Você está na página 1de 41

31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado


Profª. Joseane Rodrigues de Oliveira Profª. Natalia da Palma Sobrinho

Descrição

Os cuidados de enfermagem na mobilidade e locomoção de pacientes com distúrbios locomotores, a posição de conforto ao
paciente hospitalizado, as medidas de contenção no leito, a mudança de decúbito e a escala de Braden.

Propósito

Conhecer a Sistematização da Assistência de Enfermagem na promoção de medidas de conforto ao paciente hospitalizado é


fundamental para proporcionar um cuidado pautado nos conhecimentos técnicos científicos e minimizar as complicações oriundas
de uma internação prolongada.

Objetivos

Módulo 1

Pacientes com distúrbios locomotores

Identificar o cuidado de enfermagem na mobilidade e locomoção de pacientes com distúrbios locomotores.

Módulo 2

Posição de conforto
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 1/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Reconhecer a posição de conforto.

Módulo 3

Mudança de decúbito e aplicação da escala de Braden

Analisar a mudança de decúbito e a aplicação de escala de Braden.

Módulo 4

Medidas de contenção no leito

Identificar as medidas de contenção no leito.

Introdução
O cuidado desenvolvido na prática cotidiana por profissionais de saúde já deixou de ser um cuidado prestado passivamente.
Ao contrário, cada vez mais se suscita a participação, colaboração e se sente a intervenção do público externo (familiares,
cuidadores, rede de apoio) do paciente na prestação do cuidado.

Em um paciente com restrição de movimentos, essa condição é um imperativo. O atendimento dessa clientela pressupõe um
alto nível de envolvimento da rede de apoio para que o paciente possa desempenhar suas atividades, obtendo adequações de
sua rotina.

Cabe ao enfermeiro, em sua vertente de educador, realizar diagnóstico situacional referente às medidas necessárias para
pontuar, intervir e sugestionar atuações que possam, da melhor maneira possível, atender aos objetivos de assistência e
prestação de conforto a esse indivíduo.

Instrumentos como escalas e escores são aliados na documentação, na qualidade e na uniformidade de relato do
profissional. Considerando a importância do conhecimento, é necessário o aprofundamento de cada item para a correta
aplicação dessas ferramentas.

Por isso, neste conteúdo, entenderemos a importância do ambiente como fator de influência na melhoria da assistência em
saúde. Veremos, também, como a enfermagem identifica elementos que interferem no conforto. Por fim, identificaremos
modos de aplicar medidas de promoção de conforto ao indivíduo hospitalizado.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 2/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

1 - Pacientes com distúrbios locomotores


Ao final deste módulo você será capaz de identificar o cuidado de enfermagem na mobilidade e locomoção de
pacientes com distúrbios locomotores.

Sistema locomotor e distúrbios


O sistema locomotor é formado por ossos, articulações, músculos, tendões e ligamentos, que juntos conferem a nós sustentação do
corpo e postura corporal, suportam tecidos circunjacentes, protegem órgãos vitais (por exemplo, coração, cérebro e pulmões),
possibilitam a manutenção da temperatura corporal e, ainda, auxiliam no movimento do corpo, na produção de células sanguíneas
(medula óssea) e no armazenamento de sais minerais.

O funcionamento adequado do sistema locomotor é interdependente e é fundamental para a qualidade de vida do indivíduo,
contudo, os problemas nesse sistema são comuns, podendo ocorrer em qualquer grupo etário.

Tais distúrbios, em geral, não promovem diretamente risco à vida, mas carregam consigo efeito sobre a qualidade de vida da pessoa
acometida e sua produtividade social.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 3/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Exame físico em pacientes com distúrbios locomotores

Dessa maneira, cabe à enfermagem a realização de um exame físico adequado mediante técnicas de inspeção e palpação visando
identificar distúrbios ósseos, musculares e articulares. O foco do enfermeiro, nesse momento da assistência, é perceber a
capacidade funcional do indivíduo para executar ou não as atividades cotidianas. Com isso, observaremos a seguir os principais
pontos de avaliação funcional que devem ser realizados pelo enfermeiro:

Avaliação da postura

Por meio da inspeção da postura do indivíduo, é possível observar alterações da coluna vertebral. O examinador deve
ficar atento à simetria do tronco e às diferenças na altura dos ombros ou crista ilíaca. Alterações nesses pontos são
sugestivos de distúrbios da coluna vertebral como cifose, lordose e escoliose.

Avaliação da marcha

O examinador deve observar a forma de caminhada do indivíduo, atento ao ritmo e ao movimento realizado. Nessa
avaliação, podemos observar claudicação por sequela motora ou neurológica ou problemas articulares que
impossibilitam o movimento completo e regular.

Avaliação da integridade óssea

A integridade óssea é avaliada mediante observação da simetria e do alinhamento do corpo. Deformidades ou


alterações são sugestivas de tumores ósseos, desgaste articular e até mesmo fraturas.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 4/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Avaliação da função articular

O sistema articular deve ser observado pelo examinador por meio da inspeção e da palpação com foco na amplitude
do movimento, deformidade e estabilidade. Deformidades nesse sistema são sugestivas de patologia articular (ex.:
artrose), deformidade esquelética, contratura muscular e até mesmo acúmulo de líquido na cápsula articular.

Avaliação muscular

O sistema muscular deve ser avaliado com base principalmente na força e na coordenação de movimentos. Por
intermédio desses critérios, é possível avaliar a capacidade do indivíduo de executar movimentos e mudar de posição,
bem como analisar sua força muscular. Deformidades no grupo muscular são indicativos de polineuropatias,
distúrbios de hidroeletrolíticos que inferem na contração muscular, miastenia, entre outros.

Avaliação da pele

Para uma adequada avaliação da pele, o examinador deve fazer uso da inspeção e da palpação em busca de achados
como edema, alteração de temperatura e coloração. A temperatura aumentada em uma região pode indicar infecção;
em caso de temperatura mais fria, alterações circulatórias.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 5/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Avaliação do estado neuromuscular

O examinador deve ficar alerta para a avaliação neuromuscular principalmente em casos de indivíduos que sofrem
fraturas, pois há alto risco de ocorrência da síndrome compartimental que, quando não identificada precocemente,
pode levar à perda do membro afetado. São sinais de alerta: alteração de circulação (pálida), alteração de movimento
(fraco) e alteração de sensação (dor e/ou parestesia).

Atenção

A síndrome compartimental consiste na pressão aumentada do tecido dentro de um compartimento fascial apertado, o que resulta
em isquemia do tecido.

É importante ressaltar que, diante de um exame funcional alterado com base em sinais, sintomas ou afecção física, cabe ao
enfermeiro registrar detalhadamente em prontuário a disfunção, comunicar a informação ao médico e assim decidir a conduta e/ou
intervenção mais segura ao paciente.

Dentre as possíveis situações observadas no cotidiano da prática, podemos citar, por exemplo, os casos de trauma da coluna
vertebral cervical, em que o indivíduo faz uso do colar cervical e este não deve ser retirado até a exclusão de trauma raquimedular
pelo médico por meio de radiografia. Há também os casos de trauma pélvico que podem atingir órgãos abdominais e impactar, por
exemplo, o funcionamento do sistema geniturinário, ocasionando sangramento através do meato urinário.

