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Paper Saneamento
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RESUMO
A maioria dos municípios brasileiros dispõe seus resíduos sólidos domiciliares sem nenhum
controle, uma prática de graves conseqüências: contaminação do ar, do solo, das águas
superficiais e subterrâneas, criação de focos de organismos patogênicos, vetores de transmissão de
doenças, com sérios impactos na saúde pública. O quadro vem se agravando com a presença de
resíduos industriais e de serviços de saúde em muitos depósitos de resíduos domiciliares, e, não
raramente, com pontos de descargas clandestinas. O manejo inadequado de resíduos sólidos de
qualquer origem gera desperdícios, contribui de forma importante à manutenção das
desigualdades sociais, constitui ameaça constante à saúde pública e agrava a degradação
ambiental, comprometendo a qualidade de vida das populações, especialmente nos centros urbanos
de médio e grande porte. A situação evidencia a urgência em se adotar um sistema de manejo
adequado dos resíduos, definindo uma política para a gestão e o gerenciamento.
Palavras-chave: resíduos sólidos, saúde pública, planejamento urbano.
1. INTRODUÇÃO
O território brasileiro tem se deparado na atualidade com um sério problema que tem afetada
a qualidade do nosso planeta, esse problema é o descarte irregular de resíduos sólidos. A população
está produzindo muito mais lixo que o necessário, e está crescendo aceleradamente isso faz com que
o volume de resíduos aumente gradativamente provocando diversos tipos de problemas ao meio
ambiente, pois quando são descartados de forma irregular prejudicam.
A preocupação com os resíduos sólidos vem sendo discutida há algumas décadas nas esferas
nacional e internacional, devido à expansão da consciência coletiva com relação ao meio ambiente.
Assim, a complexidade das atuais demandas ambientais, sociais e econômicas induz a um novo
posicionamento dos três níveis de governo, da sociedade civil e da iniciativa privada. A busca por
soluções na área de resíduos reflete a demanda da sociedade que pressiona por mudanças motivadas
pelos elevados custos socioeconômicos e ambientais.
Com o manejo adequado, os resíduos sólidos adquirem valor comercial e podem ser
utilizados em forma de novas matérias-primas ou novos insumos. A implantação de um Plano de
Gestão trará reflexos positivos no âmbito social, ambiental e econômico, pois não só tende a
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diminuir o consumo dos recursos naturais, como proporciona a abertura de novos mercados, gera
trabalho, emprego e renda, conduz à inclusão social e diminui os impactos ambientais provocados
pela disposição inadequada dos resíduos. As técnicas de remediação chegam como medidas
mitigadoras para lixões e aterros sanitários. O presente projeto tem como objetivo mostrar que a
disposição incorreta de resíduos sólidos pode provocar efeitos irreversíveis ao meio ambiente a
remediação pode ajudar conter esses efeitos corrigindo esses problemas em área contaminada, vale
ressaltar ainda que a melhor correção continua sendo a educação ambiental.
2. METODOLOGIA
Grandes problemas envolvendo lixões sempre estiveram presentes em nosso país. Não
obstante, o tema vem recebendo a atenção necessária após a criação, em 2010, da Política Nacional
de Resíduos Sólidos, a qual determina a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos em
até quatro anos após sua publicação.
Com crescimento acelerado da população e o aumento da expectativa de vida, aliados ao
crescente consumo de bens não duráveis são fatores que levam a uma produção cada vez maior de
resíduos sólidos urbanos, trazendo à tona esta problemática. A geração e o manejo destes resíduos
são uma das grandes problemáticas a serem enfrentadas pelos municípios brasileiros. O
gerenciamento desses resíduos deve ser planejado de maneira que estes tragam o menor impacto
possível ao meio ambiente e às populações envolvidas, já que seu manejo inadequado causa
poluição do solo e das águas subterrâneas; gera maus odores; proliferação de vetores e
desvalorização imobiliária.
A maioria dos municípios brasileiros dispõe de coleta regular de resíduos nas áreas urbanas,
serviço este que é de fácil controle da população, uma vez que é prestado diretamente a ela e causa
transtornos à cidade e aos moradores. Porém, a disposição final adequada destes resíduos vem,
muitas vezes, sendo deixada em segundo plano, e como não acontece aos olhos da população, não é
notada. Com a aprovação da lei 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), fica estabelecido que a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos deverá ser
implantada em até quatro anos após a data de publicação desta Lei. Neste sentido, políticas públicas
vêm sendo desenvolvidas para a melhoria da gestão integrada dos resíduos sólidos urbanos (RSU).
ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO (1999) citam que o lixo disposto a céu aberto gera uma
ameaça constante de epidemias, pois fornece condições propícias para a proliferação de doenças.
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Além da liberação de gases que contribuem para o agravamento do efeito estufa, como o
metano, a decomposição do lixo gera o chorume, líquido que contamina o solo e a água por
compostos orgânicos e íons metálicos (BRAGA et al., 2002). A Lei Federal 12.305/2010 considera
como resíduo sólido: Qualquer material, substância, objeto ou bem descartado resultante de
atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está
obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em
corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviável em face da melhor
tecnologia disponível. Lixão é uma forma inadequada de disposição final de resíduos sólidos,
caracterizada pela simples descarga dos resíduos sobre o solo, sem comprometimento com as
consequências ambientais ou sociais.
