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Ficha rochas sedimentares

EE20 G1
Texto 1
A Bacia Lusitaniana, localizada na orla ocidental ibérica, formou-se, durante o Mesozoico, num
contexto tectónico distensivo associado às primeiras fases de abertura do Atlântico Norte. As
unidades sedimentares mais antigas da Bacia Lusitaniana depositaram-se em ambiente fluvial
continental. Numa etapa posterior, a bacia sofreu invasões marinhas episódicas, tendo-se
formado uma sequência, conhecida por Margas de Dagorda, composta essencialmente por
argilitos, por sal-gema (principalmente NaCl) e por gesso (CaSO4 hidratado). Seguiu-se uma
etapa em que a instalação de condições marinhas mais francas propiciou a formação de rochas
predominantemente carbonatadas (incluindo calcários). À sedimentação carbonatada sucedeu-se
a deposição de unidades predominantemente detríticas, constituídas por arenitos e argilitos. O
sal-gema e o gesso, cujas densidades são inferiores às das rochas que estão por cima, migraram
para a superfície através de falhas formando anticlinais diapíricos como o das Caldas da Rainha,
o maior diapiro salino1 aflorante na orla ocidental portuguesa. A erosão dos evaporitos deu
origem ao vale das Caldas da Rainha, uma depressão onde se individualizam, atualmente,
diversas colinas de rochas carbonatadas e alguns relevos formados por rochas ígneas intrusivas
melanocráticas. A região das Caldas da Rainha é conhecida pelas suas águas termais. Estas
águas, com origem na precipitação atmosférica, infiltram-se através de falhas na Serra dos
Candeeiros podendo atingir 1600 m de profundidade. Subterraneamente, circulam ao longo do
sinclinal Alcobaça-Bombarral, emergindo no bordo oeste desta estrutura, junto a uma falha. Na
Figura 1 está representado um corte do sinclinal Alcobaça-Bombarral, em cujos bordos se
localizam os anticlinais das Caldas da Rainha e da Fonte da Bica (Rio Maior).

1. No sinclinal Alcobaça-Bombarral, a transição da unidade das Margas de Dagorda para a


unidade que lhe está por cima reflete
(A) uma transgressão e a deposição de sedimentos em meio marinho.
(B) uma transgressão e a deposição de sedimentos em meio continental.
(C) uma regressão e a deposição de sedimentos em meio marinho.
(D) uma regressão e a deposição de sedimentos em meio continental

3. A formação do anticlinal das Caldas da Rainha está associada


(A) ao comportamento frágil das rochas evaporíticas e a movimentos de subsidência.
(B) à ascensão das rochas evaporíticas, que apresentam baixa densidade.
(C) à génese das rochas evaporíticas, num contexto climático frio e húmido.
(D) ao afundimento das rochas evaporíticas devido à pressão litostática.

5. As águas mineralizadas das Termas das Caldas da Rainha são classificadas quimicamente
como sulfurosas cloretadas sódicas e emergem, na nascente, a uma temperatura aproximada de
33 ºC. Justifique as características das águas das Termas das Caldas da Rainha

6. Numa aula de Biologia e Geologia, os alunos realizaram a atividade experimental que a seguir
se descreve. Procedimento
• numeraram-se quatro tubos de ensaio;
• no tubo 1 colocou-se água destilada;
• no tubo 2 colocaram-se água destilada e calcite reduzida a pó;
• nos tubos 3 e 4 colocaram-se água gasocarbónica e calcite reduzida a pó;
• agitaram-se os tubos com uma vareta;
• ao fim de 60 minutos, aqueceu-se o tubo 4;
• as quantidades de água destilada e de água gasocarbónica usadas foram iguais em todos os
tubos. A quantidade de calcite utilizada foi igual em todos os tubos. Os resultados obtidos
apresentam-se, simplificadamente, na Tabela 1.

(+) Nível de turvação (calcite/carbonato de cálcio em suspensão)

6.1. A partir desta experiência, pode inferir-se que


(A) a solubilidade da calcite é maior quando o pH é maior.
(B) o depósito formado no tubo 2 apresenta uma cor escura.
(C) a calcite, em água destilada, apresenta elevada solubilidade.
(D) a turvação, no tubo 3, diminui devido à dissolução da calcite.

6.2. Identifique, tendo em conta os resultados finais, o tubo que permite simular a ação da água
da chuva sobre os calcários

6.3. Em zonas onde a água de abastecimento é de natureza calcária, existe elevada


probabilidade de entupimento dos tubos de circulação da água quente nas máquinas de lavar.
Explique a situação referida, tendo em conta os resultados experimentais

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3. A calcite (CaCO3), constituinte maioritário dos calcários, é considerada um mineral, por ser
uma substância cristalina sólida e por
(A) possuir clivagem bem definida.
(B) ser natural e inorgânica.
(C) apresentar uma cor fixa.
(D) ter baixa dureza.