Portanto, a ocorrência de distúrbios locomotores provoca alterações na vida do indivíduo. A incapacidade funcional advinda da
sequela de distúrbios do campo esquelético, muscular e/ou articular afeta diretamente a independência, a autonomia e a qualidade
de vida.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 6/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Smeltzer e Bare (2014) definem que a pessoa que apresenta incapacidade possui uma limitação no desempenho ou na atuação das
atividades cotidianas. Confira mais alguns detalhes a seguir:

Incapacidade grave

É considerado incapacidade grave quando a pessoa não consegue realizar uma ou mais atividades, e precisa de dispositivos
para locomoção (prótese ou órtese) ou da ajuda de terceiros. Na ocorrência de incapacidade grave, é necessária a intervenção
do Estado por meio do fornecimento de benefício. A incapacidade pode ocorrer em qualquer faixa etária, atingindo qualquer
sistema orgânico, gerando também níveis distintos de dependência.
arrow_forward

Distúrbios locomotores

Acolher o paciente com distúrbios locomotores que necessite de assistência hospitalar de modo a minimizar riscos
relacionados à assistência de saúde, bem como proporcionar conforto e ambiente acolhedor com redução de fatores que
gerem estresse (odores, higiene precária, ausência de insumos, desinformação/informações desencontradas) são parâmetros
que interferem beneficamente no processo de recuperação de saúde.

O enfermeiro tem papel crucial na sinalização e organização desse processo. Os estudos e trabalhos desenvolvidos pela precursora
da enfermagem moderna Florence Nightingale (1820–1910) fundamentaram o cuidado de enfermagem baseado em evidências
científicas, por meio de medidas focadas nas condições do ar, luz, limpeza e nutrição, pela elaboração e implantação de métodos

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 7/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

organizados de trabalho. Esses métodos e conhecimentos devem ser aplicados e aprimorados diariamente no cotidiano clínico da
assistência de enfermagem. Entenda melhor sobre esse assunto a seguir:

Adoecimento
O processo de adoecimento é uma condição que, por si só, gera desgaste, estresse, medos e angústia primeiramente ao indivíduo
acometido, mas também à sua rede social (familiares, amigos, unidades sociais pertencentes ao grupo laboral e religioso).

Equilíbrio
A enfermagem tem como premissa o estabelecimento de medidas geradoras de conforto ao paciente, além da identificação de
fatores que perturbem o equilíbrio na execução de uma assistência segura.

Melhorias
O enfermeiro deve possuir olhar atento aos parâmetros que possam sofrer algum tipo de interferência na qualidade da assistência,
de modo a buscar estratégias e prover condições de melhorias para a prestação dos serviços de atendimento direto ou indireto ao
paciente e sua rede de apoio de maneira segura.

Assistência de enfermagem e medidas de conforto em pacientes


com distúrbios locomotores
No universo da assistência de enfermagem, medidas geradoras de conforto são um resultado esperado do cuidado realizado,
principalmente no tocante a pacientes com distúrbios locomotores. Por isso, é imprescindível ao enfermeiro compreender a
dimensão da palavra conforto e sua aplicabilidade na prática de cuidados. O termo conforto está relacionado ao atendimento das
necessidades humanas básicas de forma a proporcionar diminuição da carga emocional de uma experiência dolorosa e isso varia
de pessoa para pessoa.

Atenção

Podemos pensar nos cuidados de enfermagem em pacientes com distúrbios locomotores conforme a teoria do conforto de
Katherine Kolcaba (2003), que caracteriza o conforto como uma experiência imediata, relacionada à sensação de alívio e
tranquilidade, considerando os eixos: físico, psicoespiritual, sociocultural e ambiental.

Acerca da assistência de enfermagem nesse contexto, pautada em cuidados que geram conforto, podemos pensar em intervenções
na prática clínica para cada eixo proposto por Kolcaba. Vamos lá?

Teoria do conforto Cuidado de enfermagem

Físico Controle da dor

Vias aéreas pérvias

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 8/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Teoria do conforto Cuidado de enfermagem

Higiene

Posicionamento do paciente

Cuidados com a pele para prevenção de


lesão por pressão

Apoio espiritual

Psicoespiritual Redução da ansiedade

Diálogo com confiança

Iluminação e organização

Limpeza adequada

Temperatura ambiente agradável


Ambiental

Controle de ruídos

Aromaterapia (Práticas Integrativas e


Complementares do SUS - PICs)

Interação com a rede de apoio

Atendimento harmonioso

Sociocultural Participação em grupos de apoio

Atividades lúdicas

Estímulo ao autocuidado

Quadro. Assistência de enfermagem para o conforto do paciente. Joseane Oliveira e Natalia da Palma Sobrinho

Saiba mais
Por vezes, construímos a imagem de que a causa da incapacidade funcional nos indivíduos portadores de alterações locomotores
está relacionada unicamente às patologias e ao processo de envelhecimento, entretanto, no Brasil, as pesquisas apontam para um
outro motivo relacionado às incapacidades, os acidentes de trânsito.

Segundo a Rede Sarah (2021), os acidentes de trânsito foram a primeira causa externa de internação, com 47,7% dos casos. As
agressões — incluindo arma de fogo, arma branca e agressão física — constituem a segunda causa externa de internação, 22,6% dos
casos. Aparecem, ainda, como causas externas nessa pesquisa, as quedas (15,5%), os acidentes com mergulho (4,5%), os impactos
por objetos pesados (2,7%), entre outras (7,0%). O perfil dos acidentados também é descrito neste estudo: 57% oriundos de
acidentes de motocicletas, os pacientes investigados eram, em sua maioria, adultos jovens, homens (74,8%), solteiros (65,5%) e
residentes em área urbana (75,4%). Na faixa etária de 20 a 29 anos, observou-se a proporção de 4 homens para cada mulher.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 9/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Pontuando de modo direcional sobre a condição dos pacientes com limitação de mobilidade em razão de distúrbios locomotores, o
enfermeiro torna-se imprescindível no planejamento de plano de cuidados, no estabelecimento de metas e adequação, no
dimensionamento de profissionais para execução dos cuidados, bem como na identificação de possível dependência ou limitação
dos pacientes.

Exemplo

Considere um paciente paraplégico. A logística quanto à necessidade de locomoção, transferência do leito para cadeira e vice-versa;
realização das necessidades fisiológicas é espontânea ou necessita de estímulos? O indivíduo tem condições de realizar o
autocuidado?

Ao enfermeiro cabe também o desafio de identificar possíveis barreiras na prestação desse cuidado. Barreiras estruturais são
facilmente identificadas e primariamente pontuadas, mas não são as únicas. Para um paciente com limitação de locomoção,
escadas podem ser um obstáculo a ser transposto. A localização geográfica ou espacial da residência é um outro exemplo. O
indivíduo possui veículo particular ou necessita de transporte público? São alguns pontos que merecem reflexão e abordagem
diferenciada pensando na autonomia máxima e na qualidade de vida do indivíduo.

Com vistas ao processo de enfermagem para pacientes com distúrbios locomotores e à elaboração do plano de cuidados, os
seguintes diagnósticos de enfermagem devem ser considerados:

mobilidade física prejudicada;

intolerância a atividade;

risco para lesão;

risco para síndrome de desuso;

deambulação prejudicada;

mobilidade em leito prejudicada.

Atenção

Outro ponto importante: é imprescindível auxiliar esse indivíduo a se reinserir no meio social e laboral, de modo a não desenvolver
outras condições como distúrbios psicológicos e/ou psiquiátricos, lesões por pressão ou acometimentos oportunistas como
infecções no trato urinário.

