O Evangelismo e A Consolidação

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EVANGELISMO E CONTINUIDADE

1. Evangelismo e continuidade

a. Dois conceitos de relação


A. Para entender corretamente o significado da continuidade, temos que definir o
evangelismo e esclarecer seus objetivos.
B. Na realidade, evangelismo e continuidade são dois lados de uma mesma moeda.

b. Definição de evangelismo
A. O que não é: uma sucessão de programas destinados principalmente a
converter e batizar pessoas. Um trabalho operacional que se mede
quantitativamente pelos resultados alcançados. Uma maneira de entusiasmar
as pessoas na mensagem adventista.
B. O que é: poderíamos dizer que evangelismo é apresentar Cristo Jesus no poder
do Espírito santo, dentro da mensagem dos três anjos, de uma maneira tal que
torne possível que o ser humano venha depositar sua confiança em Deus
através dEle, que o aceite como seu Salvador, sirva-Lhe na comunhão dos fiéis
e se prepare espiritualmente para sair ao Seu encontro no dia final. Declaração
do Dr. Jorge León enfatizando a evangelização como ciclo total:

“A evangelização consiste tanto no anúncio do evangelho como no alcançar o


objeto anunciado. A evangelização é, por sua vez, a causa e efeito, meta e
realização... A evangelização é processo mediante o qual, paulatinamente, a
Palavra de Cristo vai encarnando-se no crente. Tem duas fases: uma dirigida
ao objetivo do início do processo e a outra se encaminha para a continuidade
deste processo até sua conclusão”.

c. Definição da continuidade.
A. O que não é.

- Não é um apêndice do processo da evangelização.


- Não é um plano destinado a dar garantia ao êxito de um programa
evangelístico em particular.

B. O que é.
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- O dicionário ideológico da língua portuguesa dá a seguinte definição do termo


continuidade.

“Ligação não interrompida das partes de um todo”.

- O Dr. Virgílio Gerber engatiza e matiza este conceito com a seguinte


declaração:

“De maneira que o evangelismo do Novo Testamento não termina quando se


chega até as pessoas com o Evangelismo, nem com as profissões públicas de fé
no Evangelismo, nem com o relacionar aos conversos com a igreja por meio do
batismo e o ensino. A meta do evangelismo não se alcança até que estes novos
conversos cheguem a ser cristãos reprodutivos que completem o ciclo e
garantam o processo contínuo de evangelismo e crescimento”.

1. Interdependência de evangelismo e continuidade

a. Interdependência nos objetivos

A. Objetivos da evangelização.

1. Segundo a Grande Comissão. (Mateus 28: 19-20; 24:13).

- O mandato: Ide.
- Os objetivos:
. Discipular
. Batizar
. Educar

- As conseqüências: Cada dia juntava-se à igreja os que haviam de ser


salvos.

II – Continuidade e crescimento da igreja

1. Importância da continuidade
a. Com base nas declarações bíblicas.
A. Enfatiza-se o discipulado e batismo. ( Atos 6: 1; 6:7; 11:26; 14:22; 20:30; 22:16;
Romanos 6:3; Gálatas 3:27).
B. Enfatiza-se a conservação do crente. ( Efésios 2:20; I Tessaloniceses 5:11; I
Pedro 2:5; Judas 20).
C. Enfatiza-se a edificação do crente. ( Atos 11:22; 15:32; 15:41; 16:5; 18:23;
Colossenses 2:7; I Tessalonicenses 3:2).
D. Enfatiza-se a confirmação do crente. ( I Coríntios 2:6; Efésios 4:14-15;
Hebreus 5:14).
E. Enfatiza-se o crescimento do crente. ( I Coríntios 15:58; II Coríntios 10:15;
Colossenses 2:19; I Tessalonicenses 3:12; II Pedro 3:18).
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b. Com base nos relatórios estatísticos de perdas.


A. Referente à continuidade de programas de evangelismo.

1) Segundo Moore as “cifras das denominações mais importantes durante os


últimos 20 anos revelam que a igreja perde quase 40% dos que se unem a
suas fileiras como resultado de seus esforços evangelísticos, dentro de um
período de 7 anos”. ( Sergio Franco. Evangelismo, un Concepto en
Revolución. (Kansas City, Missouri, Casa Nazarena de Publicaciones, 1975)
Pág. 120.

B. Referente às perdas no processo global de crescimento na Divisão Sul


Americano.

C. Referente às por falta de participação dos professores crentes na continuidade.

1) Os estudos de investigação realizados entre crentes evangelísticos revelam


que menos de um por cento dos crentes estiveram envolvidos no trabalho
pessoal da continuidade do evangelismo. ( Gary W. Kuhne. The Dinamics
of Personal Follow-up. (Gran Rapids, Michigan, The Zondervan
Corporation, 1976) Pág. 13).

c. Com base na evidência de procedimento.


A. As observações realizadas através de longos anos no ministério, mostram que o
ponto fraco do evangelismo em nosso meio é a continuidade. Esta realidade
poderíamos explicá-la com as seguintes palavras de Sérgio Franco: “nosso
problema é que buscamos à pessoas, visitamos, oramos por ela, a
evangelizamos, por assim dizer, gestamos como uma mãe, até que nasce, e
logo... freqüentemente a perdemos”. ( Idem, página 120).

