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MPPI Cartilha Crimes Eleitorais Eleições Limpas
MPPI Cartilha Crimes Eleitorais Eleições Limpas
Secretária-Geral
Raquel do Socorro Macedo Galvão
#EuFaçoEleiçõesLimpas
Sumário
1. INTRODUÇÃO...........................................................................6
7. REFERÊNCIAS..........................................................................63
8. ANEXOS..................................................................................65
8.1 Resolução TSE nº 23.396/13.....................................................65
8.2 Resolução TSE nº 23.610/19.....................................................65
8.3 Súmulas do TSE com repercussão na seara criminal.................65
8.4 Portaria nº 52-GDG/AN/2020...................................................67
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1 Introdução
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do Código Eleitoral, socorrer-se, expressamente, das regras
gerais do Código Penal. (TRESP, RC 111.786, Rel. Des. Alberto
Mariz).
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2.1 Natureza da Ação Penal.
Polícia Judiciária Eleitoral
1 (Lei nº 9.504/97) Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal
Superior Eleitoral, atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos
ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir todas
as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em
audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos.
(Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
(Código Eleitoral)
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior,
IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste
Código;
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Em caso de prisão em flagrante ou tomando conhecimento de um
crime eleitoral, a autoridade policial deverá comunicar à Justiça
Eleitoral e poderá adotar todas as medidas previstas no art. 6º do
Código de Processo Penal, visando preservar o estado e conservação
das coisas, apreender objetos, coletar provas, identificar e ouvir
pessoas, requisitar exames periciais, dentre outras medidas
acautelatórias.
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julgadas originariamente por crimes eleitorais em tribunais
que não fazem parte da estrutura da Justiça Eleitoral, a
exemplo do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo
Tribunal Federal”.
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2.3 Dolo. Bem Jurídico Tutelado. Penas
Todos os crimes eleitorais são dolosos. Comumente, os crimes
eleitorais exigem o chamado “dolo específico”, consistente
na finalidade de interferir ou influenciar, de algum modo, nas
campanhas eleitorais, na administração das eleições ou em seu
resultado.
Art. 284. Sempre que este Código não indicar o grau mínimo,
entende-se que será ele de 15 quinze dias para a pena de
detenção e de 1 um ano para a de reclusão.
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3 Principais Crimes Eleitorais
Previstos no Código Eleitoral
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vezes – e ainda hoje ocorre –, bastando pensar em situações em
que alguém recebe vantagem não só para apoiar determinada
candidatura, como também para obter o apoio de seus familiares.
JURISPRUDÊNCIA
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Recurso especial eleitoral. Crime eleitoral. Corrupção eleitoral.
Concurso formal imperfeito. Caracterização. Impossibilidade de
revisão de fatos e provas. Dissídio jurisprudencial não demonstrado.
1. Não há violação ao art. 275 do Código Eleitoral quando as teses
da defesa são examinadas. 2. O recurso especial não se presta ao
reexame de matéria fático-probatória. 3. O crime de corrupção
eleitoral (Cód. Eleitoral, art. 299), na modalidade ‘prometer’ ou
‘oferecer’, é formal e se consuma no momento em que é feita
a promessa ou oferta, independentemente de ela ser aceita ou
não. 4. A oferta de dinheiro em troca do voto, realizada em ação
única, a mais de uma pessoa, caracteriza o tipo do art. 299 em
relação a cada um dos eleitores identificados. 5. Há concurso
formal impróprio, ou imperfeito, quando o candidato, em conduta
única, promete bem ou vantagem em troca do voto de dois ou
mais eleitores determinados, agindo com desígnios autônomos
(Cód. Penal, art. 70, segunda parte). (Ac. de 3.9.2014 no REspe nº
1226697, rel. Min. Henrique Neves.)
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Assim, considera-se crime a conduta daquele que, desde o dia
anterior até o posterior à eleição, transporta eleitores, com exceção
das seguintes hipóteses: a serviço da Justiça Eleitoral; coletivos de
linhas regulares e não fretados; de uso individual do proprietário,
para o exercício do próprio voto e dos membros da sua família;
serviço normal, sem finalidade eleitoral, de veículos de aluguel
não atingidos pela requisição de que trata o art. 2º (Se a utilização
de veículos pertencentes às entidades previstas no art. 1º não for
suficiente para atender ao disposto nesta Lei, a Justiça Eleitoral
requisitará veículos e embarcações a particulares, de preferência os
de aluguel).
