MEIO DE PINTURA, ESCULTURA, MÚSICA, DANÇA, TEATRO... UTILIZANDO PARA ISSO A IMAGINAÇÃO, A CRIATIVIDADE, HABILIDADES, TÉCNICA, CORAGEM E UM JEITO PESSOAL. A ARTE É UMA LINGUAGEM QUE UTILIZAMOS PARA COMUNICAR NOSSOS PENSAMENTOS E SENTIMENTOS. UMA LINGUAGEM UNIVERSAL, POIS É ENTENDIDA POR TODAS AS IDADES E NACIONALIDADES.
A ARTE É INERENTE AO SER HUMANO, OU SEJA,
NASCE COM A GENTE, SÓ PRECISAMOS DESENVOLVÊ-LA. Linguagens Artísticas Em 1996 foi aprovada no Brasil a LDB 9394/96, na qual a arte configura- se como componente curricular obrigatório, tal como previsto nos PCNs de Arte, a partir de quatro linguagens:
ARTES VISUAIS (ARTES PLÁSTICAS/GRÁFICO PLÁSTICA)
ARTES CÊNICAS – TEATRO DANÇA MÚSICA
No decorrer do Ensino básico, o aluno poderá desenvolver sua
competência estética e artística nas diversas modalidades da área de Arte (linguagens artísticas) Artes Cênicas Entende-se por artes cênicas toda a criação artística que necessita obrigatoriamente da presença física de um ator ou atriz interpretando. Expressão Corporal Dança orientada por música ou sequência de sons. Clássica, Moderna, Étnica, Regional, Contemporânea.
Criança dançando Ballet.
Artes Plásticas Entende-se por artes plásticas todo trabalho “manual” realizado com um fim artístico-estético. Exemplos: Pintura, Escultura, Arquitetura. Música •Entende-se por música a combinação de sons produzidos por instrumentos (formais ou informais) e vozes que geram uma melodia. Arte no Currículo Escolar Ensino de arte no Brasil possui três grandes tendências conceituais, que, didaticamente, classificamos em:
(1) Ensino de Arte Pré-Modernista-
Tradicional; Arte como Técnica;
(2) Ensino de Arte Modernista- Livre
expressão; Arte como Expressão
(3) Ensino de Arte Pós- Modernista ou Pós-
Moderno- Sociointeracionista; Arte como Conhecimento. Geralmente, quando pensamos sobre o ensino da arte, em qualquer nível de ensino, surgem dois tipos de concepções:
Abordagem Espontaneísta ou inatista
Abordagem Pragmática ou empirista
No que se refere à Educação Infantil, essas concepções
configuram-se do seguinte modo: Abordagem Pragmática O professor acredita que as atividades de expressão gráfico- plástica devem servir para desenvolver a motricidade, preparar para a escrita ou aprender a construir formas mais semelhantes ao real. As intervenções pedagógicas são no sentido de domar os caos dos emaranhados com exercícios de contenção (recortar sobre linhas, pintar dentro de formas geométricas ou outras); ou da produção de registros que visem a resultados realistas referentes aos temas desenvolvidos (construir uma maquete após trabalhar sobre meios de transporte); ou de uma aprendizagem feita por meios de conceitos e não de vivências expressivas. Os professores priorizam o produto final e não o processo expressivo que conduziu o aluno àquele resultado, como na espontaneísta. PRÉ MODERNISTA - TRADICIONAL - Pragmática
Unânime na maneira de ensinar desde o fim do século 19 até a
década de 1950. Ainda está presente em muitas escolas.
Foco Aprendizado de técnicas e desenvolvimento de habilidades
manuais, coordenação motora e precisão de movimentos para o preparo de um produto final.
Estratégia de ensino Repetição de atividades, cópia de modelos
e memorização. O professor adota a postura de transmissor do conhecimento. Ao aluno, basta absorver o que é ensinado sem espaço para a contestação. A turma era bem avaliada quando conseguia reproduzir com rigor as obras de artistas consagrados. Abordagem Espontaneísta O professor parte do pressuposto que cada criança tem capacidade inata para elaborar a linguagem gráfico-plástico - desse modo, o meio (intervenções do professor, contato com a linguagem gráfico-plástico e materiais expressivos não importa no processo da aquisição desses saberes. Caberá ao professor encaminhar o processo de criação por meio de atividades livres, durante as quais disponibilizará materiais e deixará as crianças criarem livremente suas produções sem nenhuma intervenção pedagógica ou fazendo-a no sentido de elogiá-las sem critérios. As crianças desenham, pintam, colam, modelam, constroem com sucatas durante um espaço de tempo e concluem. O professor guarda nas pastas ou coloca nos pregos da sala de aula. O professor é importante, o produto realizado é um resultado que não é questionado. MODERNISTA - LIVRE EXPRESSÃO - Espontaneísta
Nasceu por volta de 1960 sob a influência das ideias do movimento da
Escola Nova.
Foco O que importa não é o resultado, mas o processo e,
principalmente, a experiência. Há a valorização do desenvolvimento criador e da iniciativa do aluno durante as atividades em classe.