III – Fatores que afetam a continuidade e o crescimento

1. Causas de tipo filosófico denominacional

a. Não há uma filosofia específica quanto à maneira de enfocar a continuidade.


b. Trabalha-se com base nos critérios e pautas do líder ou evangelística do
momento.
c. Há confusão quanto à forma e fundo da continuidade.

2. Causas de tipo administrativo

a. Não se estabelece um orçamento para a continuidade.


b. Nem sempre há a adequada provisão para a localização dos novos crentes.
c. Não é designada a quantidade e qualidade dos pastores necessários.
d. Não é feita geralmente uma avaliação periódica e cuidadosa.

3. Causas de tipo metodológico


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a. Não são planificados os objetivos e programa da continuidade adequadamente.


b. Há muita improvisação.
c. Enfatiza-se mais o aspecto quantitativo que qualificativo na evangelização.
d. A preparação dos candidatos para o batismo não tem sido adequada para
estabelecer uma boa continuidade.
e. As decisões podem ter uma base emocional e não um enfoque de discipulado.
f. Não são ministrados cursos pós-batismais.
g. O evangelista conclui seu trabalho quando alcançou o alvo batismal e não o
alvo de integração de novos crentes no Corpo de Cristo.

4. Causas de tipo pastoral

a. Os resultados são descuidados.


b. Não se trabalha com uma visão de conservação e crescimento.
c. O ministro tem muitas igrejas.

IV – Planificação e continuidade efetiva

1. Como planificar a continuidade


a. Integrando o seguimento no método ou programa de evangelismo.

A. Evangelismo e continuidade são interdependentes.


B. São o anverso e reverso da mesma moeda.

b. Elaborando um bom plano de continuidade que tenha pelo menos os seguintes


conceitos:

A. Finanças
- Deve fazer parte do orçamento do programa de evangelismo.

B. Responsabilidade
- Ao elaborar o programa geral de evangelismo, devem ser designadas as
pessoas responsáveis pela continuidade e o tempo que se dedicarão a este
trabalho.

C. Duração
- Dependerá das circunstâncias
- Como critério básico deverá pensar-se em tempo necessário para que
durante este período os objetivos da continuidade estejam em processo de
consolidar-se.

D. Métodos
- Neste programa serão delineados os métodos que serão usados para
alcançar os objetivos do seguimento.

E. O tema
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- Planificar a segunda série de reuniões para que a verdade seja melhor


entendida e as pessoas possam ser confirmadas na fé.
- Séries que podem ser usadas:
. Séries de estilo profético
. Séries de investigação
. Séries sobre os ensinos de Jesus
. Séries sobre como crescer espiritualmente
. Séries sobre o Dons do Espírito
. Séries sobre a História da Igreja

F. Atividades
- Do tipo comunitário
- Do tipo social
- Do tipo espiritual
- Do tipo instrutivo

G. Materiais
- Revistas e livros donominacionais
- Cursos de confirmação e edificação espiritual
- Livros devocionais
- Manuais orientadores para a educação do novo converso

H. Calendário batismal
- Durante a continuação haverá batismos freqüentes.

I. Avaliação
- Deve fazer-se um balanço periódico do progresso da continuação.

2. Educar na fé
a) O que significa
(1) Ensinar
(2) Unir
(3) Compartilhar
(4) Conservar

b) Áreas de estudo
(1) Área doutrinal (ensinar)
- Doutrinas bíblicas
- Dons Espirituais
- Apologética
- Profecias
- História da Igreja
- Ensinos de Jesus

(2) Área devocional (unir)


- Salvação
- Devoção
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- Oração
- Confissão
- Espírito Santo
- Mordomia

(3) Área do discipulado (compartilhar)


- Os dons espirituais
- Evangelismo
- Colher
- Receber
- Assimilar
- Visitar
- Conservar
- Crescer

O EVANGELISMO E A CONSOLIDAÇÃO

Introdução

A. A maior satisfação do Evangelista: Ganhar almas.

1. “A maior obra, o mais nobre esforço em que se possam homens empenhar, é


encaminhar pecadores ao Cordeiro de Deus. Ministros fiéis são colaboradores do
Senhor na realização de Seus desígnios...” “Ganhar almas para o reino de Deus precisa
ser sua primeira preocupação. Com tristeza pelo pecado, e paciente amor, devem
trabalhar como Cristo o fazia, desenvolvendo decidido e pertinaz esforço”. (Obreiros
Evangélicos, págs. 18 e 31, edição de1969).
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2. Por isso experimentamos um grande desapontamento quando não obtemos os resultados


anelados e esperados. Mas, que ocorre na mudança quando temos êxito em ganhar
almas e logo comprovamos que estas voltam atrás e perdem sua fé: Frustração.

B. O maior desapontamento: a apostasia de novos conversos.

1. A Frustração é grande quando levamos centenas de almas ao batismo e à igreja e logo


comprovamos que não perseveraram na fé.

