05 - Mecanismos de Cooperação Regionais

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Curso de

MERCADOS ILÍCITOS
E CRIME ORGANIZADO
NAS AMÉRICAS
Aula sobre
Mecanismos de Cooperação
Regional (Américas) contra
o Crime Organizado e os
Mercados Ilícitos
Liliana Korniat
Introdução

Nesta aula, analisaremos os Mecanismos de Cooperação


Regional contra o Crime Organizado e os Mercados Ilícitos.

Abordaremos três eixos temáticos relacionados a esses


Mecanismos Regionais: Compromissos de Cooperação
Regional na luta contra a corrupção e o fortalecimento dos
Sistemas de Justiça; os Mecanismos Regionais para a
implementação de programas de cooperação e assistência
na luta contra o crime; e, finalmente, as iniciativas de
Cooperação Regional na luta contra o crime cibernético.
Organizações
União Europeia: é uma união econômica e política de 27 Estados-membros europeus para promover a
cooperação regional em diversos aspectos da vida pública;

OEA: a Organização dos Estados Americanos é a instituição de cooperação regional mais antiga do
mundo, fundada em 1948 para promover políticas comuns no continente Americano;

UNODC (sigla em inglês): o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime é uma agência
especializada da Organização das Nações Unidas (ONU) que promove iniciativas de cooperação e
pesquisa sobre o tema do tráfico de drogas transnacional;

MERCOSUL: é a organização para cooperação econômica entre quatro países da América do Sul,
promovendo um mercado econômico comum;

AMERIPOL: a Comunidade de Polícias das Américas é composta por 35 agências de aplicação da lei ou
instituições homólogas e mais de 30 organizações observadoras no continente americano.
Conteúdo da aula
O crime organizado é a principal ameaça à segurança
multidimensional, pois ele enfraquece políticas de fronteira,
estratégias de controle e métodos de controle do Estado-nação.
A transnacionalização do crime organizado aumenta sua
lucratividade e, assim, contamina a política e a economia. Para
combate-lo, os mecanismos de cooperação regional contra o
crime organizado transnacional e os mercados ilícitos são de
fundamental importância.

Os principais desafios para o sucesso das iniciativas de


cooperação regional são: desburocratização, digitalização e
operacionalização da cooperação entre agências de segurança
e inteligência em nível continental.
Conteúdo da aula
Os compromissos da cooperação regional na luta contra a corrupção e o fortalecimento dos
sistemas de justiça refere-se às declarações multilaterais, principalmente:

A Declaração de Lima, adotada como corolário da Cúpula das Américas em 2018, considera a
corrupção como um crime antecedente por excelência e combatê-la como uma condição prévia
para o fortalecimento da governança democrática. Em especial destacam-se os mecanismos
interamericanos anticorrupção como o Mecanismo de Acompanhamento da Implementação da
Convenção Interamericana contra a Corrupção (MESICIC).

E a Declaração de Lisboa, acordada na Segunda Reunião das Instituições de Justiça da União


Europeia e da América Latina em 2021, estabelece as bases para a definição dos padrões de
funcionamento do sistema de justiça criminal. Nesse contexto, a Conferência de Ministros da Justiça
dos países ibero-americanos, por um lado, a Associação Ibero-Americana de Ministérios Públicos, por
e a Cúpula Judicial Interamericana promovem a cooperação e a coordenação entre as instituições
judiciais nacionais em nível continental.
Conteúdo da aula
Além dos marcos normativos, os Mecanismos Regionais para a
implementação de programas de cooperação no combate ao crime
devem ser mencionados. Primeiramente, destaca-se o
Departamento contra o Crime Organizado Transnacional da
Organização dos Estados Americanos da OEA, um órgão que presta
assessoria técnica e promove e implementa projetos de cooperação
entre os Estados membros.