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CRIME. CONDENAÇÃO. FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO.
PRORROGAÇÃO. NÃO-CONFIGURAÇÃO. AUTORIA E MATERIALIDADE.
DOSIMETRIA DE PENA. ANÁLISE. CORRESPONDÊNCIA. PROVA
DOS AUTOS. EXAME. INADMISSIBILIDADE. REEXAME DE PROVA.
VEDAÇÃO. PRINCÍPIO DA LIVRE CONVICÇÃO DO JUIZ. PRELIMINAR.
NULIDADE. REJEIÇÃO. FUNDAMENTAÇÃO. CONCENTRAÇÃO DE
ELEITORES. ART. 302 DO CÓDIGO ELEITORAL. REVOGAÇÃO. PARTE
FINAL DO DISPOSITIVO. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. NÃO-
CARACTERIZAÇÃO. DEFENSOR DATIVO. PRAZO EM DOBRO. NÃO-
APLICAÇÃO. (...) 5. O dispositivo que tipifica a concentração ilegal
de eleitores (art. 302 do Código Eleitoral) teve somente revogada
a sua parte final pelo disposto no art. 11, inciso III, da Lei nº
6.091/74. (RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 21401, Acórdão
nº 21401 de 13/04/2004, Relator(a) Min. FERNANDO NEVES DA
SILVA, Publicação: DJ - Diário de Justiça, Volume 1, Data 21/5/2004,
Página 132 )
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3.3 Desobediência
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RECURSO CRIMINAL. IMPUTAÇÃO. ART. 347 DO CÓDIGO
ELEITORAL. CRIME DE DESOBEDIÊNCIA. ELEIÇÕES 2008. SENTENÇA
CONDENATÓRIA. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
POR RESTRITIVA DE DIREITO. EXISTÊNCIA DE SANÇÃO ESPECÍFICA
NO CASO DE DESCUMPRIMENTO DA NOTIFICAÇÃO EMITIDA EM
DESFAVOR DO RECORRENTE. NÃO CONFIGURAÇÃO DO CRIME DE
DESOBEDIÊNCIA. ABSOLVIÇÃO. RECURSO CRIMINAL CONHECIDO E
PROVIDO. 1. No caso, foram constatados processos anteriores de
Propaganda Eleitoral Irregular, em que o Recorrente já fora condenado
ao pagamento de multa, inclusive, pelo descumprimento das
ordens judiciais. 2. Para a configuração do delito de desobediência
não basta apenas o não cumprimento de uma ordem judicial,
sendo indispensável que inexista a previsão de sanção específica
em caso de seu descumprimento. Precedentes. 3. Absolvição. 4.
Recurso Criminal conhecido e provido. (TRE-CE; RCRIM 223316258;
Ac. 223316258; Maracanaú; Rel. Des. Maria Iracema Martins do
Vale; Julg. 24/10/2011; DJE 28/10/2011)
[...] 1. De acordo com o entendimento do Superior Tribunal
de Justiça, para a caracterização do crime de desobediência,
ressalvada a hipótese de a lei prever, de forma expressa, ser
possível a cumulação das reprimendas civil e administrativa com
a penal, não é suficiente apenas o descumprimento da ordem
judicial, sendo imprescindível não existir cominação de sanção
determinada em norma específica, caso inadimplido o provimento
emanado do Poder Judiciário. 2. Na espécie, há sanção específica
para o ato a que se pretende atribuir a pecha de desobediência,
qual seja, o arbitramento pela Justiça Especializada do nome a ser
utilizado pelo candidato nas eleições [...]. (Ac. de 11.2.2014 no AgR-
REspe nº 34636, rel. Min. Laurita Vaz.)