1F2020- G1
Texto 1
O Parque Natural da Arrábida (PNA), situado na zona sul da península de Setúbal, é constituído
por uma área terrestre e por uma área marinha, que se encontram representadas
esquematicamente na Figura 1A. O parque visa a proteção de valores como as grutas calcárias e
o monumento natural da Pedra da Mua. Este monumento é uma jazida de icnofósseis, constituída
por pegadas de dinossáurios, que se encontram em camadas não horizontais do Jurássico
superior, depositadas na Bacia Lusitaniana. A formação desta bacia, na margem oeste da
Península Ibérica, iniciou-se no Mesozoico e esteve associada à instalação de um rifte
intracontinental, que causou a fragmentação progressiva da Pangeia e a abertura do oceano
Atlântico Norte. No Cenozoico ocorreu o levantamento da serra da Arrábida, que resultou da
deformação de rochas do Mesozoico e do Cenozoico, devido à colisão entre as placas
Eurasiática e Africana. Durante o Oligocénico, na península de Setúbal, depositaram-se
conglomerados, geralmente mal calibrados, a que se associaram, entre outras rochas, calcários
lacustres. Durante o Miocénico, formou-se uma barreira de corais com orientação N-S, desde a
zona do Seixal até à zona de Lisboa, e a serra da Arrábida constituiu uma ilha. Há cerca de 5
milhões de anos (Ma), formou-se uma vasta planície entre a zona de Lisboa e a serra da
Arrábida, onde se instalou o sistema fluvial precursor do rio Tejo. A baía do Portinho da Arrábida,
representada na Figura 1B, resultou de erosão diferencial que originou duas zonas rochosas
salientes, entre as quais se formou uma praia por acumulação de sedimentos fluvio-marinhos. A
exposição de rochas argilosas, na base da falésia, liberta sedimentos de cor castanha, que
turvam a água do mar. A Figura 1C representa o corte geológico AA' (Figura 1A) que atravessa a
serra da Arrábida.
6. A turvação da água do mar, em
algumas zonas da baía do
Portinho da Arrábida, deve-se
à
(A) erosão da falésia, de que resulta a dispersão de detritos muito finos.
(B) meteorização das rochas que ficam expostas na base da falésia.
(C) erosão de argilitos, de que resulta a dispersão de detritos grosseiros.
(D) meteorização de argilitos que ficam expostos à abrasão marinha.

7. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência


correta dos acontecimentos relacionados com a evolução da península de Setúbal.
A. Instalação da bacia fluvial precursora do rio Tejo atual.
B. Desenvolvimento de uma barreira de corais.
C. Precipitação de carbonatos em meio continental.
D. Constituição do supercontinente Pangeia.
E. Formação da Bacia Lusitaniana

8. Associe a cada grupo de rochas apresentado na Coluna I as afirmações da Coluna II que lhe
podem corresponder. Cada um dos números deve ser associado apenas a uma letra e todos os
números devem ser utilizados. Escreva na folha de respostas cada letra da Coluna I seguida do
número ou dos números (de 1 a 9) correspondente(s).
9. Explique o processo de formação das grutas calcárias existentes no interior do maciço da serra
da Arrábida.

1F2019- G3
O rio Guadiana nasce em Espanha e desagua no oceano Atlântico, junto a Vila Real de Santo
António. No seu percurso, entre Serpa e Mértola, atravessa o antiforma do Pulo do Lobo e a
Faixa Piritosa Ibérica, onde existem várias explorações mineiras. No mapa da Figura 3, estão
representadas as formações geológicas da Bacia Hidrográfica do Guadiana (área drenada pelo
rio Guadiana e seus afluentes). Os pontos A e B correspondem a locais onde se recolheram
amostras de sedimentos para realizar estudos sedimentológicos e mineralógicos, visando a
caracterização dos processos sedimentares que ocorreram na área e a determinação das
principais fontes dos sedimentos. O tratamento laboratorial das amostras envolveu, entre outros
procedimentos, a passagem dos sedimentos através de um crivo com rede de 2,000 mm
(diâmetro máximo dos grãos de areia) e de um crivo com rede de 0,063 mm (diâmetro máximo
das partículas de silte, cujo diâmetro é superior ao das argilas). A fração de sedimento retida
entre os dois crivos foi sujeita a novo tratamento para separar os minerais pesados (com
densidade superior a 2,9) dos minerais mais leves, como o quartzo e os feldspatos. Numa etapa
subsequente, procedeu-se à identificação, à descrição e à contagem dos minerais pesados
transparentes com o auxílio do microscópio petrográfico, tendo-se verificado que os grãos de
piroxenas e de anfíbolas possuíam, em geral, formas angulosas ou subangulosas, enquanto os
grãos de turmalina, de andaluzite e de estaurolite tendiam a apresentar formas roladas ou
subroladas. As abundâncias relativas das diferentes espécies de minerais pesados transparentes,
que apresentam uma percentagem superior a 5% do número total de grãos contados, estão
registadas no Quadro I.
1. O estudo de sedimentologia apresentado teve como finalidade
(A) separar os minerais leves dos minerais pesados.
(B) separar os sedimentos de acordo com a sua granulometria.
(C) conhecer a origem dos sedimentos depositados no leito do rio.
(D) conhecer as rochas que afloram nas margens do rio.

