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MANUAL DE ORTOPEDIA

Avaliação, tratamento e aplicabilidade clínica

Organizador: Maurício Gonçalves Pereira

CARATINGA
2023
PREFÁCIO
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO VOLTADOS PARA


FISIOTERAPIA MUSCULOESQUELÉTICA – Autor: Maria Luiza Werneck Alves

CAPÍTULO 2 - PRINCÍPIOS DA AVALIAÇÃO MUSCULOESQUELÉTICAS- Autor:


Débora Rodrigues de Souza.

CAPÍTULO 3 – AVALIAÇÃO FISIOTERAPEUTICA E A CLASSIFICAÇÃO DE


BANDEIRAS– Autor: Daniela Helena de Almeida e Juan da Costa Laurião

CAPÍTULO 4 - EXAMES COMPLEMENTARES NA FISIOTERAPIA– Autor: Lívia


Stefani Soares Teodoro

CAPÍTULO 5 - BIOPSICOSOCIAL NO SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO–


Autor: Isla Adriane Silva Rocha Oliveira

CAPÍTULO 6 - NEUROCIÊNCIA DA DOR – Autor: Viviane Loures Barbosa

CAPÍTULO 7 – PSICOLOGIA E DOR – Autor: Amanda Kelly Florentino

CAPÍTULO 8 – A AVALIAÇÃO DA DOR – Autor: Mélane Miranda Eleutério

CAPÍTULO 9 – INTERVENÇÃO DA DOR – Autor: Lucas Marques

CAPÍTULO 10 – LESÃO MUSCULAR – Autor: Maria Alice Rosa dos Santos

CAPÍTULO 11 – LESÃO TENDINOSA – Autor: Vinicius Marques Gonçalves

CAPÍTULO 12 – PRESCRIÇAO DE EXERCICIOS E PROGRESSAO DE CARGA –


Autor: Ana Beatriz

CAPÍTULO 13 – FORTALECIMENTO E OCLUSÃO VASCULAR – Autor: Diego


Dias Guerra
CAPÍTULO 14 – AGENTES ELETROFÍSICOS – Autor: Maria Eduarda da Silva Lima

CAPÍTULO 15 – APLICAÇÃO DO LASER E DO ULTRASSOM NA FISIOTERAPIA


– Autor: Bruno Augusto Teixeira da Silva

CAPÍTULO 16 – COLUNA CERVICAL – Autor: Isadora de Castro Dias.

CAPÍTULO 17 – COLUNA TORÁCICA – Autor: Camila Teodoro Pereira

CAPÍTULO 18 – ESCOLIOSE – Autor: Leandra Paula Madrona Ferreira

CAPÍTULO 19 – COLUNA LOMBAR – Autor: Cristiane Geralda de Freitas


Rodrigues

CAPÍTULO 20 – A ARTICULAÇÃO SACRO-ILÍACA – Autor: Gercino Gomes


Pinheiro Neto

CAPÍTULO 21 – PUBALGIA – Autor: Thaynara Siqueira Rosa

CAPÍTULO 22 – SÍNDROME DO TROCÂNTER MAIOR – Autor: Nathállia de Aguiar


Lima Silva

CAPÍTULO 23 – IMPACTO FEMOROACETABULAR – Autor: Ana Laura Rodrigues


dos Passos

CAPÍTULO 24 – SÍNDROME FÊMORO – PATELAR – Autor: Hellen Fátima Soares


Vieira

CAPÍTULO 25 – LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR, LIGAMENTO COLATERAL


MÉDIO E MENISCO– Autor: Joyce Caroline Alves Ferreira
CAPÍTULO 26 – OSTEOARTROSE DE JOELHO E QUADRIL – Autor: Maria
Eduarda Gomes de Correia
CAPÍTULO 27 – TORNOZELO E PÉ – Autor: Mariana de Souza Silva

CAPÍTULO 28 – OMBRO – Autor: Alessandra Maria Ferreira

CAPÍTULO 29 – COTOVELO – Autor: Isadora Moraes Ribeiro de Freitas

CAPÍTULO 30 – PUNHO E MÃO – Autor: Ericarla Baesso Ramos Silva

CAPÍTULO 31 – FISIOTERAPIA X DESORDEM TEMPOROMANDIBULAR – Autor:


Suellen Cristina Rossinol

CAPÍTULO 32 – REABILITAÇÃO E FISIOTERAPIA EM AMPUTADOS DE


MEMBROS INFERIORES E PRÁTICAS FISIOTERAPÊUTICAS RECOMENDADAS
– Autor: Valéria Vivianni do Valle Soares
CÁPITULO 1: FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO VOLTADOS PARA
FISIOTERAPIA MUSCULOESQUELÉTICA

Maria Luiza Werneck Alves

Durante a prática clínica, é necessária a avaliação do estado físico do


paciente, seja com a finalidade de diagnóstico, observação da mudança na condição
como resultado de uma intervenção ou para distinguir diferenças individuais na
resposta ao tratamento. Para que isso seja mensurável, é necessária a utilização de
ferramentas que avaliem com precisão o quadro clinico deste indivíduo,
caracterizadas como peças indispensáveis na prática diária do fisioterapeuta, pois o
clínico tem como rotina avaliar e comparar, a nível individual, os valores atuais e
anteriores das medidas de resultado com maior perspectiva acerca da evolução do
quadro clínico do paciente e das possíveis condições de alta.
Diante da complexidade do corpo humano e a gama de moléstias que podem
acometê-lo, a fisioterapia se divide em diversos ramos terapêuticos, dentre estes a
musculoesquelética que atua nas alterações dos sistemas neurológico, muscular e
osteo cinemático. O profissional fisioterapeuta possuindo autonomia de diagnóstico,
tratamento, acompanhamento de evolução e planejamento de alta, necessita fazer
uso de diversos instrumentos avaliativos que fornecem dados que corroboram para
uma melhor conduta terapêutica.
Como descrevem GRUCHOSKI, B. A., MARTINS, H. R. F. (2021 p. 6 apud
LAURIDISEN et al, 2006): [...] seja na pesquisa quanto na prática clínica, clínicos e
pesquisadores desejam identificar a mudança na condição de um paciente como
resultado de uma intervenção ou para distinguir diferenças individuais na resposta
ao tratamento. Para que isso seja mensurável, é necessária a utilização de
instrumentos de medidas que avaliem com precisão.
A proposta deste capítulo é complementar este guia de bolso, descrevendo
os instrumentos de avaliação mais utilizados seguindo a literatura atual, com o
propósito de servir como ferramenta facilitadora para que fisioterapeutas possam
utilizar os conceitos em sua rotina clínica. E a partir dos “[...] parâmetros advindos da
avaliação funcional, é possível elaborar um plano de intervenção fisioterapêutica
objetivo, específico às individualidades e necessidades do paciente” (NETO et. al,
2021).
Incontáveis ferramentas são descritas na literatura para avaliação
musculoesquelética, a escolha dos métodos descritos neste capítulo ocorreu por
grau de confiabilidade, referenciação e atualidade.

FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO
1.1 APLICADAS AOS MEMBROS INFERIORES
1.1.1 Medidas de capacidade de pé e tornozelo (FAAM):
Tem o intuito de medir através do auto relato alterações de perna, tornozelo e
pé, melhorando a capacidade em comparar a eficácia de tratamentos além de
favorecer a coleta de dados. Possui duas subescalas sendo vinte e uma sobre
atividades de vida e oito sobre esportes.

1.1.2 Activies of daily living scale of the Knee outcome survey (KOS-ADLS):
Tem como objetivo avaliar através de um questionário os sintomas de
pacientes portadores de afecções do joelho durante atividades de vida diária
(AVDs). São quatorze questões com alternativas e respostas fechadas, onde os
valores de um a seis avaliam sintomas geralmente relatados durante as AVDs por
pacientes com afecções no joelho. Os itens sete a quatorze são relacionados à
função nas AVDs. Ainda existem outras três questões que apesar de não somarem
pontuações, têm por objetivo reforçar a avaliação global do nível de função ou perda
do indivíduo.

1.1.3 Victorian institute of sport assessment – Patella (VISA-P):


Avalia os sintomas e limitações funcionais associados à tendinopatia patelar.
Com oito questões, consiste em uma escala do tipo Likert, onde o paciente
autorrelata seu grau de concordância com uma afirmação feita sobre os sintomas e
a incapacidade funcional associadas à tendinopatia patelar.

1.1.4 International knee documentation committee – subjective Knee Form


(IKDC-SKF):
Avaliação subjetiva da função do joelho que tem por objetivo, avaliar desde
pessoas com dificuldades para levantar e sentar até atletas com grande aptidão
física. Através deste questionário, que é composto por dez perguntas fechadas, o
paciente pode graduar sobre confiança e capacidade, relacionando as lesões do
joelho á aptidões físicas, após o levantamento dessas informações, é realizada a
análise da evolução das lesões até o retorno esportivo ou laboral do indivíduo.

1.1.5 Lysholm knee scoring scale:


Escala própria para sintomas do joelho de indivíduos com lesão meniscal,
lesão do ligamento cruzado anterior, artrose do joelho ou condromalácia. Composta
por oito tópicos sobre: claudicação, agachamento, uso de apoio, subida de escadas,
instabilidade, bloqueio, dor e edema.

1.1.6 Harris hip score modificado por Byrd:


Escala de avaliação de dor e perda de função em afecções acometidas no quadril,
comumente utilizada para cirurgias de artroscopia. Importante no acompanhamento
da evolução do paciente e também como critério para alta no pós-operatório.

1.1.7 Ankle-hindfoot scale (AOFAS):


Consiste em um método de avaliação da função do tornozelo e retropé, composto
por nove questões distribuídas em três tópicos: dor, função e alinhamento. Os itens
que se referem à função abordam especificamente a capacidade de marcha, as
limitações para as AVDs e a necessidade de dispositivos auxiliares para adequação
da marcha.

1.2 APLICADAS AOS MEMBROS SUPERIORES


1.2.1 Questionário de deficiências do ombro, braço e mão (DASH) e
Deficiências rápidas de ombro, braço e mão (Quick DASH):
Questionários compostos por trinta (DASH) e onze (Quick DASH) questões,
com objetivo de analisar afecções em ombro, cotovelo, punho e mão. Permitem o
levantamento dos sintomas, assim como as habilidades do indivíduo na execução de
algumas atividades.

1.2.2 Índice de dor e capacidade de ombro (SPADI):


Questionário de qualidade de vida desenvolvido para avaliar a dor, a
incapacidade e o impacto de problemas específicos da articulação do ombro em
ambiente ambulatorial. De fácil e rápido preenchimento (exigindo um período de três
a dez minutos para aplicação), apresenta todas as propriedades psicométricas que
são avaliadas em formato de questões curtas e respostas em escala numérica.

1.2.3 The western ontario rotator cuff index (WORC):


Elaborado inicialmente na língua inglesa é um instrumento que faz o levantamento
da qualidade de vida do paciente. O estudo de suas propriedades psicométricas
mostra correlação com os métodos DASH, UCLA e ASES. Foi criado e validado para
ser aplicado em indivíduos com afecções no manguito rotador. As questões contidas
no questionário abrangem cinco domínios: sintomas físicos, execução de atividades
laborais, esportes e recreação, estilo de vida e estado emocional. É possível obter o
resultado de cada tópico separadamente, uma vez que, as respostas ao WORC se
dão através de Escala Visual Analógica (EVA).

1.2.4 Índice de instabilidade do ombro de Wester Ontario (WOSI):


Questionário individualizador composto por vinte e uma questões que
permitem observar a qualidade de vida relacionada a doenças que causam
alterações no ombro. Abrange quatro domínios: sintomas físicos; esportes,
recreação e trabalho, estilo de vida e estado emocional. As questões do WOSI têm
formato de resposta através de escala EVA.

1.2.5 American shoulder and elbow surgeons standardized shoulder -


assessment form (ASES):
O questionário ASES é segmentado em duas seções: uma aplicada pelo
profissional e outra autorrelatada pelo paciente. A sessão relacionada à dor é
composta por apenas um item e os outros dez itens são relacionados a função do
ombro. O item para a dor é avaliado por meio de uma escala analógica visual de dez
centímetros que varia de nenhuma dor e a pior dor possível. Por meio de uma
escala Likert, os dez itens são avaliados para função em quatro pontos, incluindo
atividades cotidianas, tais como colocar uma jaqueta ou alcançar um objeto no alto,
e atividades que exigem maior esforço e amplitude, como lançar uma bola acima da
cabeça. Trata-se de um questionário simples, fácil de administrar, confiável e válido.

1.3 APLICADAS A COLUNA VERTEBRAL


1.3.1 Avaliação postural visual:
Com o auxílio de um simetrógrafo, a avaliação postural visual, busca rastrear
possíveis assimetrias musculoesqueléticas nos diferentes planos anatômicos
(sagital, frontal e transversal). É realizada através de análise visual e posterior
observação qualitativa das curvaturas da coluna vertebral. Para isso deve-se
observar o posicionamento da cabeça, o aumento e diminuição das curvas,
diferença de altura entre os ombros, posição da pelve, joelhos e pés, entre outras
assimetrias.

1.3.2 Fotogrametria:
Ferramenta que utiliza a imagem fotográfica para avaliação postural, visto
que, em muitos casos, apenas a avaliação qualitativa da postura não permite
detectação e/ou acompanhamento de pequenas alterações presentes ou adquiridas
durante um processo de reabilitação. É comprovada a confiabilidade intra e
interexaminadora para medir ângulos posturais no registro fotográfico, através da
análise da imagem.

1.3.3 Software de Avaliação Postural (SAPO):


Trata-se de uma ferramenta livre e de código aberto que consiste em um
programa de fotogrametria utilizado para procedimentos científicos de análise
postural. Permite a importação, a calibração das imagens, a marcação dos pontos
na fotografia que seguem, um protocolo previamente definido utilizando um padrão
de avaliação postural que gera valores para o banco de dados de postura (também é
possível utilizar a marcação livre de pontos). A partir da coleta desses dados, o
software gera relatórios para análises.

1.3.4 Inspeção dinâmica:


São movimentos ativos realizados em todos os planos de espaço. Deve-se
observar a amplitude e o padrão de cada movimento. Durante essa observação, é
possível perceber as “zonas planas”, os “picos de mobilidades”, as restrições
miofasciais, entre outros pormenores. Muitas das vezes o padrão pode demonstrar
mais disfunções do que a amplitude propriamente dita.

1.3.5 Estrela de Maigne:


Através de um esquema em estrela proposto por Maigne, é possível
representar por diferentes setas os movimentos de flexão, extensão, rotação direita,
rotação esquerda, inclinação direita e esquerda. Devem ser assinaladas nas setas
as representações pertinentes a intensidade e direção da dor, bem como o grau de
limitação do movimento. Assim, quando as setas são assinaladas com apenas uma
linha, significa que aquele movimento é realizado com pequena dor e pequena
limitação; quando assinalado por três linhas, demonstra que aquele movimento é
realizado com grande dor e grande limitação de amplitude.

1.3.6 Goniometria:
Tem como principal objetivo demonstrar a amplitude de movimento que uma
articulação ou um segmento é capaz de atingir, utilizando o método de medição dos
ângulos articulares.

1.3.7 Aplicativos para a avaliação angular:


Método tecnológico que auxilia na aferição da amplitude de movimento de
forma semelhante à realizada através da goniometria, onde são utilizados
marcadores previamente posicionados, com precisão, em locais de referência
anatômica, para que em seguida, sejam utilizados como guias na marcação das
amplitudes.

1.3.8 Índice de incapacidade Oswestry (ODI):


Esse questionário é utilizado para mensurar a incapacidade funcional da
coluna lombar, associada a dor e a atividade física. Possui dez tópicos, onde o
primeiro avalia a dor e sua intensidade e os demais avaliam as dificuldades
encontradas pelo indivíduo ao realizar atividades cotidianas. O tempo necessário
para aplicação é de aproximadamente dez minutos.

1.3.9 Questionário de incapacidade Roland-Morris:


Trata-se de um questionário de avaliação de incapacidade específica para dor
lombar, onde levanta o grau de influência da dor nas atividades laborais e
cotidianas. Possui vinte quatro questões objetivas e simples, cujo tempo de
aplicação total gira em torno de cinco minutos. O valor médio obtido para pacientes
portadores de dor lombar crônica é estabelecido em 11,4; considera-se que
indivíduos com valores superiores a 14 tenham uma incapacidade grave.

1.3.10 Questionário de incapacidade lombar de Quebec:


É uma opção para mensurar a incapacidade funcional causada pela
lombalgia. É formado por vinte itens que relatam a dificuldade de realizar atividades
físicas de leve intensidade e se divide em seis seções: repousar/dormir,
sentar/levantar, caminhar, movimentar, flexionar/parar e manejar objetos pesados. O
tempo de aplicação também é em torno de dez minutos;

1.3.11 Questionnaire start back screening tool (SBST):


Desenvolvido com a finalidade de classificar o risco de mau prognóstico em
pacientes com dor lombar e/ou lombociatalgia, o SBST tem sido empregado como
preditor de disfunções futuras para pacientes no tratamento primário, onde vem
demonstrando alta confiabilidade teste-reteste e consistência interna aceitável.
Através dele é possível mensurar a incapacidade funcional causada pela dor na
coluna e ombros. É formado por nove itens que descrevem a dor na presença de
fatores físicos e seus aspectos psicossociais relacionados ao incômodo.

1.3.12 Índice de incapacidade cervical (NDI):


Válido para avaliar a capacidade funcional da região cervical, este índice é
constituído por dez tópicos referentes a atividades gerais e dor, onde os itens são
organizados pelo tipo de atividade e seguidos por seis diferentes asserções que
expressam progressivos níveis de capacidade funcional. A pontuação é feita
empregando-se um percentual do grau da dor e de incapacidade funcional do
paciente. O tempo médio para a aplicação do questionário é de apenas três minutos.

1.3.13 Questionário de crenças de Fear Avoindance (FABQ):


Trata-se de uma ferramenta desenvolvida para avaliação que segue modelos
cognitivos comportamentais, aborda o medo, as crenças e os comportamentos de
evitação dos indivíduos com dor lombar crônica em relação à atividade física e ao
trabalho. Constituído por dezesseis itens de autorrelato, graduados em uma escala
Likert que são divididos em duas subescalas: a que aborda os medos e as crenças
dos indivíduos em relação as atividades laborais e a que aborda seus medos e
crenças em relação às atividades físicas.

1.3.14 Escala funcional específica do paciente (PSFS):


Criado para facilitar a identificação pelo próprio paciente, com o
reconhecimento das atividades que, devido à sua condição clínica, são de difícil
execução e ao mesmo tempo, quantificar o nível desta dificuldade. Por se tratar de
um questionário autorrelatado, o PSFS é de fácil preenchimento, eficiente, efetivo e
válido sendo, capaz de avaliar mudanças na recuperação da funcionalidade do
indivíduo. Deve ser aplicado ao paciente na avaliação inicial e final do tratamento,
sendo uma medida para avaliar as mudanças ao longo do tempo e não como uma
medida de deficiência.

1.3.15 PROMIS intensidade de dor:


Uma iniciativa do National Institutes of Health (NIH), Estados Unidos, o
PROMIS inovou a área de medidas de resultados relatados pelo paciente ao
aprovisionar bancos de itens precisos e válidos, englobando vários aspectos da
saúde do paciente, calibrados pela Teoria de Resposta ao Item (TRI) e direcionados
à avaliação do impacto de diversas doenças crônicas na qualidade de vida. Dentre
os instrumentos do PROMIS, a escala de Saúde Global destaca-se por permitir a
coleta de percepções gerais de saúde física, mental e social, com poucos itens e em
tempo reduzido, em relação às medidas tradicionais (tempo médio de dois minutos).
De ampla aplicabilidade, destina-se a uma variedade de doenças crônicas e é
preditivo de eventos futuros importantes, tais como a necessidade de prestação de
serviços de assistência à saúde e mortalidade.

REFERÊNCIAS

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FERNANDES, M. R. M., MARCOLINO, A. M., Questionário Patient Specific


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musculoesqueletica-elaboracao-de-um-manual-para-academicos-de-fisioterapia/
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NETO, H. P. [et al] Escalas e testes funcionais em fisioterapia ortopédica,
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NUSBAUM, L. NATOUR, J., FERRAZ, M.B., GOLDENBERG, J., Translation


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PILZ, B. [et al] Versão brasileira do Start Back Screening Tool - tradução, adaptação
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ZUMPANO, C. E. [et al] Adaptação transcultural e validação da escala de Saúde


Global do PROMIS para a língua portuguesa. 2017. Cad. Saúde Pública 33 (1).
Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311X00107616 Acesso em: 29 jan 2023
CÁPITULO 2: PRINCÍPIOS DA AVALIAÇÃO MUSCULOESQUELÉTICAS

Débora Rodrigues de Souza

Na avaliação musculoesquelética é necessário iniciar o atendimento


com uma anamnese detalhada:

 Qual a idade do paciente? Sabemos que algumas disfunções ocorrem de


maneira natural do corpo.
 Qual nome do paciente? É necessário a identificação do paciente.
 Qual a ocupação do paciente? Temos a diferença entre trabalhos sedentários
e trabalhos braçais que afetam a saúde do mesmo.
 Quais medicações o paciente usa? Importante saber se o paciente está em
algum tratamento medicamentoso, alguns medicamentos podem trazer efeitos
colaterais negativos.
 A família possui algum histórico de doença? Algumas patologias podem ser
hereditárias, e importante saber se os sintomas do paciente não podem ser
de alguma dessas.
 É um paciente etilista, tabagista, pratica exercícios físicos? Paciente que
possui uma vida mais saudável traz melhores resultados para o tratamento,
algumas disfunções podem se dar pelos hábitos ruins do mesmo.
 Qual o motivo da procura por um fisioterapeuta? Queixa principal, história da
doença atual.
 Trauma desencadeante. Paciente sofreu alguma queda ou acidente.
 Início dos problemas: Inicio de maneira rápida ou lenta, piora ao dia ou
durante a noite.
 Localização dos sintomas que incomodam o paciente. Ombro, quadril, joelho,
outros.

 Onde sentiu a dor pela primeira vez, é uma dor que irradia? Identificar se é
uma dor que fica em um local específico, por exemplo só na lombar, ou desce
ate a perna.
 Há quanto tempo o paciente sente esta dor? É importante lembrar que se a
dor tem um tempo menor que 3 meses ela é aguda, ainda um sintoma, mas
se ela excede por um tempo maior que 3 meses se torna crônica, ou seja,
agora passar a ser uma doença.

 Tipo da dor (Mecanismo Neurofisiológico da dor): O fisioterapeuta deve saber


diferenciar o tipo de dor apresentado pelo paciente.

Dor Nociceptiva: Esta é originada por dano tecidual potencial ou real, a dor é
relacionada com o estímulo desencadeante, resultado de danos teciduais,
frequentes nas situações inflamatórias e traumáticas.

Dor Neuropática: Por sua vez, a dor neuropática é causada por lesão ou doença do
sistema nervoso, se origina por alterações na via nervosa, a qual leva a informação
nociceptiva ao sistema nervoso central (SNC), em alguns casos pode existir tambem
uma lesão no próprio SNC. Neste caso pode haver a existência ou não de um dano
tecidual e mesmo que já tenha ocorrido a cicatrização da lesão a dor ainda persiste.

Dor Nociplástica: Está relacionada mudança na função das vias nociceptivas, onde
não há dano tecidual real ou potencial que justifique a ativação dos nociceptores
periféricos ou provas da existência de uma lesão no sistema somatossensorial,
neste caso existe uma espécie de desregulação neuronal.

É de suma importância fazer uma análise minuciosas para descartar o sistema de


bandeiras, principalmente as Red Flags. Devemos também ressaltar que as doenças
estão diretamente ligadas ao emocional do paciente, falaremos ao longo deste livro,
de maneira detalhada sobre ambos os assuntos, que são as Yellow Flags.

Em seguida deve-se realizar uma bateria de testes de acordo com os sintomas


relatados pelo paciente onde será analisado as estruturas anatômicas com intuito
de descobrir se as estruturas afetadas são vasculares, musculares, ligamentos,
capsulas articulares, nervos ou ossos.

 Testes para força:


Escala de avaliação da força muscular (MRC- Medical Research Council)
0- Durante a palpação paciente não apresenta contração muscular.
1- Existe leve contração à palpação, sem movimento articular.
2- Movimentos articulares com eliminação da gravidade, fraca contração muscular.
3- Paciente possui movimentação normal contra a gravidade.
4- Possui amplitude articular contra gravidade e leve nível de resistência.
5- Total capacidade em superar maior nível de resistência e gravidade.

 Testes para amplitude de movimento (ADM):


Sugestivo para relato de algum sintoma, compressão radicular, síndrome facetaria,
hipomobilidade vertebral.

Flexão: Paciente deve fletir o tronco ou membro solicitado.

Fonte: Autoral

Extensão: Paciente deve realizar extensão do tronco ou membro solicitado.


Fonte: Autoral

Inclinação: Solicitamos a inclinação do tronco para esquerda e para direita.

Fonte: Autoral
 Testes para sensibilidade e reflexo:
Caso o paciente apresente hiperreflexia, é um sinal sugestivo para bandeira
vermelha e deve ser analisado de maneira cautelosa.
Sensibilidade Tátil Gafestesia:
Com o paciente de olhos fechados o examinador desenha um número na palma de
sua mão, analisamos sua capacidade de reconhecimento.
Positivo quando o paciente não consegue identificar os números desenhados.
Sugestivo: função sensorial cortical prejudicada.

Fonte: slideserve
Estereognosia: Paciente permanece de olhos fechados, o examinador entrega
objetos em sua mão e verifica a capacidade do paciente reconhecer os mesmos
objetos.
Positivo caso paciente não consegue identificar os objetos.
Sugestivo: função sensorial cortical prejudicada

Fonte: slideshare

Discriminação de dois pontos: Com um instrumento rígido de pontas finas o


examinador realiza uma pressão na pele do paciente, em diferentes distâncias, o
paciente de olhos fechados deve dizer se existe dois ou um ponto de pressão.
Positivo quando o paciente não consegue discriminar se existe pressão em 2 pontos
ou somente 1.
Sugestivo: função sensorial cortical prejudicada

Fonte: bibliomed

Sensibilidade dolorosa: Com um instrumento de ponta afiada o examinador realiza


uma pressão na pele do paciente com intervalo de 2 segundos, entre um estímulo e
outro, avaliamos assim a existênciade Hipoalgesia, Analgesia, Hiperalgesia. Sempre
que possível de forma comparativa.
Positivo quando o paciente relata um nível de dor inconsistente com a pressão
aplicada, ou não relata resposta ao estimulo.
Sugestivo: função sensorial cortical prejudicada

Fonte: researchgate
Sensibilizada Térmica: O examinador deposita sobre a pele do paciente,de maneira
individual um material frio e outro quente, e realiza assim a avaliação de
Hipoestesia, Anestesia, Hiperestesia.
Positivo quando o paciente não é capaz de diferenciar quando o objeto está quente
ou quando está frio.
Sugestivo: função sensorial cortical prejudicada

Fonte: researchgate

Hoffman: O examinador apoia com uma das mãos o punho do paciente e com a
outra mão segura o 3° dedo estabilizando as falanges proximais, o examinador
realiza de forma rápida uma flexão (como um pequeno beliscão) na falange distal
deste paciente.
Positivo quando os demais membros da mão realizam durante o teste o movimento
de flexão.
Sugestivo: Moto neurônio superior lesado.

Fonte: Autoral

Reflexo Patelar: O paciente se senta na beira do leito e o examinador localiza o


tendão patelar, que se encontra abaixo da patela, em seguida realiza uma
percussão sobre este tendão.
Positivo se não houver extensão da perna.
Sugestivo: Lesão nas raízes nervosa de L2 a L4.
Fonte: Autoral

Reflexo Aquileu: O paciente deve se assentar a beira do leito com os pés pendentes,
em seguida o examinador estabiliza o pé deste paciente e realiza uma percussão
sobre o tendão aquileu.
Positivo caso o paciente não apresente plantiflexão durante a realização do teste.
Sugestivo: Lesão em raízes nervosas de L5 a S2.

Fonte: Autoral
Teste de Romberg: Paciente se posiciona de pé com as pernas e braços unidos ao
corpo, durante uma média de 15 segundos o paciente deve se manter equilibrado,
em seguida o teste é repetido mas desta vez com os olhos fechados por mais 15
segundos.
Caso o paciente apresente desequilíbrio ou sinal compensatório o teste é positivo.
Sugestivo: Estenose do canal medular.
Fonte: Autoral
 Testes ortopédicos:
Cervical:
Teste de compressão: Paciente sentado o examinador se posiciona com as mãos
sobre a cabeça deste paciente e realiza uma leve pressão para baixo.
Positivo caso o paciente relate algum sintoma no MMSS.
Sugestivo: Compressão da raiz nervosa cervical.

Fonte: Autoral
Teste de tração: Com o paciente sentado na maca oexaminador apoia uma das
mãos no queixo do paciente e a outra na parte posterior da cabeça, sobre o osso
occipital, em seguida realiza uma tração para cima.
Neste caso, se o paciente relata alivio dos sintomas o teste é positivo.
Sugestivo: Compressão de raízes nervosas.
Fonte: Autoral
Hiperflexão: Paciente sentado o examinador solicita a realização de uma flexão do
pescoço até o ponto de dor ou até onde sua amplitude de movimento permite.
Positivo caso o paciente relate algum sintoma durante a realização do teste.
Sugestivo: Radiculopatia cervical, hérnia discal.

Fonte:Autoral

Hiperextensão: O examinador solicita que o paciente fique na posição sentado para


realização do teste, em seguida o paciente deve realizar uma extensão do pescoço
até o final de sua amplitude de movimento ou seu primeiro ponto de dor.
Se os movimentos reproduzirem os sintomas do paciente o teste é positivo.
Sugestivo: Radiculopatia cervical, síndrome facetaria.
Fonte: Autoral
Ombro:
Jobe: Com paciente de pé o examinador se posiciona a sua frente, é solicitado ao
paciente que eleve os braços no ângulo de 90° e realize uma rotação interna, o
examinador realiza uma pequena pressão para baixo nos braços do paciente
enquanto este faz uma força para cima, contra as mãos do examinador.
Se relatado sintomas durante o teste seu resultado é positivo.
Sugestivo: Possível comprometimento no músculo supra espinhal.

Fonte: Autoral

Neer: Neste teste o paciente pode ficar de pé ou sentando, o examinador usará uma
das mãos para estabilizar o ombro e a outra mão realizará uma flexão do membro
do paciente até o primeiro ponto de dor ou por toda amplitude de movimento.
Caso o paciente relate algum sintoma o teste se torna positivo.
Sugestivo: Possível compressão das estruturas subacromiais.

Fonte: Autoral

Hawkins Kennedy: Com o paciente de pé, é solicitado a realização de uma elevação


de 90° do membro que está sendo analisado, uma rotação neutra mantendo o
cotovelo no ângulo de 90° e em seguida o examinador realiza de forma brusca uma
rotação interna.
Sugestivo: Bursite subacromial, impacto subacromial, laceração do lábio glenoidal
superior ou manguito rotador.

Fonte: Autoral

Arco doloroso: Paciente sentado o examinador solicita a elevação do braço ao longo


do plano escapular até o limite da amplitude de movimento ou o primeiro ponto de
dor.
Positivo caso o paciente relate dor nos ângulos de 60° a 120° de elevação.
Sugestivo: Impactação subacromial.

Fonte: Autoral
Lombar:
Lasegue: Paciente deitado o examinador realiza uma elevação no membro inferior
do paciente até o final de sua amplitude de movimento.
Se o paciente apresenta algum sintoma na elevação a 60° o teste se resulta como
positivo
Sugestivo: Compressão radicular.

Fonte: Autoral

Sinal das pontas: O examinador solicita que o paciente ande nas pontas dos
calcanhares.
Positivo caso o paciente não consiga realizar o teste.
Sugestivo: Lesão em raiz nervosa de L5.

Fonte: Autoral

Sinal das pontas: Desta vez é solicitado ao paciente que caminhe nas pontas dos
pés.
Caso o paciente não consiga o teste tem como resultado positivo.
Sugestivo: Lesão na raiz nervosa de S1.
Fonte: Autoral

Sacrilíaca e Pelve:
Patrick/Fabere: O paciente deitado em decúbito dorsal apoia o tornozelo do membro
sintomático no joelho contralateral, o examinador realiza uma estabilização na
espinha ilíaca anterossuperior deste membro que não está sendo avaliado e com a
outra mão apoiada no joelho do membro que apresenta sintomas realiza uma força
contra a maca, desta forma o quadril realiza flexão, abdução e rotação lateral.
Se durante a realização do teste o paciente relatar algum sintoma de dor o resultado
é positivo
Sugestivo: Disfunção na articulação sacro-iliaca

Fonte: Autoral
Thrust da coxa: Deitado em decúbito dorsal o paciente realiza uma flexão em 90° do
quadril sintomático o examinador realiza uma estabilização com a mão sob o sacro e
a outra apoiada no joelho, assim é realizada uma tração para baixo apresentando
carga sobre o fêmur do paciente.
Caso o paciente relate dor durante a realização do teste o resultado é positivo.
Sugestivo: Disfunção na articulação sacro-ilíaca.
Fonte: Autoral
Distração: O paciente é posicionado em decúbito dorsal, com os braços cruzados
(em x) o examinador palpa as espinhas ilíacas anterossuperiores e realiza uma
tração no sentido lateroposterior.
Se o paciente relatar algum sintoma de dor o teste tem como resultado positivo.
Sugestivo: Disfunção na articulação sacro-ilíaca.

Fonte: Autoral

Thrust Sacral: Paciente posicionado em decúbito ventral, o examinador usa a


palma das mãos para palpar o processo espinhoso do sacro assim é aplicado uma
pressão contra a maca, no intuito de reproduzir os sintomas descritos pelo paciente.
Positivo se o paciente relata algum sinal de dor durante a realização do teste.
Objetivo apresentado neste teste é avaliação da articulação sacro-iliaca e descobrir
se esta faz parte da origem dos sintomas apresentador pelo paciente.
Fonte: Autoral

Membros Inferiores:
Thompson: O examinador realiza uma compressão na panturrilha do paciente, que
se apresenta deitado em decúbito ventral em seguida o pé do paciente tem como
resposta a realização de uma plantiflexão.
Positivo quando existe ausência de respostas durante o teste.
Sugestivo: Lesão no tendão do calcâneo.

Fonte: Autoral

Dorsiflexão forçada: Paciente sentado com joelho flexionado a 90° o examinador


estabiliza a tíbia com uma mão apoiada na fáscia plantar realizando a dorsiflexão do
pé.
Teste positivo quando paciente sente dor na parte anterolateral do pé durante a
realização do teste.
Sugestivo: Síndrome do impacto anterior do tornozelo.

Fonte: Autoral

Teste de gaveta anterior: Paciente em decúbito dorsal flexiona o joelho a 90°e apoia
o pé na maca, com a parte posterior da coxa o examinador estabiliza o pé deste
paciente e com as mãos posicionadas abaixo da patela, realiza uma tração para
frente.
Caso o joelho do paciente apresente uma anteriorização excessiva o teste é
positivo.
Sugestivo: Lesão no ligamento cruzado anterior.

Fonte: Autoral

Teste de gaveta Posterior: Paciente em decúbito dorsal flexiona o joelho a 90°e


apoia o pé na maca, com a parte posterior da coxa o examinador estabiliza o pé
deste paciente e com as mãos posicionadas abaixo da patela, realiza uma tração
empurrando a tíbia para trás.
Positivo quando existe uma posteriorização em excesso do joelho deste paciente.
Sugestivo: Lesão no ligamento cruzado posterior.

Fonte: Autoral
É necessário avaliar a marcha do paciente, através dela o fisioterapeuta terá uma
ampla visão do mesmo, analisando se as condições apresentadas são neurológicas
ou musculoesqueléticas, assim é preciso obter de maneira clara o conhecimento
sobre as fases da marcha.
Pacientes com funções musculoesqueléticas apresentam disfunções como
mobilidade articular alterada e fraqueza muscular, estes também apresentam
controle de tronco e sensibilidade preservadas, sendo assim, sua alteração tem
como finalidade compensar as disfunções de seu corpo.
Em pacientes com condições neurológicas comprometidas encontramos além da
fraqueza muscular, contratura muscular, disfunção sensorial e falhas no mecanismo
de controle de tronco, cervical e todos os membros, cujo os quais resultam na
adaptação de marcha.
 Vamos falar de maneira detalhada sobre a marcha:
Seu ciclo é dividido em 2 fases;
Fase 1: FASE DE APOIO
Fase 2: FASE DE BALANÇO
 Na fase de apoio a marcha se inicia com o toque do calcanhar, em seguida
ocorre o contato inicial do pé com o solo.
No segundo momento temos a fase de contato, onde a região plantar entra em
maior contato com a superfície do solo, sendo assim o indivíduo assume a posição
de pé plano, nesse momento o corpo começa a se desviar para frente.
No terceiro momento o indivíduo assume a fase de apoio médio onde temos o
deslocamento anterior da tíbia, nesse ponto o peso corporal se move centralmente
sobre o pé.
Na quarta fase temos a saída do calcanhar, à medida em que o corpo continua se
movimentando para frente, o calcanhar acaba sendo elevado do solo, assim inicia a
preparação para o próximo passo.
No quinto momento temos a fase de propulsão, componente final da fase de apoio
onde o hálux é o último segmento a deixar o solo.

 Na fase de balanço inicialmente temos a aceleração, momento em que o pé


deixa o chão e se move anteriormente de uma posição ligeiramente posterior
ao corpo para uma posição abaixo do corpo com auxílio da flexão do joelho e
a dorsiflexão do tornozelo, permitindo que o membro acelere para frente.
No segundo momento da fase de balanço temos a fase de balanço médio, quando o
membro está sob o corpo.
Na terceira fase temos o balanço final onde ocorre uma desaceleração, o membro
inferior continua a se mover anteriormente e reduz sua velocidade ao se preparar
para outro toque do calcanhar.

REFERÊNCIAS

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Estados emocionais do paciente candidato a transplante de medula óssea.
Psicol. teor. prat. . 2003, vol.5, n.2,pp. 23-36. ISSN 1516-3687.

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2004.

VASCONCELOS, W. L.R; PEREIRA, A. P. J. T. PROPOSTA DE FICHA DE


AVALIAÇÃO GONIOMÉTRICA E DE TESTE DE FORÇA MUSCULAR PARA A
CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA. Centro de Ciências da Saúde/Departamento
de Fisioterapia/MONITORIA. XI Encontro de Iniciação à Docência, 2005.

REESE, N. B. Testes de função muscular e sensorial. Rio de Janeiro: Guanabara


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SULLIVAN, S. B.; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia, avaliação e tratamento. 2 ed. São
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COOK, CE; HEGEDUS, EJ. Testes Ortopédicos em Fisioterapia. Barueri: Manole,


2015.

HEBERT, S; ET AL. Ortopedia e Traumatologia: Princípios e Prática. São Paulo:


Editora Artmed, 2009.

MAGEE, D. Avaliação Musculoesquelética. São Paulo: Editora Manole, 2010.

NEUMANN, D. Cinesiologia do Aparelho Musculoesquelético: Fundamentos


para a Reabilitação Física. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2011.
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B. L., et al. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem no
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2023 Merck & Co., Inc., Rahway, NJ, EUA e suas afiliadas.
Análise de Marcha - Marcha Patológica - Volume 2 ; Edição: 1ª ; Ano: 2004 ;
Idioma: Português ; Autor: Perry ; Páginas: 210
VOLPON JB. Semiologia ortopédica. Medicina, Ribeirão Preto, 29: 67-79, jan./mar.
1996
CÁPITULO 3: AVALIAÇÃO FISIOTERAPEUTICA E A CLASSIFICAÇÃO DE
BANDEIRAS

Daniela Helena de Almeida


Juan da Costa Laurião

A fisioterapia há anos é reconhecida como de extrema importância aos


tratamentos sendo esse profissional competente e capacitado para a realização do
primeiro contato com o paciente. Tal afirmação remete à compressão de que o
fisioterapeuta é capacitado para realizar seu trabalho sem que haja direcionamento
de outro profissional e daí é possível comprovar a autonomia do profissional.
A avaliação fisioterapêutica é uma etapa fundamental no processo de
tratamento de pacientes com disfunções musculoesqueléticas. É através dela que o
fisioterapeuta pode identificar as causas das queixas do paciente, estabelecer um
diagnóstico e planejar um tratamento adequado. A avaliação fisioterapêutica envolve
uma série de técnicas e testes que permitem avaliar a amplitude de movimento,
força muscular, equilíbrio, postura, entre outros aspectos.
Diante disso, a concentração, cuidado, atenção devem estar presentes em
todo o tempo da avaliação clínica do paciente, devendo ser maior naqueles casos
que não há encaminhamento de outro profissional da saúde dada a possibilidade de
progressão de patologias e doenças.
Neste capítulo, serão abordados os principais aspectos da avaliação
fisioterapêutica, desde a anamnese até a elaboração do plano de tratamento, o
sistema de bandeiras bem como o uso de cores para diferenciação de tratamentos
ou prioridades. Serão apresentados os principais testes e técnicas utilizados na
avaliação, bem como a importância da interpretação dos resultados para a
elaboração de um tratamento eficaz.
Recursos e técnicas usadas na avaliação
Classificação internacional de funcionalidade – CIF
A classificação internacional de funcionalidade tem reconhecimento pela OMS
desde 2001, quando a OMS considerou uma ferramenta avaliativa para vários
aspectos, com o intuito de descrever o comprometimento funcional causado pelas
doenças.
A CIF é dividida em cinco classificações, são elas: função corporal, estrutura
do corpo, atividade social e participação social e ambiente. A função corporal e
estrutura do corpo descrevem quais funções estão comprometidas por causa da
doença. Atividade social e participação social nos mostram a incapacidade também
causada pela doença. Fatores ambientais irão nos mostrar os impactos que
aumentam ou diminuem a incapacidade causada pela doença (BATTISTELLA,
2002).

Testes específicos
Os testes específicos são ferramentas em que usamos para sinalizar um
possível diagnostico ou até mesmo confirmar o diagnóstico. Os testes variam do
seguimento em que irá ser testado, ombro, joelho, quadril, cervical, lombar e outras
estruturas musculoesqueléticas. Outra função importante dos testes são descartar
possíveis red flags e yellow flags, que iremos especificar mais à frente. Os testes
também nos sinalizam se há alguma lesão neurológica ou alguma estrutura
neurológica comprometida, como um nervo comprimido que diminui ou aumenta os
reflexos de um certo seguimento.

Recursos usados na avaliação


O goniômetro é um instrumento usado para medir a amplitude de movimento
de uma articulação, o procedimento conhecido como goniometria faz a medida dos
ângulos articulares dos seguimentos do corpo humano.
Figura 1: Goniômetro universal
Fonte: Goniômetro universal metal e plástico.
O goniômetro faz as medidas articulares para entender a extensão de uma
lesão ou u mecanismo que esteja impedindo aquele individuo de alcançar uma
amplitude de movimento total. Ele faz as medidas em plano sagital, flexão e
extensão, plano frontal onde ocorrem adução e abdução e no plano transversal os
movimentos de torração interna e externa.
O paciente deve estar alinhado de acordo com a necessidade da avaliação,
tanto em decúbito dorsal quando em pé ou sentado. O fisioterapeuta deve instruir
demonstrando ao paciente como realizar o movimento de forma ativa e no caso de
um paciente com algum tipo de parestesia ou plegia, terapeuta pode ele mesmo
realizar o movimento. Sempre fazer nos dois lados do corpo, direito e esquerdo,
para nível de comparação. Por exemplo em um paciente com alguma disfunção
ortopédica no membro inferior direito talvez vai sinalizar um grau diferente do
membro saudável (MARQUES, 1997).

Classificação das bandeiras


As bandeiras são classificadas por cores que distinguem os diagnósticos que
são ligados a diversos problemas, desde aspectos psiquiátricos até transtornos que
são causados pelo relacionamento dos pacientes com o trabalho que exercem.
São usadas as seguintes cores para a classificação: vermelha, laranja,
amarela, azul e preta.

Bandeiras Vermelhas- Red Flags


O termo red flags surgiu no meio fisioterapêutico com o intuito de ajudar na
identificação de patologias graves que podem ser analisadas no processo de uma
avaliação fisioterapêutica musculoesquelética, quando talvez um sintoma pode levar
o paciente a necessitar de uma atenção mais especifica após a confirmação da
bandeira vermelha.
As bandeiras vermelhas deve considerar que sua classificação se dá diante
da identificação de alguma patologia clínica que não seja musculoesquelética
cabendo encaminhamento a avaliação de um médico.
É de suma importância saber ouvir o paciente e identificar os sintomas
principalmente quando se refere a existência de tumores ou de doenças
cardiovasculares as quais demandam tratamento prolongado e urgente. (NEVES,
2020)
Assim, as bandeiras vermelhas “descrevem fatores sugestivos de sérias
complicações, que merecem investigação profunda, tais como tumores ou fraturas
na coluna” (ARCHOR, 2019, p.79)
Corroborando com esse entendimento Bernardo Sampaio (2019) sempre que
na avaliação do paciente o fisioterapeuta identificar a necessidade de uma
investigação adicional com urgência deverá, de pronto encaminhar para a clínica
médica, como exemplo cita o seguinte caso: “o fisioterapeuta ao se deparar com um
paciente febril e com queixa de dor lombar recorrentes deverá pedir uma avaliação
médica já que não há relacionamento entre a dor lombar e a ocorrência do aumento
da temperatura do corpo e sim de um quadro infeccioso”. (SAMPAIO, 2019, p.1)
São as bandeiras vermelhas que demonstram maior gravidade e nessa linha
de pensamento maior risco de morbidez do paciente e por isso devem ser
devidamente utilizadas quando necessário. (KINKADE, 2017)
Abaixo temos um exemplo de como identificar e prosseguir ao entender sinais
e sintomas que poderão indicar um red flag:
Fonte: Modelo internacional para identificação de red flags de patologia grave da
coluna vertebral 2020
Sinais como, fraqueza bilateral de membros inferiores, que podem indicar
compressões de raízes nervosas. Fraqueza pode indicar comprometimento
neurológico. Anestesia em sela pode identificar síndrome da cauda equina.
Sintomas como a perda de controle do esfíncter anal ou urinário. Hipereflexia
também poderá indicar lesão neurológica, mais especificamente no neurônio motor
superior. Hiporreflexia pode indicar uma compressão de raízes nervosas, indicando
lesão no neurônio motor inferior. Esses achados podem indicar bandeiras vermelhas
em paciente com lombalgia (DEPALMA, 2020).