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JURISPRUDÊNCIA
JURISPRUDÊNCIA
c) Falsidade ideológica
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JURISPRUDÊNCIA
JURISPRUDÊNCIA
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delegado, apoiador) de partido político. No entanto, há
entendimento de que só pode ser sujeito passivo o candidato a
cargo eletivo. Todavia, prevalece o entendimento contrário, no
sentido de que pode ser sujeito passivo qualquer pessoa, desde
que caluniada, difamada ou injuriada no contexto de propaganda
eleitoral ou para fins de tal propaganda.
a) Calúnia
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando
fins de propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido
como crime:
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RECURSO CRIMINAL. AÇÃO PENAL. ARTS. 324 E 327 AMBOS DO
CÓDIGO ELEITORAL. SENTENÇA CONDENATÓRIA. PRELIMINAR DE
INTEMPESTIVIDADE. Da sentença o recorrente foi pessoalmente
intimado em 30/8/2018. O Recurso foi interposto em 12/9/2018,
fora do prazo legal de dez dias. Art. 362 do Código Eleitoral.
ACOLHIDA. RECURSO NÃO CONHECIDO. MÉRITO EVENTUAL.
Para que se conforme o crime de calúnia eleitoral, pressupõe-
se o atendimento dos seguintes requisitos: Imputação de fato
determinado; qualificado como crime; falsidade da imputação; em
sede de propaganda eleitoral ou visando fins de propaganda. Do
acervo probatório coligido aos autos restou comprovado o dolo do
agente em caluniar. Autoria e materialidade do delito devidamente
comprovadas. Quanto à retratação, só é cabível nos casos previstos
em Lei e o Código Eleitoral não apresenta tal previsão em seu
ordenamento. NÃO PROVIMENTO DO RECURSO. MANUTENÇÃO
DA SENTENÇA PRIMEVA QUE CONDENOU O RECORRENTE PELA
PRÁTICA DO DELITO INSCULPIDO NO ART. 324 C/C ART. 327, III,
AMBOS DO Código Eleitoral. (TRE-MG; RC 26902; Vazante; Rel. Des.
Nicolau Lupianhes Neto; Julg. 01/04/2019; DJEMG 15/04/2019)
RECURSO CRIMINAL. CALÚNIA ELEITORAL. ART. 324 DO CÓDIGO
ELEITORAL. IMPUTAÇÃO DE FATO DELITUOSO AO RÉU. AFIRMAÇÃO
FALSA. WHATSAPP. FINALIDADE DE PROPAGANDA ELEITORAL
NEGATIVA. RECURSO DESPROVIDO. 1. Imputar-se a outrem,
falsamente, a prática de fato definido como crime, em grupos
do aplicativo WhatsApp, visando fins de propaganda eleitoral
negativa, constitui calúnia eleitoral. 2. Autoria e materialidade
suficientemente provadas nos autos. 3. A liberdade de expressão e
manifestação do pensamento não é ilimitada. O debate eleitoral não
pode albergar a prática de calúnia disfarçada de críticas. 3. Recurso
desprovido. (TRE-GO; RC 66 -11.2016.609.0082; Ac. 40/2019;
Mossâmedes; Rel. Des. Luciano Mtanios Hanna; Julg. 13/03/2019;
DJ 21/03/2019)
Jurisprudência
Penal. Inquérito. Denúncia. Crimes eleitorais. Ex-deputado federal.
Prescrição parcialmente reconhecida. Liberdade de crítica política.
Limites. Honra objetiva. Na linha da reiterada jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal, os crimes eleitorais são considerados
comuns para efeito de enquadramento na regra de competência
do art. 102, I, b, da Constituição Federal. [...] Recebe-se a denúncia,
todavia, quanto aos crimes de difamação (art. 325 do Código
Eleitoral), por haver, em tese, individualizado fatos que o acusado
teria imputado a vítima, com narrado intuito de denegrir-lhe a
imagem, sendo descabido pretender, desde logo, o reconhecimento
da existência de simples e legítima liberdade de crítica política,
quando se tenha atribuído ao candidato adversário condutas que
tangenciem a esfera do ilícito. Precedente do Supremo Tribunal
Federal. Denuncia parcialmente recebida. (STF – Inq no 496/DF –
Pleno – Rel. Min. Ilmar Galvão – DJ 12-11-1993, p. 13).
