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Irina Farinha – Português

Módulo Nº10 – Poetas


Contemporâneos
Miguel Torga (1907 – 1995)
• Nasceu em São Martinho de Anta, em Trás – os – Montes, no dia 12 de agosto, no seio
de uma familia humilde.
• Com apenas 10 anos, foi para o Porto trabalhar na casa de familiares.
• Em 1918, foi mandado para o seminário de Lamego, do qual desistiu um ano depois.
• Em 1920, emigrou para o Brasil, para trabalhar na fazenda de café de um tio, em Minas
Gerais.
• Em 1925, regressou a Portugal e matriculou-se na Universidade de Coimbra, onde se
formou em Medicina e se especializou em otorrinolaringologia.
• Iniciou a sua vida literária em 1928 e publicou os seus primeiros livros de poemas:
Ansiedade (1928); Rampa (1930); Tributo (1931); Abismal (1932).
• Aderiu ao grupo da revista Presença, que abandonou em 1930.
Miguel Torga (1907 – 1995)
• Embora tenha participado na fundação das revistas Sinal e Manifesto, Torga acabou por
se desligar de qualquer grupo literário, estético e ou ideológico.
• Casado com Andrée Crabbé, professora universitária de origem belga, percorreu vários
países, o que lhe permitiu reforçar a ligação às suas origens.
• Ao longo da sua vida, foram-lhe atribuídos diversos prémios, tais como: Prémio Diário
de Noticias (1969); Prémio Internacional de Poesia (1976); Prémio Montaigne (1981);
Prémio Camões (1989); Prémio Vida Literária da APE (1992); Prémio da Critica
(1993).
Algumas Obras de Miguel Torga

A orientação do mundo (1937) Penas do Purgatório (1954)


Bichos (1940) Orpheu rebelde (1958)
Contos da Montanha (1941) Câmara Ardente (1962)
Diário (1941) Poemas Ibéricos (1965)
Página 127 – exercício 1 . A
1. Visualize um documento de video sobre o poeta Miguel Torga e, tendo em conta a
informação fornecida, assinale como verdadeiras e falsas as afirmações. Corrija as falsas.

a) Miguel Torga reflete sobre a maneira de ser português. Verdadeiro

b) Torga preocupa-se com a essência dos homens, mais do que com a essência das coisas.
Falsa- Preocupa-se com a essência dos homens e com a essência das coisas.

c) Torga constitui-se como paradoxo, na medida em que amava profundamente o seu pais,
mas era o mais ibérico dos poetas portugueses. Verdadeiro

d) O escritor homenageia, com a escolha do seu pseudónimo, dois escritores peninsulares e


demonstra simultaneamente o seu enraizamento à terra. Verdadeiro.

e) Miguel Torga sempre desejou viver em liberdade: por isso, o 25 de Abril fê-lo sentir-se
feliz até ao fim dos seus dias. Falsa- o 25 de abril fê-lo sentir-se mais feliz, mas acabou
por perceber que esse mundo já não era o dele, o que aumentou o seu sofrimento.
Informar
Página 127 – Exercício 1. B
1. Classifique como verdadeiras e falsas as afirmações.

a) A Natureza adquire, na poesia de Torga, uma centralidade inquestionável, o que


comprova o tópico tradição literária na sua obra. Verdadeiro

b) Uma das principais temáticas da poesia de Torga é a valorização do poder do Estado e


da Igreja. Falsa
“A um
negrilho”
Página 128 – Exercícios
1. Esclareça a relação que se estabelece entre o sujeito poético e o negrilho,
considerando o conteúdo dos quatro primeiros versos do poema.

R: tendo em atenção os primeiros quatros versos do poema poder-se-á referir que


entre o sujeito poético e o “poeta” há uma relação de cumplicidade, proximidade,
companheirismo e respeito. Além disso, há a personificação deste elemento da
natureza que inspira o “eu” lírico.

2. Explique o sentido dos três ultimos versos da primeira estrofe.

R: Os versos retomam a conotação de vida, aliada ao negrilho, já expressa no verso


anterior. A referência à noite e à madrugada sugere a passagem do tempo,
associando a esta a referência à “luz do sol aceso ou apagado”. Ambas remetem para
estados de alma opostos. Infere-se, portanto, que a referida árvore é uma presença
constante na vida do poeta
Página 128
3. Comprove a alteração de tom no poema, destacando o papel da pontuação.

R: Na primeira estrofe há um recurso a uma frase declarativa que permite


transmitir informações sobre o negrilho e o relacionamento estabelecido pelo sujeito
poético. Na segunda estrofe, os versos incluem essencialmente frases exclamativas, as
quais traduzem um parte mais emotiva, sentimental, neste caso, estao ao serviço de
determinados valores que a própria existência do negrilho impõe.
• Negrilho Poeta

- poeta - imaginação

- mestre - tranquilidade

- avena - sonho

- gigante/ sonho - companheirismo

- bosque: vento; estrelas; pássaros; ninho

Natureza

- Tradição literária e cantigas de amigo


Valores Transmitidos
• Valorização da sabedoria da terra (ambiente rural)
• Ideal da serenidade e harmonia
• Simplicidade poética inspirada na natureza
• Sentimento telúrico (ligação as origens/terra)
“Dies
Irae”
“Dies Irae” – Página 130
• 1º estrofe: opressão, desilusão, frustração, ausência de liberdade de expressão;
• O poeta com fantasma refere se ao mundo salazarista.
• 2º estrofe: havia medo, parecia que as pessoas se encontravam paralisadas; ausência de
perspetivas do futuro (“Um fantasma limita/Todo o futuro a este dia de hoje”)
• 3º estrofe: faz referencia aos obstáculos necessários para ultrapassar as dificuldades.
Esquema
• Tempo representado no poema
• Ditadura :
 Opressão, medo, sofrimento, ausência de liberdade de expressão

 “um fantasma levanta/A mão do medo sobre a nossa hora” (vv.3-4);


 “Oh maldição do tempo em que vivemos” (v.13)
• Paralelismo/Anáfora
• “Apetece”
• Oposição : “mas”
• O que realmente acontece
• Figurações do poeta - Representações do contemporâneo
• Miguel Torga trata temas como o individualismo, a liberdade e o destino, mas
preocupa-se também com questões sociais e morais.
• Manifesta uma consciência tanto individual como social do ser humano.
• Apresenta, na sua obra, uma vontade de conhecer e interpretar o mundo, mas também
uma vontade de o transformar.
• A obra de Torga possui um caráter atual e universal, porque manifesta ideais humanistas
ao abordar questões que o mundo envolvente coloca ao ser humano.
a. V

b. F – Na poesia de Torga há uma relação entre poesia e vida.

c. V

d. F – A arte poética é, para Torga, fruto da tensão entre trabalho e inspiração.

e. V

f. V
Ana Luisa Amaral (1956)
• Nasceu em Lisboa, a 5 de Abril, e viveu em Leça da Palmeira desde a infância. Morreu
no Porto no dia 5 de agosto de 2022.
• Foi professora na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
• Foi autora, com Ana Gabriela Macedo, do Dicionário de Critica Feminista
(Afrontamento, 2005)
• Foi galardoada em Portugal com o Grande Premio da Poesia da APE.

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