Entre seus programas, é importante mencionar: o Programa de


Assistência Técnica para a aplicação efetiva de ferramentas de
investigação para combater o crime organizado transnacional; o
Programa sobre Confisco e Administração de Propriedade de Origem
e Destino Ilícitos; o Programa de combate à lavagem de dinheiro e ao
financiamento do terrorismo; e a Reunião das Autoridades Nacionais
de Prevenção e Combate ao Tráfico de Pessoas.
Conteúdo da aula
Em segundo lugar, a Rede de Promotores Antidrogas contra o
Crime Organizado Transnacional (REFCO) da UNODC, que presta
assistência técnica em nível nacional, estimula o contato direto e a
comunicação segura entre as autoridades judiciais para a
realização de operações regionais coordenadas.

Destaca-se também a Associação Ibero-Americana de


Ministérios Públicos e do Acordo-Quadro para a criação de
Equipes Conjuntas de Investigação do MERCOSUL.

Todos esses mecanismos de cooperação são absolutamente


essenciais para operacionalizar as declarações de princípios das
Declarações mencionas, aprimorando, assim, os pontos fortes
nacionais e mitigando os pontos fracos na luta contra as ameaças
e os impactos multidimensionais do crime organizado.
Conteúdo da aula
A AMERIPOL possivelmente representa o órgão mais evoluído em
termos de cooperação policial no cenário de violência da
América Latina. Se consolida como referência em cooperação
policial com o apoio da União Europeia por meio da OPACTO, que
contribuiu para a criação do Sistema de Informações Policiais
da AMERIPOL (SIPA).

Em 2022 foi criada também: a Rede de Equipes de Ação contra


Fugitivos (Rede ANFAST), para facilitar a localização e a prisão
conjunta de criminosos que escapam de seus países de origem;
e o Centro Especializado em Crimes Cibernéticos e o Centro
Internacional Especializado no Combate ao Contrabando de
Migrantes e ao Tráfico de Pessoas, ambos para combater duas
das modalidades criminosas que mais crescem no contexto
continental.
Conteúdo da aula
Ainda que esses acordos estejam em movimento, existe a
necessidade urgente de fortalecer os acordos e mecanismos de
cooperação por meio de medidas concretas para reduzir a
burocracia, digitalizar mais rapidamente e harmonizar
procedimentos reais e factuais para o controle, o monitoramento
e a prevenção do crime organizado, especialmente por meio do
fortalecimento das fronteiras para combater as ameaças à
segurança multidimensional.

Na mesma linha, é conveniente replicar o modelo de equipes


conjuntas de investigação entre promotorias especializadas,
acompanhado da facilitação do intercâmbio de informações de
inteligência e do acesso a bancos de dados digitalizados de
registros criminais.
Sumário
● Enfatiza a importância da cooperação regional para o
combate ao crime organizado e mercados ilícitos;

● Apresenta os principais marcos normativos para o tema:


a Declaração de Lima e de Lisboa;

● Apresenta os mecanismos de cooperação que se


destacam, principalmente o AMERIPOL;

● Introduz os principais desafios para o futuro da


cooperação regional para o combate ao crime
organizado.
Referências
AMERIPOL Support project concludes with new technology to strengthen police cooperation. Link

OEA. Departamento contra la Delincuencia Organizada Transnacional (DDOT). Link

UNGASS, (2021). CONTRIBUCIONES DE LA RED IBEROAMERICANA DE FISCALES CONTRA LA


CORRUPCIÓN A LA DECLARACIÓN POLÍTICA QUE SE ADOPTARÁ EN OCASIÓN DE LA SESIÓN ESPECIAL DE
LA ASAMBLEA GENERAL DE NACIONES UNIDAS CONTRA LA CORRUPCIÓN. [s.l: s.n.]. Disponível em: Link.

OEA. COMPROMISO DE LIMA: Gobernabilidad Democrática Frente a la Corrupción. [s.l: s.n.]. Disponível
em: Link.

Asociación Ibero Americana de Ministerios Públicos - AIAMP - Declaración de Lisboa, 30 junio 2021.
Link

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