A equipe de enfermagem deve estar devidamente preparada para atuar na assistência clínica quando se depara com a condição de
atenção ao paciente com limitação de movimentos. Entenda melhor a seguir:

Plano de cuidado

Um plano de cuidado conciso deve abranger, ainda durante a hospitalização, orientação e treinamento do paciente e de sua
rede de apoio para as condições de limitação física no que tange à locomoção, movimentação no leito, prevenção de lesão por

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 10/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

pressão e aos cuidados com a pele em geral, alterações vesicointestinais, sexualidade e assuntos de necessidade do paciente
e da família que possam impactar o seu retorno social.

arrow_forward
Atenção às necessidades

É preciso entender que o indivíduo que apresenta distúrbios do sistema locomotor necessita de atenção à sua demanda para
conseguir desempenhar atividades sob a perspectiva de uma nova realidade. Cabe ao enfermeiro e à equipe ter escuta e olhar
atento para auxiliar o paciente no processo, instrumentalizando estratégias cotidianas de modo a facilitar e proporcionar
escolhas que se adequem e, consequentemente, promover qualidade de vida.

video_library
Mobilidade e locomoção de pacientes: assistência de enfermagem
Conheceça agora um pouco mais sobre a relevância do entendimento dos distúrbios locomotores e dos cuidados de enfermagem
direcionados para esse público. Assim, você se aproximará de experiências do cenário de atendimento. Vamos lá!

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 11/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Paciente adulto jovem, vítima de colisão lateral entre motocicleta e ônibus, deu entrada no serviço de emergência de um grande
centro urbano. Apresenta múltiplas escoriações, fratura exposta em membro inferior direito. Adentra ao centro cirúrgico, onde o
membro sofre correção da fratura. Já instalado na unidade de internação, a enfermeira do setor traça plano de cuidados para o
paciente e orienta equipe. Utilize V para alternativas verdadeiras e F para alternativas falsas e ao final marque a sequência
correta:

( ) Orientado quanto à mudança de decúbito para evitar surgimento de lesão por pressão.

( ) Paciente refere estar nauseado por conta dos remédios e por isso não se alimenta bem. Isso não é relevante, pois o paciente
é jovem e possui reserva orgânica preservada.

( ) Imobilização do membro não interfere nas eliminações vesicointestinais do paciente.

( ) O cisalhamento, a fricção e o contato com urina e fezes são fatores que interferem no contato da pele, facilitando surgimento
de lesão por pressão.

( ) Imobilidade no leito por alteração osteomuscular é uma condição que, se não observada com atenção, pode gerar
consequências graves como tromboses, baixa perfusão, redução de turgor e funcionalidade do membro.

A V-F-V-V-V

B F-V-V-V-V

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 12/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

C V-V-V-F-F

D V-F-F-V-V

E F-F-F-V-V

Parabéns! A alternativa D está correta.

O paciente refere estar nauseado por conta dos remédios e por isso não se alimenta bem. Essa queixa é relevante tendo em
vista que o aporte proteico diminuído é um facilitador para surgimento de lesão por pressão independentemente da idade, ainda
que os idosos já possuam um agravamento orgânico pelo avançar da idade e por outras condições como comorbidades e uso
de medicamentos. A imobilização do membro interfere nas eliminações vesico intestinais do paciente, uma vez que, por vezes,
ele fica impossibilitado de sair do leito, com restrição a deambulação, o que auxilia no trânsito intestinal diminuído. Além disso,
o desconforto de ter que realizar as eliminações intestinais no leito com uso de fraldas, comadres ou patinhos gera
constrangimentos.

Questão 2

São diagnósticos de enfermagem relacionados à mobilidade prejudicada

mobilidade física prejudicada, intolerância à atividade, risco para lesão, risco para síndrome de desuso,
A
deambulação prejudicada e mobilidade em leito prejudicada.

imobilidade física presente, intolerância à atividade, risco para lesão, risco para síndrome de desuso,
B
deambulação prejudicada e imobilidade em leito prejudicada.

mobilidade física prejudicada, intolerância à atividade, risco para lesão, risco para síndrome de uso,
C
deambulação prejudicada e mobilidade em leito prejudicada.

mobilidade física prejudicada, intolerância à lactose, risco para lesão, risco para síndrome de uso, deambulação
D
prejudicada, mobilidade em leito prejudicada.

mobilidade física prejudicada, intolerância a atividade, risco para lesão, risco para síndrome de uso,
E
deambulação auxiliada e mobilidade em leito prejudicada.

Parabéns! A alternativa A está correta.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 13/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Imobilidade física, imobilidade em leito prejudicada e risco para síndrome de uso não são catalogados como diagnóstico.
Intolerância à lactose não tem relação com caso. Deambulação auxiliada também não está presente na taxonomia de NANDA.

2 - Posição de conforto
Ao final deste módulo você será capaz de reconhecer a posição de conforto.

Posições e suas finalidades

O paciente busca atendimento nos serviços de saúde para se submeter a procedimentos com fins diagnósticos ou de tratamento e,
para cada um desses momentos de cuidado, a enfermagem deve ter clareza quanto à melhor posição a ser aplicada e ter
conhecimento técnico acerca do modo correto de posicionar o paciente para realização desses procedimentos, a fim de evitar lesão
transitória ou até mesmo permanente. Portanto, é primordial que o enfermeiro conheça as posições e suas finalidades.

Nesse sentido, vamos apresentar a seguir diferentes posições e suas técnicas, que poderão ser aplicadas para proporcionar
conforto em exame físico, procedimentos diagnósticos, tratamentos e cirurgias.

Decúbito dorsal ou posição supina expand_more

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 14/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Posição em que o paciente está com região dorsal do corpo em contato direto com a superfície da cama e a cabeça está
alinhada com coluna vertebral, sem alteração na inclinação, podendo ou não utilizar travesseiros. São aplicados rolos/coxins
em calcâneos para evitar atrito da região com leito.

Decúbito lateral expand_more

A cabeça deve estar alinhada à coluna vertebral. Um dos ombros e uma lateral do quadril está em contato direto com o
colchão, deixando, assim, a coluna livre de contato com a superfície. Pode ser para o lado direito ou esquerdo. É fundamental
uso de coxins e travesseiros para manter conforto do paciente e assegurar a proteção de proeminências ósseas.

Decúbito ventral ou posição prona expand_more

Conduta frequentemente adotada nos pacientes acometidos pela covid-19, tanto em unidade de terapia intensiva (prona
passiva) como em enfermarias, onde o próprio paciente realiza o posicionamento (prona ativa). Nessa posição, o paciente
fica com a região ventral em contato com o colchão diretamente, sem alteração da angulação do leito. É utilizada para
descompressão e reexpansão alveolar dos segmentos dorsais, atingidos pela atelectasia. Favorece o deslocamento da
região cardíaca para posição ventral, onde se espera melhora expressiva no volume para ventilação.

A cabeça encontra-se lateralizada, sendo importante o uso de travesseiro /apoio de cabeça. Um membro superior de modo
contralateral ficará abaixado em contato com a superfície corpo, enquanto o outro membro superior estará erguido na altura
de ombro, flexionando cotovelo, em movimento denominado “posição nadador”.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 15/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Importante realizar mudança na lateralidade do posicionamento de membros e cabeça por período estabelecido, conforme
protocolo institucional. A literatura sugere que a mudança ocorra a cada 3 horas. O tempo estimado para essa posição não
deve ultrapassar 20 horas, geralmente a conduta clínica fica em 16 horas em prona.

Posição de Fowler expand_more

Posição na qual o paciente se encontra de modo dorsal (costas no colchão) e a cabeceira da cama é elevada, deixando-o em
posição semelhante à sentada. A angulação deve ser de 45° a 90°, com ligeira flexão de joelhos. Em muitas situações, é
necessária a alteração na angulação das pernas, proporcionando conforto e evitando que paciente escorregue na cama.