2. Onde está o problema? Ilustração. Cheguei a uma grande igreja, para lançar o programa
de preparação do terreno para uma campanha. O templo estava repleto esse sábado, não
cabia uma pessoa mais. Desafiei a igreja para que se unisse comigo no trabalho, e
pediríamos ao Senhor que nos desse um mínimo de 500 almas como resultado da série
de conferências. Os irmãos disseram-me: “Pastor, tenha confiança, estamos com os
senhor. Deus também o está e Ele nos dará ainda mais que essas 500 almas”. Esse
espírito reconfortou meu coração e tive mais segurança ao saber que a igreja trabalharia
pelos resultados. Mas, ao ver o tempo repleto e não tendo um novo edifício para abrigar
os 500 novos membros que esperávamos ganhar, perguntei ao primeiro ancião: “Onde
vamos abrigar os novos membros?” “Oh, não se preocupe por isso, pastor, aqui se
ganham centenas de almas e sabe, todos cabem e a igreja continua igual, isto não lhe
parece algo misterioso?” Por que muitas almas são ganhas cada ano em algumas igrejas
e estas continuam igual? Qual é o problema?

I - A parte Fraca do Evangelismo: A Consolidação.

A. Uma experiência dolorosa: A apostasia dos novos conversos.

1. “Em muitas séries de reuniões realizadas, a obra foi deixada incompleta” (Evangelismo,
pág. 335, edição 1978).

2. Abandonados e deixados sem cuidado espiritual, os novos conversos perdem sua recém
adquirida fé. “É um método deficiente o deixar uns poucos aqui e outros ali, sem serem
alimentados e cuidados, expostos aos lobos devoradores, ou a se tornarem alvo do fogo
aberto do inimigo. Foi-me mostrado que foi feito muito trabalho assim entre nós como
um povo” (Idem, pág. 340).

B. Uma história recente.

1. Ilustração. Em um lugar onde se haviam ganho mais de 300 almas em uma campanha
encontramos a igreja com somente 60 membros. Em outra similar, achamos somente
50.

2. Ilustração. Recebemos uma carta de uma secretária de igreja. Pedia que se publicasse
no boletim da Associação uma lista de 169 pessoas com paradeiro desconhecido. Eram
membros de uma nova igreja que se havia organizado depois de uma série, realizada há
menos de dois anos. Qual era a razão?
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C. Quem é o responsável?

1. “Devia ser gravada em todo recém-converso a verdade de que todo conhecimento


permanente sé se pode obter mediante diligente labor e estudo perseverante. Em regra,
os que se convertem à verdade que pregamos não foram anteriormente diligentes
estudantes das Escrituras; pois nas igrejas populares há pouco estudo leal da Palavra de
Deus. O povo espera que os ministros investiguem as Escrituras por eles, e expliquem o
que ensinam”.

2. “Muitos aceitam a verdade sem cavar fundo para entender seus princípios básicos; e, ao
ser ela atacada, esquecem os argumentos e provas que as fundamentam. Foram levados
a crer na verdade, mas não foram instruídos plenamente quanto ao que ela seja, ou
levados ponto por ponto no conhecimento de Cristo. Muitas vezes sua piedade degenera
numa forma e, quando já não se fazem sentir os apelos que primeiramente os
despertaram, tornem-se espiritualmente mortos” (Evangelismo, págs. 367, 368, edição
1978).

D. Causas freqüentes da apostasia.

1. Candidatos mal preparados. A pressa pelo pouco tempo que durará a campanha, ou por
falta de equipe humana que os doutrine de forma conscientizada, produz resultados
negativos. Necessitamos qualidade e quantidade nos conversos que levamos a Cristo.

2. Batizar prematuramente aos crentes. Devemos estar seguros de que um catecúmeno


conhece e vive a doutrina e os princípios do Evangelho antes de levá-los a um passo tão
significativo. Resulta altamente saudável o que a Comissão da Igreja conhece e aprove
os candidatos. Assim em grande maneira se evita este mal, protege o evangelista e a
igreja tem mais confiança nele.

3. Morte por fome espiritual. Com o Evangelista, os novos conversos freqüentemente


estão super-alimentados, com um programa dinâmico, boa música, excelentes ajudas
visuais e assuntos altamente espirituais. Mas, com o pastor e os pregadores locais nem
sempre ocorre o mesmo, depois da série volta-se à rotina de uns cultos sem vida, nem
fundamento.

4. Falta de visitação. Quando o Evangelista e os pastor não os visitam, ficam em grande


medida sem defesa. Freqüentemente as maiores provas vêm depois de sua conversão.
Antes do batismo recebiam visitas freqüentes, mas, ao batizar-se, todo mundo se
esquece deles.

5. Falta de ensino e trabalho missionário. A inatividade, o não estar adestrados e ocupados


em ganhar outros, faz que sua piedade se atrofie e terminem longe do Senhor.

II- A Importância da Consolidação


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III - Os Responsáveis da Consolidação

A. Não podemos nem devemos descarregar este peso sobre uma só pessoa, mas sim
podemos classificar o grau de responsabilidade que incumbe cada um.