SITUAÇÕES PATOLÓGICAS DE BANDEIRAS VERMELHAS:


 Cabeça e Pescoço:
Dor de cabeça súbita e intensa, especialmente se acompanhada de rigidez no
pescoço (possível sinal de hemorragia subaracnóidea).
Perda súbita de visão ou visão dupla.
Dificuldade súbita para falar, entender a fala ou fraqueza facial unilateral
(sinais de possível AVC).

 Tórax e Abdômen:
Dor no peito intensa e opressiva, acompanhada de falta de ar (possível infarto
do miocárdio).
Hemorragia gastrointestinal com vômito de sangue ou fezes negras (possível
hemorragia gastrointestinal alta).
Dor abdominal intensa e repentina, especialmente se acompanhada de
rigidez abdominal (possível apendicite ou perfuração de órgão abdominal).

 Membros Superiores e Inferiores:


Dor intensa e súbita em um braço ou perna, acompanhada de palidez, frio
extremo e pulso fraco (possível trombose venosa profunda ou embolia arterial).
Fraturas expostas com sangramento intenso.
Amputações traumáticas.

 Sistema Neurológico:
Convulsões súbitas em um paciente sem histórico de epilepsia.
Perda súbita de consciência sem causa aparente.
Confusão ou alterações mentais abruptas.

 Pele e Tecidos Moles:


Queimaduras extensas.
Lesões de pele com sangramento profuso.
Infecções cutâneas graves, como celulite com febre alta.

 Sistema Respiratório:
Falta de ar grave e súbita, especialmente se acompanhada de cianose (lábios
ou pele azulados) (possível obstrução das vias aéreas ou embolia pulmonar).
Tosse com expulsão de sangue em grande quantidade.

 Sistema Cardiovascular:
Pulso muito rápido ou irregular com dor no peito.
Pressão arterial extremamente alta ou baixa, especialmente se acompanhada
de sintomas como confusão ou falta de ar.
Palpitações cardíacas graves e súbitas.

Bandeiras Laranja- Orange Flags


Quando há a classificação da bandeira laranja implica em dizer que o
fisioterapeuta está diante de um paciente que possui alguma patologia referente a
problemas metais tais como doenças, transtornos, perturbação mental e que faz
relação do tratamento fisioterapêutico com essas doenças, ou seja, o que levou a
procura de um profissional da fisioterapia tem relação direta com tais fatores estão
relacionadas com distúrbios ou doenças mentais que coexistem com a dor lombar e,
dessa forma, exigem que o cuidado seja planejado tendo em face as especificidades
desse paciente.

Bandeiras Amarelas - Yellow Flags


A classificação amarela no uso das bandeiras está diretamente relacionada
com os casos que envolvem barreiras psicológicas como medos, angustias,
ansiedades, pânicos e que levam a modificações de comportamento. Diferente das
bandeiras laranjas antes demonstradas onde os pacientes possuem questões
psiquiátricas graves ou até mesmo vícios em substâncias entorpecentes.
Diferentemente das bandeiras vermelhas as amarelas preconizam a
existência de problemas ou ainda, de dificuldades na resposta do tratamento
aplicado em decorrência de problemas mecânicos ou musculoesqueléticos ou
psiquiátricos leves. (NEVES, 2020)
Relativas problemas psicológicos e comportamentais as bandeiras amarelas
são usadas quando o profissional da fisioterapia percebe que o paciente tem
dificuldades inerentes a medos ou até mesmo “aceitações, opiniões, perspectivas,
respostas emocionais e comportamentos conexos a dor, como forma de defesa e
estratégia de enfrentamento.” (KINKADE, 2017, p.35)
Importante dizer que essas condições vão direcionar o trabalho do
fisioterapeuta na realização de seu plano de trabalho com o paciente específico
aplicando técnicas que levarão a conscientização da importância do tratamento. O
devido encaminhamento a profissionais auxiliares como os psicólogos permitem o
sucesso do tratamento com interferência direta com a melhoria da qualidade de vida.

Bandeiras Azuis e Pretas- Blue and Black Flags


Conforme dito por Meziat (2018) A relação entre pacientes com dores
lombares e que encontram-se afastados dos seus postos de trabalho exatamente
pelas questões relacionadas com as condições de como executam seu trabalho é
elevada Assim as bandeiras azuis são usadas para a classificação do entendimento
que o paciente tem em relação a sua saúde e trabalho.
As bandeiras pretas demonstram “os obstáculos/barreiras em termos de
legislação e condições familiares que não favorecem a mudança de status quo da
condição do paciente.” (KURIKI,2020, p.148)
Essas destacam a importância de considerar não apenas os aspectos
médicos da saúde do paciente, mas também os fatores externos que podem
impactar sua recuperação. Identificar esses obstáculos é essencial para que os
profissionais de saúde possam tomar medidas adequadas para superá-los e criar
um ambiente propício para a melhoria do paciente.
1. Legislação: Isso se refere a situações em que a legislação ou
regulamentações vigentes podem impedir ou complicar o tratamento ou
a recuperação do paciente. Por exemplo:
Falta de acesso a determinados tratamentos devido a restrições legais.
Questões relacionadas à falta de seguro de saúde ou cobertura
insuficiente.
Obstáculos legais para obter medicamentos específicos, como
medicamentos controlados.

2. Condições Familiares: As condições familiares podem desempenhar


um papel significativo na saúde e no bem-estar de um paciente.
Barreiras familiares podem incluir:
Falta de apoio da família para seguir um tratamento médico.
Ambiente familiar prejudicial à saúde, como abuso doméstico ou
negligência.
Problemas financeiros na família que afetam a capacidade de buscar
tratamento adequado.

A atenção à aplicação dessa classificação ocorre para que os trabalhadores


que precisam de reabilitação possa voltar ou mesmo permanecer em seus postos de
trabalho sem interferências externas, seja ela por condições laborais não
condizentes com a preservação da saúde ou mesmo por falha da legislação ou
ainda, por intervenção de familiares que tiram proveito das condições clinicas do
paciente, dificultando ou obstaculizando o tratamento fisioterapêutico adequado.
Questionários e testes com relação a incapacidade do paciente.
Enquanto avaliamos os nossos pacientes podemos usar de ferramentas que
nos auxilie tanto no diagnostico quanto a entender o impacto da doença ou dos
sintomas na vida do paciente avaliado. Se tratando de fisioterapeutas, devemos nos
atentar a invalidações quanto as funções em que esse indivíduo não consegue
realizar devido a patologia apresentada ou aos danos causados por essa patologia.
Escala visual analógica
Através de uma escala com uma linha traçando de 0 a 10, onde 0 significa nenhuma
dor e 10 é uma dor insuportável. O próprio paciente é quem marca na escala o nível
de dor em que está sentindo.

Figura 3 – Escala Visual Analógica - EVA

Fonte: ESCALA DE DOR LANNS (Adaptada ao Português do Brasil por


Schestatsky et al., 2011)

Questionário Dash
O questionário Dash, é mais um exemplo de ferramenta que podemos usar
para medir a incapacidade desse paciente que está sendo avaliado. No caso
especifico do DASH ele faz uma análise da deficiência do ombro, braço e da mão.
É um questionário com 30 itens que qualificam os desempenhos do membro
superior, cada item vai de 0 a 5 pontos

Conclusão
Assim como em outros ramos que envolvem as questões de saúde a
classificação de bandeiras utilizando cores é de grande valia ao profissional da
fisioterapia, especialmente quando tem em outros profissionais, como a clínica geral,
psiquiatria, psicólogos ou mesmo outras pessoas qualificadas para a melhoria do
prognostico do paciente em tratamento.
A atenção do profissional da fisioterapia referente a essa classificação deve
estar presentes enquanto durar o tratamento para que possa atingir o propósito
pretendido com os atendimentos.
Desde a primeira avaliação ou durante todo o período do tratamento é
essencial a individualização do paciente a fim de que a classificação descrita no
sistema de bandeiras possa promover de forma adequado um tratamento eficiente,
com cuidado e cautela que todo paciente merece ter e que os encaminhamentos
sejam feitos de forma oportuna e sempre que identificada a necessidade buscando
em outro profissional parcerias necessárias.
Em síntese, a fisioterapia é essencial na promoção da saúde e bem-estar,
com profissionais altamente qualificados que adotam uma abordagem holística na
avaliação e tratamento de pacientes. A combinação de técnicas, recursos e
ferramentas de avaliação apresentadas evidencia a complexidade e a abrangência
desse campo de atuação, contribuindo significativamente para a recuperação e a
melhoria da qualidade de vida dos indivíduos atendidos.

REFERÊNCIAS
BATTISTELLA, Brito.Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF)
International Classification of Functioning Disability and Health (ICF). 2002.
Disponível em https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/102369/100693).
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de fevereiro de 2023

NEVES, Victor Guilherme Luvizaro Felice Garcia Bandeiras vermelhas na dor


lombar: importância para o fisioterapeuta como profissional de primeiro
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https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-655136. Acesso em 01 de fevereiro
de 2023.
CAPITULO 4: EXAMES COMPLEMENTARES NA FISIOTERAPIA
Autor: Livia Stefani Soares Teodoro

O fisioterapeuta é um profissional de primeiro contato, e que pode solicitar


exames de forma independente, para assegurar melhor conduta.
Artigo 3º. – O FISIOTERAPEUTA é profissional competente
para buscar todas as informações que julgar necessárias no
acompanhamento evolutivo do tratamento do paciente sob sua
responsabilidade, recorrendo a outros profissionais da Equipe
de Saúde, através de solicitação de laudos técnicos
especializados, como resultados dos exames complementares,
a eles inerentes. (RESOLUÇÃO Nº. 80, DE 9 DE MAIO DE
1987 – COFFITO)1.
Como o próprio nome diz, os exames complementares na área da fisioterapia,
devem ser um complemento para confirmação de um diagnóstico, para que o
profissional possa traçar a melhor conduta no tratamento, identificar o nível de
prejuízo tecidual e investigar as possíveis ”Red Flags”(bandeiras vermelhas).
Desse modo, deve-se evitar solicitar exames, principalmente de imagem, quando
não houver necessidade, ou seja, quando somente a anamnese e o exame físico
bem realizados, não deixarem dúvidas da conduta a ser seguida. O fisioterapeuta
não pode se basear apenas nos exames, e sim no conjunto de informações.
É válido ressaltar que muitas famílias não possuem condições
socioeconômicas para realizar os exames, evidenciando ainda mais a preocupação
que o fisioterapeuta deve ter nesses momentos, e a importância de não ser refém
dos exames no seu meio profissional. Além disso, o excesso de exposição à
radiação de alguns exames de imagem pode causar danos à saúde.
Ademais, é fundamental reunir todos os dados levantados no momento da avaliação
do paciente e conhecer as características do exame solicitado, para saber
exatamente o que se pretende obter e visualizar com ele.

1. CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde


Em 2001, a Organização Mundial de Saúde (OMS), aprovou e publicou a
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), uma
nova forma de traçar diagnóstico, levando em consideração a funcionalidade como
componente importante da saúde2.
A CIF, se tornou a base para o diagnóstico fisioterapêutico. Com sua
utilização, o fisioterapeuta consegue identificar: a condição de saúde, funções e
estruturas do corpo com comprometimento, atividades e participações do paciente
que estão prejudicadas devido a seu quadro clínico, e fatores pessoaIs e ambientais
que interferem também em todo esse processo3.
Ou seja, observa-se que o quadro clínico do paciente deixou de ser apenas
voltado para o seu prejuízo biológico (patologia e transtorno), colocando a
funcionalidade e fatores contextuais como algo a ser pesquisado e que interferem
diretamente no diagnóstico e tratamento3.
Para o fisioterapeuta, o diagnóstico médico não oferta todas as informações
relevantes sobre as consequências da doença, e todo seu impacto na qualidade de
vida e funcionalidade humana. Afinal, duas pessoas com a mesma patologia, não
apresentam as mesmas alterações de funcionalidade.
Dessa forma, o fisioterapeuta não deve se basear somente em informações
relatadas pelo médico, e exames de imagem ou laboratoriais. Os exames devem ser
usados para complementar a avaliação do profissional, ou para confirmar hipótese
diagnóstica.
É fundamental uma avaliação completa, bem feita e dentro dos critérios da
CIF, composta de anamnese e exame físicos detalhados. Somente dessa maneira, o
profissional poderá diagnosticar o paciente com base em sua funcionalidade, e
traçar objetivos e meios de tratamento para aumentar a qualidade de vida, aumentar
as atividades e participação, levando em consideração fatores contextuais e
limitações.
Figura 1- CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde)

Fonte: Elaborado pelo próprio autor


2. Exames de Imagem
2.1 Radiografia (RX)
Muito conhecida pelo nome popular “raio-x”, utiliza a radiação ionizante, que é
capaz de atravessar alguns tecidos do corpo e ser absorvida por outros. Ideal para
investigar ossos e articulações. Aquelas estruturas que absorvem mais essa
radiação, são chamadas de radiopacas (possuem maior densidade), e sua imagem
se apresenta esbranquiçada, como os ossos. Já aquelas que absorvem pouca
radiação, são chamadas de radiotransparentes (possuem menor densidade), e se
apresentam mais escuras na radiografia, como o ar4.
Para o desenvolvimento do quadro a seguir, foram utilizadas informações das
plataformas Secad Artmed4 e AbcMed5, e da revisão sistemática da literatura de
Silva 20196.

Quadro 1- Informações importantes acerca da Radiografia


Indicação Contraindicações Vantagens Desvantagens
Artrite, cárie dentária, coração Gestantes Acessível (oferecida A radiação é
aumentado, derrames do no SUS e coberta acumulativa, uma
pericárdio, doenças em tecidos pela maioria dos dose excessiva
moles (como no aparelho planos de saúde), pode levar a óbito
gastroesofágico e nos pulmões), econômica e rápida. ou causar
fraturas e infecções nos ossos, enfermidades,
objetos estranhos no corpo, possui menor
osteoporose, pneumonia, definição de
tuberculose, tumor ósseo,vasos imagem que outros
sanguíneos bloqueados, entre métodos.
outros.

Fonte: elaboração do próprio autor


Para uma boa leitura é imprescindível bons conhecimentos anatômicos sobre
a estrutura a ser investigada, para avaliar alterações ou não de estruturas, luxações
ou subluxações articulares, alterações nos espaços articulares e integridade óssea.
Sempre procurar correlacionar os dados obtidos pela radiografia com os achados no
exame físico do paciente.
Para se evitar a prescrição desnecessária, existem os critérios de Ottawa
para joelho, tornozelo e pé em casos de traumas4:
• Joelho: possuir idade acima de 55 anos, dor durante o exame físico da patela,
dor durante o exame físico da cabeça da fíbula, flexão a 90° impossibilitada,
apoio sobre o membro afetado impossibilitado. É necessário apenas a
presença de um desses itens.
• Tornozelo: dor na região maleolar lateral ou medial, associado a dor durante o
exame físico da extremidade do maléolo ou apoio sobre o membro afetado
impossibilitado.
• Pé: dor na região de mediopé lateral ou medial, associada a dor durante o
exame físico do 5° metatarso, ou dor durante o exame físico do osso
navicular ou apoio sobre o membro afetado impossibilitado.

2.2 Tomografia Computadorizada (TC)


A tomografia computadorizada é um exame de imagem não invasivo, que
utiliza raios-X juntamente com computadores, gerando imagens tridimensionais que
são combinadas por software, garantindo altíssima qualidade. Com o paciente
deitado, a maca dirige-se para dentro do tomógrafo, e o anel gira em torno do
indivíduo. Às vezes é necessário usar contraste para obter maior nitidez. As imagens
se apresentam em tons de cinza, de acordo com a densidade das estruturas, os tons
mais escuros são de estruturas hipodensas (hipoatenuantes), e os tons mais
esbranquiçados são de estruturas hiperdensas (hiperatenuantes). Ideal para
investigar tecidos com densidades diferentes4.
Para o desenvolvimento do quadro a seguir, foram utilizadas informações das
plataformas Secad Artmed4, Medicina ortopédica7 e Manual MSD8.
Quadro 2- Informações importantes acerca da Tomografia Computadorizada
Indicações Contraindicações Vantagens Desvantagens

Alterações vasculares, Indivíduos asmáticos ou Admite A


hemorragias, isquemia e alérgicos precisam de reformatação e
contusões, avaliação de partes avaliação do manipulações de radiação
moles (nervos, tendões, tecidos radiologista antes do imagens, distingue é
sinoviais, vasos, músculos, uso de contraste, não é estruturas de acumulativa,
aponeuroses e tecido indicada para gestantes, órgãos e tecidos mais cara que
gorduroso), cálculos renais, no caso da tomografia com pequenas a radiografia
condições inflamatórias e com contraste, para diferenças de tradicional,
infecciosas, doenças pacientes diabéticos, é densidade, utiliza maior
pericárdicas, enfisema necessária a suspensão imagens de um radiação do
pulmonar, patologias da metformina corte sem que uma
circulatórias, pneumonia, (antidiabético oral). superposição de radiografia
traumatismo, tumores. estruturas, tradicional.
precisão.
Fonte: elaboração do próprio autor
2.3 Ressonância Magnética (RM)
Utiliza ondas de radiofrequência e campo magnético, gerando imagens
tridimensionais, que é o seu maior destaque. O núcleo mais usado nesse exame é o
de hidrogênio, ou seja, as imagens são obtidas pela diferença da presença dessa
substância nas estruturas. As estruturas que se apresentam na coloração branca,
possuem mais hidrogênio do que aquelas que se apresentam na coloração negra.
Exemplos de estruturas ricas em hidrogênio são gorduras e cartilagens,
enquanto ossos e pulmões cheio de ar são pobres em hidrogênio. Podem ser
utilizados contrastes para melhor nitidez4.
Para o desenvolvimento do quadro a seguir, foram utilizadas informações das
plataformas Secad Artmed4 Manual MSD9.
Quadro 3- Informações importantes acerca da Ressonância Magnética
Indicações Contraindicações Vantagens Desvantagens

Avaliação de Paciente com marca- Caracteriza tipos Agendamento pelo


anormalidades do passo cardíaco, específicos de tecidos SUS muito
sistema músculo pacientes com clipes ou baseados na disputado devido
esquelético e cardíaco molas aneurismáticas, intensidade de sinal as altas demandas,
(exemplos: infarto, pacientes com (exemplos: sangue, maior custo de
infecção de bexiga, fragmentos metálicos gordura, entre outros), execução, maior
tendinite, hérnia de intra-orbitários, diferenciação de dificuldade no
disco, fraturas, pacientes que possuem patologias, oferece processo de
rompimentos e outros), implantes cocleares, imagens multiplanares, liberação do exame
estudos de patologias pacientes que possuem ótima para estudos pelos planos de
intracranianas próteses de valvas vasculares, sem ou com saúde, tempo longo
(exemplos: cardíacas. contraste, possui melhor para realização do
AVE, aneurismas, contraste e riqueza de exame.
esclerose múltipla e detalhes anatômicos.
outros).
Fonte: elaboração do próprio autor
2.4 Ultrassonografia (USG)
Nesse exame será usada energia de alta frequência, sônica, para se obter
imagens. As ondas são transmitidas pelo transdutor -peça do aparelho de
ultrassom-, passam pelo gel e são refletidas pelos tecidos moles até o transdutor
novamente. Ocorre a digitalização do sinal recebido, formando as imagens em
tempo real. É possível identificar as estruturas devido a ecogenicidade (capacidade
de gerar eco), hiperecoicas produzem muito eco e aparecem brancas, e hipoecoicas
produzem pouco eco e aparecem escuras4.
Para o desenvolvimento do quadro a seguir, foram utilizadas informações das
plataformas Secad Artmed4 e Manual MSD10.

Quadro 4- Informações importantes acerca da Ultrassonografia


Indicação Contraindicações Vantagens Desvantagens

Avaliação cinético funcional Presenças de Acessível, mobilizável Agendamentos


pulmonar, consegue infecções, feridas (importante para disputados e
discriminar tecidos moles, abertas ou pacientes acamados, resultados
estudos de artérias e veias, queimaduras na sem possibilidade de demorados pelo
estudos músculos área a ser transferência), não SUS, muito
esqueléticos (torções, lesões examinada. invasivo, oferece dependente do
ligamentares, artroses, cortes em qualquer operador, portanto
fibroses, tendinites, bursites, plano espacial, se o profissional não
gotas, luxações e oferece imagens em possuir habilidade
subluxações, contratura ou tempo real, sem suficiente, pode
estiramento muscular), pode efeitos biológicos ocorre um erro de
ser usado para guiar conhecidos. diagnóstico, não
aspiração de fluidos, usado permite o estudo de
na cardiologia, ossos.
gastroenterologia,
ginecologia, obstetrícia,
oftalmologia e urologia.
Fonte: elaboração do próprio autor
2.5 Evidências Científicas
Para elaboração desse quadro, foram coletadas informações de revistas e
livros, encontradas pelas plataformas PubMed e Google Acadêmico, devidamente
referenciados ao final do capítulo.
Quadro 5- Evidências Científicas de Imaginologia em algumas condições clínicas
Autor Título (traduzido) Conclusão
Eckstein, Le Radiografia simples ou Evidenciada equivalência entre a radiografia e a
Graverand, ressonância magnética (MRI): ressonância magnética, é aconselhável o uso
201511 Qual é melhor para avaliar o de ambas. O grande diferencial é a ressonância
resultado em ensaios clínicos de magnética permitir maior investigação sobre os
medicamentos modificadores da tecidos articulares.
doença para osteoartrite?
Resumo de um debate realizado
no Congresso Mundial de
Osteoartrite 2014

Oo, , Imagiologia na osteoartrite do A ressonância magnética possui papel


Linklater joelho importante nessa patologia, pois permite
Hunter, avaliação mais completa que outros exames.
201712 Consegue avaliar desordens estruturais e
possibilita supor a progressão da doença.
Panunzio, Câncer de Pulmão e Imagem Na suspeita, o primeiro exame realizado é a
Sartori, Radiológica radiografia, porém ela não consegue
diferenciar neoplasia benigna ou maligna.
202013 Então, se realiza a tomografia
computadorizada para saber o estadiamento.
A ressonância magnética não é uma boa
opção devido aos movimentos respiratórios,
que afetam os resultados.
Wu et al., A radiografia simples é muito útil para esse
14
2020 diagnóstico, assim como a ressonância
magnética. Na radiografia será possível
Doenças do disco intervertebral perceber: alteração da altura do disco,
PARTE 2: Uma revisão das presença de sindesmófitos, espondilolistese e
estratégias atuais de hipertrofia facetária. A ressonância se destaca
diagnóstico e tratamento para a por não utilizar radiação, visualização de
doença do disco intervertebral tecidos moles envolvidos e permite uma visão
multiplanar.
Meier et Imagem em cirurgia de quadril O artigo demonstra que radiografias e
al., com preservação articular ressonâncias magnéticas, são indicadas para
2022 15 investigações de estruturas ósseas e
articulares, e auxiliam no planejamento do
processo cirúrgico. Radiografias para avaliar
morfologia articular. Ressonância para avaliar
alterações periarticulares inflamatórias.
Artrografiapor ressonância magnética para
avaliar lesões intra-
articulares. Artrografia por
tomografiacomputadorizada como alternativa à
artrografia porressonância.
Clausen et Na avaliação de osteoartrite do quadril, a
Ultrassonografia em pacientes
al., ultrassonografia se mostrou confiável.
com dor no quadril e suspeita
16
2020
de osteoartrite do quadril: um
estudo de confiabilidade
interavaliadores e
intraavaliadores

Bouchal et Nesse estudo, concluiu-se que a o ultrassom só


17
Comparação dos dados da
al., 2019 tem sensibilidade para identificar
ultrassonografia com a
comprometimento grave do túnel do carpo em
eletroneuromiografia no
comparação com a eletroneuromiografia.
diagnóstico da síndrome do túnel
do carpo
Crossan et Artrografia do ombro A artrografia por ressonância magnética é
al., padrão ouro para: instabilidade do ombro,
202318 ruptura labral, avaliar tecidos moles do ombro. A
artrografia por tomografia computadorizada é
indicada quando não se pode utilizar a
ressonância. A ultrassonografia é usada para:
avaliar manguito rotador e tendão do bíceps. As
radiografias são indicadas para: luxações,
fraturas, osteoartrite, tendinite calcária, suspeita
de neoplasia óssea e necrose avascular da
cabeça do úmero.
Heucket al., Imagem pós-tratamento do joelho: No pós-operatório do joelho os exames de
19
2022 ligamentos cruzados e meniscos escolha são radiografia e a ressonância
magnética convencional, sendo a última melhor
para informações sobre lesões meniscais e
degeneração, e cicatrização pósoperatória. A
tomografia computadorizada pode ser uma
alternativa naqueles pacientes que não podem
realizar ressonância magnética.
Dydyk et al., A ressonância magnética é indicada como
20
2023 melhor modalidade de imagem para essa
Hérnia de disco
patologia.

Ivanoski et A ultrassonografia de alta resolução, quando


21
al., 2019 comparada aos outros métodos de exame, é a
Avaliação ultrassonográfica da
melhor ferramenta de avaliação do sistema
anatomia e patologias comuns de
músculoesquelético, principalmente bursas.
bursas clinicamente importantes

Hodler et al., Imagem do cotovelo com ênfase A ressonância magnética se mostrou como
22
2021 em ressonância magnética melhor ferramenta para estruturas ósseas e
tecidos moles, devido a sua resolução e
contraste. Se mostra ótima para diagnóstico que
envolvam essas estruturas.

Fonte: próprio autor.

2.6 Imaginologia X Sintomatologia


Como já dito anteriormente, é indispensável uma boa avaliação pelo
fisioterapeuta. Isso devido às diferenças encontradas entre diagnóstico por imagem,
sintomatologia e funcionalidade do paciente. Em muitos casos, pacientes que são
assintomáticos, realizam exames desnecessariamente e encontram algum tipo de
patologia.
Um estudo de Cooperet al. em 202223, feito com 50 escaladores, demonstrou
alta prevalência de achados na ressonância magnética de ombro, mesmo na
ausência de qualquer sintoma. Estudos feitos por Brinjikji et al. 24, publicados pela
American Journal of Neuroradiology, mostram que inúmeras pessoas submetidas à
exames de imagem, apresentaram alterações incluindo hérnia discal, mesmo não
havendo nenhuma sintomatologia. Isso pode levar ao diagnóstico errôneo de hérnia,
sem valorização do quadro clínico geral. Porém, para a confirmação de hérnia,
deveria ser considerado a presença de dor abaixo do joelho e sinais neurológicos
(parestesia e perca de força em membros inferiores). Outro estudo realizado em
2019 por Lawrenceet al.25, relata a prevalência de rupturas assintomáticas do
manguito rotador na população, principalmente relacionadas à idade.
A partir desse fato, podem surgir crenças limitantes que irão interferir na
qualidade de vida da pessoa, mesmo não estando presente nenhum sintoma.
Alguns pacientes, começam a relatar sintomas somente depois da descoberta da
alteração no exame, devido ao fator psicológico.
Da mesma forma que existem paciente assintomáticos, podem existir pacientes com
determinada patologia, mas os sintomas que diminuem sua qualidade de vida, não
são ligados a ela.
Por esses motivos, o profissional não deve se tornar dependente de exames
complementares, e deve evitar solicitá-los desnecessariamente, para o bem do
próprio paciente. Recorrer aos exames complementares em casos de dúvida de
diagnóstico, presença de bandeiras vermelhas e se for necessário para desenvolver
o prognóstico.

3. Exames laboratoriais
Além dos exames de imagens descritos acima, o fisioterapeuta também pode
solicitar exames laboratoriais, principalmente se desconfiar de: diabetes
descompensada, inflamação, infecção, patologias cardíacas ou descompensações,
hipertensão arterial, câncer, alergias, patologias renais, entre outros.
Os dados obtidos pelos exames laborais, auxiliam o fisioterapeuta a analisar
o estado de saúde geral do paciente, identificar possíveis alterações pulmonares e
periféricas, além de fornecer maior segurança para traçar o diagnóstico e tratamento
fisioterapêutico. Mas vale ressaltar, que nenhum desses exames que serão
descritos, assim como os exames de imagem, não podem substituir a avaliação
fisioterapêutica, servem apenas como forma de complemento e confirmação dos
dados já coletados na anamnese e exame físico do paciente.
Esses exames laboratoriais são de fácil leitura, pois entregam os resultados
específicos daquele paciente e também os valores de referência (a margem
considerada normal para cada item investigado de acordo com idade e sexo).
Portanto, nesses casos, é importante ter o raciocínio clínico de quais as
consequências e possíveis causas de resultados alterados.
Para elaboração desse resumo, contendo as informações mais comumente
procuradas, foram consultados os livros: Imaginologia e Exames Laboratoriais
Aplicados ao Paciente Crítico (Campos, 2021) 26, Manual de Solicitação e
Interpretação de Exames Laboratoriais (Nemer et al.) 27 e Interpretação de Exames
Laboratoriais para o Fisioterapeuta (Justiniano, 2012)28.
Ácido úrico
Esse ácido é produto do metabolismo das purinas, e precisa ser excretado pelo rim
e pelo intestino.O seu aumento pode causar complicações como: gota, artrite úrica,
cálculo renal e insuficiência renal. Podem surgir sintomas como: inflamações,
inchaço e dor nas articulações, principalmente das mãos e dos pés. Índices menores
podem estar correlacionados com uso de medicações como alopurinol, corticoides,
colchinha e anticoagulantes, pois diminuem a síntese e ácido úrico.
Colesterol
Investiga a concentração das taxas de HDL, LDL, VLDL e triglicérides no sangue.
• O HDL (colesterol “bom”), contribui para a proteção dos vasos sanguíneos do
acúmulo de placas de gordura. Valores baixos são comuns em pessoas
obesas, sedentárias, tabagistas e portadoras de doenças renais crônicas;
• O LDL (colesterol “ruim”), se estiver com níveis elevados, contribui para o
desenvolvimento de doença ateroesclerótica coronariana, e também estão
presentes na síndrome nefrótica, hipotireoidismo e icterícia obstrutiva.;
• O VLDL, na corrente sanguínea é convertido em LDL. Seus níveis encontram-
se aumentados em pacientes renais crônicos;
• O LDL (colesterol “ruim”), e o VLDL se estiverem com um alto acúmulo nos
vasos podem originar infartos ou derrames. As taxas deles devem estar
sempre abaixo do limite recomendado;
• A análise da concentração de triglicérides no sangue ajuda a prever o risco de
entupimento das artérias, e o risco de doenças cardíacas.
Creatinina e ureia
Servem para checar o funcionamento dos rins, e identificar insuficiências
renais.
Tanto a creatina quanto a ureia são produtos filtrados pelo rim e excretados na urina.
Por isso, quando suas taxas estão elevadas no sangue, indica que os rins não estão
conseguindo filtrar o sangue de maneira correta, não ocorrendo sua excreção.
Eletrólitos
Os mais investigados são o sódio, o cálcio, o potássio e o fósforo. A
concentração correta deles são essenciais para a homeostase.
Seus níveis muito alterados podem causar: vômitos, diarreia, desidratação e
insuficiência renal.
• Sódio: redução da concentração se chama hiponatremia, e ocorre pela
retenção excessiva de água. Pode estar relacionada à doença renal e uso de
diuréticos, e sintomas como confusão mental e convulsões. O contrário,
hipernatremia, ocorre a perda excessiva de água;
• Potássio: níveis baixos são chamados de hipocalemia, e podem ocorrer
devido à diarreias e vômitos. Levam à fraqueza, câimbras e paresia. O
aumento é chamado de hipercalemia e pode ocorrer em doenças renais.
Nessa condição o cansaço e náuseas são frequentes;
• Cálcio: hipercalcemia (aumento dos níveis de cálcio), pode estar relacionada
a doenças renais e cardíacas, ansiedade, depressão, convulsões e coma. A
hipocalcemia, diminuição de cálcio, gera convulsões, confusão mental,
fraqueza muscular, câimbras e hipotensão;
• Fósforo: a hiperfosfatemia (aumento) pode provocar disfunção sexual,
coceira, hipertensão, osteopenia. Pode ter como causa disfunção renal,
intestinal ou dos ossos. Já a hipofosfatemia geralmente é assintomática, mas
pode ocorrer fraqueza muscular e anorexia. Dentre suas causas está o
alcoolismo, queimaduras graves e alcalose respiratória crônica.
Glicose e glicemia
Verifica a dosagem da glicose na corrente sanguínea.
A glicemia é usada no diagnóstico e no acompanhamento da diabetes.
Consegue indicar se o paciente está com glicemia normal, pré- diabetes ou
diabético.
Hemograma
Esse exame é muito utilizado na prática clínica principalmente por médicos.
Nele se encontram informações quantitativas dos elementos sanguíneos que são
(livro imaginologia e exames):
• Glóbulos brancos (leucócitos): responsáveis pela defesa do corpo contra
doenças, infecções e inflamações. O aumento dessas células se chama
leucocitose e pode ser causada pela presença de infecções e inflamações. A
diminuição –leucopenia- pode estar associada a infecções virais ou
supressão do sistema imunológico;
• Glóbulos vermelhos (eritrócitos): avalia a capacidade de transporte de
oxigênio pelo sangue. A redução do nível dessas células pode indicar anemia,
e alerta para hipóxia (já que o oxigênio está sendo pouco ofertado pelo
sangue). O aumento de glóbulos vermelhos, é chamado de policitemia,
geralmente causada por hipoxemia crônica, e que resulta na maior
viscosidade do sangue, e consequentemente pode haver o aumento da
pressão arterial;
• Plaquetas: indicam capacidade de coagulação do sangue e possíveis
problemas de circulação. Plaquetopenia (redução de plaquetas), diminui a
capacidade de coagulação do sangue, gerando riscos de hemorragias e
hematomas. Plaquetose (aumento), aumenta a capacidade de coagulação,
elevando as chances de trombos serem formados.
Marcadores cardíacos
A presença desses marcadores no sangue, indica que ocorreu lesão tecidual
no miocárdio e necrose cardíaca. São marcadores encontrados em pacientes com
infarto agudo do miocárdio.
• CK-MB: proteína que começa a aumentar na circulação depois de 3 horas de
lesão, atingindo pico entre 12 e 24 horas;
• Troponina: complexo proteíco padrão ouro para identificar necrose cardíaca,
devido sua alta especificidade. Os seus níveis sanguíneos começam a
aumentar com 2 horas de lesão, atingindo o pico entre 24 a 48 horas.
Proteína C Reativa (PCR)
É um marcador inflamatório, produzida pelo fígado. A PCR, aumenta
rapidamente durante a fase aguda de inflamações, presença de lesão tecidual no
organismo ou infecções.Não identifica a origem da infecção, e seu aumento no
organismo é inespecífico, uma vez que o aumento dessa enzima pode estar
ocorrendo devido ao estresse, estilo de vida, idade e outros.
PSA
Antígeno prostático específico, marcador no sangue que ajuda a identificar
alterações na glândula da próstata. Muito utilizado em pacientes acima de 45 anos,
no processo de diagnóstico de câncer de próstata.
Transaminases (ALT e AST, ou TGP e TGO)
Avaliam o fígado, pois essas enzimas são responsáveis pela metabolização
de proteínas.
Se o TGP e o TGO estão altos na circulação sanguínea, significa alteração
nesse órgão.
Exemplos que elevam essas enzimas: cirrose, hepatite e isquemia.
Se apenas o TGO estiver alto, é sinal para possíveis lesões cardíacas.
TSH e T4 Livre
Avaliam o funcionamento da tireoide.
• TSH alto e T4 baixo: hipotireodismo.
• TSH baixo e T4 elevado: hipertireoidismo.
• Os dois aumentados: origem do problema na hipófise.

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CAPITULO 5: BIOPSICOSOCIAL NO SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO

Isla Adriane Silva Rocha Oliveira

O sistema musculoesquelético, é uma rede anatômica e fisiológica que


confere forma, estabilidade e mobilidade ao corpo humano, representa uma das
estruturas mais notáveis do organismo humano. Composto por um intricado arranjo
de ossos, músculos, tendões, ligamentos, articulações, cartilagem e outros tecidos
conjuntivos, o sistema musculoesquelético desempenha um papel central na
sustentação, proteção e funcionalidade do corpo (HALL et al., 2021).
O esqueleto humano é o pilar central do sistema musculoesquelético,
constituindo a estrutura de sustentação do corpo. Composto por aproximadamente
206 ossos, ele fornece suporte mecânico; forma ao organismo; atuam na proteção
de órgãos internos, como o crânio que abriga o cérebro e as costelas que envolvem
o coração e os pulmões (BRASIL, 2003). O tecido ósseo, além de ser a espinha
dorsal do esqueleto, também é um importante local de armazenamento de minerais
como o cálcio e o fósforo.
A cartilagem, por sua vez, reveste as extremidades dos ossos nas
articulações, proporcionando uma superfície lisa para o movimento e absorvendo
choques mecânicos. Ademais, os tecidos conjuntivos, incluindo os tendões e
ligamentos, conectam os ossos e músculos, facilitando a transmissão de força e
movimento (YOSHIKAWA et al., 2015).
Os músculos são essenciais para a geração de movimento. Divididos em músculos
esqueléticos, cardíacos e lisos, eles desempenham funções específicas. Os
músculos esqueléticos são os principais agentes da locomoção humana. A
capacidade de contração e relaxamento dos músculos esqueléticos permite a
flexibilidade e mobilidade do corpo, permitindo a execução de tarefas diárias e
atividades físicas (PEREIRA et al., 2010).
As articulações são as interfaces entre os ossos que possibilitam a amplitude
de movimento do corpo. Existem diversos tipos de articulações, incluindo as
articulações sinoviais, cartilaginosas e fibrosas, cada uma com características
anatômicas distintas e limitações de movimento (DANGELO et al., 2000).
Desde o momento do nascimento, o corpo humano é submetido a uma série
contínua de mudanças e transformações ao longo da vida. O processo de
envelhecimento, embora inevitável, é apenas uma das facetas do ciclo de vida. Além
disso, existem inúmeras situações fora do controle que podem afetar o sistema
musculoesquelético, tais como acidentes, doenças e lesões. Essas circunstâncias
podem acelerar o desgaste dos tecidos musculoesqueléticos, resultando em
limitações funcionais, dores crônicas e comprometimento da qualidade de vida
(MOLETA, 2017).
Conforme os anos avançam, é comum observar uma diminuição na
densidade óssea, tornando os ossos mais frágeis e suscetíveis a fraturas; os
músculos tendem a perder massa e força e isso pode levar a uma redução na
capacidade funcional, resultando em perda de mobilidade, equilíbrio precário e um
aumento no risco de quedas (DANTAS et al., 2017).
As articulações também são afetadas. A cartilagem articular, que reveste as
superfícies das articulações, pode se deteriorar causando dor, rigidez e redução da
amplitude de movimento, afetando significativamente a qualidade de vida. Além
disso, a redução na produção de líquido sinovial, que lubrifica as articulações, pode
tornar os movimentos articulares menos suaves e mais dolorosos. Em conjunto,
essas mudanças demandam uma atenção especial à saúde óssea, muscular e
articular, bem como a promoção de estilos de vida ativos e estratégias de prevenção
de lesões (PINHEIRO et al., 2019).
A fisioterapia desempenha um papel fundamental na prevenção e reabilitação
de doenças e no enfrentamento do processo natural de envelhecimento. O
entendimento do indivíduo como um ser biopsicosocial cria uma abordagem holística
na compreensão da saúde e do bem-estar humano.
Com base na abordagem biopsicossocial, que considera não apenas os
aspectos físicos (biológicos), mas também os aspectos psicológicos e sociais, os
fisioterapeutas são capacitados para avaliar e tratar os pacientes de maneira
abrangente. Eles não apenas abordam as lesões e condições musculoesqueléticas
sob uma perspectiva biomecânica, mas também consideram fatores psicológicos
como o medo da dor e os impactos sociais, como a capacidade de uma pessoa de
participar de atividades do dia a dia (DANTAS et al., 2017).
O aspecto biológico (Bio) se refere aos aspectos fisiológicos e anatômicos do
sistema músculoesquelético. Isso envolve o estudo da estrutura e função dos
músculos, ossos, articulações, nervos e outros tecidos relacionados. Problemas
biológicos podem incluir lesões, doenças musculares, artrite, e outros distúrbios
físicos. A anatomia do sistema musculoesquelético, se concentra na estrutura e na
disposição das várias partes que compõem esse sistema, tais como ossos,
músculos, articulações, ligamentos e tendões. Através do estudo da anatomia, é
possível identificar e descrever cada componente, permitindo uma visão
aprofundada da complexa arquitetura do corpo humano (NASCIMENTO JÚNIOR et
al., 2020).
A fisiologia se concentra nas funções e processos biológicos que ocorrem
nesse sistema, revelando como os músculos se contraem, como as articulações
operam e como o sistema como um todo suporta a locomoção e a manutenção da
postura. Fornece informações sobre o funcionamento interno do sistema
musculoesquelético, permitindo-nos entender não apenas a estrutura, mas também
a dinâmica e o funcionamento (OLIVEIRA et al., 2015).
Já a patologia se dedica à pesquisa e ao entendimento de doenças, lesões e
distúrbios que podem prejudicar o funcionamento desse sistema. As condições
abrangem uma ampla gama de problemas, como osteoartrite, lesões de ligamentos,
fraturas ósseas e distúrbios musculares, entre outras. O estudo da patologia
possibilita o diagnóstico preciso dessas condições, identificando suas causas e
gravidade, o que é fundamental para o planejamento de intervenções terapêuticas
adequadas (NASCIMENTO JÚNIOR et al., 2020).
Paralelamente, a realização de exames médicos é uma etapa crucial no
processo de avaliação. Uma variedade de métodos diagnósticos pode ser
empregada, incluindo radiografias, ressonâncias magnéticas, tomografias e exames
de sangue, entre outros. Esses exames fornecem informações auxiliando na
identificação precisa de anormalidades e na orientação do tratamento adequado.
Uma vez identificados os problemas biológicos a intervenção médica, pode
incluir procedimentos cirúrgicos para reparar lesões graves, medicações para tratar
doenças, bem como reabilitação física e fisioterapia para restaurar a função e a
mobilidade, se torna essencial. O tratamento médico é personalizado com base no
diagnóstico específico de cada paciente, visando a recuperação e o retorno à saúde
ótima.
Quanto aos aspectos psicológicos (Psico) da abordagem biopsicossocial
consideram como fatores emocionais, cognitivos e comportamentais podem
influenciar a saúde do sistema musculoesquelético. O estresse, a ansiedade, a
depressão, e até mesmo crenças e atitudes em relação à dor e à recuperação
podem afetar a experiência e o curso de problemas musculoesqueléticos (DANTAS
et al., 2017).
A maneira como uma pessoa percebe e lida com a dor é influenciada por
fatores psicológicos significativos. A dor crônica, por exemplo, pode ser intensificada
pela presença de ansiedade, depressão e medo, o que pode tornar a experiência da
dor ainda mais debilitante. Esses fatores emocionais desempenham um papel
fundamental na forma como as pessoas interpretam e relatam a intensidade da dor
que estão sentindo, destacando a importância de considerar a dimensão psicológica
no tratamento (SARDÁ JÚNIOR et al., 2012).
A resiliência psicológica é outro aspecto onde os indivíduos cultivam uma
mentalidade positiva e adotam estratégias de enfrentamento para se adaptar melhor
às limitações físicas impostas pelos problemas e às demandas do tratamento. A
capacidade de enfrentar desafios com resiliência não apenas melhora a experiência
do paciente, mas também pode impactar positivamente os resultados do tratamento,
promovendo uma recuperação mais eficaz e um retorno à funcionalidade ótima
(SOUZA et al., 2017).
As expectativas e crenças de um indivíduo em relação à sua condição,
quando pessimistas, podem retardar a recuperação, enquanto crenças otimistas
podem acelerar o processo de melhora. Além disso, problemas de saúde mental,
como ansiedade e depressão podem afetar negativamente a aderência ao
tratamento, a motivação para a reabilitação e a qualidade de vida (SOUZA et al.,
2017).
Em muitos casos, intervenções psicológicas desempenham um papel crucial
no tratamento. Terapias como a cognitivo-comportamental são frequentemente
utilizadas para ajudar os pacientes a lidar com a dor crônica, o estresse e os
desafios emocionais associados a problemas de saúde. Essas intervenções visam
melhorar a saúde mental, promover uma atitude positiva em relação ao tratamento
e, em última análise, contribuir para uma recuperação mais eficaz e uma melhor
qualidade de vida (LOPES; FERRARI; JORGE, 2019).
A dimensão social (socio), na abordagem biopsicossocial se concentra nos
fatores sociais, culturais e ambientais que influenciam a saúde, o funcionamento e a
experiência de indivíduos com problemas musculoesqueléticos. Essa perspectiva
reconhece que o contexto social e ambiental desempenha um papel fundamental na

determinação dos resultados de saúde e na maneira como as pessoas vivenciam e


enfrentam esses problemas (DANTAS et al., 2017).
O tipo de trabalho e as condições laborais desempenham um papel
significativo nesse contexto. Trabalhos que envolvem atividades físicas pesadas,
posturas inadequadas e movimentos repetitivos aumentam o risco de lesões
musculoesqueléticas. Isso mostra a importância de se considerar o ambiente de
trabalho e as práticas laborais ao avaliar e abordar problemas.
Além disso, ter um sistema de suporte robusto que inclui amigos, familiares e
colegas pode influenciar positivamente a recuperação. Esse apoio não apenas
oferece conforto emocional, mas também assistência prática, tornando-se um
componente essencial na jornada de recuperação de indivíduos (JULIANO; YUNES,
2014).
Por outro lado, barreiras sociais, como a falta de acesso a serviços de saúde
de qualidade, obstáculos econômicos, ausência de seguro de saúde e
desigualdades sociais, podem afetar negativamente o acesso ao tratamento e a
qualidade dos cuidados. Identificar e abordar essas barreiras é fundamental para
garantir que as pessoas tenham a oportunidade de receber o tratamento necessário
independentemente de seu contexto social e econômico (DANTAS et al., 2017).
A cultura e os valores sociais reconhece que as normas culturais e os valores
pessoais podem influenciar profundamente as decisões de tratamento, as crenças
sobre a dor e as práticas de autocuidado. Por exemplo, em algumas culturas, a dor
crônica pode ser mais ou menos tolerada, o que afeta a busca de tratamento e a
expressão de desconforto (ALVES; OLIVEIRA, 2018). É essencial considerar as
influências culturais e sociais ao fornecer cuidados para garantir que as abordagens
sejam sensíveis e culturalmente apropriadas.
Além disso, o estilo de vida, como a atividade física, os hábitos de nutrição e
os padrões de sono, que são influenciados pelas pressões sociais e culturais
também influenciam. É preciso a promoção de um estilo de vida saudável para a
prevenção e o gerenciamento de problemas.
Para implementar essa abordagem, profissionais de saúde, como médicos,
fisioterapeutas, psicólogos e assistentes sociais, trabalham em colaboração para
oferecer cuidados abrangentes e personalizados aos pacientes afetados por esses
problemas. Essa abordagem multidisciplinar visa não apenas tratar os sintomas,
mas
também identificar e resolver as causas subjacentes, promovendo assim uma
recuperação mais completa e eficaz (DANTAS et al., 2017).
Um exemplo prático seria um paciente que enfrenta dor crônica nas costas
devido a uma condição musculoesquelética, como hérnia de disco. A abordagem
biopsicossocial nesse caso levaria em consideração não apenas os aspectos
biológicos da condição, mas também os fatores psicológicos e sociais que afetam o
paciente.
O tratamento poderia começar com uma avaliação médica e ou
fisioterapêutica para diagnosticar a causa da dor nas costas. Isso pode envolver a
realização de exames de imagem, como ressonância magnética, para identificar a
presença de uma hérnia de disco ou outras anormalidades. Uma vez identificada a
causa biológica, o tratamento pode abranger opções como fisioterapia para
fortalecer a musculatura, exercícios específicos para a condição e, em casos mais
graves, intervenções cirúrgicas para aliviar a pressão sobre o nervo comprimido.
A dor crônica nas costas frequentemente leva a sintomas psicológicos como
ansiedade, depressão e estresse, relacionados à experiência de dor constante. Para
abordar essa dimensão, um terapeuta ou psicólogo pode oferecer terapia cognitivo-
comportamental, que ajuda o paciente a desenvolver estratégias de enfrentamento
eficazes, reduzir a ansiedade relacionada à dor e melhorar a qualidade de vida
geral, ao capacitar o paciente para lidar com as dimensões emocionais da condição
(LOPES; FERRARI; JORGE, 2019).
Problemas musculoesqueléticos, como a dor crônica nas costas, também
podem ter impactos significativos na vida social e profissional do paciente. Isso pode
incluir a incapacidade de trabalhar, perda de renda e isolamento social devido à dor
persistente. Nesse sentido, assistentes sociais desempenham um papel crucial ao
ajudar o paciente a acessar serviços de apoio, orientar sobre questões financeiras e
estabelecer um sistema de apoio social sólido para enfrentar os desafios sociais que
surgem devido à condição (MOTA, 2020).
A abordagem biopsicossocial é uma estratégia de tratamento que considera
esses três aspectos interconectados, garantindo que o paciente seja tratado de
maneira completa, abordando não apenas a causa física da dor, mas também os
impactos psicológicos e sociais da condição. Isso resulta em um tratamento mais
eficaz e na melhoria da qualidade de vida para o paciente que enfrenta problemas
musculoesqueléticos.
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CAPITULO 6: NEUROCIÊNCIA DA DOR