Posição de semi-Fowler expand_more

Semelhante à Fowler, nesta posição a inclinação fica em torno de 30°, fazendo com que o paciente fique semissentado.

Posição de Sims expand_more

Nesta posição, o paciente deverá ser colocado em decúbito lateral esquerdo com as duas pernas flexionadas. Acerca dos
membros superiores, o membro em contato direto com leito fica estendido; já o oposto, flexionado. Indicada como posição
para realização de exame/cirurgias retais.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 16/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Posição de litotomia ou ginecológica expand_more

Posição realizada no próprio leito ou em mesa ginecológica, realizada por meio da flexão das pernas contra a coxa, fletindo
os membros inferiores ao máximo e mantendo os joelhos afastados, para permitir a visualização da genitália da paciente.
Geralmente, essa posição é utilizada para fins de exames ginecológicos, exame de reto e parto.

Posição de Trendelenburg expand_more

Em decúbito dorsal, o paciente realiza o declínio da cabeça e do tronco e a elevação dos membros inferiores em um ângulo
entre 30° e 45°. Esse posicionamento favorece a drenagem de secreção pulmonar e, por força da gravidade, proporciona a
eliminação de secreção brônquica espontaneamente, implicando melhora da condição clínica respiratória do indivíduo.

Posição de Trendelenburg reverso expand_more

Inversa à posição de Trendelenburg, nesta posição, a cabeça e o tronco do paciente ficam inclinados em um ângulo entre 30°
e 45° acima dos membros inferiores. Geralmente é aplicada em cirurgias abdominais, pois mantém as alças intestinais em
melhor posicionamento e favorece também a diminuição da pressão sanguínea cerebral.

É possível perceber, desse modo, que a utilização das posições atende à execução de exames ou condições cirúrgicas, mas também
atende ao cuidado de enfermagem no que tange às medidas de conforto, a depender das necessidades clínicas do paciente.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 17/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Posições e sua aplicabilidade como medida de conforto

Quando o paciente apresenta dificuldade e limitação quanto à sua mobilidade, alguns problemas podem surgir, como músculos
enfraquecidos, contraturas articulares e deformidades.

As atividades de cuidado e atenção a esse paciente serão desenvolvidas de modo coletivo e multidisciplinar, tendo em vista que, ao
estimular a musculatura, o indivíduo possa sentir dor, perda de força muscular e limitação na execução das atividades propostas.
Assim, faz-se necessária a atuação do profissional de fisioterapia para complementar o cuidado de enfermagem.

Atenção
O papel do serviço de fisioterapia nesse momento é realizar uma avaliação conjunta, com emprego de instrumentos para auxiliar o
diagnóstico, e traçar um plano terapêutico que será atrelado às demais condutas elencadas pelos profissionais de enfermagem e
pela equipe de saúde. Vale destacar a importância da participação da equipe multiprofissional nesse processo.

Construindo uma reflexão acerca do atendimento clínico no cotidiano da prática de enfermagem,


podemos pensar em caso clínico para melhor entendimento. Vamos lá?

note_alt_black
Teoria na prática
Um paciente jovem, vítima de colisão frontal entre carros, sofreu lesão com esmagamento de membros inferiores e fratura de arcos
costais com perfuração pulmonar à direita, sendo necessária amputação supra patelar de membro inferior esquerdo e instalação de
dreno de tórax em selo d’água à direita. Após alguns dias na unidade de terapia intensiva, o paciente é transferido para leito de semi-
intensiva. Ao realizar visita diária, a enfermeira observa que ele se encontra lúcido e orientado, com alguns momentos de
desorientação alopsíquica (tempo e espaço). O paciente relata insistentemente à enfermeira que deseja sair do leito, a profissional
acolhe o pedido e inicia as intervenções necessárias para realizar a possível mobilização de maneira segura.

Prontamente, a enfermeira aciona os profissionais atuantes na equipe multiprofissional (fisioterapeuta e médico). De modo conjunto,
são discutidos os pontos do caso do paciente. A fisioterapia opta por iniciar exercícios respiratórios e físicos em leito. Para a melhor
resposta aos exercícios respiratórios, o ideal seria a retirada do dreno de tórax, mas clinicamente ainda não é possível.
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 18/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Por outro lado, o interesse do paciente em sair do leito gera sinal de alerta para a equipe de enfermagem, tendo em vista que o
paciente apresenta momentos de desorientação e pode tentar sair do repouso, podendo ocasionar queda do leito. A enfermeira
questiona quanto à participação de outros profissionais no atendimento ao paciente (psicologia e terapeuta ocupacional) para
melhoria do estado de confusão, da percepção e do entendimento de perda do membro, com medidas de contenção caso
necessário.

Vamos refletir sobre esse caso clínico com base em diagnóstico e intervenções de enfermagem em
pacientes com distúrbios locomotores?

A seguir conheça o plano de cuidados de enfermagem que devem ser estabelecidos para o caso
clínico:

Diagnóstico de enfermagem: mobilidade física prejudicada.

Intervenções de enfermagem

- Estimular as atividades da vida diária em conjunto com a terapia de exercícios.

- Auxiliar o paciente a realizar as atividades motoras que exijam uso dos dois lados do corpo.

- Propor metas diárias dentro do plano de exercícios.

- Incentivar a autonomia.

Diagnóstico de enfermagem: risco para queda.

Intervenções de enfermagem

- Estimular posicionamento em cadeira de rodas para conforto.

- Implementar medidas para controle da dor.

- Estimular autocuidado.

Diagnóstico de enfermagem: risco para lesão por pressão.

Intervenções de enfermagem

- Realizar higiene corporal e estimular a participação do paciente nesse cuidado.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 19/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

- Manter a hidratação da pele.

- Realizar mudança de decúbito a cada 2 horas, alternando entre decúbito dorsal, lateral direito e lateral esquerdo.

- Manter sempre que possível posição semi-Fowler (cabeceira a 30°).

- Acolchoar proeminências ósseas.

Quadro. Plano de cuidados de enfermagem. Joseane Oliveira e Natalia da Palma Sobrinho

Compreende-se, portanto, que a literatura aponta posições e suas possibilidades de aplicação na prática assistencial, não somente
no caso de exames e procedimentos cirúrgicos, mas também no cuidado diário de enfermagem, conforme o paciente suscitar como
medidas de conforto.

Comentário

A participação da rede de apoio desse paciente com a aproximação da nova realidade é fundamental para o sucesso do plano de
cuidados nos ambientes hospitalar e domiciliar. O treinamento técnico e o acolhimento devem ser estabelecidos pela equipe
enfermagem junto ao paciente e à sua família a partir dos primeiros momentos de internação, para que se desconstruam medos e
inseguranças e, assim, o momento da desospitalização seja bem-sucedido.

video_library
Posições de conforto
Está na hora de conhecermos um pouco mais sobre a relevância do entendimento sobre posições de conforto e importância dos
cuidados de enfermagem para identificação e aplicação das devidas medidas que gerem bem-estar ao indivíduo. Vamos lá!

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 20/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

(Prefeitura do Rio de Janeiro – Residência Médico Cirúrgica – 2004) A posição adequada para que seja feito exame do sistema
musculoesquelético é

A supina.

B sentado.

C pronação.

D genupeitoral.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 21/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

litotomia.
E

Parabéns! A alternativa A está correta.

Parabéns! A alternativa A está correta. No caso do exame físico em paciente com transtornos musculoesqueléticos, a posição
supina é a mais adequada, pois possibilita observar o alinhamento da coluna vertebral e os membros inferiores em extensão,
permitindo assim uma avaliação segura com detecção de possíveis transtornos.

