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Ciência dos Materiais

Faculdades Metropolitanas Unidas


Prof. Rodrigo Vidonscky
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Aula 2
• Revisão de química
Modelos atô micos
Ligaçõ es químicas
Estruturas atô micas
Arranjos atô micos
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Introdução

Porque estudar
estrutura atômica e
ligações interatômicas?
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Modelos atômicos
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Modelos atômicos
• Definição de átomo

A palavra á tomo vem do


grego e significa aquilo
que nã o pode ser dividido

Atualmente esse conceito


está errado, pois o á tomo
pode ser dividido em
subpartículas, tais como
elétrons, pró tons e
nêutrons
Modelo atômico de Bohr
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Modelos atômicos
• Definição de átomo
Um á tomo de verdade é bem diferente da sua imagem
tradicional

Fonte: https://www.newscientist.com/article/mg21829194-900-smile-hydrogen-atom-youre-on-quantum-camera/
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Modelos atômicos
• Conceitos fundamentais
Cada á tomo consiste em uma nú cleo muito pequeno
composto de pró tons e nêutrons, envolto por elétrons em
movimento.

Tanto os elétrons quanto os pró tons possuem CARGA


ELÉ TRICA cuja magnitude é
 𝑒=1,602 × 10− 19 C
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Modelos atômicos
• Conceitos fundamentais
Apesar de pró tons e elétrons possuírem cargas de
intensidade iguais, suas MASSAS sã o diferentes.

A massa de um pró ton (praticamente igual ao do nêutron) é


dada por:
 𝑚 −27
𝑝 ≅ 𝑚 𝑛 ≅ 1,67 × 10 kg

Já a massa do elétron é bem menor:


 𝑚 𝑒 ≅ 9,11 × 10− 31 kg

 𝑚 𝑝 1,67 ×10
−27
  𝑚𝑝
= − 31
→   → 𝑚 𝑝 =1833 𝑚 𝑒
=1833
𝑚 𝑒 9,11 ×10 𝑚𝑒
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Modelos atômicos
• Conceitos fundamentais
Cada elemento químico é caracterizado pelo nú mero de
pró tons no seu nú cleo, ou seu NÚ MERO ATÔ MICO (𝑍). Para
um á tomo eletricamente neutro ou completo, o NÚ MERO
ATÔ MICO também é igual ao nú mero de elétrons.

Já a MASSA ATÔ MICA (𝐴) de um á tomo específico pode ser


expressa como a soma das massas dos pró tons e dos
nê utrons no interior do seu nú cleo. Embora o nú mero de
pró tons seja o mesmo para todos os á tomos de um dado
elemento, o nú mero de nêutrons (𝑁) pode variar.

  𝐴 ≡ Z+ N
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Modelos atômicos
• Modelo atômico de Dalton
No ano de 1808, John Dalton propô s a teoria do modelo atô mico,
onde o á tomo é uma minú scula esfera maciça, impenetrável,
indestrutível, indivisível e sem carga. Todos os á tomos de um
mesmo elemento químico sã o idênticos. Seu modelo atô mico foi
chamado de modelo atô mico da bola de bilhar.
Na hipó tese de Dalton, os á tomos:
 de um mesmo elemento sã o
idênticos;
 de elementos diferentes
apresentam massa diferente;
 quando formam um composto,
constituem uma combinaçã o de
á tomos;
 sã o esferas rígidas e indivisíveis. 
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Modelos atômicos
• Modelo atômico de Thomson
Através do experimento com tubos de raios cató dicos, Joseph John
Thomson observou que estes raios eram compostos de partículas
carregadas negativamente, umas vez que eram atraídos para um
diodo positivo. Essas partículas, foram denominadas por Thomson
de elétrons.

Com a descoberta dessa


partícula com carga negativa,
Thomson deduz que o modelo
atô mico é semelhante a um
pudim de ameixas, com as
ameixas sendo os elétrons e o
pudim sendo a parte positiva
do átomo.
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Modelos atômicos
• Modelo atômico de Thomson
Experimento – Tubo de raios cató dicos
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Modelos atômicos
• Modelo atômico de Rutherford
Ernest Rutherford observou a partir do experimento de Geiger-
Marsden que ao bombardear uma folha de ouro com partículas
alfa, haviam regiõ es mais densas em que essas partículas nã o
atravessavam. Essas regiõ es, ele denominou de nú cleo. Nela, ele
conclui que ficariam os pró tons, cuja massa é aproximadamente
2000 vezes maior que a massa do elétron.
Mais tarde, o físico No modelo de
inglês James Rutherford, os
Chadwick, descobriu pró tons e nêutrons se
uma partícula neutra, localizam no nú cleo e
cuja massa era os elétrons circulam o
aproximadamente à nú cleo, regiã o
massa do pró ton, denominada de
denominada de eletrosfera.
nêutron.
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Modelos atômicos
• Modelo atômico de Rutherford
Experimento de Geiger-Marsden
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Modelos atômicos
• Modelo atômico de Bohr
Este modelo atô mico desenvolvido pelo físico dinamarquês Niels
Bohr deu continuidade ao trabalho desenvolvido com Rutherford,
apresentando o posicionamento dos elétrons no á tomo com o
aspecto de ó rbitas e, no centro do á tomo, um pequeno nú cleo.
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Modelos atômicos
• Modelo atômico de Bohr
Um dos primeiros precursores do
modelo Mecâ nico-Ondulató rio, o
modelo atô mico de Bohr apresenta
as seguintes características:

• Posiçã o dos elétrons bem definidas;


• Energia dos elétrons sã o
quantizadas com níveis de energia
bem definidos (absorçã o ou
emissã o de energia);
• O modelo era limitado para vá rias
situaçõ es e a soluçã o foi o modelo
mecâ nico–ondulató rio onde o
elétron possui características de
onda e de partícula.
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Modelos atômicos
• Modelo mecânico-ondulatório
O modelo atô mico criado com o surgimento da Mecâ nica Quâ ntica de
Erwin Schrö dinger, é o mais moderno e complexo.
A teoria quâ ntica afirma que a matéria tem propriedades associadas com
ondas. O chamado “Princípio da Incerteza de Heisenberg” determina que
o elétron nã o possua posiçã o exata na eletrosfera, nem velocidade e
direçã o definidas, tudo que sabemos sobre ele é sua densidade de
probabilidade de ser encontrado.
 Elétron apresenta características tanto
de onda quanto de partícula
 O elétron nã o é mais tratado como uma
partícula que se movimenta numa ó rbita
determinística
 A posiçã o do elétron passa a ser
considerada como a probabilidade de
estar em vá rios locais pró ximo do nú cleo
(distribuiçã o de probabilidade)
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Modelos atômicos
• Modelo mecânico-ondulatório

Os orbitais sã o os possíveis espaços ocupados pelos elétrons, ou seja, há


grande probabilidade de encontrá -los nas nuvens eletrô nicas
representadas no modelo mecâ nico-ondulató rio.
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Modelos atômicos
• Modelo mecânico-ondulatório
• Nú meros quâ nticos
Os nú meros quâ nticos sã o usados para demonstrar a posiçã o dos
elétrons nos orbitais
  nú mero quâ ntico principal
n:
(define as camadas
eletrô nicas)
 ℓ: nú mero quâ ntico de
momento angular (define as
subcamadas)
ml: nú mero quântico
magnético (estado energético
para cada subcamada)
ms: nú mero quâ ntico spin
( ou )
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Modelos atômicos
• Modelo mecânico-ondulatório
• Nú meros quâ nticos

Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=tkDaJTYaSNw
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Modelos atômicos
• Modelo mecânico-ondulatório
• Nú meros quâ nticos
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Modelos atômicos
• Configurações eletrônicas
Princípio da exclusã o de Pauli: “cada estado eletrô nico pode
comportar um nú mero má ximo de dois elétrons, os quais devem
possuir spins opostos”
Exemplo: Só dio (Z=11)
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Modelos atômicos
• Configurações eletrônicas
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Modelos atômicos
• Configurações eletrônicas
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Modelos atômicos
• Configurações eletrônicas
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Modelos atômicos
• Configurações eletrônicas
• Diagrama de Pauling
Diagrama criado pelo químico
Linus Pauling que permite
escrever a distribuiçã o
eletrô nica dos á tomos em
subníveis, que Pauling
denominou como s, p, d e f

 s – 2 elétrons
 p – 6 elétrons
 d – 10 elétrons
 f – 14 elétrons
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Modelos atômicos
• Configurações eletrônicas
• Diagrama de Pauling
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Modelos atômicos
• Configurações eletrônicas
• Diagrama de Pauling
Exercício
Faça a distribuiçã o eletrô nica usando o diagrama de Pauling
para os seguintes á tomos:
a) S16
b) Ag47
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Modelos atômicos
• Configurações eletrônicas
• Elé trons de valência
• Os elétrons de valência
ocupam a camada mais
externa do á tomo
• Sã o os responsáveis pelas
ligaçõ es entre os á tomos para
formar moléculas e estruturas
cristalinas na matéria
• As propriedades químicas sã o
baseadas nestes elétrons
• Configuraçõ es eletrô nicas
estáveis – camadas externas
completamente preenchidas
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Modelos atômicos
• Configurações eletrônicas
• Elé trons de valência