Viviane Loures Barbosa

A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a


danos, lesões ou ameaças ao corpo. É um mecanismo importante de proteção do
organismo, pois alerta para a presença de algo que pode causar dano físico. A dor
serve como um sinal de aviso para que a pessoa tome medidas para evitar lesões
adicionais ou para procurar ajuda médica (SILVA; et al., 2020).
A definição de dor foi atualizada em 2020 após 40 anos. Segundo a
Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), em sua mais recente
classificação (IASP, 2022, p. 1), é a seguinte:
“A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada ou
semelhante àquela associada a dano tecidual real ou potencial [...]”.
A dor é sempre uma experiência pessoal que é influenciada em graus
variados por fatores biológicos, psicológicos e sociais [...]; A dor não pode ser
inferida apenas pela atividade dos neurônios sensoriais; O relato de uma pessoa
sobre uma experiência como dor deve ser respeitado; Embora a dor geralmente
desempenhe um papel adaptativo, ela pode ter efeitos adversos na função e no
bem-estar social e psicológico; A descrição verbal é apenas um dos vários
comportamentos para expressar a dor; a incapacidade de comunicar não nega a
possibilidade de um ser humano ou um animal não humano sentir dor (IASP, 2022,
p. tradução livre).
Esta nova definição destaca a natureza subjetiva da dor e reconhece que a
dor é uma experiência pessoal e única, influenciada por fatores físicos, sociais,
culturais e psicológicos. Além disso, a nova definição enfatiza que a dor pode
ocorrer mesmo na ausência de danos teciduais óbvios, como é o caso da dor
crônica. A nova definição da dor pela IASP visa a melhor compreensão da
complexidade da dor e a promoção de abordagens mais abrangentes e
individualizadas no tratamento da dor.
A partir dessa perspectiva adaptativa, a dor tem três funções relacionadas:
alerta, recuperação e comunicação. A mensuração da dor e de outros sinais vitais
fornece informações relevantes sobre o funcionamento normal do corpo, portanto, a
dor é uma experiência complexa que pode envolver diferentes dimensões além da
sensação física em si (MONTOYA, 2018). Algumas das dimensões incluem a
sensação, cognitivo, emocional e comportamental.
O sistema de inibição da dor é uma via neural que pode reduzir a dor. Essa
via envolve a liberação de substâncias químicas, como endorfinas, que atuam nos
receptores de dor no sistema nervoso central, reduzindo a transmissão da dor. Além
disso, a via de inibição da dor pode ser ativada por estímulos, como o toque ou a
massagem, que podem aumentar a produção de endorfinas (CUNHA, 2015).
Por outro lado, o sistema de facilitação da dor é uma via neural que pode
aumentar a dor. Essa via envolve a amplificação dos sinais de dor no sistema
nervoso central, tornando a dor mais intensa. O sistema de facilitação da dor pode
ser ativado por fatores como o estresse, a ansiedade e o medo, que podem
aumentar a sensibilidade à dor (MORAIS; et al., 2021).
Compreender o papel do sistema de inibição e facilitação da dor pode ser útil
para o tratamento da dor. Estratégias que aumentam a ativação do sistema de
inibição da dor, como a terapia manual e a acupuntura, podem ser eficazes para
reduzir a dor. Por outro lado, abordagens que visam reduzir a ativação do sistema
de facilitação da dor, como a terapia cognitivo-comportamental, podem ser úteis
para reduzir o impacto das dimensões cognitivas e emocionais da dor (PEIXOTO,
2016).
Ao compreender como a dor é percebida pelo indivíduo, o fisioterapeuta pode
ajudar a identificar os fatores que podem estar contribuindo para a experiência
dolorosa e adotar abordagens que controlam esses fatores. Por exemplo, se o
indivíduo está experimentando uma dor crônica devido a fatores psicológicos, como
estresse ou ansiedade, o fisioterapeuta pode recomendar terapias complementares
para ajudar a reduzir esses fatores de estresse e, consequentemente, reduzir a dor
(BRASIL, 2022).
Ao entender como o corpo pode inibir a dor, o fisioterapeuta pode recomendar
intervenções terapêuticas que estimulam a ativação do sistema de inibição da dor,
como o uso de técnicas manuais ou exercícios específicos. Além disso, o
fisioterapeuta pode ajudar o indivíduo a adotar estratégias para lidar com a dor,
como o relaxamento, a respiração profunda e a meditação (GOSLING, 2012).
Em resumo, a compreensão da experiência individual da dor e do papel do
sistema de inibição da dor é fundamental para o desenvolvimento de um plano de
tratamento eficaz e personalizado para o paciente. Talvez o principal problema da
dor como sinal vital seja a dificuldade de medi-la objetivamente em um ambiente
clínico. Deve-se levar em conta que a dor é fundamentalmente uma experiência
subjetiva. Nos últimos anos, a pesquisa em neurociência está fornecendo novas
ferramentas para registrar dores intensas em humanos.
Segundo Montoya (2018, p. 132), a possibilidade de perceber e experimentar
dor permite que os organismos iniciem o comportamento adequado para reparar os
danos corporais. Neste sentido, a experiência subjetiva da dor tem características
fisiológicas semelhantes a outras sensações subjetivas, como fome, sede ou frio /
calor. Assim, por exemplo, a experiência da dor provoca comportamentos típicos
para reduzir lesões corporais e para facilitar a recuperação (por exemplo, descansar,
massagear a área lesada, tomar analgésicos, expressar raiva, prevenir malvadas,
rezar ou reclamar).
A dor emerge quando sinais de dano ou potencial dano aos tecidos são
transmitidos ao sistema nervoso central através de informações nociceptivas. Esse
processo complexo envolve a colaboração de várias áreas cerebrais, cada uma
delas desempenhando funções específicas que se entrelaçam com os aspectos
psicológicos associados à dor (MONTOYA, 2018). Essa compreensão
neurofisiológica da dor é fundamental para o desenvolvimento de tratamentos mais
eficazes, incluindo abordagens que visam as áreas cerebrais envolvidas na
modulação da dor e na resposta emocional a ela.

DOR CRÔNICA
A dor crônica é um problema de saúde amplamente disseminado que afeta a
qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Diferentemente da dor
aguda, que é uma resposta fisiológica e adaptativa a lesões ou ameaças aos
tecidos, a dor crônica persiste além do período esperado de recuperação e muitas
vezes carece de uma causa óbvia (BALIKI; APKARIAN, 2015). Entre os mecanismos
neurobiológicos amplamente discutidos no contexto da dor crônica, destaca-se a
sensibilização ou hiperexcitabilidade do sistema nervoso central (SNC), um
fenômeno que desempenha um papel crucial na geração e manutenção dessa
condição clínica.
Segundo Montoya (2018, p. 134) “pacientes com dor crônica sofrem de um
funcionamento cerebral alterado, juntamente com uma sensibilidade à dor
aumentada [...], além de terem maior sensibilidade aos estímulos mecânicos ou
térmicos do que pessoas saudáveis”.
Uma das características fundamentais da dor crônica é a neuroplasticidade.
As vias de transmissão da dor no SNC são altamente dinâmicas e passíveis de
modificações estruturais e funcionais em resposta a estímulos dolorosos
persistentes. Essas adaptações incluem o aumento da excitabilidade de neurônios
nas áreas do cérebro relacionadas ao processamento da dor, como o córtex
somatossensorial e o córtex cingulado. A hiperalgesia e a alodinia, caracterizadas
pelo aumento da sensibilidade à dor e pela percepção de dor em resposta a
estímulos não dolorosos, respectivamente, são fenômenos associados a essas
mudanças na plasticidade neuronal (CAMPI, 2015).
A sensibilização central é outro componente importante da fisiopatologia da
dor crônica. Ela envolve a amplificação dos sinais de dor no SNC, resultando em
uma percepção exacerbada da dor. Isso ocorre devido a alterações na
neurotransmissão, com um aumento na liberação de substâncias como o glutamato,
que desempenham um papel crucial na transmissão da dor nos níveis medular e
cortical. Além disso, a ativação de células gliais, como os astrócitos e microglia,
contribui para a manutenção da sensibilização central (COSTA, 2022).
A estimulação dolorosa pelo calor pode induzir uma resposta complexa no
cérebro de pacientes com dor crônica. Embora haja uma supressão ou redução da
atividade cerebral em algumas áreas normalmente envolvidas no processamento da
dor, como o córtex cingulado anterior, o lábio e o córtex orbitofrontofrontal, essa
resposta é apenas uma parte do que acontece durante a experiência da dor crônica
(TOUTAIN, 2019).
A supressão da atividade cerebral em áreas específicas pode ser vista como
uma tentativa do cérebro de modular ou controlar a percepção da dor. O córtex
cingulado anterior, por exemplo, desempenha um papel importante na avaliação
emocional da dor, e sua redução de atividade pode ser uma resposta adaptativa
para minimizar o sofrimento emocional associado à dor crônica. Além disso, o córtex
pré-frontal orbitofrontal está envolvido na avaliação das consequências da dor, e a
supressão dessa área pode estar relacionada à dificuldade dos pacientes em
processar informações relacionadas à dor de forma eficaz (SILVA; et al., 2020).
Pacientes com síndrome regional complexa, também conhecida como
síndrome da dor regional complexa, e dor nas costas mecânica crônica podem, em
alguns casos, apresentar respostas cerebrais semelhantes às de pessoas saudáveis
durante a estimulação dolorosa ou em certas situações. No entanto, é importante
ressaltar que essas condições são altamente variáveis e podem afetar indivíduos de
maneiras diferentes (MONTOYA, 2018).
Pacientes diagnosticados com fibromialgia frequentemente exibem respostas
amplificadas a estímulos tanto dolorosos quanto não dolorosos em diversas áreas
do cérebro. Essas respostas hiperativas em regiões relacionadas ao processamento
sensorial e emocional destacam a complexidade da condição, contribuindo para uma
percepção de dor exacerbada e uma maior sensibilidade a estímulos sensoriais
leves (TEIXEIRA, 2022).
A dor crônica causa alterações funcionais no cérebro, afetando o
processamento de estímulos dolorosos e não dolorosos. Estudos sobre mudanças
nas redes cerebrais associadas à dor crônica, especialmente durante o repouso, são
essenciais para compreender essa condição. Essas pesquisas destacam a
plasticidade cerebral em resposta à dor persistente, revelando modificações nas
conexões e atividades cerebrais (DUSCHEK et al., 2019).
Compreender essas adaptações é crucial para avançar na compreensão da
dor crônica e desenvolver tratamentos mais eficazes. Isso demanda um estudo
abrangente dos fatores multidimensionais que influenciam a percepção da dor e seu
efeito na atividade cerebral em pacientes com dor crônica (KWAN et al., 2020).
A idade desempenha um papel significativo no processamento da dor
cerebral, e os mecanismos neurais subjacentes à percepção da dor podem variar ao
longo do ciclo de vida. A compreensão dessas diferenças é essencial para o
desenvolvimento de tratamentos mais eficazes para pessoas de todas as idades que
sofrem de dor aguda ou crônica. Além disso, a pesquisa continua a explorar como o
envelhecimento afeta os mecanismos neurais envolvidos na percepção da dor, o
que pode levar a avanços no tratamento da dor em grupos específicos de idade
(CODERRE; KATZ, 2017).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A dor crônica é um fenômeno complexo e multifacetado que vai além das
características físicas do estímulo doloroso. Ela envolve a ativação das redes
cerebrais da dor, influenciada por fatores emocionais, cognitivos e sociais, além de
ter um impacto duradouro no sistema nervoso central. A presença de estados
emocionais como depressão e ansiedade, juntamente com fatores cognitivos,
desempenha um papel na percepção e na persistência da dor crônica. Além disso,
fatores sociais, como apoio social, gênero e idade, influenciam a experiência da dor.
O envelhecimento também desempenha um papel relevante, com alterações
cerebrais relacionadas ao envelhecimento afetando a sensibilidade à dor e a
resposta a tratamentos. Para avançar na compreensão da dor crônica, é
fundamental adotar uma abordagem multidisciplinar na pesquisa. Isso não apenas
contribuirá para um entendimento mais completo da dor crônica, mas também abrirá
portas para tratamentos mais eficazes e personalizados que considerem aspectos
emocionais, cognitivos, sociais e as mudanças cerebrais associadas ao
envelhecimento. Abordar de forma integral a dor crônica é essencial para melhorar a
qualidade de vida das pessoas que sofrem com essa condição debilitante.

REFERÊNCIAS
ARAÚJO, M; et al. Manual de avaliação e tratamento da dor. Belém EDUEPA, 2020.

ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL PARA O ESTUDO DA DOR. IASP revisa sua


definição de dor pela primeira vez desde 1979. 2022. Disponível em:
<https://www.iasp-pain.org/wp-content/uploads/2022/04/revised-definition-
flysheet_R2-1-1-1.pdf>. Acesso em: 01 de outubro de 2023.

BALIKI, M. N; APKARIAN, V. Nocicepção, Dor, Humores Negativos e Seleção de


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BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da


Dor Crônica. 2022. Disponível em:
<https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2022/20221101_pcdt_d
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CAMPI, L. B. Avaliação de alodínia e hiperalgesia cefálica e extracefálica associadas
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em Reabilitação Oral). Faculdade de Odontologia de Araraquara. Universidade
Estadual Paulista. Araraquara, 2015.

CODERRE, T. J; KATZ, J. Hiperexcitabilidade periférica e central: sinais e sintomas


diferenciais na dor persistente. Rev. Behav Brain Sci. v. 20, n. 3, pp:404-419. 2017.
COSTA, M. S. S. Perfil dos pacientes atendidos no centro multidisciplinar de dor do
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. 2020. 273f.
Dissertação (Mestrado em Medicina): Universidade Federal de Minas Gerais,
Faculdade de Medicina. Belo Horizonte, 2020.

CUNHA, P. E. M. Avaliação do perfil epidemiológico e estratégias para o manejo da


dor crônica na atenção básica. 2015. 10 f. Tese (Doutorado) - Curso de
Especialização em Saúde da Família, Unasus / Unifesp, Botucatu, 2015.

DUSCHEK, S. et al. Dinâmica do fluxo sanguíneo cerebral durante o processamento


da dor em pacientes com síndrome da fibromialgia. Rev. Psychosom Med. v. 74, n.
8, pp:802-9. 2019.

GOSLING, A. P. Mecanismos de ação e efeitos da fisioterapia no tratamento da dor.


Revista Dor. v. 13, n. 1, pp. 65-70. 2012.

KWAN, C.L. et al. Um estudo de RMf do córtex cingulado anterior e ativações na


parede medial circundante evocadas por estímulos cutâneos dolorosos de calor e
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MONTOYA P. Neurociência cognitiva e afetiva em dor crônica: relevância para a
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Dissertação (Mestrado em Medicina). Faculdade de Medicina. Lisboa, 2016.

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TEIXEIRA, L. A. Resiliência e dor em pacientes com fibromialgia – Um estudo


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Faculdade de Medicina. Universidade Estadual Paulista. Botucatu, 2022.

TOUTAIN, T. G. L. O. Avaliação da estabilidade cerebral e conexões intra e inter-


hemisféricas na modulação afetiva da dor. 2019. 131f. Dissertação (Mestrado em
Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas). Universidade Federal da Bahia.
Salvador, 2019.

CÁPITULO 7: PSICOLOGIA E DOR


Amanda Kelly Florentino

O que torna o homem um ser humano? Assim como na natureza, a vida


humana é baseada em um equilíbrio de fatores. Nenhum desses se superioriza ao
outro, o ser psíquico, o ser biológico, o ser espiritual e o ser social. O equilíbrio entre
essas instâncias nos faz deixarmos de ser seres meramente materiais e sim uma
obra única (BARRETO, 2014).
O cérebro humano é capaz de registrar todos os acontecimentos sejam eles
prazerosos ou dolorosos. Esses registros ficam gravados em nosso corpo físico, que
se comporta desencadeando processos químicos. Desse modo, impactos
psicológicos negativos, alteram diretamente na liberação de neurotransmissores,
enfraquecendo o sistema imune, e tornando um indivíduo mais susceptível a
enfermidades (BARRETO, 2014).
Considerando esses fatos é inegável a relação corpo e mente referente aos
aspectos da dor. A dor deixa de ser um aspecto físico associado a lesão, e passa a
ser compreendida como resultado de uma interação biopsicossocial. Um indivíduo
que convive com dor, claramente será afetado emocionalmente, socialmente e
financeiramente. Logo, essa gama de fatores acarretará em uma pessoa cercado de
inseguranças, medos e incapacidade.
Por trás de um paciente com dor há diversas explicações para justificar o que
acontece em seu organismo. O conceito atual de dor pela Associação Internacional
para Estudos da Dor (IASP) a caracteriza como “Uma experiência sensitiva e
emocional desagradável associada a uma lesão tecidual real ou potencial, ou
descrita nos termos de tal lesão”. Desse modo revela-se que nem sempre a dor será
algo visível ao toque, observado e mensurado mas sim sentido o que varia de
acordo com a experiência de vida de cada um. (DESANTANA et al. 2020/2021).
Ao longo da história, estudiosos buscaram estratégias para compreender a
relação da dor com aspectos psicoemocionais. A autora Loduca em 1998 em seu
projeto “Retrato da Dor” concluiu que o a intensidade do sofrimento do indivíduo, o
quão significado essa dor tem, está inteiramente envolvida com o nível álgico do
paciente. A aplicabilidade desse projeto envolve a solicitação de uma representação
gráfica que concretize a dor desse paciente. Além disso era feito um inquérito a
respeito da representatividade da dor na vida do mesmo. Desse modo era possível
aprofundar sobre sua vida e encontrar a raiz de onde tudo se inicia intervindo em
sua percepção de dor. Esse projeto foi de grande relevância para o
autoconhecimento do paciente e a compreensão da necessidade de intervenção
psicológica. (LODUCA et al.,2021).
O perfil de paciente com dor é algo muito pessoal e está atrelado ao
sofrimento. Independe de apenas de um quadro álgico, mas sim de sensações,
crenças, enfrentamento, enfim a maneira como o indivíduo visualiza a vida. Desse
modo a sobrecarga de uma doença pode gerar um impacto destrutivo e perturbador
levando a uma busca por soluções de curto prazo que não envolve mudança de
hábitos.
Pacientes com dor crônica carecem de um tratamento que explore mais as
suas necessidades devido ao tempo de algia. Não trata- se mais de uma lesão
tecidual e sim de um conjunto situações que levaram a permanência dessa dor.
Fatores emocionais, depressão e ansiedade, estilo de vida contribuem para
“cronificar” um quadro que se houvesse assistência no tempo certo seria evitado.
Uma abordagem eficaz para início de tratamento em um paciente com algia é
a Educação em Dor. A Educação em Dor trata-se de uma combinação de
estratégias de aprendizagem que promovem mudança comportamental e estilo de
vida alterando positivamente a experiência de dor do paciente de maneira ativa.
Essa terapêutica pode ser realizada através de conversas, apresentações
audiovisuais, panfletagem e reuniões em grupo. A ideia principal é que o paciente
traga novos significados a dor, à reconheça e compreenda e seja sua própria
motivação para enfrentá-la. (DORVAL et al.,2022).
Além da educação em dor, a psicoeducação também mostrou significativos
resultados. Sendo ela “uma estratégia que busca auxiliar na compreensão de
determinada condição clínica, das suas consequências e dos objetivos do
tratamento, bem como empoderar pacientes e familiares para melhorar suas
habilidades para lidar com os problemas associados à doença”. (FERREIRA et al.
2021).
Dores musculoesqueléticas são as maiores causas de incapacidade no
mundo e estão relacionadas diretamente a perda de funcionalidade e qualidade de
vida. Além de prejuízos funcionais, a qualidade do sono, déficits cognitivos,
depressão e ansiedade tornam o quadro de ainda mais difícil manejo. Por isso, a
Educação em dor torna-se uma estratégia indispensável no que diz respeito a
reabilitação biopsicossocial. (PONTIN et al., 2021).
A grande questão a ser solucionada é, qual melhor abordagem de um
profissional de saúde na assistência desses pacientes? É preciso expor
detalhadamente, destrinchar todos os aspectos da dor. É preciso dar sentido e
mostrar o impacto. A forma como o profissional se apresenta, demonstra interesse, e
dá importância á aquele paciente faz toda a diferença. Pode ser que esse paciente
já conviva com a dor a tanto tempo que ele não consegue visualizar uma realidade
diferente, por isso é preciso ressignificar as coisas. Portanto, a maneira como ele se
sente acolhido dentro de um consultório e a segurança que o profissional passa para
ele que definirá um tratamento de sucesso.

REFERÊNCIAS:
BARRETO. Quando a boca cala os órgãos falam-:desvendando as mensagens dos
sintomas. Gráfica LCR, 2° edição, p. 17-24, 2014.

LODUCA, M, F, S et al. Retrato da dor: Um caminho para entender o sofrimento do


indivíduo. Psicologia: Teoria e Pesquisa [online].v.37, e37450, 2021. Acessado em 2
de janeiro de 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102.3772e37450

PONTIN, G, D, T et al. Positive effects of a pain education program on patients with


chronic pain: observational study. BrJP [online]. v. 4, n.2, 2021. Acessado em 14 de
janeiro de 2023. Disponível em: https://doi.org/10.5935/2595-0118.20210026

DORVAL, MARTINS, ARAÚJO. O efeito da educação na dor e funcionalidade em


pacientes com disfunções musculoesqueléticas do membro superior: uma revisão
sistemática. Fisioterapia e Pesquisa [online]. v. 29, n. 3, 2022. Acessado em 16 de
janeiro de 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1809-
2950/21018929032022PT https://doi.org/10.1590/1809-2950/21018929032022EN

DeSantana, P, J, C, O, F et al. Tradução para a língua portuguesa da definição


revisada de dor pela Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor. Diretoria da
Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor [online], 2020-2021. Acessado em 1 de
junho de 2023. Disponível em: https://sbed.org.br/wp-content/uploads/2020/08/Defini
%C3%A7%C3%A3o-revisada-de-dor_3.pdf

FERREIRA, S, M et al. Características e Desfechos da Educação em Saúde e


Psicoeducação para Dor Crônica: uma revisão sistemática da literatura. Contextos
clínicos [online]. v.14, n.2, maio/agosto.2021. Acessado em 25 de abril de 2023.
Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Contextos-Clinicos/publication/
357617251_Caracteristicas_e_Desfechos_da_Educacao_em_Saude_e_Psicoeduca
cao_para_Dor_Cronica_uma_revisao_sistematica_da_literatura_Characteristics_and
_Outcomes_of_Health_Education_and_Psychoeducation_for_Chronic/links/
61d64541e669ee0f5c8a512b/Caracteristicas-e-Desfechos-da-Educacao-em-Saude-
e-Psicoeducacao-para-Dor-Cronica-uma-revisao-sistematica-da-literatura-
Characteristics-and-Outcomes-of-Health-Education-and-Psychoeducation-for-
Chronic.pdf.
CÁPITULO 8: A AVALIAÇÃO DA DOR

Mélane Miranda Eleutério

A International Association for the Study of Pain (IASP) define a dor como
uma sensação sensorial e emocional desagradável que surge em conexão com
lesões reais ou possíveis. A dor é uma percepção complexa que pode ser moldada
por experiências anteriores e pelo ambiente em que a causa nociva atua, seja de
maneira isolada ou resultante da interação entre fatores físicos e estados
emocionais adversos.
Para o profissional de saúde lidar de maneira eficaz com o controle da dor, é
essencial compreender os conceitos fundamentais relacionados aos seus
mecanismos e aos impactos que ela pode ter nas dimensões física, emocional e
social dos pacientes. Isso ajuda na escolha das terapias mais apropriadas.
É crucial adotar abordagens de atendimento interdisciplinar e multiprofissional
para tratar pacientes com dor. Isso requer um compromisso maior por parte dos
profissionais de saúde de diversas áreas, desde a sua formação inicial. Além disso,
órgãos de saúde, instituições, entidades e associações dedicadas à assistência e ao
ensino em dor também desempenham um papel vital ao enfatizar a importância de
uma abordagem que leve em consideração os aspectos biopsicossociais na
assistência às pessoas que sofrem com a dor.
A fisioterapia desempenha um papel crucial no tratamento da dor ao longo
dos anos. Ela utiliza uma variedade de técnicas terapêuticas físicas, adaptando-as
de acordo com as necessidades clínicas específicas.
A eficácia da fisioterapia depende da identificação do mecanismo de dor
predominante. Essas técnicas terapêuticas abrangem uma ampla gama de
disfunções musculoesqueléticas comuns em pacientes com dor, e cada uma delas
possui uma explicação neurofisiológica única relacionada aos seus mecanismos de
ação. Cada pessoa é única, com uma história e uma maneira própria de
experimentar a dor. Mesmo diante de estímulos nocivos idênticos, duas pessoas
não sentirão a dor da mesma forma. Diversos fatores, como aspectos
neurofisiológicos, hormonais, culturais, circunstanciais, emocionais e psicológicos,
podem interagir e influenciar a intensidade da sensação dolorosa e do desconforto
associado a ela.
Uma avaliação adequada é fundamental para iniciar um tratamento eficaz.
Sem uma avaliação apropriada, a dor pode ser mal compreendida ou subestimada,
o que pode resultar em intervenções inadequadas e prejudicar a qualidade de vida
do paciente. Fatores como a situação atual, a cultura, o estado emocional e os
aspectos psicológicos desempenham um papel importante na forma como o
paciente percebe a dor.
Para conduzir a avaliação da dor, as informações necessárias são obtidas
através do relato do paciente e complementadas por meio da avaliação física, com o
paciente desempenhando um papel central no contexto clínico:

1. Escala de Avaliação da Dor:


As escalas de avaliação da dor em fisioterapia são ferramentas utilizadas para medir
a intensidade da dor que um paciente está experimentando. Elas ajudam os
fisioterapeutas a quantificar a dor de forma subjetiva, permitindo o acompanhamento
ao longo do tempo e a avaliação da eficácia do tratamento. Duas escalas de
avaliação de dor comuns são a Escala Visual Analógica (EVA) e a Escala Numérica.
O paciente fornece a resposta com base em sua sensação subjetiva. Essas escalas
são usadas para avaliar a dor no início do tratamento, monitorar o progresso ao
longo do tempo e adaptar o plano de tratamento de acordo com as mudanças na
intensidade da dor. Isso permite que os fisioterapeutas ajustem as terapias para
alcançar melhores resultados no alívio da dor e na recuperação do paciente.

2. Entrevista Clínica: A entrevista clínica na avaliação da dor em fisioterapia


desempenha um papel crucial na compreensão da experiência da dor de um
paciente e no desenvolvimento de um plano de tratamento adequado. A entrevista
clínica é uma parte fundamental da avaliação da dor em fisioterapia, pois ajuda a
identificar as causas subjacentes da dor e a determinar a abordagem de tratamento
mais apropriada para aliviar a dor e promover a recuperação do paciente.

3. Exame Físico: O exame físico desempenha um papel importante no processo


de avaliação da dor em fisioterapia, pois permite ao fisioterapeuta avaliar a função
física do paciente, identificar áreas de disfunção ou lesão e determinar como a dor
afeta o corpo do paciente. Inspeção: O fisioterapeuta começa observando a postura,
a marcha e a aparência geral do paciente. Eles procuram por sinais visíveis de
desequilíbrios musculares, deformidades ou anormalidades.
 Palpação: Durante a palpação, o fisioterapeuta utiliza as mãos para sentir a
área afetada, procurando áreas sensíveis, inchaço, tensão muscular ou pontos
de gatilho. Isso ajuda a identificar áreas de dor localizada.
 Amplitude de Movimento (ADM): O fisioterapeuta avalia a capacidade do
paciente de realizar movimentos específicos nas articulações afetadas. Isso
ajuda a identificar restrições de movimento.
 Força Muscular: O fisioterapeuta avalia a força muscular, pedindo ao paciente
para realizar contrações musculares contra resistência ou usando testes
específicos.
 Testes de Sensibilidade: O fisioterapeuta verifica a sensibilidade da pele na
área afetada, procurando por áreas de dormência, formigamento ou hiperestesia.

4. Testes Específicos: Em casos específicos, testes adicionais, como exames de


imagem (raio-x, ressonância magnética) ou testes de função específicos, podem ser
usados para avaliar a causa da dor.

5. Avaliação Funcional: Os fisioterapeutas também avaliam como a dor afeta a


capacidade do paciente de realizar tarefas diárias e atividades funcionais.
Com base nessa avaliação, o fisioterapeuta faz um diagnóstico clínico,
identificando a causa da dor e quaisquer fatores contribuintes. Isso pode incluir
diagnósticos diferenciais para descartar outras condições.
Seguindo o processo, os objetivos são estabelecidos. O fisioterapeuta e o
paciente definem metas claras de tratamento, como alívio da dor, recuperação da
função ou melhora da qualidade de vida. Sendo assim, com base no diagnóstico e
nos objetivos, o fisioterapeuta elabora um plano de tratamento personalizado. Isso
pode incluir terapias específicas, exercícios terapêuticos, modalidades físicas e
estratégias de gerenciamento da dor.

Após a conclusão da avaliação, o tratamento é iniciado de acordo com o


plano desenvolvido. O fisioterapeuta monitora o progresso do paciente ao longo do
tempo e faz ajustes no tratamento, conforme necessário. A avaliação da dor em
fisioterapia é um processo contínuo e dinâmico, pois a dor e a condição do paciente
podem evoluir com o tempo. O fisioterapeuta trabalha em colaboração com o
paciente para alcançar os objetivos de tratamento e melhorar a qualidade de vida,
aliviando a dor e restaurando a função.

REFERENCIAS
GOSLING, Artur Padão. Mecanismos de ação e efeitos da fisioterapia no tratamento
da dor. Revista Dor, v. 13, p. 65-70, 2012.
IASP - International Association for the Study of Pain. Pain, v. 3 Suppl:1--225, 1986.

NEVES, Marcos Lisboa; GOSLING, Artur Padão; VERCELINO, Rafael. O papel da


fisioterapia traumato-ortopédica no tratamento da dor crônica. In: Associação
Brasileira de Fisioterapia Traumato-Ortopédica; Silva MF, Barbosa RI,
organizadores. PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia Traumato-
Ortopédica: Ciclo 2. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2018. p. 117-52.(Sistema
de Educação Continuada a Distância, v. 1).

Pimenta CA, Figueró JA, Teixeira MJ, et al. Proposta de conteúdo mínimo sobre dor
e cuidados paliativos no curso de graduação da área de saúde. Rev Simbidor.
2001;2(1):23-35.

Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Projeto Hospital sem dor:
diretrizes para implantação da dor como 5º sinal vital. J Dor. 2005;2(16);1-7.

Sousa FA, Silva JA. Mensurando a dor. Rev Dor. 2005;6(4):680-7

CÁPITULO 9: INTERVENÇÃO DA DOR


Lucas Marques

A definição atual da dor é “uma experiência sensitiva e emocional desagradável


associada a uma lesão tecidual real ou potencial, ou descrita nos termos de tal
lesão” (IASP). Devido a complicação funcional, o paciente desenvolve sintomas
depressivos (FIGUEIREDO et al., 2013) catastrofização, exagero na auto percepção
da doença (LOPES, 2016; HYUSMANS et al., 2017), cinesiofobia (SOUZA et al,
2015; VALENÇA et al., 2016) e é afetada por uma série de fatores genéticos, físicos,
psicológicos, ambientais, culturais e sociais (BALAGUÉ et al., 2012)
A dor pode apresentar-se clinicamente de diferentes maneiras e estar associada a
uma variedade de sintomas. Portanto, os fisioterapeutas devem tratar a dor com
base em mecanismos clínicos periféricos e/ou centrais identificados durante o
processo de avaliação. Compreender e identificar esses mecanismos facilita o
julgamento e o raciocínio clínico na avaliação, tratamento e prognóstico de pacientes
com dor.
Dentro do alvo primário, ocorrerá modulação inibitória da dor à medida que os
estímulos periféricos e centrais que sensibilizam o sistema nervoso são reduzidos.
Além disso, os fisioterapeutas devem identificar os fatores biopsicossociais que
desencadeiam ou perpetuam a sensibilização.

Fonte: Universidade Federal do Rio de Janeiro (2011)

É importante delimitarmos os fatores contribuintes como o desenvolvimento,


transição, manutenção e intensificação da dor, com base nesses achados devem ser
realizadas o planejamento. O tratamento deve ser baseado na mecânica do
movimento (local ou sistêmico) utilizando exercícios e terapia manual para auxiliar
na melhora da dor, abordagens cognitivas também devem ser levado em
consideração.
A atuação do Fisioterapeuta na dor é de suma importância na prevenção e na
reabilitação física. O tratamento consiste em diversas técnicas de manipulação e
mobilização, restituindo a mobilidade articular do paciente e tendo um ganho na
amplitude de movimento. Alongamentos musculares também são essenciais para
trabalhar o encurtamento e extensibilidade muscular e tendinosa, eletroterapia com
foco em analgesia e exercícios com foco no fortalecimento muscular, criando mais
estabilidade e força para devolver a qualidade de vida do paciente.
A educação em dor está ligada diretamente no prognostico, sendo extremamente
necessário passarmos uma experiência positiva durante o tratamento. O
planejamento da conduta vai muito além de técnicas e intervenções utilizadas
durante as seções, é necessária uma base de informações que serão passadas ao
paciente para o ganho de confiança, desenvolvimento e quebra de paradigmas
negativo decorrentes do quadro álgico.
A dor incapacitante é continua em determinados pacientes, e afeta diretamente o
seu cotidiano. O fisioterapeuta deve atuar sempre orientando o paciente para evitar
agravamento do quadro clinico. A biomecânica dos movimentos durantes as
atividades diárias, exercícios aeróbicos e hábitos saudáveis como uma boa
hidratação e qualidade do sono, são pequenas mudanças que contribuem para
melhora da qualidade de vida.
O paciente não deve ficar restritos apenas exercícios durante as secções,
Lembrando que o exercício incorreto pode causar danos à saúde. Treinar com má
postura ou excesso de carga pode causar agravamento da lesão. Ensinar técnicas
de prevenção e autocuidado pode ajudar a prevenir e promover a saúde continuada
após a conclusão do tratamento. Lembre-se que cada situação é única e devemos
realizar um atendimento individualizado. A combinação certa de prática, educação,
aconselhamento e outros componentes podem variar de acordo com as
necessidades e objetivos do paciente.

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CÁPITULO 10: LESÃO MUSCULAR

Maria Alice Rosa dos Santos


Introdução
As lesões musculares são a causa mais frequente de incapacidade física na
prática esportiva. Estima-se que entre 30 e 50% de todas as lesões associadas ao
esporte são causadas por lesões de tecidos moles. Tal incidência pode ser mais
elevada de acordo com o esporte. No atletismo e no futebol, cerca 30 a 41% de
todas as lesões são musculares, enquanto no levantamento de peso, as lesões
musculares representam até 59% das injúrias.
Apesar do tratamento não cirúrgico resultar em bom prognóstico na maioria
dos atletas com lesão muscular, as consequências da falha do tratamento podem
ser dramáticas, postergando o retorno à atividade física por semanas ou até mesmo
meses. O conhecimento de alguns princípios básicos da regeneração e dos
mecanismos de reparo do músculo esquelético pode ajudar a evitar perigos
iminentes e acelerar o retorno ao esporte. (João P. C, André P, Arnaldo J.H, Tiago L
F).

Causas
Várias causas são apontadas como possíveis fatores responsáveis pelas
lesões nas fibras musculares estriadas esqueléticas. Alguns estudos ressaltam a
influência da fadiga muscular como fator precursor de lesão muscular. A fadiga
muscular pode ocorrer devido as falhas do nervo motor, da junção neuromuscular,
do sistema nervoso central e também do mecanismo contrátil. A fadiga do
mecanismo contrátil se dá pela depleção das reservas de ATP e PC, depleção das
reservas de glicogênio muscular e pelo acúmulo de ácido lático. (Natali, M.J.M 2001)
Os músculos são capazes de efetuar diferentes tipos de contração. Contração
isométrica, cuja força é gerada pelo músculo na mesma quantidade da resistência
que se opõe, não gerando movimento e não havendo mudança no tamanho do
músculo. Contração concêntrica, cuja força gerada pelo músculo é maior que a
resistência, gerando encurtamento do músculo. Contração excêntrica, cuja
resistência supera a força gerada pelo músculo, resultando em um alongamento do
músculo. Os tipos de lesão dependem do tipo de movimento que está sendo
realizado. (Guilherme C. B 2001)
Sintomas
Os sintomas dependem do tipo de cada lesão. E podem ser classificados,
como grau leve, moderado e grave. Nas lesões de grau I onde há ruptura mínima
das fibras, no grau II onde ocorre laceração do músculo com significante
hemorragia, e grau III como sendo aquela onde ocorre completa perda de função e
continuidade da maior parte ou de todo o músculo. (Clebis, N.K. 2001).

Diagnóstico
Existem diversos métodos para análise e diagnóstico de lesões musculares
causadas pela atividade física (FOSCHINI; PRESTES; CHARRO, 2007): medição da
atividade de enzimas plasmáticas (por exemplo: creatina quinase,
lactatodesidrogenase, troponina I e mioglobina), registro da ação voluntária máxima,
aquisição de respostas subjetivas de dor por meio de escala de percepção,
ressonância magnética, ultrassonografia, tomografia, eletromiografia de superfície,
termografia e amostra do músculo, são alguns dos métodos utilizados (BANDEIRA
et al., 2012; DUFFIELD et al., 2012; FERNANDES; PEDRINELLI; HERNANDEZ,
2011; FOSCHINI et al., 2007; SBRICCOLI et al., 2001).
O quadro clínico mais evidente é a dor, surge como o primeiro sinal e tende a
diminuir com o passar do tempo. Pode ocorrer espontaneamente, à palpação do
local, à contração ou ao alongamento da musculatura afetada . Como exames
auxiliares, podemos lançar mão de radiografias, ultrassonografias, ressonância
nuclear magnética (RNM) e tomografia computadorizada. A radiografia permite a
visualização de arrancamentos ósseos e alterações no subcutâneo, como edema de
partes moles e calcificações. A ultrassonografia, de preferência realizada por um
radiologista com experiência na avaliação musculoesquelética, pode avaliar, em
tempo real, tendões, músculos e partes moles; consegue, também, detectar a
presença de coleções líquidas e pode nos guiar durante uma punção. (Guilherme C.
B 2001).

Tratamento
Os tratamentos fisioterapêuticos devem aguardar o momento fisiopatológico
da lesão. Isso significa esperar que o próprio organismo comece a regeneração
tecidual para que a recuperação do paciente seja associada à recuperação natural
do músculo, sem impactar negativamente nesse processo. Em lesões de graus I, II e
III, o repouso e técnicas fisioterapêuticas de analgesia são essenciais. O Método
Rice (repouso, gelo, compressão e elevação) irá auxiliar a reduzir a inflamação e o
inchaço, interromper o sangramento intramuscular e assim limitar a progressão da
lesão ao mínimo, reduzindo o tempo de recuperação e proporcionando alívio básico
da dor (AUGUSTO, T.M.R. 2018).
Após a fase aguda da lesão (5-7 dias), se o paciente progredir no tratamento
inicial sem dor deve-se iniciar a próxima etapa do tratamento, que consiste em
progredir aos poucos com ou sem carga. O treinamento isométrico se inicia com
pouca ou nenhuma carga, se atentando ao limite da dor do paciente. O treinamento
isotônico só pode ser iniciado se durante o treinamento isométrico o paciente tiver
progredido com carga resistida e sem sinal de dor. O treinamento isocinético se
inicia com carga mínima e sem a presença de dor nos treinos anteriores.
O uso de anti-inflamatórios também é um método muito utilizado nos
tratamentos das lesões musculares, muitas vezes associado ao uso do ultrassom.
No entanto, estudos mostram que embora seu uso seja benéfico a curto prazo no
controle da dor, ocorrem efeitos adversos a longo prazo na regeneração e nas
propriedades tênsil e contrátil do músculo lesado (JARVINEN et al., 2000)
Ultrassom, uma onda sonora longitudinal, de penetração profunda, que, ao
ser transmitida aos tecidos biológicos, é capaz de produzir alterações celulares por
efeitos mecânicos. A transmissão ocorre pelas vibrações das moléculas do meio
através do qual a onda se propaga. Em média o tempo de aplicação do ultrassom
terapêutico é de 4 a 10 minutos por área. Os benefícios advindos dessa técnica são
o aumento da taxa de metabólica no tecido, aumento do fluxo sanguíneo e da
cicatrização tecidual. É possível notar redução da sensibilidade dos elementos
neurais, alívio da dor, redução dos espasmos musculares e aumento da
extensibilidade do colágeno. (SAIKALI, F.T. 2012).
O laser também é um tratamento utilizado nas clínicas fisioterapêuticas, o
qual vem sendo cada vez mais estudado na tentativa de observar seu efeito no
processo de regeneração na lesão muscular. Porém, estudo realizado com laser de
As-Ga com doses de 3 e 10 J/cm2 não foram eficientes para melhorar a
regeneração do tibial anterior através da análise morfológica (OLIVEIRA;
PARIZZOTO; SALVINI, 1999).
Já o uso de laser He-Ne resultou em aumento da área e densidade mitocondrial da
fibra do tibial anterior, sendo esses resultados dose-dependentes (AMARAL;
PARIZZOTO; SALVINI, 2001). Estudo prévio, também utilizando o laser He-Ne em
gastrocnêmio de rato, relata melhora da regeneração, evidenciada através da maior
incidência de miotubos no grupo radiado quando comparado ao controle (WEISS;
ORON, 1992).
A estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS): envolve a transmissão
de energia elétrica a partir de um estimulador externo para o sistema nervoso
periférico. A estimulação é feita por meio de eletrodos que se conectam à pele. Esse
tratamento é utilizado para o alívio de dores e recuperação muscular, por meio de
aplicação direta de impulsos elétricos na região do corpo a ser tratada. O resultado é
o combate à dor, sem necessidade do uso de medicamentos (RICARDO, M.C.
2011).
A estimulação elétrica funcional (FES) é uma modalidade usada para
fortalecimento e reeducação muscular, redução de espasmos e edema. Com um
aparelho gerador de corrente elétrica e eletrodos que são acoplados à pele, é
possível promover a contração muscular involuntária pela estimulação do sistema
nervoso central e fibras nervosas (JOHANNA, R.B.I. 2013).
Terapia manual baseada em massoterapia, técnicas de inibição muscular,
pompagens e mobilizações ajudam na recuperação de lesões porque “obrigam” o
corpo a adaptar-se, evitando o esforço do local afetado durante as atividades diárias,
como correr, caminhar ou subir escadas, por exemplo (GUEDES, A.F. 2008).
Tratamento cirúrgico
Casos especiais como uma ruptura completa grau III, queixa de dor em
limitados movimentos podem indicar uma lesão mais extensa do que se pode ter
imaginado, como por exemplo, um hematoma intramuscular. Nesses casos o
indicado é fazer o reparo cirúrgico. De imediato, no pós-operatório o membro
reabilitado deve ser imobilizado com uma faixa elástica e o tempo de imobilização
vai depender da gravidade de cada lesão. Mas é indispensável à atenção especial
nesse caso, pois um tratamento conservador bem executado não deixa espaço para
falhas. A cirurgia está indicada para rupturas completas dos tendões (Edison S.T).