2. A utilização dos dois crivos permitiu separar


(A) as areias dos sedimentos mais finos.
(B) as argilas dos restantes sedimentos estudados.
(C) os siltes dos sedimentos mais finos.
(D) os sedimentos em dois grupos granulométricos.
3. Considere as afirmações seguintes, referentes aos sedimentos estudados e à interpretação
dos dados fornecidos.
I. As piroxenas apresentam maior resistência à ação do transporte do que a andaluzite.
II. Os grãos de turmalina apresentam uma forma compatível com a sua mobilização em mais do
que um ciclo sedimentar.
III. A forma dos grãos de estaurolite indicia uma origem distante do local de recolha da amostra.
(A) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(B) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(C) III é verdadeira; I e II são falsas.
(D) I é verdadeira; II e III são falsas.

10. Explique a possível proveniência das piroxenas que constituem as amostras de sedimentos
recolhidas no local A. Na sua resposta, refira a possível fonte principal daquele mineral,
considerando os minerais predominantes nas rochas atravessadas pelo rio Guadiana e as
características morfológicas dos grãos de piroxenas.

2F2018- G3
Na mina de fosfato de Wengan, no sudoeste da China, é explorada a Formação de Doushantuo.
Esta formação geológica inclui rochas como: (1) argilitos, com tendência para se dividirem em
folhas ou lâminas paralelamente à direção de estratificação; (2) fosforitos, rochas formadas em
meio marinho, cuja génese está relacionada com a evolução biológica, constituídas por
abundantes quantidades de fosfatos, que precipitaram juntamente com carbonato de cálcio e
óxidos de ferro; (3) rochas carbonatadas. As rochas de Doushantuo podem ser agrupadas em
dois conjuntos, a sequência inferior e a sequência superior, ambas transgressivas e separadas,
em alguns locais, por carbonatos que sofreram carsificação. As rochas da sequência inferior da
Formação de Doushantuo, assim como outras rochas semelhantes e contemporâneas que
afloram em diversos locais do globo, registam os efeitos do fim da glaciação Marinoana. Como
consequência das mudanças climáticas associadas ao final deste período glaciar, os processos
geológicos que ocorreram na superfície descoberta dos continentes propiciaram o aumento da
quantidade de fósforo transportado pelos rios, contribuindo para o aumento dos nutrientes
disponíveis nos oceanos. A sequência superior é conhecida pelo elevado grau de preservação e
pela grande variedade de organismos fossilizados contidos nos fosforitos. As idades U-Pb obtidas
em minerais contidos nas cinzas vulcânicas, intercaladas na Formação de Doushantuo, indicam
que a deposição desta formação ocorreu entre os 635 e os 551 milhões de anos, antes do início
do Paleozoico.
Baseado em D. Condon et al., «U-Pb Ages from the Neoproterozoic Doushantuo Formation, China», Science, Vol. 308, 2005 e em
A. Sanches, «Fosforitos neoproterozóicos dos grupos Vazante (MG) e Una (BA): origem, idades e correlações», Universidade
Federal da Bahia, 2012

1. De acordo com os dados, as rochas que separam as sequências inferior e superior da


Formação de Doushantuo sofreram meteorização
(A) química, por dissolução.
(B) física, pelo processo de crioclastia.
(C) química, por hidrólise.
(D) física, pela ação dos seres vivos.

2. A fossilização dos organismos descobertos na Formação de Doushantuo foi possível porque


(A) a sedimentação ocorreu num ambiente de elevado hidrodinamismo.
(B) a camada de ozono protegeu os organismos da radiação ultravioleta.
(C) a formação das rochas quimiogénicas preservou a sua morfologia.
(D) a deposição rápida de detritos finos conservou as suas características.

