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RESUMO HISTORIA PAGS 76 A 94

A população dividia-se em três ordens: o primeiro estado, composto pelo clero, o segundo
estado, formado pela nobreza, e o terceiro estado, que reunia todas as pessoas que não
pertenciam aos dois primeiros estados.O primeiro e o segundo estados, juntos, representavam
apenas 3% da população.

O terceiro estado incluía a grande burguesia (que vivia franca expansão comercial), a pequena
burguesia (formada por comerciantes locais, profissionais liberais e artesãos) e os demais
trabalhadores urbanos, além dos camponeses. As desigualdades sociais na França eram
profundas. No terceiro estado, a grande burguesia (economicamente ascendente, mas com
pequena influência política) habitava mansões e mantinha hábitos que a aproximavam da
nobreza;

No final do século XVIII, Paris era a terceira maior cidade do mundo, com cerca de 700 mil
habitantes.

Havia também um número crescente de desempregados e mendigos, muitos deles vindos de


áreas rurais, onde a penúria assolava os camponeses.

Na cidade, a situação era agravada pelo aumento do custo de vida, que não era acompanhado
pelo aumento dos salários.

No entanto, a elevação crescente no preço dos aluguéis levava muitos deles a se mudarem
constantemente.

Diante da crise, o rei Luís XVI tentou reagir aumentando os impostos. A saída para a crise era
implantar uma reforma fiscal, que significaria o fim de muitos privilégios da nobreza e do clero
e obrigaria todos a pagarem impostos. A medida, porém, foi rejeitada pela Assembleia dos
Notáveis e pelo Parlamento, que eram controlados pelo primeiro e pelo segundo estados.

Na assembleia, reunida a partir de 5 de maio de 1789, o monarca, o clero e a nobreza


defenderam a ideia de que as votações se realizassem com um voto para cada estado, e não
individualmente. Como o terceiro estado era mais numeroso, na votação individual o clero e a
nobreza seriam derrotados. O terceiro estado, representado por membros da burguesia, não
aceitou o sistema de votação defendido pelo clero e pela nobreza, que assegurava a
manutenção dos privilégios de origem feudal. O rei, com medo da reação popular, ordenou ao
clero e à nobreza que se reunissem à Assembleia Nacional, transformada, em julho, em
Assembleia Nacional Constituinte.

O projeto, no entanto, mantinha a cobrança do dízimo pela Igreja Católica e os privilégios


aristocráticos do clero e da nobreza.
Enquanto os debates seguiam na Assembleia Constituinte, diversos boatos circulavam pela
França anunciando que a aristocracia, aliada ao rei, pretendia dar um golpe e fechar a
assembleia. A crise política, agravada pela escassez de alimentos, fez multiplicar nas cidades os
saques aos comboios de grãos e armazéns e os ataques às alfândegas municipais.

O ápice das revoltas ocorreu no dia 14 de julho, quando os parisienses tomaram a Bastilha,
prisão e arsenal militar e maior símbolo do absolutismo francês.

Enquanto os debEm agosto de 1789, a Assembleia Nacional Constituinte aboliu o dízimo


eclesiástico e todas as obrigações feudais que pesavam sobre os camponeses. As medidas
aprovadas demonstraram o domínio da grande burguesia nessa primeira fase da revolução.
Em junho de 1791, o próprio rei e a família real tentaram fugir da França, mas foram
capturados e levados para o Palácio das Tulherias. Em abril de 1792, a França entrou em
guerra com a Áustria e a Prússia, que temiam a propagação da revolução.

O rei e os contrarrevolucionários incentivaram a guerra acreditando que a França seria


derrotada e que eles poderiam restaurar o Antigo Regime. A Assembleia Legislativa foi
dissolvida e novas eleições foram realizadas, com base no sufrágio universal masculino.
Formou-se uma nova assembleia, a Convenção Nacional, que era composta de diferentes
grupos. Representavam a pequena burguesia e a classe média de Paris.

Eram os republicanos moderados, que representavam os interesses da grande burguesia


comercial e de nobres liberais. Ligados aos sans-culottes, eram republicanos e defendiam
mudanças mais profundas na sociedade, como a reforma agrária e o fim da propriedade
privada. Seus principais líderes eram Danton e Marat. Nesse mesmo tempo, o povo, chamado
a defender a revolução, formou um exército popular e derrotou os invasores e os partidários
internos do Antigo Regime.

Por pressão dos jacobinos e da população de Paris, em janeiro de 1793 o rei Luís XVI foi
julgado, acusado de traição e executado na guilhotina. No interior da Convenção, jacobinos e
girondinos divergiam quanto aos rumos da revolução e às decisões que deviam tomar. Aos
poucos, a influência dos jacobinos cresceu e as principais lideranças girondinas foram presas.
Internamente, líderes jacobinos, como Robespierre, combateram todos os seus opositores,
prendendo-os e executando-os.

A radicalização do processo revolucionário assustou a burguesia. Os setores burgueses mais


ricos desejavam acabar com as execuções, o congelamento dos preços e a mobilização popular
para poder administrar seus negócios com tranquilidade. A ala moderada da burguesia
reassumiu o poder e a participação popular na condução do Estado francês chegou ao fim.
Como tinham feito os jacobinos, o novo governo perseguiu, prendeu e executou os
opositores .