1. O Evangelista – Por sua ascendência e suas ferramentas de trabalho: equipe humana,


orçamento, posição de liderança e pregador central da campanha, faz que tenha uma
grande responsabilidade e um dever de zelar pela conservação das almas que o Céu lhe
dá. Somente está em três ou quatro lugares durante o ano e isto faz imperativo que
instrua aos pastores locais sobre a arte de manter dentro da igreja os novos conversos.
Ademais, deve deixar um programa de trabalho cuidadosamente elaborado para o
trabalho que os pastores e membros da igreja devem seguir.

2. A Igreja Local– Tem em suas mãos a possibilidade de colocar os melhores homens no


lugar onde é realizada a série de reuniões, deixando uma equipe humana que reúna as
condições básicas que garantam um programa equilibrado de continuidade; que permita
consolidar e afiançar na fé aos novos conversos. Deve-se zelar para que os pastores
continuem o programa e o cumpram.

3. O Pastor e Seus Associados – Por ser eles os que permanecerão no lugar e sendo os
pastores imediatos dos novos conversos, constituem o núcleo sobre o qual repousa a
tarefa principal: zelar pelo crescimento espiritual deles e conseguí-lo em forma mais
eficaz e rápida; para que logo não necessitem ser cuidados a cada momento, mais sim
que ajudem a outros a manter-se firmes. Isto fará que não necessitem “leite”, mas sim
pão sólido. I Coríntios 3: 1-2; Atos 5: 12-14.

4. A Comissão da Igreja – Deve saber quem são os novos membros, onde vivem e quais
são suas necessidades; para saber zelar por eles e supri-las.

5. Os Membros – Os mais antigos e de maior experiência cristã devem trabalhar no “Plano


do Irmão Maior”. Isto consiste em visitar aos novos conversos, estudar com eles a
Bíblia, prover um ambiente social agradável na igreja e fazê-los sentir-se em casa,
ajudando-os em sua adaptação ao novo ambiente. A igreja é responsável da
permanência ou apostasia de seus membros. Deve ser uma família integrada, unida, que
se apoie e ajude reciprocamente.

IV – A Parte do Evangelista na Consolidação

A. Salmo 68:28. Mencionei alguns métodos e planos que dirigidos pelo Evangelista,
assentarão uma base firme para a consolidação.

1. Dirigir uma Segunda Série – No mesmo lugar e para as mesmas pessoas. Vejamos a
recomendação do Espírito de Profecia: “Quando os argumentos em favor da verdade
presente são apresentados pela primeira vez, difícil é fixar os pontos na mente. E se
bem que alguns vejam suficientemente para tomar uma decisão, apesar de tudo isto, há
necessidade de repassar tudo outra vez, e fazer outra série de reuniões”.
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“Depois de haverem sido feitos os primeiros esforços em um lugar mediante uma série
de conferências, há na verdade maior necessidade de uma Segunda série. A verdade é
nova e surpreendente, e o povo necessita de que as mesmas coisas lhes sejam
apresentadas pela segunda vez a fim de tornar os pontos distintos, e fixar as idéias na
mente” (Evangelismo, pág. 334, edição 1978).

2. A Segunda Série Deve Ser Perfeita – como se não houvesse tido a primeira. Deve-se
pôr todo o esforço e a capacidade para fazê-la melhor do que a anterior. “Toda vez que
fizerdes uma segunda série de reuniões, fazei-a com tanto esmero como se a primeira
série não tivesse sido efetuada. Seja todo talento dos obreiros posto nas mãos dos
banqueiros. Faça cada um o máximo ao seu alcance e desempenhe com energia sua
parte na obra na obra e serviço de Deus” (Idem, pág. 335).

3. Repetir as Verdades Apresentadas – Existe uma lei pedagógica que diz: “A repetição é
a base da aprendizagem”. “Se os que conheciam a verdade e já estavam firmados nela
necessitam realmente de que a importância dela lhes seja sempre conservada diante dos
olhos e seu espírito despertado por sua repetição, quão importante não é que não se
negligencie isto para com os recém-chegados à fé”. (Idem, pág. 334).

4. Organizar Classes Bíblicas – Antes da série, durante as conferências, depois delas e na


continuação. “Não é somente a pregação que deve ser feita. Precisa-se de
incomparavelmente menos pregação. Importa devotar mais tempo a educar
pacientemente outros, dando aos ouvintes oportunidade para se exprimirem. É de
instrução que muitos necessitam, regra sobre regra, mandamento sobre mandamento,
um pouco aqui, um pouco ali”. (Idem, pág. 338).

5. Elaborar Um Plano Efetivo de Continuidade – Este deve envolver aos pastores locais,
instrutores bíblicos, os leigos destacados e à igreja em geral.

a) O Evangelismo deve continuar por uns dois meses de maneira ativa.


b) Deve-se deixar equipe humana e audiovisual, materiais e orçamento para que
tenham com que trabalhar e a mudança brusca não arruine a continuidade.

6. Durante a Série Ter o Melhor Pastor como Evangelista-Associado

a) Ele atuará de forma ativa, relacionando-se com o público como Mestre de


Cerimônias e na forma pessoal na visitação; pregando na série algumas vezes,
contando que o evangelista se sente para escutá-lo.
b) O propósito é fazer com que os novos crentes familiarizem-se com sua
personalidade e forma de trabalhar. Isto contribuirá para que tenha maior êxito em
seu trabalho depois da saída do evangelista.

