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Miguel Torga é o pseudónimo do Adolfo Correia da rocha, este escritor, poeta e médico nasceu

em 12 de agosto de 1907 em trás dos montes mais precisamente em São Martinho de Anta, Vila
Real. Era uma pessoa muito ligada à sua terra, uma pessoa de trabalho mostrando isso nos seus
textos. Estudou medicina, onde se juntou no grupo da presença, do qual se viria a afastar. Os
seus poemas dispersaram-se pelos seus diários e por livros de poemas e tratam de temas
relacionado com a injustiça, a condição humana e o inconformismo.

A Partir do título “prospeção” poderíamos pensar que o poema irá abordar o tema da terra. Mas
não é isso que acontece, pois, este termo é metafórica. Quando o sujeito poético se refere ao
exame ao solo, ele pretende referir-se a um exame introspetivo a si mesmo. Percebemos essa
ideia através dos dois primeiros versos.

Nesse autoexame, o sujeito lírico procura, na sua solidão, questionar os seus valores, ideias e
certezas e esse é o trabalho difícil como trabalhar a terra. Por isso mesmo é que, na segunda
estrofe, enumera três atos associados ao trabalho na terra, mas apenas para se encontrar, para
criar os seus versos.

Assim a partir do verso 15 o sujeito lírico identificar-se com o poeta e aquele que trabalha
arduamente antes de criar os versos. Uma vez que para criar poesia, é necessário ir ao fundo do
seu ser, para encontrar o que de mais puro existe “puro como um deserto”, e sem ideias pré-
concebidas, “inteiramente nu e deserto”.

Este poema está repleto de recursos expressivos como por exemplo a metáfora que associa a
arte de trabalhar na terra com o autoconhecimento e a poesia, a hipérbole “soterrando por mil
certezas de aluvião” mostra que o peso e a magnitude negativa trazem as certezas á sua vida,
também existe uma enumeração “cavo, lavo, peneiro”, uma comparação “puro como um
deserto” e para terminar uma dupla adjetivação no último verso mostrando que é preciso muito
trabalho.

Ao lermos o poema percebemos de uma forma geral que apresenta como traços essenciais a
valorização da sabedoria da terra, a simplicidade poética, inspirada na natureza, o ideal de
harmonia e de serenidade.

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