Estratégia de ensino Desenho livre e uso variado de materiais. Não há
certo ou errado na maneira de fazer de cada estudante. Ao professor, não cabe corrigir ou orientar os trabalhos nem mesmo utilizar outras produções artísticas para influenciar a turma. A ideia é que o estudante exponha suas inspirações internas. Essas concepções, apresentadas de forma resumida, convivem nas práticas cotidianas da educação infantil, levando as crianças a uma deseducação dos sentidos, da mesma forma que impossibilitam a constituição da linguagem visual e de leituras plurais sobre o mundo. Ambas concepções, cada uma a seu modo, desconsideram que conhecimento se dá por meio da mediação criança-meio, em que a criança reconstrói seus conhecimentos a partir de trocas significativas com outros saberes, com seus pares e com os adultos. O conhecimento visual não vai se dar de forma espontaneísta ou de forma de adestramento manual, mas sim, com intervenções individuais e coletivos, relacionando-os aos elementos da cultura da qual emergem com aqueles historicamente acumulados. O ensino da arte, em qualquer nível e, em especial na Educação Infantil, deve abranger tanto a construção da imagens como contribuir para que as crianças realizem leituras cognoscentes, conscientes e sensíveis das tantas imagens que estão aí, nos meios de comunicação, muitas vezes consumidas passiva e indiscriminadamente por elas.
Uma educação do ver e do observar significa desvelar as
nuanças e características do próprio cotidiano e ir além, propondo rupturas com o instituído. PÓS MODERNISTA - SOCIOINTERACIONISTA
É a tendência atual para o ensino da disciplina. A ideia de considerar
a relação da cultura com os conhecimentos do aluno e as produções artísticas surgiu na década de 1980.
Foco Favorecer a formação do aluno por meio do ensino das
quatro linguagens de Arte: dança, artes visuais, música e teatro.
Estratégia de ensino A experiência do aluno e o saber trazido de
fora da escola são considerados importantes e o professor deve fazer a intermediação entre eles. O ensino é baseado em três eixos interligados: produção, apreciação e reflexão sobre a arte. Na década de 1980 podemos constatar no ensino em geral uma busca por ações que valorizem as vivências dos alunos, que se relacionem com as questões sociais e principalmente que favoreçam o desenvolvimento de uma consciência crítica. Nessa perspectiva o Ensino de Arte busca resgatar os conteúdos da área com o intuito de marcar a disciplina como área de conhecimento no currículo escolar. A Arte-Educadora Ana Mae Barbosa foi de vital importância para a forma de ensinar arte no Brasil nesta época. Comprometida com a democratização do saber em arte, com a possibilidade de tornar acessível a todos os alunos - da rede pública e particular - os conteúdos artísticos, passou a estudar formas de conduzir um trabalho conectado com as realidades pessoais e sociais dos alunos. Inseriu, também, no universo do ensino da arte a "Metodologia Triangular”, proposta metodológica que enfoca de forma integrada:
FAZER/CRIAR FRUIR/APRECIAR CONTEXTUALIZAR/REFLETIR Produção em Arte: o fazer artístico
É o próprio ato de criar, construir, produzir. São os momentos
em que a criança desenha, pinta, esculpe, modela, recorta, cola, canta, toca um instrumento, compõe, atua, dança, representa, constrói personagens, simboliza... Fruição: apreciação significativa da Arte e do universo a ela relacionado
Arte é linguagem. A apreciação estética é o próprio ato de
perceber, ler, analisar, interpretar, criticar, refletir sobre um texto sonoro, pictórico, visual, corporal. Supõe a decodificação dos signos das linguagens da arte, o estudo de seus elementos, sua composição, técnica, organização formal, qualidades, etc. É uma “conversa” entre o apreciador e a obra, em que estão presentes também a intuição, a imaginação, a percepção. Reflexão: a Arte é produto da história e da multiplicidade das culturas humanas
Além do fazer e do apreciar arte, é de fundamental
importância a contextualização da obra de arte; todo o panorama social, político, histórico cultural em que foi produzida; como ela se insere no momento de sua produção e como esse momento se reflete nela. O PROFESSOR DE ARTE
Arte se ensina e Arte se
aprende. Para tanto, o papel do professor enquanto mediador entre Arte e criança é de funda- mental importância. No ensino da arte, e no ensino em geral, o papel do professor é de orientar o aluno quanto à utilização dos materiais, expor conteúdos contextualizados, e oportunizar uma pratica significativa, além de promover a inserção do aluno no que tange à arte e à cultura. Segundo Montoya, "a criança que não for solicitada a falar e a relatar a respeito de suas experiências, a dizer e constatar aquilo que pensa e a reconstituir o vivido e o sonhado não terá condições necessárias para reconstruir as ações em nível da representação". Desvelar as imagens de cada criança antecede a ação do registro, são diálogos sutis, sensíveis e anteriores que devem acontecer entre professor e criança antes das realizações gráfico-plásticas. Devemos lembrar que os registros das crianças resultam de olhares sobre o mundo. Ensinar a ver o implícito e o velado é uma das atribuições do ensino da arte. É fundamental que os professores conheçam entendam a gênese do desenvolvimento gráfico-plástico para situações de aprendizagem que dêem conta das necessidades infantis, que leiam as formas visuais produzidas pelas crianças e experienciem as possibilidades dos materiais expressivos considerados como veículos dessa expressão. AMBIENTE VISUAL É importante levarmos em conta o ambiente visual da sala e substituirmos as imagens midiáticas pelas imagens e objetos realizados pelas crianças, expondo gradativamente suas produções, compondo um cenário onde haja a participação efetiva das crianças... Ao finalizar o projeto retirar os trabalhos deixando a sala novamente sem imagens esperando as novas produções.
Os trabalhos podem ser tridimensionais, móbiles confeccionados
com sucata e outros materiais e não só folhas de papel A4 ou pardo. Nos berçários recomenda-se a utilização de formas em cores vivas e contrastantes, com materiais diferentes. Também é importante fazermos mudanças durante o ano.
Móbiles artesanais e pêndulos em cores contrastantes e os
objetos que produzem sons ao toque são um atrativo para os bebês desenvolverem seus sentidos e curiosidade.
Criar espaços diferenciados e convidativos à descoberta é uma
outra maneira de possibilitar às crianças o conhecimento espacial.