Jesus no templo
Mateus 21:12-17
A Paz do Senhor! Mais uma noite de vitória que nós da
Nosso Senhor Jesus Cristo. Quero agradecer ao Pb.
Ricardo pela confiança e ao pastor Deiverson por nos
franquear o púlpito da Igreja. Meus queridos a nossa
meditação nesta noite nos leva ao Evangelho de Mateus
neste momento do ministério do Senhor ele mais uma
vez subia até Jerusalém, sabemos que a maior parte sua
pregação seus milagres e peregrinação se deram no
interior da Judeia, onde vivia cerca 90% da população da
época, população essa dos mais necessitados, os pobres,
os enfermos e aqueles que estavam a margem da
sociedade; e não é diferente hoje pois onde o Evangelho
tem mais acolhida é entres esse mesmo tipo de pessoas
pois o Senhor era de origem humilde tanto que ao iniciar
o seu ministério em Nazaré sua terra natal, ele lê na
Sinagoga o livro de Isaías e ali já demarcou sua missão “O
Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu para
anunciar a Boa Nova aos pobres.” Lucas 4,18. Entretanto
ele está em Jerusalém a capital o centro político, cultural e
espiritual daquela região.
Já haviam se passado três anos desde que o Senhor tinha
ido a Jerusalém e nesta ele já havia expulsado os
negociantes, mas antes de continuarmos essa exposição
preciso fazer uma breve digressão, quando falamos de
templo e principalmente quando a Bíblia fala de templo
no seu sentido mais profundo não está falando do edifício,
da construção, daquilo que é físico, palpável, mas do lugar
onde Deus busca para sua habitação, pois bem
conhecemos que o mesmo Deus disse que “... não habita
em templos feitos por mãos humanas”, então nessa noite
entendam que estamos falando de nós como templo do
Senhor, dessa casa feita barro onde Deus escolheu para
habitar e mais quando falamos de templo aqui falamos da
nosso reunião em o nome do Senhor Jesus, quando
“...dois ou três se reúnem em seu nome” e isso nós
chamamos de culto. É no culto onde celebramos a vida
comunitária da Igreja, isto é a piedade em conjunto, em
união.
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Quando oramos, estudamos a Bíblia, jejuamos,
meditamos estas são práticas (que devem ser interiores),
aqui cabe outro parêntese, pois quando pegamos as
disciplinas interiores e tornamo-las exteriores elas
descambam para o farisaísmo, para o aquilo que Emilio
Conde chamou de Autolatria. Porém quando a oração,
jejum, estudo e meditação na Palavra de Deus são feitas
sem a necessidade de outras pessoas tomem
conhecimento, assim e só assim entrarem na comunhão
com Deus de que tanto carecemos.
Quando nos reunimos como Igreja durante o culto,
deveríamos seguir quatro disciplinas essenciais. Ao falar
de “disciplinas” estamos nos referindo a atividades
realizadas ou escolhidas de maneira consciente, com o
propósito de nos capacitar para aquilo que não
conseguimos fazer por esforço direto. Se por exemplo,
como acontece com a maioria das pessoas, descubro que
sou incapaz por esforço direto de “abençoar os que me
amaldiçoam”, de “orar sem cessar”, de abandonar a ira ou
de não olhar com cobiça ou lascívia, então é minha
responsabilidade encontrar uma forma de me treinar
(sempre sob a graça e a orientação divina) de modo a ser
capaz de fazer aquilo que não consigo simplesmente
tentando no momento da necessidade.
E ao observar essas disciplinas, estaremos trilhando o
caminha que, ao término do culto, possamos saber com
certeza de que prestamos um verdadeiro culto a Deus.
1. Confissão: Confessar é reconhecer que somos
pecadores, reconhecer nossas fragilidades, a nossa
humanidade e que somos totalmente carentes da
graça de Deus. Na parábola do fariseu e o publicano
(Lc. 18:9-14), vemos essa realidade explicitada, pois
onde o fariseu e o publicano estavam? No templo.
E com convicção eu lhes digo algo essa noite,
muitos dos que voltam para casa da mesma maneira
que vieram para o culto e porque a soberba, a auto
santificação encheu o coração; e isso impede que as
benções do Senhor no culto sejam derramadas em
sua vida.
2. Adoração: Richard Foster disse: “A adoração é a
resposta humana a iniciativa divina!” por que isso?
Porque no evangelho de João no capítulo 3, o
Senhor Jesus disse que Deus procura os verdadeiros
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 adoradores. Mas não pensemos que adorar e a
mesma coisa que louvar, pois quando louvamos a
Deus o louvamos por suas ações, pelo que ele faz
por nós e em nós. Mas quando o adoramos o
fazemos pelo que ele é. Foi assim com Jó, me digam
se naquele momento da vida dele, ele tinha alguma
condição de louvar, mas a Bíblia nos diz no capítulo
1 e verso 20 “Então Jó se levantou, rasgou o seu
manto, raspou a sua cabeça e lançou-se em terra e
adorou”. Entretanto o louvor deve nos levar a
adoração, pois as ações de Deus sempre apontam
para a Sua natureza Santa. Mesmo que as vezes em
nossa vida não consigamos enxergar o agir de Deus,
podemos sempre o adorar por aquilo que Ele é.