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CÁPITULO 11: LESÃO TENDINOSA

Vinicius Marques Gonçalves

O tendão é definido por um tecido fibroso que tem como principal função
auxiliar o músculo a se fixar nos ossos e a proporcionar o corpo humano equilíbrio
ao se movimentar, sendo que, o mesmo se desliza enquanto a musculatura
trabalha, proporcionando assim um constante equilíbrio e limitação dos
movimentos.
Quando há lesão neste tecido, observamos que o nosso corpo reconhece
mudanças ao andarmos, tendo assim dificuldade em executar o movimento. Por
mais que os tendões sejam parecidos com tubos grandes e fortes, sua estrutura
ainda sofre lesões, sendo às, por esforços ou até mesmo causadas por fatores
externos, como por exemplo, objetos cortantes (faca, vidro e outros), (JULIANO
LHAMBY, 2018).
Entre as lesões que mais ocorrem nos tendões esta a tendinite, onde
observamos a inflamação dos mesmos. Esse fator ocorre porque fazemos
movimentos repetitivos ao longo do dia a dia causando irritação e inchaço no
tecido. Outro termo que utilizamos é o que chamamos de tendinose, onde há a
degeneração do tendão (GUILHERME OGAWA, 2020).
Avaliação da lesão
Durante a avaliação o paciente é avaliado como um todo, onde a coleta de
dados será importante no intuito de descobrir o nível lesionado, se há sensibilidade
ao tocar a estrutura ou sinais visíveis, como inchaço, vermelhidão, e se o paciente
tem dificuldade na realização de movimentos, já que a lesão acometidas em
tendões é uma das principais causas de fraqueza e disfunção da amplitude do
movimento (ADM).
A avaliação inicia-se com perguntas sobre os sintomas, como, por exemplo,
o que o paciente está sentindo naquele momento e qual seria a intensidade dos
mesmos, em seguida é avaliada a história médica do paciente, para que assim o
profissional consiga informações sobre registros clínicos e tratamentos anteriores
já feitos.
No exame físico, é realizado testes específicos para avaliar a amplitude de
movimento, força muscular, estabilidade da articulação e também a sensibilidade
local.
Dessa forma, caso a lesão tendínea for constatada o médico ira desenvolver
um plano de tratamento que poderá incluir repouso, fisioterapia, uso de
medicamentos, ou até mesmo a realização de cirurgia (ARI STIEL RADU
HALPERN, 2023).

Fisiopatologia
Observamos que ao lesionarmos o tendão, nosso corpo reconhece que há
algo imcomum e nos mostra através de sinais como, por exemplo, o aumento de
volume localizado na região da lesão, seja sua causa por conta de edema, dores a
palpação e também alterações ou ausência de movimentos. Sendo assim, quando
ocorre essa lesão o corpo se submete a ter diminuição de movimentos por conta
de um desequilíbrio encontrado nas articulações (ARNALDO SANTHIAGO LOPES,
ROBERTO KATTAN, SERAFIM COSTA, CARLOS E. MOURA, RODRIGO
SANTHIAGO LOPES, 1996;31(12).
Quando há o aparecimento de lesões nos tendões devemos observar
pontos importantes como, a fase aguda e crônica, uma vez que, a fase aguda o
paciente tem duração máxima de até 3 meses dos sinais e sintomas, já a crônica
estende se por um período maior de tempo.
Sendo assim, o aparecimento de lesões em sua fase crônica pode causar o
rompimento total do tendão e também provocar atrofia dos músculos que o
rodeiam. Sendo assim, o recomendado é a cirurgia, onde o profissional (cirurgião)
irá atuar na remodelação do tecido afetado.
Esse fato ocorre porque o tendão tem como função produzir equilíbrio e
força que atua na movimentação dos ossos.
Quando essa lesão é provocada, o constante equilíbrio corporal que o
tendão produz esta suscetível a se desestabilizar trazendo assim lesões em outros
tecidos (JOÃO NOURA, 2018).

Sintomas
Segundo o artigo, estudo clínico, diagnóstico e tratamento das lesões totais
do tendão de Aquiles, publicado pela Revista brasileira de ortopedia pelos autores
(ARNALDO SANTHIAGO LOPES, ROBERTO KATTAN, SERAFIM COSTA,
CARLOS E. MOURA, RODRIGO SANTHIAGO LOPES, 1996;31(12).
Entre os sintomas mais destacados quando se tem lesões nos tendões são;
• Presença de irritações assim como inchaço das
Articulações;
• Sensibilidade a palpação e ao fazer movimentos de alongamento;
• Pele com coloração avermelhada;
• Rigidez articular.

Causas
As lesões aparecem por conta de repetições feitas durante a prática de
exercícios que, exige maior intensidade, força física e também aqueles que são
causadores de impacto.
Sendo assim, a prática de exercícios físicos e esportes que exigem esses
fatores, estão sujeitas ao surgimento de lesões tendinosas.
Entre outros fatores causais estão:
• Falta de atenção ao praticar exercícios de levantamento de peso sem
antes alongar;
• Uso irregular de equipamentos esportivos;
• Repetições excessivas das articulações;
• A não prática de exercícios no dia a dia;
• Contato direto com objetos cortantes;
• Em alguns casos o acontecimento de roturas, como, por exemplo,
pisar em falso.

Diagnóstico
O diagnóstico é feito através do exame clínico, onde é feita uma anamnese
completa do paciente, destacando se na inspeção é encontrada alterações tais
como aumento de volume de uma determinada estrutura em relação a outra,
hematomas, alterações morfológicas, declínio funcional e se na palpação há
presença da sensibilidade dolorosa (ARNALDO SANTHIAGO LOPES, ROBERTO
KATTAN, SERAFIM COSTA, CARLOS E. MOURA, RODRIGO SANTHIAGO
LOPES, 1996;31(12).
Caso o paciente relate dores nas articulações, presença de sinais como,
irritabilidade tecidual acompanhada da perca da mobilidade, confirmamos assim o
diagnóstico.
Os exames complementares como a Radiografia e Ressonância magnética
também são ferramentas bastante utilizadas na confirmação desse diagnóstico.

Tratamento
O artigo publicado pela revista brasileira de ortopedia em 1994;29(10), com o
tema Lesões musculotendíneas e seu tratamento, escrito pelo autor João Gilberto
Carazzato explica como é feito o tratamento dessas lesões.
A crioterapia, (uso de gelo),é bastante utilizada para fins terapêuticos. De
modo que, a técnica tem como objetivo minimizar sequelas relacionadas ao
processo de lesão, tais como dor, edema, hemorragia e espasmo muscular.
Outro recurso utilizado é o laser, responsável por promover efeitos bioquímicos e
bioelétricos com o objetivo de acelerar o processo de cicatrização da lesão.
O Ultrassom (US) em seu modo pulsado 1MHz em um tempo médio de 6
minutos também é responsável pela melhora do reparo tecidual, sendo que, esse
recurso atua na estimulação da corrente sanguínea fazendo com que ocorra o
aceleramento do processo inflamatório, reduzindo edemas e atuando na
estimulação de células inflamatórias.
Observamos também que, a cinesioterapia tem um papel importante durante
o processo de tratamento, sendo que seu objetivo esta ligado a recuperação
funcional por meio de exercícios que promovem o alongamento, fortalecimento
muscular treino de propriocepção, melhora da postura e equilíbrio (SANCHES,
BEATRIZ, 2018).
Exercícios
Os exercícios de reabilitação envolvem alongamentos e fortalecimento que
devem ser iniciados o mais rápido possível. Já em casos mais graves, deve
iniciar processos de imobilização para que assim minimize a dor e a inflamação
causadas pela lesão antes de dar início a terapia (PAULA GABRIELLE, 2016).
Segundo João Gilberto Carazzato, 1994, ao dar início ao processo de
reabilitação, comece com exercícios isométricos sem resistência, assim que o
quadro inflamatório e álgico permitir, lembrando que, esses exercícios deverão ser
repetidos por todo o tratamento.
Assim que possível, devemos passar para a isométria resistida, com o grau
de resistência aumentando de acordo com a evolução do paciente.
Exercícios isotônicos simples só deve ser iniciado 10 a 15 dias após a lesão,
sendo que, a utilização de resistência só poderá dar início no período final das três
semanas de lesão.

Fonte: autoral
O exercício excêntrico é também muito utilizados em casos de prevenção e
tratamento de lesões tendíneas já que o mesmo atua na melhora da flexibilidade
(FAGUNDES, L. S. 2016).

Prevenção
As técnicas bastante utilizadas na prevenção das lesões tendíneas são as
de fortalecimento muscular.
Esse fortalecimento tem como objetivo evitar que as mesmas ocorram, sendo que,
contribuem para que as fibras se tornem mais fortes e tenham menos risco de
serem lesionadas (SALVADOR DE MELLO, 2023.
Entre outras medidas de prevenção estão:
• Lembrar sempre de alongar ou aquecer a musculatura antes de
praticar
exercícios físicos;
• Evitar a prática de exercícios muito pesados;
• Evitar repetições exageradas ao praticar esportes;
• Alimentação saudável.

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2023.
CAPITULO 12: PRESCRIÇAO DE EXERCICIOS E PROGRESSAO DE CARGA

Ana Beatriz de Souza e Silva

A prática de exercício físico tem sido apreciada e propagada como uma


principal condição a promover qualidade de vida, melhorar o funcionamento dos
sistemas do organismo, principalmente o musculoesquelético, além de reduzir a
mortalidade da população mundial e proporcionar sensação de bem estar. A
inatividade física tem sido intensamente propagadora de diversas doenças crônicas
não transmissíveis, sendo as cardiovasculares, hipertensão e diabetes algumas
delas, causando um dos grandes problemas da saúde pública da atualidade.
O uso regular de exercícios físicos traz benefícios para o corpo de forma
global ao se tratar da área musculoesquelética, benefícios esses que ajudam no
fortalecimento da musculatura, dos ossos, do tônus muscular, da flexibilidade e de
todas as articulações, sendo esses benefícios que vão propiciar a redução de
doenças e assim promover a diminuição da mortalidade ligada a elas.
Além desses vários benefícios, importante ressaltar que há uma relação entre
exercício físico e saúde mental, visto que é um assunto bastante discutido na
atualidade e tem ajudado a milhares de pessoas em questão de ansiedade e
estreses global. As pessoas sedentárias tendem a uma maior possibilidade a
transtornos mentais, como exemplo na autoestima, depressão, muitas vezes na
autoimagem, por não aceitar seu corpo. E nesse contexto, a prática de exercício
físico vai ajudar a melhorar a capacidade cognitiva e ao mesmo tempo reduzir os
níveis de estresses. (OLIVEIRA,2011)
Segundo o ACSM (American College of Sports Medicine, 1995), a prescrição
do exercício se dá a todo o processo através do qual o estabelecimento de
recomendações para um regime de atividade física é concebido de forma
sistemática e individualizado, ou seja, cada paciente tem sua prescrição
individualizada. Ao fazer a prescrição de exercícios, é fundamental que o profissional
conheça a disposição física de seu paciente, se ele realmente está apto à realização
dos exercícios. Com base, é recomendável que antes de se iniciar a prática de
exercícios físicos, é importante fazer uma avaliação clínica, acompanhada de
exames, com isso os resultados obtidos podem ajudar na orientação dos exercícios
prescritos, quanto à frequência semanal como também em relação ao esforço.
Alguns critérios básicos são essenciais na prescrição de exercício, sendo
eles; a intensidade, o volume, a frequência do treino e o modo. Além disso, há os
elementos físicos que estão relacionados à saúde, composto pelo componente
cardiovascular, composição corporal, resistência muscular, flexibilidade e força.
Todos os exercícios devem ser individualizados com atividades que sejam
propícias a cada paciente de acordo com a duração, intensidade, frequência e tipo
do exercício físico.
Na duração dos exercícios, segundo as diretrizes da OMS (Organização
Mundial da Saúde), é recomendável pelo menos 150 a 300 minutos de atividade
física de moderada intensidade por semana (ou atividade física vigorosa
equivalente) para todos os adultos, como caminhadas, jogar tênis, dança de salão
entre outras e uma média de 60 minutos, divididos em pelo menos 3 vezes por
semana, de atividade física aeróbica moderada para crianças e adolescentes, como
exemplo andar de bicicleta, jogar futebol, pular corda e natação.
Já a intensidade, se refere ao quanto o corpo está em movimento,
classificada em quatro modalidades, desde leve, moderada, intensa e severa.
Embora existam algumas formas de avaliar intensidade do exercício, como o VO2
máx., que corresponde ao oxigênio que o paciente consome durante o exercício
físico, a escala subjetiva de esforço, na qual chamada de escala de Borg, uma
escala com numeração de 0 a 10, onde o paciente vai indicar sua percepção de
esforço durante aquele exercício através dos números, onde 0 é repouso e 10 é
exaustivo. E também é utilizado a FC (frequência cardíaca) como um método, sendo
ele o que apresenta mais facilidade, pois pode ser conferido pela aferição manual e
através do controle dos batimentos cardíacos durante a prática de exercícios físicos,
o frequencímetro. (NOGUEIRA; CESAR; GENTIL, 2020)
O cálculo da F C máxima é baseado nas seguintes categorias:
(FONTOURA, 2022)
Leve – 50% a 60% da FC máxima
Moderada – 60% a 70% da FC.
Intensa – 70% a 80% da FC máxima para mulheres e 70% a 85% da FC máxima
para homens.
Severa – >80% da FC máxima atingida para mulheres e >85% da FC máxima para
homens.
O cálculo é realizado através do teste ergométrico e deve ser realizado
quando o paciente atingir a exaustão. Assim que o paciente atingir a exaustão e
decide interromper o teste, deve ser marcado o valor da FC máxima daquele
momento. Por exemplo, se a FC máxima foi de 185 BPM, e no repouso esse
paciente apresentava 60 BPM, vamos prescrever de acordo com a fórmula de
Karvonen,
FC treinamento= (FC máx. – FC repouso) x % da intensidade + FC de repouso;
FC treinamento(t) = (185 – 60) x 0,60 + 60; FC t = 135;
FC treinamento= (185 – 60) x 0,80 + 60; FC t = 160.
Nesse caso, a FC ideal de treinamento para essa paciente é de 135 a 160
BPM. Vale ressaltar que durante a atividade física, a intensidade deve ser
individualizada e progredida gradualmente.
A frequência é um critério muito importante na prescrição do treino, atua
diretamente nos resultados e benefícios a saúde do paciente. É indicada no mínimo
2 vezes por semana quando se trata de exercícios físicos realizados de forma
intensa, já nos exercícios aeróbicos, praticados de forma moderado, é indicado no
mínimo 30 minutos por dia, sendo realizados por cinco dias na semana. Os
benefícios na saúde do paciente começam a agir a partir das 12 semanas, com a
prática contínua de exercícios físicos. (FONTOURA,2022)
Quanto ao tipo de exercício, podem ser divididos em aeróbicos, que é a
melhora da capacidade cardiorrespiratória e metabólica, e em exercícios resistidos,
que é o aumento de força e massa muscular do corpo. No entanto, os pacientes que
não apresentarem contraindicações, podem sim ser orientados a realizarem
exercícios numa proporção de 2:1, englobando exercícios aeróbicos e resistidos no
mesmo tempo. (ESTEVES, 2022)
A progressão de carga na reabilitação é um princípio do treinamento físico
que visa aumentar o estímulo aplicado aos tecidos lesionados de forma gradual e
individualizada, respeitando os limites e as respostas de cada paciente. O objetivo
da progressão de carga é promover a recuperação funcional, a melhora da
capacidade física, a prevenção de novas lesões e a otimização dos resultados do
tratamento.
A progressão de carga pode ser aplicada em diferentes tipos de exercícios,
como os resistidos, os aeróbicos, os funcionais e os neuromusculares. Cada tipo de
exercício tem seus benefícios específicos e requer uma forma adequada de
prescrição e controle da carga. Alguns dos fatores que devem ser considerados na
progressão de carga são: o tipo e a gravidade da lesão, o estágio da reabilitação, o
nível de condicionamento físico, as características individuais, os objetivos
terapêuticos e as sensações do paciente.
Existem diferentes métodos para calcular e progredir com a carga nos exercícios
resistidos, que são aqueles que envolvem a contração muscular contra uma
resistência externa, como pesos livres ou elásticos. Alguns dos métodos mais
comuns são:
Percentual de 1-RM: consiste em utilizar uma porcentagem da carga máxima que
o paciente consegue levantar em uma repetição (1-RM) para realizar os exercícios.
Esse método é mais utilizado para treinar a força máxima e a potência muscular. A
progressão pode ser feita aumentando a porcentagem da 1-RM ou o número de
séries e repetições. Esse método é adequado para pacientes que possuem
experiência prévia com treinamento de força e que não apresentam dor ou
inflamação na região lesionada. (FLECK e KRAEMER 2017).
Repetições máximas: consiste em utilizar uma carga que permita ao paciente
realizar um número máximo de repetições em cada série, até a fadiga muscular.
Esse método é mais utilizado para treinar a resistência muscular e a hipertrofia. A
progressão pode ser feita aumentando a carga, o número de séries ou o tempo sob
tensão. De acordo com Gentil e Bottaro (2010), esse método é indicado para
pacientes que buscam melhorar a composição corporal e a saúde metabólica, além
de prevenir a sarcopenia (perda de massa e função do músculo esquelético).
Repetição de reserva: consiste em utilizar uma carga que permita ao paciente
realizar um número submáximo de repetições em cada série, deixando algumas
repetições de reserva (RR). Esse método é mais utilizado para treinar a força
muscular e a capacidade aeróbica. A progressão pode ser feita diminuindo a RR,
aumentando a carga ou o número de séries e repetições. Esse método é
recomendado para pacientes que precisam controlar o volume e a intensidade do
treinamento, evitando o excesso de fadiga e o risco de lesão. (HELMS 2017).
Percepção subjetiva de esforço: consiste em utilizar uma escala numérica ou
verbal para avaliar o nível de esforço percebido pelo paciente durante os exercícios.
Esse método é mais utilizado para ajustar a carga de acordo com as sensações do
paciente, respeitando os seus limites e evitando o excesso ou o déficit de carga. A
progressão pode ser feita aumentando o nível de esforço alvo ou o volume de
treinamento. Esse método é útil para pacientes que apresentam variações na
capacidade de exercício, como os que sofrem de doenças crônicas ou que utilizam
medicamentos que afetam o sistema cardiovascular (BORG,1998).
A progressão de carga nos exercícios aeróbicos, que são aqueles que envolvem
movimentos rítmicos e contínuos de grandes grupos musculares, como caminhar,
correr, nadar ou pedalar, pode ser feita de acordo com os seguintes parâmetros: a
frequência, a duração, a intensidade e o tipo de exercício. A frequência se refere ao
número de sessões por semana, que pode variar de duas a sete, dependendo do
objetivo e da condição do paciente. A duração se refere ao tempo total de exercício
por sessão, que pode variar de 10 a 60 minutos ou mais, dependendo do objetivo e
da condição do paciente. A intensidade se refere ao nível de esforço durante o
exercício, que pode ser avaliado por meio da frequência cardíaca, da percepção
subjetiva de esforço, do consumo de oxigênio ou da velocidade. O tipo de exercício
se refere à modalidade escolhida, que pode ser contínua ou intervalada, de baixo ou
alto impacto, em solo ou em água. A progressão pode ser feita aumentando um ou
mais desses parâmetros, respeitando a tolerância e a adaptação do paciente.
A progressão de carga nos exercícios funcionais, que são aqueles que visam
melhorar as habilidades necessárias para realizar as atividades da vida diária, como
levantar, sentar, agachar, subir escadas ou carregar objetos, pode ser feita de
acordo com os seguintes parâmetros: a complexidade, a amplitude, a velocidade e o
equilíbrio. A complexidade se refere ao grau de dificuldade do exercício, que pode
envolver mais ou menos articulações, músculos e sistemas sensoriais. A amplitude
se refere ao grau de movimento das articulações envolvidas no exercício, que pode
ser maior ou menor. A velocidade se refere à rapidez com que o exercício é
realizado, que pode ser mais lenta ou mais rápida. O equilíbrio se refere à
capacidade de manter a postura estável durante o exercício, que pode ser desafiada
por meio de superfícies instáveis, mudanças de direção ou perturbações externas. A
progressão pode ser feita aumentando um ou mais desses parâmetros, respeitando
a capacidade e a segurança do paciente.
A progressão de carga nos exercícios neuromusculares, que são aqueles que
visam melhorar a coordenação motora, a propriocepção e o controle motor dos
músculos envolvidos na estabilização das articulações lesionadas, pode ser feita de
acordo com os seguintes parâmetros: o recrutamento muscular, o feedback
sensorial e o grau de instabilidade. O recrutamento muscular se refere à ativação
dos músculos alvo do exercício, que pode ser aumentada por meio de contrações
voluntárias ou involuntárias. O feedback sensorial se refere à informação
proveniente dos receptores sensoriais dos músculos, tendões e articulações
envolvidos no exercício, que pode ser aumentada por meio de estímulos visuais,
auditivos ou táteis. O grau de instabilidade se refere à dificuldade em manter a
posição articular durante o exercício, que pode ser aumentada por meio de
superfícies instáveis, movimentos dinâmicos ou perturbações externas. A
progressão pode ser feita aumentando um ou mais desses parâmetros, respeitando
a funcionalidade e a estabilidade do paciente.
A escolha do melhor método e dos melhores parâmetros para a progressão de
carga na reabilitação depende de vários fatores, como o tipo e o estágio da lesão, o
tipo e o objetivo do exercício, as características individuais e as respostas ao
tratamento. O fisioterapeuta deve utilizar critérios objetivos e subjetivos para
monitorar e ajustar a carga de forma individualizada e segura, buscando sempre a
melhora da função e da qualidade de vida do paciente.

REFERÊNCIAS
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prescrição de exercícios físicos direcionados à saúde. Rio de Janeiro: Sprint,
2020.

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melhora da aptidão física e saúde, Unidade lV, 2022.

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FONTOURA, Samantha.Prescrição de treino: como prescrever exercícios físicos?


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FLECK, Steven J.; KRAEMER, William J. Fundamentos do treinamento de força


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HELMS, Eric R. et al. RPE and velocity relationships for the back squat, bench press,
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BORG, Gunnar. Borg's perceived exertion and pain scales. Human kinetics,
1998.

GENTIL, Paulo; SOARES, Saulo; BOTTARO, Martim. Exercícios de resistência


uniarticulares vs. multiarticulares: efeitos na força e hipertrofia muscular. Revista
Asiática de Medicina Esportiva, v. 2, 2015.
CAPITULO 13: FORTALECIMENTO E OCLUSÃO VASCULAR
Diego Dias Guerra

O treinamento BRF (bloodflowrestriction) foi originalmente conhecido e


desenvolvido no Japão no final dos anos 1960 por Yoshiaki Sato e denominado
treinamento KAATSU. O treinamento KAATSU consiste na restrição de fluxo
sanguíneo, associado a exercício, que utiliza a oclusão vascular parcial através da
restrição do fluxo sanguíneo arterial e impede o retorno venoso na região onde o
exercício está sendo executado, elevando assim o estímulo metabólico nos
músculos trabalhados sem gerar sobrecarga articular.(Yasuda, 2015; Hwang, 2019).
O fluxo sanguíneo é um importante componente no transporte de oxigênio
para o músculo durante sua atividade e a sua restrição durante a atividade física tem
se mostrado benéfica no ganho de hipertrofia muscular e força, similar ao ganho
com exercício resistido tradicional de alta intensidade, porém utilizando menor
intensidade (GUIMARÃES; ALVES; LOPES, 2020).
Essa estratégia de fortalecimento muscular combina exercícios, com a
oclusão vascular parcial do fluxo sanguíneo. Baseia-se em restringir parcialmente o
fluxo sanguíneo arterial e impedir o retorno venoso na região onde o exercício está
sendo executado, elevando assim o estímulo metabólico nos músculos trabalhados
(Loenneke, 2012).
A utilização deste método tem sido bastante estudada por nomes
conceituados da área de educação física e saúde, e, demonstram que associar a
oclusão vascular ao exercício físico traz grandes benefícios ao praticante, e o
mesmo pode ser utilizado em diversos protocolos de treinamento, tais como a
musculação, exercícios resistidos com auxílio de cargas, e em treinamentos
funcionais (COSTA et al., 2012). Segundo Wolinski; Neves e Pietrovski (2013)
observa-se que o método de treinamento por oclusão vascular consiste utilizar
estímulos resistidos de baixa intensidade combinados com a obstrução do fluxo
sanguíneo, fazendo com que os resultados hipertróficos sejam induzidos a partir da
grande quantidade de sangue venoso, o que pode, de fato, auxiliar a melhora do
ganho de massa muscular em indivíduos saudáveis, induzindo a hipertrofia.
Essa técnica também trás benefícios para exercícios de baixa carga. Pode
serusados no tratamento e reabilitação em doenças músculos esquelética, para
pacientes que não toleram exercícios de alta carga, o treinamento com essatécnica
oferece os benefícios dos regimes de alta carga, com a vantagem de menos
estresse nos tecidos e nas articulações é mais eficaz, tolerável e, portanto, uma
potencial ferramenta de reabilitação clínica, seguro e eficaz para fortalecer os grupos
musculares proximais, distais e contralaterais à colocação do torniquete nas
extremidades inferiores. É necessário o desenvolvimento de uma abordagem
individualizada para cada paciente (Letícia C.T 2020)
Um dos primeiros cuidados a ser observado, deve-se a forma correta de
aplicação do Kaatsu juntamente com a utilização dos materiais adequados. Como já
foi demonstrado, a oclusão vascular para ser aplicada, necessita de um manguito
flexível posicionado nas extremidades dos membros inferiores e superiores. Este
manguito precisa ser capaz de medir a pressão utilizada, para que não seja aplicada
uma pressão menor e/ou maior no local, o que comprometeria a eficiência da
técnica, e consequentemente, traria diversos efeitos negativos ao praticante
(MAIOR, 2013; TAKARADA; TAKAZAWA e ISHII, 2000).
É necessário destacar também que o treinamento com oclusão vascular não
deve ser aconselhado quando se lida com pacientes hemodinamicamente instáveis,
especialmente pacientes que sofrem de doenças cardiovasculares (MAIOR, 2013;
TAKARADA; TAKAZAWA e ISHII, 2000).
O método também mostrou que a uma diminuição na expressão do Gene da
miostatina,que é uma proteína responsável por limitar o crescimento do tecido
muscular, a concentrações elevadas dessa proteína em um indivíduo provocam uma
diminuição no desenvolvimento normal do músculo.(Laurentino G., 2010).

Treinamento associado a Oclusão Vascular


Um dos primeiros cuidados a ser observado, deve-se a forma correta de
aplicação do Kaatsu juntamente com a utilização dos materiais adequados. Como já
foi demonstrado, a oclusão vascular para ser aplicada, necessita de um manguito
flexível posicionado nas extremidades dos membros inferiores e superiores. Este
manguito precisa ser capaz de medir a pressão utilizada, para que não seja aplicada
uma pressão menor e/ou maior no local, o que comprometeria a eficiência da
técnica, e consequentemente, traria diversos efeitos negativos ao praticante
(MAIOR, 2013; TAKARADA; TAKAZAWA e ISHII, 2000).
O Fator que mais influencia nos resultados e segurança é a pressão aplicada
durante o exercício, pressão muito baixa vai ser insuficiente para induzir respostas
musculares, pressões muito elevadas não iram produzir os efeitos desejados, alem
de não ser segura. Na aplicação da pressão deve levar em considerar as
características apresentadas pelo paciente como o tamanho do membro, largura e
pressão arterial, a pressão é individual para cada paciente, Apesar dos benefícios do
método, quando a pressão é aplicada de forma inadequada, pode causar malefícios
ao indivíduo. Quando existe hemostasia ou interrupção do fluxo de sangue nas veias
e artérias junto com a isquemia, pode causar danos ao nervo, lesões no músculo,
lesões nas veias, alterações dos fatores de coagulação e permeabilidade do capilar
(SHAW; MURRAY, 1982; VAN ROEKEL; THURSTON, 1985; TEJWANI et al., 2006).

Na pratica clinica pode se usar um esfigmomanômetro.


 Aplicação em membro inferior: Posicionar o esfigmomanômetro mais próximo
da raiz do músculo da coxa com a região desnuda.
 Aplicação em membro superior Posicionar o esfigmomanômetro mais
próximo da região axilar com a região desnuda.
 Os músculos que serão trabalhados sempre vão ser o que se encontra distal
mente a oclusão.

Como determinar os parâmetros para estabelecer o quanto de pressão usar:


 Aferir a pressão arterial do paciente.
 O parâmetro vai ser determinado pela pressão.

Exemplo:
120x80 mmhg
120 Pressão sistólica X 80 Pressão
diastólica
Então deve se iniciar o trabalho de oclusão com 120
milímetros de pressão de mercúrio esfigmomanômetro.
 Após aplicação da oclusão deve se iniciar o treinamento.
 Para Sato (2005), o acoplamento do manguito utilizado deve ter uma área de
atuação bastante precisa e deve exercer uma pressão adequada suficiente
para alavancar o menor estímulo tensional decorrente de uma carga de
treino baixa. Sato ainda afirma que os melhores e mais seguros níveis
pressóricos estão entre 120 e 150 mmHG (milímetros de mercúrio) para
membros superiores e aproximadamente 200 mmHG para os inferiores.
 Pode ser realizado 1 a 3 vezes por semana.
 Entre os intervalos para descanso deve aliviar a pressão

Maior (2013), especialista em Fisiologia do estado do Rio de Janeiro e


praticante do método Kaatsu há pelo menos um ano, descreve sobre a sua
experiência com o treinamento:Quando faço a oclusão, gero pressão e acumula
plasma no local, que não consegue retornar ao coração e fica ali. Esse acúmulo
gera pressão hidrostática, ou seja, há mais água fora das células do que dentro
delas e, para se preservarem desse desequilíbrio, as células e as fibras
hipertróficas se abrem para que a água entre e igualem as pressões intra e extra-
celulares. Quanto mais água dentro das células, maior o tamanho do músculo,
gerando uma hipertrofia aguda que, quando acontece constantemente, passa a
ser crônica. (MAIOR, 2013, p.239-251).

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CAPITULO 14: AGENTES ELETROFISICOS

Maria Eduarda da Silva Lima

Os agentes eletrofísicos, na fisioterapia, desenvolvem o papel de prevenir e


reabilitar através da manipulação de energias, sendo elas: temperaturas, som, luz e
correntes elétricas.
Relaxamento muscular, melhora da circulação sanguínea, controle da dor,
redução de edemas e estimulação da cicatrização, são alguns dos benefícios
encontrados.
Porém, é importante lembrar que apenas recursos eletrofísicos não curam ou
garantem melhora do paciente, além de possuírem resultados de curto prazo. Eles
são uma forma de intensificar o tratamento e os resultados, diminuir a dor, controlar
sintomas e outros benefícios. É necessário que o fisioterapeuta tenha conhecimento
sobre o quadro clínico do paciente, para traçar a melhor conduta, de exercícios,
técnicas manuais e orientações, que podem ou não ser associadas ao uso de
agentes eletrofísicos.

1. Correntes Elétricas
O uso de correntes elétricas na fisioterapia é muito comum. São utilizadas
para alívio de dor, estimular o sistema muscular ou neuromuscular, e reparação
tecidual. Entre as principais correntes usadas na eletroterapia estão: estimulação
elétrica transcutânea, estimulação elétrica funcional, corrente interferencial e
corrente russa.
Observação: muitos aparelhos já possuem de fábrica protocolos instalados, se for
esse o caso, basta procurar o protocolo apropriado para o quadro clínico do
paciente.

1.1 TENS (Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation)


É um dos aparelhos mais comuns quando se fala de eletroterapia. É utilizado
para o alívio da dor tanto em processos agudos quanto crônicos. Permite um
tratamento não invasivo e não farmacológico, por meio da utilização de correntes
elétricas sobre a pele. Consiste em corrente pulsada bifásica simétrica retangular ou
corrente bifásica assimétrica balanceada, ambas não polarizadas 1. Essas
características permitem o uso da corrente por tempo prolongado sem riscos para a
pele.
A principal teoria usada para explicar os efeitos do TENS é a Teoria das
Comportas da Dor por Melzack e Wall (1965). A teoria explica a modulação da dor
através da estimulação de fibras nervosas aferentes de grande diâmetro (A-beta).
Essas fibras, no corno dorsal da medula, irão ativar canais inibitórios, que não
permitem a passagem de impulso nociceptivo pelas fibras C e A-delta, para centros
superiores1-2. Além disso, durante o uso do TENS, receptores opióides são ativados,
liberando opióides endógenos e causando analgesia1.
Nos equipamentos de TENS, encontram-se os seguintes parâmetros
fundamentais: amplitude (apresentada em miliamperes, volts ou milivolts), duração
(milissegundos ou microssegundos) e frequência (em hertz, pulsos por segundo ou
ciclos por segundo). Além desses, a emissão de pulso pode ser contínua, bursts ou
padrão modulado. Estes parâmetros, quando ajustados de diferentes maneiras,
possibilitam a utilização do TENS de variadas formas, que são: convencional,
acupuntura, breve-intenso e burts2.
Para a construção dos dois quadros a seguir, foram consultados os livros
Eletroterapia Aplicada a Reabilitação- Dos Fundamentos às Evidências (Liebano,
2021)1, Eletroterapia Prática Baseada em Evidência (Kitchen, 2003) 2 e da revisão de
literatura feita por Lopes (2012)3.
Quadro 1- Indicações e contraindicações do uso de TENS
Indicações Contraindicações
- artrite - crianças
- bursites - dores sem diagnóstico
- dores articulares - epilépticos
- dores cervicais e cervicobraquialgia - grávidas, nos primeiros 3 meses
- dores lombares e ciatalgia - não usar nas regiões das carótidas, pálpebras,
- dores musculares, contusões, miosites, boca, área do útero gravídico, pele lesionada e
tendinites e miofaciais diretamente na coluna vertebral
- dores nas costas e torácicas - pacientes com marca-passo
- dores pós- operatórias - tumores conhecidos
- luxações e entorses
- neuropatia diabética dolorosa

Fonte: elaborado pelo próprio autor

Quadro 2- Características e Parâmetros da TENS


Modalidade Características Parâmetros
Intensidade Duração Frequência Uso
(nível) de pulso
TENS Sensorial. Alta Baixa- nível Curta- 10-200 Hz 30-60 minutos ,
convencional frequência, baixa sensorial ≤100 μs (normalment em áreas
intensidade e curta (confortável e 80 a 110 dolorosas.
duração de pulso sensação de Hz) Indicada para
parestesia) dor aguda
TENS Baixa frequência, Alta- nível Longa- < 10 45 minutos ou
acupuntura alta intensidade e motor 150-200 (geralmente por uma fadiga
longa duração de (podem μs 1-4) Hz muscular, em
pulso ocorrer pontos de
contrações acupuntura.
musculares Indicada para
visíveis) dor crônica
TENS breve- Maior intensidade Maior Longa- 200 Hz Máximo de 15
intenso suportada, por curto possível- 150-200 minutos, em
período, alta nível motor μs região dolorosa.
frequência e longa doloroso Indicada para
duração de pulso. dor sub-aguda e
Causa desconforto crônica

TENS burst Associação do modo Nível motor Longa- 100 20-30 minutos,
convencional e 200 μs modulada em em região
acupuntura. Trens 2 Hz dolorosa.
de pulsos de alta Indicada para
frequência, enviados dor crônica e
a baixa frequência, pré-terapia
com longa duração
de pulso, no nível
motor

Fonte: elaborado pelo próprio autor

Nessa corrente, é importante posicionar os eletrodos na área a ser tratada e


aumentar lentamente a corrente elétrica até que o paciente comece a senti-la. Deve-
se respeitar o limite do paciente, aumentando a corrente somente até onde ele relata
não sentir dor ou incomodo excessivo.
Ainda não há consenso e comprovação universal sobre a eficácia do TENS.
No entanto, atualmente existem diversos estudos que exibiram o impacto positivo de
seu uso, em pacientes com baixo risco geral de complicações e efeitos colaterais.
Mas, é de concordância universal que os benefícios oferecidos por esse aparelho,
são de curto prazo e não curam nenhuma condição ou síndrome. Para a elaboração
do próximo quadro foram pesquisados artigos de caráter de revisão da literatura e
de pesquisa, nas plataformas Google Acadêmico, PubMed e Cochrane.
Quadro 3- Evidências Científicas sobre o uso do TENS
AUTOR TIPO DE POPULAÇÃO CONDIÇÃO CONCLUSÃO
ESTUDO
Martimbianco Revisão 651 adultos Cervicalgia Baixa evidência da eficácia do TENS no
4
et al., 2019 bibliográfica crônica tratamento
sistemática
Johnson et al., Revisão 24.532 Dor crônica/ Durante ou imediamente após o uso da
5
2022 sistemática e aguda TENS a intensidade da dor diminui
meta-análise (evidências de qualidade moderada)
Ogle et al., Revisão 155 Dor TENS mostrou que pode
20206 bibliográfica neuropática reduzir a dor neuropática, porém ou
sistemática autores alertaram sobre a baixa
qualidade dos artigos incluídos e
disponíveis, portanto deve-se ter cautela
nas recomendações
Megía García Revisão 281 Fibromialgia O tratamento com TENS é eficaz na
et al., 20197 bibliográfica diminuição da dor em pessoas com
sistemática fibromialgia. O tratamento convencional
associado ao uso do TENS se mostrou
mais efetivo, do que os exercícios
isolados
Leemans et Ensaio clínico 50 Lombalgia Baixa evidência sobre a melhora da dor
al., 20218 controlado crônica com uso do TENS
randomizado

Revisão 18 estudos, Lombociatalgia TENS diminuiu a percepção dolorosa


Duarte et al, bibliográfica sem população crônica
9
2020. sistemática total de reagudizada
pacientes
especificada
Reichenbach Ensaio clínico 220 adultos Osteoartrite de Não foi encontrada diferença entre uso
10
et al., 2022 multicêntrico, joelho verdadeiro do TENS e o efeito placebo
randomizado, nessa pesquisa
controlado por
placebo
Elboim- Estudo 44 idosos Pós-operatório TENS é indicado para melhora álgica
Gabyzon et randomizado agudo de durante a marcha e exercícios funcionais
11
al., 2019 fratura de
quadril
Surace et al., Revisão 2.281 Doença do Nível de evidência baixo a moderado da
12
2020 bibliográfica manguito eficácia do TENS nessa condição
sistemática rotador, com
ou sem
calcificação
Anjana et al., Estudo 50 adultos Dor no O TENS e o agulhamento a seco são
13
2023 Controlado Pescoço eficazes. O agulhamento a seco se
Randomizado Devido a sobressai.
Pontos Gatilho
Miofasciais

Fonte: elaborado pelo próprio autor

1.2 FES (Eletroestimulação funcional)


Por sua vez, a aplicação da corrente FES é um pouco diferente. Os eletrodos
continuam a ser fixados no local a ser tratado, como no TENS, porém agora os
objetivos são1,2,14:
 Fortalecimento muscular, manutenção de trofismo muscular, estimular músculos
que perderam a capacidade de contração voluntária adequada;
 Manutenção e ganho de amplitude de movimento;
 Reorganização do padrão motor e reaprendizagem motora, para aqueles
músculos que não estão atuam devidamente em um movimento que
normalmente são solicitados.
É uma técnica que estimula os neurônios motores. O seu mecanismo
fisiológico é baseado na despolarização de membranas, seguida de estímulo mais
forte que o normal para a contração, sendo capaz de promover resposta com mais
eficiência e sincrônica de todas as unidades motoras. Por isso, é capaz de
reorganizar o movimento e fortalecer a musculatura14.

As informações dos parâmetros e indicações foram coletadas do livro


Eletroterapia Aplicada a Reabilitação- Dos Fundamentos às Evidências (Liebano,
2021)1 e do manual de Fisioterapia Geral (Sá, 2003)15.
Quadro 4- Indicações e contraindicações do uso do FES
Indicações Contraindicações
- espasmos - câncer
- fortalecimento muscular em pessoas que não - espasticidade grave
conseguem controlar o movimento (paralisia, - não usar nas regiões das carótidas, faringe,
sequela de AVE, entre outros) coração, área do útero gravídico, áreas com
- fortalecimento muscular para melhorar o presença de trombose arterial ou venosa e áreas
rendimento de atletas (por recrutar mais fibras com sensibilidade alterada
que a contração normal) - pacientes com marca-passo
- hipotrofia por desuso
- lesão medular
- paralisia cerebral
- pós imobilização de membros por longos
períodos
- promover facilitação neuromuscular
- tratamento de traumas
Fonte: elaborado pelo próprio autor
Quadro 5- Características e Parâmetros da FES
Termos técnicos Definição Parâmetros
Frequência Número de pulsos por Varia de 0,5 Hz a 250 Hz
segundo. Utilizar a mais baixa
possível que consiga realizar a
contração funcional do
músculo, para evitar fadiga
Largura de Pulso Tempo em que a corrente Varia de 50 μs a 500 μs
permanece, que também deve
ser curta para evitar fadiga,
mas que seja suficiente para
atingir a realização da
atividade funcional
adequadamente
Tempo On Contração. Deve-se usar um De 0 até 30 segundos
tempo baseado em uma
contração muscular voluntária
sem lesão, mas que seja
compatível com o paciente e
os objetivos

Tempo Off Sem contração. Deve-se usar De 0 até 60 segundos


um tempo baseado em uma
contração muscular voluntária
sem lesão, mas que seja
compatível com o paciente e
os objetivos

Rise Regula a velocidade de Varia de 1 a 10 segundos


contração. Deve-se usar um
tempo baseado em uma
contração muscular voluntária
sem lesão, mas que seja
compatível com o paciente e
os objetivos
Decay Tempo de descida, velocidade Varia de 1 a 10 segundos
da diminuição da contração.

Fonte: elaborado pelo próprio autor


FES para fortalecimento muscular1,14,15:
 A recomendação da frequência é de 20-50 Hz, tempo On 4-6 segundos e
tempo Off 12-18 segundos;
 Posicionar os eletrodos no ponto motor do músculo e ajustar intensidade
suficiente para vencer a carga selecionada;
 A relação de tempo On e tempo Off deve ser de 1:3, tomando os devidos
cuidados para evitar fadiga.
FES para amplitude de movimento1,14,15:
 A intenção é facilitar a mobilização da estrutura em todo arco de movimento
possível, por isso a intensidade deve permitir uma contração uniforme e
suficiente para completar o movimento;
 Posicionar os eletrodos no músculo agonista do movimento desejado;
 Recomenda frequência maior que 20 Hz, tempo On de 6 segundos e tempo
Off de 12 segundos (relação 1:2).
FES para facilitação neuromuscular1,14,15:
 Programa para reabilitar o movimento e facilitar a aprendizagem motora;
 Para conseguir facilitar o movimento, coloca-se os eletrodos no músculo
parético agonista;
 A intensidade tem que ser suficiente para auxiliar o indivíduo a iniciar o
movimento ou até mesmo realizar o arco completo;
 A relação de tempo On e tempo Off deve ser de 1:2, a fim de possibilitar que
o paciente participe ativamente no próximo movimento.