7. Não Anunciar Quando o Evangelista vai embora

a) A saída do evangelista e sua equipe produz geralmente uma debanda.


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b) Fica a impressão que concluiu tudo o que era importante, que as reuniões que
continuarão não têm o mesmo valor e portanto não vale a pena vir às reuniões
posteriores. Por isto é conveniente que o Evangelista saia sem anunciar quando e
que a substituição se faça de maneira natural, sem traumatismos para a congregação
e o êxito da campanha em reter os novos conversos.

8. Visitar Amiúde os novos Membros – “A obra não deve ser abandonada


prematuramente. Vede que todos estejam esclarecidos na verdade, firmados na fé, e
interessados em todo ramo da obra, antes de os deixar para ir a outro campo. E então,
como o apóstolo Paulo, visitai-os com freqüência para ver como vão. Oh, a obra
negligente que é feita por muitos que pretendem ser comissionados por Deus para
pregar Sua Palavra, faz com que os anjos chorem!”. (Evangelismo, págs. 337, 338,
edição 1978).

V. A Parte do Pastor na Consolidação


A. O homem chave e o eixo de todo o programa de consolidação é o Pastor local, por isso,
Jesus deu instruções precisas quanto ao cuidado das ovelhas. São João 21: 15-17.

1. Cuidar dos Cordeiros – “Esta era uma obre em que Pedro tinha bem pouca experiência;
não podia, porém, estar completo na vida cristã a menos que aprendesse a alimentar os
cordeiros, os que são tenros na fé. Exigiria grande cuidado e muita paciência e
perseverança o ministrar aos ignorantes o devido ensino, abrindo-lhes as Escrituras e
educando-os para a utilidade e o dever. Esta é a obra que deve ser feita na igreja hoje,
do contrário os advogados da verdade ficarão atrofiados em sua experiência, e serão
expostos à tentação e enganos. O encargo dado a Pedro deve chegar ao coração de
quase todo ministro. De quando em quando se houve a voz de Cristo repetindo a
recomendação a Seus sub-pastores: ‘Apascenta os Meus cordeiros’, ‘apascenta as
Minhas ovelhas’”.

“Nas palavras dirigidas a Pedro, são expostas diante do ministro evangélico que tem o
cargo do rebanho de Deus, as suas responsabilidades” (Idem, págs. 345, 346).

2. Visitar em Seus Lares aos Novos Membros com Fins Espirituais – “Como pastor do
rebanho, ele (o ministro), deve cuidar das ovelhas e cordeiros, procurando os perdidos e
extraviados, e levando-os novamente para o aprisco. Ele deve visitar toda família, não
somente como hóspede para fruir-lhe a hospitalidade, mas para averiguar as condições
espirituais de cada membro da família...” “Visitai as famílias, orai cm elas, privai com
elas, examinai as Escrituras com elas, e far-lhes-eis bem. Demonstrai-lhes que buscais
sua prosperidade, e quereis que sejam cristão saudáveis”.

“Vá ele, com métodos bem regulados, de casa em casa, levando sempre o incensário da
fragrante atmosfera celeste de amor. Ide ao encontro dos pesares, dificuldades e aflições
dos outros. Tomai parte nas alegrias e cuidados, tanto dos grandes como dos pequenos,
dos ricos como dos pobres”(Evangelismo, págs. 347 à 349).

3. Firma-los nas Doutrinas Básicas ainda que se Tenham Menos Batismos – “Os ministros
negligenciam com freqüência esses importantes ramos da obra – a reforma pró-saúde,
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os dons espirituais, a beneficência sistemática e os grandes ramos da obra missionária...


Quão melhor seria para a causa, se os mensageiros da verdade houvessem educado fiel
e cabalmente esse conversos quanto a todos esses assuntos essenciais, mesmo que
houvesse menos pessoas por ele acrescentadas à igreja por seus labores! (Idem, pá.
343).

4. Ajudando-os a Ter Raízes – “Não é desígnio de Deus que a igreja seja mantida pela
vida tirada do ministro. Seus membros devem ter raiz em si mesmos” (Idem, pág. 343).

5. Ensinai-lhes a Confiar em Cristo e não no Ministro – “Se bem que os recém-conversos


devam ser ensinados a pedir conselho dos mais experientes na obra, devem ser
ensinados igualmente a não pôr o ministro em lugar de Deus. Os ministros não passam
de criaturas humanas, homens cercados de fraquezas. Cristo, eis a quem nos cumpre
olhar em busca de direção”.

“Todo aquele que se professa cristão, tem a responsabilidade de manter-se em harmonia


com a direção da Palavra divina. Deus considera cada alma responsável por seguir, por
si mesma, o modelo dado na vida de Cristo, e ter um caráter purificado e santificado”
(Idem, pág. 343).

6. Educai-os no Trabalho Missionário – Logo que seja organizada uma igreja, ponha o
ministro os membros a trabalharem. Terão eles que ser ensinados a trabalhar com
êxito”.

“O poder do evangelho deve sobrevir aos grupos já formados de crentes, habilitando-os


para o serviço. Alguns dos novos conversos serão de tal modo cheios do poder de Deus
que se porão imediatamente a trabalhar. Trabalharão com tanta diligência que não terão
tempo nem vontade de enfraquecer as mãos de seus irmãs com críticas descorteses. Seu
único desejo será levarem a verdade às regiões além.

