Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Semiologia Do Sistema Visual Dos Animais Domésticos
Semiologia Do Sistema Visual Dos Animais Domésticos
GOIÂNIA
2012
ii
Área de concentração:
Patologia, Clínica e Cirurgia Animal
Linha de Pesquisa:
Patobiologia animal, experimental e comparada
Orientador:
Prof. Dr. Eugênio Gonçalves de Araújo
Comitê de orientação:
Profª. Dra. Maria Clorinda Soares Fioravante
Profª. Dra. Yandra Cássia Lobato do Prado
GOIÂNIA
2012
iii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1
2 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 3
2.1 Aspectos gerais sobre o encéfalo ................................................................ 3
2.2 Fisiopatologia da isquemia cerebral ............................................................ 7
2.3 Principais doenças que envolvem isquemia cerebral na clínica de animais
de companhia ............................................................................................ 14
2.3.1 Causas obstrutivas associadas à isquemia cerebral focal ......................... 14
2.3.2 Causas associadas à isquemia cerebral global ......................................... 16
2.4 Diagnóstico de isquemia cerebral na clínica de cães e gatos.................... 19
2.5 Tratamento da isquemia cerebral .............................................................. 21
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 29
REFERÊNCIAS ......................................................................................... 30
iv
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE ABREVIATURAS
1
O2 oxigênio singlet
ADP adenosina difosfato
Akt proteína quinase B
AMP adenosina monofosfato
AMPA α-amino-3-hidroxi-5-metil-4-isoxazole
AQP4 aquaporin 4
ATP adenosina trifosfato
++
Ca íon cálcio
CADI canais ácidos de detecção de íons
CO2 gás carbônico
DCI disfunção cognitiva pela idade
ERK1/2 proteína quinase reguladora de sinal extracelular
ERNs espécies reativas de nitrogênio
EROs espécies reativas de oxigênio
H+ íon hidrogênio
H2O2 peróxido de hidrogênio
I/R lesão de isquemia e reperfusão
K+ íon potássio
MAPKs proteínas quinases ativadas por mitógenos
+ +
Na /K bomba de sódio e potássio
Na++ íon sódio
NMDA N-metil-D-aspartato
NO óxido nítrico
NOS óxido nítrico sintetase
O2 oxigênio
O2- superóxido
OH- radical hidroxila
ONOO- peroxinitrito
PA pressão arterial
pH potencial hidrogeniônico
PIC pressão intracraniana
vi
2 REVISÃO DA LITERATURA
FIGURA 2 - Desenho
esquemático do
polígono de Willis,
vista ventral do
encéfalo
Fonte: FERREIRA et al. (2009)
6
de 0,5 até 1,0 g/kg por via intravenosa de forma lenta e em bolus a cada 10 ou 20
minutos. O início do efeito osmótico desse fármaco pode ser observado de 15 a
20 minutos após a administração, e persiste de seis a oito horas. Além disso, o
manitol inicialmente promove uma expansão transiente de líquidos nos vasos,
reduzindo desta forma a viscosidade sanguínea. Esse efeito estimula a
vasoconstrição cerebral, levando à redução da PIC e manutenção do fluxo e
perfusão. Há evidências de que esse fármaco tenha efeito antioxidante de
varredura, caracterizado pela neutralização de EROs e ERNs. As soluções
hipertônicas também podem ser utilizadas para a redução do edema por
apresentarem meio de ação similar ao do manitol, porém não devem ser
utilizadas concomitantemente (SYRING, 2005).
Já no caso de convulsões, ocorre intensa utilização de ATP e
desenvolvimento de hipertermia e aumento do metabolismo cerebral. A
hipertermia deve ser controlada pelo resfriamento do animal para promover a
redução do metabolismo, impedir o avanço da isquemia cerebral e do estresse
oxidativo. Animais com TCE que apresentam convulsões devem ser tratados com
anticonvulsivantes e analgésicos. Estes reduzem a excitabilidade e o metabolismo
cerebral, além de manter o fluxo sanguíneo e a PIC sem alterações. O diazepam
é um anticonvulsivante de efeito rápido e pode ser utilizado por via intravenosa na
dose de 0,5 mg/kg. Porém, é uma medicação que ocasiona resistência em cães,
e não apresenta efeito prolongado, o que promove o insucesso do clínico diante
de convulsões persistentes. Os fármacos mais adequados nos quadros
persistentes são: o propofol e os barbitúricos como o fenobarbital e tiopental
(SYRING, 2005).
O propofol é um anestésico intravenoso de ação e duração rápida que
pode ser utilizado para o tratamento de convulsões na dose de 5 a 10 mg/kg por
via intravenosa. Este fármaco apresentou ação neuroprotetora por reduzir o
metabolismo cerebral e, apresentar efeitos antioxidantes ao inibir a peroxidação
lipídica e a neurocitotoxicidade durante a I/R cerebral. Além disso, o propofol
mostrou-se capaz de reduzir danos às mitocôndrias em estudo com ratos
neonatos submetidos à isquemia intrauterina (HARMAN et al., 2012).
