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DE UM CASO DE HISTERIA
Os Sonhos de Dora e Posfácio
O PRIMEIRO SONHO
• Freud pontua a Dora sua própria expressão “Você disse que “pode
acontecer alguma coisa durante a noite que torne necessário sair. ””
• Dora tem um insight e descobre o vínculo entre a causa recente e a
causa original do sonho, dizendo que quando chegou em L seu pai
manifestou a angustia diante da possibilidade de um incêndio, pois,
estava chovendo e a casa não tinha para-raios.
• Freud pergunta se o sonho foi antes ou depois da cena do bosque, e Dora
responde que foi depois.
• Freud então cita que agora ele sabia que o sonho foi uma reação aquela
experiência, e pergunta quanto tempo Dora havia ficado em L depois da
cena e ela responde “mais quatro dias”.
O PRIMEIRO SONHO
• Freud pergunta se Dora associa a caixa com algo. Ela responde que o Sr.
K. já havia lhe presenteado com uma caixa de joias.
• Freud faz uma analogia. A caixa de joias com uma expressão a genitais
femininos.
• Freud diz que naquele momento o sonho estava ficando mais claro, e
disse: “Você disse a si mesma: esse homem está me perseguindo; quer
forçar a entrada em meu quarto, minha “caixa de joias” está em perigo
e, se acontecer alguma desgraça, a culpa é do papai. Foi por isso que
escolheu, no sonho, uma situação que expressa o oposto, um perigo de
que seu pai a salva. Nessa parte do sonho, em geral, tudo está
transformado em seu oposto; você logo saberá por quê. ”.
O PRIMEIRO SONHO
• Continua dizendo que sua mãe entra no sonho como sua rival, no episódio em que
ela recusou a joia Dora teria aceito de bom grado o que sua mãe rejeitou. Disse:
“Agora, vamos substituir “aceitar” por “dar” e “rejeitar” por “recusar”. ”
• Freud continua interpretando o sonho para Dora, dizendo para que ela relembre da
caixa de joias que foi dada pelo Sr. K., afirmando que se ele lhe deu uma caixa de
joias, ela deveria dar sua caixa de joias a ele, retribuindo o presente.
• Substituindo sua mãe pela Sra. K. assim como substituiu o Sr. K. pelo seu pai, logo
você estada disposto a dar ao Sr. K o que a mulher dele recusa.
• Freud: “Aí está o pensamento que você teve de recalcar com tanto esforço e que
tornou necessária a transformação de todos os elementos em seu oposto. O sonho
torna a corroborar o que eu já lhe tinha dito antes de você sonhá-lo: que você está
evocando seu antigo amor por seu pai para se proteger de seu amor pelo Sr. K.,
mas, o que mostram todos esses esforços? Não só que você temeu o Sr. K., mas que
temeu ainda mais a si mesma, temeu ceder à tentação dele. Confirmam também,
portanto, quão intenso era seu amor por ele. ”
O PRIMEIRO SONHO
• Freud cita que naturalmente Dora não quis acompanhar essa parte da
interpretação. Mas afirma que conseguiu dar um passo adiante na interpretação do
sonho, que parecia indispensável tanto para a anamnese do caso quanto para a
teoria dos sonhos. Ele prometeu comunicar isso a Dora no dia seguinte.
• A formação regular do sonho se apoia em duas pernas, uma das quais está em
contato com a causa atual, e a outra com algum acontecimento relevante da
infância. Entre a experiência infantil e a atual, o sonho estabelece uma ligação
esforçando-se por remodelar o presente segundo o modelo do passado mais remoto.
• Freud faz um experimento com Dora: Casualmente havia sobre a mesa uma grande
caixa de fosforo e Freud pediu para que Dora olhasse em volta para ver se notava
sobre a mesa algo de especial que não costumasse estar ali. Ela não viu nada.
• Ele perguntou então se sabia porque as crianças eram proibidas de brincar com
fósforos. Ela respondeu que era por perigo de incêndio, e Freud “Não é só por isso.
Elas são advertidas de “não brincar com fogo”, e isso é acompanhado de uma certa
crença. ”
O PRIMEIRO SONHO
• Dora não sabia a respeito, Freud continuou dizendo da crença de que temem-se que
a criança molhe a cama, cita da antítese entre fogo e agua:
• “Talvez elas sonhem com fogo e depois tentem apagá-lo com água. [...], mas fogo
não é empregado apenas como oposto de água; serve também como representação
direta do amor, de estar enamorado, ardendo de paixão. Portanto, de “fogo” parte
uma via que, passando por esse sentido simbólico, chega aos pensamentos
amorosos, enquanto que a outra via, por intermédio do oposto “água” e depois de
fazer uma ramificação que estabelece outro vínculo com “amor” (pois também este
deixa as coisas molhadas), leva a outra direção. Mas, para onde? Pense em sua
própria expressão: à noite, pode acontecer uma desgraça que torne forçoso sair.
Não significaria isso uma necessidade física? ”
• Freud questionou Dora sobre a idade em que urinava em sua cama, que respondeu
que foi entre o sétimo ou oitavo ano, que o médico foi consultado e foi lhe
receitado um tônico
• Freud diz que a interpretação do sonho, naquele momento, lhe parecia completa.
O PRIMEIRO SONHO
• Porém, no dia seguinte Dora disse que esquecera de contar que todas as
vezes, depois de acordar, sentia um cheiro de fumaça.