3. Orientação: No culto é lugar mais propicio para se
pedir e receber orientação de Deus, quando falo de
orientação falo de ter um norte para nossa
caminhada, ajuda nos momentos de decisão. E por
que a hora do culto é a mais apropriada? Por que
era uma pratica da Igreja descrita em Atos dos
Apóstolos, em 1.24, eles buscam orientação na
escolha do sucessor de Judas; em 15.28, deixam
claro que discerniram primeiro a vontade de Deus
naquela decisão: “pareceu bem ao Espírito Santo e
a nós”, portanto vir ao culto para buscar orientação
e saber a vontade de Deus é algo que deve ser
praticado, quando estivermos nos cultos não
devemos temer em pedir oração para que Deus nos
direcione, que ele nos mostre a sua vontade para
qualquer área de nossa vida. Ele se importa com
todos os aspectos da nossa vida por mais triviais
que possam parecer. Mas lembrem-se o Senhor
nunca vai direcionar você por profecia, revelação
que não se consubstancie na Bíblia Sagrada.
4. Celebração: Agostinho disse que o cristão deveria
ser um aleluia da cabeça aos pés! A celebração se
assenta na firme crença na soberania de Deus, onde
a despeito de todas as provações, preocupações e
lutas que passamos, temos a certeza de que tudo
está nas poderosas mãos do Senhor, quando
tomamos posse dessa verdade uma alegria
despreocupada toma conta de nossa vida e com ela
ações de graças, somos fortalecidos por essa alegria
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 “Portanto não vos entristeçais; porque a alegria do
Senhor é a vossa força” Ne 8.10.
Mas é claro que não posso enquadrar o culto em quatro
pontos ele é muito mais, coloquei esses pontos aqui para
que possamos iniciar uma caminhada rumo a plenitude de
um culto espiritual.
Agora voltemos a texto de Mateus, agora falando do
cenário ao qual o Senhor Jesus se confrontou em sua
visita ao templo de Herodes, o termo neste texto para o
templo significava toda a área do monte Moriá, o templo
em si ocupava apenas uma pequena parte dessa
estrutura, estrutura essa que era um orgulho para o povo
judeu. Nessa megaestrutura havia uma separação muito
rígida de quem poderia transitar nos pátios; pois estes
eram separados pelo tipo de pessoa que os ocupava.
Havia o pátio dos sacerdotes, dos judeus, das mulheres e
dos gentios. E era nesse último que se realizava o
comercio “lícito” de animais e a troca de dinheiro,
segundo se sabe esse pátio tinha em torno de 50.000
metros quadrados (o tamanho de 8 campos de futebol),
só que essa área já havia sido totalmente tomada pelos
cambistas e o lugar do santuário propriamente dito já
estava infestada por eles. Nos dias de festas Jerusalém
que normalmente tinha cerca de 250 mil pessoas, via sua
população quadruplicar, ou seja, ia para até um milhão de
pessoas, e nesse contexto que o culto para muitas ali se
tornou uma oportunidade de negócios, pois as ofertas,
taxas só poderiam ser pagas com o siclo do templo, e por
que isso? Porque as demais moedas traziam a efígie de
alguma divindade pagã, quando não a do imperador de
Roma que exigia ser adorado em todo o império, por isso
elas eram proibidas de serem usadas no complexo do
templo.
Nessa época o comercio dentro do templo tinha se
tornado uma grande fonte de lucro para os sacerdotes e
até para o Sumo Sacerdote, pois eram eles que
comandavam o “esquema”, pois segundo a lei parte das
ofertas que eram trazidas destinava-se a eles, e eles
usando esse preceito legal tomavam ocasião para lucrar,
posto que ao receberem os animais para holocausto, em
vez de sacrificarem todos os animais, retinham parte
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destes e repassavam para os comerciantes. Vocês
entendem o que acontecia aqui, tinham animais que
nunca eram sacrificados apenas revendidos repetidas
vezes. A demais ao efetuarem a troca das moedas
cobrava-se uma taxa pela transação, nesses casos por
exemplo se a pessoal que estava no templo para cultuar
tinha dracmas ou denários que eram moedas de maior
valor fora do templo, mesmo assim eles recebiam menos
na hora da troca.
Com todo este esquema a classe sacerdotal tornara-se na
época de Cristo uma elite rica e inescrupulosa. Esta era a
situação que o Senhor encontrou naqueles dias.
2. Mas aqui no segundo grupo é que se tem a
Nesta passagem vemos o Senhor em sua última semana
antes da crucificação, podemos ver pelo texto de João 12
que o Senhor se instalara na casa de Lázaro, (em Betânia
que era cerca de 3 km de distância de Jerusalém), seis dias
antes da Páscoa. A entrada do Senhor no templo fora no
mesmo dia de sua entrada triunfal em Jerusalém. Após
esse pano de fundo histórico quero lhes trazer algo.
Agora podemos ver 3 coisas que acontecem quando o
Senhor está no templo.