Átomos neutros Íons


Carga positiva = Carga negativa Carga positiva ≠ Carga negativa
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Elementos químicos
• Tabela períodica
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Elementos químicos
• Tabela períodica
Na tabela perió dica, os elementos químicos sã o classificados e
organizados de acordo com a sua configuraçã o eletrô nica.
 Os elementos estã o posicionados
em ordem crescente de nú mero
atô mico em sete fileiras
horizontais (períodos)
 O elementos localizados em uma
dada coluna ou grupo possuem
similaridade nas estruturas dos
seus elétrons de valência,
propriedades químicas e físicas
 As propriedades variam
gradualmente ao se mover
horizontalmente ao longo de cada
período e verticalmente para baixo
em cada coluna
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Elementos químicos
• Tabela períodica
A disposiçã o dos elementos na tabela perió dica facilita a
identificaçã o das semelhanças entre suas propriedades mais
comuns:
• RAIO ATÔ MICO é a distância do
centro de um á tomo até o centro do
á tomo ao lado dividido por dois.
• ENERGIA DE IONIZAÇÃ O é a energia
mínima requerida para transformar
o á tomo de um gá s em um cá tion
monovalente.
• AFINIDADE ELETRÔ NICA é a energia
liberada quando um elétron é
adicionado a um á tomo gasoso.
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Elementos químicos
• Tabela períodica
Eletronegatividade
A eletronegatividade define o tipo de ligaçã o química que ocorrerá
entre os á tomos
 ELEMENTOS ELETROPOSITIVOS:
cedem elétrons de valência.

 ELEMENTOS ELETRONEGATIVOS:
aceitam elétrons de valência

A eletronegatividade aumenta ao se deslocar da esquerda para a


direita e de baixo para cima.
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Ligações químicas
• Ligações interatômicas
primárias (ou
intramoleculares)
Ligação iônica
A ligaçã o iô nica é um tipo de
ligaçã o química baseada na atraçã o
eletrostá tica de íons com cargas
opostas.
Na formaçã o da ligaçã o iô nica, um
metal transfere elétrons (devido a
sua baixa eletronegatividade)
formando um íon positivo ou
cá tion, para um nã o metal que
acomoda esse elétron na camada
de valência, tornando-se â nion.
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Ligações químicas
Ligação iônica
• Ocorre entre elementos
metá licos e nã o-metá licos
• Transferência de elétrons
• A ligaçã o é nã o direcional
• Forças de ligaçã o atrativas de
Coulomb;
• Predominante em cerâ micas
• Energias de ligaçã o grandes
(600 e 1500 kJ/mol)
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Ligações químicas
• Ligações interatômicas
primárias (ou
intramoleculares)
Ligação covalente
A ligaçã o covalente é caracterizada
pelo compartilhamento de um ou
mais pares de elétrons.
Á tomos tendem a compartilhar
elétrons de modo que suas
camadas eletrô nicas externas
sejam preenchidas e eles adquiram
uma distribuiçã o eletrô nica mais
estável. As forças dessas ligaçõ es é
maior que a das interaçõ es
intermoleculares e comparável à da
ligaçã o iô nica.
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Ligações químicas
Ligação covalente
• Compartilhamento de elétrons
entre á tomos adjacentes;
• A ligaçã o covalente é direcional
– á tomos que participam do
compartilhamento;
• A ligaçã o pode ser forte ou fraca;
• Diamante (TF > 3550°C) e
Polipropileno
Bismuto (TF = 270°C);
• Materiais poliméricos

Blenda de
poliuretano e
amido
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Ligações químicas
• Ligações interatômicas
primárias (ou
intramoleculares)
Ligação metálica
A ligaçã o metá lica é a ligaçã o entre
metais. Formam as chamadas ligas
metá licas, que sã o de suma
importâ ncia para o nosso dia a dia.
A ligaçã o metá lica constitui uma
nuvem de elétrons que circulam os
á tomos, isso permite esses
materiais serem excelentes
condutores de eletricidade.
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Ligações químicas
• Ligações interatômicas
primárias (ou
intramoleculares)
Ligação metálica
• Materiais metá licos - permite a
formaçã o de metais e ligas;
• Elétrons de valência “livres”;
• A ligaçã o é de natureza nã o
direcional;
• Ligaçõ es fracas ou fortes (68
kJ/mol até 849 kJ/mol)
• TF entre - 39 e 3410°C;
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Ligações químicas
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Ligações químicas
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Ligações químicas
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Ligações químicas
• Exercício
Defina o tipo de ligaçã o química primá ria associada aos
seguintes materiais:
a) Aço 1020
b) Polipropileno
c) Xenô nio
d) Cloreto de Só dio
e) Alumínio AISI 204
f) Poliuretano
g) Vidro
h) Á gua
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Ligações químicas
Se o diamante e o grafite possuem a mesma
composiçã o química e o mesmo tipo de
ligaçã o (covalente), por que o diamante é
resistente e o grafite é quebradiço?
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Ligações químicas
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Ligações químicas
• Ligações interatômicas
secundárias(ou
intermoleculares)
As ligaçõ es intermoleculares sã o
conhecidas por serem mais fracas do
que as ligaçõ es intramoleculares
(maiores cargas e distâ ncias
envolvidas)