• A fumaça, é claro, combina bem com o fogo, mas indicava que o sonho
tinha uma relação especial com Freud, pois, quando Dora afirmava que
por trás disto ou daquilo não havia nada escondido, ele costumava
retrucar “onde há fumaça há fogo”.
• Mas Dora fez a essa interpretação puramente pessoal ao motivo de que o
Sr. K. e seu pai eram fumantes apaixonados, assim como Freud. Dora
mesmo fumara durante sua estadia no lago, e o Sr. K acabara de enrolar-
lhe um cigarro pouco antes de iniciar sua lastimável corte. Ela também
afirmava com certeza que o cheiro de fumaça o não aparecera pela
primeira vez apenas na ocasião do último reaparecimento do sonho, mas
também nas três vezes em que ele ocorreu em L.
O PRIMEIRO SONHO
• Freud então afirma que vale a pena examinar a significação da enurese para a
história primitiva do neurótico, d
• estacando que o caso de Dora, no aspecto de molhar a cama não era habitual. Tal
perturbação não apenas persistira além da época admitida como normal, mas
também, segundo o depoimento de Dora, primeiro desapareceu e depois tornou a
surgir em uma época tardia, após o sexto ano de vida.
• Segundo Freud esse tipo de enurese não tem outra causa mais provável do que a
masturbação, a qual, desempenha um papel que ainda não foi suficientemente
apreciado. Na época em que Dora relatou o sonho, ela e Freud estavam
empenhados em uma linha de investigação que indicaria que ela se masturbava na
infância.
• Pouco antes ela havia perguntado porque havia adoecido, e, antes que Freud desse
a resposta ela colocou a culpa no pai. A justificativa vinha de um conhecimento
consciente. A jovem sabia, para surpresa de Freud qual tinha sido a natureza da
doença de seu pai.
O PRIMEIRO SONHO
• O pai adoeceu por levar uma vida leviana, e ela supunha que ele lhe transmitiu o estado
doentio por hereditariedade (após escutar a tia dizendo que ele era doente antes do
casamento). Por um período de vários dias ela se identificou com a mãe através de pequenos
sintomas peculiares, essa mãe sofria de dores debaixo do ventre e de uma secreção (catarro).
• Dora acreditava que essa doença era devida a seu pai, que assim teria transmitido sua doença
venérea à sua mãe. A persistência de Dora nessa identificação com a mãe fez Freud se
lembrar que ela estava com catarro, mas que ela não se lembraria de quando iniciou.
• Freud então compreendeu que, por trás da acusação do pai, ocultava-se, uma autoacusação.
Freud se dirigiu a ela assegurando-lhe que a leuconorréia das mocinhas apontava
primordialmente para a masturbação. Dora estava em vias de responder sua própria pergunta
sobre exatamente porque havia adoecido mediante a confissão de que se masturbava,
provavelmente na infância, mas Dora negou lembrar-se de qualquer coisa assim.
• Passados alguns dias ela fez algo que Freud teve de considerar
como mais um passo para a confissão. Nesse dia, ela trazia na
cintura uma bolsinha porta-moedas, e, enquanto falava estendida
no divã, brincou com a bolsa: abria-a, introduzia um dedo e
fechava, Freud a olhou por um tempo e depois explicou que aquilo
era um ato sintomático.
• Ato sintomático: função que as pessoas executam de maneira
automática e inconsciente, sem reparar. Essas ações, da qual a
consciência nada sabe ou nada quer saber, expressam
pensamentos e impulsos inconscientes, sendo, portanto, valiosas.
O PRIMEIRO SONHO
• Foi por meio desse sonho que deu-se uma confirmação de uma
posição que se torna necessária sobre o estado anímico da
paciente.
A CARTA
• O pai de Dora estava morto e ela tinha saído de casa por conta própria.
• Freud relembra Dora que a carta de despedida a qual ela havia escrito
aos seus pais na verdade tinha sido destinada mais para dar um susto no
pai, com a intenção de que ele desistisse da Senhora K., ou caso isso não
acontecesse ela se vingaria por estar saindo de casa.
• Freud diz aqui que estamos diante do tema da morte dela ou do pai –
“cemitério no sonho” – e faz o seguinte questionamento:
REFLEXÃO
• Na verdade, Dora sabia bem de que o pai sentia falta da satisfação sexual para
dormir (sonífero) e não especificamente da cachaça que o mesmo sempre pedia
pra ela buscar antes de dormir – o pai tinha um caso com a Senhora K.
PONTUAÇÕES
• Freud diz no texto não parecer correto considerar esse caso puramente histérico. Ele estava
quase abandonando essa hipótese, até ter percebido que ela havia arranjado para si mesma
uma doença que teria visto na enciclopédia, punindo-se pela leitura, e teve de reconhecer
que o castigo não podia referir-se a leitura do artigo inocente, mas que se deu mediante um
deslocamento. Depois dessa leitura segue-se uma outra, mais carregada de culpa, que hoje se
ocultava atrás de uma leitura inocente contemporânea.
• Freud relata que teriam temas possíveis de investigação – talvez a formação de sintomas a
partir de pretextos que aparentemente nada tem a ver com o sexual.
• Freud relata que esses trabalhos esclarecedores foram duas sessões, então ele expressando
satisfação diante daquilo que conseguiu Dora disse com desdenho... “Ora, será que apareceu
tanta coisa assim?”
TERCEIRA SESSÃO
• Freud diz que entendeu e sabia do que realmente ela não queria
ser lembrada:
Deivid Lima
Caroline Ribeiro
Malu Capobiango
Manoel Francisco