“Responsabilidade e atividade pessoal no buscar a salvação de outros, eis a educação


que deve ser ministrada a todos quantos chegarem recentemente à fé... (Idem, págs.
353, 354).

“Todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como missionário”(Serviço Cristão,


pág. 9, edição 1974).

“Sua obra no lar, na vizinhança e na igreja será, em seus resultados, vasta como a
eternidade. É por falta dessa obra que a vida cristã dos jovens conversos nunca excede
ao ABC nas coisas divinas. São sempre criancinhas, necessitando sempre de serem
alimentados de leite, e nunca aptos a partilhar do verdadeiro manjar do
evangelho”(Evangelismo, pág. 335).

“Quando almas se convertem, ponde-se a trabalhar imediatamente. E, ao trabalharem


elas segundo a sua capacidade, tornar-se-ão mais fortes. É enfrentando as influências
oponentes que somos confirmados na fé” (Idem, págs. 355, 356).
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7. Preparai-os para Levar Responsabilidades – “Há várias espécies de trabalho a serem


feitas. As almas são preciosas à vista de Deus; ao abraçarem a verdade, educai-as e
ensinai-as, a assumirem encargos. Aquele que vê o fim desde o princípio, que pode
fazer com que as sementes semeadas sejam todas frutíferas, estará convosco em vossos
esforços” (Idem, pág. 335).

8. Construí Templos para os Novos Crentes – “Quando se desperta um interesse em


qualquer vila ou cidade, esse interesse deve ser atendido. O lugar deve ser cabalmente
trabalhado, até que se erga humilde casa de culto como sinal, um monumento do sábado
de Deus, uma luz em meio da treva moral... Onde quer que se levante um grupo de
crentes, deve construir-se uma casa de culto. Não deixem os obreiros o lugar sem fazer
isto” (Idem, págs. 375, 376).

VI – A Parte da Igreja e os Leigos na Consolidação

A. Lucas 22: 31-32. Os membros mais antigos da igreja, devem ser pontuais para ajudar a
fechar a porta da apostasia, realizando um fiel trabalho em prol da retenção dos novos
membros. Como?

1. Cuidando dos Jovens na Fé – “Pregar é uma pequena parte da obra a ser feita pela
salvação de almas. O Espírito de Deus convence os pecadores da verdade, e depõe-nos
nos braços da igreja. Os ministros podem fazer sua parte, mas nunca poderão efetuar a
obra que deve ser feita pela igreja. Deus requer que a igreja cuide dos que são jovens na
fé e na experiência, que vão Ter com eles, não no intuito de tagarelar com eles, mas de
orar, de dirigir-lhes palavras que sejam ‘como maçãs de ouro em salva de prata’” (Idem,
pág. 352).

2. Colocando em Uso o Plano Guardião da Fé

a) Isto consiste em responsabilizar a cada membro fiel e de experiência na igreja, que


cuide de um membro ou família nova. É sua obra zelar como um sub-pastor destes
recém-batizados e prover as suas necessidades espirituais.
b) “Os recém-chegados à fé devem receber um trato paciente e benigno, e é dever dos
membros mais antigos da igreja cogitar meios e modos para prover auxílio, simpatia
e instrução para os que se retiraram conscienciosamente de outras igrejas por amor
da verdade, separando-se assim dos cuidados pastorais a quem estavam habituados.
A igreja tem responsabilidade especial quanto a atender essas almas que seguiram
os primeiros raios de luz recebidos; e caso os membros da igreja negligenciem este
dever, serão infiéis ao depósito a eles confiado por Deus” (Evangelismo, pág. 351).

3. Orando por Eles, para que sua Fé não se Confunda – “Não admira que alguns
desanimem, retardem-se pelo caminho, e sejam deixados por presa aos lobos. Satanás
se acha no encalço de todos. Envia seus agentes para levarem de volta as suas fileiras de
almas que perdeu. Deve haver mais pais e mães para tomarem ao colo esse infantes na
verdade, e animá-los a orar com eles, para que sua fé não se confunda” (Idem, págs.
351, 352).
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4. Protegendo-os do Fanatismo – “Onde quer que haja um pequeno grupo de crentes,


Satanás está constantemente procurando aborrecê-los e desviá-los. Quando alguém do
povo se desvia de seus pecados, supondes acaso que ele o deixará em paz? De modo
nenhum!”

“Paulo implantou as puras verdades do evangelho na Galácia. Pregou a doutrina da


justiça pela fé, e seu trabalho foi recompensado vendo a igreja gálata convertida ao
evangelho. Então Satanás começou a trabalhar por intermédio de falsos mestres para
confundir o espírito de alguns dos crentes. A jactância desses mestres, e a manifestação
de seu poder de operar maravilhas, cegaram a visão espiritual de muitos dos novos
conversos, e foram induzidos ao erro...”

“Por algum tempo Paulo perdeu o domínio sobre os que haviam sido enganados;
apoiando-se, porém, na Palavra e no poder de Deus, e recusando as interpretações dos
mestres apóstatas, foi capaz de levar os conversos a verem que haviam sido iludidos,
derrotando assim os desígnios de Satanás. Os novos conversos volveram à fé,
preparados para, com inteligência tomar sua decisão em favor da verdade”
(Evangelismo, págs. 357, 358).