3. As rochas da sequência inferior da Formação de Doushantuo evidenciam _______ da


profundidade do mar e a deposição de sedimentos progressivamente mais _______.
(A) o aumento … grosseiros
(B) o aumento … finos
(C) a diminuição … finos
(D) a diminuição … grosseiros

6. A existência de argilito na Formação de Doushantuo permite inferir que as rochas foram


sujeitas
(A) a pressão litostática e a compactação.
(B) a tensões que provocaram fraturação.
(C) a metamorfismo de contacto.
(D) a processos de deformação dúctil.

8. Faça corresponder cada uma das descrições relativas a diferentes tipos de rochas expressas
na coluna A à designação correspondente, que consta na coluna B
9. Explique de que modo os processos geológicos, que ocorreram nos continentes, associados às
mudanças climáticas do final da glaciação Marinoana poderão ter contribuído para a formação
dos fosforitos e para a grande variedade de organismos marinhos fossilizados neles contidos.

1F2014- G3
O Atlântico invadiu a bacia do Baixo Tejo no início do Miocénico inferior. Desde então, a sedimentação tem ocorrido
na interface continente-oceano, com oscilações da linha de costa – ciclos transgressivo-regressivos – dependentes de
efeitos tectónicos e de variações do nível da água do mar.
Lisboa e a península de Setúbal estão localizadas no sector distal da bacia do Baixo Tejo, onde se encontram bem
expostos estratos do Miocénico. Na determinação das idades desses estratos, o estudo do seu conteúdo fossilífero foi
fundamental. Os foraminíferos (protozoários geralmente com concha calcária) foram particularmente importantes no
que diz respeito aos sedimentos marinhos, enquanto os fósseis de mamíferos se revelaram importantes marcadores nas
formações continentais.
Na Figura 3, está representado um corte geológico da arriba da margem esquerda do estuário do Tejo, sob o
monumento a Cristo Rei, em Almada, na península de Setúbal. Os estratos, pouco deformados, fazem parte de
unidades sequenciais bem definidas (II, III, IVa, IVb, Va1, Va2 e Va3), caracterizadas pela presença de determinadas
associações de fósseis de foraminíferos (N) e de mamíferos (MN3). Podem ser destacados outros fósseis, como, por
exemplo, moldes de moluscos (nas unidades III, Va1 e Va3), exemplares do molusco Pereraia gervaisi (unidade IVa) e
bancos de ostras e restos de plantas (unidade IVb).

1. Os fósseis de moluscos encontrados na unidade III, e referidos no texto, resultaram de


processos de

(A) substituição da totalidade do ser vivo por matéria mineral.

(B) reprodução da morfologia da parte interna ou externa da concha.

(C) conservação completa das estruturas orgânicas do ser vivo.

(D) preservação de registos da atividade do animal marinho.


2. O molusco Pereraia gervaisi é um fóssil de idade, pois esta espécie viveu num período
de tempo relativamente

(A) curto e apresenta grande distribuição estratigráfica.

(B) longo e apresenta reduzida distribuição estratigráfica.

(C) curto e apresenta grande dispersão geográfica.

(D) longo e apresenta reduzida dispersão geográfica.

3. Os foraminíferos planctónicos representados na Figura 3 são considerados fósseis de


fácies

(A) marinha e permitem a determinação da idade radiométrica das rochas.

(B) continental fluvial e permitem a determinação da idade radiométrica das rochas.

(C) marinha e contribuem para a interpretação do ambiente em que se formou a rocha.

(D) continental fluvial e contribuem para a interpretação do ambiente em que se formou a rocha.

4. As areias de estuário depositaram-se _______ das argilas e dos siltes marinhos da


unidade IVa, o que permite deduzir que houve _______ da energia do agente de transporte.

(A) antes … uma diminuição

(B) depois … uma diminuição

(C) antes … um aumento

(D) depois … um aumento

5. A reconstituição de paleoambientes e a correlação entre unidades litostratigráficas com


a mesma associação de fósseis encontradas em locais diferentes baseiam-se,
respetivamente, nos princípios

(A) do atualismo e da identidade paleontológica.


(B) do catastrofismo e da identidade paleontológica.

(C) do atualismo e da sobreposição de estratos.

(D) do catastrofismo e da sobreposição de estratos.

6. Numa zona de vertente, os movimentos em massa são potenciados por _______


amplitudes térmicas e pela existência de materiais permeáveis _______ a materiais
impermeáveis.

(A) grandes … sobrejacentes

(B) grandes … subjacentes

(C) pequenas … sobrejacentes

(D) pequenas … subjacentes

7. Relacione o conteúdo fossilífero das unidades IVa e IVb com a variação do nível da água do mar.

8. Faça corresponder cada uma das caracterizações de rochas sedimentares, expressas na


coluna A, à respetiva designação, que consta da coluna B.

Escreva, na folha de respostas, apenas as letras e os números correspondentes.

Utilize cada letra e cada número


apenas uma vez.

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