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PRÉ-NATAL COMO FERRAMENTA DO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

DA SÍFILIS EM GESTANTES DA REGIÃO CENTRO-OESTE


INTRODUÇÃO: A sífilis congênita é resultado da transmissão vertical por via
hematogênica de uma gestante não tratada ou inadequamente tratada pela
infecção do Treponema pallidum para concepto. Essa transmissão ocorre em
qualquer estágio clínico de infecção materna ou fase gestacional, pode ocorrer
diretamente pelo contato com canal de parto se houver lesões ou até mesmo no
momento da amamentação. Assim, é imprescindível a triagem para sífilis durante
o pré-natal e periparto, para evitar complicações como prematuridade, baixo
peso, associadas a malformações ou até mesmo a morte do concepto.
OBJETIVO: Avaliar o pré-natal como ferramenta para o diagnóstico e tratamento
da sífilis congênita. MÉTODOS: Estudo descritivo, quantitativo e retrospectivo,
com dados extraídos do Sistema de Informação de Agravos e Notificação
(SINAN), entre 2010 e 2019. Estratificou -se os casos em mães que realizaram
ou não o Pré-Natal (PN), o período em que foi diagnosticado (no PN, durante o
parto ou após o parto) e em tratamento adequado, inadequado ou não realizado,
excluindo os casos ignorados. RESULTADOS: Houve 8.956 casos de sífilis
congênita no período, dos quais 6.926 (77,3%) faziam acompanhamento PN,
sendo que foram diagnosticados 5.068 (56,5%) durante esse, 2.383 (26,6%) no
momento do parto e 860 (9,6%) após o parto. Foram tratados adequadamente
430 (4,8%), 4.647 (51,9%) tratados inadequadamente e 2.416 (27%) não
tratados. Em 2017 teve uma incidência de 1.409 casos, sendo que 1.089 (77,3%)
foram diagnosticados durante o PN, em 2018 tiveram 1.469 casos, dos quais
1.115 (76%) foram diagnosticados durante o PN e em 2019 houveram 746 casos,
desses 474 (63,5%) foram diagnosticados durante o PN. O ano de 2019 foi o
ano com maior porcentagem de tratamento adequado com 9,4% (70 casos) e
2016 foi o ano com menor índice de 2,3% (28 em 1.232 casos de incidência).
CONCLUSÃO: Percebeu-se um êxito no diagnóstico da sífilis congênita durante
o PN e verificou-se problemas como o baixo percentual de gestantes que
realizaram o tratamento adequado, sendo que a maioria dos casos iniciaram o
tratamento, mas não concluíram de forma apropriada. Assim, nota-se que há
uma trajetória extensa para se alcançar os objetivos da Organização Mundial da
Saúde e Organização Pan Americana da Saúde, que é eliminar a transmissão
vertical de sífilis. Dentro do planejamento para alcançar esse objetivo sugere-se
ampliar a competência do diagnóstico durante o PN e maximizar a otimização do
tratamento adequado. Para que isso seja possível deve-se incluir a
disponibilidade do tratamento com a Penicilina benzatina (BCG), implementação
de políticas de conscientização das gestantes, além da orientação médica
quanto aos riscos inerentes à sífilis congênita.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS. Sistema
de Informação de Agravos e Notificação (SINAN). Disponível em:
http://indicadoressifilis.aids.gov.br/. Acesso em 27 de fev. 2020.

SÃO PAULO. Serviço de Vigilância Epidemiológica. Coordenação do Programa


Estadual DST/AIDS (SP). Secretaria de Estado da Saúde – SES (SP).
Coordenadoria de Controle de Doenças – CCD. Informes Técnicos Ins. Sífilis
congênita e sífilis na gestação. Rev Saúde Pública, São Paulo, p. 768-772,
2008.

MOREIRA, Kátia Fernanda; OLIVEIRA, Davisson Michetti. Perfil dos casos


notificados de sífilis congênita. Cogitare Enferm., [s. l.], 2017. Disponível em:
file:///C:/Users/Amanda/Downloads/48949-200945-1-PB.pdf. Acesso em: 27 fev.
2020.

OMS. Organização Mundial de Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde.


Organização Mundial da Saúde publica novas estimativas sobre sífilis
congênita. Brasília, 28 fev. 2019. Disponível em:
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=587
9:organizacao-mundial-da-saude-publica-novas-estimativas-sobre-sifilis-
congenita&Itemid=812. Acesso em: 27 fev. 2020.

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