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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

CURSO SUPERIOR DE FISIOTERAPIA -223040

Eduardo Albino Semmler - RA: 22007884

Jordan Luiz Ferreira - RA: 22008383

Kael Garcia Ferreira - RA: 22010203

Leonardo de Vitti Pastori - RA: 22004078

Leonardo Soldera Floriano - RA: 22005477

Lucas Borges Fagundes - RA: 22003279

Murilo Gomes Pereira de Campos - RA: 22019272

Nicolas Costa Maia de Oliveira - RA: 22012129

Pedro Henrique Causo Zambelli - RA: 22001688

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL — ESCALA FUGL MEYER

Grupo2

Trabalho de Controle Motor – para avaliação.

Educadora técnica / Coordenadora do Projeto: Maria


Telma Dagmar Oberg.

Campinas

2023
1 ETAPA 1

O paciente em questão foi José Pedro da Silva de 63 anos com diagnóstico de


AVE Hemorrágico. Paciente em BEG, consciente, orientado e colaborativo. Em seu
exame físico foi constatado alterações tróficas e anexos: Sem alterações visíveis.
O exame do tônus muscular revela hipertonia nos membros superiores (MMSS),
especificamente na musculatura do braço direito (MSD) e esquerdo (MSE) sem
alterações significativas, nos membros inferiores (MMII) onde a hipertonia é observada
na perna direita (MID) e na esquerda esquerda (MIE), sem alteração. No tronco, a
tonificação muscular é considerada normal. Quanto ao trofismo, observa-se que o
desenvolvimento muscular é adequado e normotrófico em todos os grupos musculares
examinados, tanto nos MMSS quanto nos MMII e no tronco.
No que diz respeito à amplitude de movimento (ADM), há limitações
identificadas. Nos MMSS, nota-se restrição na flexão e abdução do ombro no braço
direito (MSD). Nos MMII, há limitação na flexão do joelho na perna direita (MID). Os
reflexos tendinosos apresentam variações. O reflexo bicipital está presente, mas
diminuído no braço direito (MSD), enquanto o tricipital também está presente, mas
diminuído no mesmo membro (MSD). O reflexo patelar está aumentado na perna direita
(MID), e o reflexo aquileu está ausente. Ao examinar os automatismos medulares, o
sinal de Babinski está ausente, enquanto a tríplice flexão está presente, sendo
classificada como hiperativa. O clônus, por outro lado, foi classificado como ausente.
Quanto aos encurtamentos musculares, observa-se encurtamento nos
extensores de cotovelo nos MMSS. Nos MMII, não há encurtamentos significativos
mencionados. Finalmente, em relação aos movimentos involuntários, o paciente
apresenta tremores de ação no membro superior direito (MSD).
No âmbito das Atividades de Vida Diária (AVD), o paciente enfrenta limitações
em tarefas como tomar banho sem ajuda ou segurar objetos, embora consiga realizar
atividades como levantar e sentar de forma independente com dificuldade. A habilidade
de se vestir permanece desafiadora e requer assistência, sendo um foco específico do
plano de tratamento.
2 ETAPA 2