A produção de resíduos sólidos no município de Florianópolis no ano de 2009 foi da ordem de
137, 833 mil toneladas. Foram coletadas, em média, 10,7 mil toneladas por mês, aumentando em
quase 28%, para 13,7 mil toneladas/ mês, nos meses de Verão. Nos últimos 10 anos, a quantidade
de resíduos encaminhados ao aterro sanitário aumentou em torno de 32%, como pode ser
visualizado no gráfico 1.
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Fonte: COMCAP
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O aterro sanitário consiste na construção de células sobre o solo impermeabilizado, onde são
dispostos os resíduos e ao final de cada jornada de trabalho recebem recobrimento de terra para
evitar maus odores, presença de animais e de vetores transmissores de doenças. O aterro
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inicialmente foi impermeabilizado com argila e atualmente possui a dupla camada com manta de
PEAD nas células em operação. Os resíduos sólidos urbanos (domiciliares) são encaminhados ao
aterro sanitário, onde são depositados em uma célula aberta (figura 2). Após a descarga, o trator
espalha a massa de resíduos e o rolo compactador ajuda a compactar o lixo. Depois da
compactação, o lixo é coberto com argila, sendo sua dispersão realizada com a utilização de outro
trator.
Com relação aos resíduos sólidos urbanos descarregados no aterro sanitário, a empresa possui
dois sistemas complementares à decomposição da massa de resíduos: Um sistema de drenagem de
gases e um sistema de drenagem e remoção de percolados (chorume).
O sistema de drenagem de gases é composto pelo sistema vertical, na qual possui drenos de
1,5 m de diâmetro, envoltos por telas do tipo Telcon, preenchidos por rachão, com um tubo de
PEAD perfurado no centro de 0,20 m de diâmetro, e um sistema horizontal, cujos drenos são
executados com PEAD perfurados de 0,11 m de diâmetro, envoltos por rachão. O sistema de
drenagem de percolados (chorume) é composto por uma malha de trincheiras em forma de espinha
de peixe envolto por uma manta de geotextil, preenchido com brita 04;
O aterro possui, ainda, um sistema de drenagem de águas pluviais composto por drenos
temporários e permanentes. Os drenos temporários são formados por valetas executadas nas bermas
de corte do aterro e nas camadas de cobertura que desviam as águas pluviais para os drenos
permanentes situados no entorno do aterro, os quais desviam as águas para 4 (quatro) caixas
(colchão reno) que tem a função de dissipação de energia e sedimentação da terra. Finalmente, o
chorume drenado é encaminhado para a Estação de Tratamento de Efluentes/Chorume (ETE) e o
gás drenado é queimado.
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Fonte: Concap
Após serem drenados, todos os líquidos percolados do aterro sanitário são conduzidos até a Estação
de Tratamento de Efluentes/Chorume, seguindo inicialmente para o poço de equalização que tem
por função apenas equalizar a vazão e a carga orgânica. Deste poço, o efluente é encaminhado para
tratamento biológico por seqüência de lagoas aeradas (figura 3), lodo ativado e na linha final para o
tratamento físico-químico (figura 4), onde, na linha de alimentação dos decantadores, são dosados
os produtos químicos (cal, polímero e PAC biocompatível) para floculação/decantação. Antes do
lançamento do efluente tratado no corpo receptor (Rio Inferninho), ocorre, ainda, a desinfecção do
efluente com Hipoclorito de sódio, como forma de remover os coliformes presentes no mesmo
Fonte: Comcap
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Fonte: Comcap
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
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5. CONCLUSÃO
A gestão adequada dos resíduos sólidos no Brasil deve ser efetivada com a máxima
urgência. A inexistência de uma política para o setor tem desencadeado ações públicas
desarticuladas que, além de impedirem o equacionamento dos problemas, geram desperdícios
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REFERÊNCIAS
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Nostrand Reinhold, New York, 1995. Disponível em 24/08/2015
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Principais Processos de Degradação de Resíduos Sólidos Urbanos. In: CASTILHOS JUNIOR, A.
B. (Coord.). Resíduos Sólidos Urbanos: Aterro Sustentável para Municípios de Pequeno porte.
Projeto PROSAB. Rio de Janeiro: ABES, Rima, 2003. p. 19-50. Disponível em 25/08/2015
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NETTO, C. N.; BALDESSAR, F.; LUCA, L.A. Estudo qualitativo de segurança em postos
revendedores de combustíveis. Dissertação para obtenção de título de engenheiro de segurança do
trabalho, Universidade Estadual de Ponta Grossa, 2005. Disponível em 25/08/2015
ZANTA, M. Z. et al. Resíduos Sólidos, Saúde e Meio Ambiente: Impactos Associados aos
Lixiviados de Aterro Sanitário. In: CASTILHOS JUNIOR, A. B. (Coord.). Gerenciamento de
Resíduos Sólidos Urbanos com ênfase na proteção de corpos d'água: prevenção, geração e
tratamento de lixiviados de aterros sanitários. Petrópolis - RJ: Sermograf Artes Gráficas e Ed. Ltda.,
2006. 494 p. Disponível em 26/08/2015
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