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c) Injúria
JURISPRUDÊNCIA
ELEIÇÕES 2008. RECURSO ESPECIAL. CRIME ELEITORAL. INJÚRIA NA
PROPAGANDA ELEITORAL. ART. 326 DO CE. 1. O TRE, ao analisar o conjunto
probatório dos autos, considerando a necessidade de se coibir o sacrifício
dos demais direitos individuais em nome da liberdade de expressão,
concluiu que a conduta em comento se amoldaria ao tipo penal descrito
no art. 326 do CE. 2. O objetivo do art. 326 do CE é coibir a manifestação
ofensiva à honra subjetiva dos jurisdicionados, para a qual basta que
a conduta tenha sido levada a efeito na propaganda eleitoral ou com
repercussão nessa seara, ou seja, apura-se a conotação eleitoral da
manifestação, o que se verifica no caso. 3. Reformar a conclusão regional,
para fins de afastar a existência de conotação eleitoral nas manifestações
no blog e a ocorrência de crime de injúria na propaganda eleitoral por
meio da conduta descrita na inicial, demandaria o reexame de provas, o
que não se admite em Recurso Especial, nos termos da Súmula nº 279/
STF. 4. Decisão agravada mantida pelos próprios fundamentos. Agravo
regimental desprovido. (TSE; AgRg-REsp 402-24.2013.6.00.0000; RJ; Rel.
Min. Gilmar Mendes; Julg. 23/11/2016; DJETSE 02/02/2017; Pág. 390)
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Ação Penal. Competência Originária. Deputado Estadual. [...] VI – Injúria.
o réu afirmou que o Juiz Eleitoral [...] seria “safado”, “bandido”, tendo,
também, dito “quero que ele vá tomar no cu”, expressões estas que, por
óbvio, atingem a dignidade da vítima. Denota-se, também, presente o
dolo específico de manchar a imagem do magistrado, tendo em vista,
inclusive, a natureza dos diversos xingamentos que se sucederam
durante a conduta. Outrossim, como as expressões injuriosas chegaram
ao conhecimento da vítima, tem-se consumado o delito. Por último,
a injúria, se cometida contra funcionário público no exercício de suas
funções e na presença de várias pessoas, submete-se às causas de
aumento de pena descritas nos incisos II e III do artigo 141 do Código
Penal [correspondente aos incisos II e III do art. 327 do CE]. [...] IX – [...].
Decisão: Por unanimidade, rejeitou-se a questão prejudicial e, no mérito,
julgou-se procedente a pretensão condenatória, nos termos do voto do
relator.” (TRE/RJ – AP no 8770/RJ – DJERJ, t. 243, 11-10-2012,p. 12-15).
JURISPRUDÊNCIA
ELEIÇÕES 2016. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.
AÇÃO PENAL. CRIMES DE FALSIFICAÇÃO E USO DE DOCUMENTO
FALSO PARA FINS ELEITORAIS. ARTS. 348 E 353 DO CÓDIGO
ELEITORAL. CRIME DE VOTAÇÃO OU TENTATIVA DE VOTAÇÃO EM
LUGAR DE OUTREM. ART. 309 DO CÓDIGO ELEITORAL. CRIME DE
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA. ART. 288 DO CÓDIGO PENAL. CRIME
DE FALSA IDENTIDADE. ART. 307 DOCÓDIGO PENAL. CONCURSO
MATERIAL. CONCURSO DE PESSOAS. RÉU. INSTRUÇÃO CRIMINAL.
NÃO ENCERRAMENTO. EXCESSO NA DURAÇÃO DA AÇÃO PENAL.
MEDIDA CAUTELAR DECRETADA COM FUNDAMENTO NO ART. 319,
VI, DO CPP. SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO DE
VEREADOR. AUSÊNCIA DE REQUISITOS. ILEGALIDADE. REVOGAÇÃO.
RECURSO ORDINÁRIO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Na origem, o
paciente, juntamente com mais quatro acusados, foi denunciado
por suposta prática dos crimes tipificados nos arts. 309, 348, §
1º, e 353 do Código Eleitoral em concurso material com os arts.