Para a elaboração do próximo quadro foram utilizados artigos de pesquisa e


revisões bibliográficas, nas plataformas Google Acadêmico, PubMed e Cochrane.
Quadro 6- Evidências Científicas sobre o uso do FES
AUTOR TIPO DE POPULAÇÃO CONDIÇÃO CONCLUSÃO
ESTUDO
Bamber et Artigo de 15 Mulheres saudáveis, A utilização da FES nos
16
al., 2021 pesquisa utilizando FES para estudar músculos fibulares, foi eficaz
se irá: aumentar estabilidade para melhora do equilíbrio, em
do tornozelo e equilíbrio apoio bipodal e unipodal
Armstrong Estudo 21 Uso de ciclismo e Esse treinamento deve ser
17
et al., 2020 controlado eletroestimulação funcional individualizado e direcionado a
randomizado em crianças com paralisia objetivos específicos. O
cerebral ciclismo FES, provocou
melhora significativa na
funcionalidade dessas crianças
Santos et al., Estudo de 1 Uso de FES na melhora da O FES tem capacidade de
202118 caso marcha pós- AVE auxiliar no tratamento. O seu
uso no tratamento auxiliou na
melhora da velocidade da
marcha, diminuiu a hiperflexão
de joelho e pé caído, além de
reduzir a circundação
Modesto, Artigo de 20 Comparação da fisioterapia Os dois tratamentos obteram
Gomes, pesquisa com base em cinesioterapia, êxito. Porém, o uso de FES
19
2013 e cinesioterapia associada ao associado à cinesioterapia,
uso do FES, para pacientes mostrou-se superior,
com hemiparesia na fase conseguindo atingir
subaguda por acidente subcategorias de
vascular cerebral isquêmico funcionalidade e aumento mais
significativo da qualidade de
vida.
Artigo de Não Fisioterapia nas sequelas de O FES é mais utilizado na
Pinheiro et revisão especificada câncer de mama parte final do tratamento,
20
al., 2020 bibliográfica quando a amplitude de
movimento já está quase
reestabelecida. Juntamente
com a cinesioterapia,
proporciona ganho de força
muscular e regulação de tônus
muscular em músculos que
estão hipotônicos.
Fonte: elaborado pelo próprio autor

1.3 Corrente Interferencial


Corrente terapêutica ainda pouco utilizada devido à dificuldade do entendimento dos
seus princípios físicos. É definida como correntes elétricas alternadas, de média
frequência, e com amplitude modulada a baixa frequência21,22.
O quadro a seguir apresenta as principais indicações e contraindicações. As
informações foram coletadas dos livros Eletroterapia Aplicada a Reabilitação- Dos
Fundamentos às Evidências (Liebano, 2021)1 e Eletrotermofototerapia (Agne,
2017)22.
Quadro 7- Indicações e contraindicações do uso da Corrente Interferencial
Indicações Contraindicações
- analgesia - gestantes no primeiro trimestre de gestação
- contraturas - não usar nas regiões das carótidas, pálpebras,
- edema boca, pele lesionada
- fascite plantar - presença de cardiopatias
- fibromialgia - uso de marca-passo
- processos inflamatórios
- promover contração muscular
- pubalgia
- reparo tecidual e cicatrização
- síndrome do túnel do carpo
- tratamento de luxações, entorses, bursites,
tendinites e artroses
- trigger point
Fonte: elaborado pelo próprio autor
O princípio físico desse método é a utilização de dois circuitos elétricos de
média frequência, com origem de circuitos distintos, originando a excitação máxima
de áreas onde o eletrodo é posicionado, e também em áreas mais distantes e
profundas dele. As correntes. Essas correntes se encontram e interferem uma na
outra, por isso o nome de Corrente Interferencial22.
Com essas duas correntes distintas uma nova corrente resultante é formada.
Essa terceira corrente, tem característica de ser de baixa frequência (não ultrapassa
150 Hz), e é a verdadeira frequência terapêutica chamada de AMF (Modulação de
Amplitude e Frequência).

Existem dois modos de Corrente Interferencial:


 Tetrapolar: a interferência é fixa, pode ser aplicada em modo manual ou de
varredura automática. A modulação das correntes dos dois circuitos ocorre
dentro do organismo do paciente.
 Bipolar: eletrodos podem ser fixos ou dinâmicos, ou utilizar a terapia
combinada com ultrassom. A modulação das correntes dos dois circuitos
ocorre dentro do aparelho, e não no paciente.
Existem nos aparelhos os programas Sweep e Slope. O Sweep nada mais é
que a variação de frequência, e o Slope é a forma como essa variação ocorre. Nos
aparelhos, encontram-se formas geométricas que indicam o Slope, sendo elas:
triângulo (6:6, variação de forma lenta), trapézio (1:5:1, variação progressiva) e
quadrado (1:1, variação brusca).
Quadro 8- Parâmetros dos aparelhos
Fase da Frequência AMF base ∆AMF Slope Sweep Tempo de
lesão portadora tratamento
Aguda 4.000 Hz 90-150 Hz Máximo 6:6 25-30
60 Hz minutos
Sub- 2.000 Hz ou 40-80 Hz Máximo 1:5:1 25 a 30
aguda 4.000 Hz 40 Hz minutos
Crônica 2.000 Hz 10-30 Hz Máximo 1:1 25 a 30
20 Hz minutos
Modo Tetrapolar Bipolar
Fonte: retirada do livro Eletrotermofototerapia (Agne, 2017)22

Parâmetros recomendados22:
 Corrente interferencial no tratamento agudo: 90-100 Hz de AMF base, sendo
a máxima 150 Hz. Essa variação deve ocorrer de forma lenta (triângulo 6:6).
Para regular a AMF basta selecionar a basal (normalmente 100 Hz) e depois
selecionar o item ∆AMF (normalmente 40 Hz). Isso significa que a frequência
irá variar de 100 a 140 Hz (100 de AMF basal + 40 da variação).
 Corrente interferencial no tratamento sub-agudo: 40 Hz de AMF base, sendo
a máxima 80 Hz. Essa variação deve ocorrer de forma progressiva (trapézio
1:5:1). Para regular a AMF basta selecionar a basal (normalmente 50 Hz) e
depois selecionar o item ∆AMF e escolher o outro valor (atentando para
frequência máxima de 80 Hz, ou seja, selecionar a variação de modo que não
ultrapasse esse valor). Isso significa que a frequência irá variar de 50 a 80 Hz
(50 de AMF basal + 30 da variação).
 Corrente interferencial no tratamento crônico: 10 Hz de AMF base, sendo a
máxima 30 Hz. Essa variação deve ocorrer de forma brusca (quadrado 1:1).
Para regular a AMF basta selecionar a basal (normalmente 10 Hz) e depois
selecionar o item ∆AMF (permite variações grandes devido à baixa
frequência, atentando para o valor limite de frequência de 30 Hz). Isso
significa que a frequência irá variar de 10 a 30 Hz (10 de AMF basal + 30 da
variação).
Para a elaboração do próximo quadro foram consultadas revisões sistemáticas e
ensaios clínicos, nas plataformas Google Acadêmico, PubMed e Cochrane.

Quadro 9- Evidências Científicas sobre o uso da Corrente Interferencial


AUTOR TIPO DE POPULAÇÃO CONDIÇÃO CONCLUSÃO
ESTUDO
Pérez et al., Ensaio clínico 25 Inibição do músculo Não melhorou
23
2020 controlado suboccipital associado ao uso significativamente a dor
randomizado de corrente interferencial na
cefaleia do tensional crônica

Rampazo, Artigo de Não Efeitos analgésicos do uso de Mostrou eficácia analgésica


Liebano, revisão especificada corrente interferencial em: cervicalgia,
21
2022 bibliográfica lombalgia,osteoartrite do
joelho e dor pós-operatória
no joelho. As frequências
portadoras de 1 ou 4 kHz
com 100 Hz de frequência
modulada em amplitude,
parecem produzir mais
analgesia do que frequências
portadoras mais altas e
confortáveis.
Almeida et Revisão 825 Semelhanças entre Os efeitos são semelhantes,
24
al., 2018 sistemática com estimulação elétrica nervosa mas há necessidade de
meta-análise transcutânea e a corrente novos ensaios clínicos para
interferencial na melhora da aprimorar o conhecimento
dor aguda e crônica sobre esse assunto.

Nazligul et Estudo 65 Efeitos sobre pacientes com Uso da corrente, não fornece
25
al., 2018 randomizado, síndrome do impacto benefícios adicionais ao
duplo-cego, subacromial tratamento com
controlado por cinesioterapia, e tratamento
simulação medicamentoso

Chen et al., Uma revisão 493 Uso de corrente interferencial Observou-se que a terapia
202226 sistemática e em pacientes com osteoartrite com corrente interferencial,
metanálise de de joelho diminui a dor a curto e longo
ensaios clínicos prazo, melhorando a função.
randomizados Não foi observado nenhum
feito adverso
Fonte: elaborado pelo próprio autor

1.4 Corrente Russa


Os parâmetros básicos a serem ajustados são semelhantes aos do FES
(tempo On e Off, intensidade, tempo de subida e descida)15.
Trata-se de22:
 Corrente alternada (onda sinusal);
 Frequência de 2.500 Hz;
 Modulada em bursts de 50 Hz por segundo;
 Inter-burst (intervalo) de 10 milissegundos (ms).
A grande vantagem dessa corrente é o conforto do paciente. O organismo
humano possui impedância (o mesmo que resistência) às correntes elétricas, do tipo
capacitativo. Isso significa que quanto maior a frequência, menos resistência o corpo
irá oferecer a ela. Como a corrente russa possui média frequência, ela é superior as
correntes de baixa frequência nesse quesito. Além disso, ela possui capacidade de
atingir níveis mais profundos em comparação com frequências baixas, pelo mesmo
motivo do corpo oferecer menos resistência a ela15,22.
O quadro a seguir apresenta as principais indicações e contraindicações. As
informações foram coletadas do livro Eletroterapia Aplicada a Reabilitação- Dos
Fundamentos às Evidências (Liebano, 2021)1 e do manual de Fisioterapia Geral (Sá,
2003)15.
Quadro 10- Indicações e contraindicações do uso da Corrente Russa
Indicações Contraindicações
- auxiliar no controle de contraturas de joelho e - aplicar sobre zonas dos seios carotídeos
cotovelo - pacientes com insuficiência cardíaca
- auxiliar no controle de espasticidade - pacientes mentalmente confusos
- facilitação neuromuscular - pacientes que usam marca-passo
- fortalecimento muscular
- usada na reabilitação pós AVE e na paraplegia
- usada para evitar atrofia muscular
Fonte: elaborado pelo próprio autor

O quadro abaixo mostra evidências encontradas em artigos de pesquisa e


ensaios clínicos, nas plataformas Google Acadêmico, PubMed e Cochrane.
Quadro 11- Evidências Científicas sobre o uso da Corrente Russa
AUTOR TIPO DE POPULAÇÃO CONDIÇÃO CONCLUSÃO
ESTUDO
Maciel, Artigo de 9 Aplicação de estimulação Foi capaz de aumentar a força do
27
2010 pesquisa elétrica por Corrente Russa quadríceps no membro não
com objetivo de fortalecer dominante, com base no teste de
quadríceps em indivíduos 1RM
saudáveis
Briel et al., Artigo de 15 Uso da corrente russa afim Em indivíduos saudáveis, a
200328 pesquisa de aumentar força muscular contração muscular ativa
e trofismo no antebraço não associada ao uso da corrente
dominante, em indivíduos russa, obteve resultados
saudáveis satisfatórios quanto ao aumento
de força e trofismo muscular
Ferreira, Ensaio clínico 12 Diferença dos resultados de Apesar de ter ocorrido uma
29
2020 controlado e protocolos (exercício mudança na média da curva
aleatório terapêutico e corrente russa eletromiográfica e alterações
associada ao exercício) no estatísticas, o uso de corrente
musculo reto abdominal em russa associada ao exercício ou
mulheres sedentárias exercícios terapêuticos isolados
não tiveram diferenças de efeito
Modesto, Estudo 27 Comparação entre os A corrente russa e a corrente
30
2017 randomizado, efeitos da corrente russa e pulsada geraram adaptações
controlado e corrente pulsada após neuromusculares semelhantes,
cego treinamento em atletas de porém a corrente pulsada gerou
futebol menor desconforto
Rebequi, Artigo de 8 Mulheres que não praticam A corrente russa, em músculos
31
2018 pesquisa atividade física submetidas sadios, foi eficaz no ganho de
a corrente russa para força do tríceps braquial
avaliar o fortalecimento de
tríceps braquial
Fonte: elaborado pelo próprio autor
REFERÊNCIAS
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Evidências. Rio de Janeiro: Thieme Revinter, 2021.

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25 de abr. de 2023.
CAPITULO 15: APLICAÇÃO DO LASER E DO ULTRASSOM NA FISIOTERAPIA

Bruno Augusto Teixeira da Silva

Laser e ultrassom são duas modalidades de tratamento muito utilizadas na


fisioterapia para ajudar na recuperação de lesões musculares, articulares e em
outros distúrbios musculoesqueléticos. Cada um desses métodos utiliza diferentes
formas de energia para promover a cura e alívio da dor (CORADINI; et al, 2014).
Ambos os métodos podem ser aplicados por um fisioterapeuta treinado.
Geralmente, eles são indolores e não invasivos, embora a sensação de aquecimento
possa ser percebida durante a aplicação do ultrassom. A escolha entre laser e
ultrassom depende da condição do paciente e do objetivo do tratamento. Essas
terapias têm o objetivo de acelerar o processo de recuperação, aliviar a dor e
melhorar a função dos tecidos afetados (BRUNO, 2021).

Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação: LASER


O termo “LASER” é uma sigla que representa em tradução livre “Amplificação
da Luz por Emissão Estimulada de Radiação” (do inglês Light Amplification by
Stimulated Emission of Radiation) e constitui um recurso empregado na fototerapia,
que tem encontrado aplicação na prática da fisioterapia. Segundo Brasil (2019, p. 1),
LASER “é uma forma radiação eletromagnética não ionizante, altamente
concentrada, que tem capacidade de emitir luz com comprimento de onda único e
definitivo, com características distintas”. Demonstra ser capaz de gerar uma série de
efeitos terapêuticos benéficos, incluindo propriedades anti-inflamatórias,
analgésicas, estimulantes celulares e moduladoras do tecido conjuntivo.
Essas características fazem com que o LASER seja amplamente utilizado no
contexto da fisioterapia para promover a regeneração e cicatrização de diversos
tipos de tecidos, representando uma ferramenta valiosa na busca por melhores
resultados clínicos e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes (AQUINO
JUNIOR; et al., 2019).
Na prática clínica da fisioterapia, observa-se a utilização de dois tipos
específicos de LASER, nomeadamente o LASER Hélio-Neônio e o LASER Arseneto
de Gálio. Esses dispositivos são empregados em diversas indicações terapêuticas,
abrangendo condições patológicas que afetam os tecidos moles, tais como
ligamentos, tendões e músculos, nos quais processos degenerativos e inflamatórios
frequentemente desempenham um papel significativo (FIALHO, et. Al., 2017).
Além disso, o LASER demonstra eficácia no tratamento de edemas
periarticulares, contribuindo para a redução da inflamação e o alívio dos sintomas
associados. Ademais, a aplicação terapêutica do LASER é benéfica na promoção
da cicatrização de feridas abertas, estimulando processos biológicos que aceleram a
restauração da integridade tecidual (FERREIRA, 2016).
O LASER também é empregado com êxito no tratamento de lesões nervosas
periféricas, oferecendo uma abordagem terapêutica eficaz para a reabilitação
neurológica em casos de danos aos nervos periféricos. Esses dispositivos LASER
representam, assim, uma ferramenta fundamental no arsenal terapêutico da
fisioterapia, com aplicabilidade em uma variedade de condições clínicas,
promovendo a melhoria da qualidade de vida dos pacientes (SENE; et al, 2013).
É importante ressaltar que a aplicação do LASER deve ser contraindicada em
determinadas situações clínicas devido aos potenciais riscos envolvidos. A
exposição direta do LASER à retina ocular deve ser estritamente evitada, visto que
pode resultar em danos irreparáveis à estrutura ocular. Além disso, é fundamental
observar a contraindicação em casos de neoplasias, uma vez que a irradiação
LASER pode estimular o crescimento de células malignas, comprometendo ainda
mais o quadro clínico do paciente (LOPES; PEREIRA; BACELAR, 2018).
No que tange aos cuidados essenciais a serem observados durante a
aplicação do LASER na prática fisioterapêutica, é importante garantir que o ângulo
de incidência do feixe LASER esteja adequadamente direcionado para a região alvo
de tratamento, a fim de otimizar a eficácia terapêutica e minimizar quaisquer efeitos
adversos indesejados. Além disso, tanto o fisioterapeuta quanto o paciente devem
utilizar proteção ocular específica, a fim de salvaguardar a integridade dos olhos
contra os raios LASER (LAGO; et al., 2021).
A dosimetria no contexto da terapia com LASER é uma consideração crucial,
e a determinação da dose apropriada é responsabilidade do fisioterapeuta, baseada
nos efeitos terapêuticos desejados. A dose de irradiação LASER pode variar entre 1
e 6 J/cm², dependendo do objetivo clínico pretendido. Segundo Maluf, et al. (2005, p.
184)
As dosimetrias convencionais em função do efeito
desejado deveriam ser da seguinte forma: efeito
antiálgico 2 a 4 j/cm2; efeito anti-inflamatório 1 a 3
j/cm2; efeito regenerativo 3 a 6 j/cm2; e efeito
circulatório de 1 a 3 j/cm2. O número de sessões
que devem ser empregadas na maioria das
patologias oscila entre 1 e 12 variando a aplicação
de uma a duas vezes por semana podendo em
alguns casos aumentar a frequência para três
vezes por semana.

Na aplicação do LASER, a determinação do tempo de irradiação desempenha


um papel crítico, sendo diretamente influenciada pela dimensão da área alvo a ser
tratada. Em conformidade com a prática clínica, as áreas de aplicação são
categorizadas em três grupos distintos, com suas respectivas dimensões e tempos
de aplicação estabelecidos.
Para áreas de tamanho reduzido, abrangendo aproximadamente 5 cm², o
tempo de irradiação recomendado é de 2 minutos. Nas áreas de extensão média,
que compreendem cerca de 10 cm², demandam um período de aplicação mais
prolongado, situando-se em torno de 4 minutos. Já em áreas de maior magnitude,
alcançando aproximadamente 25 cm², o tempo de irradiação estende-se de 6 a 8
minutos para garantir uma cobertura adequada e eficácia terapêutica (ABREU;
NICOLAU, 2015).
A técnica de aplicação do LASER é adaptada de acordo com o tamanho da
área a ser tratada, visando à maximização da eficácia terapêutica. Em regiões de
dimensão reduzida, a aplicação é realizada de forma pontual, concentrando-se
diretamente no local da dor ou da condição alvo. Por outro lado, em áreas de maior
extensão, é empregada a técnica de varredura, na qual o feixe LASER é
movimentado gradualmente para cobrir uma margem mais ampla da superfície de
tratamento (FERREIRA, 2016). Essa abordagem permite abranger eficazmente a
área de interesse, assegurando uma distribuição uniforme da energia LASER e,
consequentemente, maximizando os benefícios terapêuticos.
A integração da terapia com laser de baixa intensidade na fisioterapia
representa um avanço significativo na abordagem terapêutica não farmacológica de
diversas condições clínicas. A utilização precisa dos parâmetros do laser, como
comprimento de onda, potência e tempo de exposição, é fundamental para obter
resultados terapêuticos eficazes. A fisioterapia, aliada a essa modalidade
terapêutica, permite a individualização dos tratamentos, o que é essencial para
atender às necessidades específicas de cada paciente.

Ultrassom terapêutico
O ultrassom terapêutico é uma modalidade de tratamento que emprega ondas
sonoras de alta frequência, normalmente na faixa de 0,8 a 3 megahertz (MHz), para
fins terapêuticos. Essas ondas sonoras são aplicadas sobre os tecidos biológicos
por meio de um transdutor, gerando efeitos mecânicos, térmicos e químicos
(MIGOTTO, 2016).
O ultrassom terapêutico é utilizado na fisioterapia e na medicina para tratar
condições musculoesqueléticas, promover a cicatrização de tecidos, reduzir a dor,
diminuir a inflamação e melhorar a função dos tecidos afetados. A energia
ultrassônica é absorvida pelos tecidos e pode induzir mudanças biológicas
benéficas, tornando-o um componente importante na reabilitação e no alívio de
sintomas em diversas condições clínicas (OLSSOM, 2008).
O ultrassom terapêutico é indicado em uma ampla gama de condições
clínicas, incluindo traumatismos do tecido ósseo, traumatismos em articulações e
músculos, distensões, luxações, fraturas, contraturas, espasmos musculares,
neuromas, pontos gatilhos, distúrbios do sistema nervoso simpático, transtornos
circulatórios, processos inflamatórios agudos e crônicos, reparos de lesões, fibro
edema gelóide e cicatrização de feridas (MORAES; TERTO; ROCHA, 2021).
No entanto, a terapia de ultrassom é contraindicada em áreas com
hipoestesia, áreas com insuficiência vascular, afecções localizadas no tecido
epifisário, em pacientes com diabetes mellitus, diretamente sobre marca-passos
cardíacos e em feridas abertas, devido aos potenciais riscos envolvidos em tais
circunstâncias. Portanto, a aplicação do ultrassom terapêutico requer uma avaliação
criteriosa por parte do profissional de saúde, a fim de determinar a adequação do
tratamento com base nas características individuais do paciente e na condição
clínica específica (LAURENTI; et al., 2023).
O método de aplicação do ultrassom terapêutico envolve a utilização de
ondas ultrassônicas, que podem ser empregadas por meio de dois métodos
distintos, conhecidos como contínuo ou pulsado. No método contínuo, as ondas
ultrassônicas são emitidas de forma ininterrupta ao longo do tempo de tratamento,
proporcionando uma exposição constante dos tecidos-alvo à energia ultrassônica. Já
no método pulsado, as ondas ultrassônicas são emitidas de forma intermitente, com
períodos de ativação e desativação, criando intervalos de repouso durante a
aplicação (SANTOS; BAPTISTA, 2021). A escolha entre esses métodos depende da
finalidade terapêutica desejada e das características da condição clínica do
paciente.
O modo apropriado de utilização do ultrassom terapêutico é importante para
garantir sua eficácia. Os movimentos podem assumir diferentes padrões, como
circulares, em forma de oito, de cima para baixo ou de um lado para o outro, de
acordo com a necessidade terapêutica e a anatomia da área tratada. É importante
evitar deixar o cabeçote do ultrassom imóvel sobre o mesmo ponto por longos
períodos, pois pode resultar em superaquecimento e desconforto para o paciente
(GIERO, 2017).
Os parâmetros de tratamento, como frequência e intensidade, são
cuidadosamente selecionados pelo fisioterapeuta com base na avaliação clínica. Os
parâmetros podem variar dependendo do objetivo terapêutico e das características
clínicas do paciente. Os principais parâmetros incluem: frequência, intensidade e
tempo de aplicação.
A frequência do ultrassom, medida em Hertz (Hz), pode ser selecionada pelo
fisioterapeuta. A frequência das ondas emitidas pelo equipamento pode ser ajustada
de acordo com as necessidades clínicas do paciente, variando tipicamente de 0,5 a
5 MHz. Dentre as opções disponíveis, as frequências mais comuns e amplamente
utilizadas são de 1 MHz e 3 MHz. Geralmente, frequências mais baixas (0,8 a 1
MHz) penetram mais profundamente nos tecidos, sendo adequadas para
tratamentos em tecidos mais profundos, como músculos e articulações. Frequências
mais altas (1 a 3 MHz) são usadas para tratamentos superficiais, como pele e
tecidos subcutâneos (MEDICAL SAN, 2020).
A Área Efetiva de Radiação (ERA) do cabeçote é definida como a região na
qual ocorre a emissão das ondas sonoras. É importante destacar que a ERA é
invariavelmente menor que a área geométrica do cabeçote. Em situações nas quais
ocorrem defeitos na colagem do cristal ao cabeçote, resultando em espaços vazios,
a radiação emitida será ainda mais reduzida (SIQUEIRA, 2014). Portanto, a ERA
constitui um parâmetro crítico a ser considerado na aplicação do ultrassom
terapêutico, uma vez que afeta diretamente a quantidade e a distribuição da energia
ultrassônica nos tecidos-alvo, tendo implicações significativas na eficácia do
tratamento.
O cálculo do tempo de aplicação no contexto do ultrassom terapêutico segue
uma metodologia específica, onde o tempo (em minutos) é determinado pela divisão
da área da região tratada (em centímetros quadrados) pela ERA, representada em
centímetros quadrados (PREFEITURA DE FRANCISCOPOLIS, 2021). Por exemplo,
se a largura da área for de 5 cm e o comprimento for de 8 cm, a área total é
calculada como 40 cm². Se a ERA do equipamento for igual a 4 cm², o tempo de
aplicação necessário será de 10 minutos, conforme a fórmula 40/4. Esse método de
cálculo é fundamental para estabelecer a duração adequada da terapia ultrassônica,
assegurando uma exposição controlada e eficaz dos tecidos ao tratamento.
A seleção cuidadosa desses parâmetros é essencial para otimizar a eficácia
do tratamento com ultrassom e garantir a segurança do paciente. Ela é baseada na
avaliação clínica individual e nas metas terapêuticas estabelecidas pelo
fisioterapeuta.

REFERÊNCIAS
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Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2014.

CAPITULO 16: COLUNA CERVICAL


Isadora de Castro Dias

A cervicalgia é definida por dor e rigidez na região posterior do pescoço e


superior às escápulas, ocasionadapordesordens musculoesqueléticasde origem
multifatorial, englobando condições individuais, psicossociais e físicas.
Estudos epidemiológicos, como o artigo de Fejer et al. (2018), demonstraram
que a cervicalgia é uma das causas mais comuns de dor musculoesquelética, com
uma alta prevalência em diferentes faixas etárias. Esses estudos relataram que a
prevalência varia de acordo com a população estudada, mas em geral, a cervicalgia
afeta uma parcela substancial da população.
A dor cervical é classificada entre os seguintes subgrupos de acordo com o
mais recente Guideline publicado por Blanpied et al. (2017) na JOSPT:

DOR CEVICAL COM DEFICIT DE MOBILIDADE:


Dor cervical central e / ou unilateral;
Perda de limitação no movimento da cervical;
Possui ligação com restrições torácicas;

DOR CERVICAL COM DÉFICITS DE COORDENAÇÃO MOTORA:


Estão ligados a traumas mecânicos;
Dores associadas ao ombro;
Sinais e sintomas não específicos como a tontura, náusea, dores de cabeça, perda
de concentração ou memória, sensibilidade a estímulos externos referente a
audição, olfato e visão.

DOR CERVICAL ASSOCIADA À CEFALEIA:


Apresenta dor cervical não contínua, unilateral e irradiada que gera diminuição de
amplitude de movimento.

DOR CERVICAL IRRADIADA:


A dor irradia-se para as extremidades, apresenta parestesia ou dormência,
dermatoma da extremidade superior e fraqueza muscular referente ao alongamento
dos músculos.
Deve-se utilizar uma abordagem multimodal no tratamento de pacientes com dor no
pescoço com déficits de mobilidade.

PARA PACIENTES COM DOR CERVICAL AGUDA COM DÉFICITS DE


MOBILIDADE:
 Fornecer manipulação torácica;
 Fornecer um programa de exercícios de ADM do pescoço e exercícios de
alongamento;
 Fornecer fortalecimento escapulo-torácico da extremidade superior
 Fornecer manipulação e/ou mobilização cervical.
PARA PACIENTES COM DOR CERVICAL SUBAGUDA COM DÉFICTS DE
MOBILIDADE:
 Fornecer exercícios de resistência do pescoço e cintura escapular;
 Fornecer manipulação torácica;
 Fornecer manipulação cervical e/ou mobilização;
PARA PACIENTES COM DOR CERVICAL CRÔNICA COM DÉFICTS DE
MOBILIDADE:
 Manipulação torácica e manipulação cervical ou mobilização;
 Exercício misto para regiões cervicais/escapulo-torácicas;
 Exercício neuromuscular (por exemplo, coordenação, propriocepção e
postural), alongamento, fortalecimento, treinamento de resistência, condicionamento
aeróbico e cognitivo afetivo;
 Agulhamento a seco, laser ou tração intermitente;
 Fornecer abordagens de exercícios de resistência do pescoço, cintura
escapular e tronco, educação do paciente, estratégias de aconselhamento que
promovam um estilo de vida ativo e abordar fatores cognitivos e afetivos.

PARA PACIENTES COM DOR CERVICAL AGUDA COM PREJUÍZOS NA


COORDENAÇÃO MOTORA:
 Educação do paciente para retornar as atividades normais e não
provocativas;
 Minimizar o uso do colar cervical;
 Realizar exercícios posturais e de mobilidade para diminuir a dor e aumentar
a ADM;
 Tranquilizar o paciente de que a recuperação deve ocorrer nos primeiros 2 a
3 meses;
 Fornecer uma abordagem de intervenção multimodal que inclua técnicas de
mobilização manual mais exercícios de fortalecimento, resistência, flexibilidade,
posturais, de coordenação, aeróbicos e funcionais, para pacientes que devem ter
uma recuperação moderada a lenta com deficiências persistentes;

PARA PACIENTES COM DOR AGUDA NO PESCOÇO COM DOR DE CABEÇA:


 Instruir sobre exercícios de mobilidade ativa;
 Fornecer exercícios de deslizamento epifisário natural autossustentável C1-2
(auto-SNAG).

PARA PACIENTES COM DOR SUBAGUDA COM DOR DE CABEÇA:


 Fornecer manipulação;
 Fornecer mobilização cervical;
 Fornecer exercícios de auto-SNAG C1-2

PARA PACIENTES COM DOR CERVICAL CRÔNICA COM DOR DE CABEÇA:


 Fornecer manipulação ou mobilizações cervicotorácicas;
 Mobilizações cervicotorácicas combinadas com alongamento da cintura
escapular e pescoço;
 Fortalecimento;
 Exercícios de resistência;

PARA PACIENTES COM DOR CERVICAL AGUDA COM DOR IRRADIADA:


 Exercícios de mobilização e estabilização
 Laser;
 Uso de colar cervical por um período curto;
 Teste de compressão

PARA PACIENTES COM DOR CERVICAL CRÔNICA COM DOR IRRADIADA:


 Retração do pescoço: Consiste em puxar a cabeça e o pescoço
posteriormente para uma posição em que a cabeça esteja alinhada mais
diretamente sobre o tórax, enquanto a cabeça e os olhos permanecem nivelados. A
posição final é mantida por um curto período e, em seguida, o pescoço pode relaxar
em uma postura de repouso. (MCkenziee Stevens)
 Tração cervical mecânica intermitente, combinada com outras intervenções,
como exercícios de alongamento e fortalecimento, além de mobilização/manipulação
cervical e torácica.
 Fornecer educação e aconselhamento para incentivar a participação em
exercícios ocupacionais e atividades.
 Teste de tração

Nesse capítulo buscou-se apresentar um manual básico sobre coluna cervical


e o que as referências indicam para um melhor tratamento, não obstante, também,
informando sobre os testes que devem ser empregados. As técnicas de terapia
manual da cervical devem incluir todos os movimentos possíveis da articulação:
movimentos fisiológicos, movimentos acessórios e as possibilidades de movimentos
combinados. O fisioterapeuta deve estabelecer condutas baseadas em evidências
científicas a fim de proporcionar melhoras na evolução do quadro do paciente
durante os atendimentos.

REFERÊNCIAS
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Terapia Manual. v. 9, n. 44, p. 489-94, 2011.
CAPITULO 17: COLUNA TORÁCICA
Camila Teodoro Pereira

A dor na coluna torácica é uma manifestação comum ao longo da vida, ela


inclui estruturas da coluna torácica e cervical, tórax e sistema gastrointestinal,
cardiopulmonar e renal. A dor na região da coluna torácica pode surgir por diversas
causas com por exemplo atividades do dia a dia, exercícios repetitivos no trabalho,
má postura por trabalhos que exigem ficar por muito tempo na mesma posição
diariamente. Podendo ser dores causadas por condições inflamatórias,
degenerativas, metabólicas, infecciosas e neoplásicas. (BRIGGIS et al., 2009)

AVALIAÇÃO
Como toda anamnese, precisamos primeiro da identificação do paciente como
nome, idade, sexo, peso, altura, com o que trabalha e já trabalhou, onde trabalha,
antecedentes familiares, e se existe alguma patologia. (ALEXANDRE e MORAIS,
2001)
Teste e avaliação
Inspecionar o alinhamento da coluna
Palpar os processos espinhosos e os músculos paravertebrais
Fazer percussão para encontrar o ponto doloroso, caso houver ponto doloroso
sugere-se fratura.
Teste de amplitude de movimento:
Flexão frontal (75°)
Flexão - Orientar ao paciente para que tente encostar as mãos no chão ou
alcançar os dedos dos pés mantendo os joelhos retos.
Hiperextensão (30°)
Extensão - Pedir ao paciente para projetar tronco para trás (30°)
Inclinação lateral (35°)
Rotação
Rotação - Pedir ao paciente para fazer rotação de tronco (direita e esquerda)
(ALEXANDRE e MORAIS, 2001)
Inspeção
Avaliar as curvaturas da coluna torácica, realizar palpação pelo processo
espinhoso das vértebras torácicas (T1 a T12) para medir as curvaturas torácicas,
essa avaliação também pode ser feita através de exames de imagens (raio-X). A
postura é considerada normal quando os valores das anulações variam entra 20° a
50° quando o valor é maior que 50° é indicação de uma hipercifose torácica, quando
é menor que 20° e considerada uma retificação torácica. ( ALEXANDRE e MORAIS,
2001)

Diagnostico diferencial
Identificar os red flags (bandeiras vermelhas) que são sinais identificados no
exame físico que levam a suspeita de acometimentos graves como neoplasias,
trauma, infecção, fatores neurológicos, vascular e estrutural. (FUNICANE et al.
2020)
Deve-se avaliar também as bandeiras amarelas que estão associadas aos
fatores psicológicos como ansiedade, depressão, medo da dor. ( NICHOLAS et al.
2011)
Procurar identificar se há;

Condições:
Inflamatórias como a espondilite anquilosante, artrite reumatoide, mielite
transversa aguda.
Infecciosas dentre elas a osteomielite, Herpes zoster.
Degenerativas, que pode ser hérnias de discos degeneração dos discos
intervertebrais, artrose facetaria, estenose de canal.
Metabólicas, doenças osteometabolicas com osteomalácia, a osteoporose,
doenças reumáticas.
Neoplasias como cordomas, condrosarcomas, osteosarcomas, mieloma
múltiplos
Traumas, fraturas vertebrais ou costelas.

Sinais de alerta
Trauma recente, pedindo por exames de imagem para identificar se há
fragmentos ósseos atingindo a medula ou artéria vertebral ou se há inflamação na
região.
Segundo Funicane et al. (2020) Os sinais de alerta são sinais e sintomas
que levantam a suspeita de patologia grave da coluna vertebral.
Trauma recente, pedindo por exames de imagem para identificar se há
fragmentos ósseos atingindo a medula ou artéria vertebral ou se há inflamação na
região. Dor a Noite, Febre, Perda de peso e Fraqueza são sinais que se englobam
dentro dos red flags (bandeiras vermelhas). (FUNICANE et al. 2020)
Caso identifique algum desses sinais, encaminhe rapidamente para o médico
atuante da área.

Tratamento
A fisioterapia tem um papel de extrema importância na reabilitação de paciente
com dor na coluna torácica, e há vários métodos de tratamento como terapia
manual, recursos eletrofisicos, pilates. (BRIGGIS et al., 2009)

De acordo com Haleema e Riaz (2021) A dor miofascial ocorre devido a muitos
fatores, incluindo má postura, alteração da biomecânica do corpo, falta de exercício,
fatores psicossociais e dor aguda ou repetitiva.
Portanto a manipulação e liberação de pontos gatilhos da coluna torácica e um
método eficaz para a dor.

REFERENCIAS
BRIGGS AM, SMITH AJ, STRAKER LM, BRAGGE P. Thoracic spine pain in the
general population: prevalence, incidence and associated factors in children
adolescents and adults. A systematic review. BMC Musculoskelet Disord. 2009
Jun 29;10:77. https://dx.doi.org/10.1186%2F1471-2474-10-77

ALEXANDRE NMC, MORAES MAA de. Modelo de avaliação físico-funcional da


coluna vertebral. Rev Latino-Am Enfermagem [Internet]. 2001Mar;9(2):67–75.
Available from: https://doi.org/10.1590/S0104-11692001000200010

FINUCANE LM, DOWNIE A, MERCER C, GREENHALGH SM, BOISSONNAULT


WG, POOL-GOUDZWAARD AL, BENECIUK JM, LEECH RL, SELFE J.
International Framework for Red Flags for Potential Serious Spinal
Pathologies. J Orthop Sports Phys Ther. 2020 Jul;50(7):350-372. doi:
10.2519/jospt.2020.9971. Epub 2020 May 21. PMID: 32438853.

NICHOLAS MK, LINTON SJ, WATSON PJ, MAIN CJ; "Decade of the Flags" Working
Group. Early identification and management of psychological risk factors
("yellow flags") in patients with low back pain: a reappraisal. Phys Ther. 2011
May;91(5):737-53. doi: 10.2522/ptj.20100224. Epub 2011 Mar 30. PMID: 21451099.

HALEEMA B, RIAZ H. Effects of thoracic spine manipulation on pressure pain


sensitivity of rhomboid muscle active trigger points: A randomized controlled
trial. J Pak Med Assoc. 2021 Jul;71(7):1720-1724. doi: 10.47391/JPMA.02-256.
PMID: 34410234.
CAPITULO 18: ESCOLIOSE
Leandra Paula Madrona Ferreira

A escoliose e uma curva que se desenvolve no espaço e se deve a um


movimento de torção generalizado de toda a coluna vertebral, tórax e tronco. Esse
movimento e produzido por uma perturbação localizada que origina uma ruptura de
equilíbrio raquidiano.
Pode ser definida como uma “deformidade torcional tridimensional da coluna
e do tronco”. Alguns autores ressaltam que, a escoliose é considerada patológica
quando a curvatura é maior que 10º, e, pode ser considerada:

Idiopática: Não tem causa conhecida, ocorre em crianças aparentemente saudáveis


e pode progredir em relação a múltiplos fatores durante qualquer período rápido de
crescimento. A deformidade da coluna vertebral causada pela escoliose idiopática
pode ser definida como sinal de uma síndrome de etiologia multifatorial. A escoliose
avança durante períodos de estirão de crescimento.Quando não tratada, pode levar
a deformidades que limitam a capacidade e a biomecânica funcional,
comprometendo da qualidade de vida.
Congênita: Condição presente no nascimento devido a problemas no
desenvolvimento dos ossos da coluna vertebra, que podem ser detectados desde a
infância. A gravidade da escoliose varia conforme o grau de malformação.
Neuromuscular: Esse tipo de escoliose é causado por distúrbios neuromusculares,
como paralisia cerebral ou distrofia muscular, que afetam a forca muscular e o
controle dos músculos que suportam a coluna. A fraqueza muscular leva a
desequilíbrios na coluna vertebral, resultando em curvas laterais.
Degenerativa:É um tipo de escoliose que se desenvolve na vida adulta. Geralmente
é causada pelo desgaste da coluna vertebral, que pode levar ao desenvolvimento de
uma curvatura. Á medida que os discos de desgastam, podem ocorrer curvas
laterais na coluna, causando dor e desconforto.
Em aproximadamente 20% dos casos, a escoliose é secundária a outro processo
patológico, os 80% restantes são casos de escoliose idiopática. Os tipos de
escoliose são nomeados conforme a curva localizada na coluna vertebral. Esses
padrões de curva são nomeados em 4 tipos:
 Escoliose Torácica - quando a curvatura se localiza na parte média da
coluna.
 Escoliose Lombar - quando a curvatura se localiza na parte inferior da
coluna.
 Escoliose Toracolombar - quando vai desde a parte inferior a superior.
 Escoliose combinada - apresenta 2 ou 3 curvaturas, em cada região da
coluna.
Tipos de escoliose

Fonte: brasil123.com.br

DIAGNOSTICO
O ângulo da escoliose medido na radiografia frontal em pé, de acordo com o
método Cobb é um dos fatores decisivos no manejo da escoliose idiopática e está
diretamente relacionado a todas as decisões de tratamento, tendo em conta que o
erro de medição reconhecido na medição dos ângulos Cobb é de 5°. Quando abaixo
de 10°, o diagnostico não deve ser feito.
 Acima de 30° de escoliose, aumenta o risco de progressão na idade adulta,
assim como o risco de problemas de saúde e redução da qualidade de vida.
 Acima de 50°, é consenso que é quase certo que a escoliose vai progredir na
idade adulta e causar problemas de saúde e redução da qualidade de vida.
O exame físico (inspeção, palpação, medições, exame neurológico e testes
especiais) é importante do diagnostico, pois avalia sinais específicos de escoliose.
O principal teste de avaliação no exame de pacientes com escoliose é o teste
de Adams. Nesse teste o paciente realiza uma flexão da coluna, com joelhos
estendidos e as palmas das mãos juntas, o examinador fica atrás do paciente e
verifica se tem presença de gibosidade e a rotação vertebral.
O escoliômetro juntamente do teste de Adams é uma ferramenta de avaliação
que tem se mostrado muito útil. O Escoliômetro mede o ângulo de inclinação do
tronco.
Teste de Adams

Fonte: institutoescoliose.com.br

TRATAMENTO
Exercícios fisioterapêuticos específicos deve ser o primeiro passo no
tratamento da escoliose idiopática para prevenir/limitar a progressão da deformidade
e órtese. A órtese é recomendada para tratar a escoliose idiopática juvenil e infantil
como o primeiro passo afim de evitar ou pelo menos adiar a cirurgia para uma idade
mais adequada.
Recomenda-se que os exercícios fisioterapêuticos específicos sejam sempre
individualizados mesmo que realizados em pequenos grupos, e que seja realizado
regularmente durante todo o tratamento para melhores resultados.
Exercícios de mobilização da coluna vertebral devem ser utilizados na
preparação em caso de órtese.
Recomenda-se exercícios de estabilização em autocorreção sejam utilizados
durante o período de desmame do aparelho.
Exercícios em pacientes operados com dor devem ser utilizados para reduzir
a dor e aumentar a função.

TÉCNICAS DE MOBILIZAÇÃO
A terapia manual (técnicas de mobilização suave, de curto prazo ou de
liberação de tecidos moles) seja proposta apenas se associada à estabilização.
Recomendações sobre “Função respiratória e exercícios”
Quando necessário, sejam utilizados exercícios para melhorar a função
respiratória. Durante o tratamento com aparelho o uso de exercícios para melhorar a
função respiratória.

REFERENCIAS
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5795289/

https://scoliosisjournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/1748-7161-7-3

PERDRIOLLE, Rene. A Escoliose. Summus Editorial, 1979.

WAJCHENBERG, Marcelo; MARTINS, Délio Eulálio; PUERTAS, Eduardo Barros.


Aspectos genéticos da escoliose idiopática do adolescente. Coluna/Columna, v. 11,
p. 234-236, 2012.

SAMPOL, Lucia Alves Vital; SAMPOL, Antonio Vital. A escoliose e suas formas de
tratamento. 2000.

RITO, Carla; MARQUES, Elsa; FILIPE, Fernanda. Escolioses congénitas:


diagnóstico e tratamento congenital scoliosis: diagnosis and treatment.

FERNANDES, Rony Brito et al. Escoliose neuromuscular. Revista Científica Hospital


Santa Izabel, v. 2, n. 3, p. 24-27, 2018.
CAPITULO 19: COLUNA LOMBAR

Cristiane Geralda de Freitas Rodrigues

Introdução
Nesse capítulo será abordado sobre coluna lombar, dores características da região,
sinais e sintomas, diagnóstico diferenciado, possíveis bandeiras vermelhas, e
tratamento em dor aguda e crônica.
A dor na região lombar pode ser chamada de lombalgia, que se caracteriza pela dor
que se inicia na região lombar e irradia para glúteos e região posterior da coxa, no
trajeto de nervo ciático. Ela pode ter diferentes causas, e entre elas podemos citar:
1. Hérnia de disco
Acometimento da coluna vertebral onde ocorre o extravasamento do disco vertebral e
compressão de raiz nervosa.
1.1 Sinais e sintomas
 Dor lombar irradiada para membro inferior;
 Aumento de dor ao tossir e espirrar;
 Sente melhora ao deitar;
 Dor pode agravar durante ou após atividades físicas;
 Alívio da dor em movimento de extensão;
 Aumento da dor na flexão da coluna, de pé e sentado;
 Alteração de sensibilidade como: anestesia, dormência, formigamento,
afetando alguma região do membro inferior;
 Em casos mais graves pode ocorrer diminuição de força no movimento das
pernas.

1.2 Testes irritativos neurais
 Slump test;
 Teste do nervo femoral;
 Teste de Laségue (levantamento da perna reta)

1.3 Tratamento
O tratamento é conservador e baseia-se em exercícios de fortalecimento muscular,
exercícios de extensão da coluna lombar, educação na dor, método de Mckenzie,
mesa de tração e descompressão, fisioterapia manual e instrumental, mobilização do
Conceito Mulligan.
FONTE:
1.4 Diagnóstico diferenciado
 Déficit neurológico: compressão da medula;
 Trauma: compressão da medula devido a lesão traumática;
 Febre persistente: osteomielite, abcesso epidural;
 História prévia de câncer: metástase;
 Idade >50 anos: doenças vasculares, câncer e infecções;
 Redução de peso de forma não intencional: infecções crônicas e câncer;
 Drogas intravenosas: lesão espinhal por disseminação de infecção,
osteomielite, e abcesso epidural;
 Aneurisma de aorta prévia: rompimento de aneurisma retroperitoneal;
 Sintomas noturnos: osteomielite, câncer, espondiloartrites e abcesso epidural;
 Imunodepressão: discite, osteomielite, abcesso epidural, e lesão espinhal por
disseminação da infecção;
 Incontinência fecal, retenção urinária e anestesia em sela: síndrome da cauda
equina;
 Infecção bacteriana recente ou atual: disseminação espinhal e para estrutura
paravertebral da infecção, infecção de prótese, etc.
Fonte: Sanar saúde
2. Estenose
É o estreitamento do espaço central da coluna. Essa diminuição de diâmetro do canal
vertebral ocorre devido a hipertrofia, causando a compressão das estruturas nervosas
lombares. Sua etiologia pode ser congênita, resultando maior preocupação, pois pode
ser progressiva ou por envelhecimento. Podendo ser classificada como estenose
lateral, que apresenta sintomas parecidos com a hérnia de disco, ou estenose central,
onde a dor aparece na região glútea com sensação de peso nas pernas e piora ao
caminhar e melhora ao sentar.
2.1 Sinais e sintomas
 Dor lombar;
 Dor ao caminhar;
 Dor e desconforto ao estar de pé;
 Dor em extensão da coluna vertebral;
 Sintomas amenizam ou desaparecem ao sentar por alguns minutos.
2.2 Testes irritativos neurais
 Slump test;
 Teste de Laségue;
 Teste de Schober e instabilidade segmentar.