1. O Senhor Jesus denuncia a vil presença daqueles
que fazem da casa de Deus um lugar de negócios,
como já destacamos aqueles que deviam ser o
exemplo de conduta moral, ética e principalmente
espiritual, estavam enriquecendo as custas
daqueles que vinham para prestar culto. E isso é
algo que tomou proporções monumentais em
nossos dias, faltaria tempo para falar de tudo o que
os falsos ministros e falsos ministérios tem feito
para tirar dinheiro das pessoas, dos falsos mestres e
pregadores que usam das mais torpes maneiras de
enriquecer à custa da igreja.
revelação mais contundente, pois Jesus não expulsa
somente os que vendem, mas o texto é muito claro
ao afirmar que aqueles que compravam também
foram expulsos. Isto nos mostra um quadro claro da
situação espiritual do povo nesse e em nosso
tempo. Primeiro tenho que explicar a situação
daqueles que compravam dos cambistas, pois no
livro de Deuteronômio era determinado que se
trouxesse uma oferta de bois, vacas, ovelhas que
tivessem sido criadas pelo ofertante, isto é que lhe
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 tivessem custado o seu tempo, o seu esforço, a sua
disciplina, sua expectativa; e não o dinheiro do seu
bolso. Aqui vemos que o Senhor não só os
condenou por viverem uma vida de pecado, mas de
irem ao templo e acharem que poderiam comprar a
graça de Deus. Estes são aqueles que oferecem a
Deus um culto comprado, embalado e distribuído
por falsos profetas. Não nos enganemos se há
oferta é porque há procura. No mundo em que
vivemos e mais fácil pagar a entrada para um Show
Gospel, um curso Coach espiritual, ou Stand-up
Cristão do que se colocar no caminho da oração, do
jejum, do estudo da palavra. Mais uma coisa é
muito clara nas Escrituras, “a fé vem pelo ouvir e
ouvir a Palavra de Deus”, não há substitutos.
3. A terceira denúncia surge da atitude daqueles que
se colocam como donos da verdade, como se eles
fossem a medida daquilo que Deus aceita ou não
em sua casa. Nesse ponto voltamos para o começo
da nossa pregação, quando falamos das disciplinas,
pois podemos orar, jejuar, e ler a Bíblia e mesmo
assim continuarmos como terra árida e sem vida,
mas como isso? Quando as disciplinas espirituais se
tornam um fim em si mesmas. A Bíblia ilustra isso
muito bem na vida dos fariseus, pois estes
gostavam de serem chamados de mestres, de ter
seguidores, faziam orações eloquentes em praça
pública, faziam longos jejuns; porém isso tudo era
para serem vistos pelos homens. Achavam-se a
altura de apenas assentar para observar as demais
pessoas as julgar pelos critérios que elas mesmas
haviam criado. Pessoas como essa cegaram-se para
as realidades do céu, vivem uma falsa maturidade
possuem um conhecimento vazio, como nuvens
sem água. Mas antes de terminar este ponto
preciso delinear que devemos tomar muito cuidado
na maneira como prestamos nossa adoração ao
Senhor, visto que temos vivido tempos em que a
reverencia parece não ter mais lugar em alguns
cultos, as boas tradições são desrespeitadas e o
sagrado está sendo banalizado.
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Mas Jesus está no templo
Mas calma meus queridos, Jesus chegou no templo!
Aleluia! Ele está no templo para colocar as coisas na
perspectiva dEle a primeira coisa que ele diz é :
“... a casa de meu Pai será chamada casa de oração” o
Senhor Jesus aqui cita Isaías 56:7 onde o Deus proclama
pelo seu profeta a vocação dos gentios e se eu pudesse
reduzir a um termo seria comunhão a oração aqui fala de
um privilégio que os gentios não possuíam até o tempo de
Cristo, que era o de poder entrar no templo e ter essa
comunhão com Deus.
A oração é baseada na comunhão e comunhão com Deus.
Esse é o fundamento de toda oração, súplica, intercessão
e ação de graças. Não podemos realmente orar se não
tivermos um relacionamento com Deus no qual basear
nossa oração. Isto é o que diferencia a Igreja de muitas
religiões que tratam a oração como uma formalidade
impessoal que deve ser realizada de forma cerimonial e
desapegada. Nossa oração é muito mais do que isso, mas,
ao mesmo tempo, vai além da comunhão e do
companheirismo.
Inclui comunhão com Deus, mas também inclui discernir
o que Ele quer, concordar com isso, invocá-lo e submeter-
nos a ele (esta é a chave) ANTECIPADAMENTE ao seu
cumprimento.
Outra característica de quando Jesus está no templo é que
ele traz a cura, “foram ter com ele no templo cegos e
coxos, e os curou”,
Aqui está uma verdade muitos de nós viemos ao templo,
mas não encontramos Jesus nele, por isso não recebemos a
cura que precisamos, temos que vir ao culto, mas temos
que encontrar Jesus nele.
Quando o templo se torna casa de oração, e encontramos
Jesus nele para sermos curados é impossível que a alma
não irrompa em adoração em e no poder do Espírito
Santo.
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