288 e 307 do Código Penal no bojo da Ação Penal nº 373-12 em
trâmite no juízo da 138ª Zona Eleitoral/RJ. 2. De acordo com a
inicial acusatória, às vésperas do pleito de 2016, o paciente, no
exercício do mandato de vereador do Município de Queimados/
RJ obtido nas eleições municipais de 2012, teria se associado
aos demais acusados para, mediante a utilização de documentos
de identidade e de títulos eleitorais falsos, sagrar-se reeleito no
cargo. A falsificação dos documentos teria sido facilitada por
servidor da Justiça Eleitoral, por meio de suposta emissão de
títulos eleitorais vinculados a diferentes seções, o que permitiu
que os outros acusados votassem diversas vezes no candidato a
vereador, ora paciente. 3. [...] (RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº
0607605-81.2018.6.19.0000 – QUEIMADOS – RIO DE JANEIRO/
Min. Rel. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto)
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3.7 Promover desordem que
prejudique os trabalhos eleitorais
Pode ser praticado por qualquer pessoa e se consuma com atos que
ameacem a tranquilidade dos trabalhos eleitorais, sendo sujeito
passivo o Estado, a sociedade.
JURISPRUDÊNCIA
RECURSO ELEITORAL. PROCESSO-CRIME. PROMOVER DESORDEM
QUE PREJUDIQUE OS TRABALHOS ELEITORAIS. EMENDATIO LIBELLI.
DELEGADO DE COLIGAÇÃO. EXTRAPOLAÇÃO DE ATRIBUIÇÕES.
DESPROVIMENTO DO RECURSO. 1. O réu defende-se dos fatos
narrados na denúncia, e não da capitulação feita pelo órgão
acusador, motivo pelo qual não se exige a oitiva da defesa antes da
aplicação do instituto da Emendatio Libeli. Inteligência do art. 383,
do Código de Processo Penal. 2. Não se inclui dentre as atribuições de
Delegado de Coligação a determinação geral, infundada e abstrata
para que a Polícia Militar promova revistas pessoais em eleitores e
colaboradores da justiça eleitoral, especialmente quando tal conduta
prejudique os trabalhos eleitorais. 3. É manifestação ilegal a revista
pessoal realizada por representantes partidários em pertences de
eleitores e colaboradores da justiça eleitoral. 4. Recurso a que se
nega provimento. (TRE-AM; RC 2834; Ac. 299; Benjamin Constant;
Rel. Des. Bartolomeu Ferreira de Azevedo Júnior; Julg. 16/10/2017;
DJEAM 19/10/2017)
#EuFaçoEleiçõesLimpas 45
3.8 Impedir ou embaraçar
o exercício do sufrágio
Pode ser praticado por qualquer pessoa, tendo como sujeito passivo
imediato o eleitor e mediato a sociedade.
JURISPRUDÊNCIA
CONSULTA. DEPUTADO FEDERAL. DIA DAS ELEIÇÕES. FERIADO
NACIONAL. ART. 380 DO CÓDIGO ELEITORAL. COMÉRCIO.
FUNCIONAMENTO. POSSIBILIDADE. CONVENÇÕES COLETIVAS
DE TRABALHO. LEIS TRABALHISTAS. CÓDIGOS DE POSTURAS
MUNICIPAIS. VIABILIZAÇÃO DO EXERCÍCIO DO VOTO PELOS
EMPREGADOS. RESPOSTA POSITIVA AO QUESTIONAMENTO. 1.
Cuida-se de consulta formulada por Deputado Federal em que
indaga se o art. 380 do Código Eleitoral – segundo o qual a data
das eleições é feriado – está em vigor. Justifica o questionamento
em virtude de dúvida acerca da legalidade de que empregadores
do comércio convoquem seus funcionários para trabalhar nos
domingos em que se realiza o pleito. 2. O art. 380 do Código Eleitoral
está em vigor, inexistindo norma em sentido contrário, de modo
que o dia em que se realizam as eleições é feriado nacional. 3. É
possível o funcionamento do comércio no dia do pleito, conforme
precedentes desta Corte, desde que cumpridas as normas de
convenção coletiva de trabalho, as leis trabalhistas e os códigos
de posturas municipais, bem como sejam propiciadas condições
para que os empregados exerçam o direito de sufrágio, sob pena
de se ter configurado o crime do art. 297 do Código Eleitoral. 4.