O tiopental é um anestésico que pode ser utilizado como
anticonvulsivante, por apresentar ação rápida, pode ser utilizado por via
intravenosa em induções anestésica na dose de 10mg/kg a 2,5%. Também
24
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
21. GIEHL, M.R.; BOSCO, S.M.D.; LAFLOR, C.M.; WEBER, B. Eficácia dos
flavonóides da uva, vinho tinto e suco de uva tinto na prevenção e no tratamento
secundário da aterosclerose. Scientia Medica, Porto Alegre, v. 17, n. 3, p. 145-
155, 2007.
22. GILGUN-SHERKI, Y.;ROSENBAUM, Z.; MELAMED, E.; OFFEN, D.
Antioxidant Therapy in Acute Central Nervous System Injury: Current State.
Pharmacological Reviews, Baltimore, v. 54, n. 2, p. 271 – 284, 2002.
23. GODOI, D.A.; ANTUNES, M.I.P.P.; ARIAS, M.V.B.; GRUMADAS, C.E.; REIA,
A.Z.; NAGASHIMA, J.K. Retrospective study of anesthetic proceedings realized in
dogs and cats undergoing neurosurgeries. Semina: Ciências Agrárias, Londrina,
v. 30, n. 1, p. 171-180, 2009.
24. GODOY, C.L.B.; VEIGALL, D.C.; SCHMIDTLL, C.; PELLEGRINILL, L.C.;
RAUSCHLL, S.F. Angiografia cerebral em cães. Ciência Rural, Santa Maria,
v.40, n. 2, p.360-364, 2010.
25. GREEN, R.; ODERGREN, T.; ASHWOOD, T. Animal models of stroke: do
they have value for discovering neuroprotective agents? TRENDS in
Pharmacological Sciences, Amsterdam, V. 24, N. 8, p. 402-408, 2003.
26. GUERRA, A.M.H. Estatus epiléptico, fisiopatología y manejo clínico (Status
epilepticus, physiopathology and clinical management). Revista Electrónica de
Clínica Veterinaria. v. 2, n. 10, p. 1-7, 2007. Disponível em:
http://www.veterinaria.org/revistas/recvet/n101007.html. Acesso em: 2 ago. 2012.
27. GUNN-MOORE, D.; MOFFAT, K.; CRHISTIE, L.A.; HEAD, E. Cognitive
dysfunction and the neurobiology of ageing in cats. Journal of Small Animal
Practice, Oxford, v. 48, p. 546-563, 2007.
28. HARMAN, F.; HASTURK, A.E.; YAMAN, M.; ARCA, T.; KILINC, K.; SARGON,
M.F.; KAPTANOGLU, E. Neuroprotective effects of propofol, thiopental, etomidate,
and midazolam in fetal rat brain in ischemia-reperfusion model. Child's Nervous
System, New York, v. 28, p. 1055-1062, 2012
29. HEAD, E.; ROFINA, J.; ZICKER, S. Oxidative stress, aging, and central
nervous system disease in the canine model of human brain aging The Veterinary
Clinics Of North America Small Animal Practice, Philadelphia, v. 38, p. 167-
178, 2008.
30. HENNINGER, N.; SCARD, K.M.; SCHMIDT, K.F.; BARDUTZKY, J.; FISHER,
M. Comparison of ischemic lesion evolution in embolic versus mechanical middle
33
cerebral artery occlusion in sprague dawley rats using diffusion and perfusion
imaging. Stroke, Dallas, v. 37, n. 5, p. 1283 – 1287, 2006.
31. HECHT, S.; ADAMS, W.H. MRI of brain disease in veterinary patients part 2:
acquired brain disorders. The Veterinary Clinics of North America Small
Animal Practice, Philadelphia, v. 40, p. 39-63, 2010.
32. HOMI,H.M.; SILVA JÚNIOR, B.A. VELASCO, I.T. Fisiopatologia da isquemia
cerebral. Revista Brasileira de Anestesiologia, Rio de Janeiro, v. 50, n.5, p.405
– 414, 2000.
33. JAFFÉ, E. Hipertensão arterial em cães e gatos. 2006, 53 f. Monografia
(Especialização em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais) - Instituto
de Pós Graduação Gualittas, Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro.
34. JONES, T.C.; HUNT, E.D.; KING, N.W. Patologia Veterinária. 6.ed. São
Paulo: Ed. Manole Ltda, 2000.
35. KOH, P.O. Nicotinamide Attenuates the Decrease of Astrocytic
Phosphoprotein PEA-15 in Focal Cerebral Ischemic Injury. Journal of Veterinary
Medical Science, Tokyo, v. 74, n. 3, p. 377-380, 2012.
36. KOTLESKI, A.F.; LIMA, T.; FRANCO, R.P. Síndrome da resposta inflamatória
sistêmica (sris), um desafio diagnóstico. Acta Veterinaria Brasilica, Mossoró, v.
3, n. 4, p. 123-131, 2010.