Questão 2

(Prefeitura do Rio de Janeiro – Residência Médico Cirúrgica – 2004) Nas cirurgias de pelve e baixo abdômen, há necessidade de
posicionar o cliente na mesa operatória, de forma a deslocar as alças intestinais em direção superior, para melhor exposição da
área a ser operada. Para o procedimento, a posição indicada é denominada

A Sims.

B litotômica.

C Trendelenburg.

D dorsal decumbente.

E decúbito lateral direito.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A posição de Trendelenburg é aplicada em cirurgias de baixo abdômen, pois garante as alças intestinais na parte superior em
melhor posicionamento, o que possibilita espaço de campo cirúrgico mais adequado e seguro.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 22/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

3 - Mudança de decúbito e aplicação da escala de Braden


Ao final deste módulo você será capaz de analisar a mudança de decúbito e a aplicação de escala de Braden.

Lesão por pressão e mudança de decúbito


As lesões por pressão são um fenômeno antigo, que persiste ao longo dos anos, acometendo pacientes hospitalizados e em
cuidados domiciliares. Compreendem uma categoria de lesões evitáveis, na maioria das vezes, cuja ocorrência implica altos custos
para o sistema de saúde e impacto na qualidade de vida do indivíduo e de sua família (CAMPOS et al., 2016).

No ano de 2013, em resposta ao movimento da Organização Mundial de Saúde, surge no Brasil a Política Nacional de Segurança do
Paciente. Resultado da preocupação com a qualidade da assistência prestada, tem o intuito de reduzir os danos gerados por essa
assistência. Nesse contexto, dentro das metas traçadas para a prática assistencial, emerge a questão sobre as lesões por pressão e
o entendimento dessa ocorrência como um dano ao paciente.

Comentário

O Proqualis (instituto de pesquisa vinculado ao ICICT/Fiocruz) juntamente com o Ministério da Saúde lançou um protocolo referente
à lesão por pressão, no qual apontou que, no Brasil, embora existam poucos trabalhos sobre incidência e prevalência de lesão por
pressão, um estudo realizado em um hospital geral universitário evidenciou uma incidência de 39,81%.

CICT/Fiocruz
ICICT: Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde Fiocruz: Fundação Oswaldo Cruz

Já em 2016, estudo publicado pela Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn) sobre a incidência e fatores correlatos à presença de
lesão por pressão evidencia a incidência dessas lesões em cerca de 22% dos pacientes críticos.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 23/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Diante de tais evidências e conforme o posicionamento político nacional e internacional, a ocorrência das lesões por pressão é
considerada um evento adverso do cuidado e que compromete a segurança do paciente, cabendo assim às instituições e à equipe
multiprofissional — e não exclusivamente a enfermagem — a implementação de medidas para prevenir sua ocorrência.

Atenção

Conceitualmente, conforme o painel internacional para prevenção de lesão por pressão (NPIAP), esta é definida como: dano
localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de
dispositivos médicos ou de outro artefato. A lesão pode ser íntegra ou aberta e pode ser dolorosa.

As lesões por pressão são de natureza multifatorial e resultantes de força de atrito (pressão, fricção e cisalhamento) intensa e/ou
prolongada e de outros fatores como umidade, microclima, perfusão, estado nutricional, ingesta hídrica diminuída, mobilidade
prejudicada, medicamentos utilizados, comorbidades e condição clínica atual. Smeltzer e Bare (2014) elencam fatores de risco para
lesão por pressão:

Pressão prolongada sobre o tecido.

Imobilidade, mobilidade comprometida.

Perda de reflexos de proteção, deficit/perda sensorial.

Perfusão cutânea deficiente, edema.

Desnutrição, hipoproteinemia, anemia, deficiência de vitamina.

Atrito, força de cisalhamento, trauma.

Umidade cutânea alterada: excessivamente seca ou úmida.

Idade avançada, enfraquecimento físico.

Equipamento: aparelho gessado, tração, contenções.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 24/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

A seguir entenda mais alguns detalhes acerca das lesões por pressão:

Sistema tegumentar

Como o sistema tegumentar é complexo, podemos identificar fatores que interferem nessa manutenção do meio: mobilidade
celular, alterações na síntese de colágeno, deficiência de vitaminas D e, umidade, nutrição inferior com quadros de caquexia,
desnutrição, desidratação e alterações em exames laboratoriais como albumina e hemoglobina sérica. Portanto, uma avaliação
sistemática é imprescindível para controle e execução de medidas preventivas.

arrow_forward
Medidas preventivas

No que se refere às medidas preventivas, um ponto unânime é com relação à mudança de decúbito tanto como medida
preventiva no surgimento da lesão por pressão como medida auxiliar no tratamento após ocorrência do quadro. É o cuidado de
enfermagem mais reforçado como medida a ser implementada com base nas melhores práticas fundamentadas em
evidências.

A mudança de decúbito deve ser realizada pela equipe de enfermagem por meio de técnica correta, guiada preferencialmente pelo
funcionamento de um relógio institucional, com alternância de posição a cada 2 horas. O relógio orienta quanto à hora e ao rodízio
de decúbito que deve ser realizado naquele momento, alternando entre decúbito dorsal, lateral direito e lateral esquerdo, com o
objetivo de diminuir a pressão nos tecidos.

Atenção

Vale destacar que a equipe de enfermagem deve realizar esse cuidado, contudo, a depender do estado clínico e de consciência do
paciente, ele deve ser estimulado à mobilização dessa prática de forma autônoma e independente. Também é fundamental
estimular a participação de familiares e da rede de apoio nesse cuidado.

A realização da mudança de decúbito tem como objetivo oferecer conforto ao paciente, auxiliar na eliminação de secreções das vias
aéreas, prevenir a síndrome do desuso muscular e, finalmente, prevenir a lesão por pressão.

Ainda, outro ponto a ser destacado diz respeito à importância da comunicação efetiva na prática de mudança de decúbito. O
profissional que a realiza deve deixar sinalizada a ação da mudança. Algumas instituições utilizam marcações padronizadas como o
relógio de mudança de decúbito conforme o avançar das horas. Veja:

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 25/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Relógio de mudança de decúbito.

O Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente pontua sete itens que podem nortear a assistência de enfermagem quanto às
medidas de prevenção referentes à lesão por pressão. Confira a seguir:

Frequência

O paciente deve ser reposicionado no leito a cada 2 horas, contudo, interferências como alterações clínicas, rotinas de
exames, visitas podem influenciar no tempo de mudança do posicionamento. Fique atento!

Modo de reposicionamento

Durante a mudança de posicionamento, o paciente deve ser elevado e não arrastado, justamente de modo a evitar
e/ou agravar o atrito e o cisalhamento.

Cuidados com dispositivos

Atenção para não posicionar o paciente sobre dispositivos médicos ou sobre áreas com eritema ou lesão por pressão.
Essa medida evita a ocorrência de outra condição denominada lesão por dispositivo médico ou, em caso de lesão por
pressão, o agravamento da lesão já existente.

Posição do leito

Evite elevar a cabeceira do leito acima de 30° graus. Ainda que a elevação do leito entre 30° e 45° como medida
preventiva de pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV) seja importante e paulatinamente reforçada,
principalmente em unidades de terapia intensiva, quando se trata de prevenção de lesão por pressão, a elevação da
cabeceira em posição superior a 30° proporciona aumento da superfície de contato, principalmente de partes ósseas,
o que agrava a tensão em áreas onde devemos reduzir esse processo ao máximo.