Dependem das massas moleculares, da


polaridade e das ligaçõ es de
hidrogênio

Somente têm importâ ncia quando nã o


existem outros tipos de ligaçõ es
intermoleculares presentes
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Ligações químicas
• Ligações interatômicas
secundárias(ou
intermoleculares)
Ligações de Van Der Waals
Ocorrem devido as forças de atraçã o
ou dispersã o entre dipolos
(permanentes ou flutuantes);
Nã o existem transferências de
elétrons;
Fracas (energias de ligaçã o de 10
kJ/mol);
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Ligações químicas
• Ligações interatômicas secundárias(ou
intermoleculares)
Ligações de Van Der Waals

Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=iID8dtm3s-g
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Ligações químicas
• Ligações interatômicas secundárias(ou
intermoleculares)
Ligações de Van Der Waals
Dipolos flutuantes/induzidos (ou forças de dispersã o de London)
Ocorrem por movimentos vibracionais das moléculas causando
assimetrias de carga elétrica induzidos ou de curta duraçã o em
á tomos ou moléculas apolares (polarizabilidade)
Diretamente proporcionais a massa molecular do composto
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Ligações químicas
• Ligações interatômicas secundárias(ou
intermoleculares)
Ligações de Van Der Waals
Dipolos permanentes (ou dipolo-dipolo)
Ocorrem em moléculas que possuem regiõ es carregadas positiva
ou negativamente (moléculas polares, exceto H-F, H-O, H-N)

Pontos de ebuliçã o elevados


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Ligações químicas
• Ligações interatômicas secundárias(ou
intermoleculares)
Ligações de Van Der Waals
Dipolos permanentes (ou dipolo-dipolo)
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Ligações químicas
• Ligações interatômicas secundárias(ou
intermoleculares)
Pontes de hidrogênio
Ocorrem devido a diferença de eletronegatividade em moléculas que o
hidrogênio está ligado covalentemente com fluor, oxigênio ou nitrogênio.
É a mais forte das ligaçõ es intermoleculares (polaridade alta)
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Ligações químicas
• Ligações interatômicas secundárias(ou
intermoleculares)
Pontes de hidrogênio
Exemplo - Gelo
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Ligações químicas
• Ligações interatômicas secundárias(ou
intermoleculares)
Interações Íon-Dipolo
Geralmente estudada junto com as forças intermoleculares, as interaçõ es
íon-dipolo, na verdade, sã o interaçõ es entre um íon e uma molécula – e
nã o entre duas moléculas!
Como os íons possuem carga, essas interaçõ es sã o as mais fortes entre
todas as já citadas. É por causa dessas interaçõ es que os sais sã o capazes
de se solubilizar.
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Ligações químicas
• Ligações interatômicas secundárias(ou
intermoleculares)
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Ligações químicas
• Ligações interatômicas secundárias(ou
intermoleculares)
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Ligações químicas
• Energia de ligação
Energia de ligaçã o é a energia absorvida na quebra de 1 mol de
ligaçõ es, no estado gasoso, a 25 °C e 1 atm
Depende diretamente do tipo de ligaçã o atô mica ou molecular
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Ligações químicas
• Energia de ligação
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Ligações químicas
• Energia de ligação
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Ligações químicas
• Exercício
Um material muito usado na produçã o de materiais
___________ é o ó xido de magnésio (MgO), retirado de argilas.
Esse tipo de composto é formado através da ligaçã o primá ria
do tipo ______________, responsável por seu alto ponto de fusã o,
e uma ligaçã o secundá ria do tipo_____________________, por ser
uma molécula apolar.
A alternativa que confere a sequência correta para as lacunas
é:
a) metá licos – covalente – dipolo permanente;
b) poliméricos – iô nica – dipolo induzido;
c) cerâ micos – covalente – dipolo induzido flutuante;
d) metá licos – metá lica – dipolo permanente;
e) cerâ micos – iô nica – dipolo induzido.

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