5. Confirmando-os na Fé pelo Serviço – “Quando almas se convertem, ponde-as a


trabalhar imediatamente. E, ao trabalharem elas segundo a sua capacidade, tornar-se-ão
mais fortes. É enfrentando as influências oponentes que somos confirmados na fé. Ao
brilhar a luz em seu coração, difundam elas os seus raios. Ensinai aos recém-conversos
que devem entrar em comunhão com Cristo, a serem suas testemunhas, e tornarem-nO
conhecido ao mundo”.

“O melhor remédio que podeis ministrar à igreja, não é pregar ou fazer sermões, mas
providenciar trabalho para os membros. Caso se empenhasse em trabalho, o desalentado
esqueceria em breve seu desânimo, o fraco se tornaria forte, o ignorante inteligente, e
todos estariam preparados para apresentar a verdade tal como ela é em Jesus.
Encontrarão um infalível ajudador nAquele que prometeu salvar a todos quantos se
chegam a Ele”(Idem, págs. 355, 356).

6. Desenvolvendo-os como Genuínos Missionários – “Aquele que se torna um filho e


Deus deve, daí por diante, considerar-se como um elo na cadeia descida para salvar o
mundo, um com Cristo em Seu plano de misericórdia, indo com Ele a buscar e salvar o
perdido”.

“Todos podem encontrar alguma coisa para fazer. Ninguém deve achar que não há lugar
em que possa trabalhar por Cristo. O Salvador Se identifica com todo filho da
humanidade”.

“Os homens são instrumentos nas mãos de Deus, por Ele empregados para cumprirem
Seus propósitos de graça e misericórdia. Cada um tem a sua parte a desempenhar; a
cada qual é concedida uma porção da luz, adaptada às necessidades de seu tempo, e
suficiente para o habilitar a efetuar a obra que Deus lhe deu a fazer” (Serviço Cristão,
pág. 11, edição 1974).
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7. Visitando-os Periodicamente – O trabalho pessoal não pode ser substituído por nada. O
contato humano faz com que se rompam as barreiras e se desfaçam os
desentendimentos. Um trabalho paciente, realizado com oração e consagração será
aprovado pelo céu. O Espírito Santo tocará os corações e estes se renderão a Sua
influência, ficando confirmados na fé.

A teologia no Novo Testamento enfoca o trabalho missionário na premissa: “IDE”. Não


podemos esperar que os novos conversos venham a nós, devemos ir a eles e levá-los em
cada ocasião aos pés de Cristo. Assim os firmaremos na fé e os estaremos preparando
para um mundo melhor.

8. Velando por suas Necessidades Materiais e Espirituais – Em mais de uma ocasião


encontraremos em nossas visitas aos novos membros, que, não somente necessitam que
oremos por eles e com eles, mas que também têm outras necessidades físicas que
devem ser atendidas. Embora não se poderão resolver, talvez, todas as necessidades
materiais, se poderá brindar ajuda oportuna, conselho, orientação e apoio material. Será
uma maravilhosa oportunidade de demonstrar a “religião prática” e o “verdadeiro
jejum” de que falam São Tiago e o profeta Isaías.

Logo, ao abrir as Escrituras, estudá-las com eles e fazê-lo com oração, nos permitirão
fazer uma obra que terá a aprovação divina.

VII – Programa de Consolidação dos Novos Conversos

A. O programa sugestivo, esboçado a seguir, não pretende esgotar o assunto ou as idéias.


Pode ser ampliado, modificado ou adaptado às necessidades de cada lugar. O segundo
ciclo e a continuidade são muito importantes, mas onde não se possam ter, o programa
de consolidação em seus primeiros passos, de 1-5, contribuirá notavelmente para fechar
a porta de apostasia e manterá “dentro da igreja” os recém-chegados à fé.

1. Ter um Programa Permanente e Sistemático de Visitação

a) Este deve envolver aos dirigentes e membros da igreja. A visitação deve ser feita
periodicamente e o mais freqüente possível. Pelo menos uma vez por mês.
b) Fomentar a visitação recíproca de todos os crentes.
c) Entregar aos visitadores formulários, onde informarão os resultados de seu trabalho,
número de visitas, quando foram feitas, a quem visitaram; necessidades que
encontraram o que fizeram e os casos que devem ser atendidos pelo pastor ou
anciãos da igreja.
d) Este programa de visitação deve envolver não somente aos antigos, mas sim
também aos novos membros da igreja. O trabalhar e ajudar a outros, permitirá
ajudar-se a si mesmos.

2. Adestrá-los na Obra Missionária

a) Despertando-lhes o desejo de compartilhar sua nova fé.


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b) O fogo do primeiro amor nos impulsionará a ajudar e ganhar a outros.


c) Um curso de capacitação para o trabalho leigo deve ser apresentado ao concluir o
curso e este deve envolver aos novos conversos.
d) O Diretor de Atividades Leigas do campo local, o pastor ou um leigo destacado
poderá ser os instrutores.