Cuidado na cadeira

D ti i t i t t d d i lí i d ã P d tili d
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 26/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado
Deve-se restringir o tempo que o paciente passa sentado na cadeira sem o alívio da pressão. Podem ser utilizados
recursos e instrumentos para evitar que o paciente escorregue ou deslize pela superfície da cadeira, até mesmo para
impedir o cisalhamento e skin tears (rasgo da pele).

Posicionamento lateral

Durante o posicionamento lateral, a proeminência óssea do trocânter deve formar uma angulação máxima de 30° em
relação à superfície de apoio.

Atenção aos calcâneos

Deve-se garantir que os calcâneos não estão em contato com a superfície da cama. Podem ser utilizados coxins,
atentando sempre para estrutura anatômica da região, como também estabelecer rodízios das áreas onde os coxins
ou outros equipamentos médicos hospitalares foram instalados para que não seja tensionada constantemente uma
única área.

Atenção

A cultura institucional é um ponto crucial para a melhoria do cenário da prática assistencial, tendo em vista que a ocorrência da
lesão por pressão é multifatorial e necessita de intervenções na mesma proporção.

Escala de Braden
O desenvolvimento de lesão por pressão é um evento complexo e um grande desafio para os profissionais de saúde, pois a sua
ocorrência implica risco no aumento na mortalidade hospitalar.

Comentário

Grande parte das lesões por pressão podem ser evitadas mediante a identificação precoce do grupo de risco. Dependendo dos
fatores de risco aos quais o paciente é exposto, poderá apresentar maior ou menor vulnerabilidade. Para direcionar esse cuidado, há
a possibilidade de avaliação do risco de desenvolvimento de lesão por pressão por meio de instrumentos reconhecidos
internacionalmente.

Uma ferramenta amplamente difundida no Brasil e no ambiente hospitalar é a escala de Braden, adaptada e traduzida para o Brasil
em 1999, que pode ser aplicada para identificar o risco em paciente com idade a partir de 5 anos. A escala, criada em 1987 pelas
enfermeiras norte-americanas Bárbara Braden e Nancy Bergstrom, serve como instrumento guia para avaliação do risco de
desenvolvimento de lesão por pressão considerando a situação clínica de cada paciente, com base em critérios específicos.

É composta por outras seis subescalas em que, para cada item elencado, é atribuída uma pontuação. Ao final, o somatório do escore
varia entre 6 e 23 pontos; quanto menor a pontuação, maior o risco de desenvolvimento de lesão por pressão.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 27/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

1 2 3 4

Muito Levemente Nenhuma


Percepção sensorial Totalmente limitado
limitado limitado limitação

Muito Ocasionalmente Raramente


Umidade Completamente molhado
molhado molhado molhado

Confinado Anda Anda


Atividade Acamado
à cadeira ocasionalmente frequentemente

Bastante Levemente Não apresenta


Mobilidade Totalmente limitado
limitado limitado limitações

Célula coluna 4
Nutrição Muito pobre Adequada Excelente
linha 5

Potencial
Fricção e cisalhamento Problema para Sem problemas -
problema

Risco Risco muito


Risco brando Risco elevado
TOTAL moderado alto igual ou
15-18 10-12
13-14 menor que 9

Quadro. Escala de Braden. Natalia da Palma Sobrinho.

Há ainda outros instrumentos para estratificação de risco de lesão por pressão, como a escala de Waterlow, por exemplo, que
pontua de modo distinto os subitens. Esta considera itens como:

1. sexo.

2. gênero.

3. idade.

4. peso.

5. construção física.

6. continência.

7. condição cutânea.

8. mobilidade e apetite.

Após marcar itens e realizar o somatório, a avaliação da escala se baseia em pontos: 10–14, em risco; 15–19, alto risco; superior a
20, altíssimo risco. Embora possam ser aplicadas essa e outras escalas, a mais amplamente usada e difundida é a escala de Braden.

Atenção

A utilização da escala de Braden e de seu resultado deve ser avaliada em conjunto, considerando o julgamento clínico de cada
paciente, a política institucional e outros fatores intrínsecos e extrínsecos que possam incidir na ocorrência de lesão por pressão. É

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 28/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

importante ressaltar que a pontuação final obtida é um guia para a implementação de medidas preventivas de lesão por pressão,
que devem ser registradas diariamente em prontuário, e a informação deve ser difundida dentro da equipe multiprofissional.

Os resultados atingidos pelo uso da escala subsidiam a realização de um plano de cuidados individualizado de acordo com as
necessidades de cada paciente, que deverá ser a base de atuação da equipe de enfermagem e, consequentemente, dos familiares
que participam do cuidado.

video_library
Mudança de decúbito e aplicação da escala de Braden
Conheça agora um pouco mais sobre a relevância da mudança de decúbito para a melhoria da qualidade de assistência; importância
do conhecimento e correta aplicação da escala de Braden. Vamos lá!

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 29/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

(Prefeitura de Campina Grande – PB – 2014 – Enfermeiro) Para avaliar os fatores de risco para lesão por pressão na UTI, utiliza-
se a escala de

A Cincinnati.

B RASS.

C Glasgow.

D Braden.

E Glasgow modificada.

Parabéns! A alternativa D está correta.

A Escala de Braden é um instrumento utilizado para avaliar fatores de risco para ocorrência de lesão por pressão. Fatores como
percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição, fricção e cisalhamento são descritos e a eles são atribuídos
valores. O somatório dos itens ao final da avaliação estratifica o risco que esse paciente apresenta de desenvolver lesão por
pressão, direcionando assim a assistência de enfermagem.

Questão 2

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 30/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

(Adaptada: Prefeitura de Candeias – BA – 2019 – Enfermeiro) A escala de Braden avalia o grau de risco de desenvolvimento de
lesão por pressão. Ela é composta por seis subclasses que se referem ao grau de percepção sensorial, umidade, atividade
física, nutrição, mobilidade e fricção e cisalhamento. O grau de risco varia de 6 a 23. Um paciente adulto hospitalizado tem que
ter certo escore para ser considerado com risco de lesão de pressão. Nesse sentido, assinale a alternativa de indica esse
escore.

A 19 ou abaixo

B 20 ou abaixo

C 21 ou abaixo

D 16 ou abaixo

E 24 ou abaixo

Parabéns! A alternativa D está correta.

Após pontuação nos subitens da escala e atribuição da nota de cada um deles, define-se: risco brando, 15–18; risco moderado,
13–14; risco severo/elevado, 10–12; risco muito alto, igual ou menor que 9.

4 - Medidas de contenção no leito


Ao final deste módulo você será capaz de identificar as medidas de contenção no leito.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 31/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Contenção mecânica
A contenção mecânica é definida como qualquer método manual ou físico, equipamento mecânico ou material anexado ou
adjacente ao corpo do indivíduo que não possa retirar facilmente, restringindo a liberdade, o movimento ou o acesso normal ao
próprio corpo (BLEIJLEVENS et al., 2016).

A utilização de contenção mecânica na assistência de enfermagem deve ser implementada com muita cautela. Seu uso deve ser
avaliado em casos que apresentem risco de queda ao paciente, quando o paciente pode comprometer seu tratamento pela tentativa
de retirada dos dispositivos médicos recomendados para seu tratamento ou quando impõe riscos aos membros da equipe,
acompanhante e até mesmo a outros pacientes.