Consulta respondida afirmativamente. (CONSULTA Nº 0600366-
20.2019.6.00.0000 – BRASÍLIA – DISTRITO FEDERAL/ Min. Rel. Jorge
Mussi)
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4 Principais Crimes Eleitorais
Previstos na Lei nº 6.091/74
A lei dispõe sobre o fornecimento gratuito de transporte, em dias
de eleição, a eleitores residentes nas zonas rurais, e dá outras
providências.
JURISPRUDÊNCIA
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RECURSO CRIMINAL. TRANSPORTE ILEGAL DE ELEITORES. ART. 11, III,
DA LEI Nº 6.091/74. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO
DO DOLO ESPECÍFICO DE ALICIAR ELEITORES. RECURSO CONHECIDO
E PROVIDO. 1. O art. 11, inc. III, da Lei nº 6.091/74, ao descrever a
conduta delituosa sob exame e cominar-lhe a pena, faz referência
ao art. 302 do Código Eleitoral, que prevê crime eleitoral promover,
no dia da eleição, a concentração de eleitores, sob qualquer forma,
com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto. Tal
remissão consagra o entendimento de que o delito ora em exame
exige um elemento subjetivo específico consubstanciado, no caso,
no aliciamento dos eleitores transportados. 2. Não se autoriza o
seguro reconhecimento da consumação do transporte ilegal de
eleitores, especialmente porque: (I) não se comprovou pedido
expresso por voto; (II) não se comprovou a distribuição de qualquer
material de campanha ou propaganda apreendidos nos autos;
e (III) não se comprovou o favorecimento a qualquer candidato.
3. O conjunto probatório revela-se insuficiente para demonstrar,
além da dúvida razoável, que Leonardo transportou eleitores com
a intenção de aliciá-los em favor da candidatura de Mário, e que
este emprestou seu carro a João Batista, tio de Leonardo, com o
mesmo fim. Pelo contrário, infere-se ter havido mera carona, uma
vez ausentes circunstâncias capazes de atrair votos para quem quer
que seja. Precedentes. 4. Recursos conhecidos e providos. (TRE-ES;
RC 56902; Ac. 28; Alegre; Rel. Des. Ubiratan Almeida Azevedo; Julg.
29/07/2019; DJE 09/08/2019)
#EuFaçoEleiçõesLimpas 51
JURISPRUDÊNCIA
RECLAMAÇÃO. MATÉRIA ADMINISTRATIVA. RECOMENDAÇÃO.
CORREGEDORIA REGIONAL ELEITORAL. CADASTRAMENTO.
VEÍCULOS. TRANSPORTE DE ELEITORES. DATA DO PLEITO.
INOBSERVÂNCIA. REGRAS. PRAZOS LEGAIS. SUSPENSÃO. EFEITOS.
RATIFICAÇÃO. PETIÇÃO. COLIGAÇÃO. APENSAMENTO. PEDIDO DE
RECONSIDERAÇÃO. PREJUÍZO. PROCEDÊNCIA DA RECLAMAÇÃO.
1. O fornecimento de transporte e de alimentação a eleitores da
zona rural no dia do pleito incumbe, com exclusividade, à Justiça
Eleitoral, observadas as prescrições legais aplicáveis à espécie.
2. Ato de Corregedor Regional Eleitoral cujo cumprimento pelos
juízos eleitorais, à véspera das eleições, importaria violação
dos prazos fixados na Lei n° 6.091, de 1974, corroborados pelo
Calendário Eleitoral.
3. Reclamação que se julga procedente, para confirmar a decisão
monocrática do Corregedor-Geral que suspendera os efeitos do ato
impugnado, tornando definitiva sua anulação, circunstância que
enseja o prejuízo do pedido de reconsideração formalizado nos autos
de petição apensada à reclamação. (0003336-57.2010.6.00.0000
RCL - Reclamação nº 333657 - SÃO LUÍS – MA Acórdão de 05/10/2010
Relator(a) Min. Aldir Passarinho Junior Publicação: DJE - Diário de
justiça eletrônico, Data 17/12/2010
RECURSO CRIMINAL. ALICIAMENTO DE ELEITORES MEDIANTE
FORNECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO. AÇÃO JULGADA PROCEDENTE.