3. Designar-lhes Responsabilidades e Campos Específicos de Trabalho – “Todos podem


encontrar alguma coisa para fazer. Ninguém deve achar que não há lugar em que possa
trabalhar por Cristo...” “Os que se uniram ao Senhor em concerto de serviço, acham-se
sob obrigação de a Ele se unir também na grande, sublime obra de salvar almas...” “Tão
vasto é o campo, tão compreensivo o desígnio, que todo coração santificado será levado
para o serviço, como instrumento do poder divino.”

“O verdadeiro caráter da igreja não se mede pela elevada profissão que ela faz, nem
pelos nomes que se encontram em seu registro, mas pelo que ela está em realidade
fazendo pelo Mestre, pelo número de seus obreiros perseverantes e fiéis. O interesse
pessoal, e os esforços individuais atentos conseguirão mais para a causa de Cristo do
que pode ser efetuado por sermões ou credos” (Serviço Cristão, págs. 11 e 12, edição
1974).

4. Ter Um Sólido Programa de Continuidade

a) Espiritual
b) Missionário
c) Social

5. Construir ou Melhorar o Templo

a) Uma nova irmandade sem lugar adequado de reuniões, está destinada ao fracasso e
ao desaparecimento.
b) Nossos templos devem ser lugares dignos de adoração a Deus. O meio ambiente, se
é propício, contribui para a elevação e consagração.

Conclusão

A. Façamos Evangelismo Completo.

1. O Evangelismo que se detém na conversão é incompleto.


2. Desenvolvamos na fé aos novos crentes.

B. Abramos a “Porta do Evangelismo” e fechemos a “Porta da Apostasia”.

1. Contabilizamos com ênfase nosso “ganhar de almas”, mas desconhecemos ou olhamos


com indiferença nossas “perdas” ou “apostasias”.
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2. Ilustração. Guillermo Kratzig, em seu livro “Urbangelización” pág. 116, conta uma
anedota de Munchhausen (relatos, de tom exagerado, das campanhas bélicas e viagens
vividas por Karl Friedrich de Hierónymus, cuja vida se estendeu desde 1720 até 1790).

Munchhausen vinha cavalgando velozmente, perseguido por um grupo de inimigos. Os


guardas da cidade, a postos no muro, não demoraram a compreender a delicada
situação, e em seguida decidiram baixar a pesada porta da entrada da cidade.
Munchhausen, homem de perspicácia e grande sabedoria, pressentindo a intenção dos
sentinelas, sabe que a salvação única é passar pela porta antes que seja baixada, do
contrário ficará à mercê de seus inimigos.

Munchhausen chicoteia o seu cavalo e felizmente chega a tempo. Não acaba de passar
pela porta quando esta cai, ruidosa e velozmente. Mas ele continua sua corrida até o
poço do mercado. Ali detém seu cavalo, ali pode beber e repousar do grande esforço.
Logicamente, o animal bebe e bebe. Sua sede parece ser insaciável. Finalmente
Munchhausen, inquieto, olha para trás e descobre o que ocorreu: a grande porta, uma
gigantesca folha de ferro, caiu sobre o animal, um centímetro detrás do celim e dividiu-
o em dois o animal. Mas tanta era a pressa que vinha, que nem ele nem o ginete
tomaram nota disto. E, logicamente, agora o cavalo não se saciava. A água entrava por
um lado, e saía, diretamente, pelo outro.

Sempre oportuno em suas decisões, Munchhausen, aproveita enquanto o cavalo ainda


se sustinha, para voltar ao muro. Reconhece a outra metade do animal, une ambas as
partes e cobre a ferida com a pele de uma caça montanhesa, recém caçada. A perícia do
herói permite-lhe a total recuperação de sua cavalgadura. Mais tarde Murchhausen deve
raspar o seu cavalo no local do enxerto, devido à penugem espinhosa que desde então
lhe cresce nesta região.

Logicamente este é um relato exagerado da Idade Média, mas podemos aplicá-lo


positivamente em nosso assunto. Temos a porta aberta da evangelização. Estão
entrando milhares de almas à igreja, mas devemos fazer uma pausa, olhar para trás e
constatar se temos “abertura a porta da apostasia”, por onde estamos perdendo os novos
membros. Se está aberta a porta da “apostasia”, devemos fechá-la e cortar esse contínuo
fluxo de perdas que está debilitando nosso povo.

3. Na Evangelização frequentemente trabalha-se e muitas almas são ganhas para depois


perdê-las, como por uma misteriosa drenagem. Então, é preciso olhar para trás, para
descobrir como o fez o personagem de nossa anedota, que a cavalgadura de nossa
evangelização foi seccionada. Não obstante, ainde se mantém de pé, pela graça de
Deus, e serve para ganhar muitos corações sinceros e trazê-los aos pés de Cristo.

4. Mas nos fica o grande desafio de conservar e desenvolver os novos conversos na fé de


Cristo. Estas reflexões e outras tantas mais, sirvam para estimular o povo Adventista e
ao Ministério Evangélico e Leigo, a buscar os caminhos da evangelização eficaz na
retenção de novos conversos e sua consolidação nos caminhos do Senhor. II Pedro 1:12;
Atos 16:5.
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