37. KUMAR, V.; ABBAS, A.K.; FAUSTO, N.; MITCHELL, R.N. Robbins Patologia
Básica. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
38. LACCHINI, S. Óxido Nítrico: perspectivas clínicas na função endotelial.
Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro,
v.3, n. 3, p. 1-4, 2004.
39. LIEBELT, B.; PAPARETROU, P.; ALI, A.; GUO, M.; PENG, C.; CURRY, A.;
DING, Y. Exercise preconditioning reduces neuronal apoptosis in stroke by up-
regulating heat shock protein-70 (heat shock protein-72) and extracellular-signal-
regulated-kinase 1/2. Neuroscience, Nova York, v. 166, n. 4, p. 1091-1100, 2010.
40. LIU, R.L.; XIONGA, Q.J.; SHUA, Q.; WUA, W.N.; CHENGA, J.; FUA, H.;
WANGA, F. CHENA, J.G.; HUA, Z.L. Hyperoside protects cortical neurons from
oxygen–glucose deprivation–reperfusion induced injury via nitric oxide signal
pathway. Brain Research, Amsterdam, v. 1469, p. 164-173, 2012.
41. LÓPEZ, L.E.; LÓPEZ, J.R.; Enfermedades encefálicas y espinales en
geriatría veterinária. Revista Electrónica de Cínica Veterinaria, v. 2, n. 1-4, p. 1-
34
51. NAKANO, H.; COLLI, B.O.; LOPES, L.S. Neuroprotective of mild hypothermia
in the temporary brain ischemia in cats. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, São
Paulo, v. 65, n. 3-B, p. 810-815, 2007.
52. NEVES, I. V.; TUDURY, E. A.; COSTA, R. C. Fármacos utilizados no
tratamento das afecções neurológicas de cães e gatos. Semina: Ciências
Agrárias, Londrina, v. 31, n. 3, p. 745-766, 2010.
53. OHTAKI, H.; DOHI, K.; NAKAMACHI, T.; YOFU, S.; ENDO, S.; KUDO, Y.;
SHIODA, S. Evaluation of brain ischemia in mice. Acta Histochemica et
Cytochemica, Kyoto, v. 38, n. 2, p. 99-106, 2005.
54. OLIVEIRA, D.S.; AQUINO, P.P.; RIBEIRO, S.M.R.; PROENÇA, R.P.C.;
PINHEIRO-SANT'ANA, H.M. Vitamina C, carotenoides, fenólicos totais e atividade
antioxidante de goiaba, manga e mamão procedentes da Ceasa do Estado de
Minas Gerais. Acta Scientiarum. Health Sciences, Maringá, v. 33, n. 1, p. 89 –
98, 2011.
55. PERCÁRIO, S. Prevenção do estresse oxidativo na síndrome de isquemia e
reperfusão renal em ratos com suplementação nutricional com antioxidantes.
Revista de Nutrição, Campinas, v. 23, n. 2, p. 259-267, 2010.
56. POSSER, T. Efeitos biológicos e moleculares de compostos orgânicos
sintéticos de selênio sobre o sistema nervoso central e neurotoxicidade do
manganês.2009. 127f. Tese (Doutorado em Neurociências) - Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
57. RAFFIN, C.N.; FERNANDES, J.G.; EVARISTO, E.F.; SIQUEIRA NETO, J.I.;
FRIEDRICH, M.; PUGLIA, P.; DARWICH, R. Revascularização clínica e
intervencionista no acidente vascular cerebral isquêmico agudo. Arquivos de
Neuro-Psiquiatria, São Paulo, v. 64, n. 2-A, p. 342-348, 2006.
58. RAURELL, X.; CENTELLAS, C.; ZAMORA, A. En este trabajo se pretende
hacer una revisión de la anatomía y fisiopatología de los problemas vasculares a
los que puede verse sometido el encéfalo mediante la exposición de 9 casos
clínicos diagnosticados entre noviembre del 2002 y diciembre del 2005. Clínica
Veterinaria de Pequeños Animales, Barcelona, v. 27, n. 1, p. 27-35, 2007.
59. ROJAS, H.; RITTER, C.; PIZZOL, F.; Mecanismos de disfunção da barreira
hematoencefálica no paciente criticamente enfermo: ênfase no papel das
metaloproteinases de matriz. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, Rio de
Janeiro, v. 23, n. 2, p. 222-227, 2011.
36
71. WALSHE, T.E.; D’AMORE, P.A. The role of hypoxia in vascular injury and
repair. Annual Review of Pathology Mechanism, v. 3, p. 615-643, 2008.
72. WESSMANN, A.; CHANDLER, K.; GAROSI, L. Ischaemic and haemorrhagic
stroke in the dog. The Veterinary Jounal, London, v. 180, p. 290-303, 2009.
73. WHELAN, R.S.; KAPLINSKIY, V.; KITSIS, R.N.; Cell Death in the
Pathogenesis of Heart Disease: Mechanisms and Significance. Annual Review of
Physiology, v. 72, p. 19-44, 2010.