2.3 Tratamento
O tratamento é conservador, incluindo exercícios de mobilização, fortalecimento da
musculatura lombar, educação em dor, modulação em dor, exercícios de flexão,
terapia manual, osteopatia e mobilização neural.
2.4 Diagnóstico
Algumas doenças podem apresentar sintomas muito similares ao da estenose lombar,
entre elas podemos citar:
 Espondilolistese;
 Neuropatias periféricas;
 Claudicação vascular (obstrução das artérias das pernas);
 Artrose de outras articulações do quadril e joelho. É importante que o
diagnóstico diferenciado seja excluído ou identificado em uma avaliação criteriosa do
paciente, para a realização do tratamento.
3. Bandeiras vermelhas
Em uma avaliação fisioterapêutica deve-se atentar a possíveis bandeiras vermelhas.
Se tratando da coluna lombar é importante descartar essas possíveis patologias:
 Tumores;
 Fraturas;
 Síndrome da cauda equina;
 Déficit motor progressivo;
 Aneurisma da aorta abdominal.
3.1 Exames e testes para descartar bandeiras vermelhas
 Percussão;
 Palpação;
 Ausculta abdominal;
 Exames de imagem (radiografia, ressonância magnética e tomografia).
Em caso de suspeita de bandeira vermelha, o melhor a ser feito é solicitar exames de
imagem para confirmação do diagnóstico e encaminhar o paciente a outro profissional
da saúde (médico especialista no caso).
Conclusão
Nesse capítulo foi abordado as principais causas de dor lombar com intuito de
oferecer de forma didática e simples compreensão, os sintomas e tratamento dessas
patologias da coluna lombar. O diagnóstico é tratamento variando de profissional para
profissional, e os resultados do tratamento deve-se ao trabalho entre terapeuta e
paciente. Uma via de mão dupla onde o terapeuta oferece um tratamento de
qualidade, e o paciente busca fazer o seu melhor para a recuperação. Ressaltando
que, o tempo de tratamento varia de paciente para paciente. É importante que o
terapeuta trabalhe com seu paciente de forma que ele se sinta seguro, e seja possível
eliminar a dor. Um tratamento respeitoso onde se educa o paciente quanto a dor,
garante melhores resultados permitindo ao paciente uma melhor qualidade de vida.

REFERÊNCIAS
HENNEMANN, S.; RODRIGUES DE ABREU, M. Estenose degenerativa do canal
lombar. Revista Brasileira de Ortopedia, Rio de Janeiro, v. 56, p. 9-17, 23 jun. 2020.
DOI DOI: 10.1055/s-0040-1712490. Disponível em: Revista Brasileira Ortopedia.
Acesso em: 30 set. 2023.

SILVA DOS SANTOS, P.; DE OLIVEIRA SOUZA, J.; DE OLIVEIRA JANUÁRIO, P.;
TORRES CRUZ, A. Estudo clínico randomizado no tratamento da hérnia de disco
lombar. Revista Saúde e Desenvolvimento, v. 15, n. 21, p. 93–106, 2021.
Disponívelem:https://www.revistasuninter.com/revistasaude/index.php/
saudeDesenvolvimento/article/view/1114. Acesso em: 30 set. 2023.

Terapia manual e exercícios de ampliação de canais versus fisioterapia convencional


em estenose lombar - um protocolo de estudo. Revista Pesquisa em Fisioterapia, v.
11, n. 3, p. 549–560, 2021.DOI:10.17267/2238-2704rpf.v11i3.3864.Disponível em:
https://www5.bahiana.edu.br/index.php/fisioterapia/article/view/3864. Acesso em: 30
set. 2023.

VIALLE, L. R.; NEVES VIALLE, E.; ESTEBAN SUÁREZ HENAO, J.; GIRALDO, G.
Hérnia discal lombar. Revista Brasileira de Ortopedia, Curitiba, 9 abr. 2010. 45, p.
17-22. DOI https://doi.org/10.1590/S0102-36162010000100004. Disponível em:
Scielo. Acesso em: 30 set. 2023.
CAPITULO 20: A ARTICULAÇÃO SACRO-ILÍACA

Gercino Gomes Pinheiro Neto

A articulação sacro-ilíaca é formada pela articulação entre as


superfícies do ílio e do sacro. Devido a sua anatomia, é uma das maiores
articulações do corpo humano e faz a conexão entre a base da coluna vertebral
(sacro) e os ossos da bacia (ilíacos). É uma articulação diartrodial que atua como
um amortecedor para reduzir a força de impactos que incidem sobre a coluna
vertebral tem como principal função proporcionar a sustentação do peso do nosso
corpo e gerar a estabilidade para andar. Além disso, essa articulação permite
movimentos simultâneos de rotação e translação, esses movimentos mais leves
aliviam a pressão nos quadris, causando a diminuição do risco de lesões.
Localizada na pelve, que une o osso sacro à crista ilíaca dos ossos do
quadril. É uma das articulações mais fortes do corpo humano, mas também é uma
das articulações menos móveis. A ASI é composta por um conjunto de ligamentos
que se estendem desde o sacro até o ílio, bem como uma cartilagem articular e uma
cápsula articular que envolve a articulação.
O tamanho, a forma e o nivelamento das superfícies articulares podem
variar entre as crianças, adultos e idosos. Nas crianças são superfícies lisas, nos
adultos pode possuir superfícies irregulares e nos idosos podem ser obliteradas por
aderências. Em razão disso, essa região pode ter uma restrição do movimento e um
aumento na resistência articular para que ocorra a transferência de carga entre a
coluna vertebral e as pernas.
Ainda que as articulações sacroilíacas possuam uma mobilidade maior
nos jovens, progressivamente elas se tornam mais rígidas com o passar dos anos. O
que pode aumentar os riscos de dores e lesões. As articulações sacroilíacas podem
ser lesadas por impactos causados por quedas e movimentos mais intensos dos
membros inferiores.
Os sintomas que surgem na articulação a podem vir em meio a
atividades simples, como subir escadas, levantar de uma cadeira. Em uma lesão
nessa articulação, o paciente pode sofrer com dores limitantes, o que pode vir afetar
a sua qualidade de vida. O tratamento da disfunção da ASI pode incluir fisioterapia,
medicamentos para alívio da dor, injeções de corticoides, manipulação osteopática
ou quiroprática, e em casos mais graves, cirurgia.

A AVALIAÇÃO DA DOR NA ARTICULAÇÃO SACRO-ILÍACA


Partindo pelo pressuposto de que a dor é uma experiência sensitiva e
emocional associada a uma lesão real ou potencial do nosso corpo, podemos dizer
que a dor é uma realidade complexa e multidimensional que afeta de forma global a
qualidade de vida. Os pacientes que apresentam dor na região da articulação sacro-
ilíaca descrevem uma dor que possui agravamento quando se abaixa, sobe
escadas, ao sentar, entre outras atividades. Frequentemente a dor é constante e
gera grande desconforto. Tende a ser unilateral ou bilateral e pode ser referida para
a parte posterior da coxa, fossa ilíaca e nádega do lado afetado.
A avaliação da dor sacroilíaca (ASI) pode ser um desafio, pois os sintomas
podem ser semelhantes aos de outras condições que afetam a região lombar. No
entanto, existem algumas técnicas que podem ajudar a diferenciar a dor sacroilíaca
de outras fontes de dor.

Anamnese: O primeiro passo na avaliação da dor sacroilíaca é uma boa anamnese,


que inclui perguntas sobre a localização da dor, os fatores que a desencadeiam, o
tempo de duração e os tratamentos anteriores.

Exames de Imagem: Exames de imagem, como radiografias, tomografia


computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM), também podem ser úteis na
avaliação da ASI. Esses exames podem ajudar a descartar outras condições que
podem estar causando a dor, como hérnia de disco, osteoartrite ou tumores.

Testes diagnósticos por injeção: Testes diagnósticos por injeção, como a injeção de
anestésico local na ASI, podem ajudar a confirmar o diagnóstico de dor sacroilíaca.
Se a dor aliviar temporariamente após a injeção, é um sinal positivo de que a ASI
está causando a dor.

Exame Físico: O exame físico deve incluir testes específicos para avaliar a ASI.
Além disso, o examinador deve avaliar a mobilidade da coluna vertebral, do quadril e
dos membros inferiores, bem como a presença de pontos dolorosos ao longo da
coluna vertebral e nas regiões glúteas. Os testes clínicos para a articulação
sacroilíaca se resumem aos que mais provocam dor na estrutura, os mais
comumente descritos são Teste de Fabere ou Teste de Patrick e o Teste de
Gaenslen.

I. Teste de Fabere ou Teste de Patrick

Posição do paciente: decúbito dorsal com um membro inferior em posição de flexão


abdução e rotação externa, formando um 4.
Descrição: esse teste permite que o profissional pressione a articulação sacroilíaca
do lado em que o membro inferior está na posição de Fabere. Com uma das mãos, o
fisioterapeuta exerce uma pressão para baixo sobre o joelho ipsilateral e com a outra
mão exerce uma força contra a espinha ilíaca ântero-superior da pelve, no lado
contralateral.

Fonte: Physiopedia, FABER Teste.


II. Teste de Gaenslen

Posição do paciente: deitado em decúbito dorsal na beirada da maca, abraçando os


joelhos em flexão.
Descrição: o fisioterapeuta deve se posicionar ao lado da maca e solicitar ao
paciente que deixe o membro inferior pendendo para fora. Na posição final, a
articulação sacroilíaca tende a rodar e uma hemipelve estará sendo testada. Caso o
paciente sinta dor na região posterior durante o movimento, o teste é considerado
positivo. A dor provocada por essa distensão será forte e facilmente detectado o
local exato de sua fonte.

Fonte: OrthoFixar, Gaenslen’s Test.

Sem uma boa avaliação, não existirá um bom tratamento da dor. Deve ser
compreendido todos os aspectos de vida do paciente para que a forma de tratá-lo
seja mais eficiente. Dessa forma, todas as etapas da avaliação é significante. Todos
os processos, desde a entrevista até os testes devem ser realizados de forma
cuidadosa e humanizada. Através de uma boa avaliação da dor é possível entregar
ao paciente o tratamento mais eficaz.

REFERÊNCIAS
Charkovski, Simone Arando. Prevalência dos testes para exame físico da articulação
sacroilíaca : uma revisão sistemática. Monografia Especialização Digital –
Universidade Federal do Paraná. Curitiba. 2015.

CIBULKA, M. T. The treatment of the sacroiliac joint component to low back pain: a
case report. Phys Ther, v. 72, n. 12, p. 917–922, 1992

DOOLEY, K. Anatomia Angel: The Sacroiliac Joint. Dr. Dooley Noted, 2015.
Disponível em: https://drdooleynoted.com/2015/04/28/anatomy-angel-the-sacroiliac-
joint/> Acesso em: 15 de dezembro de 2022.

Gaenslen’s Test | OrthoFixar 2023. Disponível em: <https://orthofixar.com/special-


test/gaenslens-test/>. Acesso em: 16 out. 2023.

Nogaroto, H., Santos, E. dos, Oliveira, J. de, & Lucena, T. F. (2018). Disfunção da
articulação sacroilíaca e a influência na flexão de tronco e no ângulo Q de joelho –
estudo de caso. Revista Interdisciplinar De Promoção Da Saúde, 1(1), 66-72.

PHYSIOPEDIA. FABER Test. Disponível em:


<https://www.physio-pedia.com/FABER_Test>.
Ribeiro, Sady; Schmidt, André P. & van der Wurff, Peter. Disfunção sacroilíaca. Acta
Ortopédica Brasileira, v. 11, n. 2, p. 118-125, São Paulo, abril/junho, 2003.

RUSSEL, A. S.; MAKSYMOWYCH, W.; LECLERCQ, S. Clinical examination of the


sacroiliac joints: a prospective study. Arthritis & Rheumatism, v. 24, n. 12, p. 1575–
1577, 1981

Vleeming A, Schuenke MD, Masi AT, Carreiro JE, Danneels L, Willard FH. The
sacroiliac joint: an overview of its anatomy, function and potential clinical
implications. J Anat. 2012 Dec;221(6):537-67. doi: 10.1111/j.1469-
7580.2012.01564.x. Epub 2012 Sep 19. PMID: 22994881; PMCID: PMC3512279.
CAPITULO 21: PUBALGIA

Thaynara Siqueira Rosa

INTRODUÇÃO
Segundo MCmurtry e Avioli (2013), a pubalgia é uma conjuntura dolorosa da
sínfise púbica, com patogênese contestável, mesmo se caracterizando como um
quadro clínico que já é estabelecido. Sabe-se que gira em torno de 5 a 10% as
lesões pubálgicas, sendo elas maioria de cunho esportivo.
Adentrando mais na linguagem esportiva propriamente dita, o atleta brasileiro Thiago
Silva, zagueiro do Chelsea, sofreu uma pubalgia na final da UEFA Champions
League contra o Manchester City. Foi possível observar a palpação na virilha no
momento exato feita pelo próprio jogador, que ocorreu antes de término do primeiro
tempo. (SILVA, THIAGO.MANCHESTER CITY V CHELSEA - UEFA CHAMPIONS
LEAGUE, 2021)
Figura 1 - Thiago Silva sofre lesão na virilha durante a final contra o City

Fonte: Michael Steele/Getty Images


A pubalgia em si é frequente em ambientes esportivos que demandam de
chutes, trocas de posição em velocidade máxima, saltos e até mesmo em
movimentos de patinação. A estimativa é que a cada 150 pacientes pubalgia, 90 são
em atletas. (MCMURTRY E AVIOLI, 2013)
FATORES ETIOLÓGICOS
Já as possíveis causas para dor na virilha, são inúmeras. As principais
categorias são em meios ortopédicos, neurológicos, reumatológicos, urológicos,
gastrointestinais, dermatológicos, oncológicos e cirúrgicos. Correndo risco de
agravamento por deambulação, movimentos pélvicos, ou até mesmo atividades que
alteram a pressão intra-abdominal. (AZEVEDO ET AL. 1999; QUEIROZ et al. 2011;
ANGANGOULES, 2015).
Akermark e Johansson (1992) defendem que grande parte das dores crônicas
da região púbica emana de uma lesão de over-use isolada do músculo ou tendão do
adutor longo. Em síntese, os adutores de quadril são os músculos mais comumente
lesados em pubalgias associadas ao esporte. Uma justificativa para tal se dá devido
às forças excêntricas que esgotam o complexo músculo-tendíneo diante do
movimento látero-lateral corte, chute e patinação.
Logo, para prevenir as lesões na virilha, será trabalhado uma força ativa e
exercícios de coordenação, com ênfase nos músculos abdominais e adutores, uma
vez que são fatores de risco que podem ser modificados. (PAAJANEN H,
RISTOLAINEN L, TURUNEN H, et al, 2011)

AVALIAÇÃO
Stephen L Adams e Paul R Yarnold (1997), advertem que no exame clínico
da articulação do quadril, apresenta um desafio na prática clínica. Na avaliação são
aplicados testes, e um deles é o de percussão patelar-púbica, que entrega uma
excelente sensibilidade e boa especificidade para fraturas do colo do fêmur.
Por conseguinte na anamnese, é normal que o atleta relate uma dor na região
afetada que piora com o exercício. Entretanto: a palpação, o teste de resistência e
alongamento do músculo afetado, são usados para categorizar os atletas. O limiar
da dor relatado pelo atleta no teste de resistência, também deve ser sentida na
estrutura afetada. Por exemplo, em adutores envolvidos com dor na virilha, a dor no
teste de adução resistida deve reproduzir a dor “parecida” do atleta nos adutores.
(SCHILDERS E DIMITRAKOPOUIOU A COOKE M et al, 2013)
Recomenda-se que no exame físico exija testes especiais de movimento e
quadril (flexão-abdução-rotação externa (FABER) e flexão-adução-rotação interna
(FADIR), e também o teste de compressão do adutor. (PACHECO-CARRILLOA,
2016).
O terapeuta pode observar fraqueza nos adutores e flexores de quadril,
disfunção na marcha mediante o movimento da pelve e alinhamento femoral da
região de MMII. Quando falamos de pubalgia, a queixa principal se trata de “dor na
virilha ou dor abdominal” – dor essa, que se caracteriza mais intensa que uma
distenção do adutor ou iliopsoas. Para avaliar a amplitude de movimento do quadril,
é necessária a avaliação funcional. Uma vez que são possíveis as perdas de
amplitude de rotação medial do quadril, causando lesão intra-articular.
(TAKI,ENGELAARL, 2016).
Segundo KACHINGWE et al (2008), existem cinco fatores que determinam a
“hérnia esportiva” também conhecida como pubalgia atlética. Conforme observado
em tabela
Tabela 1.
Sinais de pubalgia atlética
1- Queixa subjetiva de dor intensa na virilha
2- A dor é exacerbada quando se aumenta o esforço
3- Sensibilidade palpável diante da região pubálgica na inserção
do reto abdominal e tendão conjunto
4- Dor com adução resistida do quadril com 0,45 e ou 90 graus de
flexão de quadril
5- Dor com contração abdominal resistida
DIAGNÓSTICO
Como se sabe, é de caráter duvidoso a confiabilidade de exames de imagem
para dor e abaulamento, da região inguinal. O papel do exame de imagem na
previsão de resposta ao prognóstico naqueles com pubalgia, deve ser explorado.
(ALVARES JJR, 2000).
Posteriormente, a ressonância magnética (RM) deve ser realizada quando
houver suspeita de pubalgia atlética. Além disso, outras técnicas de imagem como
radiografias simples e ultrassonografia, cintigrafia óssea podem contribuir para o
achado. (ANDERSON K, STRICKLAND SM, WARREN R, 2001).
O diagnóstico é desafiador devido à complexidade anatômica da região da
virilha, à biomecânica da região púbica e ao grande número de dor na virilha. Por
isso, o exame clínico e o histórico médico são de extrema importância. Um exame
clínico completo deve ser realizado em tais casos, incluindo o teste "Adução
unilateral ou bilateral da perna resistida". O diagnóstico diferencial envolve alteração
intra-articular e extra-articular do quadril e intra-abdominal, tal qual distúrbios não
mioesqueléticos, como: impacto femoroacetabular, lacerações do acetábulo, osteíte
púbica, lesões dos músculos adutores e hérnia inguinal. (CHARNOCK BL, LEWIS
CL, GARRETT WE JR, et al, 2009).
TRATAMENTO
Swain R (2012), confirma que o tratamento sem intervenção cirúrgica e até
mesmo no pós operatório, tem objetivo de fazer com que o atleta retorne às
atividades sem dor. Quando nos referimos a atleta de alto nível ao return to play sem
dor, é necessário conferir as diferenças biomecânicas disfuncionais ao comparar a
pubalgia em atletas e a rutura inguinal.
O tratamento conservador deve ser considerado antes da indicação de
intervenção cirúrgica. Uma vez que a cirurgia é realizada, um programa de
reabilitação ativa deve ser indicado. Porém, aqueles indivíduos submetidos à cirurgia
para pubalgia podem retornar ao esporte mais rápido do que aqueles que receberam
tratamento conservador. Os programas de reabilitação ativa devem ser o confim do
tratamento conservador. (MINNICH JM HANKS JB MUSCHAWECK U et al,2013).
Há evidências moderadas de que, para pubalgia interligada ao músculo
adutor a longo prazo:
1. O treinamento físico ativo supervisionado relata maior sucesso e porcentagem de
atletas que retornam ao jogo do as modalidades passivas.
2. O tratamento multimodal, incluindo a manipulação manual dos adutores, pode
resultar em um retorno mais rápido ao jogo, mas não em um maior sucesso do
tratamento.
3. A liberação parcial do tendão do adutor longo é eficaz para o return to play com o
passar do tempo.
Geralmente opta-se por tratamento conservador. Logo, existem os parâmetros:
Fase I (1-2 semanas)
Controle de dor e edema Alongamento ativo suave de isquiotibiais,
adutores, quadríceps, iliopsoas e coluna
lombar.

Educação sobre postura sentada, em pé e Mobilização do quadril e da coluna lombar


supina e coluna neutra para aumentar a ADM (Grau I e II)

Recrutamento do transverso abdominal Fortalecimento com a adição de pouco ou


nenhum peso do transverso abdominal e
abdução e extensão do quadril deitado de
lado

Controlar a dor e diminuir edema, é prioridade nos cuidados não operatórios –


primeira fase. Se o fisioterapeuta não reduzir o limiar de dor do atleta, torna-se difícil
a progressão para a fase II. Neste caso, o atleta tem de executar atividades durante
o dia com queixa de pouca dor, ou dor ausente. De modo algum o indivíduo pode
sentir dor intensa na virilha com capacidade de ser tornar ainda mais intensa. É
normal acontecer de o paciente sentir “pontadas” com atividades alternadas.
(COWAN SM SCHACHE AG BRUNKER P et al, 2004).

Fase II (2-4 semanas)


Bicicleta de aquecimento cardiovascular ou Aumentar o recrutamento de quadril e
elíptico estabilização pélvica, enfatizando glúteos,
TA e multífidos

Treinamento de marcha em movimento Inicie o fortalecimento funcional começando


pélvico e tempo para golpe de calcanhar, com o exercício de perna dupla e
apoio médio e impulso progredindo para perna única (unilateral) à
medida que a dor e a força melhoram

Treino de marcha em movimento pélvico e Acréscimo de rotação para mobilização da


tempo para golpe de calcanhar, apoio coluna e do quadril (Grau II e III)
médio e impulso

Bicicleta de aquecimento cardiovascular ou Diminuição da dor com AVD menor que


elíptico 2/10

Treino de marcha em movimento pélvico e ADM funcional completa da coluna lombar e


tempo para golpe de calcanhar, apoio quadris
médio e impulso

Iniciar o fortalecimento estático do núcleo Sem movimento lateral do tronco


com a capacidade de manter a coluna (Trendelenberg) com deambulação e
neutra atividade unipodal

Fase III (4-6 semanas)


Aquecimento A ADM completa a A liberação ADM funcional
cardiovascular em funcional deve ser miofascial e os completa de quadris,
bicicleta ou elíptico alcançada na área tecidos moles pelve e coluna
com maior lombopélvica e nos trabalham para lombar
velocidade e quadris, reduza quaisquer restrições
resistência, uso de quaisquer restrições remanescentes
esteira com remanescentes
caminhada em ritmo
acelerado

O paciente deve Treinamento Sem dor com AVD, A capacidade de


demonstrar boa dinâmico do núcleo deambulação e manter a coluna
estabilização pélvica com uso de coluna caminhada rápida neutra em pé,
neutra durante a sentado, andando e
atividade e uso de atividade de uma
superfícies instáveis perna com desafios
adicionais de
superfícies instáveis
ou perturbações

Fase IV (Semana 6-8)


ROM deve ser progredido O alongamento ativo
O aquecimento para completo se apenas
cardiovascular deve ser funcional foi alcançado
específico para mobilização de tecidos moles atividades esportivas/recreativas
alongamento estático para corrigir quaisquer
restrições remanescentes
O fortalecimento deve Liberação miofascial manual Treinamento padrão PNF de padrões LE
consistir em fortalecimento e UE/LE
concêntrico e excêntrico de
forma funcional, isotônica,
isométrica e isocinética.

O tratamento sem cirurgia pode ser realizado de forma isolada, ou com auxílio
de injeções de esteróides na região púbica ou na origem do adutor. Além de anti-
inflamatórios e repouso. Contudo, o tratamento busca trabalhar o fortalecimento dos
adutores, flexores, rotadores internos, extensores, estabilizadores do núcleo e
musculatura espinhal lombopélvica do quadril. Conta-se também com a orientação
neuromuscular em termos de mobilidade funcional associada ao tempo e
recrutamento, terapia manual para trabalho nos tecidos moles. (RABE SB OLIVER
GD, 2010).
Para que se inicie atividades unilaterais, a superfície instável influencia a
estabilização da pelve. O alongamento ativo da coluna preserva amplitude de
movimento e flexibilidade pélvica. Sendo assim, para progredir para a fase final, o
paciente pode ser incluído de volta ao esporte, moderadamente. Com atenção
máxima à estabilização do core e mecânica corporal adequada. (THORBORG K,
HOLMICH P, CHRISTENSEN R, et al, 2011).

TRATAMENTO PÓS OPERATÓRIO


Semana 1
 Execução de atividades de vida diária
 Sem levantamento de carga ou qualquer esforço que aumente a pressão abdominal
 No dia seguinte a cirurgia, deve-se deambular em solo plano
 Crioterapia por cerca de 15 minutos diariamente a cada 2 horas durante as primeiras 24 a
48 horas
 Tratamento de feridas
A primeira semana serve para controle de dor e edema, intercalando repouso.

Semana 2-3
 Avaliação da palpação e avaliação da Escala Analógica Visual
 Início de exercícios resistidos leves na piscina se a cicatrização contribuir
 Atividade de cadeia fechada em ortostatismo visando MMII e quadril

A fase final é baseada em cerca de 8 a 12 semanas para temido return to


play. Importante ressaltar que o tempo de reabilitação é diferente em cada atleta,
uma vez que existe um arsenal de fatores que influenciam no procedimento
operatório e comportamento do paciente mediante à conduta. Por fim, a pliometria
já é incluída nas últimas sessões de reabilitação como preparo do atleta ao retorno
no jogo. (SERAFIM TT, OLIVEIRA ES, MIGLIORINI F, MAFFULLI N,OKUBO R,
2022).

FATORES DE RISCO PARA PUBALGIA EM ATLETAS


Existem evidências de lesão anterior na virilha, elevado nível de jogo, redução
da adução do quadril (absoluto e relativo para abdução) força e níveis mais baixos
de treinamento específico do esporte. Estão associados a um risco aumentado de
lesão na virilha em atletas. (ORCHARD J, SEWARD H, 2022).

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CAPITULO 22: SÍNDROME DO TROCÂNTER MAIOR

Nathállia de Aguiar Lima Silva

A realização de estudos sobre a Síndrome do Trocânter Maior -SDGT- é


constante considerando o fato de ser algo que afeta um grande número de pessoas.
Essa síndrome é representada pela existência de dor na região lateral coxas, quadril
-o Trocânter- espalhando até os glúteos. Também conhecida como bursite
trocantérica. Importa dizer, que a dor provocada faz com que a qualidade de vida do
paciente seja prejudicada visto que leva a limitação funcional grave do portador.
(SEO, 2017)
Na definição de Pauline Rodrigues a SDGT é assim entendida:

A SDGT se refere à sensibilidade ou dor à palpação do grande


trocânter, localizado na região lateral do quadril, e que tem
origem em diversas estruturas do sistema esquelético,
incluindo tendões e bursas. No grande trocânter do fêmur se
inserem os músculos glúteo médio, glúteo mínimo, piriforme,
obturador externo e obturador interno. (2022. p.1)

Nas mulheres são encontradas as maiores ocorrências dessa síndrome


especialmente naqueles com idade entre 40 (quarenta) a 60 (sessenta) anos de
idade
Para Mellor (2017) a alta incidência em mulheres está relacionada,
provavelmente, com os níveis de hormônios sexuais femininos, considerando o fato
de que o estrogênio diminui a produção de colágeno atuando diretamente na
espessura e qualidade do tendão.

SINTOMAS
O principal sintoma então é a dor no grande trocânter que pode espalhar pelo
quadril, lateral das coxas e virilha. Importante considerar que esses sintomas se
agravam com o passar do tempo especialmente em condições em que o paciente
passa por muito tempo sentado ou deitada numa posição do lado do corpo onde há
a SDGT. (RODRIGUES, 2012)
Outros sintomas são dores no cruzamento das pernas, ao subir e descer
escadas, na realização de algumas atividades físicas, como por exemplo, aquelas
de grande impacto.

Testes clínicos avaliativos

Ao realizar uma revisão na literatura sobre a temática exposta denota-se a


importância da aplicação de testes clínicos os quais são imprescindíveis para um
diagnóstico precoce da doença e como isso trazer resultados mais rápidos e menos
dolorosos aos pacientes. (SANTOS, 2017)
Alguns instrumentos são usados como os citados no estudo realizado por
Castro (2020) dentre eles o teste de FABER (Patrick), conforme a figura 1 abaixo
colacionada

Figura 1: Teste de FABER (Patrick)

Fonte: Manual de Medicina- Quadril- UFMG. 2019

Outro teste clínico que deve ser aplicado para a identificação da SDGT é o
Teste de Tredelenburg. Nesse caso há a avaliação através da palpação do glúteo
médio ao permanecer na mesma posição por mais de 30 (trinta) segundos. Cabe a
avaliação do fisioterapeuta ao perceber a existência de paralisia ou paresia glútea,
dormência, luxação congênita do quadril.(MOTA, 2021, p.1)

Figura 2: Teste de Trendelenburg

Fonte: Manual de Medicina- Quadril- UFMG. 2019

Os testes conhecidos como VISA-G os quais tem por finalidade validar qual o
nível de incapacidade dos portadores de tendinopatia glútea representados pelos
dois testes acima demonstrados.
Mesmo havendo testes é de suma importância que o profissional conheça a
anatomia e a estrutura morfológica para que o processo de identificação da
síndrome seja adequado a situação do paciente em questão. Sendo assim, o
conhecimento do fisioterapeuta sobre a doença, sintomas, forma de tratamento são
essenciais para a leitura correta dos resultados obtidos com os testes.

TRATAMENTO
O tratamento que deve ser aplicado a SDGT pode ser fisioterapêutico,
farmacológico ou até mesmo cirúrgico, salientando que cirurgias apenas em casos
muito gravosos enquanto o tratamento farmacológico deve ser aplicado em conjunto
com o fisioterapêutico.
Da avaliação das orientações do trabalho do profissional da fisioterapia a
aplicação de técnicas que visam ao controle da dor que tal síndrome provoca no
paciente devem ser pautadas em estratégias com intervenções isoladas ou com
associação de outros tratamentos, como já mencionado o que acontece com a
administração de fármacos
Sendo assim o principal tratamento para essa síndrome é pautado nas
técnicas de fisioterapia diante do fato de estabelecerem condições menos invasivas
e com resultados efetivos contra a dor, permitindo o controle da dor e como
resultado melhoria das atividades rotineiras pois o fortalecimento muscular permite
essa estabilização, especialmente na coluna, lombar, pelve, quadril e glúteos.
(CASTRO, 2020)
O panorama do tratamento fisioterapêutico nesses casos tem por principal
finalidade diminuir a carga que faz compressão sobre o trocânter maior dando ao
paciente indicações de como fazer para que a dor diminua controlando as atividades
que possam aumenta-la visto que a carga em excesso do quadril dependendo da
posição nesses casos, ocasiona a compressão nos tendões localizados nos glúteos.
Em conformidade com os ensinamentos de GREVE E AMATUZZI (1999)
numa perspectiva de realização de exercícios realizados em cadeia cinemática
fechada amortecem a sobrecarga do joelho e auxiliam ao revigoramento sem que
isso cause qualquer tipo de dor bem como não acomete em sobrecarga , quando
realizados entre 0º e 50º.
O tratamento fisioterápico para a síndrome do Torcanter Maior ou também
conhecida como bursite de quadril durante a fase aguda se resume em:

 Proteger o Local da Lesão;


 Restaurar a ADM Livre de Dor de Toda Cadeia Cinética;
 Melhorar o Conforto do Paciente pela Redução da Dor e
da Inflamação;
 Retardar a Atrofia Muscular;
 Minimizar os Efeitos Nocivos da Restrição da Atividade;
 Manter o Condicionamento Geral;
 Promover a Independência do Paciente com um
Programa de Exercícios em Domicílio.(CARVALHO, 2020)

Dentre essas condições um programa com atividades que envolvem


alongamentos se torna eficazes que são aplicados num contexto de encurtamento
que pretende um melhor condicionamento do quadril e dos adutores curtos,
salientando que tal deve acontecer após a fase aguda da doença.
A partir de então deve o fisioterapeuta aplicar atividades que visam o
desenvolvimento muscular que devem permitir o alongamento muscular progressivo
suave; alinhar o fêmur com exercícios que sejam focados no alinhamento do osso e
não da musculatura embora haja a necessidade que os músculos se contraiam para
atingir esse objetivo; aplicar e desenvolver exercícios de apoio usando o peso
controlado do próprio corpo; atividades que se assemelhem ao ato de pedalar no
qual há a colocação de peso parcial ou mesmo de transferência do peso para barras
paralelas.
O paciente deve ter segurança na realização de qualquer atividade proposta
pelo fisioterapeuta para que possa enfim, avançar de fase no tratamento.

Como exercícios indicados no que se refere ao fortalecimento do quadril:


Figura 3: Fortalecimento de extensores
de quadril:

Fortalecimento de extensores de quadril


no qual o paciente é colocado na

Fonte: Medical Dictionary, 2009 posição de decúbito dorsal para as


atividades, podendo ser acrescentada

Figura 4: Fortalecimento de extensores resistência contra a pelve;

de quadril com bola suíça:

Fonte: Nickh All Body Transformations.


Figura 5: Fortalecimento de abdutores
de quadril:
Fortalecimento dos abdutores, nesse caso
o paciente é colocado na posição de
decúbito lateral onde o fisioterapeuta indica
o levantamento do quadril, podendo utilizar
Fonte: Roteiro Aula Prática – Quadril, carga e elástico, para aumentar a
2018 resistência;
Figura 6: Fortalecimento de abdutores
de quadril com elástico:

Fonte: Exercícios para fortalecimento


dos glúteos (quadril), 2018
Figura 7: Fortalecimento de flexores de
quadril com elástico:

Para o fortalecimento dos flexores do


quadril o fisioterapeuta deve colocar o
paciente de pé pedir a ele que faça a flexão
do quadril e joelhos conjuntamente fazendo
com que o joelho seja direcionado ao tórax.
Fonte: www.prevenir.pt , 2019

Pode-se também colocar o paciente em


Figura 8: Fortalecimento de flexores de
decúbito dorsal e pedir para elevar a perna
quadril:
mantendo-a estendida.

Fonte: https://drmarciosilveira.com ,
2018
Figura 9: Fortalecimento de adutores de
quadril com carga:
Fortalecimento de adutores o paciente é
colocado em decúbito lateral, mantendo um
dos joelhos flexionados e a outra perna
estendida com o pé sempre apontado para
frente. O paciente irá elevar a perna
Fonte: http://www.crisfelix.com.br/ , estendida, em seguida irá abaixar
2012 lentamente a perna sem encostar no chão.

Figura 10: Fortalecimento de adutores Uma outra forma de fortalecimento, é


de quadril com bola: colocar o paciente em Decúbito dorsal, com
os joelhos flexionados e uma bola entre
eles, pedindo o paciente para realizar
movimentos de apertar e soltar a bola.

Fonte: www.fisioterapiaoeiras.com

Já as intervenções fisioterapêuticas de alongamento, como já mencionado são


indispensáveis, para isso atividades físicas como pedir ao paciente que abrace uma
perna enquanto a outra permanece fora a cama/maca sem apoio são excelentes
pois nesse caso o peso da própria perna dobra e alonga os músculos necessários.

Figura 11: Alongamento de Para os extensores de quadril o paciente deve


extensores de quadril: ser orientado a levantar o joelho na direção do tórax
enquanto está na posição de decúbito dorsal. Nesse
caso é necessário que a coxa esteja segura com
firmeza e a outra perna permanece estendida e
apoiada na cama/maca.
Fonte: Hip exercise - glute
stretch, 2011

Figura 12: Alongamento de Os adutores de quadril é realizado como o


Adutores de quadril: paciente deitado em decúbito dorsal, enquanto os
quadris são arqueados a 90°, mantendo os joelhos
em extensão, pernas e glúteos alinhados a parede; o
paciente deve ser solicitado pelo fisioterapeuta a
fazer abdução do quadril dentro da sua limitação
máxima aproveitando a gravidade e consequente
Fonte: site WikiHow , ajuda para o alongamento.
Figura 13: Alongamento de Para os abdutores de quadril o profissional deve
Abdutores de quadril: manter o paciente de pé, com uma perna reta no solo,
enquanto a outra é alongada sobre algum local a 90º
graus observando a rotação externa. Nesse caso
ainda deve pedir que o tronco seja flexionado para
frente.

Fonte: djile | Shutterstock /


Bons Fluidos

Sendo assim, restam demonstrada as principais formas de atividades para o


tratamento da síndrome do trocânter maior e alivio das dores que ela provoca dentro
das atividades do profissional da fisioterapia.

REFERÊNCIAS
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por bursite: importância da fisioterapia para o tratamento. Disponível em:
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SANTOS. Leandro Emilio Nascimento. RELAÇÃO DO ÍNDICE PÉLVICO-


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CAPITULO 23: IMPACTO FEMOROACETABULAR

Ana Laura Rodrigues dos Passos

O impacto femoroacetabular é muito comum e acomete desde as pessoas


mais jovens aos idosos. Consiste na anormalidade no contato entre a região
proximal do fêmur e o acetábulo. O conjunto de sinais e sintomas advindos deste
impacto geram a síndrome do impacto femoroacetabular que pode ter 3 tipos
diferentes, sendo eles os tipos Cam, Pincer e misto. (SOUZA, 2021)
O tipo Cam tem como característica contorno anormal da transição entre o
colo e a cabeça femoral, este tipo é sugestivo de osteoartrose. No tipo Pincer ocorre
um excesso de cobertura da cabeça do fêmur pelo acetábulo, neste tipo o ângulo de
Wiberg é maior que 40°. Já no tipo misto ocorre a presença das duas deformidades.
(EJNISMAN et al, 2020)

Fonte: Sociedade Brasileira de Quadril (2020)

Quadro clínico
Com base no exposto por Marek (2019) pode-se dizer que os pacientes com
IFA podem apresentar as seguintes queixas:
• Dor na região do quadril
• Sinal do C
• Não tolera muito tempo sentado
• Apresenta dificuldade para virar na cama
• Dor para sentar e levantar
• Dor para calçar meias e calçados
• Dor ao cruzar as pernas
• Dor as realizar movimentos rotacionais
• Dor ao realizar determinadas modalidades esportivas
• Diminuição da amplitude de movimento em região de quadril

Exames de imagem
Os exames de imagem como raio-x e ressonância magnética podem apontar
diversas alterações como o contorno anormal entre o colo e a cabeça fêmur e a
cobertura excessiva da cabeça do fêmur pelo acetábulo, esses exames são
utilizados como ferramentas para auxiliar no diagnóstico. (SOUZA, 2021)

Imagem 1 Imagem 2
Fonte: Macedo (2020)

Na imagem 1, observa-se a diminuição do espaço articular, osteófito em


margem superior e inferior do acetábulo, discreto derrame articular em região inferior
da cabeça do fêmur. (MACEDO, 2020)
Na imagem 2, nota-se uma redução severa do espaço articular,
espessamento da margem óssea acetabular encobrindo a cabeça do fêmur.
(MACEDO, 2020)

Testes específicos
Teste de Fadir
Com o paciente em DV realizar flexão até 90°, rotação interna e adução do
quadril de forma passiva. Teste positivo se houver queixa de dor. (MAREK, 2019)
Teste de Faber
Com o paciente em DV realizar flexão, abdução e rotação externa do quadril,
aplicar pressão no joelho que estiver flexionado. Teste positivo em caso de dor.
(ISHOI et al, 2021)

Teste de impacto posterior


Com o paciente em DV realizar extensão e rotação externa do quadril. Em
caso de dor, teste positivo. (MÓRIA JR e ZAPELÃO, 2023)

Diagnóstico diferencial
• Fraturas
• Traumas

Tratamento fisioterapêutico
As intervenções fisioterapêuticas tem se tornado cada vez mais eficazes na
melhora da funcionalidade, diminuição do quadro álgico e qualidade de vida em
pacientes com IFA (POLESELLO et al, 2020). O tratamento consiste em:
• Alongamento de MMII
• Fortalecimento de MMII e tronco, podendo utilizar caneleiras, faixas elásticas e até
mesmo o peso do próprio corpo
• Terapia manual nas articulações do quadril, mobilização passiva e ativa assistida
• Uso de FES e corrente russa combinados ao fortalecimento
• Prescrição de bermuda compressiva na fase de modulação dos sintomas
• Educar o paciente quanto a dor explicando sobre possíveis recorrências, que
podem surgir após episódios de maior esforço, estresse conflituoso, vida emocional
abalada, catastrofização entre outros.

Orientações gerais
É de extrema importância orientar o paciente para que faça algumas
modificações em suas atividades de vida diária para evitar crises de dor e ter uma
boa qualidade de vida, como por exemplo:
• Alteração de assentos e cadeiras
• Evitar sentar em lugares muito baixos
• Modificações de práticas esportivas: essas devem ser liberadas aos poucos, de
acordo com a ausência da dor e as preferências de movimentos e posições que
gerem alívio e evitem a irritação da articulação. (KEMP et al, 2018)

REFERÊNCIAS
Ejnisman, L. Ricioli Júnior, W. Queiroz, M. C. Negreiros V. J. R. Croci, A. T.
Polesello, G. C. Impacto Femoroacetabular e Rupturas Labrais Acetabulares -
Parte 1: Fisiopatologia e Biomecânica, 2020.

Ishøi, L. Mathias, F. Nielsen ,K. Krommes, R. S. Husted, P. H. Pedersen, L. L.


Thorborg, K. Femoroacetabular impingement syndrome and labral injuries:
grading the evidence on diagnosis and nonoperative treatment—a statement
paper commissioned by the Danish Society of Sports Physical Therapy (DSSF),
2021.

Kemp, J. L. Coburn, S. L. Jones, D. M. Crossley, K.M. The Physiotherapy for


Femoroacetabular Impingement Rehabilitation STudy (physioFIRST): A Pilot
Randomized Controlled Trial. 2018

Macedo, C. Impacto Femoroacetabular. 2020. Disponível em:


cirurgiadequadril.com.br

Marek, A. Perfil epidemiológico e fatores associados em indivíduos com


impacto femoroacetabular. Universidade de Passo Fundo, 2019.

Móra Júnior, N. R. Zarpelão, R. S. Abordagem fisioterapêutica na síndrome do


impacto femoroacetabular. Artigo de Revisão. FADERGS, 2023.

Polesello, G. C. Eisjman, L. Rudelli, M. Ricioli Junior, W. Impacto femoroacetabular


e lesão do lábio acetabular – Parte 2: Diagnóstico clínico, exame físico e
imagiologia, 2020.

SBQ. Sociedade brasileira de quadril. 2020. Disponível em: sbquadril.org.br

Souza, P. M. Impacto femoroacetabular tipo "pincer". MSK Rad, 2021.


CAPITULO 24: SÍNDROME FÊMORO – PATELAR

Hellen Fátima Soares Vieira

. A síndrome fêmoro patelar (SFP) tem por característica específica o dor


nojoelho- patela. Dor intensa que é causada pela instabilidade biomecânica que
incidesobreaarticulação do joelho.
ConformeCabral“essacondiçãoatingeaaproximadamente25%dapopulação. Ela
é uma patologia responsável por 1,5 a 7,3% de todas as pessoas
queprocuramatendimentomédico”.(2018, p. 2)
A dor causada por essa síndrome geralmente tem relação a deterioração
dacartilagemretropatelarrelacionadaaodesgasteousobrecarga,normalmentetambémlig
adoaalgumimpactoououtrasdeterminantesquelevamaodesequilíbriobiomecânicoda
patela
Diferentes situações estão ligadas a Síndrome fêmoro patelar dentre elas
acondromalácia1 adiantada, debilidade de contração isométrica dos extensores
dejoelho (Quadríceps Femoral) e de quadril (Complexo póstero-lateral).
(LEONARDI,2022)
ImportaemdizerqueaSíndromefêmoropatelarnemsempretemrelaçãocomos
praticantes de atividades físicas, ao contrário daquilo que se pensava ela
tambématingeaquelaspessoasquesãoconsideradascomosedentáriaseaindaassimsent
irtaisdores.AsmulheresquesãoportadorasdaSFPpossuemdisfunçõesbiomecânicase
porisso ador eadegeneração muscular
Ao considerar o fato de haverem dores no joelho essa se torna a
principalcaracterística dessa patologia sempre lembrando que isso leva a um quadro
menosfuncional do paciente portador causando rigidez nas articulações e até mesmo
aincapacidadena realizaçãode tarefassimples do diaadia.
Chamadapelosmédicosdesíndromedadorpatelo-
moral,acondromaláciapatelaréumacondiçãoque afeta os joelhos do paciente,
causando dor na patela, o osso localizado na frente dos joelhos.
Nacondromaláciapatelar,oossoficamaisdesgastadoefraco,emdecorrênciadeumasérie
decondições,quepodem ser desdeumtrauma(umabatida,por
exemplo)forte,desalinhamentodojoelho,atividadefísica de alto impacto, sedentarismo,
excesso de peso e idade avançada. In: LEONARDI: Adriano,Condromalácia
patelar. Disponível em https://adrianoleonardi.com.br/artigos/condromalacia-
patelar/.Acessoem02/02/23
situações comum ao cotidiano ficam comprometidas no caso da SFP,
tendoemvistaquearegiãoanteriordojoelhoondesetemamaioraincidênciadedorsubiros
degrausdeumaescada,por exemplo,setornaummartírioparaopaciente.
DiantedetodasessasincidênciasacorretaidentificaçãodaocorrênciadaSFPenãodeoutr
aocorrênciadeveserdevidamenteavaliadapeloprofissionaldafisioterapiaa fimde que
nãoseconfundamostratamentos.
Cabe ao fisioterapeuta de modo crucial ter o corretoo conhecimento
dasarticulaçõesdojoelho(femorotibial,femoropatelaretibiofibularsuperior),paraqueaor
ealizar os questionamentos possa obter respostas seja até mesmo relacionadas
ahistória clínica do paciente realizar o reconhecimento dos sintomas referentes a
SFP.(CASTRO,2022, p.4)
Mejla(2022)expressaemseuestudoqueaorealizaroexamepraidentificaçãoda SFP
deve-se constatar a presença de pelos menos três dos cinco itens
abaixorelacionadosno momento da análise clínicado paciente:

- doranteriorouretropatelaraopermanecersentadocomosjoelho
semflexão,subir oudescer escadas,agachar,correr,ajoelhar oupular;
- dor àpalpaçãoounasubidadeum degraude25cm;
- diminuiçãonamobilidade patelainferiora 25%da áreapatelar;
- sinal Joule(J)positivo;
- sinaldecompressão(MEJLA,2022,p.3)

O tratamento é conservador e deve ser pautado na fisioterapia. Embora nãohaja


concordância na literatura fisioterapêutica “a constância e a força aplicada
aosexercícios de fortalecimento muscular além disso são fatores que causa
influenciadireta para amelhoriada SFP.(CABRAL,2018, p.5)
Além disso o estímulo ao controle da motricidade e correções
biomecânicasjuntamentecomusodegelo,terapiascombinadassãousadasnotratament
odaSFP,em não havendo sucesso no tratamento conservador ao considerar a
intensidade dador o paciente deve ser encaminhado a cirurgia, sempre ressaltando
que o sucessodo tratamento fisioterapêutico leva a esse encaminhamento apenas
em casos graveseseveros.(JUNIOR, 2008)
Cabe ao profissional da fisioterapia então estar atento aos sinais da SFP eentão
aplicar a correta indicação para o tratamento, especialmente ao considerar
serojoelhoesuasarticulações,conformerelatodaliteratura,éolocalondemaislesões

corremeprecisamsertratadas.Esseolharcuidadosofaztotaldiferençaparaosucessodo
tratamentomenos invasivoque éa fisioterapia.