Comentário

Antes da contenção efetivamente, deve-se tentar outras estratégias, como a permanência de um acompanhante com o paciente e o
uso de medicamentos. É fundamental discutir com a equipe multiprofissional a indicação e implementação dessa medida, e sua
técnica deve realizada pela equipe sob a supervisão do enfermeiro.

Segundo Souza et al. (2019), podem ser consideradas como técnicas para a realização das contenções mecânicas:

A contenção de membros por meio da utilização de faixas ataduras ou dispositivos industrializados específicos.

O uso de grades bilaterais no leito.

Os cinturões para restringir a mobilidade do tronco ou da pelve.

Os coletes utilizados para que um indivíduo permaneça atado ao leito ou cadeira; as mesas fixadas em cadeiras que impedem a
pessoa de se levantar.

Para a contenção mecânica do paciente, devem ser utilizados materiais como: ataduras, algodão, lençóis, fraldas ou restritores de
movimentos patenteados. O importante é garantir meio de proteção, sem gerar danos ao paciente, lembrando que a conduta
adotada de contenção mecânica se baseia em proteger o indivíduo, sem ocasionar outros agravos.

Faz-se necessário entender de imediato os processos que possam estar envolvidos na indicação da contenção mecânica, os quais
justificam ou elencam a contenção no leito como de fato necessária. Os fatores relacionados podem ser:

desorientação;

senilidade;

delirium;

crises de abstinência;

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 32/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

alterações/diagnósticos psiquiátricos;

condições clínicas como hepatopatias;

alterações renais (aumento de escórias nitrogenadas, uremia);

hipóxia.

Atenção
É importante reforçar com familiares, cuidadores e profissionais de saúde envolvidos com cuidados diretos e indiretos desse
paciente que as medidas de contenção no leito são temporárias e pontuais, não devem ser utilizadas por tempo prolongado, tendo
em vista que esse método atende aos princípios bioéticos de beneficência, e não maleficência. A partir do momento que o paciente,
após avaliação clínica, demonstra melhoria do padrão de alteração que justificou o uso da contenção mecânica, ele deverá ser
retirado e avaliado criteriosamente, evitando assim a necessidade de nova contenção.

Na prática cotidiana, escalas e escores (exemplo: RASS — escala de sedação e agitação de Richmond; CAM ICU — método de
assistência de confusão mental; ECG — escala de coma de Glasgow; escore de MEWS — escore de alerta precoce) tornam-se
aliados estratégicos para monitoração, registro adequado e respaldo na elaboração de evoluções e pareceres técnicos sobre as
condutas que possam ser adotadas a esse paciente com suposta indicação de contenção mecânica. Essas escalas descrevem de
modo uniforme o padrão que o paciente possa estar apresentando e assim fortalecem o respaldo técnico científico quanto à
indicação da contenção. Entenda melhor a seguir:

Procedimentos operacionais padrão

As instituições geralmente estabelecem por meio de POPs (procedimentos operacionais padrão) os conceitos, os critérios
elencados e as recomendações técnicas para uso de contensão, como os meios e os materiais pelos quais se efetivará essa
contenção mecânica e as orientações quanto ao registro da medida adotada.
arrow_forward

Registro pontual

É fundamental que o enfermeiro, com a adequação e o emprego da contenção mecânica, realize registro pontual e detalhado
em prontuário da condição apresentada pelo indivíduo no momento da contenção, da técnica utilizada e dos cuidados
realizados durante a permanência da contenção. Dessa forma, objetiva-se a prevenção de danos associados à assistência de
enfermagem.

Cuidados de enfermagem relacionados à contenção mecânica

Os principais cuidados de enfermagem relacionados à contenção mecânica incluem:

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 33/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Explicar à família e/ou ao acompanhante o motivo da indicação da contenção mecânica.

Realizar procedimento em consenso com a equipe médica.

Aferir e registrar os sinais vitais no momento que levou à contenção e seguir monitorando esses parâmetros.

Manter a cabeceira em torno de 30° a 45°.

Manter contenções limpas e secas sem uso excessivo de pressão e força no local.

Avaliar a pele constantemente no local da contenção.

Avaliar condição circulatória nos membros em uso da contenção a cada 1 hora.

Reavaliar constantemente a real necessidade de manutenção da contenção mecânica.

Seguir essas recomendações facilita no processo de auditorias internas e externas, na computação de gastos e no cálculo de
previsão e provisão de materiais. Nos casos de acreditação da unidade de saúde, garante a segurança do paciente e principalmente
respalda quanto a possíveis implicações judiciais.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 34/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Contenção mecânica: aspectos éticos e legais


No Brasil, a Resolução Cofen nº 427/2012 normatiza os procedimentos da enfermagem no emprego de contenção mecânica de
pacientes. A figura do enfermeiro é determinante na organização, na discussão, na supervisão e no alinhamento da aplicação da
conduta relacionada à medida de contenção no leito.

A utilização de contenção mecânica no leito torna-se um elemento das medidas de restrição do paciente, contudo, um parecer
Câmara Técnica do Coren SP (2009) nos aponta outros itens que podem retardar ou serem elencados para utilização, caso ocorra a
necessidade de medidas restritivas.

Tipo de restrição Descrição

Imobilização do paciente por um ou mais membros da


Física equipe de saúde possuem contato direto ou indireto,
podendo ou não empregar restrição mecânica.

Uso de objetos para imobilizar o paciente, com o intuito de


Mecânica restringir a movimentação. Pode ser utilizado em membros
superiores, inferiores, tórax ou todos.

Psicológica Intimidação verbal ou ameaça durante o atendimento.

Ambiental/Isolamento Confinamento involuntário para impedir sua saída do recinto.

Medida terapêutica por meio da utilização de fármacos que


podem controlar o comportamento (ex.: benzodiazepínicos)
Química
ou restringir os movimentos (ex.: bloqueador neuromuscular
— BNM)

Quadro. Contenção mecânica no leito. Câmara Técnica do Coren SP (2009) adaptado por Natalia da Palma Sobrinho e Joseane Oliveira.

A resolução do Cofen ainda discorre sobre a importância da realização de monitoração e acompanhamento do(s) membro(s) sobre
o(s) qual(is) esteve o restritor mecânico.

Para sistematizar esse processo, torna-se fundamental a utilização de instrumentos que possam guiar a assistência de
enfermagem. Mais que isso, tais instrumentos devem ser facilitadores diante dos desafios diários nessa realidade e ilustrar com
clareza, praticidade e eficácia o contexto no qual o indivíduo esteja vivendo.

O instrumento norteador deve ser usado de acordo com as particularidades e a política institucional de cada unidade de saúde. Esse
registro deve constar no prontuário, para respaldo técnico legal e até mesmo para o conhecimento dos demais profissionais
envolvidos nos cuidados desse paciente. A seguir, apresentamos modelo de instrumento de monitoração da contenção mecânica:

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 35/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

( ) Agitação

( ) Risco de desposicionamento de dispositivos

( ) Risco de queda
Motivos que indiquem a contenção mecânica
( ) Evasão do leito/unidade saúde

( ) Autoagressão/agressão a outros

( ) Outro ______________________

Contenção necessária por tempo superior a 2 horas ( ) Sim ( ) Não

Apresenta lesão ou edema nos membros relacionado à


( ) Sim ( ) Não
contenção?

Apresenta pulso em membro contido? ( ) Sim ( ) Não

Apresenta cianose ou outra alteração em membro que


( ) Sim ( ) Não
possa ser relacionada ao restritor de movimento?

Quadro. Monitoramento da contenção mecânica. Natalia da Palma Sobrinho e Joseane Oliveira.