Para avaliar o comprometimento motor e sensorial após um AVC, foi introduzida


a Escala de Avaliação de Fugl Meyer (EFM) em 1975 por Fugl-Meyer. Esta escala foi o
primeiro instrumento quantitativo para medir a recuperação sensório-motora após um
AVC e é amplamente reconhecida e utilizada tanto na pesquisa como na prática clínica.
Tem o objetivo de identificar a atividade seletiva e os padrões sinérgicos em pacientes
que sofreram AVC. Essa escala foi desenvolvida sob a premissa de que a restauração
da função motora em pacientes hemiplégicos segue um curso previsível.
A EFM é um sistema de pontuação cumulativa que avalia seis aspectos dos
pacientes: amplitude de movimento, dor, sensibilidade, função motora das
extremidades superiores e inferiores, equilíbrio, coordenação e velocidade, totalizando
226 pontos. Cada item é avaliado em uma escala ordinal de três pontos: 0 (não pode
ser realizado), 1 (realizado parcialmente) e 2 (realizado completamente). A pontuação
máxima para a função motora normal é de 100 pontos, sendo 66 para a extremidade
superior e 34 para a inferior. A avaliação motora inclui a medição do movimento,
coordenação e atividade reflexa nas articulações do ombro, cotovelo, punho, mão,
quadril, joelho e tornozelo. Fugl-Meyer atribuiu uma classificação de comprometimento
motor com base na pontuação, onde menos de 50 pontos indicam um
comprometimento motor grave, 50-84 indicam um comprometimento significativo, 85-95
indicam um comprometimento moderado e 96-99 indicam um comprometimento leve.
(MAKI 2006)
O acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico, predominantemente causado
pela pressão alta descontrolada e pela ruptura de um aneurisma, pode também ser
desencadeado por diversos outros fatores. Entre esses, destacam-se distúrbios de
coagulação do sangue, ferimentos na cabeça ou pescoço, tratamento com radiação
para câncer na região cervical ou cerebral, arritmias cardíacas, doenças das válvulas
cardíacas, defeitos cardíacos congênitos, vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos)
associada a infecções como sífilis, doença de Lyme, vasculite e tuberculose,
insuficiência cardíaca e infarto agudo do miocárdio. A evolução do AVC hemorrágico
está intrinsecamente ligada às sequelas motoras e sensitivas resultantes da doença. O
impacto dessas sequelas determina a progressão e o desfecho do quadro clínico,
influenciando diretamente na qualidade de vida e nas habilidades funcionais do
paciente como, fraqueza muscular, perda do controle de movimentos, alterações na
sensibilidade, dificuldade de comunicação,d ificuldade para engolir alimentos, crises
convulsivas, depresão.
AULA1: Consciente e orientado, compreende e efetue movimentos designados,
dificuldade de fazer alguns movimentos por conta de encurtamento muscular principalmente no
lado direito do corpo, possui um nível da ação bom em determinados ambientes, nível do
movimento direito com dificuldade, nível neuromotor sem força e equilíbrio. AULA2: Por conta
do seu caso a teoria reflexa a unidade sensorial não seria o primário do movimento por conta de
falta de estímulo ou ausência dele, e tira a iniciação de movimentos novos, o que precisamos
na reabilitação. Hierárquico não pois os centros mais baixos nestes caso efetuaram certos
movimentos, como por exemplo os movimentos involuntários do paciente de tremedeira em
MSD, teoria da programação motora é essencial nos exercícios para reabilitar e fazer com que
o paciente reaprenda o movimento, teoria dos sistemas usada nos exercícios, meios externos
cooperam para a realização da atividade pois ele tem um encurtamento muscular e dificuldade
em MSD, teoria ecológica para detectar o ambiente e aperfeiçoar o movimento, como por
exemplo um traço fino, a melhora da tremedeira virá a partir de exercícios visando essa teoria,
como pegar um copo com água com o braço direito. AULA3: Comprometimentos
neuromusculares primários como fraqueza motora(hemiparesia), problemas de coordenação e
movimentos involuntários (tremor no MSD) e secundários, atrofia muscular e doenças
articulares.
AULA4: Possui função poupada do lado em hemiparesia. AULA5: Usamos tanto a forma
não associativa quanto a associativa, não associativa em movimentos de traços finos
repetitivos, somente flexionar o dedos para causar habituação, criando uma sensibilização
como a bolinha de gude e a vibração usadas na consulta; e associativa como o treino de subir
escadas e marcha, e modelos de biofeedback. AULA6: Visto no treino de marcha, e força, pois
para manter boa postura os músculos tem que estar fortalecidos como por exemplo os
paravertebrais ou quadríceps, treino de sentar e levantar, trabalho o córtex frontal e motor na
parte de planejamento de movimento e coordenativo dos músculos que estão sendo
fortalecidos.
AULA7: Também no treino de marcha e levantar e sentar, por conta da hemiplegia em
MID que dificulta tanto a estabilidade como a mobilidade, tarefas de locomoção (andar,
agachar, subir ) e de transferência (rolar, virar se , levantar). AULA8: Noções de preensão e
manipulação do MMSS, por conta da tremedeira e hemiparesia muito importante tratamento
para que o paciente volte a fazer suas AVD da melhor forma possível, e desprendimento,
trabalho de extensão dos dedos, soltar objetos, uso de alongamentos e treinamentos
especificos