AUTORIA, MATERIALIDADE E DOLO ESPECÍFICO COMPROVADOS.
CONFIGURAÇÃO DO ILÍCITO PREVISTO NO ART. 11, INCISO III,
ÚLTIMA PARTE, C/C ART. 10 DA LEI Nº 6.091/74. MANUTENÇÃO DA
SENTENÇA. RECURSO IMPROVIDO. Uma vez comprovados a autoria,
materialidade, bem como o dolo específico do agente, a condenação
nas penas do art. 11, inciso III, última parte, c/c art. 10 da Lei nº
6.091/74, é medida que se impõe. (AP - Ação Penal n 5252147 -
Campo Largo Do Piauí/PI - ACÓRDÃO n 5252147 de 06/06/2011 -
Relator(a) MANOEL DE SOUSA DOURADO – Publicação: DJE - Diário
da Justiça Eletrônico, Tomo 105, Data 09/06/2011, Página 03-06)
#EuFaçoEleiçõesLimpas 53
Atente-se que são crimes cometidos apenas no dia da eleição, cuja
proteção se volta à liberdade do voto.
JURISPRUDÊNCIA
Condenação criminal. Propaganda eleitoral vedada. Boca de urna.
– Para rever a conclusão do Tribunal a quo de que ficou configurada
boca de urna consistente na utilização de camisas com a inscrição
de número correspondente a candidato no dia das eleições e que
tal prática não representou manifestação individual e silenciosa
da preferência de eleitores, seria necessário o reexame de fatos
e provas, o que encontra óbice na Súmula no 279 do Supremo
Tribunal Federal. Agravo regimental não provido. (TSE-AgR-AI no
144479/RJ – DJe, t. 162, 23-8-2012, p. 38).
#EuFaçoEleiçõesLimpas 55
Art. 87. Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com
detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, com a alternativa de
prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e
multa no valor de R$ 5.320,50 (cinco mil, trezentos e vinte reais
e cinquenta centavos) a R$ 15.961,50 (quinze mil, novecentos e
sessenta e um reais e cinquenta centavos) (Lei nº 9.504/1997,
art. 39, § 5º, I a IV):
#EuFaçoEleiçõesLimpas 57
5.2 Dano e destruição de urna eletrônica
JURISPRUDÊNCIA
#EuFaçoEleiçõesLimpas 59
Art. 89. Constitui crime, punível com detenção de 2 (dois) a 4
(quatro) anos e multa de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) a R$
50.000,00 (cinquenta mil reais), a contratação direta ou indireta de
grupo de pessoas com a finalidade específica de emitir mensagens
ou comentários na internet para ofender a honra ou denegrir a
imagem de candidato, de partido político ou de coligação (Lei nº
9.504/1997, art. 57-H, § 1º).
#EuFaçoEleiçõesLimpas 61
JURISPRUDÊNCIA
#EuFaçoEleiçõesLimpas 63
Gomes, José Jairo. Crimes e processo penal eleitorais / José Jairo
Gomes, –– São Paulo: Atlas, 2015.
Disponível em
https://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2013/RES233962013.htm
Disponível em
https://www.tse.jus.br/legislacao/compilada/res/2019/resolucao-no-
23-610-de-18-de-dezembro-de-2019
#EuFaçoEleiçõesLimpas 65
Nº 59 - O reconhecimento da prescrição da pretensão executória
pela Justiça Comum não afasta a inelegibilidade prevista no art. 1º, I,
e, da LC nº 64/19901, porquanto não extingue os efeitos secundários
da condenação.
Nº 60 - O prazo da causa de inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e,
da LC nº 64/1990 deve ser contado a partir da data em que ocorrida
a prescrição da pretensão executória e não do momento da sua
declaração judicial.
Nº 61 - O prazo concernente à hipótese de inelegibilidade prevista
no art. 1º, I, e, da LC nº 64/1990 projeta-se por oito anos após o
cumprimento da pena, seja ela privativa de liberdade, restritiva de
direito ou multa.
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Principais Crimes Eleitorais e seus Aspectos Gerais 68
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