Os girondinos também dissolveram os clubes políticos, liberaram os preços e anularam as leis


sociais, como a que estabelecia o ensino público, gratuito e obrigatório para todos. O governo
do Diretório, no entanto, foi incapaz de garantir a estabilidade desejada pela burguesia. A
moeda francesa estava desvalorizada, a desorganização na cobrança de impostos esvaziou os
cofres públicos e a inflação não parava de subir. Acreditando que só um governo forte
restabeleceria a ordem, a grande burguesia apoiou um golpe para que o jovem general
Napoleão Bonaparte assumisse o poder.

A Revolução Francesa havia chegado ao fim. Para outras, a revolução deixou um gosto amargo
de desilusão. Em apenas três anos, os principais dirigentes da revolução tinham sido
executados na guilhotina ou assassinados.

s advogados passaram a ser «homens das leis», e os impostos foram chamados de


“contribuições”. Durante a revolução, muitas mulheres reivindicaram igualdade de direitos
civis e de cidadania política, participando de sublevações, protestos e reuniões da Assembleia
Nacional. Além disso, criaram associações femininas, nas quais discutiam questões sociais e
políticas da época. Os artistas não ficaram indiferentes à revolução e aos novos tempos.

Muitos deles se dedicaram a representar em suas obras episódios e os principais líderes da


Revolução Francesa, como Robespierre, Marat e Danton.

A revolução ainda produziu outros emblemas que expressavam a importância do pensamento


racional para os revolucionários, como o metro e o quilograma, unidades de medida que
compõem o Sistema Internacional de Unidades (SI), adotado hoje na maioria dos países. A
Revolução Francesa gerou inúmeros símbolos da força e do vigor da luta social. A tomada da
Bastilha, o barrete frígio (espécie de gorro vermelho, símbolo da liberdade), a bandeira tricolor
e a Marselhesa (que se tornou o hino nacional da França) foram as principais alegorias criadas
pelos franceses em sua luta contra o Antigo Regime.

Na Europa Ocidental de hoje, por exemplo, ciganos, imigrantes do Leste Europeu, da África,
dos países árabes e da América Latina enfrentam formas de discriminação e se organizam na
luta por igualdade jurídica, liberdade, trabalho, alimentação e moradia dignas nos países onde
escolheram viver. Nos Estados Unidos e nos países da América Latina, afrodescendentes e
indígenas reagem a séculos de dominação e marginalidade e levantam bandeiras semelhantes
às que os franceses ergueram em 1789.

O golpe de 18 de Brumário iniciou o governo de Napoleão Bonaparte. Napoleão censurou a


imprensa e suprimiu as liberdades individuais e políticas dos franceses. Em busca da
conciliação nacional, Napoleão afirmava estar acima dos interesses particulares e prometia
fazer da França a maior potência do mundo. Além disso, Napoleão prometia resgatar a
segurança e a estabilidade política, social e financeira que haviam desaparecido nos anos da
Revolução Francesa.

Napoleão manteve boa parte das conquistas de 1789.

A reestruturação política e militar e a recuperação financeira da França preocupavam alguns


países europeus. Em 1803, Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia uniram-se em coligação e
declararam guerra à França. Esse temor tinha fundamento, uma vez que a luta contra o
absolutismo mobilizava intelectuais e setores de classe média de quase todas as regiões da
Europa, que viam na França um poderoso aliado. A reação inglesa à França tinha outros
motivos.

A maior dificuldade de Napoleão, porém, era atingir a Inglaterra, isolada pelo mar e protegida
pela mais poderosa frota marítima do mundo. Após derrotar as tropas russas e austríacas na
Batalha de Austerlitz, em 1805, Napoleão reu- niu dezesseis estados do antigo Sacro Império
Romano Germânico na Confederação do Reno. Em 1806, convencido de que a única forma de
derrotar a Inglaterra era arruinando sua economia, Napoleão decretou o Bloqueio Continental.

Além disso, vários países da Europa dependiam do comércio com a Inglaterra e, por isso,
rejeitaram o Bloqueio Continental. Portugal, por exemplo, tradicional aliado da Inglaterra,
desrespeitou o decreto e foi invadido pela França em novembro de 1807. No final de 1811, a
Rússia também rompeu o bloqueio e, no verão de 1812, teve seu território invadido por
Napoleão.

Para agravar a situação, em março de 1814, Paris foi invadida por uma coligação formada por
Áustria, Prússia e Rússia. Em junho de 1815, Rússia, Áustria, Prússia e Inglaterra uniram-se
novamente e derrotaram Napoleão Bonaparte na Batalha de Waterloo, na Bélgica.

Entre setembro de 1814 e junho de 1815, alguns Estados europeus, liderados por Áustria,
Prússia, Inglaterra e Rússia, reuniram-se no Congresso de Viena, na Áustria. Em Viena, os
representantes da Áustria, da Prússia e da Rússia criaram a Santa Aliança, um pacto militar que
assegurava às nações participantes o direito de intervir em países para reconduzir ao poder
governantes destituídos por revoluções liberais.

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