3 ETAPA 3

Durante o acompanhamento do paciente foram introduzidos alguns exercícios


para comparar a funcionalidade da parte comprometida com a parte que está na sua
funcionalidade normal, dentre estes exercícios o escolhido foi “pegar argola, colocar
argola no bastão, retirar a argola do bastão e entregar ao terapeuta”. Podemos
relacionar com algumas matérias passadas em sala, que nos mostram formas de
recuperação e aprimoramento das capacidades afetadas após a lesão assim como
melhora das restrições geradas pelo caso clínico, testando assim a capacidade
funcional, o comprimento das demandas da tarefa proposta e a interação com o
ambiente, as teorias são utilizadas para trazer uma forma mais abstrata de como é a
funcionalidade do controle motor em geral, dentre estas teorias temos, a reflexa,
hierárquica, de programação motora, dos sistemas e a ecológica que andam lado a
lado na reabilitação do paciente para a vida, tentando aproximar ao máximo a
funcionalidade normal dos movimentos. Indo para o viés das restrições, temos o tônus
muscular mais aparente (em hipertonia), e a coordenação motora afetada (muitos
espasmos e falta de controle), onde esse exercício tem como proposta trabalhar de
forma ativa essas restrições, de forma lúdica e eficiente.
Alguns comprometimentos relacionados às lesões do sistema nervoso vem de
três fatores principais: cognição, percepção e ação. Os comprometimentos da lesão do
sistema motor apresentados são, hemiplegia (lado direito do corpo), com hipertonia
(roda denteada, que são episódios alternados de resistência e relaxamento), problemas
de coordenação que trazem consigo características de sinergias anormais (padrão de
movimento anormal), tempo de movimento lentificado e uma perceptível dismetria na
realização da tarefa requisitada pelo terapeuta. A recuperação da função vem com o
reaprendizado (que é uma forma de neuroplasticidade, visando trazer o mais próximo
do normal, porém sendo satisfatório também a compreensão de novas formas de
realizar os movimentos, denominado como compensação).
O controle postural antecipatório vem concomitante à isso, de modo que para
realizar o exercício, o paciente deve preparar o movimento de forma específica para a
tarefa, tendo a fase preparatória (seleção e ativação dos músculos posturais) e a fase
de compensação (estabilizar ainda mais o corpo) — inclinando o corpo para alcançar a
argola e estabilizando para que seja possível a realização do exercício. Existem alguns
fatores contribuintes para a recuperação, tais como o enriquecimento ambiental e a
nutrição, que são neuroprotetores, exercício e treinamento que usam atividades
específicas para uma melhor absorção e reabilitação da função do paciente, a
aprendizagem motora pode envolver novas estratégias buscando a aquisição de
habilidades para tarefas mais complexas mas para isso temos que praticar para gerar o
maior aprendizado, para um melhor aprendizado são implantados diferentes tipos de
treinamentos, denominado prática variável que é responsável por permitir uma maior
variedade de tarefas. Pensando em alcance e preensão, o exercício escolhido trabalha
de maneira excepcional este conteúdo, pois para que o paciente estique o braço e
pegue a argola ele está trabalhando a fase de alcance, e para que ele segure e transfira
a argola, a fase de preensão está sendo focada.
Como proposta para adicionar dificuldade e evolução ao paciente, foi pensando o
ato de levantar e sentar entre os movimentos de pegar e repassar a argola, com os
comandos verbais da fisioterapeuta em questão.

4 CONCLUSÃO

Levando em conta todo o plano curricular desta respectiva matéria, a análise e


acompanhamento de todos os tópicos relacionados ao paciente, suas dificuldades e
adaptações após esse caso. Tivemos exito em estar analisando a EFM proposta para
esse paciente, como também relacionar um simples exercício feito pelo paciente com
todas os conteúdos estudados e vistos em sala e ministrados pela professora Telma.
Entre todos os casos possíveis de AVE, o paciente José Pedro não mostrou ser o mais
complexo e o mais afetado dentro das possibilidades. O tratamento em si, tende a
ajudá-lo com sua melhora de qualidade de vida e em suas AVD´s.

5 BIBLIOGRAFIA

Referência: MACHADO, lethicia. O dialeto médico para estudantes de medicina |


Colunistas. [S. I.], 23 abr. 2019. Disponivel em: https://www.sanarmed.com/dialeto-
medico-para-estudantes-de-medicina-colunistas#. Acesso em: 8 nov. 2023.

Referência: 11 sequelas comuns do AVC. [S. I.], 6 abr. 2011. Disponível em:
https://www.tuasaude.com/sequelas-de-avc/. Acesso em: 8 nov.2023.

Referência: MAKI, T. et al. Estudo de confiabilidade da aplicação da escala de Fugl-


Meyer no Brasil. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 10, n. 2, p. 177–183, 2006.
Acesso em: 8 nov. 2023.

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