REFERÊNCIAS
CABRAL,CristinaMariaNunes;MELIM,ÂngelaMariadeOliveira;SACCO,IsabeldeCamar
goNeves;MARQUES,AméliaPasqual.FisioterapiaemPacientescomSíndrome Fêmoro-
Patelar: Comparação de Exercícios em Cadeia Cinética Aberta eFechada.ActaOrtop
Bras.,2018.

CASTRO,MarialvadeAssis.JoelhosSFP-
Revisãodeaspectospertinentesafisioterapia. Disponível em

chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://portalbiocursos.com.br/
ohs/data/docs/32/111_-
_Joelho_revisYo_de_aspectos_pertinentes_Y_Fisioterapia.pdf.
Acesso em02/03/23

JÚNIOR, Wilson Mello A.; MARCHETTO, Adriano; WIEZBICKI, Rogério;


ABREU,AlexandreDiniz;PRADO,AnaMariaAlmeida.TratamentoConservadordasInsta
bilidades Patelofemorais com Exercícios de Cadeia Cinética Fechada.
CentroMédicoCampinas: 2008.

LEONARDI: Adriano, Condromalácia patelar.

Disponívelemhttps://adrianoleonardi.com.br/artigos/condromalacia-
patelar/.Acessoem02/02/23

MEJLA,DaianaPriscilaMaiaOsbenefíciosdafisioterapianadisfunçãopatelofemural.
Disponível em

chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://portalbiocursos.com.br/
ohs/data/docs/34/269_-_O_benefYcio_da_fisioterapia_na_disfunYYo_patelo-
femoral.pdf.
Acesso em05/03/23
CAPITULO 25: LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR, LIGAMENTO COLATERAL
MÉDIO E MENISCO
Joyce Caroline Alves Ferreira

LCA- Ligamento cruzado anterior


Introdução:

Existem estudos que apresentam algumas diretrizes sobre o ligamento


cruzado anterior, que por sua vez auxiliam na prevenção dessas lesões. Um
programa de prevenção de lesões no joelho baseado em movimento deve incluir
vários componentes, exercícios de controle proximal e uma combinação de
exercícios de força e pliométricos.(AMELIA JH ARUNDALE, PT, PHD, MARIO
BIZZINI, PT, PHD.2018)

Um programa de prevenção de lesões no joelho baseado em exercícios deve


incluir treinamento várias vezes por semana, com sessões de treinamento com
duração superior a 20 minutos e volume de treinamento superior a 30 minutos por
semana.(AMELIA JH ARUNDALE, PT, PHD, MARIO BIZZINI, PT, PHD.2018).

Esta diretriz específica se concentra na prevenção de lesões no joelho com


base em exercícios. A prevenção baseada em exercícios foi definida como uma
intervenção que exigia que os participantes permanecessem ativos e se
movimentassem. Isso pode incluir atividade física, alongamento, fortalecimento,
treinamento neuromuscular, pliométrico, de agilidade ou proprioceptivo;
(KOTSIFAKI R, KORAKAKIS V, KING E, 2023).

Diagnóstico:
Para diagnosticar com precisão uma ruptura do LCA, deve-se combinar
informações do histórico do paciente, exame clínico e, se indicado, exames de
imagem, é importante ressaltar que um exame físico abrangente do joelho é mais
sensível e específico do que um exame parcial. As rupturas do LCA geralmente
ocorrem com lesão concomitante de meniscos, cartilagem ou demais ligamentos do
joelho. Deve-se ter atenção especial para diagnosticar lesões concomitantes
substanciais com precisão. (Elkin Jl, Zamora E, Gallo Ra.2019). Diante dos achados
diagnósticos, podemos observar:
- Comprometimento da coordenação motora.
- Distensão/estiramento no joelho
- Dor articular
- Entorse no joelho
- Hemartrose dentro de 2 horas pós lesão
- Instabilidade passiva de joelho
- Lesão que envolva desaceleração / aceleração com carga em valgo joelho
Exame clínico repetido ou ressonância magnética na fase subaguda pode, portanto,
ser necessário para descartar a lesão. A precisão diagnóstica da ressonância
magnética é comparável à do teste de Lachman.

Avaliação:
- Pivot shift positivo: Em sua positividade haverá um ressalto e subluxação ântero
lateral da tíbia.
-Teste da gaveta anterior (casos crônicos): Em sua positividade o membro vem para
frente como uma gaveta, apresentando instabilidade (ântero-posterior).
-Teste de Lachman: Em sua positividade haverá o deslocamento anterior da tíbia.
Os testes de Lachman e gaveta anterior são considerados positivos quando a
translação anterior da tíbia for maior que o lado controle.

Tratamento
Sugere-se um período de reabilitação antes da tomada de decisão cirúrgica para
grande parte dos pacientes com ruptura do ligamento cruzado anterior. Essa
estratégia também é apoiada pelos achados de que a reabilitação pré-operatória
melhora os resultados pós-cirúrgicos naqueles que passam a ter uma RLCA. Desse
modo a recuperação de RLCA deve incluir 4 fases de tratamento sendo elas: uma
fase pré-operatório e três fases pós-operatório (baseada na deficiência, treinamento
específico do esporte e retorno ao jogo). A reabilitação pós-operatório deve
continuar em torno de 9-12 meses (Van Melick N,2016) assim, os resultados para
essa recuperação serão positivos.
Nos estágios iniciais de fase aguda da reabilitação, a terapia de exercícios
de cadeia cinética fechada pode causar menos desconforto patelofemoral e menor
risco de aumento da frouxidão do que exercícios de cadeia cinética aberta. (VAN
MELICK N,2016).
Não existem indicações para o uso de órtese no tratamento padrão das
lesões do LCA.O uso de órtese será considerado para pacientes que apresentam
instabilidade e que não se qualificam ou que não tenham o desejo de se qualificar
para intervenção cirúrgica. (ACTA ORTHOP. 2012).
O treinamento de equilíbrio e propriocepção tem efeitos positivos no senso
de posição articular, força muscular, função do joelho, resultados de capacidade
funcional e retorno à atividade plena. (Fitzgerald et al, Cooper et
al, Trees et al, 2007).
Dito essas informações, é interessante nos atentarmos a cronologia do
tratamento e as implicações que a lesão gerou para a individualidade de cada
paciente.
1 dia à 2 meses Ganho de Tratamento Utilizção de Uso de
(Modulação de mobilidade, da inibição técnicas de eletroterapia
sintomas) principalmente artrogênica preservação da associada a
em extensão de cicatrização e cinesioterapia
joelho até 0 quadríceps do reparo tanto para
graus. com utilização tecidual do analgesia,
de exercícios joelho, controle quanto para
de isometria de edema e dor potencializar a
com com utilização ativação
eletroterapia da crioterapia. muscular.
associada e
com
levantamento
de carga
precoce
2 a 4 meses Nessa fase a Aqui já dar Potencialização Exercícios de
(Modulação mobilidade de início à de propriocepção
início fase extensão deve exercícios de fortalecimento de pés,
funcional) estar zerada e fortalecimento de quadril, equilíbrio,
ter alcançado de maior panturrilhas, pliometria e
os 90° graus potencial isquiotibiais, início da
de flexão de como início de estabilização
joelho de agachamento atividades de segmentar
forma passiva e extensão de vida diária além da
e ativa. joelhos em podendo ser unipodalidade,
cadeia feito inclusive visto que o
cinética bicicleta, membro do
fechada até caminhada qual sofreu
45° de sem apoios de lesão e reparo
amplitude, muletas, cirúrgico sofre
progredindo podendo voltar hipotrofia além
carga a dirigir que de astenia.
conforme são um dos
conforto e grandes
qualidade do marcos
movimento. evolutivos do
tratamento.
4 a 8 meses Nessa fase, a O ganho de Nesse estágio Na fase
(Potencializaçã amplitude de força os movimentos anterior inicia-
o da função e movimento já funcional de se a
retorno ao deve estar nesse estágio agachamento e unipodalidade
esporte) praticamente já deve estar extensão em no
pronta, avançado, cadeia fechada fortalecimento,
precisando com pouca ou já podem ser aqui nessa
apenas de nenhuma trabalhado em fase deve
trabalho de diferença de 90° de flexão, haver
mobilidade força e podendo fazer potencialização
sob trofismo em progressão de dos ganhos e
estabilização comparação cargas para progressão das
e ao gestual ao outro mais próxima cargas,
técnico membro, do RM. estímulos e
esportivo em dando enfase Aderimos ao evolução das
caso de em potência e tratamento valências de
atletas. resistência trabalhos de potência
muscular, aceleração, usando a
iniciando os desaceleração, pliometria,
trabalhos de mudanças de além de
especificidad direção, corrida evolução dos
e do esporte. e utilização de trabalhos de
trabalho de estabilidade
saltos. seguimentar.
8 a 12 meses Nessa fase o Os trabalhos Aqui o atleta já A utilização de
(Potencializaçã indivíduo já de está dentro de recursos como
o do gestual está em fortalecimento seu local de kinesio, botas
esportivo para adesão as aqui já deve atuação pneumáticas,
atletas) especificações estar em (campo, terapias de
dos potencial quadra, recovery para
movimentos esportivo, ou piscina, que não o
realizados no seja, com a tatame), atleta nessa
esporte, força igual ou melhorando volta não sofra
então, o maior que suas com a rotina de
fisioterapeuta antes da capacidades de treinamentos e
deve associar lesão, para deslocamento apresentações.
os exercícios que seja de direção,
funcionais evitado a evoluindo sua
para que recidiva da agilidade e
reproduzam lesão. estabilidade uni
esses podal e bi
mesmos podal, fazendo
movimentos. estímulos extra
corpóreos para
gerar
instabilidades e
dificuldades de
adaptação para
preparar a
estrutura para
adversidades
Tabela criada pelo próprio autor com base nas referências :
(KOTSIFAKI R, KORAKAKIS V, KING E,2023)

LCM - Ligamento colateral médio


Introdução:
O ligamento colateral medial (LCM) do joelho, é uma estrutura ligamentar
comumente lesada. (Orthop J Sports Med. 2017). A calcificação do LCM é muito
rara, benigna, relacionada a distúrbios metabólicos e decorre da deposição de
hidroxiapatita de cálcio na região Peri articular. O quadro clínico, histológico e
radiológico da tendinite calcária está definido e a etiologia é multifatorial. O
tratamento é inicialmente conservador e se falhar, intervencionista; sendo a cirurgia
o último passo terapêutico. Existem poucos relatos na literatura, com apenas 10
casos/série de casos publicados. É importante diferenciá-lo do sinal e/ou síndrome
de Pellegrini-Stieda, onde a história traumática é fundamental para comprovar
diagnóstico. (DESAI VS, WU IT, CAMP CL, LEVY BA, STUART MJ, KRYCH AJ.
2020).
Diagnóstico:
Os pacientes podem relatar dor medial aguda ou crônica no joelho. Em casos
agudos, o paciente geralmente será capaz de descrever um incidente recente
específico que resultou no aparecimento de dor ou inchaço, como um evento
esportivo. (Joelho Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2019). O paciente pode ouvir ou
sentir um estalo no instante da lesão. Eles podem ou não ter dificuldade para andar
e queixar-se de instabilidade do joelho.
O exame do joelho na lesão do ligamento colateral medial é mais revelador no
momento da lesão e muitas vezes é diagnosticado à margem pelo exame físico. No
entanto, o diagnóstico ainda pode ser feito quando o paciente se apresenta
posteriormente na sala de emergência ou no consultório.
A inspeção pode revelar derrame articular e equimose no joelho lateral por
trauma direto ou no joelho medial por lesão ligamentar. O derrame deve estar
localizado ao redor do ligamento colateral medial e raramente será um derrame
generalizado no joelho, pois isso seria mais provável devido a lesões intra-
articulares. A marcha é frequentemente normal, embora os pacientes às vezes
possam apresentar uma marcha antálgica ou abobadada
A palpação deve ser realizada ao longo de todo MCL. Ternura
especificamente em um local de fixação indica que a lesão provavelmente ocorreu
lá. Rupturas de substância intermediária podem causar sensibilidade na linha
articular medial, o que pode ser confundido com uma lesão do menisco medial. As
rupturas distais do ligamento colateral medial podem causar sensibilidade em sua
inserção no côndilo medial da tíbia. (ELKIN JL, ZAMORA E, GALLO RA.2019).
Por sua vez, o teste de estresse em valgo é a melhor maneira de testar a
qualidade do MCL diretamente. O paciente deve ser posicionado em decúbito dorsal
com o quadril abduzido no lado afetado de forma que a perna fique sem suporte
para fora da mesa. O joelho deve ser levado a 30 graus de flexão. O examinador
deve segurar o tornozelo com uma mão e empurrá-lo lateralmente enquanto aplica
uma força em valgo ao joelho com a outra mão. A frouxidão deve ser observada e,
em seguida, classificada de acordo com a seguinte classificação:
 Grau 1 – dor ao longo do ligamento colateral medial com estresse em
valgo, mas pouca ou nenhuma abertura articular
 Grau 2 – alguma abertura da articulação, mas com um ponto final firme
 Grau 3 – abertura articular significativa, sem ponto final
 Artropatia inflamatória induzida por cristais
 Apofisite tibial
 Cisto poplíteo
 Epífise femoral capital escorregada
 Infecção
 Síndromes de uso excessivo
 Subluxação patelar
 Trauma
 Tendinite patelar
 Osteoartrite
É importante também observar se o paciente apresenta:
-Trauma contuso no joelho.
- Estresse.
- Mecanismos externos.
- Entorse que ocasiona quadro valgo acentuado.

Avaliação:
Os exames de imagem devem incluir radiografias simples para avaliar fraturas
ocultas ou fraturas por avulsão. Contudo, na lesão de Pellegrini-Stieda, que possui
ossificação do LCM próximo à sua fixação no epicôndilo femoral, sugere lesão
avulsa antiga do LCM. Radiografias de estresse também podem ser realizadas,
especialmente em pacientes com estrutura física imatura. No entanto, o exame de
imagem de escolha é a ressonância magnética (RM) sem contraste. Além da
avaliação direta do LCM, também pode fornecer informações valiosas sobre outras
estruturas de tecidos moles do joelho e se ocorreram lesões
concomitantes. Ocasionalmente, a artrografia por RM pode ser usada quando há
suspeita de ruptura meniscal ou capsular. A avaliação ultrassonográfica pode ser
considerada uma alternativa mais rápida, mais portátil e de menor custo à RM.
(ELKIN JL, ZAMORA E, GALLO RA.2019).
Medições de desempenho físico facilmente repetíveis, como testes de salto
de um membro, para avaliar limitações de atividade e limitações de participação
relacionadas à estabilidade do joelho e deficiências de coordenação motora em
pacientes, para avaliar mudanças no nível de função de um paciente durante o
atendimento e para classificar e acompanhar o joelho estabilidade e coordenação
motora. (LUNDBLAD M, HÄGGLUND M, THOMEÉ C, HAMRIN SENORSKI E,
EKSTRAND J, KARLSSON J, WALDÉN M.2019)

Tratamento:
Fase aguda:
- Protocolo PRICE: consiste em proteção, repouso, gelo, compressão e elevação.
- Ortese/brace para estabilização da estrutura evitando piora da lesão quando não
ruptura completa.
- Utilização de dispositivos que facilitem a locomoção e segurança do joelho como
muletas.
- Crioterapia
- Reeducação neuromuscular.
- Início do fortalecimento com ênfase no exercício excêntrico.
- Fortalecimento de estruturas seguimentares como adutores, quadril, isquiotibiais,
panturrilha, incluindo tornozelo e pés.
- Fortalecimento com exposição progressiva a carga respeitando o limiar de dor e
limitação da amplitude de movimento.
Fase funcional:
- Retirada dos dispositivos de auxilio de deambulação.
- Implementação de exercícios aeróbicos e funcionais como bicicleta e exposição a
aparelhos de fortalecimento de musculatura como cadeiras extensora, adutoras,
abdutora, leg press.
- Trabalhos de fortalecimento e estabilização uni podal com estímulos externos
como elásticos.
- Devolução a caminhada independente e evoluindo para corrida conforme
progressão do tratamento.
- Ganho de estabilidade segmentar, propriocepção, potência e resistência muscular.
- Exercícios em cadeia cinética aberta que estimulem instabilidade para geração de
readaptação corpórea.
- Devolução do paciente a prática de musculação, para potencialização dos ganhos
de forca obtidos no tratamento.

- Devolução do paciente ao meio esportivo por meio de exercícios que simulam o


gestual técnico específico da modalidade que o mesmo pratique, a fim de devolvê-lo
com segurança e preparo para exercer os movimentos com o menor risco possível
de recidiva da lesão. (ELKIN JL, ZAMORA E, GALLO RA.2019)

MENISCO
Introdução:
Os meniscos são de extrema importância para o funcionamento normal e
saúde da articulação do joelho. Existe dois tipos de lesões de menisco, traumática e
degenerativa, sendo traumática mais comum em jovens devido a acidentes
automobilísticos, prática de esportes e a degenerativa mais comum em adultos com
mais de 40 anos. (DAVID S. LOGERSTEDT,2018).

Diagnóstico: A ressonância magnética é considerada padrão ouro para diagnosticar


uma lesão de menisco. Manifestações clínicas de dor no joelho, história de lesão no
mecanismo de torção do joelho, história de "agarrar" ou "bloquear", início tardio do
derrame e achados positivos no Meniscal Pathology Composite Score podem ser
usados em pacientes com dor no joelho e distúrbios na categoria de ruptura do
menisco da CID e categorias relacionadas à incapacidade na CIF para dor no joelho
e comprometimento da mobilidade (VAN DYCK P., VANHOENACKER FM,
LAMBRECHT V., WOUTERS K., GIELEN JL, DOSSCHE L. 2013).

(1) histó ria de "pegar" ou "bloquear"


conforme relatado pelo paciente.

(2) dor com hiperextensã o


forçada.

(3) dor com flexã o má xima.

(4) dor ou um clique audível


com a manobra de McMurray.

(5) sensibilidade na linha


articular à palpaçã o.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Fon
te: Revista Brasileira de Ortopedia.

Avaliação:
Na avaliação desse paciente deve atentar-se quanto a inchaço, dor na região
do joelho, se existe limitação de movimento ou até mesmo derrame articular. (David
S. Logerstedt,2018) Avaliação física: testes manuais de força, amplitude de
movimento e dor, movimento de flexão e rotação de joelho, compressão, como por
exemplo;
 Teste de levantar da cadeira em 30 segundos
 Teste de subir escadas.
 Teste de caminhada de 6 minutos.
 Avaliação da amplitude de movimento ativa do joelho.
 Teste voluntário máximo de força isométrica ou isocinética do quadríceps.
 Hiperextensão forçada.
 Flexão passiva máxima do joelho.
Tratamento:
Fase de modulação de sintomas:
- Tratamento quadro álgico;
- Educação em dor;
- Crioterapia- requer a utilização de baixas temperaturas como por exemplo gelo
para proporcionar alivio dos sintomas da lesão;
- Ganho de ADM (flexão e extensão) com utilização de movimento passivo contínuo,
utilização de técnicas como mulligan e maitland para melhoria da mobilidade
artrocinemática;
- Eletroanalgesia – ultrassom associado a pomadas analgésicas/anti-inflamatórias,
como por exemplo a dexametasona. TENS podendo ser utilizado com os exercícios;
- Laser terapia 4J infravermelho por ponto e ao redor da lesão, com espaço médio
de 1cm de distância entre cada ponto de aplicação;
Fase funcional:
- Fortalecimento de quadríceps, quadril, posterior da coxa e panturrilha;
- Controle motor;
- Estabilidade de core, quadril e tornozelo;
- Desenvolvimento de plano de exercícios que simulem as AVD’s;
- Programa de exercícios de readaptação neural e otimização de controle;
- Treino de marcha;
- Treino de pliometria e saltos;
- Treinos de corrida e mudanças de direção;
De acordo com a evolução do paciente a prática de esporte são fundamentais
para o tratamento. (CURR REV MUSCULOSKELET MED.2019)

REFERÊNCIAS

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CAPITULO 26: OSTEOARTROSE DE JOELHO E QUADRIL

Maria Eduarda Gomes de Correia

A osteoartrose (OA) de joelho é uma patologia crônica caracterizada por um


quadro inflamatório, degenerativo e multifatorial que pode desencadear ruptura e
desgaste da cartilagem articular. A OA pode atingir toda a articulação sinovial, o que
tem como consequência: alterações estruturais e funcionais articulares de estruturas
como meniscos, ligamentos e, até mesmo, osso subcondral (BIANCHETTI et al,
2020). A partir de pesquisas, é possível observar que a osteoartrose acomete muitos
brasileiros, é muito prevalente em idosos e atualmente afeta cerca de 250 milhões
de pessoas no mundo; o joelho é a articulação mais acometida (OLIVEIRA, 2019).

Avaliação:
 Anamnese (é importante ter conhecimento sobre a vida do paciente e sobre
as condições psicossociais);
 Teste de força muscular, utilizando a Escala de força muscular de Kendall
(Observa-se redução de força no quadríceps em pacientes com osteoartrose
de joelho);
 Avaliação de amplitude de movimento (observa-se redução de ADM);
 Avaliação de controle postural (o paciente apresenta redução significativa no
controle postural);
 Avaliação de marcha (observar se existem alterações na marcha devido à dor
ou possível deformidade articular);
 Avaliação de trocas posturais (sentado para de pé e de pé para sentado);
 Avaliar se há presença de red flags;
 Subir e descer escadas (para avaliar flexão e extensão de joelho em
movimentação ativa).

Diagnóstico:
 Sintomas (dor articular, inchaço, redução da flexibilidade e mobilidade da
articulação, crepitação);
 Exame físico (é possível detectar aumento de volume da articulação, atrofia
muscular, deve ser feito também um processo de palpação da articulação e a
mobilização patelar, também é importante observar limitações em flexão e
extensão do joelho. Pode apresentar calor e derrame articular quando há
caráter inflamatório);
 Exames de imagem (ressonância magnética e radiografia - estreitamento do
espaço articular focal, osteófitos).

Tratamento:
 Fisioterapia Aquática – em alguns casos, mostra-se interessante, tendo em
vista que a flutuabilidade, pressão hidrostática, viscosidade, tensão
superficial, densidade e empuxo facilitam o movimento para o paciente,
tornando-o mais leve;
 Bicicleta estacionária – estudos mostram a eficácia deste exercício no solo;
 Treino de marcha, evoluindo para caminhada – estudos mostram eficácia
deste exercício no solo;
 TENS – pode ser utilizado como medida analgésica;
 Aplicação de calor - medida de auto manejo;
 Terapia manual;
 Ultrassom terapêutico e laserterapia em baixa potência – recomendações
provisórias;
 Exercícios para ganho de amplitude de movimento, pois o paciente passa a
ter seus movimentos restritos, devido ao aumento de volume da articulação;
 Educação em dor. O terapeuta deve frisar que o paciente não pode ter medo
de se movimentar. O sobrepeso é fator de risco para osteoartroses, então o
paciente deve estar ciente que a perda de peso é de suma importância neste
processo.

OSTEOARTROSE DE QUADRIL
A osteoartrose de quadril acontece quando há um desgaste na cartilagem
(cartilagem hialina), que gera exposição e lesão do osso subcondral da articulação
do quadril. Por ser uma região que sustenta uma boa parte do peso e tem
movimentação ativa por muito tempo, o quadril tem grande incidência nos
diagnósticos de osteoartrose (JANSEN et al, 2019). É mais comum em idosos,
devido ao desgaste causado ao longo da vida nas cartilagens, mas também pode
acontecer em pessoas mais jovens por conta de traumas ou até mesmo atletas que
usam a articulação demasiadamente.
Avaliação:
 Anamnese;
 Avaliação de força através da Escala muscular de força de Kendall;
 Avaliação de amplitude de movimento (restrição de ADM);
 Avaliação de marcha (marcha claudicante);
 Trocas posturais (decúbito dorsal para sentado, sentado para de pé e de pé
para sentado).

Diagnóstico:
 Sintomas (rigidez articular, dor em locais como nádega, virilha e lateral da
coxa, limitação e amplitude de movimento, claudicação, crepitação articular,
posição antálgica);
 Exame Físico (amplitude de movimento da região, processo de palpação,
examinar pontos de inchaço e de dor);
 Exame de Imagem (Radiografia e ressonância magnética – é possível
observar osteófitos, perda de espaço articular entre o fêmur e o acetábulo do
osso pélvico).

Tratamento:
 Fisioterapia Aquática – ajuda o paciente em relação ao esforço;
 Bicicleta estacionária – estudos mostram a eficácia deste exercício no solo;
 Treino de marcha, evoluindo para caminhada – estudos mostram eficácia
deste exercício no solo;
 TENS – utilizado como medida analgésica;
 Aplicação de calor - medida de auto manejo;
 Terapia manual;
 Ultrassom terapêutico e laserterapia em baixa potência – recomendações
provisórias;
 Exercícios para ganho de amplitude de movimento, pois o paciente passa a
ter seus movimentos restritos;
 Educação em dor - alertar sobre prática de exercícios e riscos do sobrepeso
é crucial.

Artroplastia de joelho
A artroplastia de joelho é um procedimento cirúrgico, que visa substituir a
articulação acometida por uma prótese (SANTOS, 2022). A prótese contém
componentes metálico e plástico, que ajudam no dia-a-dia, auxiliando o paciente a
desenvolver suas atividades com mais conforto e facilidade.

Avaliação
 Escala visual analógica da dor;
 Avaliação de amplitude de movimento (goniometria);
 Avaliação de força utilizando a escala de força muscular de Kendall (redução
de força muscular);
 Avaliação de marcha (observar se há marcha claudicante);
 Avaliação postural (nota-se desequilíbrio).

Diagnóstico:
 Sintomas (rigidez articular, redução de amplitude de movimento,
enfraquecimento muscular, dor);
 Exame físico (palpação, verificação de processo cicatricial, edema, inchaço);
 Exame de imagem (radiografia).

Indicações para o pós-cirúrgico:


 Manter a perna operada elevada;
 Evitar colocar almofadas embaixo do joelho operado;
 Nos primeiros 10 dias, deve-se dobrar o joelho até 90°.

Tratamento:
 Treino de marcha – com a redução de movimento devido à prótese, o
paciente deve treinar a marcha pois ela, provavelmente, estará acometida;
 Subir de descer degrau - com ênfase em flexão de joelho;
 Exercício para ganho de amplitude de movimento;
 Fisioterapia aquática – mostra-se interessante, pois deixa o paciente com
sensação de leveza.

Artroplastia de quadril
A artroplastia de quadril consiste em um procedimento cirúrgico, onde o
paciente se beneficia de uma nova estrutura substituindo a acometida (Serfaty ET
AL, 2020). Estima-se que cerca de mais de um milhão de pessoas já passaram por
esta intervenção, sendo ela bem-sucedida em grande escala. A indicação mais
frequente é a osteoartrose, mas também pode se desencadear de outras patologias,
como exemplo: displasia de quadril, necrose avascular da cabeça femoral, dentre
outros.

Avaliação:
 Anamnese;
 Escala analógica de dor;
 Avaliação de amplitude de movimento (goniometria);
 Avaliar força utilizando a escala de força de Kendall;
 Avaliação postural;
 Avaliação de marcha;
 Trocas posturais (decúbito dorsal para sentado, sentado para de pé, de pé
para sentado).

Diagnóstico:
 Sintomas (restrição de amplitude de movimento, enfraquecimento muscular,
distúrbios proprioceptivos, algias, déficit de equilíbrio);
 Exame Físico (palpação, averiguar edemas e inchaço);
 Exame de Imagem (radiografia – observar posicionamento da cabeça femoral
e acetábulo).

Como o fisioterapeuta pode ajudar no pré-cirúrgico?


É muito importante que o paciente mantenha a circulação sanguínea ativa neste
processo, e existem exercícios que podem ajudar, como por exemplo:
 Plantiflexão e dorsiflexão de forma contínua;
 Flexão e extensão dos dedos dos pés, de forma contínua;
 Alongamento da musculatura da panturrilha.
Outros exercícios benéficos no pré-cirúrgico são:
 Contração da coxa contra uma superfície plana (cama, por exemplo);
 Contração das nádegas.
Contraindicações no pós-cirúrgico:
 Pisada pronada. É indicado que esse paciente mantenha os pés em linha
reta;
 Fechar ou cruzar as pernas;
 Girar o corpo em direção ao lado operado;
 Sentar em acentos baixos;
 Inclinar o corpo para frente.
Tratamento:
 Fisioterapia aquática;
 Mobilização passiva e ativa;
 Exercício de adução e abdução do quadril;
 Exercício de ponte;
 Exercício de elevação da perna;
 Exercícios isométricos e isotônicos;
 Exercícios para ganho de amplitude de movimento;
 Exercício para fortalecimento muscular;
 Treino de marcha;
 Treino de transferências.

REFERÊNCIAS

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osteoartrose de joelho antes e após intervenção com exercícios: estudo de casos’,
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Artroplastia Total de Quadril’, Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia.

CAPITULO 27: TORNOZELO E PÉ

Mariana de Souza Silva

Quando se fala da articulação do tornozelo, pode sempre ocorrer o risco de


sofrer sobrecarga e estresse. Essas condições se manifestam em forma de dores,
incômodos e até mesmo lesões. Isso torna grave quando começa apresentar
doença que pode deixar os tornozelos e pés mais fracos e sensíveis.
A dor é relacionada a lesões ou inflamações em nervos, tendões ou ligamentos
da região. A dor localizada pode aparecer devido a condição de doenças
reumáticas, alterações hormonais e até devido a sapato que não são confortáveis.
(Rogerio Tex.2012)
Fisioterapia é importante para recuperar estabilidade da articulação. O tempo
de imobilização será diretamente proporcional à gravidade da lesão, podendo variar
de somente alguns dias até três semanas. Por essa razão mesmo depois desse
período, muitos pacientes podem continuar sentindo dores e uma certa instabilidade
na articulação. É aí que pode entrar a reabilitação. A fisioterapia, após o período de
imobilização, inclusive com exercícios de reforço muscular e exercício de
propriocepção, é um meio de escolha para adquirir a reabilitação do movimento
articular. (Lopes, 2011)

TESTES ESPECÍFICOS
Teste de Star Excursion Balance Teste, avalia a estabilidade estática que é
envolvido 3 direções (anterior, posteromedial e posterolateral. Positiva quando entre
a distância alcançada no lunge teste com desempenho na direção anterior do teste.
Por razão pode se afirmar que a diminuição de dorsiflexao em movimentos em
cadeia cinética fechada, esta associada com a diminuição da distância alcançada,
na direção anterior do Star Excursion Balance Teste. (BVSALUD,2018)
Fonte: Flaviany A.(2019)

Teste de Thompson: revela rupturas no tendão de Aquiles consiste na


compressão da panturrilha, que simula a contração do musculo. Quando se faz uma
compressão da panturrilha, fazer flexão plantar do tornozelo.

Fonte:Fernando O. (2021)

Sinal de Homan: descobre a existência de Estenose Venosa Profunda, na


parte inferior da perna. O tornozelo é dorsifletido passivamente analisando qualquer
aumento repentino de dor na panturrilha ou no espaço poplíteo. Positivo quando
refere dor na panturrilha.

Sinal de Gaveta Anterior: apresenta instabilidade ligamentar do tornozelo. É


uma manobra de exame físico utilizada para avaliar a capacidade do ligamento
cruzado anterior (Lca) na suspeita de lesão usa o teste para avaliar a translação
anterior da tíbia, oposição com o fêmur. (Adriano,2022)

Teste de rotação do talo: quando tiver lesão nos ligamentos da sindesmose


tibiofibular distal o movimento ira desencadear dores agudas mais sentidas na
região antero-lateral do tornozelo.
Fonte: Portaleducacao (2022)

ENTORSE X DISTENSÃO
Entorse é uma sequencia de lesões variáveis segundo o tipo de articulação e a
intensidade do trauma, é um mau que não chega a ocasionar luxação, resultando
em traumatismo ligamentar. Distensão é uma tração excessiva e violenta que
provoca deslocamento ou repuxo. (Rogerio t. 2012)
Distensões causadas por distonia muscular aguda, pode estender a
musculatura ao lado contrário a uma resistência; contração forte do musculo quando
ainda não está pronto. (Manual merk,2008)
Aproximadamente 20% das entorses de tornozelo e pé podem se estender
com algum tipo de instabilidade depois de seis meses do acontecimento inicial,
acompanhada ou não de frouxidão ligamentar. Pacientes com boa contensão
mecânica nomeada como instabilidade funcional se acarreta a falha na
propriocepção, tratadas na fisioterapia. Ate aqueles pacientes com frouxidão
ligamentar portam algum déficit de propriocepção então tem que ser direcionados a
reabilitação. (Fabio Lucas,2009)

TRATAMENTOS FISIOTERAPÊUTICO
Na prática clínica, as entorses primárias são diagnosticadas, classificadas e
tratadas de acordo com a severidade da lesão. Há vários métodos de classificação
de entorses primárias. Os métodos são baseados na funcionalidade articular e
podem ajudar muito na hora de avaliar um paciente.
Pode ser classificado como:

Fonte: vivafisio.pt (2010)


- Grau I: entorse leve. Presença de edema leve, perda funcional sutil e sem
alterações na amplitude de movimento articular. Tem pouca lesão ligamentar;
- Grau II: entorse moderado. Paciente relata sentir dor moderada, edema,
alguma perda de funcional e moderado aumento da amplitude articular fisiológica.
Há ruptura ligamentar parcial;
- Grau III: entorse severo. Presença de edema severo, equimose, dor, perda
da função articular. Podem ser verificadas amplitudes de movimentos que pode ser
considerado anormais no tornozelo. Nesse conceito há ruptura completa dos
ligamentos; (ABTPé,2011)
Atualmente o grau mais visto e o I onde entra as recomendações de PRICE
(Acrônimo de: proteção, repouso, crioterapia, contenção e elevação do membro) e
deve colocar o paciente para fazer a deambulação com carga parcial. Depois é
esperado para atividades normais um regresso de 7-10 dias.
Já o Grau II Geralmente em lesões II e III pode se optar pelo tratamento mais
conservador ortopédico, por exemplo imobilização rígida, como a bota gessada que
pode ser mantida de 4-6 semanas.

Fase 1, inicial ou inflamação:


É limitar nessa fase a extensao da lesão, colocando as recomendações
PRICE. Priorizando a dor e edema/inflamação. Pode ser eventualmente adequado
as atitudes terapêuticas: Electronalgesia (TENS) Aines/analgésicos como
(Ibuprofeno), crioterapia, drenagem, meias/bandas de contenção elástica e
ionizações e entre outros recursos. A carga deve ser adequada de acordo com cada
paciente. De acordo com (Vitor.M,2008) pode–se usar como suporte (órtese
estabilizadora, bota Walker ou banda de contenção) grau II e III. A Mobilização pode
ser feita precocemente dependendo do grau da lesão II e III precisam sempre um
período menos prolongado de imobilização. Em seguida o ganho de amplitude
segue com movimentos ativos (inversão/eversão) grau I.
Para aprimorar os exercícios pode adaptar imersão em agua gelada, controlar
dor e edema, através da analgesia previamente com o TENS. Deve ser adequar
também a eletroestimulação que previne a atrofia muscular.

Fase 2, de cicatrização:
Quando resolvem o edema e a dor e quando tolera a carga. Para melhor
desempenho da cicatrização ligamentar pode ser usado agentes físicos (Laser,
ultrassom). Fortalecimento muscular é outra adequação De início com
isométricos/isocineticos limitado para o fortalecimento. Pode ser usado suportes
para resistência nos músculos reversos conferem uma proteção de ate 3x superior.
Deve se perceber a progressão do ganho de forca muscular, tem que ser
promovida a ativação inicial da resposta muscular, que consegue através do treino
proprioceptivo ou reprogramação sensoriomotora.
Deve se iniciar exercícios de descarga desde o apoio bipodal até o unipodal
instável. Utiliza aparelhos simples como tabuas de freeman, mini trampolim e
posturografia. Eles trazem ótimo resultados pós combinam treino de propriocepção e
fortalecimento muscular.
Fase 3, de reeducação funcional:
O paciente já não tem limitação algia em toda amplitude articular, tendo uma
recuperação 80-90%. E pode ser prevenido recorrência de entorses, retorno das
atividades desejadas. Segundo termos profiláticos abrangem como principais
medidas: estiramentos tedinosos (tricípite sural, peroneais e tibiais) , treino
proprioceptivo, fortalecimento muscular e órteses que ajudam na estabilização. A
conduta do treino proprioceptivo deverá ser mantido. (Vitor.M,2008)

5. Tipos de doenças

BURSITE

Fonte: Revisão clínica: (Maio 2023)


A bursite é um inchaço doloroso (inflamação) de um pequeno saco de líquido
chamado Bursa, responsável por amortecer e lubrificar áreas em que tendões,
ligamentos, pele, músculos e ossos se atritam. A pessoa que realiza o mesmo
movimento repetidamente ou pressiona de maneira contínua na atividade diária.
(Antonio.2023)

TENDINITE

Fonte: Dayse F.(2019)

Inflamação que se manifesta quando um dos tendões é danificado. (Jornal


Of.2023)

ARTROSE

Fonte: sportllux , (2021)

Problema degenerativo que afeta os tecidos flexíveis localizados nas


extremidades dos ossos. Ele se desgasta, os ossos ficam mais grossos e atritam
entre si. (Revista Liberum.2022)
LESÃO DO TENDÃO DE AQUILES (CALCÂNEO)

Fonte: (RBO,2023)

O tendão de Aquiles é o mais forte e maior tendão do corpo humano, porem é


também o que mais sofre patologia do tipo traumático. Nos casos de ruptura do
tendão, ocorre um estalo causando a sensação de ter levado uma pedrada ou chute
na panturrilha. (Hugo.S, 2022)
LESÃO DO TENDÃO FIBULAR

Fonte:TraumaSport, (2020)

Os músculos fibulares exercem a função de manter o equilíbrio e o


funcionamento normal do pé e do tornozelo. Devido à sua localização e função,
podem ocorrer lesões que vão desde simples processos inflamatórios (tendinites),
até lesões completas de sua estrutura, gerando dor de maior intensidade e limitação
funcional. (Milton L. 2014)

Tratamento

O tratamento vai utilizar as técnicas de mobilizações passivas de alongamentos, de


fortalecimentos musculares, e de treinos proprioceptivos (Camila E.2023) Técnicas
de estimulação elétrica podem ser usadas para fortalecer os músculos, melhorar a
flexibilidade e a coordenação muscular. (Rev.Neurocienc 2023) O trabalho de
laserterapia associado a terapia e com objetivo de analgesia e redução da
inflamação são a fase inicial. Utilizamos também a fisioterapia manual para aliviar a
tensão dos músculos e tendões adjacentes. Fortalecimento muscular é importante
para melhorar a absorção de cargas e gerar um equilíbrio mecânico na articulação, o
que além de aliviar os sintomas, pode prevenir e/ou retardar a evolução das
doenças.

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Elástica de Anna Victoria Dutra Ronska, Breno Alves dos Santos e Ludmilla Rocha
Lemos, foi publicado na REVISTA LIBERUM ACCESSUM em junho de 2022, no
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https://revista.unipacto.com.br/index.php/rsv/article/view/176.

CAPITULO 28: OMBRO

Alessandra Maria Ferreira

INTRODUÇÃO
O ombro é onde a extremidade superior se conecta ao osso axial chamado
cintura escapular e consiste em um conjunto de cinco articulações: Articulação
Esternoclavicular; articulação Acromioclavicular; articulação Glenoumeral;
articulação Subdeltoidea e articulação Escapulotoracica. Com uma ampla amplitude
de movimento para flexão; extensão; abdução; adução; rotação medial e lateral.
O ombro possui a articulação mais dinâmica do corpo humano, a
articulação glenoumeral, ela é constituída pela relação entre a cabeça do
úmero e a cavidade glenoidea, a proporção de adesão entre estas estruturas
é baixa o que explica sua grande instabilidade e suscetibilidade a lesões
(SCHIPINSKI & LONGEN, 2022).
Os distúrbios musculoesqueléticos do ombro são classificados com base em
um diagnóstico patoanatômico para orientar as decisões de tratamento e
prognóstico. Exemplos desses diagnósticos são ruptura ou tendinopatia do manguito
rotador, capsulite adesiva, instabilidade anterior glenoumeral e lesões labrais ântero-
posteriores superiores (SLAP). (McClure & MICHENER, 2015).
PATOLOGIAS
CAPSULITE ADESIVA
A capsulite adesiva, também conhecida como “ombro congelado”, é uma
síndrome dolorosa do ombro, caracterizada por uma redução progressiva e
importante da amplitude de movimento do ombro. Muitas vezes está relacionada
com doenças como diabetes mellitus, hipotireoidismo e alterações psicossomáticas,
ou ainda pode ser consequência do desuso decorrente do período de imobilização
necessário após a ocorrência de um trauma ou cirurgia. Ocorre na capsula articular
glenoidea, de forma espessa inelástica e frágil, ocasionando a perda dos
movimentos ativos e passivos na articulação glenoumeral (FERNANDA & ELVIS,
2022).
Esta condição clínica segundo Cohen ET al. (2020), compromete a
articulação glenoumeral, resultando em dor e limitação da amplitude de movimento.
DIAGNÓSTICO ANATOMOPATOLOGICO
Os achados positivos que influenciam no diagnóstico são a dor progressiva
espontânea, perda de movimento em vários planos como rotação externa mais
limitada, dor na amplitude de movimento final. E o achado negativo que excluem
esse diagnóstico que são a idade normal menor que 40 anos (SCHIPINSKI &
LONGEN, 2022).

TRATAMENTO
As categorias de reabilitação são baseadas nos estágios de irritabilidade
tecidual para orientar a intensidade do tratamento, e os prejuízos são utilizados para
orientar a seleção de técnicas específicas de reabilitação.
Primeiramente realizar a reeducação do paciente orientando sobre o curso
natural da dor, modificação das atividades e também sobre diminuir o estresse
físico.
Utilizar no grau alto de irritabilidade agentes eletrofísicos como ULTRASSOM,
diatermia por ondas curtas ou estimulação elétrica combinada com exercícios de
mobilidade e alongamentos para reduzir a dor e melhorar a ADM do ombro. Realizar
terapia manual mobilizando articulação direcionada, principalmente a articulação
glenoumeral para reduzir a dor, aumentar o movimento e a função. Instruir o
paciente a realizar alongamentos com a intensidade de acordo com nível de
irritabilidade tecidual e exercícios passivos e ativo-assistido na amplitude de
movimento (ADM) livres de dor.
No grau moderado de irritabilidade realizar a reeducação do paciente
apresentando prognóstico de 12 semanas como primeira fase do curso natural da
doença. Estimular atividade funcional e indolor, instruir o paciente sobre o uso
progressivo do membro sem evitação ou receio e apoiar o retorno ao trabalho.
Instruir o paciente com cartilha para exercícios domiciliares. Na terapia manual
realizar a mobilização articular com movimentos ou mobilidade acessória em
diferentes posições da articulação glenoumeral e colunas livres de dor. Utilizar
exercícios ativos isométricos (baixa velocidade) e ativos livres com a resistência de
peso do segmento, progredindo em ADM livre de dor.
No grau baixo de irritabilidade realizar estresse físico moderado alto, atender
as deficiências e restaurar as atividades funcionais em alta demanda.

Figura 3 MP- Mobilização passiva.

Fonte: Resumo de fisioterapia, Docsity.

Figura 4 Exercícios com auxílio Figura 5 Exercícios sem auxílio


Fonte: Clínica do ombro. Fonte: Clínica do ombro.

SINDROME DA DOR SUBACROMIAL


A síndrome do impacto no ombro envolve a compressão mecânica do tendão
do músculo supra-espinhal, da bolsa subacromial e da cabeça longa do tendão do
bíceps, todas as estruturas localizadas sob o arco coracoacromial. Esta síndrome é
caracterizada por uma série contínua, durante a qual a compressão repetitiva acaba
por provocar irritação e inflamação, que progride para a fibrose e, no final, para uma
ruptura do manguito rotador (SANTOS & CAETANO, 2022).
A síndrome da dor subacromial é uma das causas mais comuns de dor no
ombro Comumente é definida como uma disfunção mecânica relacionada às
disfunções dos tendões do manguito rotador e das estruturas adjacentes ao ombro
(FERREIRA & MORAES, 2019).
A síndrome do impacto corresponde a três fases clínicas: Na primeira fase,
a dor aguda após esforço prolongado ou intensificado no esporte ou ocupação é
característica e é uma condição reversível. Edema e hemorragia ocorrem ao nível
da bursa e do tendão, geralmente na faixa etária abaixo dos 25 anos. No segundo
estágio, além da tendinite, inicia-se um processo inflamatório queleva à fibrose e
espessamento da bursa, que costuma ocorrerentre os 25 e 40 anos. A dor crônica
é marcada após atividades de levantamento da extremidadesuperior; dor de
rotação interna, como ao se vestir; e dor noturna, principalmente na posição de
decúbito lateral. Porfim, no estágio III, são característicos os quadros clínicos de
dorpersistente e perda de força na elevação do membrosuperior,
comrupturacompleta de um ou mais tendões, maiscomumente em pacientes
commais de 40 anos.

