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A felicidade como conquista da

plenitude: a paralaxe da ótica


teológica e da ótica filosófica.
Texto base: FERMANI, Arianna. A vida feliz humana: diálogo com Platão
e Aristóteles. São Paulo: Paulus, 2015
Felicidade como conquista da plenitude
I. FELICIDADE: ENTRE EXPERIÊNCIA DE PLENITUDE E PLENITUDE DE VIDA

O texto discute a natureza da felicidade e sua relação com a plenitude na vida humana, explorando
diferentes perspectivas e questionamentos filosóficos sobre o assunto.

A busca pela felicidade:

A relação entre felicidade e plenitude

Diferentes perspectivas filosóficas

O papel da moderação e da renúncia

A felicidade como um processo contínuo

Reconsiderando a perspectiva aristotélica


Por uma plenitude no horizonte
da enérgeia
As reflexões aristotélicas, assim como as
platônicas
• Apontam que tudo é dizível de muitos modos: pode ser expandido;
• Quase nunca são unívocas, unilaterais: “ou isso ou aquilo;”
• É difícil de definir a realidade:
• Precisa-se reconhecer os próprios limites;
• Nem tudo haverá definição;
• A felicidade pode ser examinada e definida de diversas formas;
Aristóteles
• fala da atividade da alma segundo a virtude;
• “enérgeia:” "força", "eficácia", "atividade", "ação", "obra", "energia;“
• “Télos:” objetivo", "cumprimento", "perfeição", "realização;“
• O télos não está à parte da enérgeia enquanto “atividade perfeita.”
• Constante: “Ser feliz consiste em viver e agir.”
• Imperfeição: tensão, “kínesis” (visa umobjetivo), quietude, linear;
• A "potência perfeita", hospeda-se em si desde o início;
• “Uma atividade que se mantém no seu desenvolvimento.”
Enérgeia e prazer

• São termos inseparáveis: o prazer não é inativo, mas aperfeiçoa;


• A felicidade é fim perfeito na atividade;
• Platão: o útil é o que "não permite que as coisas parem;”
• Alguns atingiram a perfeição (télos) na arte do pugilato;
“Um agir que nos torna cada vez mais hábeis”
• Quando se está bem se abraça a mundo;
• Uma vida que “está bem” é uma vida que se expande;
• A “enérgeia” deve ser pensada como uma espiral;
• A felicidade satisfaz, mas não pesa;
• “um télos que não interrompe, mas libera novos inícios”
A DIFICULDADE DE FAZER NASCER ASAS:
FELICIDADE COMO
CONQUISTA
Como é esta felicidade
• Descrição da felicidade em termos de leuitas [leveza];
“O seu oferecer-se como capacidade germinativa, como nascente de dilatação
da existência, como "poder irradiante” (FERMANI, 2015, P. 580)
• Uma felicidade com capacidade de crescer e se expandir.
• Portanto, felicidade como leveza aqui não significa leviana ou pueril, mas que
eleva, que liberta.
• Felicidade que influencia, que transforma.
• Adverte-se contra a redução da Felicidade a algo efêmero,
defendendo uma Felicidade duradoura e permanente.
• A busca pela Felicidade deve ser feita com esforço e trabalho (érgon)
A felicidade dever ser preciosa
• Pois não é alcançada com facilidade;
“nenhuma vida feliz humana se dá sem esforço, sem empenho, sem
luta.” (FERMANI, 2015, P. 582).
“Ao contrário, a felicidade, aquela humana, a eudaimonía, é fruto de
uma conquista, é produto de uma construção.” (FERMANI, 2015, P.
583).
A partir da óptica de Tarakiewicz, Fermani
coloca:
O ideal de vida feliz plena e perenemente satisfeita, de uma vida
estavelmente saciada, completa, plena "por natureza" e "sem esforço",
não pertence ao homem, para quem a plenitude da vida não é grátis,
não se dá como um presente inesperado, mas como aquilo que, uma
vez alcançado, nunca o é de maneira estável, e nunca está garantido de
uma vez por todas.(FERMANI, 2015, P. 583).
• Não se refere a uma utopia.
• É uma plenitude trabalhosa
Como ter uma vida plena
• “Se se deseja uma vida plena, é preciso antes preenchê-la”.
• “Ao ser humano não é concedido ser feliz senão desse modo, se não
se aplicar constantemente, se não usar o que qualifica como ser
humano” (P. 584)

• É o lógos que qualifica o ser humano.


Para a autora, logos não como transcendente

• A capacidade de discernimento, de fazer escolhas certas e de


compreender a si mesmo.
Que felicidade é esta?
• A própria existência;
• O funcionamento fisiológico da pessoa;
• Uma vida bem vivida;
A felicidade se origina de nós mesmos
• Fruto de nossas próprias ações;
• Nossa enérgeia – capacidade de agir e érgon (esforço e trabalho)
• uma obra, escreve Aristóteles, que "não está fora, mas naquele
mesmo que ama". É somente amando que um amor pode se realizar,
assim como é só vivendo bem que o bem viver toma forma, que a
obra-prima da vida feliz é realizada (FERMANI, 2015, P. 589)
CONCLUSÃO
• A felicidade é Telos e Arché;
• Ela é o que traz sentido a todas as coisas
• E deve ser ressaltado que essa construção consciente da felicidade
não tem nada a ver nem com uma abstrata lógica racionalista, que
pretende cortar os prazeres da vida(...); nem com aquele
comportamento asceta para o qual a vida boa seria uma vida
desprovida de elementos que estão fora da esfera da
racionalidade.(FERMANI, 2015, P. 403)
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO

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