É fundamental relatar que, de acordo com a Resolução Cofen nº 427/2012, é vedado aos profissionais da enfermagem o emprego de
contenção mecânica de pacientes com o propósito de disciplina, punição e coerção, ou por conveniência da instituição ou da equipe
de saúde.

Podemos observar, portanto, que a contenção mecânica é uma medida terapêutica prevista e frequente no cotidiano da
enfermagem, mas que necessita de cuidados específicos e cautela no seu uso. A decisão pela contenção não é unicamente da
enfermagem e deve ser tomada em conjunto com a equipe médica. A realização desse cuidado deve estar bem embasada em
aspectos técnicos e éticos rigorosos, visando ao sucesso da conduta e principalmente, à melhora clínica do paciente.

video_library
Medidas de contenção no leito
Conheça um pouco mais sobre a relevância do entendimento sobre embasamento científico legal e jurídico de medidas de
contenção no leito. Vamos lá!

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 36/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 37/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Questão 1

No Brasil, qual a resolução que normatiza os procedimentos da enfermagem no emprego de contenção mecânica de pacientes?

A Cofen nº 427/2012

B Lei 7.496 / 1986

C Cofen nº 358/2009

D Coren SP nº 427/2012

E Cofen nº 543/2017

Parabéns! A alternativa A está correta.

O enfermeiro, como líder na equipe de enfermagem, é responsável por avaliar, planejar e reavaliar ações para cuidados de
enfermagem. Quando o enfermeiro observa critérios que sugerem a contenção mecânica, possui autonomia por meio da
Resolução Cofen nº 427/2012, que normatiza os procedimentos da enfermagem no emprego de contenção mecânica de
pacientes.

Questão 2

Escores e indicadores são elementos-chave para fundamentação do processo de cuidar. Conforme as afirmativas abaixo,
correlacione números com a coluna e assinale a alternativa que indique a sequência correta:

I. Escala de coma de Glasgow.


II. CAM ICU.
III. RASS.

( ) Avaliação de nível neurológico.

( ) Avaliação de nível sedação.

( ) Avaliação de nível confusão mental — risco de delirium.

A I, II, III.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 38/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

B II, I, III.

C III, I, II.

D I, III, II.

E II, III, I.

Parabéns! A alternativa D está correta.

RASS é a escala de sedação e agitação de Richmond, que utiliza pontuação entre -5 e 5. Os valores negativos indicam que o
indivíduo se encontra mais sedado e valores positivos indicam paciente com maior grau de agitação. CAM ICU é o método de
assistência de confusão mental, cujos parâmetros e pontuação negativa indicam paciente com maior grau de desorientação. A
escala de coma de Glasgow (ECG) é baseada nos critérios de resposta verbal, motora e abertura ocular, e indica a gravidade de
estágio neurológico do paciente por meio da pontuação recebida: abaixo de 8, há risco iminente de suporte de vida avançado.

Considerações finais
O cuidado de enfermagem é dinâmico e está em constante atualização, por isso, reconhecer e aproximar a prática do cuidado às
necessidades do indivíduo é a meta do enfermeiro. A busca por uma assistência de enfermagem que utilize medidas de conforto ao
paciente hospitalizado é o alicerce das práticas de enfermagem e da qualidade assistencial, proporcionando um cuidado pautado
nos conhecimentos técnicos e científicos, com o intuito de minimizar as complicações oriundas de uma internação prolongada.

O enfermeiro trabalha em um cuidado individualizado e respaldado em conhecimento técnico e científico ao estabelecer metas que
gerem medidas de conforto, por exemplo, ao orientar e conscientizar quanto à mudança de decúbito e à aplicação da escala de
Braden como instrumento facilitador e uniforme dos registros para controle de lesão por pressão, ou ao utilizar medidas de
contenção no leito pautadas em suas prerrogativas de aplicação.

Mediante este conteúdo, você pôde encontrar auxílio para sua prática clínica, de modo a orientar o atendimento do indivíduo com
limitação motora e de seus familiares e sua rede de apoio, além de instrumentalizar sua equipe a gerar relatos de maior teor técnico,
com amparo e respaldo jurídico e clínico.

headset
Podcast
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 39/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Para encerrar, ouça um pouco mais sobre cuidados de enfermagem na mobilidade e na locomoção de pacientes com distúrbios
locomotores. Com a palavra, a especialista Natalia da Palma Sobrinho!

Referências
BORGHARDT, A. T. et al. Pressure ulcers in critically ill patients: incidence and associated factors. Revista Brasileira de Enfermagem,
v. 69 n. 3, p. 431–438, 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Brasília: Ministério da
Saúde, 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo para prevenção de úlcera por pressão. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. COFEN. Resolução Cofen nº 427/2012. Normatiza os procedimentos da enfermagem no
emprego de contenção mecânica de pacientes. Brasília, DF. Consultado na internet em: 18 jul. 2021.

BLEIJLEVENS, M. H. C. et al. Physical restraints: consensus of a research definition using a modified Delphi Technique. Journal of
the American Geriatrics Society, v. 64, n. 11, p. 2307–2310, 2016.

CAMPOS, M. G. das C. A. et al. (org.). Feridas complexas e estomias: aspectos preventivos e manejo clínico. João Pessoa: Ideia,
2016. Consultado na internet em: 20 set. 2021.

NANDA INTERNATIONAL. Diagnósticos de enfermagem da NANDA-I: definições e classificação 2018-2020. 11. ed. Porto Alegre:
Artmed.

KOLCABA, K. Comfort theory and practice: a vision for holistic health care and research. New York: Springer, 2003.

NIGHTINGALE, F. Notas de enfermagem. São Paulo: Cortez, ABEn/CEPEn, 1989.

POTTER, P. A. et al. Fundamentos de enfermagem. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.

REDE SARAH. Estudos epidemiológicos. Consultado na internet em: 20 jul 2021.

SMELTZER, S.; BARE, B. G. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 12. ed. São Paulo: Guanabara Koogan,
2014.

SILVA, R. S. da. Enfermagem em cuidados paliativos: cuidado para uma boa morte. 2. ed. São Paulo: Martinari, 2019.

SOUZA, L. M. S. et al. Fatores associados à contenção mecânica no ambiente hospitalar: estudo transversal. Revista da Escola de
Enfermagem da USP, v. 53, 2019.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 40/41
31/05/2023, 01:02 SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado

Explore +
Uma pesquisa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) aponta para defasagem e carência quantitativa de profissionais de
enfermagem no atendimento da população. Entenda os fatores que possam justificar esse cenário na reportagem: Levantamento
revela deficit de 17 mil enfermeiros e técnicos de enfermagem, publicada em 29 de maio de 2020 no portal do Cofen.

Você já se perguntou se a arquitetura interfere no processo de assistência e como isso pode impactar o conforto? Saiba mais sobre
esse assunto no livro: Feitos para curar - arquitetura hospitalar e processo projetual no Brasil, de Luiz Carlos Toledo, publicado pela
ABDEH em 2006.

A qualidade em saúde é um processo. Entender como ocorre e quais os fatores associados prepara o profissional para que esteja na
vanguarda da assistência. Para compreender esse processo, leia o artigo: Proposta de modelo estatístico para hierarquização do
resultado de pesquisas de satisfação de clientes, de Raísse Layane de Paula Saraiva, José de Paula Barros Neto e Luiz Maurício
Furtado Maués, publicado no periódico Ambiente Construído, v. 21, n. 3, 2021. Você pode encontrá-lo no portal da SciELO Brasil.

Material para download


Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF.

Download material

O que você achou do conteúdo?

Relatar problema

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03123/index.html# 41/41

Você também pode gostar