DIAGNÓSTICO ANATOMOPATOLOGICO
Os principais achados positivos que influenciam o diagnóstico são os testes
de NEER, Hawkins, jobe. O arco doloroso, dor com resistência isométrica, fraqueza,
atrofia. E o achado que elimina esse diagnóstico é a perda de sinais de instabilidade
de movimento.

TRATAMENTO
Utilizam-se intervenções fisioterapeuticas para aliviar a dor e exercícios para
preservar a força dos músculos, promovendo uma reabilitação satisfatória, fazendo
com que o paciente volte a realizar suas atividades diárias em um curto período de
tempo (SANTOS & CAETANO, 2022).
Primeiramente realizar a reeducação do paciente orientando sobre o curso
natural da dor. Realizar terapia manual associada ao exercício de estabilidade
escapular, fortalecimento do manguito rotador e exercícios de flexibilidade do ombro
para redução da dor em curto prazo.
Figura 6 Exercício de estabilidade escapular

Fonte: Site conselheiro da saúde.


Figura 7 Fortalecimento do manguito rotador

Fonte: Site muscularizando.


Figura 8 Exercício de flexibilidade do ombro

Fonte: Site blog fisioterapia.


REFERÊNCIAS

SCHIPININSKI, Giane; LONGEN, Willians. Terapia manual nas patologias traumato-


ortopédicas do ombro: revisão de literatura. 2022, Disponível em:
https://periodicos.unesc.net/ojs/index.php/Inovasaude/article/view/6287/5788.

SINDHU, Bhagwant S. Influência das crenças de evitação do medo nos resultados


do estado funcional para pessoas com condições musculoesqueléticas do ombro.
Fisioterapia, 1 de ago. 2012.

NAKANDALA, Piumi; NANAYAKKARA, Indumathie. The efficacy of physiotherapy


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Disponível em: https://content.iospress.com/download/journal-of-back-and-
musculoskeletal-rehabilitation/bmr200186?id=journal-of-back-and-musculoskeletal-
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CASSIANO, Willians; HONORATO, Morgana; ASSIS, Daiana. Capsulite adesiva de
ombro uma revisão sistemática: Intervenções fisioterapêuticas isoladas ou
associadas ao bloqueio anestésico. Revista Inova saúde, Criciúma. 2023.

FERNANDA, Hevellyn; ELVIS, John. Cinesioterapia no tratamento conservador da


capsulite adesiva: Uma revisão narrativa. 2023, Disponível em:
file:///C:/Users/Alessandra/Downloads/Revista_Vitrine_2023_art04.pdf.

FERREIRA, Shirley; MORAES, Bruno. Efetividade do alongamento muscular e


capsular em sujeitos com síndrome da dor subacromial: Revisão sistemática. 2019,
Disponível em: file:///C:/Users/Alessandra/Downloads/ojweb,
+EFETIVIDADE+DO+ALONGAMENTO+MUSCULAR+E+CAPSULAR+EM+SUJEIT
OS+COM+S%C3%8DNDROME+DA+DOR+SUBACROMIAL.pdf.

SANTOS, Felipe; CAETANO, Eliza; HENRIQUE, Afonso. Levantamento bibliográfico


do mecanismo de desenvolvimento da síndrome do impacto no ombro e sua
terapêutica. 2022, Disponível em: file:///C:/Users/Alessandra/Downloads/35746-
Article-395046-1-10-20221013.pdf.

PIETERS, Luísa; LEWIS, Jeremias; KUPPENS, Kevin. Uma atualização de revisões


sistemáticas que examinam a eficácia das intervenções conservadoras de
fisioterapia para dor subacromial no ombro. 2020, Disponível em:
https://www.jospt.org/doi/10.2519/jospt.2020.8498.

CAPITULO 29: COTOVELO


Isadora Moraes Ribeiro de Freitas

Introdução
O cotovelo é a articulação que liga o braço ao antebraço, e fica localizada no
membro superior. É o ponto de articulação de 3 ossos: úmero, rádio e ulna. É o elo
entre os movimentos poderosos do ombro e a função motora fina da mão, se
destaca com as articulações úmero-ulnar, úmero-radial e radioulnar, têm a
importância de possibilitar o movimento de extensão, flexão e rotação do antebraço
(LOURENÇO, 2022).

Patologias
Epicondilite lateral de cotovelo
Também conhecida como “Cotovelo de Tenista” caracteriza-se por uma lesão
tecidual devido à sobrecarga do tendão extensor comum na origem do tendão
extensor radial curto do carpo (ECRB). Em geral, é a causa mais comum de
sintomas de dor no cotovelo. Afeta igualmente homens e mulheres (K. BUCHANAN,
2022).
Causas
É uma síndrome que ocorre por uso excessivo e principalmente por
movimentos de esforço repetitivo que lesionam os tendões, que afeta indivíduos
atletas que jogam tênis, squash, ou quando praticam alguma atividade como por
exemplo pentear os cabelos, carregar sacolas, varrer a casa (K. BUCHANAN, 2022).

Sintomas
Os pacientes relatam que no início a dor é mais lenta na parte externa do
cotovelo, podendo irradiar-se ao longo dos músculos do antebraço, punho e ombro,
ocasionando uma dor mais intensa. Essa lesão aguda pode levar a uma lesão
crônica, causando ao paciente dor na lateral do cotovelo que piora com a atividade e
melhora com o repouso (K. BUCHANAN, 2022).

Avaliação
É realizado uma Avaliação de Cotovelo de Tenista, específica para o
diagnóstico, para avaliar a dor, irritabilidade, função e outras incapacidades
específicas da região do braço, ombro e mão (M. LUCADO, 2022)
Como é feita a Avaliação:
É constituída por 15 itens, que subdividem-se em 2 partes.
1ª parte composta por 5 itens que avalia a dor variando de 0 a 10 conforme a
intensidade da dor.
2ª parte composta por 10 itens que avalia a função do cotovelo em relação a
atividades cotidianas, sendo 0 a capacidade total e 10 incapacidade total de realizar
a atividade avaliada.
O quesito função tem o seu resultado final dividido por dois, somando-se os
valores de ambas as partes, chegando a um resultado máximo de 100 pontos,
sendo 0 nenhum grau de acometimento e 100 o máximo grau de acometimento do
membro pela ELC.
(Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia-Thieme Revinter, 2020)

No exame físico é realizado alguns testes no membro superior esquerdo e


direito, que tem como objetivo reproduzir a dor experimentada pelo paciente para
investigar qual é a causa deste sintoma. Comparando o lado afetado com o lado
sadio.
Em caso positivo, o paciente sentirá dor no epicôndilo lateral. O que indica na
maioria dos casos, epicondilite lateral.
Teste de Cozen;
Teste de Mill;
Teste de varo do cotovelo;
Teste de valgo do cotovelo;
(HAND SURG, 2017)
Tratamento
O principal objetivo do tratamento é o controle da dor. Que será iniciado
através do repouso relativo, definido como controle do excesso.
É realizado em fases. Primeiramente com tratamentos não invasivos e sem o uso de
medicamentos, em seguida, medicações anti-inflamatórias e fisioterapia.

Fisioterapia
Crioterapia
É um recurso para tratar inflamações e dores no corpo, utiliza do frio como principal
ferramenta, afim de diminuir o inchaço e vermelhidão. Realizado com o uso de gelo
quatro vezes ao dia por cerca de 10 minutos cada vez)

Fonte: Site WikiHow

Técnicas de manipulação ou mobilização da articulação do cotovelo para


reduzir a dor e aumentar a força de preensão sem dor, para aqueles que podem
tolerar essa técnica específica.

Fonte: (Mobilização e Alongamento, 2020).


Imobilização: Uso de órteses como a Cotoveleira, que é uma espécie de cinta
compressiva que comprime a musculatura do antebraço, fazendo diminuir a tensão
imposta ao epicôndilo lateral. Orientar o paciente a utilizá-la apenas durante suas
atividades, mas não em repouso ou enquanto dorme, deve retirar a cinta caso sinta
dormência ou formigamento. Posicioná-la de 15 a 25 cm da articulação do cotovelo,
de maneira que fique mais próxima da mão do que do cotovelo (SIERRA, 2022).
Fonte: Site Dr Leonardo Cavinatto

Acupuntura: É uma técnica utilizada para a estimulação de pontos específicos


para o reestabelecimento do equilíbrio do corpo, pois auxilia no controle da dor.

Fonte: Site Ceimec

Exercícios terapêuticos: Realizando exercícios de alongamento, ganho de amplitude


articular do punho e cotovelo, seguidos de exercícios isométricos e isocinéticos.

(Cartilha com exercícios que podem ser realizados em casa,Dr Ricardo Kaempf)

REFERÊNCIAS
BENJAMIN K. BUCHANAN; MATEUS VARACALLO. Cotovelo de tenista. 2022
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK431092/

J HAND SURG AM. Instabilidade do cotovelo: anatomia, biomecânica, manobras de


diagnóstico e testes. 2018
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5821063/

MARCIO COHEN, GERALDO DA ROCHA MOTTA FILHO. Epicondilite lateral do


cotovelo. 2012
Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbort/a/cbgzW9vY7crvSrTk94f7fXN/?
lang=pt&format=html

MARCIO COHEN, GERALDO DA ROCHA MOTTA FILHO. Epicondylitis of the


elbow. 2011. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbort/a/cbgzW9vY7crvSrTk94f7fXN/?
format=pdf&lang=pt#:~:text=O%20teste%20alternativo%2C%20conhecido
%20como,no%20epic%C3%B4ndilo%20lateral(9).

MARTIN SIERRA, NICOLÁS TAMÓN. Luxações complexas do cotovelo com


instabilidade póstero-lateral. Quais são as melhores opções de
tratamento? Revisão bibliográfica sistematizada. 2022.
Disponível em: http://www.scielo.edu.uy/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2301-
12542022000101301&lng=es&nrm=iso&tlng=es

JORNAL DE FISIOTERAPIA ORTOPÉDICA E ESPORTIVA. Dor Lateral do


Cotovelo e Deficiências da Função Muscular. 1° de dezembro de 2022. Volume
53- Edição 12
Disponível em: https://www.jospt.org/doi/full/10.2519/jospt.2022.0302

JORNAL DE FISIOTERAPIA ORTOPÉDICA E ESPORTIVA. Dor nas mãos e


déficits sensoriais: síndrome do túnel do carpo. 30 de abril de 2019. Volume 49-
Edição 5
Disponível em: https://www.jospt.org/doi/full/10.2519/jospt.2019.0301

JORNAL DE FISIOTERAPIA ORTOPÉDICA E ESPORTIVA. Dor Lateral do


Cotovelo e Deficiências da Função Muscular, 2022.
CAPITULO 30: PUNHO E MÃO

Ericarla Baesso Ramos Silva

INTRODUÇÃO
O punho e mão são membros constituídos por diversos músculos, tendões,
nervos e articulações complexas. Desempenham um misto de movimentos que são
utilizados em grande parte da atividade de vida diária do ser humano.
Neste capítulo abordaremos as principais síndromes e disfunções que
acometem estes membros, suas principais causas e melhores formas de tratamento.

SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO


A Síndrome do Túnel do Carpo (STC) é a neuropatia compressiva mais
comum em humanos. Caracterizada pela compressão e/ou tração do nervo mediano
quando passa pelo túnel carpal, na região do punho. Sua incidência é prevalente
entre 4% a 5% da população, sendo o sexo feminino mais acometido na faixa etária
de 40 e 60 anos (CHAMMAS, M. et al., 2014).
Principais causas da STC está no uso excessivo, principalmente no trabalho
manual, quedas e fraturas da mão, obesidade e doenças sistêmicas como artrite
reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico (LES) e diabetes millitus.
Os sinais e sintomas podem apresentar-se das seguintes formas: dores
diurnas e noturnas, parestesia do membro afetado, queimação, dormência,
formigamento, perda da força de preensão palmar ou até mesmo a atrofia tênar.
Como métodos avaliativos pode-se realizar a inspeção, duração e período da
dor, palpação no local acometido, utilização da Escala Visual Numérica (EVN) que
se baseia na graduação de 0 a 10, sendo: 0 sem dor, 1 – 3 dor leve, 4 – 6 dor
moderada, 7 – 10 dor intensa e avaliação da amplitude de movimento (ADM) de
todas as articulações da região lesionada.
Para auxilio de diagnósticos o fisioterapeuta realizará alguns testes específicos para
determinada síndrome, sendo eles:
- Sinal de Tínel: Criado pelo médico francês Jules Tinel (1879-1952). O teste é
positivo quando o paciente apresenta uma parestesia na região de percussão do
nervo mediano.
- Sinal de Phalen: Criado pelo ortopedista norte americano George S. Phalen, O
teste é positivo se o paciente sentir dor ou dormência ao realizar o movimento,
devido a compressão do nervo mediano.
- Teste de Durkan: O teste positivo se o paciente relatar dormência, formigamento,
sensação elétrica em polegar, indicador ou dedo médio (DURKAN, 1991).
- Teste do monofilamento de Semmes-Weinstein: Esse teste avalia a sensibilidade
tátil da pele e o estado funcional de nervos periféricos, sendo de grande valia na
perca de sensibilidade protetora na região pela qual se aplica, permitindo detecção e
monitoramento de alterações funcionais.
*(Aplicabilidade dos testes se encontram no capítulo: “Princípios da avaliação
musculoesquelética”)

Segue abaixo a imagem ilustrativa do Estesiômetro, a tabela equivalente a aplicação


e interpretação de cada monofilamento:
- Questionário do
Túnel Cárpico de
Boston (CTQ-SSS):O
questionário consta
de uma escala de
gravidade dos
sintomas – em
domínios críticos na
STC, como dor,
parestesias,
adormecimento,
fraqueza, sintomas
noturnos – e uma
escala de estado
funcional.
FONTE: Avaliação do questionário de Boston

O tratamento fisioterapêutico é de amplo diversidade e eficácia, abaixo está


listado algumas forma de tratamento para STC:
- EDUCAÇÃO DO PACIENTE: Diminuição dos esforços repetitivos, modificações
para realização de tarefas em casa, adequação ao tratamento, posicionamento de
punho, mobilizações e exercícios ativos;
- ORTESES DE PUNHO: As órteses podem ser utilizadas durante o uso noturno em
posição neutra para alívio funcional a curto prazo. Se uso noturno se apresentar
ineficaz, para melhoria do paciente pode se utilizar em tempo diurno e/ou integral.
Para gestantes que sofrem com STC é recomendável o uso durante a gestação e
deve ser realizado uma avaliação pós-parto para examinar os sintomas;
- INTERVENÇÕES ERGONÔMICAS: Uso de teclados com força de impacto
reduzida e mouse ergonômico;
- TERAPIA MANUAL: Exercício de deslizamento dos tendões e nervos, mobilização
articular e neural de punho, alongamento e mobilização da coluna cervical e técnicas
de liberação manual nos locais de aprisionamento do nervo mediano;
- CORRENTES INTERFERENCIAL: Estimulação elétrica de corrente alternada de
média frequência (1000Hz a 5000Hz).*(Utilização de correntes interferencial
encontra-se no Capítulo: “Agentes eletrofísicos”);
- FONOFORESE: Terapia de ultrassom com gel de Dexametasona ou
Betametasona 0,1% na intensidade de 1Watts e frequência de 2 MHz em modo
contínuo em 5 dias semanas, em 10 sessões (CHAMMAS, M. et al., 2014)
- EXERCÍCIOS FISIOTERAPÊUTICOS

TENOSSINOVITE DE DE QUERVAIN
A Tenossinovite de De Quervain ocorre devido a inflamação da bainha dos
tendões abdutor longo do polegar (APL) e extensor curto do polegar (EPB), devido
ao uso excessivo dessas articulações. A moléstia é subdividida em três estágios:
- Estágio I: Este estágio acontece na fase aguda, é caracterizado pela
presença de dor, hiperemia e os sinais flogísticos (calor, rubor, edema, dor e perda
de função). A dor pode se caracterizar por uma sensação de “choque” ou
“queimação” (SANTOS et al, 2002).
- Estágio II: Sendo a fase subaguda, é caracterizado por alguns dos sinais e
sintomas do estágio I, tais como edema e hiperemia, sendo seguida de
espessamento da pele e da cápsula articular, espessamento e atrofia do tecido
subcutâneo, redução da força dos músculos intrínsecos e rigidez com deformidade
em flexão dos dedos (SANTOS et al, 2002).
- Estágio II: É a fase crônica da patologia, é caracterizado pela presença de
deformidade instalada e apresenta sequelas. Também ocorre uma instabilidade
vasomotora, atrofia e contratura dos segmentos acometido (SANTOS et al, 2002).
A moléstia se manifesta em indivíduos com a faixa etária de 40 a 60 anos,
sendo a prevalência para mulheres, 6 a 10 vezes maior que o sexo masculino.
Suas principais causas podem correlacionar com uso excessivo do membro
(atividades repetitivas), traumas repetidos, posturas viciosas, profissionais de
escritórios, mães de recém-nascido devido o movimento repedido dos polegares
abduzidos lateralmente ao pegar o RN e paciente portadores de artrite reumatoide.
Os sinais e sintomas incluem dor, edema, crepitação, perda da força,
diminuição da ADM e por vezes, ressalto na região afetada. Portanto, nota-se: dor
na base do polegar quando se realiza o movimento de flexão, inflamação tecidual,
aumento da sensibilidade, dor aumentada por extensão e abdução do polegar contra
a resistência (SIZÍNIO,2003).
Os métodos de avaliação se baseiam na aplicação da Escala Visual
Numérica (visto no tópico sobre Síndrome do Túnel do Carpo), inspeção, palpação,
avaliação da ADM e testes específicos como:
- Teste de Finkelstein: O teste é positivo se o paciente manifestar dor junto ao
processo estiloide do rádio durante o desvio;
- Teste de Eichoff: O teste é positivo se o paciente relatar dor junto ao processo
estiloide do rádio ao realizar o movimento.
*(Aplicabilidade dos testes se encontram no capítulo: “Princípios da avaliação
musculoesquelética”)
- Escala funcional específica do paciente (Patient-Specific Functional Scale-PSFS):
Essa escala mede a capacidade do paciente para realizar atividades específicas
numa escala de 0 a 10 ao seu nível de pré-lesão. A seguir a imagem ilustrativa da
escala:
FONTE: Stratford, P., Gill, Westaway M., e Binkley, J (1995)

O tratamento fisioterapeutico é realizado através da educação do paciente,


orientando o mesmo sobre a limitação dos movimentos agravantes por repouso e
imobilização, mobilizações neurais e articulares, injeção de corticoides em alguns
casos, medicação anti-inflamatória, utilização de órteses de punho com tala para
polegar, terapia manual dos músculos do antebraço e cinesioterapia, como visto no
quadro a seguir com alguns exemplos:
Trauma do complexo fibrocartilaginoso triangular (TFCC)
O complexo da fibrocartilagem triangular é formado pela fibrocartilagem
triangular, ligamentos ulno-semilunar e ulno-piramidal e expansões do tendão flexor
e extensor ulnal do carpo. O complexo fibrocartilaginoso triangular age como uma
barra ou um eixo, onde o carpo e o rádio rodam ao redor da ulna. Estudos apontam
que cerca de 18% de carga mecânica é suportada pelo punho. Uma característica
ulnal positiva é dor na região medial do punho, que piora com esforço,
principalmente em ações de preensão forçada é a Síndrome do impacto ulno-carpal
(RAMES, M. et al., 2002)
Suas principais causas são os traumas, fraturas, over training (tenistas),
excisão da cabeça do rádio, epifisiodese traumática ou permanente do rádio
(alteração na angulação), avulsão na inserção ulnar com ou sem fratura do estilóide,
tendinopatias, luxações, lesões e degeneração ligamentar.
Seus sinais e sintomas apresentam-se por uma dor em região medial do
punho, limitação da ADM, diminuição da força em preensão, dor à palpação,
instabilidade articular, dor aos movimentos de supinação e pronação máxima.
Assim como visto no tópico da “Síndrome do Túnel do Carpo”, para esse
determinado trauma também pode utilizar a EVN, inspeção e palpação, avaliação da
dor do paciente e alguns testes específicos, como:
- Sinal da fóvea: O teste se apresentará positivo quando aplicar ao paciente, o
mesmo queixará dor na pressão feita pelo examinador.
- Teste do impacto ulno-carpal: Teste é positivo quando ao realizar, o
paciente queixa-se dor ao realizar o movimento de desvio (AKRAM, J. et al, 2020)
*(Aplicabilidade dos testes se encontram no capítulo: “Princípios da avaliação
musculoesquelética”)
O tratamento pode ser realizado de forma medicamentosa, associado a
imobilização do local, exercícios fisioterapêuticos específicos e com intervenção
cirúrgica em alguns casos, como a artroscopia associado ao uso de órteses durante
3 a 6 semanas e a educação do paciente sobre as modificações e correções para
realização de tarefas diárias, diminuição do esforço repetitivo, mobilizações,
adequação ao tratamento e exercícios ativos, visto a seguir:
PSEUDOARTROSE DE ESCAFÓIDE
O escafoide é um dos principais ossos da mão, responsável por grande parte
da biomecânica do punho, age como uma conexão entre as fileiras proximal e distal
dos ossos do carpo. Sendo assim, por auxiliar em todos os movimentos do punho, o
escafoide é o osso mais fraturado nessa região (NETTER FH, 2000).
O mecanismo mais comum lesões é hiperextensão abrupta e forçada do
punho, quando a pessoa caiu sobre o punho, ou após uma força contra o punho. As
fraturas do escafoide representam 2,9% de todas as fraturas e 69% de todas as
lesões do carpo. São comuns em homens mais jovens, com uma relação
homem/mulher de 71:29 e média de 35 anos de idade. A pseudoartrose do
escafóide ocorre em cerca de 10% das fraturas desse osso, é classificada
pseudoartrose a fratura que ultrapassou 6 a 8 meses sem consolidação (WOLFE
SW, et al., 2017).
Suas principais causas estão nas quedas, fraturas não tratadas ou tratadas
inadequadamente, traumas, má vascularização, neuropatias, instabilidade mecânica
e tabagismo.
Seus sinais e sintomas são dor recorrente, sensibilidade aumentada,
tabaqueira anatômica, edema, diminuição da força e ADM.
Na avaliação não há um teste específico para a pseudoartrose de escafóide,
a confirmação do diagnóstico é feita pela avaliação clínica, inspeção e palpação,
exames físicos e exames de imagem (Raio-X).
O tratamento fisioterapêutico dará inicio após a consolidação óssea pós-cirúrgica,
com o objetivo de diminuir o edema, alivio do quadro álgico, aumentar a ADM e
força. Exemplos para exercícios fisioterapêuticos:

Mediante a evolução do paciente o fisioterapeuta pode evoluir os exercícios


com presença de carga e/ou resistência pelo uso de halteres, bolas, theraband
dentre outros dispositivos auxiliares.
CONTRATURA DE DUPYTREN
A contratura de Dupuytren é uma doença tipo fibroproliferativa progressiva
que envolve os tecidos subcutâneos da palma e dos dedos das mãos com a
formação de nódulos e cordas, frequentemente levando a contratura em flexão dos
dedos, resultando em uma deformidade progressiva e irreversível e até mesmo a
perda da função da mão. Os cordões seguem os nódulos, que se contraem, levando
à deformidade fixa em flexão do dedo afetado. As articulações comumente afetadas
são as metacarpofalangicas (MCPJ), interfalangicas proximais (IPPJ) e raramente a
interfalangicas distais (DIPJ). Os dedos mais afetados são o anular e o médio,
portanto todos os outros podem ser afetados. Sua incidência é comum para homens
entre 40 e 80 anos de idade (DUTTA, A. et al, 2020)
Embora sua etiologia seja desconhecida, há maior predisposição entre
paciente portadores de diabetes mellitus, epilepsia, etilista, tabagista, pacientes com
doenças hepáticas, hereditariedade e uso de instrumentos vibratórios como
máquinas utilizadas diariamente em obras.
Seus sinais e sintomas podem se manifestar por um encurtamento da fáscia
palmar, degeneração das fibras elásticas, hialinização do feixe de fibras de
colágeno, espessamento da pele, formação de nódulos fibrosos, contraturas e
sensibilidade.
Para avaliação do paciente, pode ser realizados dois tipos de testes
específicos que são o “teste de hueston” e “table top test”, na realização do teste o
paciente será incapaz de realizar a extensão de dedos (BHOOMI, 2020)
*(Aplicabilidade dos testes se encontram no capítulo: “Princípios da avaliação
musculoesquelética”).
Na forma de tratamento o fisioterapeuta trabalhará com a liberação manual
dos encurtamentos presentes, massagens de fricção nos nódulos, fonoforese,
extensão volar, exercícios fisioterapêuticos e órteses noturna mantendo os dedos
em extensão (DUTTA, A. et al, 2020).

DEFORMIDADES DAS MÃOS


Várias deformidades articulares podem ser observadas nas mãos. Assumem
grande importância na patogenia dessas deformidades, a patologia dos tendões que
podem contrair, alongar ou deslocar o membro. Sendo assim, podemos encontrar
dentre elas as mais comuns: Tenossinovite digital estenosante (dedo em gatilho),
pescoço de cisne, mallet finger (dedo em martelo), dedo em botoeira. São moléstias
de maior prevalência em indivíduos que possuem doenças reumáticas.

Tenossinotive estenosante (dedo em gatilho):


A tenossinovite estenosante, também conhecida como “dedo em gatilho”, é
caracterizada pela dor no trajeto dos tendões flexores, na região do túnel
osteofibroso, associada a dificuldade ou travamento do movimento dos dedos ou
polegar, que podem permanecer em posição de flexão, ocasionado pela hipertrofia
na interseção do tendão com sua polia (A1), onde a constrição subsequente do
tendão impede que ele deslize pela polia do ligamento, causando uma liberação
repentina ou o travamento de um dedo durante a flexão ou extensão, gerando dor e
limitação funcional. O dedo em gatilho é a tendinopatia flexora mais comum, com
maior incidência entre nas mulheres de 50 e 60 anos, particularmente durante a
gravidez, puerpério e/ou menopausa (SEVERO, et al, 2020).
Sua causa principal é devido a um estreitamento relativo do sistema de polias
e túneis, que abrigam os tendões flexores na região distal da palma da mão e região
palmar dos dedos. Sendo elas por atividades manuais, esportivas e profissionais
repetitivas, doenças reumatológicas, portadores de diabetes mellitus,
hipotireoidismo, síndrome do túnel do carpo, síndrome de De Quervain e infecções.
Os sinais e sintomas podem se manifestar através de edemas, dor moderada
a intensa, dor a palpação, rigidez, estalos ou ressaltos no dedo afetado,
impossibilidade de realizar extensão e flexão corretamente e deformidade no dedo
(SEVERO, et al, 2020).
Não há teste específicos para diagnosticar o “dedo em gatilho”. Porém é feito
um exame físico, que depende unicamente da existência do travamento do dedo no
decorrer da movimentação ativa e/ou apresentar dor na região da polia A1, palpação
de um nódulo na base do dedo. Os dedos mais acometidos são os polegares, dedos
médios e anular.
Para forma de tratamento o fisioterapeuta pode indicar o uso de órteses
extensoras, que promoverá a extensão dos dedos, orientando o paciente a utilizar
no período noturno, principalmente para evitar o travamento do dedo em posição de
flexão por longo período e associar diariamente exercícios fisioterapêuticos
(SEVERO, et al, 2020).
Dedo em martelo (Mallet finger) e pescoço de cisne:
A deformidade do dedo em martelo resulta na perda de flexão das
articulações interfalangianas distais, pode a um desiquilíbrio na distribuição da força
extensora entre as articulações interfalangianas proximais e distais.
Se não tratado, o dedo em martelo leva à deformidade pescoço em cisne.
O dedo pescoço de cisne, que consiste na flexão das articulações
metacarpofalangianas (MCF), hiperextensão das articulações interfalangianas
proximais (IFP) e flexão da articulações interfalangianas distais (IFD). É uma das
deformidades mais incapacitantes, pois dificulta a preensão em pinça e a
capacidade em pegar objetos, causando um impacto, funcional e estético, negativo
na vida dos indivíduos (HEITOR, J. 2012).
As principais causas incluem doenças reumatológicas, fraturas, encurtamento
dos músculos intrínsecos, sinovites e tendinites, espasticidade (AVE, lesões
medulares), lesões ligamentares e traumáticas.
Os sinais e sintomas surgem pela deformidade do dedo, na dificuldade de
realizar os movimentos de flexão e extensão de dedo, incapacidade de
manusear/pegar objetos, rigidez, diminuição de ADM e força,
principalmente em preensão (HEITOR, J. 2012).
Seu tratamento é através de ganho da ADM e força, utilização de órteses
para o dedo, alongamentos, mobilizações e exercícios fisioterapêuticos.
Dedo em botoeira:
A deformidade em botoeira é, por sua vez, oposta ao pescoço de cisne. Nesta
deformidade ocorre a flexão da interfalangiana proximal, a hiperextensão da
interfalangiana distal e a hiperextensão da articulação metacarpofalangiana (MCF).
O dedo em botoeira impede que o dedo seja esticado totalmente, é importante
considerar o fato de que essa deformidade não afeta muito a funcionalidade dos
dedos, causando um maior desconforto estético (PAULOS, et al, 2022).
Doenças reumatológicas, traumas, fraturas e lesões ligamentares são vistas
como as principais causas dessa moléstia. Os sinais e sintomas presentes são:
deformidade do dedo, rigidez, edema, dor local e diminuição da ADM.
O tratamento fisioterapêutico é feito através de exercícios para alongamento e
mobilização dos dedos, ganho da ADM e orientação ao uso de órteses
imobilizadoras (PAULOS, et al, 2022).
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PAULOS, R. Deformidade em dedo em Botoeira, dedo em Cisne - Dra. Renata


Paulos, 20 de outubro de 2022 e 13 setembro de 2022, (Disponível em:
https://renatapaulos.com.br/author/renata-paulos-admin/)

SEVERO, A. Dedo em gatilho. Passo Fundo, agosto de 2020, disponível em:


www.antoniosevero.com.br

KAEMPF, R. Dedo em gatilho – KAEMPF, Dr. Ricardo Kaempf especialista em


cirurgia da mão, 2010. Disponivél em:
https://www.ricardokaempf.com.br/services/dedo-em-gatilho/
CAPITULO 31: FISIOTERAPIA X DESORDEM TEMPOROMANDIBULAR

Suellen Cristina Rossinol

1. INTRODUÇÃO
Em uma busca em sites como PubMed , Google acadêmico, Scielo, Os
artigos foram estudados levado em considerações o que é propicio para o tema .
Articulação temporomandibular (ATM), é
uma articulação sinovial, as fáceis envolvidas
nelas são:
Côndilo mandibular: É a extremidade
arredondada da mandíbula que se articula com a
fossa mandibular do osso temporal. (Moore KL).
Fossa mandibular: É uma cavidade
localizada no osso temporal que se articula com o côndilo mandibular.
Disco articular: É uma estrutura em forma de disco localizado entre o côndilo
mandibular e a fossa mandibular. O disco ajuda a absorver o choque e distribuir a
pressão durante os movimentos da mandíbula (Oliveira LRLB)
Ligamentos: A ATM é sustentada por uma série de ligamentos, incluindo o
ligamento lateral da ATM, o ligamento estilomandibular e o ligamento
esfenomandibular.
Músculos: Vários músculos estão envolvidos no movimento da mandíbula e
na estabilização da ATM, incluindo o músculo temporal, o músculo masseter, o
músculo pterigoideo lateral e o músculo pterigoideo medial.(Oliveira LRLB)
Nervos e vasos sanguíneos: A ATM é inervada por ramos do nervo trigêmeo
e recebe suprimento sanguíneo através de várias artérias, incluindo a artéria maxilar
e a artéria temporal superficial.(Alomar X, Medrano)
Todas essas estruturas juntas permitem uma ampla gama de movimentos da
mandíbula, desde abrir e fechar a boca até movimentos laterais e de rotação.
Quando uma ou mais dessas estruturas estão comprometidas, pode ocorrer a
desordem temporomandibular (DTM), causada em dor e disfunção da mandíbula.
(Moore KL).
2. DIAGNOSTICO
O diagnóstico de disfunção é dado devido ao interrompimento de suas
tarefas em seu cotidiano, podendo trazer transtornos a saúde mental e física, afeta
as atividades escolares, trabalho profissional e levam a um desequilíbrio afetivo e
cognitivo.
A dor dependendo da sua intensidade usando a escala da dor eva 0-2 leve, 3-
7 moderada e 8-10 intensa e um conjunto de sinais que impedem o paciente de
fazer coisas simples como escovar os dentes, abrir e fechar a boca,uma vez que os
sintomas dolorosos e limitações articulares e musculares da DTM podem
comprometer as funções orais e influenciar a saúde e o bem-estar. A manutenção
dessa condição pode levar à cronificação da dor e à sensibilização central, tornando
Tabela 1
o seu manejo complexo.
( Rech, Carolina Santos)
O fisioterapeuta pode realizar uma avaliação física completa, que pode incluir:
Histórico clínico:
Podendo questionar
sobre a história de saúde
do paciente, incluindo se
ele já sofreu lesões ou
traumas na cabeça ou no
pescoço, se tem
problemas sofrido ou sofre
de estresse, como
descritos na tabela 1.
Exame físico:
Pode realizar um exame físico da articulação temporomandibular (ATM),
incluindo a verificação da amplitude do movimento da mandíbula (figira 1), a
presença de ruídos ou estalos durante a abertura e fechamento da boca, e a
palpação da área ao redor da
ATM para avaliar a presença de
dor, amplitude ou sensibilidade.
Os testes de força muscular na
articulação temporomandibular
podem envolver a aplicação de
resistência manual ou o uso de
dispositivos específicos. Alguns
exemplos de movimentos que
podem ser testados incluem:
Força de abertura: O
fisioterapeuta pode aplicar resistência no sentido contrário à abertura da boca,
enquanto você tenta abrir a boca o máximo possível.
Força de fechamento: Podendo ser aplicada Figura 9 resistência no
sentido contrário ao fechamento da boca, enquanto você tenta fechar a boca com
força.
Força lateral: O fisioterapeuta pode aplicar resistência na direção oposta à
qual você está movendo a mandíbula lateralmente, enquanto você tenta mover a
mandíbula para um lado.
Força protrusiva: O fisioterapeuta pode aplicar resistência no sentido contrário
à protrusão da mandíbula, enquanto você tenta empurrar a mandíbula para frente.
Avaliar a força muscular da mandíbula e do pescoço para determinar se a
DTM está afetando a capacidade do paciente de realizar atividades, como mastigar
ou falar.
Avaliar a postura do paciente para determinar se a DTM pode estar
relacionada à má postura ou tensão muscular no pescoço e ombros.( Hunter A,
Kalathingal)
Além disso, o fisioterapeuta pode solicitar exames de imagem, como
radiografias ou tomografias computadorizadas, para ajudar a avaliar a estrutura da
articulação temporomandibular e descartar outras condições que possam estar
garantidas para a dor e a disfunção da mandíbula (Freitas, D. G. de ., Pinheiro).

3. SINAIS E SINTOMAS
Podem variar de pessoa para pessoa e podem incluir:
Dor na mandíbula: A dor na mandíbula é um dos sintomas mais comuns da
DTM(disfunção temporomandibular ). A dor pode ser constante ou intermitente e
pode piorar ao falar, mastigar ou bocejar. (Ferreira, C. L. P)
Dor no ouvido: Um DTM pode causar dor no ouvido, muitas vezes confundida
com uma infecção no ouvido.
Ruídos na mandíbula: A DTM pode causar ruídos na mandíbula, como
estalos, crepitação ou rangidos durante a abertura e fechamento da boca.
Dificuldade para abrir ou fechar a boca: A DTM pode afetar a mobilidade da
mandíbula, tornando difícil abrir ou fechar a boca completamente.
Dor de cabeça: A DTM pode causar dores de cabeça, especialmente nas
temporas, que podem ser confundidas com imaginadas.
Dor no pescoço e nos ombros: A tensão muscular na mandíbula pode ser
restrita para o pescoço e os ombros, causando dor e compressão muscular.
Tontura ou vertigem: Em casos raros, a DTM pode causar paralisia ou
vertigem.
Deslocamento da mandíbula: Em casos graves, a DTM pode causar o
deslocamento da mandíbula, o que pode ser muito doloroso e exigir atenção médica
imediata. (Ferreira, C. L. P)

4. TRATAMENTO
O tratamento geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, incluindo
fisioterapia, medicamentos, dispositivos orais e mudanças no estilo de vida.
Existem várias abordagens de fisioterapia que podem ser usadas no tratamento da
disfunção temporomandibular (DTM), incluindo: (DE SOUZA GOMES)
4.1 Exercícios de alongamento Exercícios podem incluir movimentos de abertura e
fechamento da boca, botões laterais e rotação da mandíbula;para ajudar a melhorar
a mobilidade da mandíbula e reduzir a dor
4.2 Terapia manual: Massagem ou manipulação da mandíbula, para ajudar a aliviar
a dor e melhorar a mobilidade da articulação temporomandibular.( Barbosa, Alan
Nogueira)
4.3 Eletroterapia: A eletroterapia pode ser usada para reduzir a dor e a inflamação
na área da articulação temporomandibular. Isso pode incluir o uso de estimulação
elétrica, laser ou terapia de ondas de choque.( Travolo, Cláudia Regina Franchi)
4.4 Exercícios terapêuticos: Exercícios específicos para fortalecer os músculos da
mandíbula e melhorar a estabilidade da articulação temporomandibular. Esses
exercícios podem incluir movimentos de abertura, fechamento, lateralidade e
protrusão da mandíbula.
4.5 Modalidades de calor e frio: A aplicação de calor ou frio na área afetada pode
ajudar a aliviar a dor e reduzir a inflamação. O calor pode ser aplicado com
compressas quentes ou banhos mornos, enquanto o frio pode ser aplicado com
compressas frias ou bolsas de gelo.
4.6 Relaxamento muscular: Técnicas de relaxamento muscular, como respiração
profunda, meditação e biofeedback, podem ajudar a reduzir a tensão nos músculos
da mandíbula e aliviar a dor associada à DTM.
4.7 Medicação: Em alguns casos, o uso de medicamentos analgésicos, anti-
inflamatórios não esteroides (AINEs) ou relaxantes musculares pode ser necessário
para controlar a dor associada à DTM. Esses medicamentos devem ser prescritos
por um profissional de saúde e utilizados de acordo com as instruções.
4.8 Prescrição de dispositivos orais: O fisioterapeuta pode trabalhar em conjunto
um dentista ou especialista em odontologia do sono para prescrever dispositivos
orais, como placas de mordida, para ajudar a aliviar a pressão e a dor na articulação
temporomandibular.

5. CONCLUSÃO
Contudo vimos que a DTM é uma doença multifatorial, com a fisioterapia e a
ajuda de outros profissionais podemos chegar em uma solução favorável ao nosso
paciente.

REFERENCIAS
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Travolo, Cláudia Regina Franchi. Terapia a laser no tratamento de disfunção


temporomandibular e dor orofacial: revisão narrativa . Diss. 2023.
CAPITULO 32: REABILITAÇÃO E FISIOTERAPIA EM AMPUTADOS DE
MEMBROS INFERIORES E PRÁTICAS FISIOTERAPÊUTICAS RECOMENDADAS

Valéria Vivianni do Valle Soares

INTRODUÇÃO
A amputação causa danos significativos na vida do paciente, afetando
diretamente sua qualidade de vida, especialmente em termos de saúde física e bem-
estar emocional, demandando a necessidade de reabilitar o corpo após uma
amputação (BEKRATER-BODMANN, 2021). Após uma amputação de membros
inferiores, é essencial focar na independência, na recuperação da mobilidade
funcional e na melhoria da qualidade de vida, sendo fundamental seguir um
processo que envolve fisioterapia e reabilitação (ÜLGER; YILDIRIM; CELIK, 2018).
A reabilitação abrange uma série de abordagens terapêuticas com o objetivo
de maximizar as capacidades de uma pessoa, reduzir dependências e melhorar a
qualidade de vida após a incapacidade e, no contexto da amputação, a fisioterapia
desempenha um papel fundamental, auxiliando na recuperação da funcionalidade
física, como melhorar a força muscular, a mobilidade articular e a funcionalidade
geral (ÜLGER; YILDIRIM; CELIK, 2018). Este capítulo fornece uma visão
abrangente das melhores práticas em avaliação e tratamento fisioterapêutico,
fundamentadas nas evidências científicas mais recentes, com o propósito de orientar
e aprimorar o cuidado de pacientes amputados de membros inferiores.

AVALIAÇÃO E TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO


A amputação é um procedimento que envolve a remoção total ou parcial de
um membro e é utilizado como parte do tratamento para várias condições (SILVA,
2023). Existem diversas causas que podem levar à necessidade de amputação de
um membro, como condição crônica - como diabetes e doenças vasculares - bem
como a presença de tumores, tanto benignos quanto malignos. Além disso,
acidentes traumáticos, como aqueles relacionados a veículos automobilísticos ou
acidentes de trabalho, também podem resultar na necessidade de amputação
(RHENNS; OLIVEIRA; FONSECA, 2023).
As amputações são classificadas com base na localização no membro, seja
(i) membro superior (MMSS), em que as amputações podem variar desde
desarticulações no ombro até amputações no metacarpo, (ii) ou membro inferior
(MMII), em que as opções incluem amputações no pé, passando por amputações
transtibiais, desarticulações no joelho, até amputações transfemorais,
desarticulações no quadril e hemipelvectomias (SILVA, 2023).
Na reabilitação de pacientes amputados de membros inferiores, algumas
intervenções são essenciais, como o treino de marcha, o treinamento de equilíbrio e
de coordenação, o fortalecimento muscular e melhora da flexibilidade e exercícios
domiciliares (OLIVEIRA; FERREIRA, 2021). O restabelecimento da marcha
independente e funcional é uma das metas prioritárias na reabilitação de pessoas
que passaram por amputações de membros inferiores (SILVA; MOTTA; STOLT,
2017). O treino de marcha desempenha um papel central para ajudar os pacientes a
readquirir a independência na locomoção e, juntamente com o treinamento de
equilíbrio e coordenação, é fundamental para aprimorar a estabilidade, garantindo
melhora da funcionalidade e da qualidade de vida dos pacientes, abordando uma
variedade de aspectos, desde a aptidão cardiovascular até a força muscular e o
equilíbrio (OLIVEIRA; FERREIRA, 2021).
Os processos de reabilitação fisioterapêutica em indivíduos amputados são
divididos em duas fases distintas: a reabilitação pré e pós-amputação, que envolve a
preparação do paciente antes da amputação, e a reabilitação pré e pós-protética,
que se concentra na adaptação à prótese iniciada após a amputação (SILVA;
MOTTA; STOLT, 2017). A falta de acesso a uma prótese e à fisioterapia durante a
fase pré-protética pode resultar na debilitação do paciente, e, embora menos
motivador para o paciente, faz-se necessário a transição para o uso de cadeira de
rodas ou muletas visando à protetização, resgate e nova configuração da imagem
corporal (RHENNS; OLIVEIRA; FONSECA, 2023).
Deve-se ainda considerar o alívio do desconforto associado à dor em
pacientes amputados por meio de práticas fisioterapêuticas, que é desafiador devido
às várias formas de dor que os pacientes podem experimentar, como a dor da
cirurgia e a dor do membro fantasma. O tratamento da dor fantasma é personalizado
com base nas sensações relatadas pelo paciente e pode envolver exercícios,
estimulação elétrica, técnicas de dessensibilização e terapias como crioterapia e
ultrassom, visando melhora na qualidade de vida dos pacientes amputados (LURDE
et al., 2021).
A aplicação da cinesioterapia em pacientes amputados está associada a uma
série de benefícios, sendo capaz de melhorar a funcionalidade dos amputados de
MMII e levando a maior capacidade de realizar atividades diárias essenciais. Além
disso, a redução da dor também é associada à cinesioterapia, aliviando um dos
problemas frequentemente enfrentados por pacientes amputados. No entanto, é
fundamental ressaltar que o sucesso dessa intervenção pode depender de uma
avaliação individualizada, da adesão do paciente e da orientação adequada de
profissionais de saúde qualificados, com aplicação cuidadosamente adaptada às
necessidades e características de cada paciente (CASASA et al., 2021).
A fisioterapia logo após a amputação deve apresentar foco no
posicionamento correto no leito, dessensibilização do coto, exercícios assistidos e
livres, uso de bandagens, treinamento de propriocepção, fortalecimento do membro
residual, trabalho nos membros superiores e treinamento de marcha. Conforme o
quadro adaptado para cada paciente, as práticas fisioterapêuticas contribuem na
redução do tempo de tratamento e mantém e aumenta a força e equilíbrio do
membro residual, acelera o processo de protetização e promovendo a adaptação do
equilíbrio estático e da marcha (MILHOMEM et al., 2022). Dessa forma, a atuação
do fisioterapeuta é voltada para os tratamentos que incluem treinamento de
mobilidade, de marcha e de equilíbrio, fortalecimento muscular e controle da dor,
desempenhando um papel significativo na melhoria da qualidade de vida e na rápida
recuperação do paciente após a amputação de membros inferiores.

CONCLUSÃO
A reabilitação e a fisioterapia em amputados de membros inferiores são
etapas essenciais para restaurar a funcionalidade e a qualidade de vida após a
amputação, envolvendo a preparação antes da amputação e adaptação à prótese
após o procedimento. Durante esse processo, a fisioterapia desempenha um papel
fundamental, visando a recuperação da funcionalidade física, melhoria da força
muscular, mobilidade articular e funcionalidade geral. A cinesioterapia, por exemplo,
demonstra ser uma intervenção eficaz, proporcionando benefícios como a melhora
da funcionalidade, redução da dor e aumento da independência. Práticas como
treino de marcha, equilíbrio e fortalecimento muscular desempenham um papel vital
na reintegração do paciente à vida cotidiana.

REFERÊNCIAS
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importance for prosthetic satisfaction in lower limb amputees. Frontiers in
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