade irrigar as gônadas.

Dessa forma, nos homens elas passam a se chamar artérias testiculares e cada
uma irriga o testículo correspondente, e nas mulheres, artérias ováricas (exemplo
na figura), responsáveis por vascularizar o ovário correspondente.

Seu trajeto acompanha o músculo psoas maior, cruzando anteriormente o ureter


e a porção inferior das artérias ilíacas externas, e passando por trás dos ramos das
mesentéricas.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro,


Elsevier, 2018.

Artéria mesentérica inferior


Sai da parede anterior da aorta abdominal e vasculariza os órgãos formados pelo
intestino posterior, ou seja, 1/3 final do colo transverso, colo descendente, colo
sigmóide, reto e parte superior do canal anal.

Emerge ao nível de L3, fazendo sua trajetória para a esquerda.

Seu primeiro ramo ascende como a artéria cólica esquerda e que, por sua vez,
emite dois ramos; um ascendente, que passa anterior ao rim e vai irrigar o 1/3 final
do colo transverso e parte superior do colo ascendente; e um descendente,
responsável pela irrigação da parte inferior do colo descendente.

A artéria mesentérica inferior envia então de duas a quatro artérias sigmóideas


para a esquerda e para baixo, responsáveis por irrigar a parte inferior do colo
descendente e o colo sigmóide.

O ramo terminal da mesentérica superior é a artéria retal superior, que cruza os


vasos ilíacos comuns esquerdos, entra na cavidade pélvica e divide-se em ramos
que vão irrigar o reto.

Artéria sacral mediana


Artéria ímpar, surge ao nível de L4 da parede posterior da aorta abdominal pouco
antes desta se bifurcar.

Sua trajetória é inferior, inicialmente sobre as vértebras lombares, e depois sobre o


sacro e cóccix.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro,


Elsevier, 2018.

Artérias lombares
São geralmente quatro pares que surgem da parede posterior da aorta
abdominal ao nível de L1 a L4, e irriga a parede abdominal posterior e a coluna
vertebral.
NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro,
Elsevier, 2018.

Quer aprender anatomia de um modo simples e objetivo? Conheça nossos cursos:

Referências Bibliográficas

BONTRAGER: Kenneth L.; John P. Manual Prático de Técnicas e Posicionamento Radiográfico. 8 ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

DRAKE, Richard L.; VOGL, A. Wayne; MITCHEL, Adam W. M.: Gray’s anatomia clínica para estudantes. 3
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13 ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2017.

NETTER: Frank H. Netter Atlas De Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2018.

MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

SOBOTTA: Paulsen, Friedrich. Sobotta Atlas Prático de Anatomia Humana. 3 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2019.

SCHUNKE, M. Prometheus – Atlas de Anatomia 3 Volumes. 4 ed. Guanabara Koogan, 2019.

Copyright © 2024 Anatomia papel e caneta | Desde 2016, formando mentes brilhantes.

Você também pode gostar